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Guia de Estudos – PEDIATRIA

Lembrar sempre:

 Doenças benignas e autolimitadas


 Orientar sinais de alerta
 Acalmar os pais
 NUNCA suspender o aleitamento materno (exceto quando óbvio)

AMBULATÓRIO

Puericultura:

 Diagnósticos de normalidade (CEVADA): ver as curvas OMS


◦ Crescimento: E/I
◦ Estado nutricional: P/I (até 10 anos), P/E (até 5 anos) e IMC
◦ Vacinação
◦ DNPM
◦ Ambiente físico e emocional
 Diagnósticos etiológicos

Crescimento e estado nutricional:

Z- Percentil
score

Z +3 p99,9
Z +2 p97/p95
Z +1 p85
Z0 p50
Z -1 p15
Z -2 p3/p5
Z -3 p0,1
Obesidade:

 Prevenção: Aleitamento materno


 Medir SEMPRE: CA (ponto médio entre última costela fixa e borda superior da crista
ilíaca) e PA
 Síndrome metabólica: CA > p90 + ≥ 2:
◦ Hipertrigliceridemia > 150 mg/dL
◦ Baixo HDL < 40 mg/dL
◦ HAS: > p95 ou > 130/85 mmHg
◦ Intolerância a glicose ou DM tipo 2
 Risco de esteatose hepática: pedir TGP (> 40 U/L)
 Rastrear comorbidades
 Tratamento:
◦ Conscientizar os pais
◦ Reeducação alimentar
◦ Exercício físico
◦ Estabelecer objetivos
 Sobrepeso:
 Sem comorbidades: manter peso
 Com comorbidades:
o < 7 anos: manter peso
o > 7 anos: perder peso
 Obesidade:
 < 7 anos: manter peso
 > 7 anos ou com comorbidades: perder peso
HAS:

Objetivos:

 Sem comorbidades: < p95


 Com comorbidades: < p90
DNPM:
Vacinação: Calendário do Programa Nacional de Imunizações (2018)

MeningoC: a partir de 2017 será oferecida uma dose de reforço entre 11-14 anos (redução
progressiva da faixa etária até 2020 quando chega a 9-10 anos)

Febre amarela: em áreas endêmicas pode ser feito febre amarela a partir de 9 meses, não se
recomenda mais a realização de reforço. Não pode ser aplicada no mesmo dia que a SCR em < 2
anos pois interfere na resposta imune, devem ser aplicadas com intervalo de 30 dias. Dose
fracionada: estratégia da OMS para vacinação em situações de epidemia, fraciona um frasco de
0,5 mL em 5 doses. Estudos mostram presença de anticorpos até 8 anos após a vacinação
fracionada e ausência de inferioridade da resposta imune (98% soroconversão). Continuam a
receber dose integral: < 2 anos, imunodeprimidos, grávidas e viajantes para outros países.

Vacina contra o HPV:

 Quadrivalente: 6, 11, 16 e 18
 2 doses: 0 e 6 meses (estudos sugerem proteção semelhante ao esquema de 3 doses)
 Meninas de 9 a 14 anos
 Meninos de 11 a 14 anos
DTPa para gestantes: devem receber em toda gestação após a 20ª semana, mas de preferência
após a 27ª semana (objetivo: passagem passiva de anticorpos para o RN contra coqueluche)

Vacina da dengue: vacina de vírus atenuado composta por 4 sorotipos (melhor eficácia contra
os sorotipos 3 e 4), feita em 3 doses com intervalo de 6 meses, liberada inicialmente para
pessoas de 9 a 45 anos, subcutânea, eficácia 60% para todos os casos de dengue e 95% para os
casos graves. Vacina particular. A OMS recomenda que seja aplicada apenas em regiões de alta
endemicidade de doença, com maior benefício nas regiões em que a soropevalência para
dengue no grupo etário indicado seja superior a 70%. Descobriu-se que em soronegativos para
dengue a vacina aumentava o risco de dengue grave, já em indivíduos soropositivos ela reduzia
significativamente o risco de dengue grave. Nota técnica SBP e SBIm de 2017 sugere que a
vacina seja aplicada apenas em soropositivos para dengue.

Composição das vacinas:

 Agentes vivos: BCG, febre amarela, SCR, rotavírus, VOP, varicela, dengue
 Agentes inativados: VIP, coqueluche, influenza, hepatite A, HPV
 Partes de agentes etiológicos: hepatite B, HiB, pneumo10V, meningoC
 Produtos modificados do metabolismo: difteria e tétano

Asma:

 Doença inflamatória crônica das vias aéreas com hiperresponsividade, levando a


obstrução generalizada e variável do fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com
tratamento
 Crises de sibilância recorrente em < 6 anos
 Critérios de Castro: 1 maior ou 2 menores
o Maiores: eczema, pelo menos 1 dos pais com asma
o Menores: rinite, sibilância na ausência de resfriado, eosinofilia persistente ≥ 4%

 Prova de função pulmonar > 6 anos


 Controle clínico atual da asma (últmas 4 semanas): a prova de função pulmonar deixou
de ser um dos critérios para controle atual da asma e passou a ser valorizada no
domínio dos fatores de risco para eventos adversos futuros, nesse caso apenas o VEF1
importa (não se considera mais o PFE)
 Controle dos fatores de risco para eventos adversos futuros: pode ser dividido em vários
domínios (risco para exacerbações, risco de perda de função pulmonar, risco de morte,
risco de efeito adverso pelo uso dos medicamentos)
o Prova de função pulmonar (VEF1 < 60%)
o Comorbidades e exposições ambientais
o Exacerbações
o Uso dos medicamentos (técnica e dose)
 Tratamento de manutenção da asma em > 5 anos:
o Etapa 1: educação + controle ambiental + B2 curta SOS
o Etapa 2: adicionar medicação controle à etapa 1:
 Corticóide inalatório baixa dose
 Antagonista do receptor de leucotrieno (montelucaste)
o Etapa 3: adicionar medicação controle à etapa 1:
 CI baixa dose + B2 longa (só em > 5 anos)
 CI média/alta dose
o Etapa 4: adicionar ≥ 1 às opções etapa 3:
 Montelucaste
 Tiotrópio inalatório (> 12 anos)
o Etapa 5: adicionar ≥ 1 às opções etapa 4:
 Corticóide oral baixa dose
 Anti-IgE (omalizumab)
 Anti-IL5 (> 12 anos)
 Tratamento de manutenção da asma em < 5 anos:
o Etapa 1: educação + controle ambiental + B2 curta SOS
o Etapa 2: adicionar a etapa 1:
 Corticóide inalatório baixa dose
 Antagonista do receptor de leucotrieno
o Etapa 3: adicionar a etapa 1:
 Dobrar a dose do corticóide inalatório de baixa dose
 Corticóide inalatório de baixa dose + antileucotrieno
o Etapa 4: encaminhar ao pneumologista, adicionar a etapa 3:
 Antagonista do receptor de leucotrieno
 Aumentar a frequência do corticóide inalatório
 Antes do Step—up:
o Checar técnica inalatória
o Checar aderência ao tratamento
o Avaliar persistência da exposição aos alérgenos
o Avaliar comorbidades
o Reavaliar o diagnóstico
 Corticóide inalatório SEMPRE com espaçador: Sacudir a bombinha, acoplar ao espaçador
e encaixar no rosto da criança, liberar o puff e deixar durante 5-10 respirações ou 10
segundos. Em crianças que conseguem obedecer orientar para expirar antes de acoplar
a boca, liberar o puff e prender a respiração por 10 segundos e depois respirar
normalmente dentro do espaçador

ITU:

 Cistite: disúria SEM febre


 Pielonefrite aguda: febre ≥ 38ºC + bacteriúria OU febre < 38ºC + dor lombar +
bacteriúria
 Bacteriúria significativa:

 Tratamento:
◦ Cefalexina VO por 5-10 dias (febril, < 2 anos, ITU recorrente)
◦ Ceftriaxone EV/IM (se sepse, vômitos e < 3 meses)
 Seguimento da ITU:

◦ ITU atípica:
 Sepse ou criança grave
 Redução fluxo urinário
 Palpação massa abdominal (bexigoma)
 Aumento da creatinina
 Falha terapêutica com ATB apropriado em 48 hrs
 Infecção por agente diferente de E. coli
◦ ITU recorrente:
 ≥ 2 episódios pielonefrite aguda OU
 ≥ 1 episódio pielonefrite aguda + ≥ 1 cistite OU
 ≥ 3 episódios de cistite

 Profilaxia para ITU: anomalias obstrutivas, RVU graus III a IV


◦ Ingestão hídrica, micção completa, tratar constipação
◦ SMZ/TMP 1x/noite

Tuberculose:

 Sintomáticos respiratórios: tosse > 3 semanas


 Transmissão gotículas
 Notificar SEMPRE
 Suspeitar TB criança:
◦ História contato com adulto com TB
◦ Infecção respiratória de evolução lenta e que não responde ao tto padrão
 TB criança: pulmonar primária, ganglionar, óssea, meningoencefálica e pleural
 Criança é PAUCIBACILÍFERA
 Escore de pontos para diagnóstico de TB em crianças:

PPD anormal:

• ≥ 5 mm em não vacinados,
vacinados ≥ 2 anos ou
imunossuprimidos
• 10 mm: vacinados < 2 anos

