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Disgrafia

Prováveis causas dos distúrbios e estratégias para a correção da escrita


•NORA CECÍLIA BOCACCIO CINEL para que outros leiam o que se escre- motricidade ampla e, especialmente,
Especialista em Lingüística e em ve. O ler é condicionado pelo escrever fina, os distúrbios de coordenação
Supervisão de Sistemas Educacionais. e, para ler significativamente, é preciso visomotora, a deficiência da organiza-
Porto Alegre/RS.
que a escrita conduza o leitor a enqua- ção temporoespacial, os problemas de
drar todos os símbolos (letras, pala- lateralidade e direcionalidade e o erro
O ensino da Língua Portuguesa na vras, acentos, notações, etc...) no uni- pedagógico.
escola tem sido, quase sempre, voltado verso cultural, social, histórico em Alguns comentários, expressos a
para a aprendizagem da escrita corre- que o escritor se baseou para escre- seguir, são indispensáveis em relação
ta e para o domínio dos conceitos gra- ver, como nos ensina Cagliari. a estas causas.
maticais. É um dos objetivos mais im- A escrita é a tecnologia do inte-
portantes dos professores das séries ini- lecto, uma das maiores invenções û Distúrbios na motricidade ampla
ciais o ensinar o aluno a escrever. Po- manuintelectuais criadas pelo homem, e fina
rém, é comum a um grande número de como falam Teberosky e Tolchinsky. Freqüentemente, observamos que,
professores de 1o e 2o ciclos e, mesmo O homem escreve para registrar, para mesmo em crianças de nível intelectual
aos de Língua Portuguesa, saberem comunicar, para controlar, para influir médio ou elevado, existe um determi-
muito pouco sobre a natureza da escri- sobre a conduta do outro, para produ- nado potencial ou um certo conjunto de
ta, como funciona, para que serve e zir e não só reproduzir (copiar) e dis- habilidades não-desenvolvidas.
como deve ser usada. tanciar-se do produzido; para criar, Neste caso, é possível constatarmos
As formas gráficas e ortográficas combinar, elaborar textos, sob o ponto uma ou outra ou várias disfunções
da escrita não são bem compreendidas. de vista estético (literatura). psiconeurológicas ou anomalias na
Nosso sistema lingüístico não possui A escrita pode ser um fator impor- maturação do sistema nervoso central,
uma única forma de representação grá- tante para que se estabeleça e se man- tornando-se evidente, na maior parte das
fica (existem vários tipos de traçados tenha um dialeto como padrão, pois goza situações, a falta de coordenação entre
diferentes para mesmos sons) e, além de prestígio. Graficamente representa- o que a criança se propõe a fazer (in-
disso, não é completamente alfabético da, uma língua tem mais possibilidade de tenção) e a respectiva ação. Ocorre,
como pensamos. servir de modelo pela estabilidade que portanto, um verdadeiro hiato que resul-
Nossa gramática (normativa e, por adquire, devidamente registrada. ta em dificuldade ou, mesmo, impedi-
isso, deficiente) e nossas cartilhas que A escrita é mais cuidadosa que a mento de expressão por meio do corpo.
ainda estão em uso, apesar dos estu- fala e, portanto, mais permanente e tor- Essa falta de sintonia entre o pre-
dos mais avançados a respeito da apren- na mais evidente os problemas que se tendido e o realizado provoca de-
dizagem da escrita e da leitura, não constituem distúrbios de grafia: di- sequilíbrio, especialmente o afetivo,
explicam nem aos mestres nem aos sortografia ou disgrafia, foco do nos- com repercussões de ordem social, nas
aprendizes esta multivariedade de tra- so estudo. áreas motora e perceptiva. Na área
çados ou de formas de representação Disgráficas são aquelas crianças motora, aparecem a hiper ou a hi-
gráfica, o porquê dessas diferenças e que apresentam dificuldades no ato poatividade, as perturbações do ritmo,
como ensiná-las, como aprendê-las. motor da escrita, tornando a grafia pra- a incoordenação excessiva, prejudican-
O que se observa, de início, é que ticamente indecifrável. do a postura, a locomoção, os movimen-
exigimos das crianças um trabalho do- Então, disgrafia é a perturbação da tos dos braços, pernas, mãos, pés e a
brado: primeiro, aprender a escrever em escrita no que diz respeito ao traçado respiração. Na área perceptiva, eviden-
letra de forma. É mais fácil, mais com- das letras e à disposição dos conjuntos ciam-se desordem perceptovisual, de
preensível, aparece nos textos, rótulos... gráficos no espaço utilizado. Relaciona- orientação e estruturação espacial, per-
Logo, de imediato, passamos a exigir que se, portanto, a dificuldades motoras e turbações do esquema corporal e da
a criança passe a escrever em letra espaciais. lateralidade.
cursiva, mais complicada, de mais difícil Porém, é preciso entender que uma Tais perturbações interferem, sen-
leitura e de caráter individual e idiossin- criança em processo de construção da sivelmente, em todos os campos de ação
crático: cada usuário adota seu próprio escrita naturalmente apresenta dificul- da criança. Na escola, geralmente ela
traçado, coloca suas nuances, mostra sua dades no traçado das letras, até dominá- estará sujeita a mau rendimento, a um
personalidade. Mas a nossa sociedade lo corretamente. Durante esse perío- desempenho medíocre, apesar da sua
e a nossa cultura consideram importan- do, o professor deverá orientar os alu- boa capacidade intelectual, de vez que
tíssimo, fundamental mesmo, saber es- nos a realizarem adequadamente a es- um bom desempenho requer atenção e
crever emendado. crita para evitar a permanência de tra- concentração da criança. Se não hou-
Os pais exigem da escola, os pro- çados incorretos e, conseqüentemente, ver domínio do corpo, se faltar autono-
fessores exigem dos alunos e esque- a disgrafia. mia, automatismo e precisão no gesto,
cem de perguntar-lhes o que a escrita Podemos apontar como causas pro- a atenção será desviada e absorvida no
representa para eles. Ora, escreve-se váveis da disgrafia os distúrbios de necessário controle do movimento.

