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Nas aulas anteriores, zemos uma viagem pela estrutura e pelo funcionamento das células. Agora que já conhecemos
bem tudo isso, vamos estudar alguns processos celulares especiais, muito importantes à manutenção do organismo.
Para começar, vamos estudar a diferenciação celular. Aprenderemos sobre o mecanismo de diferenciação celular e a
importância deste evento para a complexidade celular dos organismos pluricelulares.
Nesta aula, abordaremos também a morte celular: necrose e apoptose. Entenderemos que a apoptose é um importante
engenho para o equilíbrio do organismo.
OBJETIVOS
De nir diferenciação celular;
A diferenciação celular leva ao surgimento de células especializadas para realizar determinadas funções com grande
e ciência.
No entanto, a diferenciação celular também ocorre após o desenvolvimento embrionário. Muitos órgãos e tecidos
abrigam células com capacidade de se diferenciar em outras, mesmo após o término de sua formação.
Saiba mais
, Para compreender melhor a diferenciação celular, que ocorre a partir da formação de um zigoto, assista ao vídeo Concepção —
Fecundação, Zigoto, Mórula, Blástula, Nidação..., disponível em: ‹https://www.youtube.com/watch?v=RSltQKT9xwQ
(https://www.youtube.com/watch?v=RSltQKT9xwQ)›, acessado em 16/12/2016.
De acordo com a potencialidade da célula ela pode ser classi cada em quatro tipos. As células podem ser:
Unipotentes
Estas células têm capacidade limitada de diferenciação. Diferenciam-se em apenas um tipo
de célula. Geralmente, estão nos tecidos apenas para repor células daquele mesmo tecido.
Oligopotentes
Estas células têm baixa potencialidade e por isso são capazes de se diferenciar em poucos
tipos de células diferentes. As células que originam o sangue, presente no interior de alguns
ossos, se enquadram nesta categoria.
Pluripotentes
Estas células são pouco diferenciadas e por isso têm alta potencialidade. Elas podem
originar uma grande quantidade de tipos celulares diferentes. Em embriões, que estão em
estágio de desenvolvimento mais avançado, encontramos estas células.
Totipotentes
Estas células são as mais indiferenciadas e têm maior potencialidade. Elas podem originar
qualquer tipo de célula que forma o nosso organismo. São as células de um embrião que
acabou de se formar, após a fecundação.
Como aprendemos antes, quando um gene se expressa temos a formação de um RNA mensageiro através do
mecanismo de transcrição. Em seguida, por meio da tradução este RNA mensageiro vai ser utilizado para produzir uma
proteína. Esta proteína vai ser responsável pela característica diferencial que a célula tem, seja na sua forma ou na sua
função.
É importante nos lembrarmos sempre deste uxo da informação gênica, que vimos quando estudamos o Dogma da
Biologia Molecular e agora mais uma vez:
Sendo assim, o controle da expressão dos genes, neste caso, é transcricional, pois interfere na transcrição dos genes
da célula e isso se re ete na sua diferenciação, variando entre o silenciamento total de um gene na célula até sutis
diferenças na atividade transcricional.
Resumindo, o que faz uma célula ser diferente da outra são os genes que funcionam naquele determinado momento,
enquanto que, em outras células, existe outro conjunto de genes atuando e fazendo com que ela tenha as suas
determinadas características.
Em um eritroblasto, por exemplo, são mantidas as funções dos genes envolvidos na produção de hemoglobina,
enquanto muitos outros são inativados. Esta célula origina as hemácias, as células do sangue que transportam
oxigênio.
Já em um neurônio, célula do sistema nervoso, embora existam os genes que produzem a hemoglobina, não há
produção desta proteína, mas de outras que são importantes para exercer a sua função. E elas se diferem das
musculares também por expressarem genes diferentes.
Ilustração de um neurônio.
No entanto, as células também fazem um controle pós-transcricional dos genes, ou seja, entre a transcrição do RNAm
e a tradução da proteína. Este controle pode se dar por interferência no processamento do RNA após a sua transcrição;
no transporte do RNA para o citoplasma e na tradução do RNAm em proteínas.
Nestes casos, o processo de sinalização celular, que já vimos antes quando falamos sobre a membrana plasmática, é
fundamental. A sinalização entre as células ocorre por meio de substâncias secretadas por uma célula que vai se ligar
a um receptor na célula-alvo e induzir a sua diferenciação.
A MORTE CELULAR
Vamos entender melhor como isso acontece!
MORTE CELULAR ACIDENTAL
A morte celular acidental é chamada de necrose. A necrose pode ocorrer devido a:
afecções vasculares (como o entupimento de um vaso sanguíneo que leva à falta de sangue e oxigênio no local),
traumatismo (que causa uma lesão na célula),
substâncias toxicas e outras causas.
MORTE CELULAR PROGRAMADA
As células podem morrer de forma siológica e programada, sob o comando de genes presentes em seu núcleo. Este
tipo de morte celular, em que a própria célula se destrói sob o comando nuclear, é chamada de apoptose.
É comum ocorrer apoptose durante o desenvolvimento embrionário. Alguns tecidos ou estruturas que se formam,
neste momento, são provisórios, desempenham o seu papel estimulando outras células, e depois desaparecem. Veja o
exemplo:
Durante a formação dos dedos no embrião existe uma membrana que os une. Esta membrana deve desaparecer por
apoptose, para que os dedos quem separados. Quando não ocorre a apoptose tem-se esta anomalia, em que os
apoptose
dedos permanecem colados, chamada de sindactilia
sindactilia.
Outro exemplo de apoptose é o que acontece na metamorfose dos anfíbios. Enquanto são larvas, os sapos são
chamados de girinos. Eles se assemelham a peixes e possuem uma cauda. À medida que vão se desenvolvendo e se
tornando adultos a cauda vai desaparecendo, por apoptose de suas células.
A apoptose também ocorre em células de tecidos adultos, como os neutró los que saem do sangue para fazer a
defesa do organismo nos tecidos e não têm como voltar e as células cancerosas. Aliás, quando a apoptose de células
cancerosas não acontece é que ocorre a formação dos tumores, que veremos na próxima aula.
Saiba mais
, Para ver mais diferenças entre necrose e apoptose, leia o texto Necrose e apoptose, disponível aqui
(http://www. sfar.ufc.br/petmedicina/images/stories/necrose_e_apoptose._pdf.pdf)., , Acessado em 16/12/2016.
ATIVIDADES
1. A diferenciação celular é responsável pela existência de diferentes tipos de células de um organismo. As células se
diferenciam de acordo com a sua potencialidade. As células que têm a maior capacidade de diferenciação são as:
Totipotentes
Unipotentes
Oligopotentes
Pluripotentes
Multipotentes
Justi cativa
2. Em um organismo que possui células altamente diferenciadas, as células musculares e as células nervosas diferem
umas das outras, principalmente por:
Justi cativa
3. As moléculas que constituem os seres vivos se dividem em orgânicas e inorgânicas. Entre as listadas a seguir, NÃO
é uma molécula orgânica:
Água
Lipídeo
Proteína
Aminoácido
Carboidrato
Justi cativa
Glossário