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TECNOLOGIA
ASSISTIVA
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3 UNIDADE 1 – Introdução
6 UNIDADE 2 – Ajudas Técnicas ou Tecnologia Assistiva?
6 2.1 Evolução e definição

9 2.2 Objetivos

9 2.3 O processo de desenvolvimento das ajudas técnicas

11 2.4 O processo de avaliação de Tecnologia Assistiva

12 2.5 Características dos serviços de Tecnologia Assistiva – equipe multi/transdisciplinar

14 2.6 Atuação da Tecnologia Assistiva

SUMÁRIO
14 2.6.1 A funcionalidade

16 2.6.2 Modelos Conceituais para incapacidade

17 UNIDADE 3 – Modalidades, Categorias ou Classificação de Tecnologia Assistiva


18 3.1 Auxílio para a vida diária

19 3.2 CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa

19 3.3 Recursos de acessibilidade ao computador

20 3.4 Sistemas de controle de ambiente

20 3.5 Projetos arquitetônicos para acessibilidade

21 3.6 Órteses e próteses

21 3.7 Adequação postural

22 3.8 Auxílios de mobilidade

23 3.9 Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal

23 3.10 Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo

23 3.11 Adaptações em veículos

25 UNIDADE 4 – Os Símbolos da TA
25 4.1 Tipos de símbolos
27 4.2 Técnicas de seleção dos símbolos

29 UNIDADE 5 – Tecnologia Assistiva, Inclusão Escolar e o Universo da Informática


35 UNIDADE 6 – “Viver Sem Limites”
35 6.1 O plano nacional

39 6.2 A Convenção internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência – Decreto Nº 6.949 de 2009

41 REFERÊNCIAS
45 ANEXOS
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UNIDADE 1 – Introdução

Para as pessoas sem deficiência, O Decreto nº 3298 de 20 de dezem-


a tecnologia torna as coisas mais fá- bro de 1999 considera “Ajudas Técnicas”
ceis. como os elementos que permitem com-
pensar uma ou mais limitações funcionais
Para as pessoas com deficiência, a
motoras, sensoriais ou mentais da pessoa
tecnologia torna as coisas possíveis.
portadora de deficiência, com o objetivo e
(RADABAUGH, 1993). permitir-lhe superar as barreiras da comu-
Inclusão, adaptação, oportunidades de nicação e da mobilidade e de possibilitar
acesso, direitos sociais, direitos humanos, sua plena inclusão social.
escolha de recursos, efetivação de políti- O art. 61 do Decreto nº 5.296 de 02 de
cas e programas, são algumas das ações/ dezembro de 2004 diz que Ajudas Técni-
conquistas, não necessariamente nessa cas é o termo utilizado na legislação brasi-
ordem, que fazem parte da nossa história, leira que engloba
da história da educação e da aquisição da
cidadania por nós brasileiros. É uma luta produtos, instrumentos e equipa-
que começou algumas décadas passadas mentos ou tecnologias adaptadas ou
e só vem se fazendo crescer pela união especialmente projetadas para me-
entre governo e sociedade de maneira lhorar a funcionalidade da pessoa
geral. portadora de deficiência ou com mo-
bilidade reduzida, favorecendo a au-
A Constituição Federal (CF), a Lei de tonomia pessoal total ou assistida.
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN); as reuniões dos Comitês Técni- O termo Tecnologia Assistiva (TA), por
cos, decretos como o Decreto nº 6.949 de sua vez, pode ser entendido como um
2009 que promulgou a Convenção Inter- arsenal de recursos e serviços que con-
nacional (2007) sobre os Direitos das pes- tribuem para proporcionar ou ampliar ha-
soas com Deficiência e o Decreto nº 7.612 bilidades funcionais de pessoas com defi-
de 17 de novembro de 2011 que instituiu ciência e, consequentemente, promover
o Plano Nacional dos Direitos da pessoa vida independente e inclusão.
com deficiência “Viver sem limites” são Na verdade, como afirmam Bersch e
apenas alguns dos documentos oficiais e, Pelosi (2006, p. 8), duas das pesquisado-
digamos, “ordens” do legislativo que cor- ras que nortearão nosso trabalho, Ajudas
roboram com os direitos de acesso das Técnicas e Tecnologia Assistiva são ex-
pessoas com alguma deficiência, sem es- pressões sinônimas quando se referem
quecermos da Lei nº 10.098 de 19 de de- aos recursos desenvolvidos e disponibi-
zembro de 2000 que estabeleceu normas lizados às pessoas com deficiência e que
gerais e critérios básicos para a promoção visam ampliar suas habilidades no desem-
da acessibilidade das pessoas portadoras penho das funções pretendidas. Contudo,
de deficiência ou com mobilidade reduzi- o conceito da Tecnologia Assistiva é mais
da.
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abrangente e agrega a organização de individual.