0 pts

- 5 pts
- 10 pts
 Conduta nos contactantes de TB:
o < 10 anos: sempre pedir RX de tórax e PPD (conversão PPD: aumento ≥ 10 mm
em relação anterior)

o > 10 anos: pedir primeiro o PPD


o Recém-nascidos: NÃO vacinar com BCG ao nascimento

 ESCASSEZ de PPD:
o Tratar infecção latente INDEPENDENTE do PPD:
 RN (tratar com isoniazida 6 meses e depois vacinar)
 HIV/AIDS com cicatriz radiológica sem tratamento prévio da infecção
latente da tuberculose
 HIV/AIDS contato de caso de TB pulmonar
 HIV/AIDS com registro documental de PPD ≥ 5 mm e não submetido a
quimioprofilaxia na ocasião
o Contatos sintomáticos:
 Iniciar tratamento a partir de 30 pontos escore
o Contatos assintomáticos de TB: (não tratar contatos de TB multirresistente)
 ≤ 15 anos: iniciar quimioprofilaxia (especialmente < 5 anos)
 > 15 anos: avaliar caso quanto a exposição, comorbidades e risco X
benefício
o PRIORIDADE para uso de PPD:
 Diagnóstico de TB < 10 anos
 Avaliação de contatos < 15 anos
 Pessoas com HIV/AIDS
 IGRAs (Interferon-gama release assays):
o Céls T memória de indivíduos previamente sensibilizados pelo M. tuberculosis
liberam IFN-gama quando reestimulados
o Maior especificidade que o PPD (não faz reação cruzada com BCG e MNT)
o Sensibilidade semelhante ao PPD
o Bom desempenho ≥ 5 anos
o NÃO distingue TB doença e latente
o PPD superior em áreas de alta endemicidade
 Quimioprofilaxia: isoniazida 1x/dia por 3-6 meses
 Tratamento:
o < 10 anos: RHZ 2 meses + RH 4 meses
o > 10 anos: RHZE 2 meses + RH 4 meses
o TB meningoencefálica: prolongar 2ª fase por 7 meses + corticóide 1-4 meses
 Melhora sintomas e repetir RX controle tto (com 1 mês e após término)

PRONTO-SOCORRO

Diarréia e desidratação:

 Diarréia aguda: < 14 dias


 Viral (rotavírus) ou E. coli
 Bebês desidratam fácil!!!
 Avaliar estado de desidratação:
 Conduta:
o Hidratada: trata em CASA
 Dieta para idade, aumentar ingestão líquidos claros e amamentação, SRO
após as perdas e orientar sinais de alerta
o Algum grau de desidratação: no PS
 Suspender alimentação, exceto aleitamento
 TRO: SRO 50-100 mL/Kg em 3-4 hrs em volumes pequenos até re-hidratar
(depois casa)
 Eficácia TRO: índice de retenção:
 IR = ganho peso (g) X 100
vol ingerido (mL)
 > 20% em 1 hr: grande chance sucesso
 < 20% em 2 hrs: grande chance falha
 Gavagem: SRO 20 mL/Kg, se TRO vai mal
o Desidratada grave: na retaguarda
 Suspender alimentação, mantem aleitamento
 SF 20 mL/Kg EV a cada 20 min e reaval
 Colher Na, K, gasometria e glicemia
 Pode haver hipocalemia (íleo paralítico: RHA -, distensão)
 Toda desidratação grave tem ACIDOSE metabólica: corrige com a re-
hidratação (se pH ≥ 7,1)
 Após re-hidratação: TRO
o Uso de ATB: quase NUNCA, exceto..
 Imunodeprimidos
 RN
 Toxemia
 Cólera
 Surto de Shigella
o ATB:
 E. coli e Shigella: Ceftriaxone EV/IM 10-14 dias
 Campylobacter: eritromicina VO 7 dias
 V. cholerae: SMZ/TMP VO 3 dias
o Zinco: diarréia persistente (> 14 dias)
Bronquiolite:

 Causada por infecção viral (VSR)


 1º episódio de sibilância em criança < 2 anos com sinais de infecção respiratória viral e
sem antecedente de atopia
 Clínica:
◦ Pródromo viral (coriza, febre e tosse)
◦ Aumento progressivo do desconforto respiratório em 2-5 dias
◦ Melhora em 15 dias
 Desconforto respiratório: Taquipnéia, sibilos, tempo expiratório prolongado, gemência,
tiragens, batimento de asa de nariz, cianose, hipoperfusão
 Taquipnéia:

 Diagnóstico clínico + SatO2 (nl ≥ 92%)


 Colher PVR (não altera conduta)
 NÃO fazer RX tórax ou colher outros exames
 Conduta:
o Inalação SF (inalação NaCl3% se internado)
o O2 suplementar se SatO2 < 92%
o NÃO usar ipratrópio, corticóide ou B2-curta
o
 Internação se: insuficiência respiratória, hipoxemia, toxemia ou pais ruins
 Complicação bacteriana + comum: OMA
 Risco de evoluir com sibilância recorrente (principalmente se quadro grave)
 Prevenção:
o Aleitamento materno
o Cessar tabagismo passivo
o Lavar as mãos se contato com VSR +
o Palivizumab: 5 doses mensais de Abril a Agosto:
 < 2 anos com broncodisplasia com necessidade de O2 ou outros
medicamentos
 < 2 anos com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica
 < 1 ano nascidos IG < 28 semanas

Febre sem sinais localizatórios:

 Febre < 7 dias sem sinais


 Avaliar idade, clínica, fatores de risco e temperatura para coleta de exames e
introdução de ATB
 Toxemia: irritabilidade, alteração nível consciência, hipoatividade, hipotonia,
hiper/hipoventilação, hipotensão, taquicardia, má perfusão ou cianose
◦ Independe da idade, internação, colher tudo (HMG, HMC, U1, URC, LCR, RX
tórax, PVR) e iniciar ATB empírico
 ATB empírico: ceftriaxone IM 1x/dia até resultado de culturas
 Conduta na criança com febre sem sinais e sem toxemia:

 Critérios de Rochester:

Baixo risco: ausência de todos os critérios


Alto risco: presença de qualquer critério

 6 meses a 2 anos: avaliar risco:


◦ Bacteremia oculta: vacina pneumocócica (completa = 3 doses)
◦ ITU:
 Meninas brancas < 2 anos
 Meninos não circuncidados
 Meninos < 6 meses
 Ausência de foco de febre
 Temperatura ≥ 39ºC

HMG alterado: leucócitos > 15 000 céls ou < 5000 céls ou neutrófilos totais > 10 000 ou índice
neutrofílico > 20%
Celulite de face:

 Peri-orbitária (pré-septal):
◦ Tecidos ao redor olho
◦ Disseminação hematogênica, por contiguidade (sinusite) ou porta de entrada
◦ Edema e eritema em pálpebras
◦ Agente: Strepto ou Staphylo
◦ Diferenciar com TC
◦ Tto: oxacilina ou cefuroxima 10-14 dias/2-4 semanas
 Orbitária (pós-septal):
◦ Acomete a órbita
◦ Disseminação hematogênica (sinusite)
◦ Edema e eritema conjuntival com presença de sinais de alerta:
 Dor à mobilização ocular
 Alteração de motricidade ocular
 Alteração acuidade visual ou diplopia
 Proptose
 Olho arroxeado
 Complicações:
◦ Abscesso cerebral
◦ Neurite óptica
◦ Trombose de veia da retina
◦ Meningite
◦ Trombose de seio cavernoso

Dengue:

 Febre ≤ 7 dias + ≥ 2 dos seguintes: cefaléia, dor retro-orbitária, mialgia, artralgia,


prostração, exantema, náuseas, vômitos, petéquias ou prova do laço positiva,
leucopenia OU qualquer criança proveniente de área com dengue com quadro febril
agudo (2-7 dias) e sem foco infeccioso aparente
 Em paciente com epidemiologia + nos últimos 15 dias
 Notificar SEMPRE na suspeita
 Fazer prova do laço em todo paciente sem sangramento espontâneo:
◦ Insuflar manguito na PA média por 3 min
◦ Positivo: > 10 petéquias no antebraço em 2,5 cm2
 Exames complementares:
◦ Inespecíficos: HMG completo e transaminases
◦ Específicos: isolamento vírus (até 5º dia) e sorologia (a partir do 6º dia de
doença)
 Grupo A: sem sangramento, sem sinais de alerta e sem comorbidades
◦ Sorologia apenas se período não endêmico
◦ HMG a critério clínico
◦ Exames normais ou não feitos:
 Hidratação VO 60-80 mL/Kg/dia em casa (1/3 SRO e restante líquidos
caseiros)
 Analgésicos e anti-térmicos
 Não usar AAS ou AINEs
 Orientar sinais de alerta
 Reavaliar no 1º dia sem febre
◦ Exames anormais: seguir como grupo B
 Grupo B: com comorbidades ou com sangramento espontâneo ou induzido e sem sinais
de alerta
◦ Comorbidades:
 < 2 anos e > 65 anos
 Gestantes
 HAS ou DCV
 DM
 DPOC
 Doenças hematológicas crônicas
 Doença renal crônica
 Doença ácido-péptica
 Hepatopatias
 Doenças auto-imunes
◦ Sorologia e HMG para TODOS
◦ Hidratação oral enquanto aguarda resultado
◦ Ht aumentado em até 10% normal (38-42%), plaquetopenia ≥ 50 000 e/ou
leucopenia < 1000
 Tratar como grupo A e reavaliação diária
◦ Ht aumentado > 10% basal (> 42%) e/ou plaquetopenia < 50 000
 Leito de observação no PS
 Hidratação supervisionada 100 mL/Kg SRO em 4 hrs ou SF 40 mL/Kg se
vômitos/recusa + reaval clínico e Ht em 4 hrs:
 Melhora: tratar como grupo A com reavaliação diária
 Não melhora: tratar como grupo C
 Grupo C: com sinais de alerta:
◦ Sinais de alerta:
 Dor abdominal intensa e contínua ou dor a palpação do abdome
 Vômitos persistentes
 Hipotensão postural
 Acúmulo de líquidos (ascites, derrames)
 Hepatomegalia > 2 cm
 Hemorragias TGI ou mucosa
 Agitação e/ou letargia
 Aumento progressivo do Ht
◦ Sorologia, HMG, albumina e transaminases para TODOS
◦ Leito de observação
◦ Hidratação EV 20 mL/Kg/hr SF em 2 hrs
◦ Sintomáticos
◦Reaval clínico e do Ht após 2 hrs
 Melhora: hidratação com soro de manutenção
 Melhora: seguir como grupo A com reavaliação diária
 Não melhora: seguir como grupo D
 Grupo D: com sinais de choque ou disfunção orgânica:
◦ Sinais de choque:
 Hipotensão arterial
 PA convergente (PA diferencial < 20 mmHg)
 Pulso rápido e fino
 Extremidades frias
 TEC > 2 seg
◦ Sorologia, HMG, albumina e transaminases para TODOS
◦ Leito observação ou internação UTI
◦ Hidratação EV SF 20 mL/Kg/hr em 20 min até melhora clínica (repetir até 3X)
◦ Sintomáticos
◦ Reaval clínico a cada 20 min e do Ht após 2 hrs
 Melhora: tratar como grupo C
 Não melhora: avaliar hemoconcentração:
 Ht em ascensão ou hipoalbuminemia: albumina EV
 Melhora: tratar como grupo C
 Não melhora: UTI
 Ht em queda: avaliar presença sangramento ou coagulopatia de
consumo:
 Sim: transfusão concentrado hemácias e aval especialista
 Não: hiper-hidratação? Procurar sinais de ICC, iniciar
diuréticos e UTI