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Para que a criança adquira os me- com os olhos, a ação de riscar, deve ter baixo, antes/depois/durante, ontem/hoje/
canismos da escrita, além da necessi- em mira o alvo a atingir. Isso implica amanhã, etc., que a criança deve ter
dade de saber orientar-se no espaço sempre ter atenção a algo imediatamen- desenvolvido para construir seu siste-
(motricidade ampla), deve ter cons- te posterior à ação que está realizando ma de escrita.
ciência de seus membros, da mo- no instante presente. A criança com problemas de orien-
bilização dos mesmos, e saber fazer agir, A criança com problemas de coorde- tação e estruturação espacial, normal-
independentemente, o braço em rela- nação visomotora não consegue, por mente, apresenta dificuldades ao escre-
ção ao ombro, a mão em relação ao exemplo, traçar linhas comtrajetórias pre- ver, invertendo letras, combinações si-
braço e ter a capacidade de individua- determinadas, pois, apesar de todo o es- lábicas, sob o ponto de vista de locali-
lizar os dedos (motricidade fina) para forço, a mão não obedece ao trajeto pre- zação, o que denota uma insuficiência
pegar o lápis ou a caneta e riscar, tra- viamente estabelecido. da análise perceptiva dos diferentes ele-
çar, escrever, desenhar o que quiser. Esses problemas repercutem nega- mentos do grafismo. Ela não consegue,
Existem inúmeros exercícios para tivamente nas aprendizagens, uma vez também, escrever obedecendo ao sen-
minimizar ou sanar essas dificuldades. O que para aprender e fixar a grafia é in- tido correto de execução das letras, nem
professor precisa iniciar com aqueles que dispensável que a criança tenha con- orientar-se no plano da folha, apresen-
visam exercitar os grandes músculos e, veniente coordenação olho/mão, da qual tando má utilização do papel e/ou es-
posteriormente, trabalhar com os peque- depende a destreza manual. crevendo fora da linha. É natural, ainda,
nos músculos, seja na educação infantil, Os esforços para focalização visual que encontre dificuldade na leitura e na
seja no ensino fundamental. distraem a sua atenção e ela perde a compreensão de sentido de um texto,
continuidade do traçado das letras e como decorrência da desorganização
û Distúrbios na coordenação suas associações. temporoespacial.
visomotora
A coordenação visomotora está pre- û Deficiência na organização û Problemas de lateralidade e
sente sempre que um movimento dos temporoespacial direcionalidade
membros superiores ou inferiores ou de Quando falamos em organização Sabemos que os distúrbios de
todo o corpo responde a um estímulo temporoespacial nos referimos à orien- motricidade manifestam-se, principal-
visual de forma adequada. tação e à estrutura do espaço e do tem- mente, por meio dos gestos imprecisos,
Ao traçar uma linha, por exemplo, a po: é o conhecimento e o domínio de dos movimentos desordenados, da pos-
criança, ao mesmo tempo que segue, direita/esquerda, frente/atrás/lado, alto/ tura inadequada, da lentidão excessiva,

