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Unidade II
4. Fenômenos ondulatórios e acústica
Professor Dr. Edalmy Oliveira de Almeida
4.1 A Velocidade do Som
A velocidade de qualquer onda mecânica depende tanto da propriedade inercial do
meio como da propriedade elástica. Generalizando da equação (12) temos
τ propriedade elástica
v Eq. 29
μ propriedade inercial
Se o meio for o ar, podemos supor que a propriedade inercial, que corresponde à
densidade linear µ para uma corda esticada, é a massa especifica (densidade) ρ do ar
Quando uma onda sonora atravessa o ar, a energia potencial fica associada às
compressões e rarefações periódicas dos pequenos elementos de volume do ar. Quando a
pressão aplicada sobre ele aumenta ou diminui, é o módulo de elasticidade volumar B
P
B
V / V
Eq. 30
B
v (velocidade do som) Eq. 30
ρ
Exemplo
A faixa de freqüência audível para o ouvido normal é aproximadamente de 20 Hz a
20 kHz. Quais são os comprimentos de onda das ondas sonoras nestas freqüências? Considere
a velocidade do som no ar igual a 343 m/s
Dados do problema
V = freqüência mais baixa = 20 Hz
V = freqüência mais alta = 20 kHz
Var = velocidade
Da equação (11), temos, para a freqüência mais baixa
v ar 343m / s
λ 17m
v 20 Hz
E, para a freqüência mais alta,
v ar 343m / s
λ 0,017m 1,7cm
v 20000 Hz
4.2 Ondas Sonoras Progressivas
S S m cos(kx wt ) Eq. 31
Dados do problema
ΔPm = 28Pa Pm var w Sm Sm
28 Pa
(343m / s )(1,21kg / m 3 )(2π )(1000 Hz )
Pm
Sm = ?
Sm N
var w
28 2
Var = 343 m/s Sm m
m kg 1
Pm 343 1,21 3 2π1000
ρ = 1,21 kg/m3
Sm s m s
f = 1000Hz var 2f kgm
28 s m
2 2
Sm
2607710,398 kg
s 2m2
kg
1,1x10 5 s m
2
Sm
kg
s2m2
5 kg s m
2 2
Sm 1,1x10
s 2 m kg
S m 1,1x10 5 m
4.3 Intensidade e Nível Sonoro
A intensidade I de uma onda sonora é definida como a taxa média por unidade de
área, na qual a energia contida na onda atravessa a superfície ou é absorvida pela superfície.
Matematicamente, temos:
P
I Eq. 34
A
Onde P é a taxa de variação com o tempo da transferência de energia (potência) da
onda sonora e A é a área da superfície que intercepta o som. Como vamos mostrar daqui a
pouco, a intensidade I está relacionada à amplitude do deslocamento Sm da onda sonora através
da equação
1
I vw 2 Sm2 Eq. 35
2
Variação da Intensidade com a Distância
Em algumas situações, porém podemos ignorar os ecos e supor que a fonte sonora
é uma fonte pontual e isotrópica, ou seja, que emite o som com a mesma intensidade em
todas as direções.
As frentes de onda que existem em torno de uma fonte pontual isotrópica S em um dado
instante são mostradas na Fig. 10.
Fig. 10 Uma fonte pontual S emite ondas sonoras com a mesma intensidade em todas as
direções. As ondas atravessam uma esfera imaginária de raio r com centro em S.
O som pode fazer um copo de vidro oscilar. Se o som produzir uma onda estacionária e se a intensidade do
som for elevada, o vidro pode quebrar. (Bem/The Image Bank/Getty Images)
Assim, a taxa com a qual a energia das ondas sonoras atravessa a superfície é igual à
taxa com a qual a energia é emitida pela fonte (ou seja, a potência Os da fonte). De acordo com
a Eq. 34, a intensidade I da onda sonora na superfície da esfera é dada por
Ps
I Eq. 36
4r 2
Onde 4πr2 é a área da esfera. A Eq. 17-28 nos diz que a intensidade do som emitido por uma
fonte pontual isotrópica diminui com o quadrado da distância r da fonte.