Convulsão febril:

 Mais comum de 9 meses a 5 anos


 Pode ser:
◦ Simples: tônico-clônica generalizada, duração < 15 minutos, pós-ictal de
sonolência, ocorre 1 vez em 24 hrs
◦ Complexa: duração > 15 min, crises repetidas em 24 hrs, crise focal ou achados
focais no pós-ictal → maior risco de epilepsia
 NÃO colher exames/EEG/TC crânio
 Orientar os pais da benignidade, mas...
◦ Pode recorrer se febre (medicar logo!!!)
◦ NÃO há necessidade de uso de anticonvulsivante ou seguimento com neuro
 Maior risco de recorrência: < 12 meses, temperatura mais baixa, AF + e crise complexa
 Maior risco de epilepsia: crise complexa ou achados focais pós-ictais, AF +, alteração
DNPM, distúrbio neurológico
 Conduta na crise convulsiva:
◦ Exames: glicemia,
eletrólitos, gasometria, nível sérico de
anticonvulsivantes, considerar
toxicológico
◦ LCR: sinais irritação
meníngea, pós-ictal prolongado ou
alteração mantida de nível consciência,
crises no período neonatal
◦ TC crânio: sinais de HIC,
crises parciais ou com déficits focais,
história de trauma, pós-ictal prolongado

Parada cardiorrespiratória:

 Causas: insuficiência respiratória e sepse  assistolia/AESP


 Inconsciente, arresponsivo, apnéia e
sem pulso central palpável
 Colapso não presenciado em crianças:
iniciar 2 min de RCP antes de chamar
ajuda
 Checar responsividade e ventilação
 Verificar pulso central: 2 J/Kg
◦ < 1 ano: braquial ou femoral
◦ > 1 ano: carotídeo ou femoral
 Compressões torácicas:
◦ 2 dedos, 2 polegares ou região
hipotenar
◦ Deprimir 1/3 diâmetro AP e 4 J/Kg
retorno completo
◦ 100-120 bpm
◦ Se:
 1 socorrista: 15:2
 2 socorristas: 30:2
 Ventilações: 10 ipm (sem sincronia) 4-10 J/Kg
 Checar pulso e ritmo a cada 2 min ou 5 (máx 200J)
ciclos
 Drogas:
◦ Adrenalina a cada 3-5 min
◦ Amiodarona ou lidocaína até 3
doses (se ritmo chocável)
 Causas reversíveis: 6Hs e 5Ts
◦ Hipovolemia
◦ Hipóxia
◦ H + (acidose)
◦ Hipoglicemia
◦ Hipo/hipercalemia
◦ Hipotermia
◦ Toxinas
◦ Tamponamento cardíaco
◦ Tensão tórax
◦ Trombose coronária
◦ Trombose pulmonar
 Pás infantis no desfibrilador:
◦ Hospitalar: < 1 ano ou < 10 Kg
◦ DEA: < 8 anos ou < 30 Kg

Taquicardia na infância:

Taquicardia sinusal:
Taquicardia supraventricular:

Taquicardia ventricular monomórfica:

Taquicardia ventricular polimórfica (Torsades de pointes):


Taquicardia com pulso e perfusão adequada:
Taquicardia com pulso e perfusão inadequada:

 Manobras vagais:
o Gelo na fronte
o Valsalva (soprar por um canudo obstruido)
o Massagem de seio carotídeo (apenas em crianças mais velhas)
o NÃO fazer pressão ocular
 Cardioversão sincronizada: 0,5-1 J/Kg → 2J/Kg
 Adenosina IV/IO: bolus 0,1 mg/Kg → 0,2 mg/Kg
Anafilaxia:

 Minutos a horas após a exposição


◦ Dipirona, penicilina, picadas de insetos, amendoim, frutos do mar
 Início agudo com envolvimento cutâneo-mucoso + ≥ 1 dos seguintes:
◦ Respiratório: dispnéia, sibilos, estridor, hipoxemia
◦ Redução da PA ou sintomas associados a baixa perfusão ( hipotonia, síncope)
◦ GI: dor abdominal, vômitos
 Redução da PA após exposição a alérgeno já conhecido
 Conduta:

TCE leve:

 Glasgow 13-15
 NÃO precisa sempre de TC de crânio
 Se alta orientar observação por 24 hrs e sinais de alerta:
◦ Náuseas e vômitos
◦ Alteração do comportamento
◦ Dor de cabeça persistente
◦ Sonolência excessiva
◦ Convulsão ou déficits focais
◦ Alteração de fala
◦ Saída de sangue do nariz ou dos ouvidos
 Sugere-se a TC crânio em:
◦ < 3 meses
◦ Lesão penetrante
◦ Doença neurológica pré-existente
◦ Distúrbio de coagulação
◦ Politrauma
◦ Suspeita de maus-tratos ou negligência
 Glasgow 13 → TC crânio
 Conduta:

 Considerar TC em: < 3 meses, achados múltiplos, experiência do serviço, piora dos
sintomas após observação e preferência dos pais

CURSO INTENSIVO DE IVAS

Nasofaringite aguda:

 Resfriado comum
 Viral: Rinovírus, Adenovírus
 Febre 24-48h
 Coriza hialina → amarelada → clareia
 Resolução em 5-7 dias, tosse pode durar até 15 dias
 NÃO pedir exames!
 Conduta:
◦ Anti-térmico
◦ Inalação e lavagem nasal com SF
◦ Se evolução clínica diferente da prevista retornar ao PS
◦ Não usar anti-histamínicos
◦ NUNCA usar descongestionantes em < 5 anos

Otite média aguda:

 Pré-escolar, pico 6-12 meses


 S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis
 Após 48 h de um resfriado:
◦ Otalgia, otorréia, febre, irritabilidade
◦ MT hiperemiada e abaulada/opacificada
 Conduta:
◦ ATB: amoxicilina, amoxicilina-clavulanato, axetilcefuroxima ou ceftriaxone IM 1-
3 dias
◦ Duração:
 < 2 anos ou sintomas graves: 10 dias
 2-5 anos: 7 dias
 ≥ 6 anos: 5 dias
 Pode ser feita só a observação do quadro em pacientes de 6 meses-2 anos OMA
unilateral sem otorréia ou em > 2 anos com OMA uni ou bilateral sem otorréia
 Sintomas graves: febre ≥ 39oC nas últimas 48h, toxemia ou otalgia persistente > 48h

Sinusite bacteriana:

 Coriza, obstrução nasal


 Sinal da vela: secreção purulenta retrofaríngea
 Diagnóstico clínico:
◦ Piora dos sintomas após melhora inicial
◦ Persistência dos sintomas > 10-15 dias
◦ Sintomas graves (febre ≥ 39ºC e coriza purulenta) por 3-4 dias desde o início
 NÃO fazer exame de imagem (RX dá alterado mesmo que não seja sinusite, TC ou RNM se
suspeita de complicações ou infecções recorrentes)
 S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis
 Conduta: não usar descongestionantes ou anti-histamínicos
◦ Lavagem nasal
◦ ATB
 Complicações:
◦ Celulite peri-orbitária
◦ Abscesso cerebral, meningite
 Perfil de resistência microbiana aos betalactâmicos: maior risco em crianças que
frequentam creche, uso de ATB recente nos últimos 30 dias e idade < 2 anos
◦ S. pneumoniae: 10-15% (50% resistência intermediária e 50% resistentes)
◦ H. influenzae: 10-42%
◦ M. catarrhalis: 100%
 Mecanismo de resistência bacteriana:
◦ S. pneumoniae: alteração das proteínas ligadoras de penicilina
◦ H. influenzae: produção de betalactamase
◦ M. catarrhalis: produção de betalactamase

Crupe:

 Causa mais comum de obstrução VAS


 O comprometimento laríngeo é o que causa a alteração da fonação com rouquidão e
tosse ladrante
 Rouquidão, tosse ladrante, estridor e desconforto respiratório
◦ Piora com choro
 Etiologia:
◦ Crupe viral (90%)
◦ Traqueíte bacteriana (na PS para cada 40 laringites virais:1 bacteriana)
 IOT difícil:
◦ Cânula 0,5-1 mm menor

Laringite estridulosa:

 Meninos < 3 anos


 História de atopia (associação com hiperreatividade brônquica?)
 Sem pródromo
 Início súbito noturno de estridor, tosse metálica, desconforto respiratório
 Duração minutos com resolução espontânea
 Não tem gravidade
 Pode recorrer

Crupe viral:

 Sexo masculino de 1-6 anos (< 2 a)


 Parainfluenza, Influenza
 Pródromo viral 3 dias
 RX: sinal da torre de igreja
 Tratamento:
◦ Corticóide: dexametasona IM dose única
◦ Inalação com adrenalina: 5 ampolas (não tem efeitos cardiovasculares, após ser
feita avaliar o paciente por 3-4 h no PS para ver se não vai piorar, fazer apenas se
quadro grave com tiragem esternal e agitação/letargia)
◦ O2 se necessário
 Resolve em 15 dias

Traqueíte bacteriana:

 < 3 anos
 S. aureus, hemófilos tipo b, estreptococos, Moraxella
 Toxemia com encontro de secreção purulenta à laringoscopia
 Sem resposta ao tratamento da crupe (não adianta fazer corticóide e inalação com
adrenalina)
 Tratamento:
◦ IOT imediata
◦ Monitorização e UTI
◦ ATB
 Mortalidade 18-40%
Epiglotite:

 Sexo masculino de 2-7 anos


 Rdução importante da incidência com a vacinação para H. influenzae tipo b
 Hemófilos tipo b, S. pyogenes, S. aureus
 Celulite da epiglote: 4 Ds (disfagia, disfonia, dispnéia e drooling –> salivação)
 Posição tripóide (braços apoiados para frente com boca aberta e pescoço estendido)
 Toxemia
 Rx epiglote em dedo de luva
 Tratamento:
◦ IOT
◦ Monitorização e UTI
◦ ATB
NEONATOLOGIA