serviços destinados ao desenvolvimento,
b) Adaptações relativas ao currículo da
indicação e ensino relativo à utilização da
classe, que se referem, principalmente, à
tecnologia. O trabalho na TA busca promo-
programação das atividades elaboradas
ver a autonomia e a independência fun-
para sala de aula.
cional de seu usuário.
c) Adaptações individualizadas do cur-
Esperamos que essas breves expli-
rículo, que focalizam a atuação do profes-
cações deixem claro que nosso objetivo
sor na avaliação e no atendimento a cada
neste módulo é trabalhar com a Tecnolo-
aluno.
gia Assistiva, passando por conceitos, ob-
jetivos, sua implementação, os símbolos, Uma escola inclusiva é aquela em que
as técnicas de seleção, os materiais como todos os alunos recebem oportunidades
órteses, próteses e outros e sua classifi- adequadas às suas habilidades e necessi-
cação, a aplicabilidade prática, os benefí- dades. O princípio orientador da declara-
cios, enfim, todo o universo que permeia ção de Salamanca de 1994 é de que todas
a TA. as escolas devam receber todas as crian-
ças independentemente das suas condi-
O uso da informática tem espaço reser-
ções físicas, sociais, emocionais ou inte-
vado e não poderíamos nos furtar a levan-
lectuais (CARVALHO, 1997 apud WALTER,
tar alguns questionamentos e levá-los a
2010).
refletir sobre a questão da inclusão esco-
lar que ainda, mesmo que veladamente, é Em anexo, disponibilizamos uma lista
tabu e um tanto rejeitada por uma parcela com a legislação para pessoas com neces-
da sociedade. Afinal de contas, inclusão sidades e sites eletrônicos de empresas
não é somente abrir as portas da escola e que trabalham e vendem produtos para
falar, podem vir! Não mesmo. ajudas técnicas.
A inclusão de alunos com necessida- Alguns podem estar se perguntando
des especiais na classe regular implica o porque falar em leis, convenções, se o
desenvolvimento de ações adaptativas, curso é voltado para capacitar o profis-
como a flexibilização do currículo, para sional a trabalhar com TA. Simples: vocês
que ele possa ser desenvolvido de ma- podem vir a serem gestores, podem parti-
neira efetiva em sala de aula, e atender cipar de comissões técnicas, de grupos de
as necessidades individuais de todos os trabalho, portanto, nada mais embasador
alunos. Essas adaptações curriculares re- do que conhecer as leis e políticas que re-
alizam-se em três níveis: gem esse universo para ajudarem a cons-
truir um futuro melhor.
a) Adaptações no nível do projeto pe-
dagógico (currículo escolar) que devem Ressaltamos em primeiro lugar que em-
focalizar, principalmente, a organização bora a escrita acadêmica tenha como pre-
escolar e os serviços de apoio, propician- missa ser científica, baseada em normas
do condições estruturais que possam e padrões da academia, fugiremos um
ocorrer no nível de sala de aula e no nível pouco às regras para nos aproximarmos
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de vocês e para que os temas abordados


cheguem de maneira clara e objetiva, mas
não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma
compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clás-
sicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o cará-
ter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de


referências básicas, encontram-se ou-
tras que foram ora utilizadas, ora somen-
te consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por
ventura venham a surgir ao longo dos es-
tudos.
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UNIDADE 2 – Ajudas Técnicas ou
Tecnologia Assistiva?
2.1 Evolução e definição sência de fala por sujeitos com diferentes
deficiências.
Podemos pontuar como segunda
na metade da década de 1980, o surgi- Nesta última década, temos visto inú-
mento dos movimentos e lutas que alme- meros trabalhos já publicados e os resul-
javam ampliação do acesso e da qualidade tados vêm apontando grande vantagem
na educação das pessoas com deficiência. no uso da Comunicação Alternativa e
Tecnologia Assistiva nos diferentes con-
Estamos falando de algo em torno de 30
textos da vida, pois elas são de extrema
anos e muitas têm sido as oportunidades
importância para suprir e compensar os
para que os sujeitos com alguma deficiên-
graves distúrbios da comunicação oral de
cia, principalmente aqueles impossibilita-
pessoas não verbais incluídas no ensino
dos de se expressar de maneira adequada
regular e, como dito, em outros contextos
pela fala, de utilizarem recursos alternati-
da vida.
vos para se efetivar a comunicação.
Em 16 de novembro de 2006, a Secreta-
Walter (2010) sintetiza assim a his-
ria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
tória da comunicação alternativa:
sidência da República – SEDH/PR –, atra-
início no Brasil, na década de 70, na vés da portaria nº 142, instituiu o Comitê
escola Quero-Quero em São Paulo com o de Ajudas Técnicas – CAT –, que reúne um
uso do método Bliss por estudantes com grupo de especialistas brasileiros e repre-
deficiência motora, porém sem alterações sentantes de órgãos governamentais, em
cognitivas, possibilitando o uso de um sis- uma agenda de trabalho. O CAT tem como
tema simbólico altamente abstrato; objetivos principais:

na década de 80, as escolas especiais apresentar propostas de políticas


começaram a utilizar alguns sistemas com governamentais e parcerias entre a socie-
fotos e figuras como sistema de comuni- dade civil e órgãos públicos referentes à
cação alternativa com alunos não oraliza- área de tecnologia assistiva;
dos e com deficiência motora e também
estruturar as diretrizes da área de co-
nas escolas destinadas ao atendimento
nhecimento;
de pessoas com autismo;
realizar levantamento dos recursos
na década de 90, a Comunicação Al-
humanos que atualmente trabalham com
ternativa começa a ser questionada e
o tema;
implementada no campo científico, pas-
sando a compor a metodologia utilizada detectar os centros regionais de re-
por pesquisadores de programas de pós- ferência, objetivando a formação de rede
-graduação em educação especial, sendo nacional integrada;
colocados a prova diferentes métodos e
estimular nas esferas federal, esta-
recursos destinados a compensar a au-
dual, municipal, a criação de centros de
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referência; Recursos são todo e qualquer


item, equipamento ou parte dele,
propor a criação de cursos na área de
produto ou sistema fabricado em
tecnologia assistiva, bem como o desen-
série ou sob medida utilizado para
volvimento de outras ações com o obje-
aumentar, manter ou melhorar as
tivo de formar recursos humanos qualifi-
capacidades funcionais das pesso-
cados e propor a elaboração de estudos
as com deficiência. Serviços são de-
e pesquisas, relacionados com o tema da
finidos como aqueles que auxiliam
tecnologia assistiva (BRASIL, 2006).
diretamente uma pessoa com defi-
Segundo nos conta Bersch (2010), para ciência a selecionar, comprar ou usar
elaboração de um conceito de tecnologia os recursos acima definidos. (ADA -
assistiva que pudesse subsidiar as polí- American with Disabilities (ACT 1994
ticas públicas brasileiras os membros do apud BERSCH, 2010).
CAT fizeram uma profunda revisão no re-
A partir destes e outros referenciais
ferencial teórico internacional, pesqui-
o CAT – aprovou, em 14 de dezembro de
sando os termos Tecnologia Assistiva,
2007, o seguinte conceito:
Tecnologia de Apoio, Ajudas Técnicas,
Ayudas Tecnicas, Assistive Technology e Tecnologia Assistiva é uma área
Adaptive Technology. do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba pro-
O conceito português era muito abran-
dutos, recursos, metodologias, es-
gente, extrapolando a concepção de
tratégias, práticas e serviços que
produto e agrega outras atribuições ao
objetivam promover a funcionalida-
conceito de ajudas técnicas como: estra-
de, relacionada à atividade e parti-
tégias, serviços e práticas que favorecem
cipação, de pessoas com deficiên-
o desenvolvimento de habilidades de pes-
cia, incapacidades ou mobilidade
soas com deficiência, como se observa,
reduzida, visando sua autonomia,
Entende-se por ajudas técnicas independência, qualidade de vida e
qualquer produto, instrumento, es- inclusão social. (CORDE – Comitê de
tratégia, serviço e prática utilizada Ajudas Técnicas – ATA VII, disponível
por pessoas com deficiência e pes- em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/
soas idosas, especialmente, produ- corde/dpdh/corde/comite_at.asp).
zido ou geralmente disponível para
De acordo com Dias de Sá (BRASIL,
prevenir, compensar, aliviar ou neu-
2006), a tecnologia assistiva deve ser
tralizar uma deficiência, incapaci-
compreendida como resolução de pro-
dade ou desvantagem e melhorar a
blemas funcionais, em uma perspectiva
autonomia e a qualidade de vida dos
de desenvolvimento das potencialidades
indivíduos (PORTUGAL, 2007 apud
humanas, valorização de desejos, habili-
BERSCH, 2010).
dades, expectativas positivas e da quali-
A legislação americana apresenta a TA dade de vida, as quais incluem recursos de
como recursos e serviços sendo que: comunicação alternativa, de acessibilida-
de ao computador, de atividades de vida
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diárias, de orientação e mobilidade, de Segundo Rose e Meyer,


