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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE VETERINÁRIA
Colegiado do Curso de Pós- Graduação

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA EM CÃES

MARINA LOPES CASTRO

BELO HORIZONTE
ESCOLA DE VETERINÁRIA- UFMG
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE VETERINÁRIA
Colegiado do Curso de Pós- Graduação

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA EM CÃES

MARINA LOPES CASTRO

Monografia apresentada à UFMG, como requisito


parcial para obtenção do grau de Especialista no
Curso de Pós-graduação Latu senso em Residência
em Medicina Veterinária.

Área de concentração: Anestesiologia

Preceptora: Profª. Drª. Patrícia Maria Coletto Freitas

BELO HORIZONTE
ESCOLA DE VETERINÁRIA- UFMG
2011

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MARINA LOPES CASTRO

VENTILAÇÃO MECÂNICA EM CÃES

Monografia defendida e aprovada.

Data da aprovação: ___/___/____

Nome do Orientador
Título:

Banca examinadora:

Nome

Nome

Nome

2
FICHA CATALOGRÁFICA

3
DEDICATÓRIA

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por proporcionar oportunidades em meu caminho e me dar condições de vencer as dificuldades.

A minha orientadora e Professora Patrícia Maria Colleto por toda paciência, auxilio, respeito e dedicação.

Aos meus colegas e amigos de trabalho por todo ensinamento e ajuda.

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LISTA DE ABREVIATURA

VA: Ar alveolar

VD: Ar do espaço morto

CRF: Capacidade residual funcional

f: Frequência respiratória

GRD: Grupo respiratório dorsal

GRV: Grupo respiratório ventral

Ipm: Incursões por minuto

PIP: Pico de pressão inspiratória

PE: Pressão expiratória

PaCO2: Pressão parcial de dióxido de carbono

PaO2: Pressão parcial de oxigênio

PEEP: Pressão positiva ao final da expiração

CPAP: Pressão positiva contínua nas vias aéreas

I/E: Relação inspiração/ expiração

RVP: Resistência vascular periférica

SVM: Suporte ventilatório mecânico

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LISTA DE ABREVIATURA

SaO2: Saturação de oxigênio na hemoglobina

TI: Tempo inspiratório

TE: Tempo expiratório

TTot: Tempo total

ETCO2: Tensão de dióxido de carbono ao final da expiração

VI: fluxo inspiratório

SIMV: Ventilação mandatória intermitente sincronizada

VM: Ventilação mecânica

AMV: Ventilação mecânica assistida

CMV: Ventilação mecânica controlada

ACMV: Ventilação mecânica controlada assistida

VCP: Ventilação mecânica controlada a pressão

VCV: Ventilação mecânica controlada a volume

VMI: Ventilação mecânica invasiva

VMNI: Ventilação mecânica não invasiva

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LISTA DE ABREVIATURA

V/Q: Ventilação/ perfusão

VC: Volume corrente

VRE: Volume de reserva expiratório

VE: Volume minuto

VR: volume residual

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Ilustração do pulmão de aço de Drinker e Shaw...p.10

FIGURA 2- Curva pressão versus tempo num ventilador ciclado a volume...p.11

FIGURA 3- Curva pressão versus tempo num ventilador ciclado a pressão...p.12

FIGURA 4- Ilustração de um aparelho de ventilação mecânica do Hospital Veterinário da UFMG


conectado a um fole ascendente

FIGURA 5- Ilustração de um aparelho de ventilação mecânica com ajuste de volume corrente, frequência
inspiratória e relação inspiração/ cxpiração do Hospital Veterinário da UFMG

FIGURA 6- Ilustração de um ventilador mecânico microprocessado com apresentação de curvas de


volume, fluxo e pressão ao longo do tempo

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SUMÁRIO

RESUMO 11
ABTRACT 11
INTRODUÇÃO 12
REVISÃO DE LITERATURA 12
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 12
SISTEMA RESPIRATÓRIO 14
MECÂNICA RESPIRATÓRIA 15
CONTROLE DA RESPIRAÇÃO 16
VENTILAÇÃO E PERFUSÃO 17
INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 18
COMPLICAÇÕES DA VENTILAÇÃO MECÃNICA 19
VENTILADORES MECÂNICOS (VM) 21
FASES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 23
MODOS DOS CICLOS VENTILATÓRIOS 26
VENTILAÇÃO MECÂNICA MODO CONTROLADO 27
TIPOS DE CICLAGEM DO VENTILADOR 28
DESMAME DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS 29
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30

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RESUMO

A ventilação mecânica (VM) é um método de suporte respiratório para o paciente, não


constituindo uma terapia curativa. Seu objetivo é prover ventilação e oxigenação adequadas aos
pacientes de maneira artificial, sem lesar a microestrutura pulmonar e, ao mesmo tempo,
minimizar os potenciais de complicações. Atualmente, em medicina veterinária, a ventilação
mecânica a pressão controlada é a modalidade ventilatória mais utilizada, por melhorar a
oxigenação e prevenir lesão no tecido pulmonar. Porém, estudos ainda devem ser conduzidos
para encontrar a melhor forma de ventilação em cães a fim de reduzir as chances de barotrauma
e, principalmente, de biotrauma, capazes de gerar repercussões sistêmicas que podem contribuir
para a morbidade e mortalidade nessa espécie. Objetivou-se com esta revisão rever as
indicações e contra indicações do uso da ventilação mecânica, assim como descrever o
mecanismo de funcionamento dos ventiladores mecânicos, ressaltando sua utilização nos cães.

Palavras chaves: ventilador mecânico, anestesia, terapia intensiva, suporte ventilatório.

ABTRACT

Mechanical ventilation (MV) is a method of respiratory support for the patient and not a
curative therapy. Its objective is to provide adequate ventilation and oxygenation to patients in
an artificial way without damaging the lung microstructure and at the same time minimizing the
potential for complications. Nowadays, in veterinary medicine the pressure-controlled
mechanical ventilation is the most widely ventilation mode used to improve oxygenation and
prevent damage to lungs. However, more studies should be conducted to find the best form of
ventilation in dogs to reduce the chances of barotrauma, and especially of biotrauma that is
capable of generate systemic effects that may contribute to morbidity and mortality in this
species. It was aimed to review the indications and contraindications for the use of mechanical
ventilation, as well as describe the mechanism of operation of mechanical ventilators,
highlighting its use in dogs.

Key words: mechanical vetilation, anesthesia, intensive care, ventilatory support.