A Escala de Decibéis
I
(10dB ) log Eq. 37
I0
I2 I2 / I0
(10dB ) log (10dB ) log
I1 I1 / I 0
I2 I I
(10dB ) log (10dB ) log 2 (10dB ) log 1
I1 I0 I0
I
β (10dB ) log
I0
I2
(10dB ) log β 2 β1
I1
Exemplo
Da tabela 1, vemos que um grupo de rock (β = 110 dB) é 20 dB mais forte que uma
martelada (β = 90 dB). Qual a razão de suas intensidades
I2 I 2 20dB
(10dB) log β 2 β1 log
I1 I 1 10dB
I2 I2
(10dB) log 110dB 90dB log 2
I1 I1
I2
(10dB) log 20dB log10
I 2 / I1
2
I1
I2
10 2
I1
I2
100
I1
Exemplo
Ondas de som esférica são emitidas uniformemente em todas as direções, de uma
fonte pontual como na figura abaixo. A potência irradiada P é de 25 w (a) qual é a
intensidade da onda sonora a uma distância r da fonte? Calcule para r = 2,5 m (b)
qual é o nível sonoro correspondente
Solução
Toda a potência irradiada deve, necessariamente, passar
através de uma esfera de raio r centrada na fonte. Logo,
P
I
4πr 2
Fig. 11 A coluna de ar no interior de um digeridu (um “tubo”) oscila quando o instrumento é tocado. (Alamy Imagens)
Na Fig. 12a mostra a onda estacionária mais simples que pode ser produzida em um
tubo com as duas extremidades abertas. Existe um antinó em cada extremidade e um nó no
ponto médio do tubo. Um modo mais simples de representar esse onda sonora longitudinal
estacionária é mostrado na Fig. 12b, na qual ela foi desenhada como se fosse uma onda
estacionária em uma corda.
Fig. 12 (a) O padrão de deslocamento mais simples para uma onda sonora (longitudinal) estacionária em um tubo com as
duas extremidades abertas possui um antinó (A) em cada extremidade e um nó (N) no ponto médio do tubo. (Os
deslocamento longitudinais, representados pelas setas duplas, estão muito exagerados.) (b) O padrão correspondente para
uma onda elástica (transversal) estacionária em uma corda.
No caso geral, as freqüências de ressonância de um
tubo de comprimento L com as duas extremidades
abertas correspondem a comprimentos de onda dados
por
2L
, Para n = 1, 2, 3,........, Eq. 38
n
Onde n é o número harmônico. Chamando de V a
velocidade do som, podemos escrever as freqüências
de ressonância de um tubo aberto nas duas
extremidades como
V
nV Para n = 1, 2, 3, ....
f ,
2L
Eq. 39
Fig. 13 Ondas estacionárias em tubos, representadas por curvas de pressão em função da posição. (a) Como as duas
extremidades do tubo abertas qualquer harmônico pode ser produzido no tubo. (b) Com apenas uma extremidade aberta,
apenas os harmônicos ímpares podem ser produzidos.
A Fig. 13b mostra algumas ondas sonoras estacionárias que podem ser produzidas
em um tubo com apenas uma extremidades abertas. Neste caso existe um antinó na
extremidade aberta e um nó na extremidade fechada. O modo mais simples é aquele no qual λ
= 4L. No segundo modo mais simples, λ = 4L/3, e assim por diante.
No caso geral as freqüências de ressonância de um tubo de comprimento L com uma
extremidade aberta e a outra fechada correspondem a comprimentos de onda dados por
4L
, Para n = 1, 3, 5, ........., Eq. 40
n
Onde o número harmônico n é um número ímpar. As freqüência de ressonância são dados por
V nV
f , Eq. 41
4L
Para n = 1, 3, 5, .........
Observe que apenas os harmônicos ímpares podem existir em um tubo com uma das
extremidades abertas. Assim, por exemplo, o segundo harmônico, com n = 2, não pode ser
produzido em um tubo desse tipo. Observe também que em um tubo desse tipo uma expressão
como “o terceiro harmônico” ainda se refere ao modo cujo número harmônico é 3, e não ao
terceiro harmônico possível.
Exemplo
Ruídos de fundo de baixa intensidade em uma sala produzem ondas estacionária em um tubo
de papelão de comprimento L = 67,0 cm as duas extremidades abertas. Suponha que a
velocidade do som no ar dentro do tubo é 343 m/s.
