Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
DA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ, RJ
Magnos Baroni
Rio de Janeiro
Setembro de 2016
i
COMPORTAMENTO GEOTÉCNICO DE ARGILAS EXTREMAMENTE MOLES
DA BAIXADA DE JACAREPAGUÁ, RJ
Magnos Baroni
Examinada por:
iii
Dias de Luta, Dias de Glória
v
AGRADECIMENTOS
Aos amigos Bruno Lima e Sérgio Ribeiro. Bruno, sempre serei grato por toda a
ajuda e amizade. Serginho, obrigado pela amizade fácil e sincera, te agradeço pela
hospitalidade na fase de conclusão deste trabalho.
Por fim, agradeço a Deus e a minha família por terem me conduzido até aqui e
me sustentando diante de tantos obstáculos.
vi
Aos meus pais, Nelci Pedro Baroni e Elaine Baroni agradeço por todo o amor,
por me apoiarem todos os dias e a cada instante, pelo carinho, cuidado e amor. Todas as
conquistas sempre serão nossas e são frutos do que vocês semearam. À minha irmã,
Morgana e meu cunhado João Vinícius, agradeço pelo carinho, compreensão e
incentivo. Agradeço a minha esposa, Jalusa Minetto por estar sempre ao meu lado, pela
paciência e pelo entendimento de nossas prioridades. Linda, tenha certeza que sem a sua
ajuda, esta etapa, tão importante em nosso futuro não seria concluída, seu apoio nos
momentos difíceis ao longo desta dura caminhada, tanto no aspecto profissional como
pessoal foi fundamental. Saiba que você tem meu amor e admiração. Família.... tudo
sempre será para vocês e por vocês.
vii
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
Magnos Baroni
Setembro/2016
viii
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
Magnos Baroni
September/2016
x
3.3.3 Ensaios realizados com amostras deformadas ............................................. 56
3.4 Ensaio de piezocone (CPTU) ..................................................................... 56
3.4.1 Caracterização do comportamento do solo .................................................. 58
3.4.2 Coeficientes de adensamento ch e cv............................................................. 59
3.5 Ensaios de Palheta ..................................................................................... 62
3.5.1 Equipamento de palheta da COPPE/UFRJ .................................................. 64
3.5.2 Correção da resistência ao cisalhamento não drenada ................................. 65
3.5.3 Sensibilidade das argilas .............................................................................. 67
3.5.4 Obtenção da resistência não drenada da argila............................................. 68
3.6 Comentários finais .................................................................................... 70
CAPÍTULO 4 –ARMAZENAMENTO, ACESSO E ANÁLISE DOS DADOS............................ 71
xiv
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 2
Figura 2. 1 – Estimativa dos períodos e da curva de variação dos níveis relativos do mar
nos últimos 7.000 anos ao longo do litoral brasileiro - a partir de Suguio et al., (1985). .......... 9
Figura 2. 14 – Imagem via satélite atual da região em estudo e local dos depósitos
investigados (adaptado do Google Earth, 2016)....................................................................... 21
xv
Figura 2. 15 – Idade média dos depósitos sedimentares da Baixada de Jacarepaguá – a
partir de Costa Maia et al., (1984). ........................................................................................... 22
Figura 2. 19 – Planos seguidos pelos estados de tensões: (a) Drenados e (b) Não
drenados (Atkinson e Bransby, 1978). ..................................................................................... 31
Figura 2. 24 – LCI com a relação entre IL e σ’vo (adaptado de Wood 1990). .......................... 40
Capítulo 3
Figura 3. 1 - Curvas de isoespessuras de argila mole. Recreio Life (Baroni et al, 2014) ........ 46
Figura 3. 7 - Curva de torque vs. rotação angular. (a) Curva típica de um ensaio de
palheta e (b) Ensaio de palheta em argila com presença de conchas (Baroni, 2010). .............. 65
xvi
Figura 3. 8 - Correções proposta para Su(palheta) (Bjerrum, 1973; Azzouz et al., 1983).
Fonte: Almeida, et al., (2010). ................................................................................................. 66
Capítulo 4
Capítulo 5
Figura 5. 7 - Cadastrar e/ou listar templates utilizados pelo sistema. .................................... 100
Figura 5. 10 - (a) Cadastrar ilhas de investigação e (b) Visualizar, editar ou excluir Ilhas
de Investigação já cadastradas. ............................................................................................... 103
xvii
Figura 5. 13 – Cadastrar parâmetro de plotagem.................................................................... 106
Capítulo 6
Figura 6. 2 – (a) Umidade natural do solo e (b) Exemplos de amostras de solo. ................... 118
Figura 6. 4 – Relação entre o teor de matéria orgânica e a umidade natural do solo. ............ 122
Figura 6. 5 – Limites de Atterberg (a) wL, (b) wL e (c) IP. ..................................................... 124
xviii
Figura 6. 11 – Índice de Consistência (IC). ............................................................................. 131
Figura 6. 15 – Densidade (média) dos grãos vs. teor de matéria orgânica. ............................ 135
Figura 6. 19 – Histogramas. (a) w, (b) TMO, (c) wL, (d) wP e (e) IP. ..................................... 141
Figura 6. 20 – Histogramas. (a) IC, (b) IL, (c) Gs, (d) S, (e) e0 e (f) γn. ................................... 142
xix
Figura 6. 34 – Resistência de ponta corrigida do CPTU. Diagramas de caixa com todas
as medições realizadas ............................................................................................................ 162
Capítulo 7
Figura 7. 1 – Avaliação da qualidade das amostras. (a) Lunne et al., (1997) e (b)
Coutinho (2007)...................................................................................................................... 174
Figura 7. 6 – Parâmetros de compressibilidade. (a) Cc, (b) Cs, (c) Cs/Cc e (d) CR. ............... 179
Figura 7. 7 – Correlação entre o índice de compressão e a umidade natural do solo. ............ 182
xx
Figura 7. 12 – Valores de Cc x wL e correlações da literatura. ............................................... 186
q −σV0
Figura 7. 21 – Estimativa de OCR com a expressão OCR = K 1 t . (a) Gleba F,
σ ' V0
(b) SESC, (c) Pedra da Panela e (d) Rio Mais. ....................................................................... 197
q − u2
Figura 7. 22 – Estimativa de OCR com emprego da expressão OCR = K 2 t . (a)
σ 'V 0
Gleba F, (b) SESC, (c) Pedra da Panela e (d) Rio Mais. ........................................................ 198
Capítulo 8
Figura 8. 4 – (a) Depósitos com menores valores de sensibilidade e (b) Depósitos com
maiores valores de sensibilidade ............................................................................................ 211
Figura 8. 5 – (a) Relação entre a Su e Sur, (b) Relação entre a Su e St. ................................... 212
Figura 8. 13 – (a) resistência não drenada vs. profundidade; (b) resistência não drenada
normalizada vs. profundidade. ................................................................................................ 221
Figura 8. 14 – (a) resistência não drenada vs. profundidade; (b) resistência não drenada
normalizada vs. profundidade - para Su(máx) = 30 kPa. ........................................................... 221
xxii
Figura 8. 21 – Resistência ao cisalhamento não drenada vs. índice de liquidez (adaptado
de Kulhawy e Mayne 1990). .................................................................................................. 231
Figura 8. 22 – Fator de cone Nkt. (a) Variação em função da profundidade e (b) variação
em função da frequência. ........................................................................................................ 233
Figura 8. 26 – Fator de cone Nke. (a) Variação em função da profundidade e (b) variação
em função da frequência. ........................................................................................................ 236
Figura 8. 28 – Resistência não drenada estimada a partir dos fatores de cone (a) Nkt, (b)
Nk e (c) N∆u. Sítio do SESC. ................................................................................................... 238
xxiii
LISTA DE TABELAS
Capítulo 2
Capítulo 3
Tabela 3. 3 - Critério de qualidade de amostras (Lunne et al., 1997; Coutinho, 2007). .......... 53
Tabela 3. 4 - Consistência das argilas em função de NSPT, ABNT NBR 6484/2001. .............. 58
Capítulo 4
Capítulo 6
xxiv
Tabela 6. 2 – Limite de liquidez, índice de plasticidade e teor de matéria orgânica. ............. 129
Tabela 6. 4 – Limite de liquidez com diferentes faixas de variação da umidade natural. ...... 147
Tabela 6. 5 – Limites de Atterberg (wL, wP, IP) com restrição de e0. ..................................... 149
Tabela 6. 7 – Estatística descritiva para as medições de qt nas camadas de argila mole. ...... 169
Capítulo 7
Tabela 7. 5 – Índice de compressão para diferentes faixas de índice de vazios inicial. ......... 185
Tabela 7. 6 – Índice de compressão para diferentes faixas do limite de liquidez. ................. 187
Capítulo 8
Tabela 8. 1– Valores típicos da resistência não drenada normalizada pela tensão efetiva
(adaptado de Bello, 2011)....................................................................................................... 223
xxv
LISTA DE SÍMBOLOS
α fator que relaciona OCR, resistência não drenada e tensão inicial vertical in situ
α' coeficiente α' para obtenção da Su em argilas orgânicas e inorgânicas, Larsson (1980)
Bq parâmetro de poropressão
Cc índice de compressão
Cc* índice de compressão intrínseco
ch coeficiente de adensamento horizontal
γat peso específico do aterro
Cr índice de recompressão
Cs índice de expansão
cv coeficiente de adensamento vertical
∆σv acréscimo de tensão vertical
∆u variação da poropressão
∆u50 variação da poropressão até 50% da dissipação
e(σ’v0) índices de vazios para a tensão vertical efetiva inicial in situ
e*100,
índices de vazios correspondentes às tensões (σ’V) iguais a 100 kPa e 1000 kPa
e*1000
e0 índice de vazios da amostra em laboratório
εa deformação axial
Eu módulo de elasticidade (módulo de Young) na condição não drenada
εv deformação volumétrica
εv0 deformação axial no nível de tensão inicial de campo
φ’ ângulo de atrito efetivo interno do solo
ângulo de atrito em graus correspondente a condição do estado crítico (volume
φ’(ec)c
constante).
Fr razão de atrito normalizada
fs atrito lateral do piezocone
G módulo cisalhante
Γ volume específico do solo na LEC para um valor unitário de v
γn peso específico natural do solo
γn(med) peso específico natural médio do solo
γ'n peso específico natural efetivo do solo
Gs densidade dos grãos
γsat peso específico do solo saturado
γw peso específico da água
IC índice de consistência
IL índice de liquidez
xxvi
IP índice de plasticidade
Ir índice de rigidez (G/Su)
IV índice de vazios normalizado
κ declividade da linha de descarregamento-recarregamento no plano v-lnp’
K0 coeficiente de empuxo no repouso
kh permeabilidade horizontal
kv permeabilidade vertical
λ declividade da LIC plano v-lnp’
Λ parâmetro admensional do estado crítico em função de CS e CC
µ fator de correção empírico para o ensaio de palheta (Bjerrum)
M inclinação da LEC, resultante da relação q/p’
m razão de deformação volumétrica plástica
N volume específico do solo normalmente adensado a p’=1 kPa
ν volume específico (ν=1+e )
ν0 volume específico inicial do solo
N∆u fator empírico do cone
νf volume específico final do solo
νκ volume específico, para p’=1 (ln p’=0)
Nke fator empírico do cone
Nkt fator empírico do cone
NSPT resistência à penetração do amostrador SPT
OCR razão de sobreadensamento (overconsolidation ratio)
p’ tensão efetiva média
p’0 tensão efetiva média de campo
tensão de normalização referente ao valor p’ situado sobre a linha de compressão
p’e
isotrópica, para um dado valor de v
p'0 tensão que corresponde a v0
p'f tensão que corresponde a vf
q tensão desviadora
qc resistência de ponta do cone
qt resistência de ponta do cone corrigida
Qt Resistência de ponta do CPTU normalizada
Rf razão de atrito (fs/qc)
σ’v0 tensão vertical efetiva
σ’vm tensão de sobreadensamento
σ1, σ2,
tensões principais
σ3
St sensibilidade da argila
xxvii
Su resistência ao cisalhamento não drenada
Su(DPP) resistência ao cisalhamento não drenada obtida com o exesso de poropressão do CPTU
Su(projeto) resistência ao cisalhamento não drenada de projeto
Sur resistência amolgada ao cisalhamento não drenada
σvo tensão vertical inicial
t tempo de estabilização da dissipação da poropressão
τ tensão cisalhante
T* fator tempo em função da porcentagem de dissipação, CPTU
t50, t100 tempo necessário para dissipar 50% e 100% da poropressão
TMO teor de matéria orgânica
u0 poropressão hidrostática
u1 elemento poroso na face do cone
u2 elemento poroso na base do cone
ui poropressão no inicio da dissipação
UU ensaio triaxial não adensado não drenado
v volume específico
w umidade natural do solo
wL limite de liquidez
wp limite de plasticidade
γs peso específico dos grãos sólidos
(θ) ângulo de rotação, ensaio de palheta
xxviii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
xxix
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1
Dentre as várias técnicas de ensaios in situ, o piezocone permite uma excelente
definição da estratigrafia do solo, além da estimativa prévia da história de tensões e dos
parâmetros de resistência e de adensamento. O ensaio de palheta é o ensaio mais
empregado para a determinação in situ da resistência ao cisalhamento não drenada, Su,
nos depósitos de argilas moles. O ensaio de adensamento edométrico realizado em
laboratório fornece parâmetros utilizados para a estimativa da velocidade e magnitude
de recalques de estruturas assentes sobre solos moles. Os resultados destes três ensaios
serão estudados e, juntamente com os ensaios de caracterização do solo, irão compor o
banco de dados desenvolvido neste trabalho. Salienta-se que os ensaios supracitados,
em conjunto com o SPT (previamente realizado a todos), constituem os ensaios
consagrados na prática de engenharia de solos moles no Brasil, ainda que alguns outros
ensaios como o dilatômetro (DMT), ensaios cíclicos de barra cilíndrica (T-bar) e o cone
sísmico sejam realizados com alguma frequência em casos específicos.
2
Ademais, dada a numerosa quantidade de resultados fornecidos por diferentes
equipamentos e as correlações geotécnicas existentes na literatura, torna-se necessária a
utilização de ferramentas computacionais, que auxiliam na visualização e análise dos
dados. Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG ou GIS – Geographical Information
System) são definidos como um conjunto integrado de hardware e software para a
aquisição, armazenamento, recuperação, estruturação, manipulação, análise e exibição
gráfica de dados espacialmente ligados a uma posição específica no globo terrestre.
Estas informações são georreferenciadas a um sistema cartográfico, por meio de suas
coordenadas (Ozemoy et al., 1981; Burrough, 1986; Smith et al., 1987).
3
1.3.2 Objetivos específicos
Com o propósito de alcançar os objetivos acima enunciados esta tese foi escrita
em nove capítulos:
4
1º CAPÍTULO – Consiste na apresentação das considerações iniciais, da
justificativa e motivação do estudo, dos principais objetivos almejados e da forma com
que a tese está organizada;
5
diferentes parâmetros e propostas novas correlações com base nas características do
subsolo da Baixada de Jacarepaguá.
6
CAPÍTULO 2 – ORIGEM E INTERPRETAÇÃO DO
COMPORTAMENTO DOS SOLOS MUITO MOLES A MOLES
• O nível médio atual do mar foi ultrapassado, pela primeira vez, entre 7.000 e
6.500 anos antes do presente (AP);
• Há cerca de 5.100 anos AP, o nível do mar subiu entre 3,0 a 5,0 m acima do
atual;
• Em torno de 3.900 anos AP, o nível relativo do mar deve ter estado 1,5 a 2,0 m
abaixo do atual (Massad et al., 1996);
• Em 3.000 anos AP, o nível do mar ascendeu entre 2,0 a 3,5 m acima do atual;
• Há 2.800 anos AP, ocorreu novamente o rebaixamento, com o nível do mar
atingindo provavelmente um nível inferior ao atual;
• Em 2.500 anos AP, foi atingido um nível 1,5 a 2,5 m acima do atual e, desde
então, tem ocorrido uma tendência ao rebaixamento contínuo.
8
5,0 m acima do nível atual na costa da Bahia e cerca de 4,8 m a 2,3 m acima do nível
atual ao longo da costa do Rio de Janeiro até o Paraná (Suguio e Martin,1981).
Os depósitos de solo mole existentes no litoral brasileiro são formados por grãos
minerais (componentes inorgânicos), resultantes do intemperismo das rochas existentes
na bacia de contribuição local, e por matéria orgânica (turfa), oriunda da deposição de
plantas e animais que pertenciam ao ecossistema da região. A Figura 2. 2, adaptada de
Barata e Danziger (1986), mostra os principais perfis típicos destes depósitos de argila
mole. No perfil (a), o solo mole está localizado na superfície do terreno, sobrejacente,
em geral, a uma camada arenosa; O perfil (b) contempla os casos nos quais a camada de
areia superficial possui pequena espessura se comparada à camada de argila mole; No
perfil (c), a argila se encontra em profundidade, subjacente à espessa camada de areia; e
no perfil (d) estão localizadas, no interior da camada de argila mole, lentes de areias
e/ou conchas.
4
3
2 Entre 7.000 e
6.500 anos (AP) Período atual
1
0
-1 ?
-2
-3 6750 anos AP 5100 anos AP 3900 anos AP
3000 anos AP 2800 anos AP 2500 anos AP
Nível atual do Mar Curva estimada da variação no nível do mar
Figura 2. 1 – Estimativa dos períodos e da curva de variação dos níveis relativos do mar
nos últimos 7.000 anos ao longo do litoral brasileiro - a partir de Suguio et al., (1985).
9
(a (b)
(c) (d)
10
maneira, o produto da divisão entre σ’vm e σ’vo (OCR) será superior nas camadas mais
superficiais do terreno, Figura 2. 3c.
OCR=1,67
σ'vo ~ σ'vm
6,0 6,0 σ'v0 inicial ~ σ'vm 6,0
Argila OCR=1,50
3
γn=12,5 kN/m
7,0 γw=10,0 kN/m
3
7,0 7,0
OCR=1,40
11
σ'vo (kN/m 2 ) σ'vo ; σ'vm (kN/m 2 ) OCR
0,0 σ'vo=0,0 kN/m
2
N.T = N.A 0,0 σ'vo=0,0 kN/m
2
N.T = N.A 0,0 N.T = N.A
Argila OCR=3,00
3
5,0 γn=12,5 kN/m 5,0 Perfil de σ'v0 após 5,0
3
γw=10,0 kN/m variação de -2,0m OCR=2,60
Argila do N.A.
6,0 6,0 3 6,0
γn=12,5 kN/m OCR=2,33
3
γw=10,0 kN/m
7,0 σ'v0 inicial 7,0 7,0
OCR=2,14
8,0 8,0 8,0
OCR=2,00
σ'vo=25,0 kN/m
2 N.A=N.T 2
9,0 9,0 σ'vo=45,0 kN/m 9,0
2
σ'vm=25,0 kN/m σ'vm=45,0 kN/m
2 OCR=1,89
OCR=1,0 OCR=1,8 OCR=1,0
10,0 10,0 10,0
N.T = Nível do terreno OCR=1.80
11,0 N.A = Nível de água 11,0 11,0 * Considerando que o N.A esteve igual
γn = Peso específico do solo ao N.T, posteriormente foi rebaixado
γw = Peso específico da água σ'vm -2,0 m e após um certo período de
12,0 12,0 σ'v0 12,0
σ'vm = Tensão de sobreadensamento tempo voltou a cota inicial (N.T=N.A)
σ'v0 = Tensão vertical efetiva atuante
OCR = σ'vm / σ'v0 (a) (b) (c)
12
(σ’vf) atuante na argila mole. O autor salienta que OCR deve variar com IP. Assim,
conforme mostrado na Figura 2. 5 (a, b e c) o recalque secundário (para o depósito de
Sarapuí) será responsável por um acréscimo de tensões na camada de argila igual a
∆σ’vm=0,5.σ’v0, que resulta em OCR=1,5 constante ao longo da profundidade.
Linha de fim de
σ'vm = 1,5*σ'v0
adensamento
σ'vm=σ'vo+∆σ'vm ∆σ'vm = σ'v0*(1,5-1,0)
secundário
∆σ'vm = 0,5*σ'v0
OC
R=
OC
1,
R=
0
1,
5
1,0
σ'vo=5,0 kN/m 1,0 OCR=1
OCR = 1,5 OCR=1,50
2,0 2,0
σ'vm=7,5 kN/m 2 OCR=1,50
3,0 3,0
OCR=1,50
4,0 4,0
Argila OCR=1,50
3
γ=12,5 kN/m 3
5,0 5,0
γw=10,0 kN/m
Profundidade (m)
OCR=1,50
6,0 6,0
OCR=1,50
7,0 7,0
OCR=1,50
8,0
σ'v0 ∆σ'vm σ'vm 8,0
OCR=1,50
9,0 9,0
2 OCR=1,50
σ'vm=37,5 kN/m
10,0 10,0
2
OCR=1,50
σ'vo=25,0 kN/m
11,0 11,0
OCR = 1,5 OCR=1,50
12,0 (b) 12,0
(c)
OCR=1,50
OCR
1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 N.T = N.A
0,0
6,0
Argila
9,0 3
γn=12,5 kN/m
3
γw=10,0 kN/m
10,0
11,0
12,0
Oceano Atlântico
Gleba F
P. da Panela Vila Olímpica Pontal
Parque dos Atletas
Life
Rio Centro
Centro
SESC/SENAC Metropolitano I e II
(a)
Lagoa da Tijuca
Lagoa de Jacarepaguá Vila Olímpica Parque dos
Gleba F
Itanhangá
Selleto
Rio Centro
Minha
P. da Panela
Freedom
SESC/SENAC Centro
Metropolitano I e II
(b)
Figura 2. 7 – Topografia da Baixada de Jacarepaguá. Dois perfis Leste/Oeste (adaptado
do Google Earth, 2016).
15
Freedom Parque Olímpico
Alphaville
Minha Praia
Cond. Sta. Mônica
Campo Olímpico
Parque dos Atletas
de Golfe
Rio Centro
Lagoa de Jacarepaguá
(a)
Av. das Américas
Praia do Recreio
(b)
Figura 2. 8 – Topografia da Baixada de Jacarepaguá. Dois perfis Norte/Sul (adaptado do
Google Earth, 2016).
16
Na região são evidenciadas quatro províncias geomorfológicas distintas,
conforme se vê na Figura 2. 9, (Roncarati e Neves, 1976): (I) Montanhas: formadas por
rochas do embasamento cristalino, elas circundam a planície Leste, Norte e Oeste, com
cotas de até 1025 m de altitude. As principais montanhas são o Maciço da Pedra Branca
e o Maciço da Tijuca, existindo alguns afloramentos no meio de outras províncias,
como a Pedra do Pontal; (II) Clinoplano periférico: formado a partir da coalescência de
leques aluviais, está localizado na região de transição entre as montanhas e a planície,
com inclinação suave para o centro da Baixada de Jacarepaguá; (III) Planícies paludiais:
Formada por depósitos sedimentares marinhos e lagunares, dividindo-se em duas partes.
A primeira - e mais extensa - é limitada pelo clinoplano periférico e pela restinga
externa. Nela, estão localizadas as lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca. A segunda
planície está localizada entre as duas restingas e nela se situa a lagoa de Marapendi. (IV)
Barreiras alongadas: as duas restingas são barreiras alongadas de constituição arenosa,
depositadas por correntes litorâneas. As barreiras são obstáculos alongados entre o mar
e as planícies paludiais, sendo a interna mais larga.
17
2.1.3 Evolução Holocênica da Baixada de Jacarepaguá
Estágio II: O 2° estágio é mostrado na Figura 2. 11. Este período ocorreu após o
máximo de 5100 anos AP, quando se iniciou nova fase regressiva, ou seja, quando a
ilha-barreira sofreu uma progradação, deposição de sedimentos marinhos, que formaram
a restinga externa. As amostras das cúspides lagunares (areias da laguna reposicionadas
devido as correntes circulares internas), formadas no período de máximo e na regressão
posterior, forneceram idades oscilando entre 4890±100 anos AP e 4130±110 anos AP,
ver Tabela 2. 1.
Estágio III: Ocorreu por volta de 3800 anos AP, com a elevação do nível do
mar, que atingiu o nível máximo por volta de 3500 anos AP. Durante essa nova
transgressão, a restinga interna foi parcialmente erodida. A Oeste, onde existe uma
região de alta energia hidrodinâmica, a restinga foi provavelmente arrombada pelo mar
18
(Figura 2. 12). Essa suposição é confirmada com a datação de uma amostra neste
depósito, que indicou idade de 3780±200 anos AP (Tabela 2. 1).
Estágio IV: Após o máximo, o nível do mar baixou lentamente até atingir a cota
zero atual. As duas ilhas barreiras sofreram progradação. A Figura 2. 13 mostra os
diferentes sedimentos depositados na Baixada de Jacarepaguá. É apresentada, na Figura
2. 14, a imagem de satélite atual da região, juntamente com os locais onde foram
realizadas as ilhas de investigações geotécnicas desta pesquisa e foram obtidos os
parâmetros que compõem o banco de dados implementado. Na Figura 2. 15, são
indicadas as idades médias obtidas com as datações realizadas nos depósitos
sedimentares da região. As margens de erro atribuídas às datações das amostras variam
em geral entre 90 e 230 anos, sendo 150 anos o valor médio.
19
Figura 2. 11 – Estágio II - Regressão de 5100 a 3800 anos AP. Construção da
primeira zona de progradação (adaptado de Costa Maia et al., 1984).
20
Figura 2. 13 – Estágio IV – Regressão de 3500 até o presente. Construção da segunda
zona de progradação (adaptado de Costa Maia et al., 1984).
24 sítios estudados
Maciço da Pedra
Maciço da Tijuca
Branca.