11
INTRODUÇÃO evitar a fadiga da musculatura respiratória e
diminuir o consumo de oxigênio (Carvalho
A ventilação mecânica (VM) é um método et al., 2007). As complicações decorrentes
de suporte respiratório para o paciente, não do seu uso podem ser atribuídas às
constituindo uma terapia curativa. Segundo alterações da mecânica pulmonar, sendo que
o Consenso Brasileiro de Ventilação as principais complicações são a diminuição
Mecânica, o seu objetivo é prover ventilação do débito cardíaco, alcalose respiratória
e oxigenação adequadas ao paciente, de aguda e barotraumas (Delaforccade &
maneira artificial, sem lesar a microestrutura Rozanski, 2006).
pulmonar e, ao mesmo tempo, minimizar os
potenciais de complicações (Slutsky, 1993). Atualmente, em medicina veterinária, a
Essa ventilação é realizada por meio de ventilação mecânica a pressão positiva
ventiladores mecânicos, sendo estes intermitente controlada por pressão é a
aparelhos construídos para preservar a modalidade ventilatória mais utilizada por
função respiratória e manter a estabilidade melhorar a oxigenação e prevenir lesão no
clínica do paciente (David, 2001). A tecido pulmonar. Além disso, contribui para
tecnologia desses aparelhos combina uma distribuição mais homogênea do
princípios de engenharia mecânica, volume corrente, favorecendo regiões
mecatrônica e computacional para o seu pulmonares menos complacentes (Borges,
funcionamento (Ferreira, 2006). 2008). Contudo, segundo Alvarez et al.
(2001), ventiladores ciclados a volume são
Atualmente, a ventilação mecânica pode ser ainda predominantes na prática clínica
classificada em dois grupos: ventilação veterinária.
mecânica invasiva (VMI) e não invasiva
(VMNI). Nas duas situações, a ventilação Deste modo, objetivou-se com esta revisão
artificial é realizada através da aplicação de rever as indicações e contra indicações do
pressão positiva nas vias aéreas. A dife- uso da ventilação mecânica, assim como
rença entre elas fica na forma de liberação descrever o mecanismo de funcionamento
de pressão, pois, enquanto na ventilação dos ventiladores mecânicos, ressaltando sua
invasiva utiliza-se uma prótese introduzida utilização nos cães.
na via aérea, isto é, um tubo oro ou nasotra-
queal, ou ainda uma cânula de
traqueostomia, na ventilação não invasiva, REVISÃO DE LITERATURA
utiliza-se uma máscara como interface entre
o paciente e o ventilador artificial (Carvalho HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO
et al., 2007). MECÂNICA
No âmbito da medicina veterinária, a
ventilação mecânica é utilizada durante a O mecanismo de ventilação pulmonar foi
anestesia e em pacientes internados no setor compreendido no século XII, quando foi
de terapia intensiva (Carvalho et al., 2007), demonstrado que animais com tórax aberto e
durante situações em que a respiração que inevitavelmente morreriam, poderiam
espontânea destes pacientes deixa de ser mantidos vivos pelo uso de pressão
promover a homeostase pulmonar e o positiva nas vias aéreas (Carvalho & Terzi,
equilíbrio ácido-base (Tobin, 2001). Assim, 2000). Mas só em meados do século XVIII,
o suporte ventilatório mecânico tem as em 1774, com o desenvolvimento da
funções de garantir a manutenção das trocas anestesiologia moderna, pela descoberta do
gasosas, corrigir a hipoxemia e a acidose oxigênio, começou-se a utilizar na rotina a
respiratória associada à hipercapnia, anestesia geral por inalação de éter e
diminuir o trabalho respiratório, reverter e posteriormente clorofórmio, e com isso

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chegou-se às técnicas de intubação (Ajnhorn, 2006). Assim, a epidemia de
orotraqueal, as quais expandiram os polimielite contribuiu para a história da
horizontes da ventilação mecânica pulmonar ventilação mecânica, já que a produção
(Emmerich & Maia, 1992). comercial dos ventiladores mecânicos
expandiu-se devido à necessidade de suporte
O primeiro ventilador mecânico utilizado respiratório para os portadores desta doença
com sucesso foi o pulmão de aço de Drinker (Drinker et al., 1929). O pulmão de aço
et al, em 1926 (Fig. 1). Esse aparelho foi tinha a forma de um cilindro que cobria todo
utilizado primeiramente em uma criança o corpo do paciente, deixando para fora
com diagnóstico de poliomielite, e somente a cabeça, sob a influência da
posteriormente em vários portadores dessa pressão da atmosfera.
doença, no início de 1950, na Dinamarca

FIGURA 1. Ilustração do pulmão de aço de Drinker e Shaw. Fonte:


<http://www.medicinaintensiva.com.br/philipdrinker.htm>

Com o insuficiente número de ventiladores pacientes hemodinamicamente mais estáveis


pulmões de aço para o grande contingente (Ajnhorn, 2006). Contudo, segundo Cabral e
de pacientes internados, iniciaram-se a Carvalho (1964) citado por Batista (2008),
utilização e desenvolvimento de outros em 1934 foi desenvolvido por Frenkner o
recursos técnicos e mecânicos para a Spiropulsator, aparelho este que realizava
ventilação pulmonar, como os insufladores automaticamente a insuflação intermitente
manuais e geradores de pressão positiva. dos pulmões, sendo a ele atribuída à criação
Dessa maneira, esse aparelho começou da ventilação mecânica.
a ser substituído por ventiladores
com pressão positiva mais compactos, Paralelamente no Brasil, somente a partir de
e que possibilitavam o prolongamento do 1950 foi praticada a ventilação mecânica,
período em que era necessária a embora já fosse administrada anestesia
ventilação artificial, pois mantinham os inalatória sob respiração manualmente

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assistida. Assim, em 1952, Dr. Kentaro SISTEMA RESPIRATÓRIO
Takaoka idealizou e criou o respirador
Takaoka, o qual permitia realizar a O sistema respiratório é formado pelas vias
ventilação mecânica em um sistema aberto, aéreas e pelos pulmões. As vias aéreas
com oxigênio, alternando fases de pressões condutoras denominadas também de espaço
positivas e negativas (Meira, 1968). Na morto anatômico têm a finalidade de
década de 80, a sincronização do conduzir o ar do meio externo até os
paciente com o ventilador foi melhorada, pulmões e vice-versa. Fazem parte das vias
e popularizaram-se os respiradores aéreas: cavidades nasais, faringe, laringe,
microprocessados com possibilidade traqueia e brônquios que dão origem aos
de selecionar diferentes modalidades bronquíolos, que terminam em minúsculas
ventilatórias ( Fig. 2 e 3). Finalmente, em cavidades chamadas alvéolos pulmonares
1990, o monitoramento da função (Cunningham, 2004).
respiratória consolidou-se, e pesquisadores
começaram a estudar o uso mais racional e Nos alvéolos pulmonares ocorre a hematose
precoce da ventilação mecânica (Pompílio & que é o transporte de oxigênio para os
Carvalho, 2000). tecidos do organismo e a eliminação de
dióxido de carbono para o meio externo
sendo que esse mecanismo é a principal
função dos pulmões (Cunningham, 2004).
Outras funções importantes do sistema
respiratório que favorecem a ventilação
alveolar são o ofego, a termorregulação, a
proteção contra poeiras, gases tóxicos e
agentes infecciosos inalados (Cunningham,
2004).

Os pulmões estão alojados na caixa torácica


que é limitada na frente pelo osso esterno,
FIGURA 2. Curva pressão versus tempo atrás pela coluna vertebral, nos lados pelas
num ventilador ciclado a volume. Fonte: costelas e inferiormente pelo músculo
Ramirez, 2003. diafragma. Revestindo e envolvendo os
pulmões, encontram-se duas membranas
superpostas, denominadas pleuras: uma
interna (pleura visceral), em contato direto
com os pulmões, e outra externa (pleura
parietal) em contato com as costelas. Entre a
pleura visceral e parietal

há um espaço, a cavidade pleural, contendo


uma fina camada de líquido pleural que
permite o livre deslizamento de uma pleura
contra a outra nas constantes variações de
volume da caixa torácica, que ocorrem nos
movimentos respiratórios (Cunningham,
FIGURA 3. Curva pressão versus tempo 2004).
num ventilador ciclado a pressão. Fonte:
Ramirez, 2003 Os pulmões das espécies de mamíferos
diferem no grau que são subdivididos pelo