EXERCÍCIOS

¬ Completar as figuras conforme o


modelo.

Unir as partes para formar um todo.


ê
ê

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C
re
a
etc. Entre as crianças com dificulda- • sinistrismo ou canhotismo – é a olho direito. Esse tipo de lateralidade
des motoras, muitas podem apresentar dominância do uso da mão esquerda. heterogênea – olho/mão – tem sido
problemas relativos à lateralidade e que A eficiência da mão esquerda, nas pesquisado por muitos estudiosos do
podem provocar ou ser provocados por crianças canhotas é inferior à da mão tema, que, apesar dos esforços, têm
perturbações do esquema corporal, pela direita nas destras, tanto pela velocida- chegado a conclusões divergentes.
má organização do espaço em relação de quanto pela precisão, em geral. Po- Vários autores levantam a hipótese de
ao próprio corpo ou, ainda, por desar- demos observar que essas crianças, que a lateralidade cruzada poderia ser,
ranjos de ordem afetiva. bem como as destras, podem apresen- em certos casos, causa de dese-
As perturbações da lateralidade po- tar, muitas vezes, problemas de orien- quilíbrios motores e outras perturbações,
dem apresentar-se de várias maneiras: tação e estruturação espacial que ten- que dificultariam o aprendizado e o de-
• lateralidade mal-estabelecida – dem a acentuar-se com a idade, duran- senvolvimento da leitura e da escrita.
caracteriza-se pela não-definição da te um certo período de seu desenvolvi- Há diferentes pesquisas sobre o assunto
dominância, em especial, da mão direi- mento. Na verdade, um canhoto pode e não há conclusões definitivas a res-
ta ou esquerda. Nesse caso, a criança escrever com a mesma destreza e fa- peito;
vive uma permanente incerteza quanto cilidade de um destro. Porém, para che- • sinistrismo ou canhotismo contra-
ao uso das mãos, tornando-se, por isso, gar aos mesmos resultados, a criança riado – a dominância da mão esquer-
confusa e pouco eficiente no desem- canhota deve percorrer uma série di- da contraposta ao uso forçado e im-
penho das atividades motoras. Uma ferente de movimentos e de ajustamen- posto da mão direita pode comprome-
dominância não claramente definida tos motores. Sua tendência natural e es- ter a eficiência motora da criança, na
pode ser, também, causa de certas difi- pontânea, no plano horizontal, é escre- orientação em relação ao próprio cor-
culdades, como, por exemplo, inversão ver da direita para a esquerda. É, pois, po e na estruturação espacial. Alguns
de letras na leitura e/ou na escrita, con- tarefa do professor auxiliá-la e in- autores admitem que, em determina-
fusão de letras de grafismos (traçados) centivá-la para que ela possa, com a dos casos, a gagueira, por exemplo,
parecidos, mas com orientação espa- maior brevidade, encontrar seus pa- seja conseqüência de sinistrismo con-
cial diferente (por exemplo, b/p - bato/ drões motores; trariado e, no caso, aconselham que a
pato). O que conhecemos como escri- • lateralidade cruzada – caracteriza- criança volte a usar a mão dominante
ta espelhada também pode ser decor- se pela dominância da mão direita em (mão esquerda). Afirmam, também,
rência da lateralidade mal-estabelecida conexão com o olho esquerdo, por que os canhotos tendem a apresentar
(b/d - bato/dato); exemplo, ou da mão esquerda com o o traçado gráfico que conhecemos

® Marcar com uma cruz as partes


que formam um todo conforme o
modelo.