Reanimação neonatal:

 RN com ou sem mecônio:

 Cada etapa deve ser reavaliada após 30 segundos, exceto quando chega na fase da
massagem cardíaca, devendo-se esperar pelo menos 60 segundos antes de reavaliar
(tempo que demora para atingir uma pressão coronariana adequada)
 Se RN com mecônio sem melhora após VPP inicial em ar ambiente considerar IOT e
aspiração sob visualização direta apenas 1 vez
 VPP: balão auto-inflável ou tubo T (ventilador mecânico manual em T) se IG < 34 sem
o “Aperta, solta, solta” (40-60 mpm) com ar ambiente
o Máscara facial cobrindo a ponta do queixo, boca e nariz
 Avaliar necessidade de O2 de acordo com a SatO2 esperada, de preferência iniciar com
blender (aumentos de 20% de FiO2): reavaliar SatO2 apenas após 30 seg, tempo que
demora para ventilar igualmente todo o pulmão

o Se IG < 34 sem: iniciar com O2 a 30%


 IOT:
o Massagem cardíaca
o VPP prolongada ou não efetiva
o Suspeita de hérnia diafragmática
 Massagem cardíaca:
o 2 polegares, 3 compressões : 1 ventilação (90 mpm)
o Terço inferior esterno com os 2 polegares sobrepostos, comprimindo 1/3 do
diâmetro AP do tórax (polegares justapostos aumentam risco de lesão hepática e
pulmonar)
o Exceção: bradicardia por cardiopatia congênita: fazer 15:2
o Durante massagem cardíaca considerar manter O2 a 100%
 Medicação:
o Por catéter umbilical venoso
o APENAS adrenalina
o Fazer flush de SF (0,5-1 mL) após infusão EV
o Repetir EV a cada 3-5 min
o 1ª dose de adrenalina pode ser ET, com 1 ventilação após
o Expansor volume (SF) se hipovolemia: 10 mL/Kg
 Cessar reanimação após 10 min assistolia
 PN < 1500g: envolver em saco de plástico antes de secar, secar cabeça e colocar touca

Hipoglicemia neonatal:

 Dextro < 40 mg/dL


 Mecanismos:
◦ Hiperinsulinismo: asfixia perinatal, GIG, macrossômico, FM DM, pós-
exsanguineotransfusão
 DX 1, 3, 6, 12, 24 e 48 horas de vida
◦ Baixa reserva glicogênio: RNPT, CIUR, baixo peso ao nascer
 DX 3, 6, 12 e 24 horas de vida
 Sintomas: irritabilidade, cianose, hipotonia, apnéia, tremores, má sucção, taquipnéia,
convulsões
 Conduta na hipoglicemia:
◦ RN assintomático com fator de risco:
 Alimentar na 1ª HV e a cada 2-3 hrs com DX pré-mamadas
 Se DX < 40 alimentar
 Push glicose apenas se:
 0-4 HV: DX < 25 mg/dL
 4-24 HV: DX < 35 mg/dL
◦ RN sintomático:
 Colher glicemia
 Push glicose SG 10% 2 mL/Kg EV
 Instalar VIG
 DX 1 hora após soro:
 Objetivo: 40-50 mg/dL
 Se OK: DX a cada 4-6hrs e reduzir VIG após 12 hrs
 Se ruim: aumentar VIG e considerar hidrocortisona, octreotide ou
diazóxido EV
Testes de triagem neonatal

 Teste do pezinho: triagem neonatal sanguínea: atualmente avalia na rede pública as 5


doenças:
o Fenilcetonúria: dosa fenilalanina, que se acumula na ausência da enzima
fenilalanina hidroxilase. O acúmulo da fenilalanina leva a retardo mental,
espasticidade, eczema. Só pode ser feito após 2-7 dias de alimentação oral,
senão há falso negativo, pois não houve substrato para a produção de
fenilalanina. Tto dietético (restrição de fenilalanina) resolve a doença
o Hipotireoidismo congênito: dosa TSH e T4, em geral é assintomático até o 3º mês
de vida (depois: constipação, hipotonia, icterícia prolongada) e leva ao retardo
mental se não tratado precocemente. Não é confiável quando feito em RN MBP,
deve ser repetido. Tto com levotiroxina
o Hemoglobinopatias: dosa as hemoglobinas em busca de HbS para o diagnóstico
precoce de anemia falciforme. Deve ser repetido quando o teste é feito em RNPT
devido ao excesso de HbF
o Fibrose cística: dosa IRT – tripsina imunorreativa, muito falso-positivo
o Hiperplasia adrenal congênita: dosa a 17-OH-progesterona, que se acumula na
deficiência da 21-hidroxilase (causa mais comum e que leva a síndrome com a
forma perdedora de sal, forma mais grave de manifestação que pode levar ao
óbito no período neonatal se não tratada)
o Deficiência de biotinidase: dosa biotina, a deficiência de biotinidase impede o
adequado aproveitamento da biotina presente nos alimentos e necessária para o
funcionamento de diversas carboxilases mitocondriais, levando a
descompensação metabólica e retardo mental. Tto reposição de biotina
 Teste do olhinho: reflexo vermelho: negativo se catarata, glaucoma, retinocoroidite ou
retinoblastoma, encaminhar ao oftalmologista. Deve ser repetido em toda consulta de
puericultura até os 2 anos
 Teste da orelhinha: triagem auditiva neonatal: EOA se ausência de fator de risco, BERA
se fator de risco, se falha EOA ou BERA
 Teste do coraçãozinho: teste da oximetria de pulso, busca cardiopatias congênitas
dependentes de canal. Feito com a SatO2 de MSD e MI, anormal se SatO2 < 95% ou
diferença > 3%. Se anormal repetir em 1 hora e se mantiver alterado solicitar
ecocardiograma com urgência
 Teste da linguinha: teste do frênulo lingual: busca anquiloglossia: dificulta a mamada e o
desenvolvimento oral. Discutível a realização da frenotomia

Desconforto respiratório do RN:

 Síndrome do desconforto respiratório (SDR) ou doença da membrana hialina (DMH):


o Deficiência de surfactante
o RNPT, FM com DM
o Desconforto respiratório imediatamente ao nascer
o RX: infiltrado reticulogranular bilateral, broncograma aéreo
o Tto: ventilação e surfactante
o INSURE: Intubate, SURfactant, Extubate to CPAP
 Pneumonia neonatal:
o Causada por infecção intra-útero por Streptococcus grupo B
o FM com SGB +
o Desconforto respiratório + sinais sistêmicos (febre ou hipotermia, letargia,
apnéia, má aceitação alimentar)
o RX: consolidação bilateral com broncograma
o Tto: peni cristalina + amicacina por 14 dias
 Síndrome de aspiração meconial (SAM):
o RNT ou RN pós-termo
o Sofrimento fetal
o RN tingido por mecônio
o Desconforto respiratório com estertores grossos
o RX: alternância de áreas de atelectasia com hiperinsuflação, PTX
o Tto: suporte com O2, surfactante?
 Taquipnéia transitória do RN (TTRN):
o Atraso no clareamento de líquido pulmonar
o RNT ou RNPT
o Cesárea
o Taquipnéia e desconforto imediatamente ao nascer
o RX: cissurite, infiltrado intersticial, hiperinsuflação
o Melhora em 2-5 dias
o Tto com O2

Icterícia neonatal:

 Precoce (< 24 horas de vida):


o Doença hemolítica:
 IMF ABO ou Rh
 Deficiência G6PD
 Esferocitose hereditária
o Colher BTF, TS mãe e RN, CD, CI, eluato, Hb/Ht, reticulócitos, G6PD e DHL
o Colher BI a cada 6-12 hrs
o Fototerapia independente do nível BI por 24 hrs
o Se falhar: imunoglobulina EV ou exsanguineotransfusão (Hc mãe e plasma RN)
 Tardia (após 24 horas de vida):
o Icterícia fisiológica:
 RNT: pico 3-5 dias e dura 10 dias
 RNPT: pico 4-6 dias e dura 14 dias
o Alta com 60 hrs se BT < 14
o Fatores aumentam toxicidade Bb:
 Prematuridade e MBP
 Hipóxia persistente
 Sepse
 Hipoalbuminemia
 Aumento BT > 1 mg/dL/hr
o Fototerapia com > 48 hrs se BI > 14

Sífilis congênita:

 Sífilis congênita precoce (< 2 anos):


o Anemia, plaquetopenia
o Lesões palmo-plantares
o Fissuras radiadas periorificiais
o Condilomas planos anogenitais
o Periostite, pericondrite
o Hepatoesplenomegalia
o Rinite sanguinolenta
 Sífilis congênita tardia (> 2 anos):
o Fronte olímpica
o Tríade de Hutchinson:
 Dentes de Hutchinson
 Ceratite intersticial
 Lesão VIII par
o Nariz em sela
o Tíbia em lâmina de sabre
o Surdez
o Retardo mental
 Notificar SEMPRE (gestante e RN)
 Tratamento materno ADEQUADO:
o Tratamento conforme a fase clínica da sífilis
o Término do tto, pelo menos, 1 mês antes do parto
o Controle cura mensal VDRL com queda (2 diluições em 3 meses ou 4 em 6
meses)
o Tratamento materno documentado
o Avaliação do risco de re-infecção
 Todas as outras variações: mãe INADEQUADAMENTE tratada
 Conduta:
o LCR alterado: VDRL + e..
 RN: > 25 leuco, prot > 150
 > 28d: leuco ≥ 5, prot ≥ 40
o Tratamento RN:
 Assintomático + exames normais: benzatina dose única + seguimento
 Sintomático e/ou exames alterados:
 LCR normal: peni cristalina ou procaína 10 dias
 LCR alterado: peni cristalina 10 dias
HIV:

 NOTIFICAR mãe e RN
 Durante a gestação:
◦ TARV terapêutica: manter uso TARV tríplice mas substituir efavirenz, didanosina
e estavudina, sempre deve ter AZT
◦ TARV profilática: de preferência: tenofovir + lamivudina + raltegravir
 Via de parto:
◦ Cesárea: CV ≥ 1000 cópias/mL OU desconhecida OU mãe que não fez uso de
TARV durante a gestação e parto
◦ Vaginal: apenas se IG ≥ 34 sem com CV < 1000 cópias/mL e que fez
quimioprofilaxia na gestação e durante o parto
 Quimioprofilaxia no parto:
◦ AZT EV: ataque e manutenção
◦ Iniciar no trabalho de parto ou 3 hrs antes da cesárea
 NÃO amamentar!!!
◦ Enfaixamento mamas por 10 dias
◦ Cabergolina 1 mg VO dose única
◦ FLT fornecida pelo MS
 Quimioprofilaxia ao nascer:
◦ Aspiração delicada VAS
◦ Lavar RN água morna com sabão
◦ AZT VO nas primeiras 8 HV por 6 semanas
◦ Se mãe não fez quimioprofilaxia associar nevirapina ao AZT (exceto IG < 35 sem e
PN < 1500g)
 Seguimento RN:
◦ Controle HMG, TGO, TGP, GGT, FA e sorologias ao nascer e após 6 semanas de
uso de AZT
◦ Suspender AZT após 4 semanas e introduzir SMZ/TMP até 12 meses ou diag
 Vacinação:
◦ BCG: ao nascer SEMPRE
◦ Hepatite B: 4 doses (0, 1, 6 e 12 meses)
◦ Hib: 4 doses (2, 4, 6 e 12 meses)
◦ Preferir VIP e DTPa
◦ SCR, febre amarela e varicela: apenas se sem imunossupressão
 Diagnóstico da infecção pelo HIV na criança:

CURSO RÁPIDO DE PNEUMONIAS

Pneumonia comunitária:

 Principal causa de mortalidade em < 5 anos (20%)


 Agentes etiológicos:
◦ Vírus (47%): VSR, Influenza, Parainfluenza
◦ Streptococcus pneumoniae
◦ Haemophilus influenzae
◦ Mycoplasma pneumoniae
 Tosse, febre, taquipnéia (principal indicador de diagnóstico), tiragens
 RX: opacidade. RX não é obrigatório em um primeiro momento se criança bem. Na
ausência de melhora clínica sempre fazer para descartar complicações
 HMG, PCR, HMC, PVR se internação
 Tratamento:
◦ Ambulatorial: se bem, não complicada
 Amoxicilina 10 dias
 Sem melhora: amoxicilina-clavulanato ou axetilcefuroxima
◦ Internação: se grave (tiragens, hipoxemia – SatO2 < 92%, sepse, pneumonia
extensa), complicações, dificuldade de ingestão medicamento ou família ruim
 < 2 meses: ampicilina + amicacina ou cefotaxima
 >2 meses: penicilina cristalina ou ampicilina
 Grave: ceftriaxone + oxacilina

Pneumonia atípica:

 Neonatal (por Chlamydia trachomatis, história de parto vaginal, conjuntivite que evolui
com desconforto respiratório) ou > 5 anos (adolescentes)
 Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae
 Afebril ou febre baixa, quadro arrastado
 Sibilância, tiragens
 RX: opacidades lobares ou lineares
 Pode complicar e co-infectar (em quadros complicados se idade e quadro sugestivo
associar macrolídeos)
 Sorologia (muito falso-positivo) ou PCR
 Tratamento: macrolídeos
◦ Azitromicina 5 dias
◦ Claritromicina 10 dias

Pneumonia complicada:

 Aumento do número de casos (decorrente da vacinação populacional com a


Pneumo10V – os sorotipos 3 e 19A estão contidos apenas na Pneumo13V)
◦ Sorotipos 1, 3, 5 e 19A do pneumococo
 Pensar se:
◦ Ausência de melhora clínica 48-72h do início do ATB
◦ Deterioração clínica
 Quanto mais precoce a introdução de ATB menor a chance de evoluir para derrame ou
empiema, a evolução para PNM necrotizante não parece ter relação com a introdução
precoce do ATB
 Repetir RX tórax (evitar pedir TC de tórax logo de início, pode precisar com a evolução)
 Tipos:
◦ Derrame/empiema pleural
◦ Pneumonia necrotizante
◦ Abscesso pulmonar

Pneumonia com derrame pleural:

 40% das crianças hospitalizadas por pneumonia


 RX tórax: obliteração do seio costofrênico e sinal do menisco
 Derrame parapneumônico: exsudato. Não há necessidade de toracocentese diagnóstica
pois um derrame associado com pneumonia sempre será exsudato
 Empiema pleural:
◦ Pus
◦ pH < 7,1, DHL > 1000 U/L e glicose < 40 mg/dL
◦ Cultura ou identificação agente etiológico +
 Conduta: hospitalizar e ATB EV até afebril ou retirada do dreno
◦ Derrame pequeno (derrame pequeno < 10 mm DL e < ¼ do HTX velado) +
paciente bem: não drenar
◦ Drenagem pleural:
 Derrame > 10 mm DL ou > ½ HTX
 Empiema
 Piora clínica após 48-72h início do tratamento
◦ Fibrinólise: uroquinase, estreptoquinase, alteplase. Fibrinólise se derrame
complicado que não para de drenar ou loculações. Não há superioridade de um
tipo sobre o outro, preferir uroquinase pois é a mais estudada. Estreptoquinase
tem mais reação alérgica e febre
◦ Toracoscopia/cirurgia: evitar, só se falha clínica ou complicações graves
 Falha clínica ou sepse persistente apesar das medidas acima
 Empiema com patologia pulmonar de base
 Fístula broncopleural
 Piopneumotórax
 Reavaliar em 4-6 semanas da alta com RX (bom prognóstico)
◦ Resolução completa em 3-6 meses

Pneumonia necrotizante:

 PNM que evolui após 2-8 dias com cavidades hiperluscentes (necrose)
 Febre prolongada, dispnéia, sepse
 Imunocompetentes
 A demora para introdução do ATB não parece se associar com a evolução para PNM
necrotizante, depende mais da resposta do hospedeiro
 RX tórax com consolidação extensa e cavidades hiperluscentes
 RX com abaulamento do lobo
 ATB amplo espectro por 21-28 dias
◦ Oxacilina e ceftriaxone
◦ Claritromicina
◦ Vancomicina e meropenem
 Abordagem cirúrgica excepcional
 Complicação: fístula broncopleural (10-25%)
 Resolução do RX e exame físico em 6 meses

Síndrome de Löeffler:

 Decorre do ciclo pulmonar do parasita


 Reação de hipersensibilidade
 Tosse seca, sibilância, febre
 Eosinofilia periférica (> 10% ou >1500céls/mm3)
 RX tórax com infiltrados migratórios
 Parasitoses:
◦ Ancilostomíase: Ancylostoma duodenale, Necator americanus
◦ Ascaridíase: Ascaris lumbricoides
◦ Estrongiloidíase: Strongyloides stercolaris
◦ Esquistossomose: Schistosoma mansoni
◦ Toxocaríase: Toxocara canis, Toxcara catis
◦ Outros parasitas: fasciolíase, trichinelose, equinococose, paragonimíase
 Diferencial: ABPA (asma, FC)

APOSTAS

Neoplasias na infância:

 Mais comuns: leucemias (LLA > LMA)


◦ Sd Down: maior risco
 LMA M7: bom prognóstico
 LLA: pior prognóstico
 Sólidos mais comuns: Tumores de SNC
◦ Mais em fossa posterior
◦ Maligno: mmeduloblastoma
◦ Benigno: astrocitoma pilocítico juvenil
 Outros mais comuns:
◦ Sólido extracraniano: neuroblastoma
◦ Abdominal: tumor de Wilms
◦ Ósseo: osteossarcoma

Síndrome de lise tumoral:

 Liberação intensa de conteúdo intracelular espontânea ou pós-QT


◦ Hiperuricemia, HiperK, HiperP e HipoCa: IRA, arritmias, convulsões, falência de
múltiplos órgãos
 Risco maior:
◦ Grandes massas tumorais
◦ Alta taxa proliferação tumoral
◦ Alta sensibilidade a QT
◦ Comorbidades do paciente
 Conduta:
◦ Prevenir IRA: manter boa diurese, pode ser necessário hemodiálise precoce
 Hiper-hidratação
 Furosemida SN
 NÃO alcalinizar a urina (aumenta solubilidade do ácido úrico mas reduz a do
fosfato de cálcio, que precipita)
◦ Prevenir arritmias:
 Limitar ingesta de K e P
 Tratar a hiperK
◦ Lise tumoral:
 Alopurinol (inibe a xantina oxidase, reduzindo a formação de ácido úrico a
partir da xantina, mas não remove o ácido úrico já formado) X Rasburicase
(aumenta a metabolização de ácido úrico em alantoina, mais facilmente
excretável)
 Coleta seriada de exames controle
 Monitorização cardíaca

Neutropenia febril:

 Neutrófilos < 1000 (grave se < 500)


 Nadir QT: após 5-10 dias
 Risco: CVC, mucosite, QT agressiva (profundidade do nadir)
 Único sintoma: FEBRE
 Bacilos gram – entéricos
 Colher HMG, HMC, Urina I, URC (sempre por saco coletor)
 RX tórax APENAS se sintomas
 Se CVC: HMC de todos os lúmens
 Tratamento: cefepime IV
◦ Cobertura gram +: infecção CVC, sepse grave: usar vancomicina
◦ Antifúngico: LMA, leucemia recidivada, QT potente, receptor de TMO com febre
persistente: usar anfotericina B lipossomal
 Suspensão ATB: afebril por 24 hrs e culturas negativas em 48 hrs

Síndrome nefrítica:

 Início abrupto:
◦ Hematúria macro ou microscópica
◦ HAS
◦ Edema
◦ Com ou sem oligúria: pode levar a insuficiência renal
◦ Graus variados de proteinúria
 Pode ser assintomática apenas com hematúria
 Urina I: hematúria com dismorfismo eritrocitário, proteinúria
 Eletrólitos: ↑ Ur e Cr, hipoNa, hiperK, acidose metabólica
 Tratamento suporte:
◦ Restrição hídrica e de sódio
◦ Furosemida IV se necessário
◦ Anti-hipertensivo IV se emergência hipertensiva
Glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE):