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tecido conjuntivo, em lóbulos secundários. Durante a inspiração ocorre a contração dos
Em cães e gatos, por exemplo, não há músculos respiratórios. Com a contração, o
nenhuma separação e por isso a ventilação diafragma desce, determinando um aumento
colateral, que tem a função de fornecer ar do diâmetro vertical da caixa torácica. Por
aos alvéolos quando o principal brônquio é sua vez, a contração dos músculos
obstruído, é extensa. Porém em suínos e intercostais eleva e movimenta para fora as
bovinos observa-se separação completa dos costelas, acarretando um aumento do
lóbulos (Cunningham, 2004). diâmetro horizontal da cavidade torácica.
Assim, há um aumento do volume da caixa
MECÂNICA RESPIRATÓRIA torácica com consequente diminuição da
pressão interna do tórax que se torna
Os movimentos respiratórios são cíclicos e subatmosférica em relação à pressão
estão representados pela inspiração e atmosférica. A pressão atmosférica, sendo
expiração. A realização desses movimentos maior do que a pressão intratorácica,
é realizada com a participação fundamental também chamada de pressão pleural,
do diafragma e dos músculos intercostais. empurra o ar atmosférico até o interior dos
Esses músculos contraem-se e relaxam-se alvéolos pulmonares (Cunningham, 2004).
simultaneamente (Dukes, 1996).
Na expiração ocorre exatamente o contrário da
O diafragma é uma lâmina musculotendínea inspiração: há o relaxamento do diafragma e
em forma de cúpula, que separa o abdômen dos músculos intercostais. Com o relaxamento,
e o tórax e é inervada pelo nervo frênico. Ele o diafragma sobe e os músculos intercostais
é o principal músculo inspiratório e durante provocam abaixamento das costelas.
a respiração basal, a inspiração depende Consequentemente ocorre diminuição do
principalmente da contração dele (Dukes, volume da cavidade torácica, aumento da
1996). pressão intratorácica em relação à pressão
atmosférica e compressão do ar dentro dos
pulmões fazendo com que o ar deixe o
Os músculos intercostais externos, que unem
organismo (Dukes, 1996).
as costelas, estão também ativos durante a
inspiração. As fibras desses músculos são
Durante a respiração espontânea a inspiração
direcionadas caudoventralmente da borda
acontece por uma diferença de pressão entre
caudal de uma costela à borda cranial da
as vias aérea superiores, que estão
costela seguinte, de modo que a contração
submetidas à pressão atmosférica, e o
move as costelas rostralmente e para fora.
alvéolo pulmonar que está sob pressão
Outros músculos inspiratórios incluem
subatmosférica. A pressão intratorácica
aqueles que conectam o esterno a cabeça.
diminui, isto é, fica mais “negativa”
Esses músculos contraem-se durante a
(subatmosférica), facilitando o retorno
respiração forçada e movem o esterno
venoso e aumentando o débito cardíaco
rostralmente (Cunningham, 2004).
(Dragosavac & Terzi, 2000).
Segundo Llorens et al. (1998) apud
Ao final da inspiração, o fluxo de gás cessa
Machuca et al. (2007), na maioria das
e a pressão no alvéolo se torna atmosférica.
espécies domésticas em repouso, a
No inicio da expiração os músculos
inspiração é um processo ativo enquanto que
inspiratórios relaxam e ha contração dos
a expiração é passivo. Porém pode ser feita
músculos intercostais internos e externos
de forma ativa, como nos reflexos de tosse e
para que a pressão no alvéolo aumente
espirro.
alguns poucos cm de H2O sobre a pressão

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atmosférica e assim ocorra o ciclo água abaixo da pressão atmosférica (-5cm de
respiratório (Machuca et al, 2007). água) ao final da expiração, embora possa
diminuir até -10cm de água no início da
A pressão intrapleural refere-se à pressão no inspiração quando o tórax aumenta e os
tórax do lado de fora dos pulmões incluindo músculos respiratórios realizam um trabalho
o mediastino. Ela é sempre menor do que a para distender o pulmão e o tórax, e gerar
pressão intrapulmonar. Isto acontece não fluxo de ar através das passagens aéreas que
apenas durante a respiração normal, mas oferecem uma resistência ao fluxo
também sob condições de expiração forçada (Cunningham, 2004). Já durante a ventilação
e sob condições de ventilação a pressão mecânica controlada, a pressão intrapleural
positiva. A pressão intrapleural é menor que aumenta durante a fase inspiratória até 3cm
a intrapulmonar porque o pulmão está de água caindo a -5cm de água durante a
aderido à parede torácica pela camada expiração ( Alvarez et al, 2001).
líquida entre os folhetos pleurais visceral e
parietal. A expansão do tórax é seguida pela Em ambas as modalidades de ventilação,
expansão dos pulmões. Entretanto, os espontânea e mecânica, o volume pulmonar
pulmões sempre têm tendência ao colapso aumenta durante a inspiração, porém a
porque a tensão superficial do líquido que pressão pleural, o enchimento das câmaras
forra a face interna dos alvéolos está sempre cardíacas, o fluxo pulmonar e o débito dos
puxando a superfície alveolar para o menor ventrículos cardíacos mudam em direção
tamanho possível. Além disso, as fibras oposta (Dragosavac & Terzi, 2000).
elásticas que se estendem através dos
pulmões tendem a contraí-los o tempo todo CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
(Dukes, 1996).
O centro respiratório, composto de diversos
Já durante a ventilação mecânica controlada grupos de neurônios localizados
o gradiente de pressão que gera fluxo bilateralmente no bulbo e na ponte,
inspiratório não é produzido como desempenha o papel de controle da
consequência de uma diminuição da pressão ventilação. Esses grupos enviam impulsos
intratorácica e sim por um aumento da para os músculos respiratórios (diafragma e
pressão nas vias aéreas proximais. Durante a intercostais), estimulando a contração dos
inspiração, o ventilador gera uma pressão mesmos (Dukes, 1996). Segundo Dukes
positiva. A chegada do gás no interior dos (1996) os grupos de neurônios são
pulmões produz um aumento de volume classificados em: grupo respiratório dorsal
pulmonar acima da capacidade residual (GRD) na medula obonga dorsal, grupo
funcional (CRF) que determina também um respiratório ventral (GRV) na medula
aumento da pressão intratorácica. A pressão oblonga ventral, centro pneumotáxico na
intrapulmonar pode aumentar até 15cm de porção rostral da ponte e centro apnêustico
água. Ao final da inspiração, a válvula na porção caudal da ponte.
expiratória é aberta e então a pressão do
circuito do ventilador diminui bruscamente O ritmo ventilatório básico é gerado
criando um novo gradiente de pressão e principalmente pelo grupo dorsal de
gerando fluxo expiratório que se mantém até neurônios respiratórios. O centro
que as pressões sejam equiparadas e que a pneumotáxico e o centro apnêustico
capacidade residual funcional volte ao constituem o núcleo respiratório pontino que
normal (Machuca et al, 2007). são responsáveis pelo término da inspiração
e pela sintonia fina da regulação do ciclo
Sob condições de respiração espontânea a inspiratório e expiratório (Acosta et al.,
pressão pleural é normalmente de 5cm de 2000).

