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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0005425-88.2016.8.05.0080

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : BARBARA ISMENIA DE JESUS PIRES

Recorrido(s) : BANCO SANTANDER BRASIL S A

Origem : 4ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - FEIRA DE


SANTANA
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR.AÇÃO INDENIZATÓRIA.


CONSUMIDOR. SEGURO PRESTAMISTA. ALEGAÇÃO DE VENDA CASADA
QUANDO DA CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO. FALHA NO DEVER DE
INFORMAÇÃO. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 6º , III E 39 , I E IV , DO CDC
.RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO NO CASO
CONCRETO. PRÁTICA ABUSIVA INSUFICIENTE, DE PER SI, PARA ENSEJAR
VIOLAÇÃO A DIREITOS DA PERSONALIDADE. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA .

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que


julgou improcedente o pedido formulado na exordial, por entender o magistrado
sentenciante que : “Com efeito, a prova documental produzida nos autos indica claramente
que o autor foi PRÉVIA E DEVIDAMENTE INFORMADO acerca da contratação, restando,
portanto, devidamente atendidos os Princípios Consumeristas da Informação e da
Transparência pela Ré, princípios estes previstos respectivamente nos Arts. 6º, inciso III e 46,
caput, ambos do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90)..”.

2. A autora recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em


síntese, que não tivera prévia ciência acerca da contratação de seguro prestamista
quando da contratação do empréstimo , que não fora informado acerca do
mencionado contrato, sustenta tratar-se venda casada, requerendo por fim a
restituição em dobro dos valores pagos a tal título, bem como indenização pelos
danos morais sofridos.
3. A despeito das alegações da acionada acerca da regularidade da
contratação do seguro prestamisa que vinha sendo cobrado , a mesma não faz
prova da regular contratação, como lhe incumbia fazer, nos termos do art.373
do CPC, não juntando aos autos o instrumento contratual destacado, que
contenha a assinatura da parte autora. Com efeito, o réu apenas faz o print da
cláusula do suposto instrumento contratual, em que há o destaque da
contratação do seguro, todavia tal excerto do contrato vem descontextualizado,
no meio da peça contestatória, e sem a assinatura da parte autora , que
provaria a sua prévia ciência.

4. Com efeito, restaram violados por parte do banco demandado o


disposto nos arts. 6º ,III e 39, I e IV do CDC , que assim dispõem: “ Art. 6º São
direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; Art. 39.
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I -
condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou
serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; IV - prevalecer-se da
fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde,
conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.”

5. Por certo que, por se tratar de contrato com repercussão no âmbito


patrimonial do consumidor, e não tendo sido ele devidamente esclarecido
acerca da possibilidade de vir a contratá-lo, por certo que tal prática viola os
princípios da boa fé objetiva, bem como se observa a falha no dever de
informação, imposto a todo fornecedor de produtos e serviços, sendo mister,
portanto, a declaração de nulidade da avença anexa, bem como a restituição
em dobro do montante que fora indevidamente pago pela parte autora, desde
que devidamente comprovados os pagamentos indevidos nos autos.

6. No concernente ao pleito indenizatório pelos supostos danos morais


sofridos, tenho que não há nos autos provas acerca da lesão a direitos
subjetivos, mas tão somente violação no dever de informação, bem como falha
na prestação dos serviços., que ensejou a contratação de produto diverso do
pretendido pela parte autora, o que, de per si, se revela insuficiente para
embasar um édito condenatório. Em que pese a conduta censurável da
empresa demandada, tenho que não restara comprovados nos autos os
elementos ensejadores do dano moral. Não foram comprovadas nos autos
maiores repercussões negativas do fato ora narrado, sendo necessário, para
que a violação ao direito atinge o patrimônio moral da vítima, que haja uma grau
maior de ofensa à sua esfera íntima , o que em definitivo não ocorrera na
hipótese vertente.

7. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO AO


RECURSO INTERPOSTO, para reformar a sentença , e condenar o réu à
restituição em dobro dos valores comprovadamente pagos nos autos a título
de seguro prestamista, mantendo no mais a sentença objurgada pelos
próprios fundamentos. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo
êxito da parte no recurso.

8. Salvador, Sala das Sessões, 09 de Fevereiro de 2016.


9. BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
10. Juíza Presidente e Relatora
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0005425-88.2016.8.05.0080

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : BARBARA ISMENIA DE JESUS PIRES

Recorrido(s) : BANCO SANTANDER BRASIL S A

Origem : 4ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - FEIRA DE


SANTANA
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA SANTOS LAGO e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do
julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios pelo êxito da parte no
recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 09 de Fevereiro de 2016.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

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