Oceano Atlântico
Figura 2. 14 – Imagem via satélite atual da região em estudo e local dos depósitos
investigados (adaptado do Google Earth, 2016).
21
Figura 2. 15 – Idade média dos depósitos sedimentares da Baixada de Jacarepaguá – a
partir de Costa Maia et al., (1984).
22
Tabela 2. 1(Cont.) – Amostradas datadas pelo método do Carbono-14 – a partir de
Costa Maia et al., (1984).
23
A datação dos sedimentos do campo experimental de Sarapuí II/RS, indicou ao
longo de todo o perfil idades de deposição entre 2180 e 8590 anos AP (Jannuzzi, 2013).
A autora conclui que o solo descrito como argilosa cinza muito mole é sobrejacente a
uma camada de silte argiloso amarelo, do Pleistoceno com idade entre 12240 a 12630
anos AP. A combinação de dados geológicos e geotécnicos obtidos pela autora
indicaram que o nível máximo do mar na área do Rio de Janeiro ocorreu em torno de
7000 anos AP.
24
2.1.5 Características Gerais da Baixada de Jacarepaguá
Baixada de Jacarepaguá
Barra da Tijuca Recreio dos Bandeirantes
nd .
vu .
Fu op
Pa op
)
na
o)
as dos
io Metr
io Metr
C
)
NA
04
UL
TO O
O
At rque
(20
LA
O
/SE
(A ntro
(A ntro
NE ESP
IR
NS
XIM
NE
TE
let
rro
rro
SC
Pa
P
NÍ
L
E
N
Ce
Ce
CR
PA
MA
MÁ
LIF
OU
PA
PA
PE
SE
10
Prof. (m)
15
20
25
30
Aterro Argila com elevado teor Argila muito mole Argila média a rija Camada de
de matéria orgânica a mole base de areia
25
(γn) é em geral muito baixo, com valores médios na ordem de 11,5 kN/m3, enquanto a
densidade (média) dos grãos (Gs) varia entre 2,44 a 2,66. Na Figura 2. 17, é possível
visualizar diferentes colorações e texturas de solos retirados em diferentes
profundidades em uma mesma vertical de ensaio no sítio da Gleba F (Baroni, 2010).
26
Tabela 2. 2 – Características geotécnicas dos solos moles da Barra da Tijuca e Recreio
dos Bandeirantes (adaptado de Almeida et al., 2010).
Deposit SESC/SENAC 1 C. Metropolitano Panela Parque dos Atletas PAN 3 Península Outeiro
6
w0 (%) 72–500 57-789 126–488 30-295 116–600 61–294 75–119
wL (%) 70–450 67-610 121–312 120-140 100–370 52–93 118–133
IP (%) 47–250 47-497 80–192 31-244 120–250 100–300 97–105
% clay 28–80 6-60 26–54 33-51 32.00 23–71 32–65
3
γnat (kN/m ) 12,5 10,0-16,9 9,8–13,4 11,4-18,5 11,6–12,5 10,0–12,7 13,5–15,7
CR=Cc/(1+e0) 0,29–0,52 0,20-0,60 0,40–0,84 0,33 0,36–0,50 0,35–0,79 0,25–0,68
-8 2 7
cv (10 m /s) 0,17–80,0 0,018-19,00 0,60–8,80 2,00 0,40–1,20 0,90–15,00 2,10–49,00
e0 2,0–11,1 1,4-12,4 3,3–8,2 0,8-6,6 4,8–7,6 4,0–12,4 1,8–3,0
(4)
Su (kPa) 2,0–11,2 4,5-21,9 3,0–38,0 1,0-3,5 5,0–23,0 4,0–29,0 7,0–41,0
8
Nkt 7,5–14,5 4,0-15,0 4,0–16,0 16,0 4,0–9,0 6,5–15,0 -
4 5
Deposit Crespo Neto MAP Life PAL Máximo
6
w0 (%) 72–496 - 114–895 72-1200 72–1200 (1) - Almeida et al. (2002)
wL (%) 89–172 - 86–636 88-218 88–218 (2) - Baroni (2010)
IP (%) 42–160 - 59–405 47-133 47–133 (3) - Macedo (2006) and
% clay 14–49 - 15–60 2-36 19–60 Sandroni & Deotti (2008).
3
γnat (kN/m ) 11,0–12,4 13,7–20,2 9,2–14,0 10,9-14,9 10,9–14,2 (4) - Crespo Neto (2004)
CR=Cc/(1+e0) 0,27–0,46 - 0,22–0,49 0,11- 0,38 0,27–0,38 (5) -Almeida et al. (2008b)
-8 2 7
cv (10 m /s) 0,07–0,60 - 0,30–3,30 0,60-6,30 1,30–6,30
e0 3,8–15,0 - 3,0–15,1 1,0-11,6 2,0–11,6
Su (kPa) 3,0–19,0 5,0-10,0 4,0–18,0 2,0-19,0 2,0–19,0
8
Nkt 5,0–13,0 11,0 4,0–16,0 5,0-14,5 5,0–14,5
(6) Argila mole e Turfa; (7) A partir de ensaios de adensamento oedométric e dissipações do execesso de poropressão do CPTU
(8) Factor de cone Nkt = (qt − σvo)/Su, obtidos a partir da correlação entre a resistência de ponta corrigida do CPTU e a resistência
não drenada oriunda do ensaio de palheta.
27
tensão de sobreadensamento (Casagrande, 1936), descrição dos componentes de
resistência (Hvorslev, 1937) e entendimento sobre o comportamento dos solos drenados
e não drenados (Bishop e Henkel, 1957).
ν = N − λ ln p ' (2.1)
28
ν = ν κ − κ ln p ' (2.2)
C C = 2 ,303 λ (2.3)
C S = 2 ,303 κ (2.4)
Ν
ν
Reta Virgem
Volume específico,
λ
Γ LCI
D
Linha de
κ B carregamento -
LEC descarregamento
E
C
No plano ν:lnp’, a LEC é representada por uma reta paralela à LCI, logo com a
mesma inclinação λ. Desta forma, a LEC é representada pela equação:
ν = Γ − λ ln p ' (2.5)
No plano q:p’, as tensões desvio aumentam até que seja encontrada a Linha do
Estado Crítico, ver Figura 2. 19. O estado crítico passa a ser definido por:
6 sen φ ' ec
M = (2.7)
3 − sen φ ' ec
φ ' ( graus )
M = (2.8)
25°
30
Figura 2. 19 – Planos seguidos pelos estados de tensões: (a) Drenados e (b) Não
drenados (Atkinson e Bransby, 1978).
32
σ'1-σ'3
φ'
ha
Li n
2
B
Superfície de
A escoamento
σ'1+σ'3
D
2
C Lin
ha
φ '
Curva BC - Escoamento devido à compressão
Curva AD - Escoamento devido à expansão
Curva AB; CD - Escoamento devido ao cisalhamento
33
I V = ( e − e *100 ) / C C * (2.9)
Linha de compressão
e-e*100
3
sedimentar (SCL)
C*c
2
Iv=
1
Índice de vazios
normalizado
0
Linha de compressão
intrínseca (ICL)
-1
-2
-1 2 3 4
10 1 10 10 10 10
σ'v0 (kPa)
Figura 2. 22 - Curvas ICL e SCL definidas por Burland (1990).
34
As argilas do Rio de Janeiro foram comparadas no estado natural e intrínseco
por Futai et al., (2001). Foram utilizados índices de vazios de campo na equação 2.9
para a obtenção do índice de vazios normalizado (IV). Os autores comentam que quase
todos os pontos estão acima da linha de compressão intrínseca e, por vezes, acima da
linha de compressão sedimentar, o que reflete a estruturação da argila. Diante disso, eles
concluem que praticamente todas as argilas naturais do Rio de Janeiro são estruturadas.
1
p'= ( γ n − γ w ). z .(1 + 2 K 0 ) (2.11)
3
1 (2.12)
ν = N − λ ln ( γ n − γ w ). z .(1 + 2 K 0 )
3
ν −1
w= (2.13)
GS
35
Onde Gs é a densidade dos grãos de um solo. Com as equações 2.12 e 2.13 é
obtida a equação 2.14.
1 1
w= N − 1 − λ ln ( γ n − γ w ). z .(1 + 2 K 0 ) (2.14)
Gs 3
1 Γ−v
Su = M exp (2.15)
2 λ
1 Γ − 1 − wG s
Su = M exp (2.16)
2 λ
Assim, é possível dizer que amostras de uma argila homogênea com as mesmas
umidades possuem valores iguais de resistência não drenada. No ponto B’ (Figura 2.
23e) o valor da Su é inferior ao valor da resistência não drenada do ponto B, Figura 2.
23d, pois a umidade em B’ é superior a umidade em B. Entretanto, em uma dada
profundidade, o valor da Su do solo sobreadensado será substancialmente superior ao
valor da Su do solo normalmente adensado (Atkinson, 1981).
36
1
Su = M . p' f
2 (2.19)
Sendo então obtido:
Su 1 Γ−N
= M exp
p'0 2 λ (2.20)
Onde p'0 é a tensão que corresponde a v0, que corresponde ao estado de tensões
no solo oriundo da equação 2.1. Na equação 2.20, os termos do lado direito são
constantes do solo e, consequentemente, para o solo normalmente adensado, a
resistência não drenada aumenta linearmente com a profundidade (Figura 2. 23d). Na
prática, é mais conveniente relacionar σ'v com Su, evitando assim a necessidade de
determinar K0. A proporção Su/σ'v será constante para um dado solo normalmente
adensado.
37
A
ν
Volume específico ,
B' B
C' C
D
D'
(a ) P'
0 ,0 N .T = N .A w 0 ,0 N .T = N .A
w
B'
A C'
Profundidade (m)
B
D'
(b ) (c)
N .T = N .A S u (k P a ) N .T = N .A S u (k P a )
B'
A C'
Profundidade (m)
D'
C
(d ) (e )
38
2.2.6 Correlações baseadas na Teoria dos Estados Críticos
λ ≅ 0,585 ( w L − w P ) (2.21)
λ ≅ 0,585 .I P (2.22)
Wood (1990) comprovou ser possível estimar o índice de compressão com base
no índice de plasticidade. Salienta-se que as correlações para obtenção de Cc* são para
solos amolgados, resultando em limites inferiores deste parâmetro.
I .G
C *c ≈ P S (2.23)
2
C *c ≈ 1,35.I P (2.24)
39
2
LC IL= w n-wP
wL-wP
I
I P ≅ 1, 71 λ ≅ 0 , 615 ( w L − 0 , 09 ) (2.25)
I P ≅ 0 , 73 ( w L − 0 , 20 ) (2.26)
C c * = 0 , 7 ( w L − 0 ,10 ) (2.28)
Su
= 0,11 + 0,0037 I P (2.29)
σ 'v
40
A resistência não drenada amolgada (Sur) não possui dependência da estrutura do
solo e pode ser correlacionada com o índice de liquidez (Wroth e Wood, 1978).
1
S ur = (2.31)
(I L − 0,21)
A equação 2.32 oriunda da Teoria dos Estados Críticos (Schofield e Wroth,
1968) e do método SHANSEP (Ladd et al., 1977), indica que a resistência não drenada
normalizada aumenta com a razão de sobreadensamento (OCR).
Su / σ 'vo
= (OCR) Λ (2.32)
(Su / σ 'vo )NC
Almeida (1982) obteve bons resultados com a aplicação da equação 2.32 com a
utilização de ensaios de laboratório e campo realizados em Sarapuí por Ortigão (1980).
O perfil de resistência de projeto (Su proj) pode ser deduzido diretamente do perfil
da tensão de sobreadensamento (σ`vm) determinada em ensaios de adensamento
edométricos. Mesri (1975) associou α=f(IP) e Su/σ’vm=f(IP) e dados da análise de
Bjerrum (1972) para solos inorgânicos, indicando que a resistência não drenada na
ruptura de um aterro é independente do índice de plasticidade. Neste caso específico, a
Su obtida não necessita correção para utilização em projeto.
Larsson (1980) percebeu que a equação proposta por Mesri (1975) não é
aplicada a todas as argilas do globo terrestre. Segundo o autor, a equação 2.33 possui
uma boa aplicação em argilas inorgânicas, porém os valores de α a serem aplicados em
41
argilas orgânicas são superiores a 0,22 e não possuem um valor médio ou uma relação
com Ip representativa.
Su
= (0,23 ± 0,04).(OCR) 0,8 (2.34)
σ 'v 0
1
1 qc − u 1
OCR = 2 (2.35)
1,95 M σ 'v 0
1/ Λ
1 qc − u 2
OCR = 2 (2.36)
1,95 M + 1 σ 'v 0
43
CAPÍTULO 3 - INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA EM SOLOS
MOLES
A construção do aterro sobre este tipo de solo deve apresentar fator de segurança
adequado quanto à possiblidade de ruptura do solo de fundação durante e após
construção; apresentar recalques totais ou diferenciais compatíveis com o tipo de obra
no fim ou após a construção e evitar danos a estruturas adjacentes ou enterradas. Nesse
sentido, é necessário considerar as questões relativas a aterro de encontro de pontes,
atrito negativo em fundações profundas e esforços em obras vizinhas. Para atender a
estes requisitos, é necessário o emprego de estudos e métodos para prever o
comportamento da obra e, com isso, adotar soluções adequadas na fase de projeto.
44
geotécnico e o controle de execução são mais importantes para satisfazer os requisitos
fundamentais de um projeto do que a precisão dos modelos de cálculo e os coeficientes
de segurança adotados (Schnaid, 2009).
45
Figura 3. 1 - Curvas de isoespessuras de argila mole. Recreio Life (Baroni et al, 2014)
46
Figura 3. 2 - Perfil geotécnico típico obtido com ensaios SPT, Baixada de
Jacarepaguá/RJ.
48
Tabela 3. 2 - Procedimentos recomendados para determinação de parâmetros de argilas moles (adaptado de Almeida e Marques, 2010).
Principais parametros
Ensaio Tipo Objetivo do ensaio Outros parâmetros Observações e recomendações
obtidos
Recomenda-se a determinação do teor de
Caracterização geral do solo; wn , wL, wP , Gs, curva Estimativa de
Caracterização completa matéria orgânica em solos muito orgânicos e
interpretação dos demais ensaios granulométrica compressibilidade
turfa
Essencial para o cálculo e magnitude e
Laboratório
Adensamento Cálculo de recalques e recalques x tempo CC, CS, σ'vm, cv , eO Eoed, Cα velocidade de recalques; considerar a
qualidade das amostras
Cálculo de estabilidade (Su é afetado pelo É mais afetado pelo amolgamento do que o
Triaxial UU Su -
amolgamento) ensaio CU
Cálculo de estabilidade; parâmetros para Ensaio CAU (adensamento anisotrópico) é
Triaxial CU Su, c', φ' Eu
cálculos de deformabilidade 2D (MEF) mais indicado
Obtenção do perfil geotécnico preliminar Deteminar a umidade do solo a cada metro de
SPT NSPT , descrição do solo wn
(espessuras de cada camada, NA, etc.) ensaio
Essencial para a determinação de resistência
Palheta Cálculo de estabilidade Su, St OCR
não drenada da argila
Campo
Estratigrafia; recalques x tempo (a partir Estimativa do perfil de Su, Perfil de OCR, K0 , Ensaio recomendado pela baixa relação
Piezocone (CPTu)
do ensaio de dissipação) ch, cv Eoed, St custo/benefício favorável
Não requer correção de poropressão; mais
Tbar Resistência não drenada Estimativa do perfil de Su -
comumente usado em offshore
Dilatômetro (DMT) Ensaio complementar, em geral Su, OCR, K 0 Ch , Eoed Menos comum em argilas muito moles
Pressiômetro (PMT) Ensaio complementar, em geral Su, G0 ch Menos comum em argilas muito moles
49
Conforme mostrado na Tabela 3. 1 e na Tabela 3. 2 os ensaios de campo e
laboratório são complementares. Assim sendo, quando os ensaios são realizados em
conjunto, na forma de ilhas, a investigação geotécnica ganha em qualidade, obtendo-se
então um melhor entendimento do comportamento geomecânico do depósito em estudo.
50
Cv(NA)
52
faixas de variação de qualidade das amostras. A Tabela 3. 3 mostra a classificação e as
faixas de valores propostas pelos autores.
53
log σv ( kPa )
0.1 1 10 100 1000
5.0
4.5
4.0
Índice de vazios (e)
3.5
3.0
2.5
Série1
2.0 6-2
12-2
Má Qualidade_Gleba
1.5
Boa Qualidade_Gleba
Excelente Qualidade_Gleba
1.0
54
A Figura 3. 5 apresenta uma curva típica (e vs. σ’v), onde foi aplicado o
carregamento inicial de 0,66 kPa, resultando na melhor definição do índice de
recompressão, da tensão de sobreadensamento e do índice de compressão.
3.5 Cc
σ `vm = 6.2 kPa
Trecho de expansão
1.5
− ∆e
Cs = Cs
∆ log σ ' v
1.0
qt = qc + u2 (1-a) (3.1)
57
3.4.1 Caracterização do comportamento do solo
qt − σ v 0
Qt = (3.2)
σ 'v 0
fs
Fr = .100% (3.3)
qt − σ v 0
u2 − u0
Bq = (3.4)
qt − σ v 0
59
poropressão no início da dissipação ui, e do valor da poropressão hidrostática u0. A
Figura 3. 6 ilustra o procedimento utilizado neste trabalho, onde a determinação da
poropressão inicial (ui) é feita através da extrapolação da linha de dissipação (Schnaid et
al, 1997; Soares, 1997). A Figura 3. 6 ilustra, ainda, a determinação de u50% e t50%,
respectivamente a poropressão e o tempo correspondente a 50% da dissipação do
excesso de poropressão. Os valores de u50% e t50% são utilizados em conjunto com o
índice de rigidez do solo e o Fator tempo (Tabela 3. 5) na determinação do coeficiente
de adensamento horizontal pelo método de Houlsby e Teh (1988).
C h .t
T* = (3.5)
R2 Ir
120.0
110.0 u1
u2
ui = 100 kPa Poro-pressão hidrostática_53,54KPa
100.0
PZ 2_3° Dissipação_5,98m
Poro-pressão (KPa)
90.0
70.0
60
Tabela 3. 5 - Fator tempo T* (Houlsby e Teh, 1988).
U Posição do filtro
(%) Face do cone (u1 ) Base do Cone (u2 )
20 0.014 0.038
30 0.032 0.078
40 0.063 0.142
50 0.118 0.245
60 0.226 0.439
70 0.463 0.804
80 1.040 1.600
Cs
c h ( NA ) = .c h ( CPTU ) (3.6)
Cc
kv
cv ( NA) = ch ( NA) (3.7)
kh
0 ,86 Tmax
Su =
πD 3 (3.8)
63
3.5.1 Equipamento de palheta da COPPE/UFRJ
64
6
10
(TMAX, θMAX) 9
5
8
4 7
Torque (N.m)
Torque (N.m)
3 CM II_Su - 3,0m Gleba_Su - 9,0m
5
CM II_Sur - 3,0m Gleba_Sur - 9,0m
4
2
3
1 2
1
0 0
0 1 2 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 0 1 2 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27
θ (°) (°)
Rotação Rotação (°)
Figura 3. 7 - Curva de torque vs. rotação angular. (a) Curva típica de um ensaio
de palheta e (b) Ensaio de palheta em argila com presença de conchas (Baroni, 2010).
Nas últimas cinco décadas, diversos pesquisadores (e.g., Hansbo, 1957; Pillot
1972; Bjerrum 1972, 1973; Dascal e Tournier, 1975; Tavenas e Leroueil, 1980)
constataram a tendência do ensaio de palheta superestimar a resistência mobilizada na
ruptura, e então sugeriram correções para o valor de Su obtido no campo. A justificativa
apresentada é que o valor de Su obtido com o ensaio de palheta é superestimado devido
ao efeito de um ou mais dos seguintes fatores: anisotropia quanto às propriedades
mecânicas, ruptura progressiva da fundação e tempo de ruptura (velocidades de
cisalhamento palheta versus campo diferentes).
RJ
Figura 3. 8 - Correções proposta para Su(palheta) (Bjerrum, 1973; Azzouz et al., 1983).
Fonte: Almeida, et al., (2010).
5,14 .S u
H ( adm ) = (3.9)
γ at .FS
Su
St = (3.10)
S ur
1
Sensibilidade é por alguns denominada de “sensitividade”, mas “sensibilidade” , usado na ABNT/ NBR
10905/89, é o termo mais adequado.
67
Tabela 3. 7 - Classificação de sensibilidades de argilas (Skempton e Northey, 1952).
Sensibilidade da argila St
Baixa 2-4
Média 4-8
Alta 8 - 16
Muito Alta >16
Fonte: Skempton e Northey (1952)
68
Robertson e Cabal, 2015) passaram a ser amplamente utilizadas . O ensaio de T-bar
apresenta bons resultados, contudo é mais utiizado offshore.
Argilas Brasileiras
Local Sensibilidade (St) Referência
Barra da Tijuca, RJ 5.0 Almeida (1996)
Barra da Tijuca, RJ 4.7 a 17.8 Baroni (2010)
Sapapuí, RJ 2.0 a 8.0 Ortigão e Collet (1986)
Juturnaíba, RJ (aterro experimental) 1.0 a 19.0 Coutinho (2000)
Juturnaíba, RJ (barragem) 4.0 a 8.0 Coutinho (2000)
Santa Cruz, RJ (zona litorânea) 3.4 Apud (Schnaid e Odebrechet, 2012)
Santa Cruz, RJ (offshore) 1.0 a 5.0 Apud (Schnaid e Odebrechet, 2012)
Sepetiba, RJ 4.0 Ortigão (2007)
Rio de Janeiro, RJ 2.0 a 8.0 Ortigão e Collet (1987)
Cubatão, SP 4.0 a 8.0 Apud (Schnaid e Odebrechet, 2012)
Santos, SP 4.0 a 5.0 Massad (1986)
Baixada Santista, SP 2.3 a 5.4 Árabe (1986)
Florianópolis, SC 1.0 a 7.0 Ortigão (1993)
Aracajú, SE 2.0 a 8.0 Ortigão (1988)
Sergipe, SE 3.0 a 6.0 Ribeiro (1992)
Recife, PE 4.5 a 15.8 Oliveira e Coutinho (2000)
Suape, PE 1.0 a 20.0 Bello (2011)
Recife, (Galpão BR-101) 3.0 a 15.0 Bello (2004)
Porto Alegre, RS 2.0 a 7.0 Soares (1997)
Rio Grande, RS 2.5 Lacerda e Almeida (1995)
João Pessoa, PB 1.0 a 3.0 Apud (Soares, 1997)
Argilas Internacionais
Local Sensibilidade (St) Referência
Horten, Noruega 17.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Beauharnois, Canadá 14.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Shelhaven, Grã Bretanha 7.6 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Cidade do México 5.3 Apud (Skempton and Northey, 1952)
New Haven, Connecticut, EUA 10.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Hogdal, Suécia 9.7 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Vasby I, Suécia 5.6 a 9.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Bromma, Suécia 8.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Angso, Suécia 8.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Torslanda, Suécia 6.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Gosport-mud, Grã Bretanha 4.4 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Gosport-deep, Grã Bretanha 2.4 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Grangemouth, Grã Bretanha 4.3 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Tilbury, Grã Bretanha 3.2 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Londres, Grã Bretanha 1.0 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Detroit, EUA 2.3 Apud (Skempton and Northey, 1952)
Bothkennar, Inglaterra 6.0 a 13.0 Hight et al. (1992)
Quebec, Canada 22.0 Leroueil et al. (2002)
Boston Blue I, EUA 5.8 a 6.8 Mitchell (1976)
Fore River, Maine 4.5 Mitchell (1976)
Goose Bay, Labrador 2.0 Mitchell (1976)
Chicago, EUA 3.4 Mitchell (1976)
Beauharnois, Quebec 5.5 Mitchell (1976)
St. Lawrence 5.4 Mitchell (1976)
Fonte: Skempton and Northey (1952), Ortigão (1995), Bertuol (2009) e Schnaid e Odebrechet (2012)
69
3.6 Comentários finais
70
CAPÍTULO 4 –ARMAZENAMENTO, ACESSO E ANÁLISE
DOS DADOS
4.1 Introdução
71
I – O banco de dados precisa ser acessado de maneira remota, através da
plataforma Web e permitir a plotagem de gráficos com os parâmetros requeridos pelo
usuário e a extração (download) destes dados para análises diversas;
II – Possibilitar que sejam cadastrados no sistema desenvolvido parâmetros
geotécnicos obtidos em investigações realizadas em qualquer parte do globo terrestre;
III – O sistema desenvolvido deve permitir que o banco de dados possa ser
continuamente ampliado, com a inserção de novos parâmetros, correlações geotécnicas
e/ou novos tipos de ensaios.
Para que as premissas elencadas fossem satisfeitas, foi necessário o estudo e
utilização de diferentes ferramentas computacionais, o que originou, através da
integração entre os conceitos da Geotecnia e da Engenharia de Software, um sistema
geotécnico SIGWeb.
Nessa perspectiva, no presente capítulo, serão apresentados breves conceitos
referentes aos bancos de dados (BD) e aos Sistemas para Informações Geográficas
(SIG), principais tecnologias utilizadas na ferramenta desenvolvida. Em seguida, é
descrito o embasamento conceitual desenvolvido durante a pesquisa e que tornou
possível a criação do programa computacional intitulado “Sistema para Análise e
Processamento de Parâmetros Geotécnicos das Argilas Moles – SAPPGAM”. Por fim,
são resumidos os conceitos estatísticos necessários para a compreensão das análises
realizadas nos Capítulos 6, 7 e 8.