¯ Colocar um círculo nas letras que


formam as palavras no cartaz, usan- Q U Z A A U
do uma cor diferente para cada pa- CAVALO C
F T
lavra. A N S O
CASA V L
R I P L E
VALETA S A C A T
N D E M
V X
SAPATO A M B O

° Riscar a letra que corresponde ao


modelo. P O D P Q F

d p d b c f g q
m n u v m n u v

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como escrita espelhada, o que merece vários aspectos, dentre outros conside- Uniformidade
toda a atenção do professor. rados importantes. A letra cursiva, em nosso alfabeto,
apresenta quatro características no tra-
ûErro pedagógico Forma das letras çado em relação à linha:
Geralmente, as dificuldades que os Cada letra tem uma forma caracte- • só há uma letra cujo traçado sobe a
alunos apresentam na escrita se devem rística. A clareza de traçado então re- desce – f;
a falhas no processo de ensino, nas es- side em escrever cada letra na sua for- • há seis letras com haste ascendente
tratégias inadequadas escolhidas pelos ma exata. A letra cursiva deformada – b, d, h, k, l, t;
docentes ou por desconhecimento do pode ser a causa mais poderosa de ile- • há seis letras com haste descendente
problema ou por despreparo. gibilidade. Por exemplo: – g, j, p, q, y, z;
Os cuidados que o professor das a) se o aluno não fecha o círculo do a, • há treze letras que chamamos de peque-
séries iniciais (1o ciclo) deve ter quan- pode-se lê-lo como u ou ce; nas – a, c, e, i, m, n, o, r, s, u, v, w, x.
do seus alunos começam a aprender a b) quando não fecha o círculo do d, pode- Aprender a manter a uniformidade
escrever não devem resumir-se à orto- se lê-lo como cl ou el; no traçado significa formar hábitos de
grafia mas, também, à legibilidade. Es- c) alguns alunos escrevem e por i; escrita que obedeçam às quatro carac-
ses cuidados prolongam-se por todo o d) outros escrevem n como u; terísticas apontadas.
período de escolarização ou pelo pro- e) alguns alunos podem adquirir o há-
fessor de classe ou pelos professores bito de escrever rr como u ou como Espaçamento
de Língua Portuguesa. n, etc. O espaçamento é importante fator
Preparar um aluno para escrever Estes exemplos são suficientes que concorre para a legibilidade. É pre-
com correção e legibilidade é trabalhar para demonstrar a importância do for- ciso verificar:
com ele, desde o início, atentando para mato da letra para a legibilidade da ése há espaço entre uma letra e outra,
a grafia correta das palavras, a forma escrita. Muitas vezes, as formas ina- na palavra;
das letras, a uniformidade no traçado, dequadas das letras são conseqüên- ése há espaço entre uma palavra e
o espaçamento, o ligamento e a incli- cia da falta de orientação docente, do outra;
nação da escrita em relação ao espaço mau uso ou do abuso das cópias e dos ése há espaço entre uma frase e outra;
onde se está escrevendo. ditados ou da rapidez descabida da ése há espaço entre parágrafos.
A legibilidade é uma qualidade com- escrita para fazer apontamentos em Quando os espaços entre as letras
plexa que se constitui na soma desses aula, dentre outras. não são uniformes, há prejuízo na leitu-

± Marcar com uma cruz o cír-


culo que tem a mesma palavra
ne ne
do modelo.
ne ve ne to ne ve
ta nê

² Marcar com uma cruz a palavra


que corresponde ao modelo. LAVE VELA
VELA LEVA

GALO LAGO GOLA GALO

FITA FILA FILE FITA VILA

CALO CALO GOLA LAGO COLA


³ Pintar o desenho diferente.