 Sequela tardia não-supurativa da infecção por estrepto B-hemolítico do grupo A cepa


nefritogênica
◦ Impetigo: após 3-6 semanas – anti-DNAse B ou anti-hialuronidase
◦ Faringite: após 1-2 semana – ASLO +
 Escolares, 2♂:1♀
 Deposição de complexos Ag-Ac nos glomérulos: ↓ C3 e CH50
 Autolimitada e benigna:
◦ Edema e HAS em 1 semana
◦ C3 em 12 semanas
◦ Proteinúria não-nefrótica em 6 meses
◦ Hematúria microscópica em 2-4 anos
 Biópsia quando foge da evolução normal
 Não previnível
 Penicilina benzatina IM dose única: apenas para erradicar a cepa nefritogênica

Síndrome nefrótica:

 Idiopática: 1-6 anos, 3♂: 2♀ - doença de lesão mínima


 Secundária: DM, LES, VHC/B, HIV – GESF
 Cursa com:
◦ Proteinúria nefrótica > 50 mg/Kg/dia
◦ Hipoproteinemia
◦ Hipoalbuminemia (< 2,5 g/dL)
◦ Hiperlipidemia (CT > 200 mg/dL)
◦ Edema
 Tratamento:
◦ Dieta hipossódica e restrição hídrica
◦ Corticóide
 Cortico-dependente: recidiva (proteinúria) com o desmame de corticóide
 Cortico-resistente: não atinge remissão apenas com o uso de corticóide
◦ Ciclofosfamida ou ciclosporina
◦ Albumina
 Oligoanúria (< 1 mL/Kg/hora)
 Anasarca ou derrames cavitários grandes
 Edema escrotal
 Aumento Ht > 40%
 Vacinação pneumo e varicela
 Tromboses, infecções (PBE)

Fibrose cística:

 Autossômica recessiva (gene CFTR)


 Teste pezinho: dosa IRT (falso +): repetir, se novamente alterado fazer teste do suor
 Diagnóstico: teste do cloro no suor
 Suor salgado e secreções espessas
 Amplo espectro de manifestações
 Seguimento:
◦ Expectativa vida 37 anos
◦ Influenza anual
◦ PFP semestral
◦ Bacteriologia de escarro a cada consulta
◦ Sempre avaliar aderência ao tratamento
◦ O2 domiciliar ou transplante pulmonar
 Má absorção intestinal:
◦ Íleo meconial (1ª manifestação)
◦ Failure to thrive:
 Dieta hipercalórica, hiperproteica e hiperlipídica
 Gastrostomia para alimentação noturna
◦ Deficiência vitaminas lipossolúveis (ADEK): repor
◦ Insuficiência pancreática exócrina
 Lipase+protease+amilase pré-refeições
 Cálculo pela quantidade de gordura nas fezes
◦ DM tipo 1: pode ocorrer a longo prazo
 Doença pulmonar obstrutiva crônica:
◦ RX: hiperinsuflação e bronquiectasias
◦ Inalação hipertônica (NaCl 7% com BD pré)
◦ Fisioterapia respiratória
◦ Desoxirribonuclease inalatória (DNAse)
◦ Azitromicina VO 3x/semana
◦ Colonização: S. aureus→P. aeruginosa→ B. cepacia
◦ Evitar contato com outras colonizações: NÃO dividir o quarto ou banheiro
◦ ATB inalatório (gentamicina ou tobramicina)
◦ Exacerbações: piora tosse e desconforto
 HMG, HMC, cultura escarro, RX tórax (nem sempre altera)
 Internação se necessidade de O2
 ATB de acordo com perfil de colonização
 S. aureus: oxacilina ou vancomicina
 P. aeruginosa: amicacina + ceftazidima EV
 Prescrição internação:
◦ Dieta hiperproteica, hipercalórica e hiperlipídica
◦ Lipase+amilase+protease pré-refeições
◦ Polivitamínico VO 1xdia
◦ ATB IV para exacerbação atual
◦ Azitromicina VO 3x/semana
◦ NaCl 7% inalatório 3x/dia
◦ Salbutamol VI pré inalação NaCl 7%
◦ Desoxirribonuclease inalatória (dornase alfa) 1x/dia
◦ Catéter de O2 nasal
◦ Fisioterapia respiratória

Anemia falciforme:

 Autossômica recessiva
 Fenótipo SS, em geral HbS > 95%
◦ Diag precoce pelo teste do pezinho
 Fenômenos vaso-oclusivos:
◦ Dor: dactilite, crise álgica, dor abdominal sequestro esplênico, priapismo
◦ Lesão órgãos: asplenia funcional, infecções, síndrome torácica aguda, AVC,
insuficiência renal, hipertensão pulmonar
 Anemia normo/normo, VCM normal e reticulocitose
 Acompanhamento:
◦ Penicilina VO 1x/dia até os 5 anos (manter nos > 5 anos esplenectomizados)
◦ Vacinação:
 Hepatite A, varicela e influenza
 Pneumo 23V (> 2 anos)
 Dactilite:
◦ 1ª manifestação criança
◦ 40% até 2 anos
◦ Edema, eritema e dor em mãos e pés
◦ Analgesia e hidratação
 Crise álgica:
◦ Comum em jovens
◦ Infecção, estresse, desidratação, frio
◦ Ossos longos, articulações e coluna
◦ Dor abdominal: diagnóstico diferencial de apendicite
◦ Queda Hb e reticulocitose
◦ Hidratação
◦ Analgesia potente: analgésicos + AINEs VO → opióide VO → opióide EV
◦ Hidroxiuréia: eleva Hb fetal
 Infecções:
◦ Febre: procurar médico
◦ S. pneumoniae
◦ Colher HMG, HMC, U1, URC, PCR, RX tórax, LCR (se preciso)
◦ Internação:
 Toxemia
 Suspeita de sepse ou meningite
 Associação com outras complicações agudas
 Idade < 1 ano
 Temperatura ≥ 39,9oC
 Condensação no RX tórax
 Leucocitose > 30 mil ou leucopenia < 5 mil
 Dificuldade de retorno ao serviço
◦ ATB:
 Ambulatorial:
 > 5a: amoxicilina ± clavulanato
 < 5a: ceftrianoxe IM 24 hrs
 Hospitalar:
 Peni crista X ceftriaxone (se toxemia, instabilidade, infecção SNC)
 Síndrome torácica aguda:
◦ Principal causa óbito
◦ Infiltrado pulmonar novo +: febre, taquipnéia, dispnéia, hipóxia ou dor torácica
◦ Infecções (mais comum), infarto ou embolia medula óssea
◦ Internação:
 O2 se SatO2 < 90%
 Cefalosporina + macrolídeo EV até afebril
 Hidratação VO ou EV
 Analgesia + fisio respiratória
 Teste terapêutico com BD
 Transfusão se hipoxemia persistente
 Sequestro esplênico:
◦ Queda súbita do Hb e aumento do baço
◦ Choque hipovolêmico
◦ Monitorizar + acesso IV
◦ Transfusão de CH
◦ Auto-transfusão: aumento Hb 2-3 g/dL após recuperação
◦ Recorrência 50%
◦ Esplenectomia:
 Vacinação encapsulados 15 dias antes
 Peni VO até 2 anos após
 AVC:
◦ Pico 2-7 anos
◦ Isquêmico em crianças
◦ Hemiparesia, déficits visuais, afasia, convulsão etc
◦ TC crânio (hemorragia) X RNM (para ver isquemia: mais precoce)
◦ Suporte + transfusão CH
◦ Prevenção:
 Primária: doppler transcraniano anual/3-6 m
 Secundária: transfusões CH recorrentes (HbS < 30%)

Síndrome hemolítico-urêmica:

 < 5 anos
 E. coli produtora de toxina shiga-like (O157:H7) - ocorre em 10-15% dos pacientes
infectados por essa bactéria, surto ocorre por água e comida contaminada
 Diarréia com sangue 2-12 dias antes
 Tríade clínica: microangiopatia trombótica
◦ Anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos, aumento de Bb indireta e
reticulocitose)
◦ Trombocitopenia
◦ Lesão orgânica (renal: hematúria, oligúria, proteinúria, edema, HAS)
 Conduta:
◦ Isolamento contato
◦ Hidratação IV
◦ Tto suporte renal (pode precisar diálise) e de HAS
 Não usar antibiótico, antiagregante, corticóide e plasma
 Prognóstico bom: normaliza função renal em até 5 anos e tem mortalidade < 5%, uma
parte pode progredir para DRC

Púrpura de Henoch-Schönlein:

 Vasculite mais comum da infância, acomete < 10 anos, pico 6 anos


 Desencadeantes: IVAS, infecção bacteriana, medicação
 Deposição imunocomplexos IgA pequenos vasos
 Diagnóstico: ≥ 2 abaixo:
◦ Idade < 20 anos
◦ Púrpura palpável sem plaquetopenia (rash ocorre em surtos com fase ativa de 3-
12 semanas)
◦ Dor abdominal difusa que piora as refeições e com sangramento nas fezes
◦ Biópsia de pele com granulócitos em paredes de arteríolas e vênulas (vasculite
leucocitoclástica)
 Artrite migratória mais de joelhos e tornozelos – dor a deambulação
 Sequela: doença renal: hematúria, proteinúria
◦ Remissão espontânea / DRT 2%
 Tratamento de suporte:
◦ Repouso com elevação de MMII
◦ AINEs
◦ Corticóide VO se sintomas graves (abdominal, articulares ou renais)
 Resolve espontaneamente (95%) em 1-2 meses
 Recidiva em 1/3 em 6 meses
 Seguimento com exames de urina periódicos

Doença de Kawasaki:

 Etiologia desconhecida
 Meninos < 5 anos
 Diagnóstico clínico: febre ≥ 5 dias + ≥ 4 achados abaixo:
◦ Alteração de extremidades: eritema, edema, descamação periungueal
◦ Exantema polimorfo (NUNCA vesicular) tronco e membros
◦ Hiperemia conjuntival bilateral sem exsudato (conjuntivite)
◦ Alterações de boca: eritema, lábios rachados, língua em framboesa
◦ Linfadenopatia cervical unilateral
 Laboratório: pedir HMG, PCR, U1, TGO, TGP, BTF
◦ Plaquetas > 500 000 (normaliza 4-8 sem)
◦ Elevação de PCR e VHS (normaliza 6-10 sem)
◦ Piúria estéril leve a moderada
 SEMPRE fazer ecocardiograma: aneurisma coronariano, resolve em 1-2 anos em geral
 Tratamento:
◦ Aspirina em altas doses até afebril 2-3 dias e depois dose de manutenção até 6-8
semanas (se ausência de aneurisma)
◦ Imunoglobulina EV dose única
 Se não responder repetir a dose de imunoglobulina
 Se não responder mesmo assim, considerar corticóide 1-3 dias
 Se aneurismas: uso eterno de:
◦ Estável: AAS  vacinar contra varicela e influeza
◦ Expansão rápida: AAS + heparina
◦ Gigante: AAS + warfarina
◦ Trombose coronariana aguda: AAS + warfarina ou HBPM + estreptoquinase
 Seguimento: com ecocardiograma:
◦ Sem aneurisma: ao diagnóstico, em 2 semanas e em 6-8 semanas
◦ Com aneurisma: frequentes para avaliar progressão

Sarampo:

 Paramyxovirus
 Sazonal: final do inverno e início da primavera em climas temperados e após a estação
chuvosa em climas tropicais
 PI: 8-12 dias
 Contágio: 2 dias antes do pródromo até 4 dias após início exantema – transmissão
respiratória por gotículas
 Pródromo: 3-4 dias com febre, tosse, cefaléia, mal-estar e prostração
 Pico febre com exantema (2º-3º dia), se resolve em 24 hrs em lise
 Facies sarampenta: tosse e coriza abundante, olhos hiperemiados e com
lacrimejamento, enantema (hipermeia de mucosa oral)
 Manchas de Koplik: manchas branco-azuladas de 1 mm na região oposta dos molares,
aparece 1-2 dias nates do exantema e desaparece 2-3 dias após
 Exantema maculopapular morbiliforme: início atras do pavilhão auricular e se dissemina
craniocaudal até o 30 dia e depois começa a desaparecer craniocaudal deixando
manchas acastanhadas
 Complicações:
◦ Viral: pneumonite, encefalite
◦ Bacteriana: OMA
 Tipos especiais:
◦ Atípico: em vacinados
 Febre alta, grave, pneumonite
◦ Modificado: Ac maternos ou gamaglob.
 PI > 3 sem, leve, raro manchas de Koplik
 Diagnóstico:
◦ IgM a partir 6º dia exantema
◦ IgG ao diagnóstico e 2-3 semanas após
 Notificação compulsória
 Prevenção: SCR
 Contactantes:
◦ Vacina: até 72 hrs contágio
◦ Imunoglobulina: até 6 dias contágio
 Recrudescimento no Brasil: declínio da incidência desde a década de 80, surto em 1997.
Desde 2000 só casos importados ou relacionados a eles. Surto no Nordeste com último caso no
Ceará em Junho/2015. Surto atual relacionado a imigração de venezuelanos e a baixa
cobertura vacinal brasileira com maior incidência no Norte do Brasil, principalmente em
Roraima e no Amazonas. Grande maioria dos casos com genótipo D8 (em circulação na
Venezuela)

Parotidite epidêmica (caxumba):

 Vírus RNA família Paramyxoviridae


 Antes: 5-9 anos → Hoje: adolescentes e adultos jovens de 18-24 anos (redução da
incidência devido a vacinação com SCR em 2 doses)
 PI: 16-18 dias
 Contágio: gotículas 1-2 antes até 5 dias após edema parotídeo (isolamento respiratório)
 Pródromo febre → parotidite uni ou bilateral (70%) – apagamento do ângulo
mandibular e deslocamento do lóbulo da orelha ipsilateral para cima e para fora
 Pico edema parotídeo de 3 dias e melhora em 7 dias, febre dura 3-5 dias
 Amilase sérica elevada, linfocitose
 Sorologia ou PCR para vírus
 Complicações: meningoencefalite e orquite (30-40% pós-puberdade)
 Tratamento: analgésicos

Coqueluche:

 Aumento da incidência em:


◦ < 6 meses: não receberam 3 doses DTP
◦ Adolescentes e adultos: perda TOTAL da imunidade após 12 anos principal
fonte
 Causada pela Bordetella pertussis
 Notificar
 Tosse dos 100 dias
 Fases clínicas:
◦ Catarral (1-2 sem): rinorréia, congestão nasal, lacrimejamento, febre baixa
◦ Paroxística (2-6 sem): tosse paroxística aterrorizadora com guincho, vômitos e
exaustão pós-tosse. SEM febre
◦ Convalescença (> 2 sem): melhora da tosse
 Suspeitar se: tosse ≥ 14 dias com pelo menos 1 sintoma associado:
◦ Paroxismo da tosse
◦ Guincho inspiratório
◦ Êmese pós-tosse
 Exame físico: normal entre crises
 Leucocitose com linfocitose
 RX tórax: infiltrado peri-hilar (“coração felpudo”)
 Isolamento da B. pertussis em cultura ou PCR no material de swab nasofaringe
 Internação em < 6 meses e se crise grave (cianose!!!)
 Tto: macrolídeos:
◦ Azitromicina por 5 dias (preferido < 1 mês)
◦ Claritomicina por 7 dias
◦ Eritromicina por 14 dias
◦ SMZ/TMP por 14 dias (apenas em > 2 meses)
 Alta após 48 hrs sem alteração gravidade e sem crise grave
 Profilaxia de TODOS os contatos íntimos (domicílio, creche ou escola)
 Isolamento de gotículas por 5 dias

Escarlatina:

 Causada pela exotoxina do Streptococcus pyogenes após faringite ou impetigo


 Crianças 3-8 anos
 Clínica:
◦ Início agudo com febre alta e mal-estar
◦ Exantema escarlatiniforme micropapular (lixa) craniocaudal poupando palmas e
plantas
◦ Língua em framboesa
◦ Sinal de Filatov: palidez perioral
◦ Linhas de Pastia: eritema em dobras
◦ Descamação furfurácea em tronco e laminar em dedos após 5 dias
 Diagnóstico clínico, reforçado por:
◦ Strep test + ou
◦ ASLO +
 Tratamento:
◦ Penicilina benzatina IM dose única
 50 000 UI/Kg
 < 25 Kg: até 600 000 UI
 > 25 Kg: até 1 200 000 UI
◦ Amoxicilina VO por 10 dias
 Complicações futuras: GNPE e febre reumática
 Strep test:
◦ Identifica na hora a presença de Streptococcus pyogenes na orofaringe
◦ Pingar 4 gotas de cada frasco no tubinho de plástico, com o swab pegar um
material representativo de ambas as amigdalas e mergulhar no líquido, agitando
o cotonete por 10 voltas até bem misturado, deixar por 1 minutos e depois
remover o cotonete apertando o frasco de plástico. Colocar a fita reagente
conforme indicado e esperar o líquido correr (demora de 5-10 minutos)
◦ Interpretação: 1 faixa negativo / 2 faixas positivo
◦ Na dúvida colher cultura de orofaringe

Sepse neonatal precoce:

 Início até 48-72 HV


 Ascensão germes canal parto ou infecção materna
 Fatores de risco:
◦ Corioamnionite: febre materna ≥ 38ºC + pelo menos 2: leucocitose ≥ 15 000,
taquicardia materna > 100 bpm, taquicardia fetal > 160 bpm, útero amolecido ou
fisometria
◦ SGB +
◦ Trabalho de parto prematuro
◦ RPMO ≥ 18 horas
 Profilaxia intra-parto para SGB:
◦ Indicações:
 Doença invasiva SGB em RN anterior
 Bacteriúria SGB nessa gravidez
 Pesquisa SGB + nessa gravidez
 SGB desconhecido + um dos abaixo:
 Parto prematuro < 37 sem
 Bolsa rota ≥ 18 horas
 Febre materna ≥ 38ºC
 Exceto se: cesárea fora de trabalho de parto com bolsa íntegra
 Profilaxia: peni cristalina ou amicacina ataque + manutenção 4/4 hrs
 Profilaxia adequada: ≥ 2 doses ATB antes parto
 Conduta nos filhos de mães com SGB +:
o Coleta completa exames: HMG, PCR, HMC, RX tórax (se sintomas) e LCR
(se bem)
o Coleta limitada exames: HMG, PCR, HMC com 6-8 HV e repetir após 24
hrs HMG e PCR
o ATB empírico: peni crista + amicacina por 10-14 dias (ver LCR)
 Filhos de mães sem informação para SGB:
o Sintomáticos: coleta completa de exames + tratamento empírico
o Assintomáticos: coleta limitada de exames + observação dos RNs:
 RNPT ≤ 34 sem
 Qualquer RN cuja mãe teve apenas febre
 Qualquer RN cuja mãe teve apenas BR ≥ 18 horas

TORCHS (infecções congênitas):

 Em todas encontramos:
◦ RCIU
◦ Hepatoesplenomegalia
◦ Microcefalia, hidrocefalia, calcificações intracranianas
◦ Catarata, glaucoma, coriorretinite
◦ Lesões ósseas
◦ Rash
◦ Miocardite ou outras cardiopatias
◦ Anormalidades hematológicas

Pedir sempre:

◦ Hemograma completo
◦ RX de ossos longos
◦ Fundo de olho
◦ BERA
◦ USG de crânio / TC
◦ Pesquisa para detecção do agente causal
◦ Sorologias ( valorizar mais IgM, que não ultrapassa a barreira placentária, a IgG
por estar representando a infecção materna até cerca de 1 ano)

Varicela-zoster vírus (VZV):

 Congênita (1º-2º T): não tratar


◦ Rash cicatricial dermátomos, hipoplasia membros, alt. TGI
 Neonatal (3º T até 10dv): cursa com vesículas, rash hemorrágico, febre, visceralização –
tratar com aciclovir EV por 10 dias
◦ ≥ 5 dias antes parto: leve (4 dias de vida)
◦ < 5 dias antes parto até 2 dias após: grave (5-10 dias de vida)
 Sem consenso gestante: não suspender aleitamento materno
 VZIG: em expostos
◦ Grávidas sem imunidade
◦ RN mãe com varicela < 5 dias antes parto até 2 dias após
◦ RNPT ≥ 28 sem hospitalizado com mãe sem história varicela
◦ RNPT < 28 sem ou < 1Kg independente da imunidade mãe