73
• Dados compartilhados: as informações contidas no BD podem ser
compartilhadas com as aplicações existentes e também com futuras aplicações,
que podem ser desenvolvidas para operar o banco de dados;
• Atualização: facilidade de inclusão, atualização ou exclusão de dados
continuamente;
• Segurança: garantia da segurança e integridade dos dados.
74
A função de armazenagem, recuperação e análise de dados geográficos em
sistemas SIG é destacada por Câmara et al., (1996). Estas funções são possíveis através
da integração de dados censitários, mapas cartográficos, imagens de satélite,
sensoriamento remoto, geofísica (por exemplo, dados de radar), instrumentação e
sensores, e outras medições e/ou ensaios. Os dados são integrados em uma única base
de dados, manipulada por algoritmos que promovem o cruzamento das informações e
são capazes de gerar informações derivadas. Por sua vez, estas informações podem ser
consultadas e visualizadas em formato gráfico e utilizadas em diferentes processos de
decisão (Câmara et al., 1996; Losier, 2012).
75
estado do Alabama nos Estados Unidos. O sistema Web desenvolvido armazena
informações sobre a metodologia de projeto utilizada, relevo, subsolo, fundações
de obras de arte, etc;
• Um sistema de informação geotécnica foi construído dentro de um SIG para a
prevenção de terremotos em uma área urbana na Coreia do Sul. O sistema é
capaz de monitorar o comportamento sísmico do solo em tempo real, (Sun,
2012);
• Antoniou et al., (2008) apresentaram um SIG para o armazenamento e
gerenciamento de parâmetros geotécnicos do subsolo de Atenas, Grécia. Os
resultados dos ensaios e observações de campo são armazenados usando um
sistema de banco de dados relacional. A partir da análise desses resultados,
mapas temáticos são gerados para ilustrar o subsolo local;
• Um modelo de protótipo de SIG integrado com a Web foi desenvolvido por
Chang e Park (2004) visando à gestão eficiente de dados geológicos. Mais de
10.000 verticais de ensaios foram arquivados no banco de dados, sendo o
sistema implementado em uma área urbana de Seul, na Coreia do Sul. O sistema
permite que os usuários pesquisem informações geológicas, resumos estatísticos
e funções administrativas desenvolvidas para as necessidades locais;
• Para a realização do monitoramento em tempo real de encostas, Gabriele at al.,
(2009) desenvolveram um sistema visando o controle e a prevenção de
deslizamento de terra na cidade de San Martino di Finita, na Calábria (Sul da
Itália). O sistema é capaz de coletar dados de sensores GPS, inclinômetros,
pluviometros, piezômetros, extensômetros, etc. Todos os dados são recolhidos e
processados em tempo real e imediatamente disponíbilizados na Web;
• Hashash e Finno (2008) descrevem novas ferramentas desenvolvidas para a
previsão, monitoramento e controle de movimentos terrestres associadas com
escavações em áreas urbanas na cidade de Chicago, EUA. Todos os dados são
integrados utilizando um sistema de informação geográfica;
• Um sistema de gestão de informações, previsão e alerta de riscos foi
desenvolvido (Wang et al., 2014) para o monitoramento de obras geotécnicas. O
software integra vários tipos de informações, gestão de documentos,
processamento de informações, visualização de projetos CAD e a função de
76
alerta precoce, podendo ser aplicado para monitorar diferentes projetos como
túneis, escavações subterrâneas, encostas e fundações;
• No Brasil, Losier et al., (2011) desenvolveram e implementaram um sistema de
monitoramento geotécnico. A aplicação reuniu várias ferramentas para
aquisição, processamento e interpretação de dados geotécnicos. Os parâmetros
de diferentes obras podem ser monitorados por meio de gráficos integrados com
imagens de satélite e informações geoespaciais na forma de mapas interativos.
• A GEO-RIO utiliza desde 1996 o sistema Alerta Rio para o monitoramento de
encostas. O Sistema conta com uma rede de 33 estações pluviométricas
espalhadas por todas as regiões do município do Rio de Janeiro. Estas estações
enviam dados em tempo real, a cada 15 minutos, para a central do Alerta Rio.
• Diversos órgãos públicos de engenharia de tráfego de municípios no Brasil
adotam o sistema de cadastro de acidentes de trânsito e fazem suas análises
através da visualização dos eventos e manipulação dos dados em um SIG,
fazendo o georeferenciamento de informações viárias e urbanas
(estacionamento, cálculo volumétrico, sinalização, linhas de ônibus, pontos de
ônibus e de táxi, acidentes etc.), (Meinberg, 2003; Soares et al., 2004).
79
definição do tipo, quantidade e profundidade dos novos ensaios que deverão ser
realizados para a concepção do projeto executivo;
• Os professores de ensino médio, graduação e pós-graduação podem utilizar o
banco de dados para traçar perfis característicos do subsolo, mostrando as
camadas de solos que formam a parte superficial da crosta terrestre (em geral os
ensaios possuem a profundidade máxima de 30,0m). É possível apresentar as
diferentes características de solos argilosos e arenosos, como, por exemplo, a
umidade, o índice de vazios e o peso específico natural. Ainda é possível utilizar
os parâmetros geotécnicos para a realização de trabalhos em sala de aula que
simulem a execução de projetos sobre argilas moles, como os de estabilidade de
taludes, aterros, estruturas de contenções e fundações.
• O sistema poderá ser também amplamente utilizado por pesquisadores que
trabalham com o desenvolvimento de novos ensaios e correlações geotécnicas.
O acesso ao banco de dados permitirá, em um primeiro momento, a visualização
dos parâmetros das argilas moles da Baixada de Jacarepaguá, contudo,
futuramente poderão ser cadastrados parâmetros geotécnicos de diferentes
depósitos argilosos existentes em diferentes regiões brasileiras e/ou mundiais.
Em um segundo momento, o acesso aos dados brutos permitirá que sejam
aplicadas diferentes técnicas matemáticas e/ou estatísticas para o
desenvolvimento e/ou adaptação de correlações entre os ensaios geotécnicos,
citam-se dente elas a mineração de dados, inteligência artificial, lógica fuzzy. O
desenvolvimento de novas técnicas e correlações é de vital importância para o
desenvolvimento da engenharia de infraestrutura brasileira.
80
• Armazenamento de dados em conjunto com a projeção em mapa das
coordenadas geográficas dos sítios estudados;
• Apresentação, em um mesmo mapa, de todas as ilhas de investigação inseridas
no sistema, permitindo a visualização e a comparação direta dos parâmetros dos
diferentes sítios cadastrados;
• Disponibilidade para o usuário realizar o cadastro e edição das equações que
correlacionam os parâmetros geotécnicos;
• Permitir que o usuário selecione diferentes sítios e parâmetros e plote gráficos
com os dados e correlações cadastradas no sistema. O usuário pode gerar
gráficos com diferentes parâmetros geotécnicos, por exemplo: resistência não
drenada vs. profundidade ou limite de liquidez, índice de plasticidade e umidade
(ambos no eixo x) vs. profundidade (eixo y);
• Possuir a capacidade de plotar, em um mesmo gráfico, parâmetros de diferentes
sítios;
• Disponibilizar a opção de correlacionar, em um mesmo gráfico, dois parâmetros
distintos, por exemplo: umidade (eixo X) versus índice de compressão (eixo Y).
Neste caso, é importante ressaltar que as profundidades em que os ensaios foram
realizados precisam estar compatibilizadas.
• Permitir que as constantes utilizadas na realização de correlações entre os
diferentes ensaios disponíveis possam ser modificadas de forma simultânea à
realização das análises. Ex. encontrar a resistência não drenada Su pelo ensaio de
CPTU: Equação: Su(CPTU)=(qt-σv0)/Nkt ao calcular esse parâmetro o usuário pode
digitar diferentes valores para o fator de cone Nkt;
• Exportar os gráficos gerados em formato .JPEG ou semelhante, para a inserção
em relatórios técnicos, documentos, artigos, etc.;
• Ter a opção de download dos parâmetros utilizados na geração dos gráficos em
formato .xls ou semelhante, possibilitando que o usuário tenha acesso aos dados
brutos utilizados;
• Permitir o download de todos os parâmetros cadastrados em uma determinada
ilha de investigação.
81
4.4.2 Metodologia para o desenvolvimento do sistema
82
possui acesso às mesmas funcionalidades que o visitante possui, além de suas próprias
funcionalidades: fazer download do template padrão; cadastrar, editar ou excluir ilhas
de investigação; exportar os parâmetros utilizados na plotagem dos gráficos ou exportar
os parâmetros cadastrados nas ilhas de investigação. O usuário que possui a maior
hierarquia é o gerenciador, ele herda as funcionalidades supracitadas e gerencia o
sistema, podendo: incluir, editar ou excluir os usuários cadastrados; alterar a
organização do template utilizado para o cadastro dos parâmetros no sistema; incluir,
editar ou excluir as classes de ensaios utilizadas; incluir, editar ou excluir os parâmetros
de plotagem; cadastrar, editar ou excluir os fatores de ajuste. O fluxograma da Figura 4.
3 resume o exposto.
83
inserido um novo ensaio, é possível que todos os usuários do sistema tenham acesso ao
mesmo.
A camada de dados, através da aplicação do padrão Data Access Objects (DAO),
possui classes voltadas para o registro e busca de dados no BD. Dessa forma, foi feito
um mapeamento Objeto-Relacional, permitindo que cada entidade do BD possa ser
representada por uma classe específica na camada lógica de negócios.
Já na construção da camada de lógica de negócio, foram identificadas várias
classes. Entre elas, vale ressaltar a classe Ensaio, que possui diferentes atributos como,
por exemplo, dados de localização (latitude/longitude), endereço, nome, e outras
características utilizadas para descrever um ensaio qualquer. Com a finalidade de
mostrar a exata localização dos ensaios com sua latitude/longitude, foi incorporado ao
sistema, por meio da Interface de Programação de Aplicativos (API) Google Maps, um
mapa que, por sua vez, permite representar os ensaios com os componentes gráficos
Marker.
Devido ao template (modelo de arquivo Microsoft Office Excel) oferecer quatro
tipos de resultados diferentes, foi criada a classe genérica de Resultados, ver Figura 4. 4.
Esta classe possui quatro subclasses derivadas que representam tipos específicos de
resultados:
CLASSE ENSAIOS
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
RESULTADOS
ResultadosDPP-CPTU: Resultados
obtidos a partir das curvas de
dissipação de poropressão.
85
4.5 Metodologias adotadas nas análises dos parâmetros geotécnicos
86
4.5.1 Variação dos dados em função da profundidade
Parâmetro "Y"
Restrição
Mínimo Máximo Média Desv. Padrão N° ensaios
< 3.0 0.3 1.4 1.0 0.4 20
Parâmetro "X" 3.0 a 6.0 1.1 4.8 2.3 0.7 35
> 6.0 1.4 7.7 4.3 1.7 29
87
Devido à grande quantidade de dados obtidos com a realização do ensaio de
piezocone (uma vertical de ensaio com profundidade de 10 m possui em torno de 1000
leituras), a faixa de variação da resistência de ponta corrigida qt em argilas moles foi
determinada com a metodologia denominada diagrama de caixa ou “box plot”. Esta
representação gráfica combina importantes aspectos descritivos de um conjunto de
dados, através do resumo de cinco números: valor mínimo, primeiro quartil (valor que
deixa 25% das observações abaixo dele), mediana (valor que deixa 50% das
observações abaixo dela, terceiro quartil (valor que deixa 75% das observações abaixo
dele) e valor máximo. Conforme mostrado na Figura 4. 5, a partir dos quartis inferior e
superior, são desenhadas linhas verticais até os últimos valores não discrepantes, tanto
abaixo quanto acima. Assim, os pontos que estiverem fora destes limites são
considerados valores discrepantes (outliers).
89
14
y = 0.0143X + 1.9887
12 R² = 0.72
10
8
Y
6
Sítio 1 Sítio 2
4
Sítio 3 Sítio 4
2 Linear
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
X
SQ Re g
R2 = (4.1)
SQTotal
Valores próximos de 1 são desejados, uma vez que indicam que o modelo
proposto é adequado para descrever o fenômeno. Segundo Smith (1986) interpreta-se o
resultado do coeficiente de correlação como sendo de:
91
O Microsoft Office Office Excel é um editor de planilhas produzido pela
Microsoft. Seus recursos incluem uma interface intuitiva, além de capacitadas
ferramentas de cálculo e de construção de gráficos que o tornam um dos mais populares
aplicativos atuais.
Durante a confecção das figuras que são apresentadas nos próximos capítulos,
procurou-se estabelecer um padrão do formato dos gráficos, legendas, cores, etc.
Entretanto, devido à utilização de diferentes ferramentas e metodologias para análise
dos dados e dos diferentes parâmetros geotécnicos disponíveis em cada sítio
investigado, não foi possível utilizar o mesmo padrão de legendas, símbolos e cores em
todos os gráficos.
Neste capítulo foi apresentada uma breve revisão referente aos bancos de dados
e Sistemas de Informações Geográficas, mostrando a eficácia em termos de organização
e manipulação de dados que estas ferramentas oferecem ao usuário, em especial quando
é necessário trabalhar com um elevado número de informações.
A organização e padronização dos parâmetros e a necessidade de acesso de
forma ágil e remota às informações requeridas para a realização das análises desta
pesquisa, motivaram o desenvolvimento da ferramenta proposta. A fusão dos conceitos
entre BD, SIG, Engenharia de Software e Engenharia Geotécnica tornou possível à
criação de um banco de dados geotécnico, integrado a um Sistema de Informações
Geográficas, disponível em plataforma Web, que permite o armazenamento,
recuperação, estruturação, manipulação, análise e exibição gráfica de parâmetros
geotécnicos espacialmente ligados a uma posição específica no globo terrestre.
92
A metodologia escolhida para a análise dos parâmetros consistiu basicamente
em verificar o comportamento do solo em função da profundidade e obter estimativas
para uma variável a partir de outra com regressões simples. É objetivo desta pesquisa
estudar o comportamento dos depósitos de argila orgânica muito mole da Baixada de
Jacarepaguá a partir da base conceitual atualmente disponível, analisando em paralelo
os resultados obtidos com os modelos de comportamento teóricos e experimentais
citados na literatura.
93
CAPÍTULO 5 – O SISTEMA SAPPGAM
http://200.132.136.222:8080/SIG/
• Usuário: visitante
• Senha: visit123
94
Figura 5. 1 - Tela inicial para acessar o sistema.
95
Figura 5. 2 - Tela Inicial de sistema. Visualização
Visualização na opção Mapa .
96
o seu perfil (visitante, gerenciador ou administrador) e, através do seu login e senha,
poderá acessar as informações cadastradas no banco de dados. A Figura 5. 4 apresenta a
sequência necessária para a inserção de novos usuários, sendo possível, ao clicar na seta
n°4 a visualização de todos os já cadastrados.
97
Figura 5. 5 - Gerenciamento das classes de ensaios.
Essa função se faz necessária pois muitas equações possuem fatores de ajuste e
estes precisam estar cadastrados no sistema para posterior inserção nas equações
geotécnicas. É possível citar como exemplo os seguintes fatores de cone: Nkt, N∆u, Nke.
( qt − σ v 0 )
N kt = (5.1)
S u ( palheta )
u2 − u0
N ∆u = (5.2)
S u ( palheta )
qt − u 2
N ke = (5.3)
S u ( palheta )
(a)
(b)
99
5.1.4 Gerenciar Template Padrão
A função gerenciar ilhas permite que sejam cadastradas no sistema novas ilhas
de investigação geotécnica, permitindo também que sejam visualizadas, editadas ou
excluídas as ilhas de investigação já cadastradas. Para que novas ilhas de investigação
sejam ca
cadastradas,
dastradas, o usuário deve fazer o download do template padrão utilizado para
cadastrar os dados, conforme será ilustrado no item 5.1.9 (Exportar Template). Esse
100
template está em formato .xls, planilha do Microsoft Excel, permitindo que o usuário
insira os diferentes parâmetros geotécnicos oriundos dos ensaios de caracterização,
adensamento, piezocone e palheta.
* Nome da Ilha: CM II
Endereço: Av. Abelardo Bueno, Barra da Tijuca
Autor dos Ensaios: COPPE/UFRJ
* Latitude: -22.969023
* Longitude: -43.370725
Data da execução dos ensaios: 5/17/2009
* Dados Obrigatórios
101
Figura 5. 9 - Exemplo de cadastro de parâmetros na Classe Laboratório.
102
Figura 5. 10 - (a) Cadastrar ilhas de investigação e (b) Visualizar, editar ou excluir Ilhas
de Investigação já cadastradas.
103
do sistema. Assim, conforme ilustra a Figura 5. 11, é possível adicionar, editar ou
excluir parâmetros ao BD. É importante salientar que o sistema precisa identificar com
base na nomenclatura utilizada, qual é o parâmetro que será cadastrado. Para que isso
ocorra com sucesso, é necessário que o nome do identificador do parâmetro (ver
exemplo, Figura 5. 11, DensidRealGraos) possua o mesmo nome utilizado para
identificá-lo no template padrão (ver Figura 5. 9, coluna D, Linha 5). Assim, no
momento do cadastro dos dados de uma determinada campanha de investigação
geotécnica, a ferramenta realiza o armazenamento dos parâmetros de acordo com o
nome identificador e as informações contidas nas suas respectivas coluna e linhas. Os
demais dados requeridos para o cadastro (Nome Fantasia, Unidade e Sigla) podem ser
editados ou alterados em qualquer momento, não sendo obrigatório que eles possuam as
mesmas denominações no template padrão e na memória do sistema.
É importante salientar que nessa etapa, a ferramenta não realiza nenhum tipo de
cálculo ou correlação entre os parâmetros. Os dados são lidos e armazenados na
memória do banco de dados exatamente como foram identificados e com os valores
digitados no template padrão pelo usuário.
104
Após o cadastro
cadastro de um determinado parâmetro
parâmetro,, é possível listar todos os
parâmetros que já estão cadastrados e incluir, editar ou excluir novos, conforme a
Figura 5. 12.
Figura 5. 12 - Visualizar
Visualizar,, editar ou excluir parâmetros.
105
Figura 5. 13 – Cadastrar parâmetro de plotagem.
106
Figura 5. 14 - Cadastro de parâmetros de plotagem
aparecem com o símbolo . Para saber informações sobre as ilhas cadastradas, basta
dar um duplo clique sobre o ícone , então ele ficará verde e mostrará as
informações basicas sobre a ilha de investigação cadastrada
cadastrada,, ver Figura 5. 15.
107
Figura 5. 15 - Obtenção de informações e seleção de ilhas para a plotagem.
109
Caso o parâmetro escolhido para plotagem possua em sua equação algum dos
fatores de ajuste cadastrados, o valor pré-determinado durante o cadastro ficará visível
no momento da plotagem, sendo possível editá-lo. Essa funcionalidade é importante,
pois, muitas vezes, as equações que necessitam de fatores de ajuste foram desenvolvidas
a partir de bancos de dados de argilas de diferentes naturezas, sendo necessária a
“calibração” do fator de ajuste para o subsolo local. Essa calibração é necessária, por
exemplo, para o coeficiente de correção (µ), proposto por Bjerrum (1973) e que varia
conforme o índice de plasticidade da argila. Na Figura 5. 17b, é possível visualizar o
exposto, neste caso o usuário pode alterar os valores pré-fixados para os fatores
empíricos de cone Nkt, Nke e N∆u.
1º - Após o gráfico ser gerado, a figura apresenta uma legenda, identificando o(s)
parâmetro(s) plotado(s) e sua(s) respectiva(s) origem(ns) e unidade(s);
2º - É possível dar um zoom no gráfico e visualizar com maiores detalhes as
informações contidas nos eixos X e Y;
3º - O gráfico gerado pode ser convertido em figura (formato .JPG ou semelhante).
Essa funcionalidade permite que as figuras geradas sejam exportadas, salvas e
posteriormente inseridas em documentos externos;
4º - Os parâmetros utilizados para gerar o gráfico podem ser exportados para
planilhas .xls (Microsoft Office Excel). Essa opção é importante, pois permite
que o usuário tenha acesso de forma automática aos dados utilizados
110
especificamente para gerar o gráfico em análise, possibilitando outras formas de
análise;
5º - Ao clicar na legenda em um determinado parâmetro, é possível “congelar” a sua
aparição no gráfico, deixando visíveis apenas os demais dados;
6º - Para gerar um novo gráfico, basta clicar no botão voltar, sendo possível plotar
um novo gráfico com os novos parâmetros escolhidos.
111
Com o intuito de obter correlações entre diferentes parâmetros geotécnicos, foi
desenvolvida a opção de plotagem de gráficos compostos por parâmetros versus
parâmetros, cadastrados em uma ou mais ilhas de investigação. Para que isso ocorra,
inicialmente o usuário deve escolher qual parâmetro quer plotar no eixo Y e
posteriormente qual parâmetro quer plotar no eixo X, ver Figura 5. 19.
113
Figura 5. 21 - Exportação do Template Padrão.
114
Figura 5. 22 - Download de todas as informações contidas em uma determinada ilha de
investigação
O banco de dados atual pode ser ampliado, podem ser incluídos os resultados de
novos sítios geotécnicos, o programa pode também pode ser ampliado, sendo possível
armazenar e correlacionar os dados de novos equipamentos, como por exemplo ensaios
triaxiais, DMT, T-bar, etc. É esperado que o sistema desenvolvido possa, em um futuro
próximo ser amplamente utilizado no meio geotécnico. O autor considera que a
possibilidade de acesso remoto a um determinado banco de dados, composto por
parâmetros georreferenciados de diferentes sítios geotécnicos, com a possibilidade de
comparação direta entre os resultados, torna o SIGWeb uma valiosa ferramenta para
armazenamento e análise de dados. O sistema poderá ser utilizado por pesquisadores,
engenheiros, professores, técnicos e alunos, colaborando com o desenvolvimento da
Engenharia Geotécnica.
116
CAPÍTULO 6 – ÍNDICES FÍSICOS E PROPRIEDADES DOS
SOLOS
Este capítulo tem por objetivo apresentar e analisar os resultados dos ensaios de
caracterização e de CPTU acompanhados de análises estatísticas e comentários acerca
de cada parâmetro geotécnico. A ênfase das análises será comparar semelhanças e
diferenças de propriedades dos diferentes locais estudados, visando a uma melhor
compreensão do comportamento do solo local.
-2
-4
3,00 m
?
-6
Rio Mais
-8
Prof. (m)
Gleba F
CM I
-10
CM II
4,00 m
-12 Panela
100<w<250
Rio Massa
-14 P. Atletas
Lotes 5 e 6
-16
Olímpia
5,00 m
-18 SESC
100<w<170 Itanhangá
-20 n° pontos=135
(a) (b)
Figura 6. 2 – (a) Umidade natural do solo e (b) Exemplos de amostras de solo.
118
A Figura 6. 2(b) mostra a coloração característica escura da solo com maior teor
de matéria orgânica localizado próximo à superfície do terreno e de três argilas
extraídas em profundidades distintas, respectivamente em 3,0; 4,0 e 5,0 m no sítio do
Centro Metropolitano II. Observa-se a expressiva presença de conchas na amostra
extraída na profundidade de 5,0m.
Os solos orgânicos são classificados em três grupos: (i) solos pouco orgânicos,
2%< TMO ≤10%; (ii) solos medianamente orgânicos, 10%< TMO <30%, e (iii) solos
muito orgânicos, TMO>30%, os dois últimos formam a classe denominada solos
orgânicos (Perrin, 1973; Magnan, 1980; Coutinho, 1986). Seguindo esta classificação,
os solos aqui estudados podem ser divididos em dois grupos: (i) em locais virgens, os
119
solos próximos à superfície do terreno, com ocorrência em geral de zero a quatro metros
são classificados como solos muito orgânicos, (ii) as argilas subjacentes a esta camada
superficial são classificadas como medianamente orgânicas.
TMO (%)
0 10 20 30 40 50 60 70
0
Turfa
-2
-4
CM I Gleba F
-6
SESC(a) SESC(b)
Prof. (m)
-8 nº pontos=26
-10
TMO(média)=10%
-12
-14
-16
120
Como será visto nos próximos subitens, solos com maiores porcentagens de
matéria orgânica terão maiores valores de umidade, limite de liquidez, índice de
plasticidade e menores valores de densidade dos grãos e massa específica (Skempton e
Pettley, 1979; Coutinho, 1986, Mitchell e Soga, 2005). A matéria orgânica possui
grande capacidade de absorção de água, logo solos orgânicos possuem maiores
porcentagens de umidade em comparação aos solos inorgânicos. Esse fato pode ser
evidenciado na Figura 6. 4, na qual é apresentada a relação entre o teor de matéria
orgânica (TMO) e a umidade natural do solo. Nesta figura observa-se que os solos
locais com umidades inferiores a 240% possuem TMO variando entre 6 e 17 %, mas
solos com maiores valores de umidade inferiores a 240% possuem valores mais
elevados e dispersos de TMO. Mesmo com o número limitado de depósitos analisados,
é possível perceber a clara tendência de correlação entre os dois parâmetros. A equação
empírica obtida para 26 pontos analisados (R2=0.59) é:
A equação 6.1 foi obtida somente para 3 diferentes sítios, isso pode justificar o
valor baixo de R2 obtido. A correlação entre a TMO e w é frequentemente utilizada no
meio geotécnico, existindo diferentes propostas de correlações entre esses parâmetros.
Para argilas brasileiras correlações similares foram propostas por (e.g. Coutinho, 1986;
Coutinho et al., 1998; Almeida et al., 2008).