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Adicionalmente à estimulação neural, há receptores constantemente geram impulsos
também elementos químicos no sangue que que aumentam a frequência quando a
modificam o ritmo básico dos movimentos pressão sanguínea aumenta e diminuem a
respiratórios, chamados de controle humoral frequência quando a pressão sanguínea
da respiração. E os elementos químicos diminui. Esses impulsos para o centro
referidos são o dióxido de carbono, o respiratório são de natureza inibitória, e a
oxigênio e o íon hidrogênio. Suas frequência respiratória diminui. Acredita-se
concentrações no sangue arterial modificam que a função dessa resposta é modificar o
a ventilação alveolar (Guyton e Hall, retorno do sangue ao coração (Dukes, 1996).
1997a).
Existem outros receptores relacionados a
Um aumento da pressão parcial de dióxido respiração localizados perifericamente que
de carbono (PaCO2) causa aumento da ajudam na modificação do ritmo básico. A
ventilação alveolar que em valores entorno estimulação dos receptores na pele, por
de 60-70mmHg pode diminuir a pressão exemplo, é excitatória para o centro
arterial, a contratilidade cardíaca e o débito respiratório, e uma respiração mais profunda
cardíaco por ativação de uma resposta do que o normal pode ser notada (Dukes,
simpatoadrenal; uma diminuição dela causa 1996).
diminuição da ventilação alveolar. Um
aumento na concentração de íons hidrogênio A respiração é considerada anormal quando
promove aumento da ventilação alveolar e os ciclos respiratórios normais e padrões de
uma diminuição na concentração desse íon frequência deixam de ocorrer. Os ciclos
promove diminuição da ventilação alveolar. ocorrem as vezes em sucessão rápida e são
Uma diminuição na pressão parcial do seguidos por intervalos variáveis de apneia.
oxigênio (PaO2) causa aumento da Isto tem sido referido como sendo
ventilação alveolar; um aumento promove respirações agrupadas, comum em
diminuição dessa ventilação (Guyton e Hall, traumatismos cranianos e em animais
1997a). anestesiados com pentobarbital (Dukes,
1996).
O ritmo respiratório controlado pelo grupo
dorsal de neurônios é influenciado VENTILAÇÃO E PERFUSÃO
principalmente pela variação do dióxido de
carbono no sangue. Porém ele pode ser A relação ventilação/perfusão (V/Q) em um
acelerado em resposta a uma baixa animal sadio deve ser igual a 1. A maior
concentração de oxigênio no sangue, alteração ventilação/perfusão que ocorre
percebida por quimiorreceptores localizados durante a ventilação mecânica e na anestesia
nas paredes das artérias aorta e carótidas que é o aparecimento de zonas pulmonares
enviam impulsos ao bulbo. Ao receber esses perfundidas e mal ventiladas, pois durante a
impulsos, o bulbo envia um maior numero anestesia a ventilação nas aéreas
de impulsos nervosos para os músculos dependentes do pulmão diminui devido à
respiratórios, intensificando assim, o ritmo redução da capacidade residual funcional
dos movimentos respiratórios (Guyton e (Machuca et al., 2007).
Hall, 1997a).
Estudos verificaram que a redução da
Os impulsos aferentes de barorreceptores capacidade residual funcional é
nos seios carótidos e aórticos tem como provavelmente devido a perda de tônus dos
função principal um papel na regulação da músculos inspiratórios e alterações na
circulação. Os mesmos receptores são fisiologia torácica. As consequências são
capazes de modificar a respiração. Os formação de atelectasias pulmonares,

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diminuição da complacência e aumento da INDICAÇÕES E CONTRA
resistência das vias aéreas. Estas alterações INDICAÇÕES DA VENTILAÇÃO
refletem na oxigenação do pulmão por MECÂNICA
aumentar a proporção de zonas perfundidas
e mal ventiladas (Machuca et al., 2007). A ventilação mecânica é indicada para
pacientes submetidos à anestesia geral, para
Segundo Machuca et al. (2007), após a permitir a manutenção da função respiratória
indução anestésica, tanto em paciente em durante a intervenção cirúrgica, e em muitos
ventilação espontânea quanto em ventilação pacientes que requerem cuidados intensivos.
mecânica e indistintamente, com todos os Os requisitos para a ventilação mecânica
anestésicos inalatórios e endovenosos, com diferem entre os pacientes anestesiados e os
exceção da quetamina, há constrição de vias que necessitam de terapia intensiva. Nesta
aéreas pequenas. Estudos sugerem que o ultima situação, geralmente há necessidade
aparecimento de atelectasias não só está de apoio em longo prazo, uso de gases
relacionada com o efeito dos anestésicos umidificados além de maiores cuidados para
quanto a utilização de frações inspirada de não ocorrer risco de intoxicação por
oxigênio elevadas e diminuição de oxigênio (Dugdale, 2007).
surfactantes alveolares.
No setor de terapia intensiva a ventilação
Segundo Schwarzkopf et al. (2001) a pode se tornar obrigatória quando o
anestesia não parece influenciar na parênquima pulmonar está muito
distribuição da perfusão pulmonar. Alguns comprometido, como por exemplo, na
anestésicos como halogênio e isoflurano síndrome da angustia respiratória, ou em
reduzem o reflexo de vasoconstrição casos em que afetem a ventilação tais como
pulmonar o que contribui para a perfusão lesões na coluna cervical que lesem o nervo
apesar de que há divergências para o frênico e, portanto com a inervação do
isoflurano nesse aspecto. Já para o diafragma e em casos de botulismo e tétano
desflurano e sevoflurano, estudos têm que a paralisia flácida e espástica
demonstrado que eles não interferem no respectivamente da musculatura (Dugdale,
reflexo de vasoconstrição pulmonar. 2007).

A indução anestésica também produz Os objetivos fundamentais do suporte


redução da complacência pulmonar que é ventilatório podem ser divididos em
uma medida de distensibilidade dos pulmões fisiológicos e clínicos e, portanto as
e tórax e é determinada pela alteração de indicações para iniciar a ventilação
volume dividida pela alteração de pressão. mecânica incluem: manter ou modificar a
Ela é o inverso da elasticidade ou retração troca gasosa pulmonar, normalizando a
elástica. Assim sendo, a complacência indica ventilação alveolar e mantendo os valores
a facilidade com que algo pode ser aceitáveis de oxigenação arterial (PaO2 >
distendido ou distorcido. Fatores que afetam 60mmHg, SaO2 > 90%, PaCo2< 60mmHg),
a complacência são aquelas condições que aumentar o volume pulmonar, visando
destroem o tecido pulmonar, que causam prevenir ou tratar atelectasias, otimizar a
fibrose, o tornam edematoso ou ainda que capacidade residual funcional (CRF), e
atrapalhem a expansão pulmonar (Alvarez & reduzir o trabalho muscular respiratório.
Mellado, 2000). Dentre as indicações clínicas destaca-se
reverter hipoxemia e a acidose respiratória
aguda, reduzir o desconforto respiratório,
permitir sedação, no uso de bloqueadores

18
neuromusculares e anestesia (Dugdale, por pressão positiva intermitente, e por
2007). isso nesses casos recomenda-se cautela
(Dugdale, 2007).
Na anestesia, a ventilação mecânica é
essencial quando ha administração de Sabe-se que durante a inflação dos pulmões
hipnoanalgésicos, hipnóticos ou agentes sob pressão positiva, capilares pulmonares
anestésicos inalatórios em doses são comprimidos. Isto inicialmente incentiva
suficientemente elevadas, que interferem no o fluxo para o átrio esquerdo e assim o
controle central e normal da respiração retorno venoso e o debito cardíaco são
(Dugdale, 2007). Da mesma forma, é momentaneamente aumentados. No entanto,
imprescindível quando há indicação da o aumento da pressão intratorácica, aumenta
administração de agentes bloqueadores a resistência vascular da artéria pulmonar
neuromusculares para obter um relaxamento que combinado com a diminuição do retorno
muscular que facilite o acesso cirúrgico. venoso ao átrio direito reduz o fluxo
Outras indicações incluem o sanguíneo pulmonar e consequentemente
hiperadrenocorticismo no qual os animais reduz o retorno venoso para o átrio esquerdo
podem apresentar fraqueza muscular (Dugdale, 2007). Estes efeitos
generalizada pela redução das bombas de hemodinâmicos do aumento da pressão
sódio e potássio no músculo esquelético. intratorácica representam o resultado final
Essa depressão respiratória pode ainda ser da interação de diversos fatores, como
intensificada quando há hepatomegalia, volume intravascular, função cardiovascular
acumulo de gordura abdominal que se e pressão capilar pulmonar (Troster e Krebs,
opõem aos movimentos respiratórios e 2012).
aumentam a pressão diafragmática levando o
animal a uma depressão respiratória (Leal, COMPLICAÇÕES DA VENTILAÇÃO
2008). MECÂNICA