Citomegalovírus (CMV):

 Taxa ataque
◦ Infecção 1ária: 30-50%
◦ Reativação: 0,5-3%
 Sintomas e sequelas:
◦ Assintomático (90%): 10-15%
◦ Sintomático (10%): 60-90%
 Perda auditiva, retardo e convulsões
 Microcefalia e calcificações periventriculares
 Detecção viral pode ser feita em urina ou saliva do RN
 Excreta CMV na urina > 3 meses
 Tto sintomáticos (SNC e coriorretinite): ganciclovir por 6 semanas
 Controverso tto assintomáticos
 Controverso screening pré-natal (mães com IgG + podem reativar e ter a doença)

Toxoplasmose:

 Taxa de ataque:
◦ 1º T: 15%
◦ 3º T: 60%
 Sintomáticos: 10-25%
◦ Generalizada: rash, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, trombocitopenia,
anemia, icterícia, pneumonite
◦ Neurológica: coriorretinite, calcif. intracraniana difusa e hidrocefalia
 Distúrbios endócrinos: hipotireoidismo, diabetes insipidus, deficiência de GH,
puberdade precoce
 Sequela visual (reativa)
 Tratamento todos:
◦ Gestante:
 Espiramicina: primeiras 3 semanas após diagóstico, manter até o termo
 Sulfadiazina + pirimet + ac. folinico: após 18 sem de IG se feto infectado
(PCR líquido amniótico + para T. gondii)
◦ RN: por ≥ 1 ano
 Sulfadiazina + pirimet + ac. folinico
 Prednisona até resolução da hiperproteinorraquia e da coriorretinite
ativa

Rubéola:

 Taxa ataque:
◦ < 12 sem: 85%
◦ Final 2º T: 25%
 Sd rubéola congênita:
◦ Tríade: catarata, alterações cardíacas (PCA, estenose artéria pulmonar) e surdez.
Tb tem rash em blueberry muffin, microcefalia e alterações ósseas
 Doenças auto-imunes (DM e hipotireoidismo)
 Atraso DNPM, autismo
 Vírus em secreções (1 ano)
 Sem tratamento
Hiperplasia adrenal congênita:

 Autossômica recessiva, mais comum: deficiência da 21-hidroxilase


 Teste do pezinho (17-hidroxiprogesterona), pode dar falso + nos RNPT e falso – quando
feito em < 2-3 dias de vida
 Formas clínicas:
◦ Forma perdedora de sal: 75%
 ↓ aldosterona e cortisol: leva a hipovolemia, hipoNa, hiperK e piora do
choque (baixa responsividade as catecolaminas)
 ♀: genitália ambígua / ♂: pênis desproporcional
 Se não tratada pode haver virilização pós-natal, fechamento precoce das
epífises, puberdade precoce e baixa estatura
◦ Forma virilizante simples: 25%
 Aldosterona OK porém ↓ cortiso: leva a baixa estatura e puberdade
precoce
 ♀: genitália ambígua / ♂: diagnóstico tardio
◦ Forma não-clássica: < 0,2%
 Aldosterona e cortisol OK por ↑ horm. sexuais
 Teste pezinho normal, só com teste estímulo alterado (feito estímulo
com corticotropina e dosado posteriormente a 17-hidroxiprogesterona)
 ♀: hirsutismo, oligomenorréia, acne
 Tratamento:
◦ Formas clássicas:
 Repor corticóide → normaliza ganho ponderal e horm. sexuais
◦ Forma perdedora sal:
 Repor fludrocortisona
 Repor NaCl (lactentes)
◦ Forma não-clássica:
 Se sintomático: usar corticóide
 Crise adrenal:
◦ Desencadeada por infecção, estresse (cirurgia, trauma, calor extremo)
◦ Desidratação, náuseas, hipotensão
◦ Hipoglicemia, hiperK, hipoNa, acidose (só ocorre se houver eficiência de
mineralocorticóides)
◦ Tratamento:
 Reposição volêmica
 Corrigir hipoglicemia
 Hidrocortisona dose de choque

Atresia de vias biliares:

 Ausência/obliteração dos ductos biliares extra-hepáticos


 Em geral perinatal: reação cruzada com infecção viral
 Bom peso ao nascer → 2-6 semanas de vida: fezes acólicas, colúria e icterícia
 Aumento de BT e BD, FA e GGT
 Função hepática normal no início
 Diag definitivo: obstrução na cirurgia
 Conduta: cirurgia de Kasai
◦ Sucesso: em < 2 meses (4 meses: 10%)
◦ Complicação: colangite: cefotaxima + ampicilina IV (enterobactérias)
 Tratamento definitivo (70-80%): transplante hepático

Maus-tratos:

 Formas:
◦ Negligência: 57%
 Diferenciar de pobreza e ignorância
◦ Violência física: 25%
 < 3 anos
◦ Violência sexual: 11%
 Meninas adolescentes
 Suspeitar se história inconstante ou discrepante com achados do exame físico
 Considerar sempre o DNPM da criança
 Exame físico:
◦ Criança temerosa ou apática
◦ Hematomas em fases diferentes
◦ Lesões em locais atípicos (dorso, nádegas, mãos) e com formatos definidos
◦ Fraturas espiraladas de membros
◦ Fraturas múltiplas e complexas crânio
 Exames complementares (conforme suspeita):
◦ RX corpo inteiro em < 2 anos e crianças que não se comunicam
◦ USG transfontanela
◦ TC crânio, tórax e abdome
◦ Fundo de olho
◦ Exame toxicológico
◦ HMG, TGO, TGP
 Síndrome do bebê sacudido (shaken baby):
◦ Lesões SNC e hemorragias oculares em < 3 anos provocadas por chacoalhamento
vigoroso
◦ Ruptura veias-pontes do espaço subdural, levando a hemorragia subdural
◦ Alteração nível consciência, coma convulsão, opistótono, irritabilidade
◦ Típico: < 1 ano, cuidado apenas po 1 pessoa no momento agressão
◦ 1/3 morre rapidamente e muitos sobrevivem com sequelas neurológicas
 NOTIFICAR conselho tutelar
 A não comunicação é uma infração do ECA, multa 3-20 salários
 Lesões leves e sem risco de morte com retorno ao domicílio: alta após notificação
 Lesões graves ou risco de morte com o retorno: internação, notificação da vara da
infância e juventude, alta condicionada a decisão judicial
 Fazer ou não o BO cabe a família

Influenza:

 PI: 1-4 dias


 Quadro IVAS com declínio febre em 2-3 dias e resolução espontânea em 7 dias
 Qualquer outra evolução: ANORMAL
 Risco para complicação influenza:
◦ Grávidas e puérperas
◦ Idosos ≥ 60 anos
◦ Criancas < 2 anos
◦ Portadores doenças crônicas
◦ < 19 anos em uso prolongado AAS
 Síndrome gripal:
◦ Febre de início súbito + tosse ou dor de garganta + cefaléia, mialgia ou artralgia
◦ Em < 2 anos: febre súbita + sintomas respiratórios (tosse, obstrução, coriza) na
ausência diagnóstico alternativo
◦ Conduta:
 Sem fator de risco: sintomáticos, hidratação, orientar sinais alerta
 Com fator de risco: sintomáticos, hidratação + oseltamivir empírico
 Usar oseltamivir independente de ter sido vacinado e por 5 dias
 Síndrome respiratória aguda grave:
◦ Síndrome gripal + sinais de gravidade:
 SatO2 < 95% AA
 Sinais desconforto respiratório, taquipnéia
 Piora da doença de base
 Hipotensão
 Desidratação
 Inapetência
◦ NOTIFICAR sempre a síndrome respiratória aguda grave
◦ Conduta:
 Internação, O2, monitorar, hidratar e oseltamivir
 UTI se instável
 Precaução: padrão + aerossol (N95)
◦ Quimioprofilaxia contatos: com oseltamivir por 10 dias
 Pessoas com fatores risco não vacinadas ou < 2 sem
 Crianças fatores risco < 9 anos com 1 dose vacina
 Profissionais saúde sem N95
 Institucionalizados ou surto

Chikungunya:

 Deriva da palavra em Makonde (sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique) que


significa: “aquele que se dobra” devido a artralgia intensa
 RNA vírus – Alphavirus
 Mosquitos: Aedes aegypti e Aedes albopictus
 Américas / Caribe e na Bahia (Feira de Santana)
 PI: 1-12 dias
 Transmissibilidade: 1 dia antes da febre até 5 dias após
 Febre alta (3-10 dias), dor articular intensa (tornozelo, punho, mão), cefaléia, mialgia,
náuseas, vômito, rash (inicia do 2º ao 5º dia e se mantem até o 10º dia) e conjuntivite
 Meningoencefalite, paralisia facial, Guillain-Barré
 Resolve 7-10 dias – artralgia meses/anos
 Diag: sorologia (4º dia)/isolamento viral + HMG (para diagnóstico diferencial
 Suporte: analgésico comum (evitar o uso de AAS e AINEs) e hidratação
 Notificação compulsória: Caso suspeito: febre súbita ≥ 38,5ºC até 7 dias com artralgia ou artrite
intensa não explicadas por outras condições e residindo ou tendo frequentado áreas endêmicas
ou epidêmicas

Epidemia de Ebola:

 Febre hemorrágica
 Vírus da família Filoviridae
 Período de incubação: 1-21 dias
 Reservatório natural: morcegos frugívoros
 Transmissão: após sintomas com contato com sangue, tecidos ou fluidos
 Isolamento: aerossol: usar máscara N95
 Caso suspeito: indivíduo procedente dos últimos 21 dias de país em epidemia (Libéria,
Guiné, Serra Leoa e Nigéria), que apresente febre súbita, podendo ser acompanhada de
sinais de hemorragia
 Caso confirmado: laboratorial
 Tratamento: suporte
 Vacina RVSV-ZEBOV: troca glicoproteína do vírus da estomatite vesicular por aquelas da cepa
zaire do vírus ebola (vetor viral)
 Mortalidade: 30-90%
 A epidemia serviu para levantar o debate sobre o quão despreparados estamos para
lidar com uma pandemia

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