121
80
Gleba F
Teor de Matéria Orgânica - TMO (%) 70 CM I
TMO = 0,077.wn - 2.5988
Gleba F
60 R² = 0,5879
SESC
50 Linha de Tendência
40
30
20
10
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
123
Limite de Plasticidade - wP Limite de Liquidez - wL Índice de Plasticidade- IP
0 50 100 150 200 250 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 0 100 200 300 400 500 600
0 0 0
-1 -1 -1
-2 -2 -2
-3 -3 -3
-4 -4 -4
CM I
-5 -5 -5
Umidade natural (w) CM II
-6 -6 -6
P. Panela
-7 -7 -7
-8 -8 -8 Rio Massa
Tendência de
Prof. (m)
Z>3m,
-9 variação em função -9 -9 Vila Olímpica
wL(med)~150
-10 da profundidade -10 -10 Gleba F
nº pontos=74
-11 -11 -11 SESC
-12 -12 -12 Rio Mais
-13 -13 -13 Tendência
Z>3m,
-14 Z>3m, -14 -14 Z>3m,
w(med)~175%
-15 wP(med)~50 -15 -15 IP(med)~100
nº pontos=135
nº pontos=74 nº pontos=74
-16 -16 -16
-17 -17 -17
(a) (b) (c)
-18 -18 -18
124
É observado que a forma de análise, seja por meio da obtenção da média dos
valores de wL a partir dos 3 primeiros metros de profundidade (Figura 6. 5b,
wLmed=150%), ou a realização da média entre todos os valores encontrados (Figura 6. 6,
wLmed=178%), não altera a classificação da plasticidade do subsolo local como
extremamente alta.
125
Os depósitos aqui estudados apresentam em geral índice de plasticidade superior
a 80%, com valores de IP de até 300% nas camadas de argila com elevados teores de
matéria orgânica Figura 6. 5c. Contudo, há locais em que o índice de plasticidade foi da
ordem de 39%, sensivelmente mais baixos que os demais. Na Figura 6. 5c, é
apresentado o valor médio de IP considerando apenas os dados existentes após os 3
primeiros metros de profundidade, sendo obtido o valor médio de IP próximo a 100%.
Por outro lado, a Figura 6. 7 mostra o valor médio de IP considerando todos os pontos
analisados, em que foi obtido o valor médio de IP=119%, sendo IP=33% e IP=204% os
valores da média ±1 desvio padrão.
126
6.4 Gráfico de Plasticidade de Casagrande
A relação entre o índice de plasticidade (IP) e o limite de liquidez (wL) tem sido
tradicionalmente utilizada para classificar solos finos. Casagrande desenvolveu a carta
de plasticidade, na qual os solos argilosos inorgânicos localizam-se acima de uma reta
inclinada, denominada linha A (equação 6.2) e os solos orgânicos localizam-se abaixo.
I P = 0 , 73 w L − 14 , 6 (6.2)
127
600 H V E H = high plasticity (plasticidade elevada)
V = very high (plasticidade muito alta)
E = extremely high plasticity (plasticidade extremamente elevada)
500 wL=90
wL=70
400
IP (%)
Linha B
wL=50
300
200
IP = 0.7003wL- 4.29
R² = 0.9241
100
n° pontos = 74
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
wL (%)
Rio Mais Gleba F CM I
CM II P. Panela Rio Massa
P. Atletas SESC Itanhangá
A-Line Linha B_wL=50 Limit high plasticity
Limit very high plasticity
I P = 0 , 70 w L − 6 ,1196 (6.3)
128
Figura 6. 9 – Gráfico de Plasticidade de Casagrande para a Baixada de Jacarepaguá.
Equação de regressão obtida.
Gleba F CM I SESC
Prof. (m) wL (% ) IP (% ) TMO (% ) Prof. (m) wL (% ) IP (% ) TMO (% ) Prof. (m) wL (% ) IP (% ) TMO (% )
-1.45 331.5 174.0 59.7* -1.70 610.0 497.0 51.7* -1.00 383.3 222.3 17.0
-2.25 521.0 308.7 39.6* -3.70 242.0 181.0 9.2 -3.00 86.0 56.5 14.5
-3.45 167.0 95.1 19.7* -5.70 196.0 146.0 7.2 -3.00 105.0 78.2 6.1
-4.45 169.3 121.8 12.5 -7.60 184.0 141.0 9.5 -4.00 308.0 192.3 9.8
-5.45 197.0 152.9 8.7 -9.50 212.0 157.0 15.9 -5.00 258.0 173.9 7.3
-6.45 168.7 122.0 6.4 - - - - -7.00 163.0 113.6 15.3
-7.45 159.0 120.7 6.2 - - - - -7.00 99.0 58.8 7.7
-8.45 168.0 124.9 6.7 - - - - -8.00 78.4 48.0 8.4
-10.45 249.5 177.2 7.0 - - - - -9.00 80.8 49.3 24.3*
-12.45 177.0 131.3 8.5 - - - - - - - -
-14.45 147.0 95.6 9.8 - - - - - - - -
* Amostras com maiores teores de matéria orgânica. Plotados com * na Figura 6.10
129
600 H V E H = high plasticity (plasticidade elevada)
V = very high (plasticidade muito alta)
E = extremely high plasticity (plasticidade extremamente elevada)
500 wL=90
wL=70
400
IP (%)
Linha B
wL=50
300
200 n° pontos = 26
130
A Figura 6. 11 mostra os valores de IC obtidos para a região em estudo. Os
resultados comprovam que os depósitos podem ser classificados como moles ou muito
moles, com a maioria dos valores de IC menores que 0,50. O valor médio do índice de
consistência obtido foi de -0,20, sendo -1,0 e 0,60 os respectivos valores da média ± 1
desvio padrão. Os valores negativos de IC eram esperados, pois, conforme já
apresentado, em muitas amostras, o solo local apresentou umidade natural superior ao
limite de liquidez.
131
observado na Figura 6. 12, o valor médio de IL foi de 1,27 (±1,03), indicando que a
argila mole local está próxima da condição normalmente adensada. Índices de liquidez
superiores a 1 indicam ainda solos com elevada sensibilidade, contudo esse tema será
abordado em uma subseção específica no Capítulo 8.
Índice de Liquidez - IL
0 1 2 3 4
0
n° pontos = 65
-2
-4
-6
-8
Profundidade (m)
-10
-12
I L
-14
-16
-18
0.24 1.27 2.30
-20
Rio Mais Gleba F CM I
P. Panela Rio Massa P. Atletas
SESC Pontal média
Média+DP Média-DP
132
maiores sensibilidades, acima. A linha idealizada pela TEC para solos amolgados está
localizada, em geral, no limite inferior da faixa de variação de Skempton (1970).
2
σ 'v 0
= 0,063 .10 2 (1− I L ) Rio Mais
pa
Teoria dos Estados Críticos: Gleba F
1.5 IL=1; σ'v0=8 CM I
IL=0; σ'vo=800 CM II
Índice de Liquidez - IL
P. Panela
IL=1 → w = wL Rio Massa
1
Parque dos Atletas
SESC
Itanhangá
0.5
Pontal
Skempton (1970)
TEC
0 Wood (1983)
IL=0 → w = wP
Faixa de valores sugeridas por Skempton Skempton
n° pontos (1970)
= 65
(1970) para argilas com TMO < 5%.
-0.5
1 10 100 1000
A densidade dos grãos de um solo (Gs) é definida como a razão entre o peso
específico dos grãos sólidos (γs) e o peso da água destilada a 4°C. O valor de Gs,
portanto, é adimensional. Segundo Martins (2016), no caso dos solos, a rigor, tanto a
definição de peso específico dos grãos quanto a definição de densidade dos grãos
133
deveriam incluir a palavra “média”, porque um solo pode ser constituído de um ou mais
materiais.
2.7
2.6
Densidade (média) dos grãos - Gs
2.5
2.4
2.3 Gs = -0,0177.TMO+2,627
2.2 R² = 0,7443
2.1
n° pontos = 26
2.0
CM I
1.9 Gleba F
1.8 SESC
1.7 Desconsiderados
Tendência
1.6
1.5
0 10 20 30 40 50 60 70
Teor de matéria orgânica - TMO (%)
Observa-se que nas correlações (apresentadas nos próximos itens) que envolvem
a umidade do solo e o índice de vazios, serão utilizados apenas os dados em que o grau
de saturação for superior a 90% e inferior a 110%. Tal medida será adotada uma vez
que os solos situados fora desta faixa de valores são considerados não representativos
do subsolo local. Considerando o solo saturado (S=100%), é possível fazer a
simplificação apresentada nas equações 6.5 e 6.6. Como Gs possui pouca variabilidade e
γw é constante, o índice de vazios varia linearmente com a umidade do solo.
w * Gs
S = (6.5)
eo
eo = G S * w (6.6)
137
e0 e0
0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 0.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0
0.0 0.0
-1.0 -1.0
-2.0 -2.0
-3.0 -3.0
-4.0 -4.0
-5.0 -5.0
-6.0 -6.0
CM I CM I
-7.0
Prof. (m)
Prof. (m)
-7.0
Prof. (m)
CM II CM II
Gleba F Gleba F
-8.0 -8.0
Itanhangá Itanhangá
-9.0 Lotes 5 e 6 -9.0 Lotes 5 e 6
P. Atletas P. Atletas
-10.0 -10.0 P. Panela
P. Panela
Pontal Pontal
-11.0 -11.0
Rio Mais Rio Mais
-12.0 Rio Massa -12.0 Rio Massa
SESC SESC
-13.0 -13.0 S<90%
S<90%
S>110%
-14.0 S>110% -14.0
Média-DP
Média-DP
-15.0 -15.0 Média+DP
Média+DP
Média
Média
-16.0 -16.0
S<90%, n°= 12 S<90%, n°= 12
-17.0 S>110%, n°= 7 -17.0 S>110%, n°= 7
90%<S<110%, n°=58 (b) 4.72 7.10 90%<S<110%, n°=58
(a) 2.58 4.68 6.77 2.34
-18.0 -18.0
138
Figura 6. 18 – Peso especifico natural do solo (γn).
140
Figura 6. 19 – Histogramas.
Histogramas. (a) w, (b) TMO, (c) wL, (d) wP e (e) IP.
141
Figura 6. 20 – Histogramas.
Histogramas. (a) IC, (b) IL, (c) Gs, (d) S, (e) e0 e (f) γn.
142
I. 0,0 m a 4,0 m: argila com grande quantidade de matéria orgânica, que resulta
no aumento da umidade, do limite de liquidez, e do índice de plasticidade e
diminui a densidade dos grãos e a massa específica do solo;
II. 4,00 a 12,00 m: argila de deposição mais recente, com menor faixa de
variação ao longo da profundidade de umidade, peso específico, índice de
plasticidade, índice de vazios, etc;
III. 12,00 a 18,00 m: argila de deposição mais antiga, com diminuição da
umidade, índice de vazios e índice de plasticidade e aumento de peso
específico do solo em função da profundidade.
143
Peso Esp. Nat (γγ n)-kN/m3 Índice de Plasticidade- IP (%) Índice de Vazios- e0
9 10 11 12 13 14 15 16 0 50 100 150 200 250 300 0 2 4 6 8 10 12 14
0 0 0
-2 -2 -2
-4 -4 -4
-6 -6 -6
-8 -8 -8
Camadas de aterro
Prof. (m)
144
6.12 Relações e correlações entre índices físicos e parâmetros do solo
20 Gs=2,66 g/cm3
15
Gs=2,43 g/cm3
Índice de vazios - eo
10 Gs=2,20 g/cm3
Turfa
5
n° pontos = 77
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800
w (%)
Rio Mais Gleba F CM I CM II
Panela Rio Massa Lotes 5 e 6 SESC
Itanhangá Olímpia P. Atletas Gs=2.20 g/cm3
Gs=2,43 g/cm3 Gs=2,66 g/cm3
145
Na Tabela 6. 3 são estimados os valores característicos de e0 em função de
quatro diferentes faixas de variação da umidade natural do solo.
Observa-se em geral (Lambe and Whitman, 1979) que tanto o índice de vazios
quanto o limite de liquidez aumentam com o aumento da umidade do solo. A tendência
de elevação de wL em função de w é comprovada com a Tabela 6. 4, na qual são
classificados os valores mínimos, máximos, médios e o desvio padrão do limite de
liquidez em função de diferentes faixas de variação da umidade natural do solo. Nesta
tabela, os resultados foram separados em 4 faixas: 1°: w<100(%); 2°:
100(%)>w>200(%); 3°: 200(%)>w>300(%) e 4°: w>300(%), sendo possível estimar
preliminarmente wL em função de diferentes porcentagens da umidade do solo. Além da
comprovação do aumento do limite de liquidez com o aumento da umidade do solo, é
visualizada uma diferença significativa entre os valores médios de wL.
146
Figura 6. 23 – Correlação entre o índice de vazios e o limite de liquidez.
147
e0 = 0,048 ⋅ wP + 1,91 (6.8)
14
12
10
8
e0
6 e0 = 0,0478xwP + 1.9128
R² = 0,7496
4
n° pontos = 58
2
0
0 50 100 150 200 250 300
wP (%)
Itanhangá Pontal CM I P. Panela
Gleba F Rio Mais Rio Massa P. Atletas
SESC CM II Tendência
14
12
10
8
e0 = 0,0222xIP + 1,9125
e0
6 R² = 0,6897
n° pontos = 58
4
0
0 100 200 300 400 500 600
IP (%)
Itanhangá Pontal CM I P. Panela
P. Panela Gleba F Rio Mais Rio Massa
P. Atletas SESC CM II Tendência
wL (%)
Restrição Mínimo Máximo Média Desv. Padrão N° ensaios
< 3.0 28.7 163.0 86.1 40.6 10
e0 3.0 a 6.0 29.8 520.0 172.7 92.4 34
> 6.0 84.0 610.0 275.8 142.5 14
wP (%)
Restrição Mínimo Máximo Média Desv. Padrão N° ensaios
< 3.0 15.2 51.0 31.0 12.0 10
e0 3.0 a 6.0 18.7 161.0 52.3 26.9 34
> 6.0 26.9 212.3 96.1 57.3 14
IP (%)
Restrição Mínimo Máximo Média Desv. Padrão N° ensaios
< 3.0 10.9 113.6 55.2 29.6 10
e0 3.0 a 6.0 11.1 440.0 118.3 72.6 34
> 6.0 56.5 497.0 183.3 104.7 14
149
6.12.3 Índice de vazios inicial do solo em função do peso específico natural
O peso específico natural do solo é obtido através da relação entre seu peso total e
seu volume total. O peso total do solo é dependente da densidade (média) dos grãos, do
índice de vazios e da umidade, observando que o solo em estudo encontra-se saturado,
ou seja, os vazios do solo estão preenchidos por água, tem-se.
Gs ⋅ γ w ⋅ (1 + w)
γn = (6.10)
1 + e0
(Gs ⋅ γ w ) − γ w
e0 = (6.11)
γ n −γ w
14
12
e0 = (Gs.γ
γ w) - γ n
10 γn − γw
Gs=2,20
8 Gs=2,66
e0
0
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
γ n (kN/m3)
Itanhangá Pontal CM I P. Panela Olimpia
Gleba F Rio Mais Rio Massa Lotes 5 e 6 P. Atletas
SESC CM II Gs=2.2 Gs=2.66
150
6.12.4 Peso específico natural em função da umidade inicial do solo
(Gs ⋅ γ w ) ⋅ (1 + w)
γn = (6.12)
1 + (Gs ⋅ w)
19
18
γ n = (Gs.γγw) . (1+w)
17
( s.w)
1 + (G
Peso Esp. Nat - γ n - kN/m3
16
15
Gs=2,20
14 Gs=2,66
13
12
11
10
9 n° pontos = 80
8
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
w (%)
Rio Mais Gleba F CM I CM II Panela
Rio Massa P. Atletas SESC Itanhangá Lotes 5 e 6
Olimpia Gs=2.2 Gs=2.66
151
resultados apresentam uma excelente repetibilidade, comprovando a acurácia de
medição do equipamento. Neste caso específico, é possível visualizar com o ensaio, que
o local possui uma camada superficial com maior resistência, seguida de uma camada
de argila mole, que varia entre 1,00 e 8,00 m de profundidade, seguida de uma camada
de material com maior resistência e menor poropressão. Chama a atenção o aumento de
resistência qt e do atrito lateral fS e a diminuição da poropresão nas profundidades entre
4,5 e 5,5 m. Neste caso específico constatou-se que existia no local uma camada arenosa
com conchas, fato comprovado com a análise conjunta entre CPTU, SPT e amostras
retiradas com tubo Shelby.
152
qt (kPa) fs (kPa) u0; u1; u2 (kPa)
0 500 1000 1500 2000 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 100 200 300 400 500 600
0.0
4.0
Prof. X u2_PZ02
Prof. X u0_PZ02
5.0
6.0
7.0
13000 145
8.0
9.0
10.0
11.0
prof. X qT_PZ01
12.0
prof. X qT_PZ02
13.0
153
6.13.2 Gráficos Normalizados
Conforme pode ser visto na Figura 6. 29,, no sítio do SESC a maioria dos
resultados foi classificado na zona 3 (argila ou argila siltosa), com alguns dados
localizados nas zonas 4, 5, 6 e 7. Os dados localizados nestas zonas são referentes à
camada superficial de aterro e a camada drenada locali
localizada
zada abaixo do depósito de
argila. A classificação em geral foi condizente com a classificação realizada com os
ensaios de laboratório. A Figura 6. 31a mostra o perf
perfil
il de resistência de ponta corrigida
(qt) deste sítio.
155
profundidade, existe uma camada de solo com maior resistência, classificado nos ábacos
pelas zonas 5, 6, 7 e 8. No sítio Freedom, não foram retiradas amostras para realização
de ensaios de laboratório, logo não é possível comparar os resultados dos ensaios de
CPTU com ensaios de caracterização.
qt (kPa) qt (kPa)
0 500 1000 1500 0 5000 10000 15000 20000
0 0
-2
-2
-4
-4 -6
-8
Prof. (m)
-6
SESC -10
Freedom (a)
-8 -12
Freedom (b)
-10
-16
(a) (b)
-12 -18
156
comportamento do solo, outras correlações geotécnicas obtidas a partir dos resultados
do piezocone (ver Robertson e Cabal, 2015).
• “os ábacos são propostos como um guia, podendo necessitar de pequenos ajustes
para se adequar às condições geológicas locais”;
• “existe a possibilidade de um dado solo ser classificado de maneiras diferentes
nos dois ábacos (Qt vs. Fr e Qt vs. Bq), neste caso torna-se necessário um
julgamento para classificar corretamente o comportamento do tipo de solo”;
157
• “frequentemente a velocidade e a maneira com que o excesso de poropressão se
dissipa durante a pausa na penetração do cone auxiliam significativamente o
julgamento para a classificação do comportamento do solo”;
• “O ábaco Qt vs. Fr fornece valores mais confiáveis em comparação ao ábaco Qt
vs. Bq”.
158
Figura 6. 32 – Classificação normalizada Robertson (1990), CPTU - Gleba F
159
6.13.3 Correlação entre Bq e IL
160
das argilas investigadas através de valores mínimos, médios e máximos de qt. Para tal,
foi realizado o tratamento estatístico dos parâmetros com a técnica denominada de
diagramas de caixa (Boxplot). Com o diagrama de caixa, é possível visualizar se em
conjuntos de dados existe ou não equivalência e a partir de quais valores os resultados
mínimos ou máximos não são representativos do solo em análise, pontos denominados
outliers.
161
Figura 6. 34 – Resistência de ponta corrigida do CPTU. Diagramas de caixa com todas as medições realizadas
162
qt (kPa) qt (kPa)
0 5000 10000 15000 0 500 1000 1500 2000
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
-5 -5
-6 -6
Leduca - Heaven(c) Leduca - Heaven(c)
-7 -7
-8 -8
Prof. (m)
Prof. (m)
-9 -9
-10 -10
-11 -11
-12 -12
-13 -13
-14 -14
-15 -15
-16 -16
-17 -17
-18 -18
-19 -19
Camadas com qt não
-20 -20
representativo da argila local.
-21 -21
qt (kPa) qt (kPa)
0 1000 2000 3000 4000 5000 0 200 400 600 800
0 0
CBFA(a) CBFA(a)
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
-5 -5
Prof. (m)
Prof. (m)
-6 -6
-7 -7
-8 -8
-9 -9
-10 -10
-11 -11
-12 -12
Camadas com qt não
-13 -13 representativo da argila
local.
-14 -14
Pontal(a)
Pontal(a)
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
Prof. (m)
Prof. (m)
-5 -5
-6 -6
-7 -7
-8 -8
-9 -9
-10 -10
qt (kPa) qt (kPa)
0 5000 10000 15000 20000 0 1000 2000 3000 4000 5000
0 0
-2 -2
-3 Aterro -3 Aterro
superficial superficial
-4 -4
-5 -5
Prof. (m)
Prof. (m)
-6 -6
-7 -7
-8 -8
-9 -9
-10 -10
-11 -11
Camadas com qt não
-12 -12 representativo da
argila local.
-13 -13
165
grupo “a”, sendo qt=1826 kPa o valor médio e 1098 kPa e 2553 kPa os
respectivos valores da média +- 1 desvio padrão.
• Para a Baixada de Jacarepaguá, o estudo realizado sugere que sejam
caracterizados como argila mole os solos que possuírem resistência de ponta
corrigida variando entre 200kPa<qt<520 kPa. Essa classificação pode ser
utilizada em complemento para a classificação oriunda do ensaio de SPT, que,
nestes casos, deverá apresentar valores de NSPT igual a 0.
• O gráfico da Figura 6. 41 apresenta os valores obtidos na forma de barras,
facilitando a visualização dos diferentes resultados médios e respectivos desvios
padrões.
166
n° pontos=29.371,00
qt(médio)=356,8 kPa
Figura 6. 39 – Resistência de ponta corrigida do CPTU. Diagramas de caixa, medições realizadas nas camadas de argila. “Grupo a”.
167
n° pontos=2358,00
qt(médio)=18250 kPa
Figura 6. 40 – Resistência de ponta corrigida do CPTU. Diagramas de caixa, medições realizadas nas camadas de argila. Grupo “b”.
168
Tabela 6. 7 – Estatística descritiva para as medições de qt nas camadas de argila mole.
GROPO (a) Local n° de dados Média (kPa) Desv. Padrão
1 Leduca - Heaven(a) 644 392.59 236.71
2 Leduca - Heaven(b) 510 385.33 66.20
3 Leduca - Heaven(c) 678 589.09 333.39
4 CBFA(a) 540 467.47 123.41
5 CBFA(b) 774 451.17 179.16
6 Pontal(a) 636 373.96 320.55
7 Pontal(b) 295 387.32 195.08
8 Pontal(c) 902 499.79 300.01
9 Barra-Bangu –Fg(a) 342 650.74 257.28
10 Barra-Bangu –Fg(b) 167 434.75 91.98
11 Olimpia(a) 350 133.97 91.40
12 Olimpia(b) 368 150.25 106.00
13 Olimpia(c) 155 88.57 94.35
14 Olimpia(d) 391 149.45 91.01
15 Obra 3 - Fg(b) 305 683.03 306.08
16 Obra 3 - Fg(c) 418 504.29 185.98
17 Rio Mais(a) 739 624.16 266.75
18 Rio Mais(b) 685 675.20 253.67
19 Rio Mais(c) 399 739.17 144.12
20 Rio Mais(d) 609 667.95 243.00
21 Rio Massa(a) 357 354.02 157.54
22 Rio Massa(b) 663 573.05 214.68
23 Lotes 5 e 6 (a) 444 220.71 189.33
24 Lotes 5 e 6 (b) 232 627.03 408.44
25 P. Atletas(a) 322 437.96 220.93
26 P. Atletas(b) 134 429.85 77.59
27 Life - Recreio(a) 504 372.09 116.72
28 Life - Recreio(b) 524 429.75 215.54
29 Life - Recreio(c) 676 198.44 114.69
30 Life - Recreio(d) 486 204.86 112.50
31 Life - Recreio(e) 416 212.82 200.33
32 Life - Recreio(f) 535 252.02 169.63
33 Via Parque (a) 673 239.01 119.14
34 Via Parque (b) 387 431.90 177.12
35 CM - Fg(a) 577 395.77 163.49
36 CM - Fg(b) 917 239.98 60.22
37 CM - Fg(c) 793 350.61 92.16
38 Selleto (ROP3)(a) 365 363.73 148.37
39 Selleto (ROP3)(b) 399 264.55 123.38
40 Vila do PAN(a) 417 185.94 151.17
41 Vila do PAN(b) 366 259.44 147.55
42 Itanhanga(a) 470 548.77 145.64
43 Itanhanga(b) 497 385.33 119.65
44 Itanhanga(c) 500 366.26 110.78
45 CM I(a) 553 355.01 115.40
46 CM(b) I 460 383.25 165.27
47 P Panela-Fg(a) 724 198.49 101.13
48 P Panela-Fg(b) 473 202.87 110.72
49 P Panela-Fg(c) 538 236.17 108.18
50 P Panela-Fg(d) 521 190.94 105.67
51 P Panela-Fg(e) 659 207.53 84.70
52 P Panela-Fg(f) 667 270.03 105.44
53 P Panela-Fg(g) 572 205.28 127.86
54 P Panela-Fg(h) 429 204.15 79.31
55 P Panela-Fg(i) 327 162.46 161.20
56 Gleba F 788 250.14 139.99
57 CM II 454 247.97 188.71
58 SESC 645 187.98 90.57
GROPO (b) Local n° de dados Média (kPa) Desv. Padrão
1 Minha Praia - Fg(a) 91 739.19 609.86
2 Minha Praia - Fg(b) 226 1226.66 414.62
3 Minha Praia - Fg(c) 154 4304.54 1473.64
4 Pontal(d) 590 1083.39 1014.80
5 Freedom (a) 302 2269.46 675.31
6 Freedom (b) 221 1295.15 432.26
7 Freedom (c) 416 1831.97 597.13
8 Freedom (d) 358 1853.78 604.37
169
Tabela 6. 8 – Resumo da estatística descritiva para as medições de qt nas camadas de
argila mole.