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ra; o mesmo acontece entre as pala- afastadas do quadro vejam as palavras, Ligamentos
vras. Especialmente no quadro-de-giz, uma como continuação da outra, copian- Na letra cursiva, os ligamentos tam-
o professor deve cuidar para que fique do-as como se fossem uma só. bém são fatores importantíssimos para
um espaço adequado entre as palavras, É preciso cuidar, também, o espaço a legibilidade: letras que formam uma pa-
principalmente nas séries do 1o ciclo. Isto entre frases, tendo em vista as letras lavra devem ser ligadas entre si. A omis-
evita que as crianças que estão mais com hastes. são de ligamentos provoca no leitor uma

´ Riscar, no quadro ao lado, as pala-


vras onde aparecem: BALÃO

GA

N
TE
PE

G
AT
PE
– GA, com lápis vermelho,

O
LI

LO
IX
NH
– FA, com lápis azul,

VA
E
CA
BA LA

A
VE

– PA, com lápis preto,


FA

C LA T
O
R
R
ID
AJ
– CHA, com lápis verde, AN
A
N

FA
– BA, com lápis amarelo,

AC U
PA

RO
N
E

FA
– DA, com lápis marrom.


CO

C
H
AV
E
CA

AR
TA
R
G
A

PI
N
TO
MA

O
CA

G
CH
VA

AI
PA
AP

JA
U
PA

R
O
C
µ Copiar, na coluna 1, as palavras
com a letra Z e, na coluna 2, as com AZEITE DÚZIA ÉU MESA GÁS
a letra S.
CASA BUZINA GIZ
FRASE AZUL ANZOL ROSA
ZEBRA NOZ FELIZ
CAPUZ BRASA ZERO BRASIL
RAIZ BLUSA
1. 2.
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................
.................................................................................. ..................................................................................

µ Ler com atenção os nomes dos ani-


mais, no quadro. papagaio
ov
fa
ira
to g

elh
tu
ba

Passar o lápis vermelho por cima



o

co
bra

das letras com haste que sobe (as-


pe ão
co

mi
ca

ze
ag

cendente); o lápis azul, das com has-


ma

dr

te que desce (descendente); o lápis


ui
riq

rã i

verde, das com haste que sobe e


foc
no
ca
tu

desce e o lápis laranja por cima das


a
be
m
-te
-v

letras que chamamos de pequenas.


óia
jib

dinossauro
tu
ca

ta
va

m
in
ho
ca

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FICHA PARA COLETA DE DADOS
Disgrafia __________ Registro de dados
Aspectos Espaçamento
observados Unifor-
Forma Liga- Incli- Observações
da midade Letras Palavras Frases Pará- mentos naç ão
Alunos letra grafos

...