(a) Qual a frequência do som produzido pelo tubo?
(b) Se você encostar o ouvido em uma das extremidades do tubo, que frequência fundamental
ouvirá?
nV nV
a) f b) f
2L 4L
1343m / s 1343m / s
f f
20,670m 40,670m
343 m 1 343 m 1
f f
1,34 s m 2,68 s m
f 255,9701493Hz f 127,9850746Hz
f 256 Hz f 128Hz
4.5 Batimentos
É quando dois sons chegam aos nossos ouvidos simultaneamente ouvimos uma
média das duas freqüência, mas percebemos também uma grande variação na intensidade do
som; ela aumenta e diminui alternadamente, produzindo um batimento que se repete com
uma freqüência diferente das duas freqüência originais. A Fig. 14 ilustra esse fenômeno.
Suponha que as variações de pressão em um local, produzidas por duas ondas
sonoras de mesma amplitude Sm, sejam
Fig. 14 (a,b) As variações de pressão ΔP de duas ondas sonoras quando são detectadas separadamente. As freqüências das
ondas são muito próximas. (c) A variação de pressão resultante quando as duas ondas são detectadas simultaneamente.
Onde w1 >> w2. De acordo com o princípio de superposição, a variação de pressão total é
dada por
w1 w2 e w1 w2
Definimos
w´ 1
2 w 1
2
Eq. 44
f bat ,1 f A1 f B1
Para o pinguim, o segundo harmônico do lado A tem uma
f bat ,1 432 Hz 371Hz frequência fA2 = 2fA1. Usando a Eq. 17-46 com as
frequência fA2 e fB2, descobrimos que a frequência de
f bat ,1 61Hz batimento correto é
nV
f
2L f bat , 2 f A 2 f B 2
Primeiro harmônico f bat , 2 2 f A1 2 f B1
f bat , 2 2432 Hz 2371Hz
V V
f1 2 f1
2L L
Segundo harmônico f bat ,1 864 Hz 742 Hz
2V V
f2 f bat ,1 122 Hz
2L L
f 2 2 f1
4.6 O Efeito Doppler
O efeito Doppler é a variação da freqüência relacionada ao movimento. Esse efeito
foi proposto (embora não tenha sido perfeitamente analisado) em 1842 pelo físico austríaco
Joham Christian Dopple. Foi estudado experimentalmente em 1845 por Buys Ballot, na
Holanda, “usando uma locomotiva que puxava um vagão aberto com vários trompetistas”
v vD
f ´ f (equação geral do efeito Doppler) Eq. 47
v vf
v vD
f ´ f Eq. 58
v
(detector em movimento, fonte parada).
Fig. 15 Uma fonte sonora estacionária S emite frentes de onda esféricas, mostradas com uma separação de um
comprimento de onda, que se expande radialmente com velocidade v. Um detector D, representado por uma orelha, se
move com velocidade vD em direção à fonte. O detector mede uma freqüência maior por causa do movimento
Fonte em Movimento, Detector Parada
Para compreendermos por que isso acontece, vamos chamar de T (= 1/f) o intervalo
de tempo entre a emissão de um par de frentes de onda sucessivas, 01 e 02. Durante o intervalo
T a frente de onda 01 percorre uma distância vT e a fonte percorre uma distância vST. No fim
do intervalo T a frente de onda 02 é emitida. No lado para onde S está se movendo a distância
entre 01 e 02 que é o comprimento de onda λ´ das ondas que se propagam nessa direção, é vT –
vST. Se D detecta essas ondas, detecta uma freqüência f´ dada por
v
f ´ f
v vf
Eq. 49
Fig. 16 Um detector D está parado e uma fonte S se move em direção a ele com velocidade vs. A frente de onda 01 foi
emitida quando a fonte estava em S1 e a frente de onda 07 quando a fonte estava em S7. No instante representado a fonte
está em S. O detector percebe uma freqüência, maior porque a fonte em movimento de onda, emite uma onda com um
comprimento de onda reduzido λ´ na direção do movimento.
V VD
f ´ f .
V Vf
Detector e fonte em movimento
f’ = frequência detectada
f = frequência emitida
v = velocidade do som no meio
vD = velocidade do detector em relação ao meio
vf = velocidade da fonte em relação ao meio