Valor Médio de qt (a) - kPa 356.8 Valor Médio de qt (b) - kPa 1825.5 Valor Médio de qt (c) - kPa 534.8
Desvio Padrão Médio 160.8 Desvio Padrão Médio 727.8 Desvio Padrão Médio 229.5
Média (qt) - Desv. Padrão (a) - kPa 196.0 Média (qt) - Desv. Padrão (b) - kPa 1097.8 Média (qt) - Desv. Padrão (c) - kPa 305.3
Média (qt) + Desv. Padrão (a) - kPa 517.6 Média (qt) + Desv. Padrão (b) -kPa 2553.3 Média (qt) + Desv. Padrão (c) -kPa 764.4
171
CAPITULO 7 – COMPRESSIBILIDADE, HISTÓRIA DE
TENSÕES E COEFICIENTES DE ADENSAMENTO
172
7.1.1 Qualidade das amostras
Neste estudo, foi possível avaliar a qualidade das amostras de apenas três sítios:
CMI, CMII, Gleba F. Os parâmetros oriundos dos ensaios de adensamento realizados
nos outros 7 sítios foram obtidos através de tabelas disponibilizadas em diferentes
publicações. Contudo, todas as investigações realizadas são frutos de pesquisas
acadêmicas ou projetos de pesquisas desenvolvidos na COPPE. Salienta-se que no
sistema desenvolvido é possível inserir e plotar gráficos com a relação entre os índices
de vazios (∆e/e0), onde: ∆e=e0-e(σ’v0), sendo e(σ’v0) o índice de vazios para a σ’v0.
Um novo amostrador para solos moles foi desenvolvido na COPPE, ele é dotado
de mecanismo de corte (mandíbula), o qual também suporta a amostra pela base.
Segundo Jannuzzi (2013) o novo amostrador apresenta uma série de vantagens em
relação aos amostradores tipo Shelby e mesmo os de pistão, podendo-se citar: (i) certeza
da recuperação da amostra; (ii) inexistência de tempo de espera para recuperação da
amostra, que pode ser feita ao final da cravação do amostrador; (iii) não aplicação de
vácuo na parte inferior da amostra; (iv) fornecimento de amostras de excelente
qualidade. O autor sugere que este novo amostrador seja utilizado em novas campanhas
de retirada de amostras indeformadas na Baixada de Jacarepaguá.
173
∆ e/e o ∆ e/e o
0 0.05 0.1 0.15 0 0.05 0.1 0.15
0 0
n° pontos=22 n° pontos=22
-2 -2
-4 -4
-6 -6
-8 -8
Prof. (m)
-10 -10
-12 -12
Muito Muito
-14 -14
Ruim Ruim
Figura 7. 1 – Avaliação da qualidade das amostras. (a) Lunne et al., (1997) e (b)
Coutinho (2007).
O índice de compressão (Cc) e o índice de expansão (Cs) são obtidos a partir das
curvas de compressibilidade que relacionam a tensão efetiva vertical inicial (σ’v0) com o
índice de vazios (e0), conforme já discutido no Capítulo 3.
A análise conjunta dos resultados dos ensaios mostrou que os valores do índice
de compressão (Figura 7. 2) variam na faixa entre 1,0 e 3,5, sendo 7,0 o valor máximo
encontrado na camada de argila orgânica superficial. É destacada a uniformidade da
faixa de variação proposta, sobretudo em amostras retiradas após os primeiros 4,0 m de
profundidade, salvo alguns valores atípicos. Acima dessa profundidade, o solo possui
maior teor de matéria orgânica e o índice de compressão do solo é maior. Para fins
comparativos apresenta-se na Tabela 7. 1 os valores mínimos e máximos de Cc obtidos
em diferentes depósitos de argila mole, sendo constatado que a faixa de variação obtida
para a Baixada de Jacarepaguá é característica das argilas moles brasileiras.
174
Índice de compressão - Cc
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0
n° pontos=70
-2
-4
Camada com maior
TMO
-6
Rio Mais
Prof. (m)
-8 ? Gleba F
? CM I
-10 CM II
P. Panela
-12
Lentes Rio Massa
de areia
Lotes 5 e 6
-14
Olimpia
-16 SESC
Itanhangá
1,0 a 3,5
-18
*TMO = Teor de matéria orgânica
Cc Cc
Local Referência
(Mínimo) (Máximo)
Juturnaíba / RJ 1,00 4,50 Coutinho (1986)
Sarapuí I / RJ 1,3 3,20 Almeida e Marques (2013)
Sarapuí II / RJ 1,00 3,50 Jannuzzi (2012)*
Itaípu / RJ 2,00 6,00 Almeida et al., (2008)
Uruguaiana / RJ 0,70 1,20 Almeida et al., (2008)
Baixada de Jacarepaguá / RJ 1,00 2,80 Almeida et al., (2008)
Baixada de Jacarepaguá / RJ 2,19 4,21 Teixeira (2012)
Guaratiba / RJ 0,23 2,19 Berbert (2016)
Santa Cruz / RJ 0,20 2,39 Lima (2012)
Recife / PE 1,00 2,80 Coutinho e Ferreira (1998)
Suape – Recife / PE 1,00 4,00 Coutinho e Bello (2014)
Rio Grande / RS 0,40 1,30 Hallal (2003)
POA / RS 0,50 2,50 Hallal (2003)
*Amostras de excelente qualidade
175
Os valores do índice de expansão (Cs) situam-se na faixa entre 0,1 e 0,4 (Figura
7. 3) sendo nítida, também nesta figura, a dispersão dos valores encontrados na camada
superficial do terreno com maiores teores de matéria orgânica. Já a porcentagem de Cs
em relação a Cc (Figura 7. 4) varia entre 0,05 e 0,18, sendo 0,13 (Cs=0,13*Cc) o valor
médio, que corresponde à mesma magnitude dos valores encontrados nas argilas da
Barra da Tijuca por Lacerda e Almeida (1995). Valores desta mesma ordem de grandeza
foram obtidos em diferentes depósitos de argila mole do Rio de Janeiro. A relação
média de Cs/Cc = 0,15 foi obtida por Lima e Campos (2014) em Guaratiba e por
Campos (2006) em Santa Cruz. Lima (2012) obteve o valor médio de Cs/Cc = 0,17
também em Santa Cruz. Em Sarapuí a utilização do valor médio de Cs/Cc=0,12 é
recomendada por Almeida e Marques (2013). Para argilas moles em geral a relação
Cs/Cc varia entre 0,10 e 0,20.
Índice de expansão - Cs
0 0.5 1 1.5 2
0
-2
Camada com
-4 maior TMO*
n° pontos=65
-6
CM II - Lente Rio Mais
Prof. (m)
de areia
-8 Gleba F
CM I
-10
CM II
-12 P. Panela-Fg
Rio Massa
-14
Lotes 5 e 6
SESC
-16
Itanhangá
0,1 a 0,4
-18
*TMO = Teor de matéria orgânica
176
Cs / Cc
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4
0
-2
-4
Camada com
maior TMO*
-6
n° pontos=65
Prof. (m)
Rio Mais
-8
Gleba F
-10 CM I
CM II
-12 P. Panela-Fg
Rio Massa
-14 Lotes 5 e 6
SESC
-16
Itanhangá
0,05 a 0,18
-18
*TMO = Teor de matéria orgânica
177
CR=Cc/(1+e0)
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
0
-2
-4
-6
Prof. (m)
?
-8
-10
-12
-14
-16
n° pontos=70
0,25 a 0,55
-18
Rio Mais Gleba F CM I CM II
P. Panela Rio Massa Lotes 5 e 6 Olimpia
SESC Itanhang á
Os parâmetros de compressibilidade
compressibilidade do solo foram apresentados acima em
função da profundidade, sendo também estimadas para cada parâmetro o valor médio e
as faixas de variação mínima e máxima, sem a avaliação da
da frequência com que os
valores ocorrem. Desta maneira, são apresentados, na Figura 7. 6, os histogramas de C c,
Cs, Cs/Cc e CR. Com base nessas figuras, é possível constatar que:
Figura 7. 6 – Parâmetros de compressibilidade. (a) Cc, (b) Cs, (c) Cs/C c e (d) CR.
179
7.2 Correlações com o índice de compressão
Correlação com w C c = a .w + b a b
1 Al Khafaji and Andersland (1992) 0,0100 0,0000
2 Bowles (1989) 0,0115 0,0000
3 Koppula (1981) 0,0100 0,0000
4 Mesri and Ajlouni (2007) (solos orgânicos) 0,0100 0,0000
5 Moran et al, (1958) 0,0150 0,0000
6 Nagaraj and Miura (2001) 0,0103 0,0000
7 Almeida et al, (2008) 0,0130 0,0000
8 Azzouz et al, (1976) 0,0100 -0,0500
9 Herrero (1980) 0,0100 -0,0755
10 Mc Cabe et al, (2014) 0,0140 -0,3178
11 Coutinho and Bello (2014); wn<200 0,0070 0,4010
12 Coutinho and Bello (2014); wn>200 0,0060 0,8040
Correlação com e0 C c = s.e0 − t s t
1 Azzouz et al, (1976) 0,4000 0,1000
2 Cozzolino (1961) 0,4300 0,1075
3 Nishida (1956) 0,5400 0,1890
4 Sowers (1970) 0,7500 0,0375
5 Hough (1957) 0,3500 0,1225
6 Dames and Moore (1983) 0,5400 0,0810
7 Chung et al, (2003) 0,4400 0,0040
8 Tan (1983) 0,3440 0,1754
9 Coutinho e Lacerda (1987) 0,6300 0,7000
10 Aragão (1975) 0,5600 0,3136
11 Bello (2011) 0,4120 0,1930
180
Tabela 7.3 (Continuação) - Correlações empíricas com Cc.
Correlação com wL Cc = m.wL − n m n
1 Azzouz et al, (1976) 0,0060 0,0540
2 Cozzolino (1961) 0,0046 0,0414
3 Mayne (1980) 0,0092 0,1196
4 Schofield and Wroth (1968) 0,0083 0,0747
5 Shouka (1964) 0,0170 0,3400
6 Skempton (1944) 0,0070 0,0700
7 Terzaghi and Peck (1967) 0,0090 0,0900
8 Yamagutshi (1959) 0,0130 0,1300
9 Mc Cabe et al, (2014) 0,0118 0,24426
10 Owaga and Matsumoto (1978) 0,0150 0,2850
11 Tanaka et al, (2003) 0,0090 0,0900
12 Chung et al, (2003) 0,0084 -0,1640
C c = 0,011 .w (7.1)
181
Figura 7. 7 – Correlação entre o índice de compressão e a umidade natural do solo.
182
A Tabela 7. 4 apresenta o resumo da análise estatística realizada considerando a
variação do índice de compressão para as principais faixas de ocorrência da umidade
natural do solo.
Índice de compressão - Cc
Restrição
Mínimo Máximo Média D. Padrão N° ensaios
< 100.0 0.5 1.6 1.1 0.3 7
100.0 a 200.0 1.1 3.6 2.1 0.5 40
w (%)
200.0 a 300.0 2.0 3.8 2.9 0.6 16
> 300.0 3.3 6.1 4.6 1.1 7
C c = 0 ,528 .e 0 (7.2)
183
Figura 7. 9 – Correlação entre o índice de compressão e o índice de vazios.
+20%
7 Dispersão constante de ± 20%
-20%
6
5
Cc
3
Cc = 0,5284.e0
2
R² = 0,81
n° pontos = 70
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7
e0 8 9 10 11 12 13 14
184
A Tabela 7. 5 mostra os valores médios do índice de compressão com restrição
das principais faixas de frequência do índice de vazios inicial do solo.
Índice Cc
Restrição
Mínimo Máximo Média Desv. Padrão N° ensaios
< 3.0 0.3 1.4 1.0 0.4 13
e0 3.0 a 6.0 1.1 4.8 2.3 0.7 40
> 6.0 1.4 7.7 4.3 1.7 17
Cc = 0,013 ⋅ wL (7.3)
185
Figura 7. 11 – Correlações entre o índice de compressão e o limite de liquidez.
10
9
+20%
8
-20%
7
Região com maior
6 dispersão
60 < wL < 180
5
Cc
3
CC = 0,0125.wL
2 R² = 0,78
n° pontos = 50
1
0
0 100 200 300 400 500 600 700
wL (%)
Mayne (1980) Schofield and Wroth (1968) Shouka (1964)
Skempton (1944) Terzaghi and Peck (1967) Yamagutshi (1959)
Tanaka, et al. (2003) Chung et al (2003) Present Study
Presente estudo (+20%) Presente estudo (-20%) Linear (presente estudo)
Cc = 0,019 ⋅ I P (7.4)
187
8
Cc=0,0187.IP
7 R² = 0,3675 Gs=2,70
n° pontos = 50
Índice de compressão - Cc
6
Gs=2,43
5 média local
3
Cc=0,5GS . (IP/100)
2
Equação sugerida por Wood
1
(1990) para solos amolgados
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700
Índice de Plasticidade - IP
Rio Mais Gleba F CM I
CM II P. Panela Rio Massa
SESC Pontal Itanhangá
Wood (1990) Wood (1990) Linear (presente estudo)
Figura 7. 13 – Correlação entre o índice de compressão e o índice de plasticidade.
188
90
CR x w (%)
80
Lambe & Whitman, 1979
70 Série6
CR=[Cc/(1+e0)] *100 %
30
Figura original de
Lambe e Whitman
20 (1979), sugere
valores máximos de
10 w=400%.
0
10 100 1000
w (%)
189
σ 'vm (kPa)
0 20 40 60 80
0
Rio Mais
-2
Gleba F
-4 CM I
CM II
-6
Panela
-8
Prof. (m)
Rio Massa
-10 Lotes 5 e 6
σ 'vo =4,5 kN/m3 * Prof. (m)
Olimpia
-12
σ 'vo =1,4 kN/m3 * Prof. (m)
SESC
-14 Itanhangá
-18
n° pontos = 66
-20
OCR OCR
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
0 0
-2
OCR=1
-2
Faixa de
-4 -4 variação
de OCR
-6 -6
n° pontsos = 66
n° pontsos = 35
-8
Prof. (m)
-8 Rio Mais
Gleba F Rio Mais
-10 -10
CM I Gleba F
CM II CM I
-12 -12
P. da Panela
CM II
Lotes 5 e 6 -14
-14
SESC P. da Panela
191
α = 22 ( I P ) − 0 .48 (7.6)
Os valores de OCR,
OCR, estimados com base na equação 7.6, apresentaram de forma
geral uma boa concordância com os valores de referência (ensaio de adensamento
edométrico). Como exemplo, é apresentada a Figura 7. 18, na qual os valores obtidos
são comparados aos valores de OCR obtidos em laboratório em amostras de boa
qualidade. No ssítio
ítio da Gleba F (Figura 7. 18a) foi obtido, por meio do ensaio de palheta,
o valor médio de 1,5 para OCR ao longo da profundidade, sendo que os resultados de
laboratório sugerem o valor médio de OCR em torno de 1,0. Entretanto, no sítio do CM
II (Figura 7. 18b) os valores de OCR obtidos com o ensaio de palheta foram próximos
aos valores de OCR obtidos com os ensaios de adensamento edométrico até em torno
dos 3 m de profundidade. Após
Após essa profundidade, os resultados indicam que o solo
encontra-se em adensamento, o que contradiz os resultados de laboratório. Em todos os
depósitos estudados, os valores de OCR estimados a partir dos ensaios de palheta e
192
CPTU apresentaram boa concordância com os valores de OCR obtidos a partir dos
ensaios de adensamento edométrico.
Salienta-se
-se que a aplicação principal do ensaio de palheta é a obtenção da
resistência não drenada do solo. A correlação proposta para obtenção de OCR a partir
de Su e IP é uma tentativa de obtenção de σ’vm e OCR e só deve ser utilizada em pré -
projetos e com cautela, uma vez que os resultados podem apresentar gran de
variabilidade.
193
líquida do CPTU (qt-σvo), sendo obtido o valor de 0,125 para o coeficiente K1, com
R2=0,85. Esse valor é semelhante (K1=0,15) ao sugerido para Sarapuí por Jannuzzi
(2009) e sensivelmente inferior ao valor sugerido por Chen e Mayne (1996) (K1=0,30) e
aos valores sugeridos para diferentes depósitos argilosos existentes na costa brasileira
(eg. Schnaid, 2009; Massad, 2009; Teixeira et al., 2012).
194
Figura 7. 19 – Correlação entre σ’vm versus CPTU (qt-σvo).
195
Embora a utilização de qt e u2 para a obtenção de σ’vm seja uma aplicação
secundária do CPTU, é possível dizer que a aplicação destas correlações já está
consolidada no meio geotécnico para a obtenção de OCR (σ’vm/σ’vo). Como pode ser
visualizado na Figura 7. 21 e na Figura 7. 22, os valores de K1 e K2 podem e devem ser
avaliados caso a caso e preferencialmente plotados em conjunto com valores de OCR
obtidos no laboratório. Mesmo em locais onde foram obtidos valores de OCR em
laboratório, as correlações como o CPTU devem ser aplicadas, pois elas mostram o
perfil contínuo de OCR com a profundidade, ao contrário dos ensaios de laboratório,
que resultam em valores pontuais.
196
OCR OCR OCR OCR
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
0 0 0 0
-1 -1 -1
-2 -2 -2
-3 -2 -3 -3
-4 -4 -4
-5 Adensamento 1 -5 -5
Adensamento 1
Adensamento 1 -4 Adensamento 2 -6 -6
-6 Adensamento 2
Profundidade (m)
q −σV0
Figura 7. 21 – Estimativa de OCR com a expressão OCR = K 1 t . (a) Gleba F, (b) SESC, (c) Pedra da Panela e (d) Rio Mais.
σ 'V 0
197
OCR OCR OCR
OCR
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
0 0 0 0
-1 -1 -1
-2 -2 -2
-2 -3 -3
-3
-4 -4 -4
-5 Adensamento 1 -5 -5
-4 Adensamento 1
-6 Adensamento 1 -6 -6
Adensamento 2
Adensamento 2
OCR (CPTU) 1 -7 -7
Profundidade (m)
q − u2
Figura 7. 22 – Estimativa de OCR com emprego da expressão OCR = K 2 t . (a) Gleba F, (b) SESC, (c) Pedra da Panela e (d) Rio Mais.
σ 'V 0
198
7.4 Coeficientes de Adensamento
199
ch(NA) (m2/s)
1.00E-09 1.00E-08 1.00E-07 1.00E-06 1.00E-05
0
n° pontos = 114
-2
Sítios Freedom e Minha
-4 Praia e lentes de areia em
diferentes depósitos
-6
-8
Profundidade(m)
-10
-12 n° pontos = 8
-14
-16
-18
-20
V. Parque - Gleba F CM-I-F CBF Vila do PAN
CM I Barra-Bangu P. Panela-F Obra 3 - FG
Gleba F Lotes 5 e 6 Rio Massa Vila Olímpica
Life CM II Minha Praia Freedom
qt (kPa) qt (kPa)
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 0 500 1000 1500 2000 2500
0 0
DPP-CPTU 2
DPP-CPTU 2 -1
-1 qt - CPTU 2
qt - CPTU 2
-2
-2
-3
-3 -4
Dissipações
Dissipações -5 consideradas no
-4
Profundidade (m)
consideradas no cálculo de ch
cálculo de ch -6
-5
-7
-6
-8
-7 -9
-8 -10
Dissipação
desconsiderada -11
-9
-12
-10 Dissipação
-13
desconsiderada
-11 (a) -14 (b)
201
Tabela 7. 7 – Valores médios, mínimos e máximos de ch(NA).
V. Parque -
ch (NA) (m 2/s) Vila do PAN CM-I-F Barra-Bangu CM I P. Panela-F
Gleba F
Média 2.57E-08 3.42E-08 3.67E-08 3.15E-08 6.51E-08 7.28E-08
Mínimo 9.16E-09 8.87E-09 1.91E-08 9.20E-09 8.71E-09 6.29E-09
Máximo 3.48E-08 8.48E-08 5.42E-08 5.42E-08 3.15E-07 9.95E-07
n° de ensaios 5 3 2 5 24 28
2
ch (NA) (m /s) CM II Gleba F Obra 3 - FG Life Vila Olímpica Lotes 5 e 6
Média 3.85E-08 3.65E-08 4.95E-08 4.85E-08 2.04E-07 2.25E-07
Mínimo 8.87E-09 9.75E-09 9.03E-09 3.61E-08 1.15E-07 4.06E-08
Máximo 8.13E-08 8.87E-08 8.87E-08 7.80E-08 3.90E-07 5.13E-07
n° de ensaios 8 12 4 5 8 4
2 2
ch (NA) (m /s) Rio Massa CBF Minha Praia Freedom Média (m /s)* Média (m 2/s)**
Média 3.24E-07 3.80E-07 4.06E-06 3.76E-06 1.12E-07 4.39E-08
Mínimo 1.23E-07 6.97E-08 3.36E-06 8.13E-08 3.38E-08 1.25E-08
Máximo 5.42E-07 8.13E-07 4.76E-06 6.97E-06 2.95E-07 1.87E-07
n° de ensaios 5 8 2 8 Total de ensaios= 131
* Valores médios desconsiderando os resultados dos sítios Minha Praia e Freedom
** Valores médios desconsiderando os resultados dos sítios Vila Olímpica, Lotes 5 e 6, Rio Massa, CBF, Minha Praia
e Freedom
202
Figura 7. 25 – Valores médios de c h(NA) na face e na base do cone .
203
cv(NA) (m2/s)
1.00E-10 1.00E-09 1.00E-08 1.00E-07 1.00E-06
0
-2
-4
-6
Profundidade(m)
-8
-10
CM I (adens)
-12 CM II (adens) cv (médio) = 2,3 E-8 (m2/s)
Gleba F (adens)
SESC (adens)
-14
cv(médio)
n° pontos = 32
-16
204
A
205
Figura 7. 27 – Comparação entre os valores médios de cv obtidos com o ensaio
de adensamento e com o ensaio de CPTU.
Diversos corpos de prova ensaiados tiveram valores de OCR menos que 1, fato
possivelmente relacionado à má qualidade das amostras que compõem o banco de
dados. Foi proposta a faixa de variação de OCR em função da profundidade, sendo
mostrado que a região possui uma crosta superficial com valores de OCR mais elevados
e valores constantes médios entre 1 e 1,5 ao longo da profundidade. Mesmo com
valores de IP de até 510%, foram obtidos boas estimativas de OCR com o ensaio de
palheta. De forma análoga, foram obtidas correlações com graus aceitáveis de
confiabilidade para as equações que relacionam σ’vm e qt-σv0 (R2=0,85) e σ’vm e qt-u2
(R2=0,83).
207
CAPITULO 8 – RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DA ARGILA
208
Su (kPa) Su (kPa)
0 10 20 30 40 50 60 0 1 10 100 1000
0 0
-1
-2 -2
-3
-4 -4
-5
-6 -6
Prof. (m)
-7
-8 -8
-9
-10 -10
-11
-12 -12
-13
-14 -14 Faixa de
variação de Su
-15 (kPa)
Faixa de -16
-16 variação de Su
(kPa) n° pontos = 461
-17 n° pontos = 461
-18 -18
(a) (b)
Leduca V. Parque CM I Leduca V. Parque CM I
CBF Vila do PAN Pontal CBF Vila do PAN Pontal
P. Panela Olimpia Gleba F P. Panela Olimpia Gleba F
Rio Massa Lotes 5 e 6 P. Atletas Rio Massa Lotes 5 e 6 P. Atletas
SESC Life - Recreio CM II SESC Life - Recreio CM II
Lim. Inf. Lim. Sup. Lim. Inf. Lim. Sup.
Mesmo com a dispersão dos dados obtidos, é possível visualizar que existem na
região em estudo depósitos com sensibilidades distintas. Na Figura 8. 4a, estão
apresentados seis sítios estudados, onde a argila possui menor sensibilidade, e na Figura
8. 4b estão plotados os resultados de quatro depósitos onde o solo possui maior
sensibilidade.
210
Figura 8. 3 – Classificação da sensibilidade da argila. (a) Em função da profundidade e
(b) Em função da frequência.
St St
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
-5 -5
-6 -6
-7 -7
Profundidade (m)
-8 -8
-9 -9
-10 -10
-11 -11
-12 -12
-15 -15
V. Parque CBF -16 Vila do PAN Gleba F
-16
Pontal CM I CM II SESC
-17 Olimpia Rio Massa -17
Série1 (b) Série2
-18 Série1 (a) Série2 -18
Série3 Série3
Figura 8. 4 – (a) Depósitos com menores valores de sensibilidade e (b) Depósitos com
maiores valores de sensibilidade
211
A Figura 8. 5a apresenta a relação entre a Su e a Sur. Mesmo com a dispersão dos
resultados, é possível visualizar a tendência de aumento da Sur com o aumento da Su. A
linha de tendência média obtida para 268 ensaios é (R2=0,58):
0 , 59
S u = 7 ,94 S ur (8.1)
70
60 Su = 7.9366xSur0.5918
R² = 0.5855
50
n° pontos=268
Su (kPa)
40
30
20
10
(a)
0
0.1 1 10 100
Sur (kPa)
70
Série6
60 n° pontos=268
50
40
Su (kPa)
30
20
10
(b)
0
0.1 1 10 100
St (kPa)
212
Mitchell e Soga (2005) propuseram a correlação entre a sensibilidade e o índice
de liquidez para argilas marinhas norueguesas. Conforme pode ser visualizado na Figura
8. 6, os resultados (St vs. IL) obtidos na Baixada de Jacarepaguá apresentam grande
dispersão, entretanto é visualizada a tendência de aumento de St em função de IL.
