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A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA E CULTURAL DO ALUNO NO CONTEXTO DA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Mirian Lígia Endo Karolesky (PG UNIOESTE)1

Beatriz Helena Dal Molin (orientadora UNIOESTE)2

RESUMO:

PALAVRAS-CHAVE:

ABSTRACT:

KEY WORDS:

O presente artigo é fruto de um olhar reflexivo sobre a construção da


identidade social e cultural do aluno de Educação à Distância (EaD) na
contemporaneidade, temos como objetivo desse trabalho levantar algumas reflexões
pertinentes à construção identitária e cultural do aluno da Educação a Distância,
tendo como base a interação com os Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem
(AVEA) e o uso das Tecnologias de Comunicação Digital (TCD).

Buscamos a compreensão do processo de construção da identidade social e


cultural do aluno de Educação à distância no contexto atual, analisando a identidade
dos sujeitos aprendentes frente ao processo de aprendizagem em Ambientes
Virtuais de Ensino e Aprendizagem, doravante denominados AVEA, mediados pela
internet e pelas Tecnologias de Comunicação Digital.

O que é EAD e Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA)

Muitas são as definições atribuídas a Educação a Distância, atualmente


muitos pesquisadores tem debruçado suas atenções à pesquisa afim de
compreender o processo que envolve esta modalidade, que tem ganhado cada vez
mais evidência no contexto não apenas brasileiro, mas mundial. Assim, são muitas
as definições e autores da literatura sobre EaD, a conceituação dada Moore e
Kearsley (2007) nos parece bastante simples e adequada para este momento,
quando temos como foco principal de análise o sujeito criado nos AVEA mediados
pelas TCD:

1
Mestranda do Programa de Pós graduação em Letras/ Linguagem e Sociedade da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE) Cascavel- Paraná. Email: mirianlek@gmail.com
2
Pós-doutora no Programa de Engenharia e Gestão do Conhecimento, professora do Programa de Mestrado
em Letras/ Linguagem e Sociedade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E-mail: biabem@gmail.com
A idéia básica de educação a distância é muito simples: alunos e
professores estão em locais diferentes durante todo ou grande parte
do tempo em que aprendem e ensinam. Estando em lugares
distintos, eles dependem de algum tipo de tecnologia para transmitir
informações e lhes proporcionar um meio para interagir. (MOORE e
KEARSLEY, 2007, p. 1).

O histórico da EaD no Brasil, no contexto do ensino superior não é muito


remoto, data do século XX, quando o governo no intuito de dar formação superior
aos profissionais que atuavam na educação básica, cria condições para a
implementação da Educação a Distância no nível do ensino superior.

Com relação a base legal para a EaD no Brasil, esta foi estabelecida pela Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º.9394, de 20 de dezembro de
1996), e regulamentada pelo Decreto n.º 5.622, publicado no D.O.U. de 20/12/05.

Cronologicamente os principais processos constitutivos da EaD foram


regulamentados pelos seguintes instrumentos legais:

Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), no art. 80, estabelece que o Poder
Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a
distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.

Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004, institui o Sistema Nacional de Avaliação da


Educação Superior (SINAES).

Decreto no 5.622, de 19 de dezembro de 2005, publicado no Diário Oficial da União


(DOU) de 20.12.2005, regulamenta o art. 80 da LDB/1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Essa Lei revoga o Decreto nº 2.494, de 10
de fevereiro de 1998, e o Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998.

Decreto no 5.773, de 09 de maio de 2006, publicado no DOU de 10 de maio de


2006, e dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação
de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e
sequenciais no sistema federal de ensino.

Já nos referimos a conceituação de EaD, mas vejamos o conceito de


Educação a Distância definido oficialmente no Decreto nº 5.622, que traz no seu
art.1º:

Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância


como modalidade educacional na qual a mediação didático
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos. (BRASIL,2005,p....)

Moran (2009), define EaD como a modalidade de ensino onde, professores e alunos
estão separados fisicamente no espaço e/ou no tempo, efetivada através do intenso
uso de tecnologias de informação e comunicação, podendo ou não apresentar
momentos presenciais.

Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem se caracteriza como espaço


virtual onde o material e aulas e outras ferramentas de interação ficam disponíveis
ao aluno, e onde ocorrem as interações entre professores, alunos, tutores e
coordenadores de curso. Interações estas que podem ser síncronas e assíncronas.

São várias as plataformas disponíveis para suporte e construção de um


AVEA, a mais utilizada, principalmente pelas instituições públicas, é a plataforma
MOODLE (

Conceito de identidade e cultura

A teoria que embasa este trabalho em relação à questão identitária é a


apontada por Stuart Hall (2006), que trata da fragmentação do sujeito,
caracterizando desta forma o que se chama de crise de identidade, é esse sujeito
fragmentado gerado em meio à crise identitária provocada pela globalização que
passa a ser objeto de análise. Como se apresenta este sujeito perante a interação
virtualizada, como se constrói o “eu” frente às tecnologias de comunicação digital,
mediadas por Ambiente de ensino e aprendizagem virtual.

Tentaremos analisar a identidade do sujeito constituído no AVEA seguindo o


pensamento de Hall sobre conceitos de sujeito e identidade existentes na
modernidade, um deles trata do sujeito iluminista, que se caracterizava pelo
indivíduo centrado, criando uma concepção de sujeito em sua individualidade. Ou
seja, uma concepção individualista de sujeito. Porém, com as transformações do
mundo moderno, entende-se que o sujeito não é autônomo, uma vez que a sua
identidade se forma na relação com o meio e com os outros. Passa-se a perceber o
sujeito como ser socialmente constituído ou sujeito sociológico, que busca conciliar o
sujeito interior e o sujeito público. Conforme Hall, “a identidade, então, costura (ou,
para usar uma metáfora médica, “sutura”) o sujeito à estrutura”. (p.12)

Ambos, sujeito iluminista e sociológico se caracterizam pela busca de uma


identidade fixa, porém o sujeito que buscamos analisar é decorrente de um mundo
globalizado, permeado de tecnologias da inteligência e inserido em um ciberespaço
e uma cibercultura, um sujeito denominado não local, mas sim global, e em plena
crise identitária, que tenta acompanhar as transformações que ocorrem a cada dia
com maior velocidade, criando segundo Hall um sujeito que foi descentralizado de
sua identidade fixa, para dar espaço ao sujeito com suas identidades abertas,
inacabadas e fragmentadas.

Para dar luz a análise proposta neste trabalho, seguimos também a linha de
pensamento apontada por Cuche, a construção da identidade se faz no interior de
contextos sociais que determinam a posição dos agentes e por isso mesmo orientam
suas representações e suas escolhas, assim se pensarmos neste sujeito que não é
mais local, ou seja preso a contextos sociais menores, evidenciamos um sujeito
baseado na multiplicidade cultural, apesar, de como aponta Cuche(xxxx), o conceito
de cultura ter caído na graça do uso comum, e ganhar inúmeras conceituações,
passando desde a cultura política à cultura empresarial, etc., ou no sujeito fruto do
hibridismo proporcionado pela quebra de fronteiras espaciais e temporais da
globalização.

Para pontuar sobre Cultura tomamos suscitamos também o conceito a partir


de estudos de Maher, que nos apresenta a definição de cultura como sendo um
sistema compartilhado de valores, de representações e de ação: é a cultura que
orienta a forma como vemos e damos inteligibilidade às coisas que nos cercam, e é
ela que orienta a forma como agimos diante do mundo e dos acontecimentos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o artigo 80 da


Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 20
dez. 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Decreto/D5622.htm>. Acesso em: 10/10/2012.

CANCLINI, Néstor García. Diferentes, desiguais e desconectados. Rio de Janeiro:


Editora da UFRJ, 2009.

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. São Paulo: EDUSC, 1999.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2002.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade, tradução Tomaz Tadeu da


Silva, Guaracira Lopes Louro – 7ª edição. Editora DP&A. São Paulo 2002.

MAHER, T. M. A Educação do Entorno para a Interculturalidade e o Plurilinguismo.


In A.B. Kleiman e M. C. Cavalcanti (orgs.) Lingüística Aplicada – suas Faces e
Interfaces. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2007

MORAN, J. M. O que é Educação a Distância. Universidade de São Paulo.


Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em: 10/10/
2012.

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