A ventilação mecânica é contra indicada em Apesar dos inúmeros benefícios, a utilização


casos de pacientes com edema pulmonar e de ventilação mecânica pode acarretar
lesões pulmonares graves devido ao risco de complicações. A instituição do suporte
maior lesão pulmonar que pode variar entre ventilatório mecânico em qualquer paciente
uma mínima hemorragia alveolar até em altera a mecânica pulmonar e a função
ruptura de vias aéreas, pneumotórax de respiratória, podendo, além de afetar outros
tensão e hipoxemia arterial sistêmica órgãos, causar grande morbidade ou
(Dugdale, 2007). mortalidade (Almeida, 2002). Atualmente,
reconhece-se que a assistência ventilatória
A utilização da ventilação mecânica deve ser mecânica pode desencadear três tipos de
instituída com cautela. Deve-se ponderar o lesões; ou seja, a lesão direta no pulmão, a
uso dela em pacientes hipotensos ou sobrecarga da musculatura ventilatória e a
naqueles em que a hipotensão pode causar relacionada à intubação (Lima, 2003).
risco à vida, porque o suporte ventilatório
mecânico afeta negativamente a função A lesão direta no pulmão é decorrente de altas
cardiovascular, impedindo fisicamente o pressões inspiratórias e grandes distensões
retorno venoso para o átrio direito e alveolares. Exemplos desse tipo de lesão são o
causando redução no volume de ejeção, volutrauma e barotrauma (Lima, 2003).
débito cardíaco e pressão arterial. Pacientes Segundo o Consenso Brasileiro de Ventilação
com doenças cardíacas descompensados, Mecânica (2000b), o barotrauma refere-se à
como principalmente insuficiência cardíaca lesão pulmonar por excesso de pressão sobre
direita não toleram muito bem a ventilação os pulmões. Está associada a extravasamento

19
de ar alveolar, sendo responsável por enfisema apresentaram algum grau de inflamação na
intersticial, pneumomediastino, pneumotórax, laringe após 32 horas de intubação. A lesão
pneumoperitônio e enfisema subcutâneo. glótica está mais associada à intubação
difícil ou de emergência, o edema de glote e
Segundo Lima (2003), quando a as lesões erosivas leves das cordas vocais
complacência pulmonar está diminuída estão associadas a intubações prolongadas e
como em casos de fibrose, doença pulmonar a alta pressão do “cuff” , levando desde a
crônica ou até mesmo devido ao diminuição de atividade do epitélio ciliado à
posicionamento do paciente, o risco de isquemia, necrose e até fistulas traqueais
barotrauma é maior, pois quanto maior o (Heffner, 1990). Assim, de acordo com
volume inspirado ou quanto menor a Alvarez & Mellado (2000), realizar a técnica
complacência, maior será o aumento da de intubação de maneira precisa, escolher
pressão alveolar. O volutrauma é decorrente tubos orotraqueais adequados a cada
de lesões pulmonares associadas a repetidas paciente e inspecionar o estado do tubo antes
distensões e pressurização do tórax, e inclui da intubação minimizam os riscos de
alterações da permeabilidade vascular, complicações.
reações inflamatórias e dano alveolar difuso.
De acordo com Hernandez et al. (1990) Segundo o Consenso Brasileiro de
citado por Lima (2003), estudos indicam Ventilação Mecânica (2000b), a
que uma distensão exagerada dos alvéolos permanência da necessidade de ventilação
pode produzir lesões endoteliais, epiteliais e aumenta o risco de infecções, sendo as mais
da membrana basal, que estão associadas frequentes a sinusite, a traqueobronquite e a
com aumento da permeabilidade pneumonia. Outras complicações incluem
microvascular e ruptura pulmonar. diminuição do débito cardíaco, alcalose
respiratória aguda, distensão gasosa gástrica
A sobrecarga da musculatura ventilatória e atelectasia. A presença de atelectasias é a
pela dissincronia da relação paciente- complicação mais frequente observada no
respirador pode ocorrer quando o suporte período pós-operatório imediato das
ventilatório é parcial. Ventiladores com cirurgias que envolvem o tórax
gatilho de disparo ou fluxo inapropriado ou nas videolaparoscopias, sendo também
podem causar significante imposição de encontradas sempre que se utiliza oxigênio
carga e desconforto para o paciente, puro pois esse reduz a tensão alveolar
resultando em danos da musculatura contribuindo para o fechamento dos
pulmonar (Hoff, 2008). A sincronia bronquíolos. Porém, sabe-se que a aplicação
paciente-ventilador tem relação direta com o da pressão positiva ao final da expiração
trabalho ventilatório. Para melhor (PEEP) contribui para diminuição de
relaxamento e repouso da musculatura atelectasia, assim como melhora das
inspiratória, o ventilador deverá ciclar em condições pós-operatórias.
sincronia com a atividade do próprio ritmo
respiratório do paciente (Faustino, 2007). A diminuição do débito urinário, do
clearance da creatinina e da excreção renal
Já as complicações relacionadas com o uso de sódio também tem sido observada com o
de tubos orotraqueais são decorrentes de uso de pressão positiva contínua nas vias
lesões de hipofaringe, laringe e traqueia, que aéreas. Estes efeitos se devem à diminuição
desencadeia algum grau de inflamação do fluxo sanguíneo renal, alterações
(Alvarez & Mellado, 2000). Segundo na perfusão renal e aumento dos níveis
Arthur & Slutsky (1993) citado por Lima de hormônio antidiurético (Troster e
(2003), todos os pacientes humanos que Krebs,2012).
necessitaram de intubação traqueal

20
Segundo Troster & Krebs (2012) estudos pneumaticamente, eletricamente ou por
experimentais têm demonstrado diminuição ambos os mecanismos. O fluxo de gás é
do fluxo sanguíneo durante ventilação derivado diretamente da fonte de gás
mecânica nas veias hepáticas, no sistema pressurizado ou produzido pela força
porta e nas veias mesentéricas. Além disso, de um pistão. Os ventiladores geralmente
diminuição da perfusão cerebral, devido ao conectados a um fole, que funciona como
aumento na pressão arterial média e pressão um reservatório de gases (Fig. 4). O fole
intracraniana com a utilização de pressão pode ser classificado como ascendente ou
positiva continua nas vias aéreas já foram descendente, dependendo do sentido do seu
relatadas (Troster e Krebs,2012). movimento na expiração. O fole ascendente
é mais vantajoso para o paciente, uma vez
VENTILADORES MECÂNICOS que oferece menor resistência respiratória e
permite detecção de vazamentos com maior
Os ventiladores e seus mecanismos facilidade (Muir, 2001).
de controle podem ser impulsionados

FIGURA 4. Ilustração de um aparelho de ventilação mecânica do Hospital Veterinário da


UFMG conectado a um fole ascendente (seta indicando fole)

21
Os ventiladores mais comuns são os que se (Munechika, 1996). Na anestesiologia
podem controlar o volume corrente, frequência veterinária, a ventilação mecânica ou suporte
respiratória e relação inspiração/expiração ventilatório mecânico (SVM) é praticado
(I/E) (Fig. 5). No entanto, há vários basicamente pelo ajuste do volume corrente,
ventiladores que trabalham com pressão de da pressão inspiratória ou ainda, baseada na
insuflação, fluxo inspiratório, tempo quantidade de dióxido de carbono no ar
inspiratório e/ou tempo expiratório expirado (Junior et al., 2009).

Volume

FR I/E

FIGURA 5. Ilustração de um aparelho de ventilação mecânica com ajustes de volume corrente,


frequência respiratória e relação inspiração/expiração (I/E) do Hospital Veterinário da UFMG.