Mitchell e Soga (2005) comentam ainda que índices de liquidez superiores a 1 indicam
solos com elevada sensibilidade. Esta afirmativa parece não ser representativa da região
em estudo, pois amostras com sensibilidade superior a 8 foram obtidas nas m
mesmas
esmas
profundidades de amostras com índices de liquidez que variam na faixa entre 0,3 e 1,6.
É observado novamente que na Figura 6. 33, mesmo com valores de I L superiores à
unidade, foi obtido o valor máximo de B q = 0,6, valor não indicativo de argilas
extrassensíveis.
Com base nas análises realizadas, não é possível afirmar para a região em
estudo, que os valores de IL próximos ou superiores à unidade são indi
indicativos
cativos de solos
com elevada sensibilidade.
213
8.3 Normalização da resistência ao cisalhamento não drenada
214
0,4
0,3
α' 0,2
Argilas inorgânicas
Argilas orgânicas
0,1
0,0
20 40 60 80 100
IP (%)
215
Figura 8. 8 – Normalização da Su(cor) em função da σ’vm. (a) valores em função da
profundidade e (b) valores em função da frequência.
216
30
25
20
Su(cor) (kPa)
10 Su(cor) = 0,45σ
σ 'vm
R² = 0,7488
Su(cor) = 0,6*µ
µ
5
n° pontos = 44
n° pontos desconsiderados=8
0
0 20 40 60 80 100 120
σ 'vm (kPa)
Gleba F CM I CM II
P. Panela Lotes 5 e 6 Olimpia
SESC Rio Massa Pontos desconsiderados
Linear (Present Study)
Conforme pode ser observado na Figura 8. 10, a equação 8.2 apresenta uma
estimativa consistente. O valor do coeficiente obtido é pouco superior ao valor proposto
por Larsson (1980) para argilas orgânicas e conforme esperado, superior ao valor de
0,22 sugerido por Mesri (1975). Salienta-se que a má qualidade das amostras tem
influência significativa na relação entre Su(cor)/σ’vm. O amolgamento da amostra (Ladd,
1973, Coutinho, 1976; Martins, 1983) afeta diretamente a forma da curva de
compressão dos ensaios oedométricos, tornando difícil a definição do ponto de menor
raio de curvatura, diminuindo o valor estimado para a σ’vm. Desta maneira os valores
elevados de Su(cor)/σ’vm podem ser representativos de amostras de má qualidade.
217
Su(cor) (kPa) Su(cor) (kPa)
0 5 10 15 20 25 0 5 10 15
0 0
-1 Su=0,69*s'vm
Su=0,45*σσ 'vm
-1
-2 Su(cor)
Série6
Palheta
-3 Su=0,45*σσ 'vm
Su=0.69*s'vm -2
-4 Su(cor) Palheta
Série4
-5 -3
Prof. (m)
-6
-4
-7
-8 -5
-9
-6
-10
-11
-7
-12
Gleba F (a) CM II
-13 -8
(b)
A equação 8.3 pode ser reescrita como Su/σ’vm=0,73, que quando comparada
com a relação Su(cor)/σ’vm=0,45 (equação 8.2) resulta em um fator de correção médio de
0,61 (0,45/0,73=0,61). Conforme esperado, com a utilização da Figura 3.8 é verificado
que o valor de µ=0,61 é consistente com o valor de IP(médio)=109 obtido para a Baixada
de Jacarepaguá.
218
1.40
Pressão atmosférica (pa)=101,3 kPa
1.20
1.00
Kulhawy e Mayne (1990)
σ 'vm/pa (kPa)
0.40
σ 'vm=1,3711 Su
0.20 R2=0,6457
n° pontos = 48
0.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Su/pa (kPa)
Gleba F CM I CM II
P. Panela Rio Massa Lotes 5 e 6
SESC Rio Mais
Kulhawy e Mayne (1990) Linear (Presente Estudo)
800
Gleba F
700
w (%) vs. σ ' vo (kPa)
dsds
600
w (%) vs. Su (kPa)
Série2
500
w (%)
400
300
200
100
0
0 5 10 15 20 25
σ 'vo; S u (kPa)
-2 -2
-4 -4
-6 -6
-8 -8
Turfa ou
-10
Prof. (m)
-10 lentes de
areia
-12 -12
-14 -14
Faixa de variação
-16 σ 'vo (kPa)
de Su/σ -16
n° pontos = 461
-18 -18
SSu (kPa)
u (kPa) SSu/s'vo=0,7
u /σ
σ'v0=0,7
-20 -20
SSu/s'vo=0,4
u /σ
σ'v0=0,25 Su /σ
σ'v0=1,5
Su/s'vo=1,4
(a) (b)
-22 -22
Figura 8. 13 – (a) resistência não drenada vs. profundidade; (b) resistência não drenada
normalizada vs. profundidade.
Su / σ 'vo Su (kPa)
0 1 2 3 4 5 0 10 20 30 40 50 60
0 0
-2 Turfa
-2
-4 -4
-6 -6 Utilizado
Su(máximo)=30 kPa
-8 Utilizado -8
Su(máximo)=30 kPa
Prof. (m)
-10 -10
-12 -12
-18 -18
Su (kPa)
Su SSu/s'vo=0,7
u /σ
σ 'v0=0,7
-20 -20
Su /σ
σ 'v0=0,25
Su/s'vo=0,4 Su/s'vo=1,4
Su /σ
σ'v0=1,5
(a) (b)
-22 -22
Figura 8. 14 – (a) resistência não drenada vs. profundidade; (b) resistência não drenada
normalizada vs. profundidade - para Su(máx) = 30 kPa.
221
A frequência de variação da relação entre de Su/σ’v0 é mostrada na Figura 8. 15.
Na Figura 8. 15a
15a são analisados as 461 medições da Su realizadas, sendo concluído que
em 76% o valor da normalização da S u pela σ’vo é maior que 0,25 e menor que 1,5. A
maior amplitude de variação de Su/σ’ v0 ocorre próximo à superfície do terreno. Desta
forma, na Figura 8. 15b estão considerados apenas os ensaios realizados em
profundidades superiores a 6,0 m. Nesta nova análise, novamente o intervalo entre
0,25< Su/σ’v0 < 1,5 possui a maior frequência de dados, 85%.
222
O limite inferior obtido para a relação entre de Su/σ’vo é condizente com a faixa
de valores obtidos por outros pesquisadores brasileiros, ver Tabela 8. 1. Entretanto, o
limite superior de Su/σ’vo=1,5 é extremamente elevado, sendo o valor médio de
Su/σ’vo=0,7 superior aos valores máximos apresentados na Tabela 8. 1. Salienta-se que,
em 11 dos 15 sítios onde foram realizados ensaios de palheta, foi utilizado o
equipamento da COPPE, onde a medição do torque é realizada próxima à palheta. Dos
trabalhos listados na Tabela 8. 1, apenas os resultados de Oliveira (2000) e Bello (2011)
utilizaram equipamento semelhante. Nos demais trabalhos, pode haver influência do
atrito solo/equipamento nos valores de Su apresentados.
Tabela 8. 1– Valores típicos da resistência não drenada normalizada pela tensão efetiva
(adaptado de Bello, 2011).
Su (kPa) Su (kPa)
0 10 20 30 40 50 60 0 5 10 15 20
0 0
-1 -1
-2 Utilizado -2
Sítio Gleba F
-3 Su(máximo)=30 kPa -3
-4 -4
-5
n° pontos=387 -5
-6 -6
-7 -7
Prof. (m)
-8 -8
-9 -9
-10 -10
-11 -11
-12 -12
-13 -13
-14 -14
-15 -15 Su S
= u (OCR ) m
-16 -16 σ ' v 0 O .C σ ' v 0 N .C
-17 -17
(a) (b)
(b)
-18 -18
SuSu (kPa)
_Palheta (kPa) Su_Palheta (kPa)
L.Limite inferior
inferior de OCR
de OCR e γ 'n (1,14 kN/m3)
e gn* Estados Críticos/ Método SHANSEP
Limite superior de OCR e γ 'n (1,45 kN/m3 )
L. superior de OCR*
224
Tabela 8. 2 – Resumo dos parâmetros utilizados na Figura 8. 16.
227
1.5
1.25
1
σ 'vm
0.75
Su/σ
0.5
Su/σ
σ ' vm = 0,50+0,0017IP
0.25 R² = 0.115
n° pontos=47
0
0 100 200 300 I (%) 400 500 600
P
228
dados obtidos. O valor de R2=0,015 não permite que seja
subestimativa de σ’vm nos dados
proposta neste estudo a correlação entre Su/σ’vm e IP.
230
A Figura 8. 21, extraída de Kulhawy e Mayne (1990) mostra a faixa de variação
de Su em função de IL sugerida por Wood (1983). É possível visualizar que a relação
entre Su e IL obtida para a Baixada de Jacarepaguá situa-se no limite superior de I L e
dentro da faixa proposta.
A resistência não drenada do solo pode ser estimada a partir de correlações entre
a resistência de ponta corrigida do CPTU (q t) e o excesso de poropressão u 2 (e.g Lunne
et al., 1985; Robertson e Campanella, 1988
al., 1988;; Lunne et al, 1997; Danziger e Schnaid,
2000; Robertson e Cabal, 2015).
231
(q t − σ v 0 )
S u ( CPTU ) = (8.7)
N kt
u2 − u0
S u ( CPTU ) = (8.8)
N ∆u
qt − u 2
S u (CPTU ) = (8.9)
N ke
Onde Nkt; N∆u; Nke são fatores empíricos obtidos, em geral, através da correlação
com o ensaio de palheta. A equação 8.7 é a mais utilizada na prática brasileira
(Danziger e Schnaid, 2000; Almeida e Marques, 2010; Schnaid e Odebrecht, 2012). A
equação 8.8 tem a vantagem da acurácia nas medidas de u2 e u0 serem superiores às
outras grandezas medidas, principalmente em argilas moles (Campanella e Robertson,
1988).
A Figura 8. 22a, mostra que o fator de cone Nkt varia de forma aleatória com a
profundidade. Na Figura 8. 22b é apresentada a distribuição de frequência de Nkt, sendo
constatado que 15% dos resultados obtidos foram de Nkt menores que 6 e 23% dos
resultados tiveram valores de Nkt maiores que 18. A faixa de variação em que Nkt é
maior que 6 e menor que 18 concentra 62% dos resultados. Na Figura 8. 23 é plotada a
relação entre a Su obtida com o ensaio de palheta e a resistência de ponta líquida do
CPTU (qt-σv0). Nesta figura é possível observar que a elevada faixa de variação de Nkt e
constatar que os valores de Nkt=6 e Nkt=18 são representativos do limite inferior e do
limite superior deste fator de cone. O intervalo de variação de outros depósitos
brasileiros também é amplo (e.g. Santa Cruz 6,5 a 19,5 - Lima, 2012; Pernambuco 6 a
14 - Coutinho e Bello, 2014; Porto Alegre 8 a 16 - Schnaid e Odebrecht, 2012). Em
geral é observado que a média de Nkt nos depósitos brasileiros varia entre 9 e 12
(Coutinho e Schnaid, 2010). Tavernas e Leroueil (1987) obtiveram a faixa de variação
entre 11 e 17 em ensaios realizados em argilas do Canadá. Em geral os valores de Nkt
variam entre 10 e 20, sendo 14 o valor médio (e.g. Lunne et al., 1997; Schnaid, 2009;
Robertson, 2009).
232
Figura 8. 22 – Fator de cone N kt. (a) Variação em função da profundidade e (b)
variação em função da frequência.
40
Nkt=6
Nkt=12
30
Nkt=18
Su (kPa)
20
10
n° pontos = 177
0
0 100 200 300 400 500
qt-σ v0 (kPa)
Gleba F CM II CM I SESC
Lotes 5 e 6 P. Panela Vila Pan Life
Nkt=6 Nkt=12 Nkt=18
234
Cabal (2015) apresentam a faixa de variação de N∆u entre 4 e 10 e Mayne (2008)
recomenda o valor de N∆u=10 para argilas de Nova Orleans, EUA. É possível dizer que
os valores obtidos de N∆u para a Baixada de Jacarepaguá são, em geral, inferiores aos
demais valores reportados na literatura.
40
N∆ u=2 N∆ u=4
30
Su (kPa)
20
N∆ u=9
10
n° pontos = 125
0
0 50 100 150 200
u2-u0 (kPa)
Valores Medidos NDu=2
N∆ u = 2 Nkt=6
N ∆u = 4
N∆ u = 9
NDu=9
40
Nke=3 Nke=9
30
Nke=15
Su (kPa)
20
10
n° pontos = 177
0
0 100 200 300 400 500
qt-u2 (kPa)
Gleba F CM II CM I SESC
Lotes 5 e 6 P. Panela Vila Pan Life
Nke=3 Nke=9 Nke=15
237
Su Nkt (kPa) Su Nke (kPa) Su N∆∆ u (kPa)
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
0 0 0
-1
-2 -2 -2
-4 -4 -4
Prof. (m)
-5
-6 -6 -6
-7
Nke=8 N∆u=5
Nkt=13
-8 -8 -8
-9
Figura 8. 28 – Resistência não drenada estimada a partir dos fatores de cone (a) Nkt, (b) Nk e (c) N∆u. Sítio do SESC.
238
8.5.2 Correlação com o excesso de poropressão
∆ u max
S u ( DPP ) = (8.10)
4, 2 * log( I r )
239
Su (kPa) Su (kPa) Su (kPa)
0 5 10 15 20 25 30 35 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 5 10 15 20 25 30 35
0 0 0
-3 -4 -3
-5
Prof. (m)
-4 -4
-6
-5 -7 -5
Lente de areia
-8 detectada com o
-6 ensaio de CPTU -6
-9
-7 -10 -7
-11
-8 -8
-12
-9 -9
-13
Figura 8. 29 – Comparativo entre a resistência Su obtida com diferentes metodologias. (a) Lotes 5 e 6, (b) Recreio Life e (c) Vila
Panamericana.
240
Na Figura 8. 30 são comparados diretamente os valores de Su(DPP) obtidos a
partir da correção proposta por Mantaras et al., (2014) e os valores de Su obtidos com o
ensaio de palheta. Nesta figura estão correlacionados 85 resultados de Su e Su(DPP),
obtidos a partir de verticais de ensaios realizados no mesmo sítio de investigação e com
profundidades semelhantes. Os valores obtidos com a equação 8.10 são em torno de
1,5% inferiores aos valores obtidos pelo ensaio de palheta, equação 8.11, R2=0,81. Os
valores obtidos são indicativos que a equação 8.10 pode ser aplicada para a estimativa
de Su nos depósitos da Baixada de Jacarepaguá.
40
Su(Vane)=Su(DPP-CPTU)
35
30
25
Su (palheta) kPa
Su(palheta)=1,0154*Su(DPP)
20 R² = 0,8084
n° pontos = 85
15
10 Série1
Su_Vane=Su_DPP-CPTU
5
Linear (Série1)
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Su (DPP) kPa
241
drenada amolgada (Sur) com o aumento da resistência não drenada, entretanto, não
existe nenhuma tendência de aumento de St com o Su. A relação entre Sur e o índice de
liquidez do solo foi consistente com as equações sugeridas pela Teoria dos Estados
Críticos (Wroth e Wood, 1978 e Leroueil et al., 1983).
Foram obtidas faixas amplas de variação dos fatores de cone, sendo que a maior
concentração de Nkt localiza-se no intervalo entre 6 e 18. O fator de cone N∆u foi o único
que apresentou tendência de aumento em função da profundidade, seu intervalo de
variação foi fixado entre 2 e 8. Dentre os 3 fatores analisados, o Nke foi o que apresentou
maior dispersão nos resultados, a maior porcentagem dos dados está localizada no
intervalo entre 3 e 15.
242
CAPITULO 9 – CONCLUSÕES E SUGESTÃO PARA
PESQUISAS FUTURAS
244
estudados possuem camada superficial com valores de OCR mais elevados e valores
constantes médios entre 1 e 2 ao longo da profundidade. Mesmo com valores de IP de
até 510%, foram obtidas boas estimativas de OCR com o ensaio de palheta. Os
coeficientes de determinação obtidos com as correlações entre σ’vm e qt-σv0 (R2=0,85) e
σ’vm e qt-u2 (R2=0,83), as credenciam para aplicação em anteprojetos geotécnicos. A
análise conjunta dos resultados dos ensaios realizados em 16 sítios, mostrou que os
valores de ch apresentam magnitudes distintas. O valor de ch(NA)=4,3x10-8 m2/s,
representa a média de 10 diferentes locais, sendo considerado representativo dos
depósitos de argila mole da Baixada de Jacarepaguá. O valor médio de cv(NA)=2,3x10-8
m2/s foi obtido com o ensaio de adensamento edométrico, sendo cv(NA)=2,9x10-8m2/s o
valores médio obtido com o ensaio de CPTU.
245
obtenção de Su a partir do excesso de poropressão do CPTU foi testada e validada, foi
obtido o valor de R2=0,80 com a comparação direta de 85 diferentes resultados.
246
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT NBR 13600, 1996, Solo – “Determinação do Teor de Matéria Orgânica por
Queima a 440ºC”.
ABNT NBR 6508, 1984 – “Grãos de solos que passam na peneira de 4,8mm –
Determinação da massa específica”.
ABNT NBR 6484, 2001 – “Solo - Sondagens de simples reconhecimentos com SPT -
Método de ensaio”.
ABNT NBR 10905, 1989. – “Solo - Ensaios de palheta in situ - Método de ensaio”.
ALMEIDA, M.S.S and MARQUES, M.E.S. (2003). The behaviour of Sarapuí soft clay.
In: Tan, et al. (Eds.), Characterization and Engineering Properties of Natural Soils vol. 1.
Swets & Zeitlinger, Lisse, pp. 477–504.
ALMEIDA, M.S.S. and MARQUES, M.E.S. The behaviour of Sarapuí soft organic
clay. In International Workshop on Characterisation and Engineering Properties of Natural
Soils, Singapore. Editores: T.S. Tan, K.K. Phoon, D.W. Hight, and S. Leroueil, v. 1, p. 477–
504, 2002.
ALMEIDA, M.S.S. Investigation in very soft to extremely soft soils. 2012. Session
report. Geotechnical and Geophysical Site Characterization 4 (Proc. ISC-4 - 2012 Pernambuco,
Brazil. Apresentação de Trabalho.
ALMEIDA, M.S.S. (1982). The undrained behaviour of the Rio de Janeiro clay in the
light of critical state theories. Soils and Rocks, ABMS, São Paulo, Brazil, 5 (2), 3–24.
247
ALMEIDA, M.S.S. (1996). "Aterros Sobre Solos Moles – da Concepção à avaliação do
desempenho." Editora UFRJ, 216 p.
ALMEIDA, M.S.S. e MARQUES, M.E.S. (2010). “Aterros sobre solos moles: projeto e
desempenho”. Oficina de textos.
ATKINSON, J.H. and BRANSBY, P.L. (1978). The mechanics of soils, McGraw-Hill,
London.
AZZOUZ, A.S., KRIZEK, R.J. and COROTIS, R.B. (1976). Regression Analysis of Soil
Compressibility. Soils Found. 16(2):19-29.
248
AZZOUZ, A.S., BALIGH, M.M. and LADD, C.C. (1983) Corrected field vane strength
for embankment design. Journal of Geotechnical Engineering, ASCE, 109 (5), 730–734.
BALIGH, M.M. “Undrained Deep Penetration, II: Pore Pressure”, In: Géotechnique, 36
(4), 486-501, 1986.
BARONI, M., MARQUES, M.E.S. and ALMEIDA, M.S.S. (2014) “Use of Wissa’s
piezo-probe for prediction of post-construction settlements in soft clay. 3rd International
Symposium on Cone Penetration Testing. CPT’14. Las Vegas, Nevada
BISHOP, A.W and HENKEL, D.J (1957). The measurement of soil properties in the
triaxial test. Shear strength of soils - 190 pages.
BJERRUM, L. (1973). “Problems of soil mechanics and construction on soft clays and
structurally instable soils”. Proceedings of the 8th International Conference on Soil Mechanics
and Foundation Engineering, Moscow, 3: 111-159.
BOWLES, J.E. (1984). Physical and geotechnical properties of soils. McGraw Hill Co.
Inc., New York.
249
BOWLES, J.E. (1989). Physical and Geotechnical Properties of Soils. McGraw-Hill,
New York, NY, USA.
BURLAND, J.B. (1990) “On the compressibility and shear strength of natural clays”
th
30 Rankine Lecture – Géotechnique – Vol.40, No. 3: 329-378.
BURG, R.M (2015), Uma Arquitetura Web para Sistemas de Informações Geográficas
aplicada a Geotecnia. Trabalho de conclusão de curso - Universidade Federal do Pampa.
BUSSAB, W.O e MORETTIN, P.A. Estatística Básica - 8ª Ed. 2013. Ed. Saraiva.
CAMPANELLA, R.G., and ROBERTSON, P.K., 1988. Current status of the piezocone
test. Proceedings of First International Symposium on Penetration Testing, ISOPT-1, Orlando,
March 22 - 24, Vol. 1, pp. 93 - 116.
CAMPANELLA, R.G. and ROBERTSON, P.K., 1981, Applied cone research. Proc. of
the Symposium on Cone Penetration Testing and Experience, ASCE, St. Louis, pp. 343-362.
CHEN, B.S. and MAYNE, P.W. (1996). Statistical relationships between piezocone
measurements and stress history of clays. Canadian Geotechnical Journal, Vol. 33, pp. 488-
498.
COSTA FILHO, L.M., WERNECK, M.L. and COLLET, H.B. (1977). The undrained
strength of a very soft Clay. In: International Conference On Soil Mechanics And Foundation
Engineering. 3v. p.69-112, Tokyo.
COSTA MAIA, M.C.A.; MARTIN, L.; FLEXOR, J.M.; AZEVEDO, A.E.G. (1984).
Evolução holocênica da planície costeira de Jacarepaguá (RJ). In Anais do XXXlll Congresso
Brasileiro de Geologia, Rio de Janeiro, 105-118.
COUTINHO, R.Q. and BELLO, M.I.M.C.V. Analysis and Control of the Stability of
Embankments on Soft Soil: Juturnaíba and Other Experiences in Brazil. In: ALMEIDA, M.S.S.
(editor), 2010, São Paulo. Lecture: New Techniques on Soft Soils, 2010. p. 247-268.
DANZIGER, F.A.B., ALMEIDA, M.S.S. and SILLS, G.C. (1997). The significance of
the strain path analysis in the interpretation of piezocone dissipation data. Géotechnique, UK,
47 (5), 901–914.
DATE, C.J. (2004). Uma Introdução a Sistemas de Banco de Dados. 8ª Edição. São
Paulo: Campus, 2001, 900 p.
DOUGLAS, B.J. and OLSEN, R.S. 1981. Soil classification using electric cone
penetrometer. Cone penetration testing and experience, ASCE National Convention, St. Louis,
209–227.
252
GABRIELE, S., D'AQUILA, G. and CHIARAVALLOTI, F. 2009. "A Distributed Real-
Time Monitoring System for Landslide Hazard and Risk Assessment". GeoSpatial Visual
Analytics, p. 387-394.
GRAHAM, J., CROOKS, J.H.A., and BELL, A.L (1983), “Time effects on the stress-
strain behaviour of natural soft clays”. Geotechnique 33(3), 327-40.
GRAHAM, J., CROOKS, J.H.A. and LAU, S.L.K. (1988) Yield envelope:
identification and geometric properties. Géotechnique, v. 38:1, p. 125-134.
HANSBO, S. (1957). A new approach to the determination of the shear strength of clay
by the fall - cone test. Royal Swedish Geotechnical Institute 4.
HASHASH, Y.M.A. and FINNO, R.J. (2008). "Development of new integrated tools for
predicting, monitoring, and controlling ground movements due to excavations". Practice
Periodical on Structural Design and Construction, v. 13, p. 4.
HEAD, K.H. (1986). Manual of soil laboratory testing. ELE International Limited,
Pentech Press, London.
HIGHT, D.W. Sampling effetcs in soft clay: an update on Ladd and Lambe (1963).
Proc. Symposium on Soil Behaviour and Soft Ground Construction. P. 86-121, ASCE Get.
Special Publication. 2001
HOUGH, B.K. (1957). Basic soil engineering. Ronald Press Company, New York, pp
112 – 115.
HOULSBY, G.T. (1988), “Introduction to papers”. 14-19. Proc., ICE Conf. Penetration
Testing in the UK, Birmingham, pp. 141-146.
HOULSBY, G.T. and TEH, C.I. (1988). Analysis of the piezocone in clay. Proc.,
ISOPT-1, Orlando, Vol. 2, pp. 777-783.
253
JANNUZZI, G.M.F (2009). “Caracterização do Depósito de Solo Mole de Sarapuí II
Através de Ensaios de Campo”. Tese M. Sc., COPPE/UFRJ.
KONRAD, J.M. and LAW, K. (1987). Preconsolidation pressure from piezocone tests
in marine clays. Géotechnique, 37(2):177–190.
KULHAWY, F.H. and MAYNE, P.W. (1990). Manual on Estimating Soil Properties
for Foundation Design, Report No. EL-6800, Electric Power Research Institute, Palo Alto, CA:
306 p.
LADD, C.C., DE GROOT, D.J. (2003). Recommend practice for soft ground site
characterization: Casagrande Lecture. Proc. of the 12th Panamerican Conference on Soil
Mechanics and Geotechnical Engineering, Boston, EUA.
LADD, C.C., FOOTT, R., ISHIHARA, K., SCHLOSSER, F. and POULOS, H.G.
(1977). Stress deformation and strength characteristics. State-of-the-Art Report. 9th Int. Conf.
Soil Mech. Found. Engng, Tokyo, 2:421–494.