tendência à leitura de uma palavra por mas posteriormente. • dificuldades relativas à uniformidade
partes, simulando diferentes palavras. O uso da caligrafia, considerada – o aluno escreve com letras grandes
Em se tratando de crianças que lêem o obsoleta e antipedagógica pelos de- demais (macrografia) ou pequenas de-
que escrevemos no quadro-de-giz ou em savisados e indicada pelos mais moder- mais (micrografia) ou mistura ambas;
folhas xerografadas, a nossa omissão de nos autores, ocupa papel relevante, hoje mostra desproporção entre maiúsculas
ligamentos pode concorrer para a ilegi- em dia. Visa atender às atuais exigências e minúsculas e entre as hastes;
bilidade. O aluno, geralmente, escreve de clareza, legibilidade e rapidez, justifi- • dificuldades relativas à forma das le-
como o professor ensina. cando-se, portanto, sua presença em sala tras, aos ligamentos e à inclinação – o
de aula, nas atividades escolares. aluno apresenta deformação no traça-
Inclinação Para que o professor possa identifi- do das letras; evidencia falta de liga-
A letra cursiva de uma pessoa des- car, com mais segurança, crianças com mentos entre as letras; inclina-as de-
tra se apresenta ligeiramente inclinada disgrafia, em sala de aula, apresentamos masiadamente para a esquerda, para a
para a direita. Isto favorece a leitura. alguns indicadores: direita ou para ambas as direções.
A inclinação da letra pode depender • rigidez no traçado – o aluno pressiona Com base nestas informações, o pro-
da posição que se adota para escrever demasiado o lápis contra o papel; fessor poderá fazer um diagnóstico das
mas, essencialmente, depende da posi- • relaxamento gráfico – o aluno pressio- possíveis dificuldades de seus alunos, fa-
ção em que se coloca o papel onde vai- na debilmente o lápis contra o papel; zendo o registro de suas observações na
se escrever. Um aluno sentado de fren- • impulsividade e instabilidade no tra- Ficha para Coleta de Dados que su-
te para sua mesa deverá colocar a folha çado – o aluno demonstra descontrole gerimos no quadro acima.
de papel ou a de seu caderno levemente no gesto gráfico; o traçado é impulsi- Uma análise cuidadosa dos dados
inclinada para a esquerda. Desse modo, vo, apressado, confuso, com a escrita apresentados pela ficha oferecerá ao
a letra sairá ligeiramente inclinada para irregular e instável; professor as melhores condições para
a direita. Quanto maior a inclinação do • lentidão no traçado – o aluno demons- a elaboração de um plano de ativida-
papel, à esqueda, maior a inclinação de tra um traçado arrastado, lento, tornan- des para sanar ou minimizar os pro-
letra à direita. do evidente um grande esforço de apli- blemas detectados.
Crianças que escrevem com a mão cação e controle;
esquerda deverão inclinar o papel para • dificuldades relativas ao espaçamento Vários exercícios podem ser realiza-
a direita. – o aluno deixa espaço irregular (pe- dos em parceria com outros professores
Outro aspecto a ser observado é a queno ou grande demais) entre letras, (Educação Física, Arte, por exemplo),
passagem de um sistema de escrita (le- palavras; não respeita margens; amon- para o desenvolvimento das habilidades
motoras, do esquema corporal, das per-
tra de forma) para outro (letra cursiva), toa letras;
por exemplo. É preciso realizar um tra- cepções. Outros, como os que apresen-
balho bem planejado, de comum acor- tamos neste texto, deverão ser realiza-
do com os alunos, de modo sistemático dos em sala de aula, com todos os alu-
e cuidadoso. nos. Certamente eles serão beneficiados.
A letra cursiva exige maior esforço Inúmeras atividades relacionadas ao
mental e físico da criança porque apre- erro pedagógico devem ser oportunizadas
senta complexidade de movimentos. às crianças, especialmente aquelas vol-
De preferência, o professor deve tadas à correção de possíveis dificulda-
procurar realizar um atendimento indi- des de espaçamento (entre letras, pala-
vidualizado, atento às dificuldades que vras, frases) e de ligamentos que podem
poderão surgir, incentivando todos os vir a prejudicar sensivelmente a compre-
alunos, em geral, e cada um, em parti- ensão textual quando se realiza a leitura.
cular, para que se evitem sérios proble- Vejamos a seguir alguns exemplos:

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~
a o
1. Com as letras e os sinais gráficos dos
o balões, formar duas palavras que iden-

P B a a
tifiquem o personagem do desenho:

h l ——————— — — — — —.

l 2. Escrever o nome do palhaço também em letra


de forma.
ç
—————
3. Formar outras palavras com as letras e sinais gráficos dos
balões.
.....................................................................................

Observar atentamente a figura ao lado.

4. Separar as palavras, formando uma frase relativa à cena.


Obedeçaaossinaisdetrânsito.
.................................................................................
5. Juntar as letras para formar as palavras de uma frase relativa à cena.
Precisamosaprenderaatravessarasruas.
......................................................................................................

z
d Ajudar o Palhaço Bolão a retirar da cartola palavras que
c n
s 6. começam com as letras indicadas.
m
c...................................... s ......................................
g x z ..................................... m ....................................
g ..................................... n .....................................
x ..................................... d .....................................

Se, após a realização de um programa lingüísticos comparativos en tres lenguas. Bar-


BIBL IOGRAFIA celona: Gedisa, 1996.
bemplanejado para sanar ou minimizar os
problemas, o professor observar que al- CAGLIARI, L. C. Alfabetização & lingüísti- KATO, Mary A. (org.). A concepção da escrita
guns alunos ainda permanecem com difi- ca. São Paulo: Scipione, 1989. pela criança. 2. ed. São Paulo: Pontes, 1992.
culdades, deverá encaminhá-los a pes- FERREIRO, E.; PONTECORVO, C.; MOREI- TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, Liliana. Más
soas especializadas, a quemcompete o tra- RA, N. Ribeiro; HIDALGO, I. Garcia. Caperu- allá de la alfabetización. Buenos Aires:
balho de reeducação da linguagem. cita Roja aprende a escribir: estudios psico- Santillana, 1995.

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