22
Atualmente, diferentes tipos de ventiladores ventilatória fora dos centros cirúrgicos e o
mecânicos fazem parte do cotidiano dos alto custo dos ventiladores modernos
setores hospitalares humanos, e a maior (Batista, 2008). Segundo Munechika (1996),
parte deles apresenta monitores nos quais se para se conhecer o mecanismo de
podem visualizar as curvas de volume, fluxo funcionamento dos equipamentos de
e pressão ao longo do tempo (Fig. 6). Porém, ventilação devem-se conhecer as fases de
na medicina veterinária, esses aparelhos uma ventilação mecânica (ou ciclo
ainda são pouco utilizados na prática clínica, ventilatório), assim como os modos e os
devido à falta de conhecimento do médico tipos de ciclagem do aparelho.
veterinário sobre o uso da assistência

FIGURA 6. Ilustração de um ventilador mecânico microprocessado com apresentação de


curvas de volume, fluxo e pressão ao longo do tempo. Fonte:
<http://www.priom.com.br/infoProduto.php?p=61 >

FASES DA VENTILAÇÃO MECÂNICA inflar os pulmões do paciente (fase


inspiratória) e permitir o esvaziamento dos
O ciclo ventilatório pode ser classificado pulmões (fase expitatória) (Carvalho, 2000).
como espontâneo ou mandatório. Quando o
paciente inicia e encerra a fase inspiratória, Independentemente de ser espontâneo ou
o ciclo é espontâneo. Se o ventilador mandatório, o ciclo ventilatório compõe- se
determina pelo menos uma das referidas de quatro fases distintas, ou seja, a fase
etapas, o ciclo será mandatório. Sendo inspiratória, mudança da fase inspiratória
assim, um ventilador deve ser capaz de para a fase expiratória também chamada de

23
pausa inspiratória, fase expiratória e esteja sedado. No disparo a pressão, a
mudança da fase expiratória para a inspiração é iniciada por um critério de
inspiratória ou pausa expiratória (Carvalho, pressão, estipulado a partir do comando
2000). sensibilidade. Quanto maior a sensibilidade
do ventilador, menor o esforço que o
Na fase inspiratória, o ventilador insufla os paciente precisa fazer para abrir a válvula
pulmões do paciente, vencendo as inspiratória e iniciar novo ciclo (Carvalho et
propriedades elásticas e resistivas do sistema al., 2007). O disparo a fluxo envolve o uso
respiratório. A maneira como tem início a de um fluxo inspiratório basal contínuo.
fase inspiratória depende do modo de Sendo que quando a diferença entre o fluxo
ventilação mecânica escolhido. Na segunda inspiratório e o fluxo expiratório alcançar
fase (mudança da fase inspiratória para a um determinado limite de sensibilidade,
fase expiratória), também chamada de abre-se a válvula inspiratória e um novo
ciclagem do ventilador, o aparelho ciclo ventilatório começará. O fluxo
interrompe a fase inspiratória e dá início a geralmente é medido diretamente pelo
fase expiratória (Carvalho et al., 2007). ventilador ou monitor multiparamétrico, por
meio de sensores de pressão diferencial
A fase expiratória ocorre quando o chamados de tubo pitot que estão
ventilador permite o esvaziamento dos posicionados entre a cânula endotraqueal e o
pulmões. Esta fase é o momento seguinte ao “Y” do circuito do ventilador. O fluxo
fechamento da válvula inspiratória e inicia-se, nos modos controlados, depois de
abertura da válvula expiratória, permitindo determinado intervalo de tempo (depende da
que a pressão do sistema respiratório frequência respiratória ou da relação
equilibre-se com a pressão expiratória final inspiração: expiração - I/E) ou por meio de
determinada no ventilador (Carvalho et al., um limite de sensibilidade (trigger ou
2007). Nesta fase, o ventilador pode permitir disparo) pré-estabelecido (Carvalho et al.,
o esvaziamento total dos pulmões, 2007; Hoff, 2008).
promovendo a chamada ventilação com
pressão positiva intermitente (RPPI ou Para que o ciclo ventilatório mecânico
VPPI); ou pode permitir apenas o ocorra com segurança, uma série de
esvaziamento parcial dos pulmões, parâmetros devem ser ajustados:
mantendo uma pressão positiva residual no
final da fase expiratória do indivíduo, Volume Corrente (VC): corresponde ao
denominado pressão positiva expiratória volume de gás movimentado durante uma
final (PEEP) (Carareto, 2007). respiração. Ele contém o ar alveolar (VA) e
o ar do espaço morto (VD), ou seja:
A mudança da fase expiratória para a fase VC=VA+VD (Levitzky, 2004). Segundo
inspiratória é a fase em que o ventilador Muir (2001), para a ventilação a pressão
termina a expiração e permite o início da positiva intermitente em animais de peso
fase inspiratória do novo ciclo, abrindo a inferior a 180 kg o VC pode ser até 15
válvula inspiratória. Este processo é mL/kg, já para animais de peso maior que
chamado de disparo do ventilador, e pode 180 kg, o VC é até 16 mL/kg.
ser a tempo, a pressão ou a fluxo (Carvalho
et al., 2007). No disparo a tempo o início da Volume de Reserva Expiratório (VRE): é
inspiração é determinado pelo critério de todo o ar que se consegue expirar
tempo, por meio do ajuste da frequência forçadamente após uma expiração normal. O
respiratória. O disparo a tempo ar que não se consegue expirar é
frequentemente é denominado ventilação denominado de volume residual (VR). A
controlada, e é necessário que o paciente soma do VRE e do VR é a capacidade

24
residual funcional e representa na prática expiratória. A razão 1:2 (20mpm) ou 1:3
clínica o ponto de repouso da caixa torácica (15mpm) são os valores que permitem
(Levitzky, 2004). melhor tempo para enchimento cardíaco. Se
aumentarmos o tempo inspiratório, teremos
Frequência Respiratória (f): número de também aumento do tempo para trocas
incursões respiratórias que o paciente gasosas no alvéolo mas também haverá
apresenta por minuto (Pádua & Martinez, aumento da pressão nas vias aéreas e
2001). Os valores de referencia de f para consequentemente aumento da pressão
animais anestesiados são de 6 a 10, 8 a 14, intratorácica, diminuição do debito cardíaco
10 a 14 incursões por minuto (ipm) em e resistência vascular (Cavalcanti, 2010).
equinos e bovinos, cães e felinos,
respectivamente (Hartsfield, 2007). Fluxo inspiratório (VI): volume de gás que
passa pela via de saída inspiratória do
Volume Minuto (VE): volume total de gás ventilador, na unidade de tempo.
trocado durante um minuto. É calculado pela Corresponde à velocidade com que o gás
fórmula VE = f x VC e portanto depende da f entra no paciente, expressa em litros por
e do VC estabelecidos no ventilador minuto (Pádua & Martinez, 2001).
(Robinson, 1991).
Pico de Pressão Inspiratória (PIP): é a
Tempo Inspiratório (TI): tempo que leva pressão total necessária para expandir os
para a inspiração se completar. Geralmente, pulmões, a caixa torácica e o circuito
gira em torno de um terço do ciclo ventilador/paciente, para um dado volume
respiratório (Pádua & Martinez, 2001). em um determinado período de tempo
Geralmente, menos de 1,5 segundo em (Gonçalves, 2000). Valores excessivos,
pequenos animais e entre 1,5 a 3 segundos geralmente além de 50 cm de água, podem
em grandes animais (Muir, 2001). cursar com barotraumas ou volutrauma
associados à ventilação mecânica, tais como
Tempo Expiratório (TE): tempo gasto para a pneumotórax e pneumomediastino (Pádua &
expiração se completar (Pádua & Martinez, Martinez, 2001). É um dos parâmetros mais
2001). Geralmente, gira em torno de dois importantes de serem monitorados durante a
terços do ciclo respiratório (Muir, 2001). ventilação mecânica (Vieira et al., 2000). O
PIP varia em função de variáveis inerentes
Tempo Total (TTot): tempo de duração de tanto ao paciente quanto ao ventilador,
um ciclo respiratório completo. De acordo dentre eles a complacência e a resistência
com Muir (2001) segue a fórmula TTot = TI das vias aéreas. Em condições normais de
+ TE. mecânica respiratória recomenda-se
empregar, para pequenos animais, pressões
Relação tempo inspiratório – tempo de 15 a 20 cm H2O, para grandes animais, de
expiratório (TI:TE): a relação TI:TE 20 a 30 cm H2O (Hartsfield, 2007).
recomendada é de 1:2, podendo ser ajustada
dependendo da frequência respiratória e do Pressão inspiratória de plateau: A pressão
fluxo inspiratório utilizados ((Pádua & das vias aéreas medida ao final de uma
Martinez, 2001). Segundo Muir (2001), em pausa inspiratória. (Carareto, 2007). Admite-
pequenos animais essa relação é entre 1:2 a se que seja o parâmetro que melhor reflita as
1:4,5. Já para grandes animais 1:1 a 1:4,5. pressões alveolares no momento do término
Essa variação está relacionada a alterações da insuflação pulmonar. Valores muito altos
cardiovasculares, ou seja, para produzir de pressão de plateau, geralmente, além de
mínimas alterações cardiovasculares, a fase 35 cm H2O, associam- se a lesão
inspiratória deve ser mais curta que a parenquimatosa pulmonar, induzida pela