LADD, C.C. and LAMBE, T.W. (1963) - The strength of undisturbed clay determined
from undrained tests, ASTM, Symposium on Laboratory Shear Testing of Soils, STP 361: 342-
371;
LAMB, T.W. and WHITMAN, R.V (1979). Soil Mechanics. John Wiley e Sons, Inc.
New York, 553p.
LANDVA, A.O.; PHEENEY, P.E. Peat fabric and peat structure. Canadian
Geotechnical Journal, v.17, p. 416-433, 1980.
254
LEE, J., SALGADO, R. and PAIK, K. (2003). Estimation of Load Capacity of Pipe
Piles in Sand Based on CPT Results. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental
Engineering, ASCE, 129(5), 391-403.
LEROUEIL, S. (1997). Critical state soil mechanics and the behaviour of real soils.
Almeida (ed.) Recent Developments in Soil and Pavement Me-chanics, Rio de Janeiro,
COPPE/UFRJ 1997. Balkema, Rotterdam, 1997, p. 41-80.
LEROUEIL, S. and VAUGHAN, P.R. (1990). The general and congruent effects of
structure in natural soils and weak rocks , Géotechnique 40, No. 3, 467-488.
LEROUEIL, S., AND HIGHT, D. W., (2003), Behavior and properties of natural soils
and soft rocks, in Tan, T. S., Phoon, K. K., Hight, D. W., and Leroueil, S., eds., Proceedings
International Workshop on Charaterisation and Engineering Properties of Natural Soils, Volume
1: Singapore, Balkema, Rotterdam, p. 29 - 254.
LIMA, B.T (2012) “Estudo do uso de colunas de brita em solos argilosos”. Tese de
doutorado, COPPE/UFRJ.
LOSIER, L.M., DORS, C.; MAHLER, C.F. et al., (2011). "Geotechnical monitoring
system based on the analysis of geospatial data", In: 14th Pan-American Conference on Soil
Mechanics and Geotechnical Engineering, Toronto, Ontario, Canada, Oct. 2011.
LUNNE, T., CHRISTOFFERSEN, H.P. and TJELTA, T.I. (1985). Engineering use of
piezocone data in North Sea clays. Proc., XI ICSMFE, San Francisco, Vol. 2, pp. 907-912.
LUNNE, T., EIDSMOEN, T., POWELL, J.J.M. and QUARTERMANN, R.S.T. (1986).
Piezocone testing in overconsolidated clays. Proc. 39th Canadian Geotech. Conf., Canadian
Geotechnical Society, Ottawa, preprint volume, 209–218.
LUNNE, T., LACASSE, S., and RAD, N. (1992). General report: SPT, CPT, PMT, and
recent developments in in-situ testing. Proceedings, 12th Intl. Conf. on Soil Mechanics &
Foundation Engrg., Vol. 4, Rio de Janeiro, 2339-2403
LUNNE, T., ROBERTSON, P.K. and POWELL, J.J. “Cone Penetration Testing in
Geotechnical Practice”. Blackie Academic & Professional, 312 p, 1997.
255
MACEDO, E.O. (2004), “Investigação da resistência não drenada in situ através de
ensaios de penetração de cilindro”. Tese M. Sc., COPPE/UFRJ.
MARTINS, I.S.M. (1983). “Sobre uma nova Relação Índice de Vazios – Tensão nos
Solos”, Dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil.
MARTINS, I.S.M. (2016). “Sobre algumas grandezas, suas unidades e suas definições”.
Livro em homenagem ao Prof. Willy Lacerda. Willy Lacerda, Doutor no saber e na arte de
viver.
256
MAYNE, P.W .(1980). Cam-Clay predictions of undrained shear strength. Journal of
the Geotechnical Engineering Division, ASCE 106(11): 1219–1224.
MAYNE, P.W. (2008). Piezocone profiling of clays for maritime site investigations.
Proc, 11th Baltic Sea Geotechnical Conference, Gdansk, Poland.
MAYNE, P.W. 1991. Determination of OCR in clays by piezocone tests using cavity
expansion and critical state concepts. Soil Found., 31(1):65–76.
MC CABE, B.A., SHEIL, B.B., LONG, M.M., BUGGY, F.J. and FARRELL, E.R.
(2014). Empirical correlations for the compression index of Irish soft soils. Geotechnical
Engineering 167 December 2014 Issue GE6 Pages 510–517.
MELLO, M.P. e PETERNELLI, L.A. Conhecendo o R: uma visão mais que Estatística.
Viçosa, MG: Editora UFV, 2013. 222 p.
MERSI G. (1975), Discussion on “New design procedure for stability of soft clays”
ASCE, J. of GED, Vol. 101, pp. 409-412.
MITCHELL, J.K. and SOGA, K. (2005). Fundamentals of Soil Behavior, 3rd edition,
John Wiley & Sons, Hoboken, NJ.
MITCHELL, J.K. Fundamentals of soil behavior. John Wiley & Sons, USA. 1976.
422p.
NAGARAJ, T.S. and MIURA, N. (2001). Soft Clay Behaviour Analysis & Assessmen.
Taylor & Francis.
257
NASCIMENTO, C.M.C (2009), “Avaliação de alternativas de processos executivos de
aterros de vias urbanas sobre solos moles”. Dissertação de Mestrado, Instituto Militar de
Engenharia, Rio de Janeiro, Brasil.
NISHIDA,Y. (1956) “A brief note on compression index of soil”. ASCE Journal of Soil
Mechanics and Foundation Engineering Division. 82-SM 3, pp 1027-1 to 1027-14
ORTIGÃO, J.A.R. (1993). “Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos”.
Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, Rio de Janeiro, 368p.
ORTIGÃO, J.A.R., (1980). “Aterro experimental levado à ruptura sobre argila cinza
do Rio de Janeiro”. Tese D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
PARRY, R.H.G. and WROTH, C.P. (1981) “Shear properties of clay, in soft clay
Engineering”. In: E.W. Brand & R.P. Brenner (eds), Elsevier, Amsterdam, pp. 311–64.
258
PERRIN, J. (1973), “Comportement des Sols Toubeaux et Synthèse des Résultates”.
Remblais sur Sols Compresibles, Spécial T, Mai, 1973. Bulletin des Liais – son des LPC, pp.
208-217.
PILLOT G. Study of Five Embankment Failures on Soft Soils, Proc. of Spec. Conf. on
Performance of Earth and Earth-Supported Structures, Purdue University, Lafayette, 1972. v.1,
pp.81-99.
PRESSMAN, R.S. (2006). Engenharia de Software- (6ª edição), São Paulo, Ed.
REMY, J.P.P.; MARTINS, I.S.M.; MARIA, P.E.L.S.; AGUIAR, V.N. and ANDRADE,
M.E.S. (2010). The Embraport pilot embankment - primary and secondary consolidations of
Santos soft clay with and without wick drains - Part 1. In: NEW TECHNIQUES ON SOFT
SOILS, 2010, Guarujá, SP. NEW TECHNIQUES ON SOFT SOILS. p. 289-309
RICCIO, M., BARONI, M. and ALMEIDA, M.S.S. Ground improvement in soft soils
in Rio de Janeiro: the case of the Athletes' Park. Proceedings of the Institution of Civil
Engineers. Civil Engineering, v. 166, p. 36-43, 2013
ROBERTSON, P.K. (1990). Soil classification using the cone penetration test.
Canadian Geotechnical Journal, Vol. 27, No. 1, pp. 151-158.
ROBERTSON, P.K. and CABAL, K.L. (2015). "Guide to cone penetration testing for
geotechnical engineering", 6th Edition, Gregg Drilling & Testing Inc.
ROBERTSON, P.K., CAMPANELLA, R.G., GILLESPIE, D., GREIG, J., (1986). "Use
of piezometer cone data", Proc., In-Situ 86, Specialty Conf., ASCE, Blacksburg, pp. 1263-1280.
ROBERTSON, P.K., SULLY, J.P., WOELLE, D.J., LUNNE, T., POWELL, J.J.M. &
GILLESPIE, D.G. (1992.) Estimating coefficient on consolidation from piezocone tests.
Canadian Geotechnical Journal, v. 29, p. 539-550.
ROSCOE, K.H. & BURLAND, J.B. (1968). On the generalized stress – strain behavior
of wet clay. In: J. Heyman&F. Leckie (ed.), Engineering Plasticity, Cambridge University Press,
Cambridge, pp. 535–609.
SANDRONI, S.S. and DEOTTI, L.O.G. Instrumented test embankments on piles and
geogrid platforms at the Panamerican Village, Rio de Janeiro. In: Pan American Geosynthetics
Conference & Exhibition, 1, 2008, Cancún, Mexico. Proceedings. Cancún, 2008. 1 CDROM
259
SANDRONI, S.S., BRUGGER, P.J., ALMEIDA, M.S.S. and LACERDA, W.A. (1997).
Geotechnical properties of Sergipe clay. Proc., Int. Symp. on Recent Developments in Soil and
Pavement Mechanics, Rio, pp. 271-277.
SCHAAP, L.H.J. and ZUIDBERG, H.M. (1982) "Mechanical and electrical aspects of
the electric cone penetrometer tip". Proc. 2nd Eur. Symp. on Penetration Testing, Amsterdam.
SCHNAID, F. “In Situ Testing in Geomechanics”. Oxon: Taylor and Francis. 2009.
SCHNAID, F., NACCI, D.C., CONSOLI. N.C. FIALHO, A.S., (2001). Caracterização
Geotécnica e Parâmetros de Projeto na Ampliação do Aeroporto Internacional Salgado Filho”.
Solos e Rochas, São Paulo, 24, (2): 155-167, 2001
SCHNAID, F., SILLS, G.C., SOARES, J.M.D. & BYIRENDAM, Z. (1997) Predictions
of the coefficient of consolidation from piezocone tests. Canadian Geotechnical Journal, 34 (2),
143–159.
SCHNEIDER, J.A., RANDOLPH, M.F., MAYNE, P.W. & RAMSEY, N.R. 2008.
Analysis of factors influencing soil classification using normalized piezocone tip resistance and
pore pressure parameters. Journal Geotechnical and Geoenvironmental Engrg. 134 (11): 1569-
1586.
SCHOFIELD, A.N. and WROTH, C.P. (1968). Critical state soil mechanics. McGraw-
Hill.
SENNESET, K., SANDVEN, R., LUNNE, T., BY, T. and AMUNDESEN, T. 1988.
Piezocone testing in silty soil. Penetration Testing ’88, AA Balkema Publishers, The
Netherlands, 955–966.
SETZER, V.W. and SILVA, F.S.C (2005). Banco de dados. 1ª Edição. São Paulo:
Editora Edgard Blücher, 2005. 392 p.
260
SKEMPTON, A.W., (1948). A possible relationship between true cohesion and the
mineralogy of clays. In: Proceedings of the 2nd International Conference on Soil Mechanics and
Foundation Engineering, Rotterdam, v. 7, pp. 45-46.
SKEMPTON, A.W. (1957). Discussion: Further data on the c/p ratio in normally
consolidated clays. Proceedings of the Institution of Civil Engineers, 7: 305–307
SMITH, T. R., MENON, S., STARR, J. L. et al., (1987). "Requirements and principles
for the implementation and construction of large-scale geographical information systems",
International Journal of Geographical Information Systems, v. 1, pp. 13-31.
SOWERS, G.B. (1970). Introductory soil mechanics and foundations. 3rd ed. The
Macmillan Company, London, UK.
TAN, S.L. (1983). Geotechnical properties and laboratory Testing of soft soil in
Singapore. In. Proceedings of 1st International Seminar on Construction Problems in Soft Soils.
Singapore.
261
TANAKA, H., RITOH, F. and OMUKAI, N. (2003). Geotechnical properties of clay
deposits of the Osaka Basin. Characterisation and Engineering Properties of Natural Soils – Tan
at al. (eds.). Swets & Zeitlinger. Lisse.
TEIXEIRA, A. et al. (1995). Qual a melhor definição de SIG. Revista Fator GIS, n. 11.
Curitiba.
TEIXEIRA, C. F. (2012). Análise dos recalques de um aterro sobre solos muito moles
da Barra da Tijuca – RJ. Tese de Doutorado, Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia
Univer-sidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
TERZAGHI, K. and PECK, R.B. (1967). Soil Mechanics in Engineering Practice, 2nd
edition. Wiley, New York, NY, USA.
TERZAGHI, K. Theoretical soil mechanics. New York, USA: John Wiley & Sons. p.
510. 1943.
TERZAGHI, K. (1936). Stability of slopes of natural clay. In: Proceedings of the 1st
International Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering, Cambridge, Mass., v.
1, pp. 161-165.
WANG, H., LI, L., JIAO, Y.Y., Ge, X.R and LI, S.G. A relationship-based and object-
oriented software for monitoring management during geotechnical excavation. Advances in
Engineering Software, Elsevier, v. 71, p. 34–45, 2014
WINDISCH É.J. and YONG, R.N. (1990). A statistical evaluation of some engineering
properties of eastern Canadian clays. Canadian Geotechnical Journal, pp 373 – 386
WOOD, D. M. Soil Behavior and Critical State Soil Mechanics. Cambridge: Cambridge
University Press, 1990.
WROTH, C.P. (1984). The interpretation of in situ soil tests. Geotechnique. V.34, n. 4,
p. 449–489.
WROTH, C.P, HOULDBY, G.T. (1985). Soil mechanics - property and analysis
procedures. Proc. 11th ICSMFE, San Francisco, pp 1 – 55.
WROTH, C.P. (1984), “The interpretation of in situ soil tests”. Geotechnique Vol. 34.
n° 4, PP. 449-489.
WROTH, C.P. and WOOD, D.M. (1978). The correlation of index properties with some
basic engineering properties of soils. Canadian Geotechnical Journal. pp 137 – 145.
262
Anexo I
Artigo enviado para o Journal Proceedings of the Institution of Civil Engineers -
Geotechnical Engineering. ISSN 1353-2618
263
COMPRESSIBILITY AND STRESS HISTORY OF VERY SOFT ORGANIC CLAYS
Magnos Baroni, DSc, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, Brazil
Abstract: The compression index (Cc), the swelling index (Cs) and the preconsolidation
stress (σ’vm) are essential for reliable settlements calculations. However, it is a
challenge to obtain representative parameters for very soft, organic, high plasticity
clays, which are often found in Jacarepaguá Lowlands, Rio de Janeiro, Brazil. In the last
decades, several geotechnical correlations were proposed for the estimation of the
above parameters in order to check oedometer tests data. The compression index can
be estimated based on simple laboratory index tests and the preconsolidation stress
can be found by means of CPTU and vane tests. In this paper data from 24 different
investigation clusters located in the region are analysed. undisturbed samples were
collected from 20 different locations and 67 CPTU soundings and 48 verticals of vane
test were carried out, which resulted in a comprehensive data bank. Then correlations
were developed and compared with a number of equations, in order to assess their
reliability. Special emphasis was given to correlations between Cc and soil water
content, and also between σ’vm and the corrected cone resistance (qt) and shoulder
pore pressure (u2), measured in CPTU tests.
264
List of notation
265
1. INTRODUCTION
Large deposits of very soft organic clays form the Jacarepaguá Lowlands subsoil,
located in the western region of the city of Rio de Janeiro. Urban real estate
occupation in the region started in the decade of 1970 and, since then, this region has
undergone growing urban development, besides government investments. Among
these investments, it is worth mentioning the infrastructure works required for the
Pan-American Games (2007), the FIFA World Cup (2014) and the Olympic and
Paralympic Games (2016). Therefore many site investigation studies have been carried
out in this region aiming to achieve a better understanding of the compressibility and
strength properties of these deposits (e.g. Almeida et al. 2007; Almeida et al. 2008;
Futai et al. 2008; Riccio et al. 2013).
By using a new local data bank the compression index (Cc) was correlated with the
natural water content (wn), the liquid limit (wL) and the initial void ratio (eo). In
addition, the preconsolidation stress (σ’vm) was estimated from piezocone (CPTU) and
vane tests data, and then compared to oedometer test values. Overall results are then
compared to literature equations. Finally, new correlations are proposed for the
preliminary estimation of the magnitude of settlements of very soft clays.
266
2. RIO DE JANEIRO SOFT CLAYS
The soft clay deposits in Brazil found all along the coastline originated in the
Quaternary period (Suguio and Martin, 1981). These deposits are generally formed by
mineral grains (inorganic components) resulting from the weathering of rocks present
in the local contribution basin and by organic matter (organic clays) resulting from the
decomposition of plants and animals. Soft clays in general have a higher
overconsolidation ratio (OCR) at the superficial soil layers which decrease with depth
to values between 1 and 2, which result from aging and water table fluctuations
(Bjerrum, 1973; Parry and Wroth, 1981). The soft clay deposits found in the city of Rio
de Janeiro (Almeida et al, 2008) follow this clear pattern of OCR decreasing with depth,
also due to aging and water level fluctuation.
The local subsoil was formed by cycles of erosion and sedimentation which occurred
during periods of marine regression and transgression (Costa Maia et al. 1984), being
characterized by the presence of alluvium, sandy and sandy-clay soils. Most sediments
were formed by granites and gneisses originating from the decomposition of materials
carried from the surrounding massifs. Figure 2 shows sedimentary deposit ages found
through Carbon 14 dating (14C), which confirm that the deposits are geologically recent
and originated from events of marine transgressions and regressions occurring
between 6000 and 3500 years before present (BP), (Costa Maia et al. 1984).
Figure 3 shows geotechnical profiles of various deposits present in this region. The
thickness of the soft soil generally varies between 7 and 20 m, but deposits with a
thickness of 28 m have already been found (Riccio et al. 2013). For the present study,
267
the results of tests performed in 24 different investigation clusters were compiled (see
Figure 1), in which undeformed samples were collected from 20 different locations,
with 67 CPTU soundings and 48 verticals of vane test.
Oedometer and index tests were carried out at 15 of the 24 sites investigated; the
number of samples collected from a single vertical borehole was a minimum of 3 and a
maximum of 8. The total number of samples collected was 110, which followed the
procedures recommended by Ladd and DeGroot (2003) adapted to the local clays.
Shelby stationary piston samplers with 100 mm diameter were using in accordance
with Brazilian ABNT recommendations (NBR 9820). Test depths varied according to the
construction needs of the studied location and the thickness of the compressible layer;
the minimum and maximum total depths of the profiles studied here were 7.0 m and
20.5 m, respectively. In the following sections different geotechnical parameters will
be presented. Only good quality test results were used, and for that reason the
number of data points analysed will be different for each parameter presented.
In general, the deposits present a superficial layer of organic clays varying from 1.0 to
4.0 meters of depth and around 50 to 60% of organic matter. These deposits have a
high water content, which may reach 1200% in the organic clays layers and 60% to
500% in the soft clay layers below the organic clays (Figure 4a). “Peat soils” have
organic matter content larger than 80% and water content up to 3000% (Landva e
Pheeney, 1980), which is not the case of any soil studied in the paper. On the other
hand “organic soils” have organic content in the range 5% - 60% and water content in
the range 100% - 500% (Landva e Pheeney, 1980). Therefore, all soils analysed here are
essentially organic soils.
268
The determination of Atterberg limits of organic soft clays in Brazil is performed
without previous sample drying; otherwise non-representative values may be found
(Almeida and Marques, 2013). The overall results in Figure 4 show values which are
more disperse and elevated at the organic clays layers but less so for the deeper
layers. In general, the plasticity index (IP = wL - wP) is higher than 80% in the deeper
clay layers, reaching 510% in the shallower clays layers, showing that the deposits are
overall of high plasticity. Nevertheless, there are sites with a plasticity index as low as
39% due to the occurrence of sand lenses. Below 3.0 m depth the average value of IP is
110% (see Figure 4b).
The typical values of soil natural water content (wn) and liquid limit (wL) below 3.0 m
depth are wn=175% and wL=150%, respectively, i.e., soil water content higher than the
liquid limit (Figure 4a). Values of water content close to or higher than the liquid limit
are usually found all along the Brazilian coast (e.g.Coutinho and Lacerda, 1987; Schnaid
et al. 2001; Almeida and Marques, 2003; Magnani et al. 2010; Coutinho and Bello,
2014; Jannuzzi et al. 2015).
As seen in Figure 4(c), in most sites analyzed, the liquidity index (IL=wn-wP/IP) is similar
to or higher than the water content, suggesting that the local soil deposits is close to
normally-consolidated condition (Mitchell and Soga, 2005). Moreover, a liquidity index
close to the water content is associated with extra-sensitive clays (Mitchell and Soga,
2005).
The clay sensitivity St is defined here as the ratio of the vane peak strength (su) to the
remolded vane strength (sur), (st=su/sur), the analysis of undrained strength values
being, however, outside the scope of this paper. The sensitivity values shown in Figure
4(d) originate from 235 vane tests and range from 2.9 to 18.3, with 7.9 being the
average value and 3.8 being the standard deviation. The clay deposits studied herein
may be classified as sensitive or extra-sensitive (Skempton and Northey, 1952;
Sandven et al. 2016a and 2016b).
Figure 5 shows the relationship between the soil plasticity index and the liquid limit.
The results are close to Casagrande's "Line A", with most values above this line for
269
liquid limits wL lower than 300% and values below this line for wL higher than 300%
(maximum value is 610%). Measurements of organic matter content were performed
in 26 samples and soils with OC higher than 20% are generally located below the Line
A. The British standard BS 5930 - BSI, 1999, classifies soils with wL higher than line B
(wL=50%) as high compressibility materials, calling them H (high plasticity) for the
range of 50% < wL<70%; V (very high plasticity) for 70% < wL< 90%; and E (extremely
high plasticity) for wL> 90%. Following this classification, the great majority of clayey
deposits studied present extremely high plasticity (E). Based on 72 data points
(R2=0.92) Eq. (1) represents the IP versus wL relationship, the angular coefficient a=0.70
being quite similar to a=0.73 originally suggested by Casagrande.
I P = 0 . 70 w L − 6 . 12 1.
270
3. CORRELATIONS WITH THE COMPRESSION INDEX
3.1 Correlation between soil compression index (CC) and natural water content
(wn)
A favourable aspect in using the correlation between the soil water content and the
compression index is the possibility of obtaining the water content by means of
standard penetration test (SPT) samples, as long as adequate procedures are observed
(Sandroni, 2006). Figure 7 correlates the compression index to natural water content,
showing a clear linear trend. It may be observed the wide range interval of wn, 60% to
700%, with a few points of wn lower than 100%. The highest data dispersion occurs for
water content values ranging from 120% to 210%. With the exception of the
correlations proposed by Coutinho and Bello (2014) for soils with wn>200%, all
correlations presented in Table 1 have good representativeness. In general, results
vary ± 15% in relation to the trend line, including the points with water content above
300%. The empirical equation found for 85 points (R2=0.70) in the region studied of
organic high plasticity clays is
C c = 0.011 ⋅ wn 2.
271
3.2 Correlation between the compression index (CC) and the initial void ratio (eo)
Figure 8 presents the correlation between the compression index and the initial void
ratio and the equations proposed in the literature (see Table 1). Correlations Cc-wn and
Cc-e0 differ as perfect saturated conditions are not necessarily the case, and also
because the specific gravity of soil particles (Gs) ranges from 2.20 to 2.66 for the soils
studied here.
The equation proposed by Sowers (1970) presents values above the 20% range, while
the propositions of Hough (1957) present values below the 20% range. The other
equations in the literature present values inside the± 20% range in relation to the
equation found. As shown in Figure 8, even with initial void ratios ranging from 1.3 to
8.8, practically all points analyzed had a maximum dispersion of ± 20% in relation to
the average trend. For the local soil deposits, the expression that best reproduces the
experimental data (R2=0.81) of organic high plasticity clays is
C c = 0.5284 ⋅ e0 3.
3.3 Correlation between the compression index (CC) and the liquid limit (wL)
As with water content, the liquid limit values are not influenced by the soil structure,
therefore being a suitable correlation with CC. Figure 9 shows the proposed correlation
based on the analysis of 78 points and the comparison with the equations presented in
Table 1.
The equations recommended in the literature correlating the compression index to the
liquid limit present variable results; only the ones proposed by Yamagutshi (1959) and
McCabe et al. (2014) are close to the local average trend. Shouka (1964)’s equation is
close to the upper limit of CC. The remaining equations result in lower CC values. The
highest data dispersion occurred when the liquid limit ranged from 60% to 180%, with
points presenting compressibility values above the 20% range. It is worth mentioning
that samples with a liquidity index ranging from 56% to 510% present the same
average trend. The equation which correlates CC and wL for the present data base
(R2=0.78) of organic high plasticity clays is
272
C c = 0.0125 ⋅ wL 4.
4. STRESS HISTORY
Knowledge of soil stress history, resulting from the relation between the
preconsolidation stress (σ´vm) and the initial effective vertical stresses (σ´v0),
OCR=σ´vm/σ´v0 is essential for the overall understanding of the behaviour of soft clays.
To this end, correlations between σ´vm and CPTU test data have been proposed (e.g.
Lunne et al. 1997; Chen and Mayne, 1996), and similarly with vane test data (e.g.
Chandler, 1988; Mayne and Mitchell 1988).
The literature provides many correlations to obtain the preconsolidation stress based
on piezocone test results, and the most relevant correlations are (Lunne et al. 1997;
Karlsrud et al. 2005):
σ 'vm = K1 ⋅ ( qt − σ v 0 ) 5.
σ 'vm = K 2 ⋅ ( qt − u 2 ) 6.
σ 'vm = K 3 ⋅ (u 2 − u 0 )
7.
Where σvo=total initial vertical stress, qt=corrected tip resistance from piezocone test,
u2= shoulder pore pressure from piezocone test and u0= in-situ pore pressure. The
fitting coefficients K1 and K2 vary according to the characteristics of the clays studied.
Recommended values of K1 and K2 may be found in the literature (Mayne and Holtz,
1988; Chen and Mayne, 1996; Demers and Leroueil, 2002; Lee et al. 2003).