25
ventilação mecânica. O ideal é valores de 15 um nível baixo de PEEP, o chamado “PEEP
a 20 cm de H20 para espécies de porte fisiológico” (3-5 cm H2O) (Krismer et al.,
pequeno e de 20 a 30cm de H20 para 2005). Quando ventilando pulmões com
animais de grande porte (Muir, 2001). baixa complacência, ou seja, pulmões
fibrosados ou atelectásicos, valores elevados
Pressão Expiratória (PE): corresponde à de PEEP podem ser necessários (5-20 cm
pressão observada nas vias aéreas, ao final H2O) (Carareto, 2007). Segundo Marini
da expiração. Habitualmente, ela cai à zero, (1989), pode-se também observar uma
denominada, então, pressão expiratória, mas persistência de uma pressão alveolar positiva
podem ser feitos ajustes nos ventiladores ao final da expiração, não intencional,
para que ela atinja valores positivos (PEEP) devido à presença de um volume pulmonar
(Muir, 2001). expiratório final maior do que a capacidade
residual funcional (CRF) prevista, a qual é
Pressão Expiratória Positiva Final (PEEP): denominada de auto-PEEP ou PEEP
aplicação, nas vias aéreas, de uma pressão intrínseca. A auto PEEP ocorre em pacientes
positiva, constante, ao final da expiração. submetidos à VM, em consequência do
Sua aplicação tem por finalidade reduzir os aparelho de ventilação iniciar uma fase
distúrbios das trocas gasosas, permitindo aos inspiratória com pressão positiva, antes que
pacientes a administração de uma menor o tempo expiratório tenha sido suficiente
fração inspirada de oxigênio. Admite-se que para exalação completa do volume inspirado
seus efeitos terapêuticos se devam à abertura anteriormente. O resultado dela é um
de pequenas vias aéreas e espaços alveolares aumento progressivo do volume pulmonar e
colabados, ou, ainda, às suas repercussões da pressão pleural a cada respiração,
hemodinâmicas (Fortis, 2004). Alguns podendo inclusive, hiperdistender os
autores advogam que, mesmo quando alvéolos predispondo ao barotrauma
ventilando pulmões normais, deva-se aplicar (Ferreira et al., 1998).

TABELA 1- Resumo dos principais parâmetros ventilatórios. Adaptado de Levitzky (2004),


Muir (2001), Pádua & Martinez (2001), Hartsfield (2007), Robinson (1991), Cavalcanti, (2010),
Gonçalves (2000), Vieira et al.(2000), Fortis (2004), Krismer et al.(2005) e Carareto (2007).
ESPÉCIE VC(ml/Kg) f(mpm) VE I:E PIP Pplatô PEEP
(cmH2O) (cmH2O) (cmH2O)
CÃES 10 – 15 8 - 12 80 – 1:2 ou 15 – 20 15 – 20 5 – 10
180 1:3
GATOS 10-15 10-14 100- 1:2 ou 15 – 20 15 – 20 5-10
210 1:3
BOVINOS 16 6-10 96-160 1:1 a 20 – 30 20 – 30 5- 20
1:4,5
EQUINOS 16 6-10 96-160 1:1 a 20 – 30 20 – 30 5-20
1:4,5

MODOS DOS CICLOS de modalidades ventilatórias, mas


VENTILATÓRIOS convencionalmente há quatro tipos de modo
de funcionamento dos ventiladores: o
A modalidade ventilatória é definida pela espontâneo, o assistido (AMV), o controlado
programação dos ciclos do ventilador, e (CMV) e os modos combinados
determina como será o funcionamento dele a subdivididos em assistido controlado
partir da expiração até a inspiração (ACMV) e mandatório intermitente
(Batista, 2008). Há atualmente diversos tipos

26
obrigatório sincronizado (SIMV) ou não maior segurança para o paciente, pois
(Batista, 2008). o ciclo controlado entra sempre que o
paciente não disparar o ciclo assistido.
No modo espontâneo, a pressão positiva Assim, há um mecanismo deflagrado a
contínua nas vias aéreas (CPAP) é mantida tempo (determinado pelo aparelho) e um
durante todo o ciclo respiratório do paciente. mecanismo deflagrado a pressão, que
Neste tipo de ventilação, a frequência depende do esforço inspiratório do paciente.
respiratória e o volume corrente são A fase inspiratória pode ser iniciada tanto
totalmente dependentes do paciente. O pelo paciente como pelo ventilador, sendo
CPAP mantém os alvéolos abertos durante que, geralmente, o ventilador libera o
todo o ciclo respiratório, como medida de mesmo volume corrente, independente da
controle da hipoxemia arterial. Assim, neste demanda ventilatória do paciente. Em alguns
modo de ventilação o paciente respira equipamentos, a única diferença entre a
espontaneamente em níveis pressóricos ventilação assisto- controlada e a ventilação
maiores. O CPAP é indicado para aumentar mecânica controlada é o ajuste da
a capacidade residual funcional (CRF) sensibilidade inspiratória (Hoff, 2008). Ex:
(Hoff, 2008). Desmame

No modo assistido, o aparelho determina o No modo intermitente obrigatório, há uma


início da inspiração por um critério de combinação de ventilação controlada e/ou
pressão ou fluxo pré-determinados, mas o assistida, intercalada com ventilações
ciclo só é iniciado com o esforço do espontâneas do paciente. Neste tipo de
paciente. Este modo é pouco utilizado em ventilação, a frequência respiratória e o
anestesia, pois tende a produzir volume corrente são totalmente dependentes
hiperventilação (Alvarez et al., 2001). do paciente. Quando o ventilador permite
que o disparo dos ciclos mandatórios ocorra
No modo controlado, não há participação do em sincronia com pressão negativa ou fluxo
paciente, o aparelho determina todas as fases positivo realizado pelo paciente, este
da ventilação. Este é o tipo de ventilação modo é chamado de ventilação
mais utilizado na anestesia, no qual o mandatória intermitente sincronizada
ventilador determina o início da inspiração (SIMV). Entretanto, este modo ainda tem
por um critério de tempo, estipulado por sido pesquisado em pequenos animais,
meio da frequência respiratória (Carvalho et provavelmente devido ao número restrito de
al., 2007). De acordo com Rappaport et al. equipamentos modernos de ventilação
(1994) e Batista (2008), este modo de artificial nos hospitais veterinários
ventilação é indicado sempre que o animal (Goldwasser, 2000).
apresentar capacidade de ventilação
insuficiente (que pode ser diagnosticada
quando valores da pressão parcial de VENTILAÇÃO MECÂNICA MODO
oxigênio (PaO2) forem menores que 60 CONTROLADO
mmHg, saturação de oxigênio (SpO2)
menores que 90% e pressão parcial de Atualmente este modo está sendo cada vez
dióxido de carbono (PaCO2) maiores que 60 mais utilizado nas anestesias veterinárias,
mmHg), pois melhora a oxigenação, gera devido ao fato de prevenir alterações de
volume corrente adequado e preveni lesão ventilação - perfusão que acontecem durante
no tecido pulmonar. a anestesia (Machuca et al., 2007). Além
disso, segundo Turky et al. (2005), a
O modo assistido-controlado permite um ventilação mecânica controlada a pressão
mecanismo duplo de disparo fornecendo (VCP) apresenta algumas vantagens em