Figure 10 presents correlations between the preconsolidation stress and the net tip
resistance qt-σvo (Figure 10a) and cone resistance minus pore pressure qt-u2 (Figure
10b), resulting in correlation factors K1 = 0.125 (R2=0.85) and K2 = 0.154 (R2=0.83),
273
respectively. The values of K1 and K2 obtained here are considerably lower than those
suggested by Chen and Mayne (1996) (K1 = 0.30 and K2=0.53), and also lower than the
values suggested for other Brazilian coastline deposits (Schnaid and Odebrecht, 2012).
The lower atypical values found for the coefficients K1 and K2 result from the particular
characteristics of the deposits analyzed, the high water content of the soil
(wn(average)=175%), the extremely high plasticity (IP(average)>80%) and the presence of
organic matter. Figure 10 also shows the prediction results of the 95% range, that is,
the minimum and maximum variation ranges in which there is a 95% chance of any
result obtained in the region under study being situated.
The equation 7 that correlates the normalised excess pore pressure (u2-u0)/σ’v0 and
OCR was tested, but it did not produce good results unlike Karlsrud et al. (2005).
Values of K1 and K2 can and should be assessed case by case and should preferably be
analyzed together with OCR values obtained by oedometer tests. Even in locations
where OCR values were found by means of oedometer tests, correlations of OCR with
CPTU should be used to obtain a continuous OCR profile. OCR correlations are
discussed below.
Critical State Soil Mechanics (e.g., Wood, 1990), as well as the SHANSEP Method (Ladd
et al, 1977), show that normalized undrained shear strength (su/σ’vo) increases with
the increase in OCR.
su s
= u ⋅ (OCR) m 8.
σ 'v 0 oc σ 'v 0 nc
Where: su = undrained shear strength; σ’v0 =initial effective vertical stresses; oc and nc
are the overconsolidated and normally-consolidated states, respectively, and m is the
critical state parameter obtained in laboratory tests.
Knowing the values of (su/σ’vo)nc and m for a given clay, and having determined the
values of (su/σ’vo)oc in situ with the vane test, it is possible to estimate the values of
OCR. Chandler (1988) assembled the results of su from 19 clay deposits, obtaining
274
m=0.95, Eq. 9. Tavenas and Leroueil (1987) used results from Aas et al. (1986) and
Chandler (1988) and the Bjerrum curve (1973) as reference and found, with small
dispersions, the value of m equal to 1.0.
1
su m
σ '
v 0 oc
(OCR ) = 9.
s
u
σ 'v 0 nc
Mayne and Mitchell (1988) gathered information from 96 clay deposits and assessed
the values of OCR directly measured in laboratory with the values of su obtained from
vane tests. The deposits analyzed presented OCR values ranging from 1 to 40, the
minimum plasticity index ranging from a minimum of 3% to a maximum of 300%,
undrained shear strength ranging from 1.6 kPa to 380 kPa, and minimum sensitivity of
2. The correlation proposed by the authors was as follows.
s
OCR = α ⋅ u 10.
σ 'v 0
As shown in Figure 11, α decreases as the plasticity index increases, with α being
defined by
α = 22 ⋅ ( I P ) −0.48 11.
The relationship between α and IP is shown in Figure 11. The proposed α equation
shows good agreement with Brazilian plastic clays, including the region studied with a
plasticity index up to 510%.
Figure 12 shows examples of two sites in which values of OCR computed by Eq. 10 are
compared with OCR values found in laboratory with good quality samples. For site 1
(Figure 12a), the average OCR value of 1.5 along the depth was found by means of the
vane test. Laboratory results suggest OCR values around 1.0. For site 2 (Figure 12b),
the OCR values found in the vane test were close to the OCR values found in the
oedometer tests down to a depth of around 3 m. Bellow this layer, the results indicate
275
that the soil is undergoing consolidation, which contradicts laboratory results. In all
deposits studied, the OCR values estimated from the vane tests and CPTU tests present
reasonable agreement with the OCR values found in oedometer tests.
The main application of the vane test is the determination of the soil undrained
strength. Therefore, correlations to obtain OCR value based on su and IP may be
justified for the preliminary design stage and with caution, since the results may
present great variability. In any case these correlations are also useful to assess
oedometer test data considering the challenges in obtaining good quality specimens.
5. CONCLUSIONS
This work presented index and compressibility parameters of organic soft clays of the
Jacarepaguá Lowlands, located west of the city of Rio de Janeiro. Emphasis was given
to the correlations of the compression index with soil water content, liquid limit and
void ratio. Soil stress history was estimated through correlations with CPTU tests and
vane tests. The following conclusions result from this study on high plastic organic
clays:
• The deposits studied are generally lightly overconsolidated clays with water content
values higher than the liquid limit. The compression index usually ranges from 1.0 to
3.5, with a typical organic matter content of 10%.
• The correlation (R2=0.92) between the plasticity index (IP) and the liquid limit (wL) is
very similar to the Casagrande equation for “Line A”. The plasticity index varies from
40% to 510%, and the liquid limit from 30% to 610%.
• Even with the water content values ranging from 60% to 700%, the value of R2=0.70
was found through the equation that correlates the compression index with the
water content.
• The correlation between the compression index and the initial void ratio presented
the best coefficient of determination, R2=0.81.
276
• The correlation between the compression index and the liquid limit (R2=0.78)
presented the greatest discrepancy among the correlations proposed in the
literature. Most of the proposed correlations, not for high plasticity organic clays,
presented values of Cc lower than those representative of the local subsoil.
• The correlations established between the preconsolidation stress and the net cone
resistance (qt-σvo) as well as with the cone resistance minus pore pressure (qt-u2)
resulted in K1= 0.125 (R2=0.85) and K2 = 0.154 (R2=0.82), both recommended for the
estimation of preconsolidation stress (σ'vm).
• Even for the extremely high values of IP, the α-IPOCR equation proposed by Mayne
and Mitchell (1988) proved consistent and applicable in preliminary design stages.
The OCR values found by the vane tests and CPTU tests presented results similar to
those found by oedometer tests.
Acknowledgments
The authors are indebted to COPPE-UFRJ technical staff for performing the tests and
providing most data bank information developed here, and also to all researchers and
individuals that have furnished information for the data base. Financial support for the
present study was given by Brazilian funding agencies CNPq, FAPERJ and MCT/INCT-
REAGEO.
References
Aas G, Lacasse S, Lunne T and Hoeg K. (1986) Use of in situ tests for foundation design
in Clay,” Proceedings, In Situ 86, American Society of Civil Engineers, n° 6, Reston,
Virginia, pp. 30.
Al Khafaji AWN and Andersland OB (1992) Equations for compression index
approximation. Journal of Geotechnical Engineering. ASCE 118(1): 148–155.
Almeida MSS and Marques MES (2003) The behaviour of Sarapuí soft clay. In: Tan, et
al. (Eds.), Characterization and Engineering Properties of Natural Soils vol. 1. Swets
& Zeitlinger, Lisse, pp. 477–504.
Almeida MSS and Marques MES (2013) Design and Performance of Embankments on
Very Soft Soils. Taylor & Francis Group, London, UK.
277
Almeida MSS, Ehrlich M, Spotti AP and Marques MES (2007) Embankment supported
on piles with biaxial geogrids, Proceedings of the Institution of Civil Engineers -
Geotechnical Engineering, ICE, UK, volume 160, issue 4: 185–192.
Almeida MSS, Futai MM, Lacerda WA and Marques MES (2008) Laboratory Behaviour
of Rio de Janeiro Soft Clays - Part 1. Soils and Rocks, v. 31, p. 69-75.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (1997) NBR 9820:1997. Assessment of
undisturbed low consistency solid samples from boreholes – Procedure (in
Portuguese), Brazil, ABNT.
Atkinson JH (1981) Foundations and Slopes: An Introduction to Applications of Critical
State Soil Mechanics. Halsted Press, New York.
Azzouz AS, Krizek RJ and Corotis RB (1976) Regression analysis of soil compressibility.
Soils and Foundations 16(2): 19–29.
Bjerrum L (1973) Problems of soil mechanics and construction of soft clays and
structurally unstable soils. Proceedings of the 8th International Conference on Soil
Mechanics and Foundation Engineering, Moscow, v. 2, p. 111-159.
Bowles JE (1989) Physical and Geotechnical Properties of Soils. McGraw-Hill, New York,
NY, USA.
British Standards Institution (1999) BS 5930. Code of practice for site investigations.
London, UK, BSI.
Chandler RJ (1988) The In Situ Measurements of the Undrained Shear Strength of Clays
Using the Field Vane. ASTM, STP, Nº 1014, p. 13-44.
Chen BS and Mayne PW (1996) Statistical relationships between piezocone
measurements and stress history of clays. Canadian Geotechnical Journal, Vol. 33,
pp. 488-498.
Chung SG, Giao PH and Tanaka H (2003) Geotechnical characteristics and and
engineering problems of Pusan clays. Characterisation and Engineering Properties of
Natural Soils – Tan at al. (eds.). Swets & Zeitlinger. Lisse.
Costa Maia MCA, Martin L, Flexor JM and Azevedo AEG (1984) Holocene evolution of
the coastal plain of Jacarepaguá (RJ). In. XXXlll Brazilian Geological Congress, Rio De
Janeiro. (in Portuguese).
Coutinho RQ and Bello MIMCV (2014) Geotechnical Characterization of Suape Soft
Clays, Brazil. Soils and Rocks, São Paulo, 37(3): 257-276, September-December,
2014.
Coutinho RQ and Lacerda WA (1987) Characterization and consolidation of Juturnaíba
organic clays. Proceedings, International Symposium on Geotechnical Engineering of
Soft Soils, Mexico City vol. 1, pp. 17–24.
Cozzolino VM (1961) Statistical forecasting of compression index. In Proceedings of the
5th International Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering, Dunod,
Paris, France, vol. 1, pp. 51–53.
278
Dames D and Moore (1983) Mass Rapid Transit System, Singapore: Detailed
Geotechnical Study - Interpretative Report. Provisional Mass Rapid Transit Authority,
Singapore.
Demers D and Leroueil S (2002) Evaluation of preconsolidation pressure and the
overconsolidation ratio from piezocone tests of clay deposits in Quebec. Canadian
Geotechnical Journal 39(1): 174–192.
Futai MM, Almeida MSS and Lacerda WA (2008) Laboratory Behaviour of Rio de
Janeiro Soft Clays - Part 2. Soils and Rocks, v. 31, p. 77-84.
Herrero OR (1980) Universal compression index equation. Journal of the Geotechnical
Engineering Division, ASCE 106(11): 1179–1199.
Hight DW and Leroueil S (2003) Characterisation of soils for engineering purposes. In:
Tan, et al. (Eds.), Characterisation and Engineering Properties of Natural Soils vol. 1.
Swets & Zeitlinger, Lisse, pp. 255–360.
Jannuzzi GMF, Danziger FAB and Martins ISM (2015) Geological-geotechnical
characterisation of Sarapuí II clay. Engineering Geology, v. 190, p. 77-86.
Karlsrud K, Lunne T, Kort DA and Strandvik S (2005) CPTU correlations for clays
Proceedings of the 16th International Conference on Soil Mechanics and
Geotechnical Engineering. Osaka, Japan. Vol. 2 pp 693 – 702.
Koppula SD (1981) Statistical estimation of compression index. Geotechnical Testing
Journal 4(2): 68–73.
Lacerda WA and Almeida MSS (1995) Engineering properties of regional soils: residual
soils and soft clays. State-of-the art lecture. Proceedings of the X PCSMFE, Mexico,
V. 4, p. 133-176
Ladd CC (1973) Estimating settlements of structures supported on cohesive soils.
Revision of a paper originally prepared for M.I.T., 1971, Special Summer Program
1.34S “Soft Ground Construction”, Cambridge.
Ladd C and DeGroot D (2003) Recommended practice for soft ground site
characterization: Arthur Casagrande Lecture. Proceedings, 12th Pan-American
Conference on Soil Mechanics and Geotechnical Engineering, Boston vol. 1, pp. 3–
57.
Ladd CC, Foott R, Ishihara K, Schlosser F and Poulos HG (1977) Stress deformation and
strength characteristics. State-of-the-Art Report. 9th Int. Conf. Soil Mech. Found.
Engng, Tokyo, 2:421–494.
Landva AO and Pheeney PE (1980) Peat fabric and Structure. Canadian Geotechnical
Journal, 17, p. 416-435.
Lee J, Salgado R and Paik K (2003) Estimation of Load Capacity of Pipe Piles in Sand
Based on CPT Results. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental Engineering,
ASCE, 129(5), 391-403.
Leroueil S and Watabe Y (2012) Consolidation of clays and ground improvement. In:
Buddhima Indraratna, Cholachat Rujikiatkamjorn & JayanVinod (eds.) International
279
conference on ground improvement and ground control: transport infrastructure
development and natural hazards mitigation, 2012, Wollongong, Australia, vol. 1.
Lunne T, Berre T and Strandvik S (1997) Sample disturbance effects in soft low plastic
Norwegian clay. Recent developments in soil and pavement mechanics. Almeida
(ed). Balkema, Rotterdam, pp. 81-102.
Magnani HO, Ehrlich M and Almeida MSS (2010) Embankments over Soft Clay
Deposits: Contribution of Basal Reinforcement and Surface Sand Layer to Stability.
Journal of Geotechnical and Geoenvironmental Engineering, v. 136, p. 260-264.
Mayne PW (1980) Cam-Clay predictions of undrained shear strength. Journal of the
Geotechnical Engineering Division, ASCE 106(11): 1219–1224.
Mayne PW and Mitchell JK (1988) Profiling of overconsolidation ratio in clays by field
vane. Canadian Geotechnical Journal, v. 25, p. 150-157.
Mayne PW and Holtz RD (1988) Profiling stress history from piezocone soundings. Soils
and Foundations, v. 28, n. 1, pp. 12-28.
McCabe BA, Sheil BB, Long MM, Buggy FJ and Farrell ER (2014) Empirical correlations
for the compression index of Irish soft soils. Geotechnical Engineering, volume 167,
Issue GE6, pp 510–517.
Mesri G and Ajlouni M (2007) Engineering properties of fibrous peats. Journal of the
Geotechnical Engineering Division, ASCE 133(7): 850–866
Mitchell JK and Soga K (2005) Fundamentals of Soil Behavior, 3rd edition, John Wiley &
Sons, Hoboken, NJ.
Moran, Proctor, Mueser and Rutledge (1958) Study of Deep Soil Stabilization by
Vertical Sand Drains. Bureau of Yards and Docks, Department of the Navy, New
York, NY, USA, contract No. NOY-88812.
Nagaraj TS and Srinivasa Murthy BR (1985) Prediction of the preconsolidation pressure
and recompression index of soils. Geotechnical Testing Journal, ASTM, Vol. 8, No. 4,
pp. 199-202.
Nagaraj TS and Miura N (2001) Soft Clay Behaviour Analysis & Assessment. Taylor &
Francis.
Parry RHG and Wroth CP (1981) Shear properties of clay, in soft clay Engineering. In:
E.W.Brand & R.P. Brenner (eds), Elsevier, Amsterdam, pp. 311–64.
Riccio MV, Baroni M and Almeida MSS (2013) Ground improvement in soft soils in Rio
de Janeiro: the case of the Athletes' Park. Proceedings of the Institution of Civil
Engineers. Civil Engineering, v. 166, P. 36-43, 2013.
Sandroni SS (2006) About the Brazilian practice of geotechnical design of road
embankments over very soft soils (in Portuguese). In: ABMS, 13th Brazilian
Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering, 2006, Curitiba, Brazil,
CD-ROM.
Sandven R, Gylland A, Montafia A, et al (2016b) In situ detection of sensitive clays –
Part I: Selected test methods. IGS 113 NGM 2016 – Proceedings. pp 123-132.
280
Sandven R, Gylland A, Montafia A, et al (2016b) In situ detection of sensitive clays –
Part II: Results. IGS 113 NGM 2016 – Proceedings. pp 113-123. Schnaid F and
Odebrecht E (2012) Field tests and their applications to the Foundation Engineering.
2ª edition. São Paulo. Oficina de Textos. (in Portuguese).
Schnaid F, Nacci DC, Consoli NC and Fialho AS (2001). Geotechnical Characterization
and Design Parameters in the Extension of the Salgado Filho International Airport.
Soils and Rocks, São Paulo/SP. Ed. 24, (2): 155-167.
Schofield AN and Wroth CP (1968) Critical state soil mechanics. McGraw-Hill, London.
Shouka H (1964) Relationship of compression index and liquid limit of alluvial clay.
Proceedings of the 19th Japan Civil Engineering Conference, Touhoku, Japan, vol. 4,
pp. 40.1–40.2.
Skempton AW (1944) Notes on the compressibility of clays. Quarterly Journal of the
Geological Society, London 100(2): 119–135.
Skempton AW and Northey RD (1952) The sensitivity of clays. Geotechnique. Volume 3
Issue 1, March 1952, pp. 30-53.
Sowers GB (1970) Introductory soil mechanics and foundations. 3rd ed. The Macmillan
Company, London, UK
Suguio K and Martin L (1981) Progress in Research on Quaternary Sea Level Changes
and Coastal Evolution in Brazil. Symposium on Variations in Sea Level in The Last
15,000 Years, Magnitude and Causes. Univ. South Carolina, USA.
Tan SL (1983) Geotechnical properties and laboratory Testing of soft soil in Singapore.
In. Proceedings of 1st International Seminar on Construction Problems in Soft Soils.
Singapore.
Tanaka H, Ritoh F and Omukai N (2003) Geotechnical properties of clay deposits of the
Osaka Basin. Characterisation and Engineering Properties of Natural Soils – Tan at
al. (eds.). Swets & Zeitlinger. Lisse.
Tavenas F and Leroueil S (1987) State-of-the-Art report: Laboratory and in situ stress
strain-time behaviour of soft clays. International Symposium on Geotechnical
Engineering of Soft Soils, Mexico City, v. 2, p. 3-48.
Terzaghi K and Peck RB (1967) Soil Mechanics in Engineering Practice, 2nd edition.
Wiley, New York, NY, USA.
Wood DM (1990) Soil Behavior and Critical State Soil Mechanics. Cambridge,
Cambridge University Press.
Wroth CP (1984) The interpretation of in-situ soil tests. Geotechnique. V.34, n. 4, p.
449–489.
Yamagutshi HTR (1959) Characteristics of Alluvial Clay. Kyushyu Agriculture
Investigation Centre, Kyushyu, Japan, Report 5, No. 4, pp. 349–358.
281
List of Tables
List of Figures
Figure 3. Types of soil and thickness of different deposits in the Jacarepaguá Lowlands
(adapted from Riccio et al. 2013).
Figure 4. (a) Liquid limit and natural water content, (b) Plasticity index, (c) Liquidity
index and (d) Clay sensitivity.
Figure 6. (a) Initial void radio, (b) Compression index, (c) Recompression index /
Compression index and (d) Compression ratio.
Figure 7. Correlations between the soil compression index and natural water content.
Figure 8. Correlation between the compression index and the void ratio.
Figure 9. Correlations between the compression index and the liquid limit.
Figure 10. Correlation between the preconsolidation stress (σ’vm) and piezocone data:
(a) net cone resistance (qt-σvo); (b) cone resistance minus the shoulder pore pressure
generated during penetration (qt-u2).
Figure 11. Relation between α and IP.(adapted from Mayne and Mitchell (1988) and
Schnaid and Odebrecht (2012).
Figure 12. OCR estimate, oedometer test, vane test and CPTU test (a) Site 1 and (b) Site
2.
282
Table 1 - Summary listing of empirical correlations for Cc
Correlation with wn
a b
Cc = a.wn + b
1 Al Khafaji and Andersland (1992) 0.0100 0.0000
2 Bowles (1989) 0.0115 0.0000
3 Koppula (1981) 0.0100 0.0000
4 Mesri and Ajlouni (2007) 0.0100 0.0000
5 Moran et al. (1958) 0.0150 0.0000
6 Nagaraj and Miura (2001) 0.0103 0.0000
7 Almeida et al. (2008) 0.0130 0.0000
8 Azzouz et al. (1976) 0.0100 -0.0500
9 Herrero (1980) 0.0100 -0.0755
10 Mc Cabe et al. (2014) 0.0140 -0.3178
11 Coutinho and Bello (2014); wn<200 0.0070 0.4010
12 Coutinho and Bello (2014); wn>200 0.0060 0.8040
Correlation with wL
m n
Cc = m.wL − n
1 Azzouz et al. (1976) 0.0060 0.0540
2 Cozzolino (1961) 0.0046 0.0414
3 Mayne (1980) 0.0092 0.1196
4 Schofield and Wroth (1968) 0.0083 0.0747
5 Shouka (1964) 0.0170 0.3400
6 Skempton (1944) 0.0070 0.0700
7 Terzaghi and Peck (1967) 0.0090 0.0900
8 Yamagutshi (1959) 0.0130 0.1300
9 Mc Cabe et al. (2014) 0.0118 0.24426
10 Owaga and Matsumoto (1978) 0.0150 0.2850
11 Tanaka et al. (2003) 0.0090 0.0900
12 Chung et al. (2003) 0.0084 -0.1640
Correlation with e0
s t
Cc = s.e0 − t
1 Azzouz et al. (1976) 0.4000 0.1000
2 Cozzolino (1961) 0.4300 0.1075
3 Nishida (1956) 0.5400 0.1890
4 Sowers (1970) 0.7500 0.0375
5 Hough (1957) 0.3500 0.1225
6 Dames and Moore (1983) 0.5400 0.0810
7 Chung et al. (2003) 0.4400 0.0040
8 Tan (1983) 0.3440 0.1754
9 Coutinho e Lacerda (1987) 0.6300 0.7000
10 Aragão (1975) 0.5600 0.3136
283
24 sites
ites studied
Pedra Branca
Massif. Tijuca Massif.
(a)
(c) (b)
Fig 1.
Fig 2.
284
Depth (m)
5
0
15
10
30
25
20
SE
SC
/SE
NA
C
Me
(A t. C
Fill
rro en
io ter
Fu
nd
o)
Me
(A t. C
rro en
io ter
Pa
vu
na
)
PA
NE
LA
At
hle
tic
sP
ark
Fig 3. PE
NÍ
NS
UL
A
OU
TE
IR
O
Very soft clay
Jacarepaguá Lowlands
MA
P
CR
NE ESP
TO O
(20
04
)
Medium clay
LIF
E
Recreio
MÁ
XIM
O
Sand
PA
L
285
wL; wn (%) IP (%) IL St
0 150 300 450 600 750 900 0 100 200 300 400 500 600 0 1 2 3 4 5 0 5 10 15 20
0 0 0 0
n°=233
*HOCS *HOCS
-2 -2 -2 -2
*HOCS
-4 -4 -4 -4
Sand
-6 -6 lenses -6 -6
Site 1 Site 2
-8
Depth (m)
-8 -8 -8
Natural water
content Site 3 Site 4
-10 -10 -10 -10
Site 5 Site 6
-12 -12
-12 Z>3m, -12
Z>3m, IP(average)~100 Site 7 Site 8
-14 wL(average)~150 -14 n°=74 -14 -14
I II III IV
wL: n°=74 . . Skempton and Northey, 1952 St
-16 I Low 2-4
-16 Z>3m, -16 -16 II Medium 4-8
wn(average)~175% IL=1 . III High 8 - 16
n°=74
wn: n°=87 (a) (b) (c) (c) IV Very High >16 (d)
(d)
-18 -18 -18 -18
Fig. 4
286
H V E H = high plasticity
600 V = very high IP = 0.7003wL- 4.29
E = extremely high plasticity R² = 0.9241
n°=72
500 wL=90
wL=70
400
B Line
wL=50
IP (%)
300
Site 1 Site 2
Site 3 Site 4
200
Site 5 Site 6
Site 7 Site 8
100 Site 9 A-Line
H V
E
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
wL (%)
Fig 5.
287
e0 Cc 1.16 Cs / Cc CR=Cc / (1+e0)
0.86
0 2 4 6 8 10 12 14 0 1 2 3 4 5 6 7 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
0 0 0 0
-2 -2 -2 -2
*HOCS
*HOCS
-4 -4 -4 -4
n°=71 n°=67
n°=67 n°=67
-6 -6 -6 -6
Sand
Site 1
lenses
Depth (m)
-8 -8 -8 Site 2
-8
Site 3
Site 4
-10 -10 -10 -10
Site 5
Site 6
-12 -12 -12 -12
Site 7
Site 8
-14 -14 -14 -14
Site 9
Site 10
-16 -16 -16 -16
minimo
Fig 6.
288
7
+15%
6 Region with the
Compression index, Cc highest dispersion
5 120 < wn < 210 -15%
3
Cc = 0.0111wn
2 R² = 0.6988
n°=85
1
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Water content, wn (%)
Moran, et al (1958) Nagaraj and Miura (2001)
Al Khafaji and Andersland (1992) Azzouz et al. (1976)
Bowles (1989) Herrero (1980)
Koppula (1981) Mesri and Ajlouni (2007)
Almeida et al (2008) McCabe et al. (2014)
Coutinho and Bello (2014); w<200 Present Study
Present Study (-15%) Present Study (+15%)
Linear (Present Study)
Fig 7.
Fig 8.
289
8
7
+20%
highest dispersion
5 60 < wL < 180
2
Cc = 0.0125wL
R² = 0.7845
1 n°=78
0
0 100 200 300 400 500 600
Liquid limit, wL (%)
Mayne (1980) Schofield and Wroth (1968)
Shouka (1964) Skempton (1944)
Terzaghi and Peck (1967) Yamagutshi (1959)
Tanaka, et al. (2003) McCabe et al. (2014)
Chung et al (2003) Present Study
Present Study (+20%) Present Study (-20%)
Linear (Present Study)
Fig 9.
290
Fig 10.
291
Fig 11.
Fig 12.
292