27
relação a outros modos de ventilação, como complacência pulmonar e torácica, com a
menor incidência de barotrauma e, por taxa respiratória determinada e com a
consequência, menor ocorrência de lesão no pressão basal na via aérea (Emmerich &
parênquima pulmonar. Também observa-se Maia, 1992). Além disso, em pacientes
distribuição mais homogênea do volume internados nas unidades de terapia intensiva,
corrente, respeitando as complacências esse modo ventilatório não é o mais
regionais, uma vez que aumentos nos indicado. De acordo com Tobin & Alex
valores de pressão durante a inspiração não (1994), esses modo diminui as respirações
são possíveis. Esta modalidade promove espontâneas, podendo assim, ocorrer atrofia
ainda maior estabilidade hemodinâmica e dos músculos respiratórios, preferindo-se
maior conforto ao paciente, devido à modalidades assistidas, as quais são
diminuição do esforço inspiratório desencadeadas pelo esforço respiratório dos
(Castellana et al., 2003). Em cães sadios, pacientes.
Carareto (2007) descreveu que a
VCP foi eficiente na manutenção da TIPOS DE CICLAGEM DO
estabilidade respiratória e cardiovascular. VENTILADOR
Adicionalmente, em pacientes com função
cardíaca comprometida e débito cardíaco A ciclagem do ventilador determina a
baixo, Auler et al. (1995) relataram que a mudança da fase inspiratória para a
VCP é menos deletéria sobre a expiratória. Ela pode ocorrer de acordo com
hemodinâmica quando comparada à volume, pressão, tempo, ou fluxo (Carvalho,
ventilação controlada por volume (VCV), 2000).
por manter maiores valores de índice
cardíaco, diminuição da resistência vascular Na ciclagem por ajuste do volume, o gás ou
periférica (RVP) e das pressões uma mistura de gases são fornecidos em um
inspiratórias. Em outro estudo, comparando volume pré-estabelecido pelo aparelho de
esses dois modos de ventilação no homem ventilação assistida. Neste caso, o volume é
com síndrome da angústia respiratória ajustável e será liberado independente da
aguda, foi observada menor redução no pressão desenvolvida. A inspiração termina
débito cardíaco no grupo da VCP. Tal fato quando é atingido um volume corrente já
foi relatado como resultado de uma melhora determinado. Este tipo possui as vantagens
da pós-carga do ventrículo direito, devido a de fornecer ou liberar um volume
um melhor recrutamento alveolar, redução respiratório conhecido. A maioria dos
da resistência vascular pulmonar e ventiladores ciclados a volume é equipada
diminuição da pressão intratorácica, que com uma válvula de segurança para evitar o
facilitou uma melhor pré-carga de ambos os desenvolvimento de pressões extremamente
ventrículos (Abraham & Yoshihara, 1990). elevadas. É importante ajustar um limite
Ainda, em cães com pneumoperitônio, a máximo de pressão. Como desvantagem
VCP determinou maior estabilidade dos pode observar o desenvolvimento de
valores da tensão de dióxido de carbono ao pressões elevadas nas vias aéreas. Além
final da expiração (ETCO2) e da pressão disso, ventiladores de volume não
parcial de CO2 (PaCO2), bem como menor compensam pequenos vazamentos no
variação nos valores do pH do sangue sistema. Sua eliminação exige um sistema
arterial, quando comparada a VCV (Carareto hermético e quando o vazamento é grande, o
et al., 2007). paciente não receberá um volume
respiratório adequado. Porém há aparelhos
Entretanto, a principal desvantagem deste de volume com pistão ou fole que fornecem
modo ventilatório, é que o volume corrente um volume pré- ajustado e equipados com
não é fixo, ele varia de acordo com a

28
um dispositivo capaz de selecionar uma sobre o tempo e fluxo inspiratórios e sobre o
pressão máxima (Carvalho et al., 2007). volume corrente. A ventilação por pressão
de suporte é um exemplo. Neste caso, uma
Na ciclagem por ajuste de pressão, o gás ou pressão predeterminada em via aérea é
uma mistura de gases são fornecidos por um aplicada ao paciente, o ventilador cicla
equipamento de ventilação assistida durante assim que o fluxo inspiratório diminui e
a fase inspiratória, até que o sistema alcance alcança um percentual predeterminado de
uma pressão pré-estabelecida. Então a seu valor de pico (normalmente 25%)
inspiração cessa quando essa pressão é (Carvalho et al., 2007).
alcançada. Os volumes oferecidos irão variar
de acordo com as mudanças da mecânica DESMAME DA VENTILAÇÃO
respiratória, não havendo garantia de MECÂNICA
manutenção de volume minuto adequado.
Este tipo possui como vantagens a não O processo de transição da ventilação
ocorrência de pressões elevadas, a menos mecânica para a ventilação espontânea
que sejam pré-estabelecidas pelo operador. chama-se desmame. Isto se realiza
Nesse caso, o equipamento consegue diminuindo a profundidade anestésica do
compensar pequenas perdas, porém perdas animal por meio da redução da concentração
prolongadas aumentam o tempo inspiratório. de anestésico inalatório oferecido, ou da
Como desvantagem observa-se que o eliminação do anestésico injetável. Ainda
volume fornecido é variável e depende da pode ocorrer por meios de uma
complacência pulmonar, da resistência das hipoventilação, associando algumas
vias aéreas, do número de alvéolos respirações manuais ricas em oxigênio
funcionais e da pressão no intratorácica. (Alvarez et al., 2001).
Pode ser necessário elevar a pressão durante
um procedimento para manter um volume Segundo Alvarez et al. (2001), uma
respiratório adequado (Carvalho et al., frequência respiratória de 5mpm
2007). aproximadamente permite que níveis de CO2
sejam aumentados e atuem como
Na ciclagem por ajuste de tempo, a transição estimulante respiratório, dando início a
inspiração/expiração ocorre de acordo com respiração espontânea.
um tempo inspiratório pré-determinado, não
importando as características elástico- CONSIDERAÇÕES FINAIS
resistivas do sistema respiratório do
paciente. Neste tipo de ajuste o volume Apesar da ventilação mecânica em anestesia
fornecido é liberado mediante a combinação de pequenos estar intimamente vinculada
de ajustes na relação I:E, frequência aos recursos tecnológicos dos centros
respiratória e velocidade de fluxo cirúrgicos, essa tecnologia encontra-se cada
inspiratório. A maioria dos ventiladores de vez mais disponível. Hoje, com a disposição
anestesia é deste tipo. A inspiração termina de uma monitorização mais refinada pode-se
após um tempo inspiratório pré-determinado obter mudanças na mecânica respiratória
(Carvalho, 2000). junto ao paciente, sendo possível intervir de
forma mais precoce nos volumes e pressões
Na ciclagem por ajuste de fluxo, a utilizadas antes de haver alterações das
inspiração termina quando o fluxo trocas gasosas.
inspiratório diminui a um percentual pré-
determinado do seu valor de pico, ou quando O suporte ventilatório dever ser utilizado
determinado fluxo é alcançado. Neste tipo para normalizar as trocas gasosas, reverter à
de ciclagem, o paciente exerce total controle acidose metabólica e diminuir o esforço

29
respiratório do paciente. Entretanto, deve-se ALVAREZ, I., TENDILLO, F., BURZACO,
conhecer as indicações clínicas e contra O. La ventilación artificial em el perro y el
indicações de uso, a fim de não agravar o gato. Consulta de difusión veterinária, v.9,
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Atualmente diversos trabalhos têm sido ALVAREZ, F. L., MELLADO, E. B.


realizados abordando o uso da ventilação Acidentes y complicaciones em anestesia de
pulmonar mecânica e sua importância na pequenos animales. Anales de veterinária,
anestesiologia veterinária. Mas ainda outros Murcia, v. 16, p. 89-100, 2000. Disponível
estudos devem ser conduzidos, a fim de se em:
compreender qual seria a melhor modalidade <http://revistas.um.es/analesvet/article/view/
ventilatória que poderia ser empregada nos 16211/15631 >. Acesso em: 18 de novembro
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