adequação postural, de adaptação de veí-
O Desenho Universal para Apren-
culos, órteses e próteses, entre outros.
dizagem (Universal Design for Lear-
Um último conceito importante que ning - UDL), é um conjunto de princí-
compõe essa área que leva as pessoas a pios baseados na pesquisa e constitui
obterem autonomia, temos o conceito de um modelo prático para maximizar
“Desenho Universal”, definido no Decreto as oportunidades de aprendizagem
nº 5.296 de 2004 como: para todos os estudantes. Os prin-
cípios do Desenho Universal se ba-
concepção de espaços, artefatos
seiam na pesquisa do cérebro e mí-
e produtos que visam atender si-
dia para ajudar educadores a atingir
multaneamente todas as pessoas,
todos os estudantes a partir da ado-
com diferentes características an-
ção de objetivos de aprendizagem
tropométricas e sensoriais, de for-
adequados, escolhendo e desenvol-
ma autônoma, segura e confortável,
vendo materiais e métodos eficien-
constituindo-se nos elementos ou
tes, e desenvolvendo modos justos
soluções que compõem a acessibili-
e acurados para avaliar o progresso
dade.
dos estudantes (ROSE; MEYER, 2002
Acreditamos que este importante apud BERSCH, 2008).
conceito do desenho universal, que con-
Pois bem, sendo a Tecnologia As-
templa a realidade da diversidade huma-
sistiva composta e pensando em ter-
na, deva estar cada vez mais presente
mos de escola, de sala de aula, enfim
na formação das nossas engenharias de
de educação, temos:
edificações e de produtos. Desta forma,
não precisaríamos investir em reformas e a) O recurso – é o equipamento utiliza-
adaptações para atender a um grupo es- do pelo aluno, que lhe permite ou favore-
pecífico de pessoas, mas novos ambientes ce o desempenho de uma tarefa.
e produtos seriam originalmente criados
b) O serviço de tecnologia assistiva
buscando atender a todos, independente
na escola é aquele que buscará resolver os
de sua idade, tamanho, condição física ou
problemas funcionais do aluno, no espaço
sensorial.
da escola, encontrando alternativas para
Precisamos também ultrapassar o en- que ele participe e atue positivamente
tendimento de que o Desenho Universal nas várias atividades neste contexto.
se destina exclusivamente à concepção e
Fazer TA na escola é buscar, com criati-
desenvolvimento de espaços e artefatos.
vidade, uma alternativa para que o aluno
Ele se aplica devidamente à ação educa-
realize o que deseja ou precisa. É encon-
cional, quando esta é preparada e exer-
trar uma estratégia para que ele possa
cida levando-se em conta a diversidade
fazer de outro jeito. É valorizar o seu jeito
existente na escola e o seu valor, na quali-
de fazer e aumentar suas capacidades de
ficação da educação para todos (BERSCH,
ação e interação a partir de suas habilida-
2008).
des. É conhecer e criar novas alternativas
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para a comunicação, escrita, mobilidade, diano, como os talheres, canetas, com-


leitura, brincadeiras, artes, utilização de putadores, controle remoto, automóveis,
materiais escolares e pedagógicos, ex- telefones celulares, relógio, enfim, uma
ploração e produção de temas através do interminável lista de recursos, que já es-
computador, etc. É envolver o aluno ativa- tão assimilados à nossa rotina e, num sen-
mente, desfiando-se a experimentar e co- so geral, são instrumentos que facilitam
nhecer, permitindo que construa individu- nosso desempenho em funções pretendi-
al e coletivamente novos conhecimentos. das.
É retirar do aluno o papel de espectador
Se decorrente desse sentido, TA deve
e atribuir-lhe a função de ator (BERSCH,
ser então entendida como um auxílio que
2007).
promoverá a ampliação de uma habilidade
É importante ressaltar que a legislação funcional deficitária ou possibilitará a re-
brasileira garante ao cidadão brasileiro alização da função desejada e que se en-
com deficiência ajudas técnicas, portanto contra impedida por circunstância de defi-
o professor especializado, sabendo desse ciência ou pelo envelhecimento, podemos
direito do aluno, deve ajudá-lo a identifi- então dizer que o seu maior objetivo é
car quais são os recursos necessários para proporcionar à pessoa com deficiência
a sua educação, a fim de que ele possa re- maior independência, qualidade de vida
correr ao poder público e obter esse bene- e inclusão social, através da ampliação de
fício. sua comunicação, mobilidade, controle de
seu ambiente, habilidades de seu apren-
Podemos resumir que:
dizado e trabalho.
Tecnologia Assistiva significa resol-
OBJETIVO DA TECNOLOGIA
ver problemas funcionais ASSISTIVA
Enquanto: PROMOVER QUALIDADE DE VIDA E
Ajudas Técnicas é sinônimo de tecno- INCLUSÃO SOCIAL DE SEUS
logia assistiva no que diz respeito aos USUÁRIOS.
recursos que promovem funcionalida-
de de pessoas com deficiência ou com 2.3 O processo de desenvol-
incapacidades advindas do envelheci- vimento das ajudas técnicas
mento.
Consta no Manual do Ministério da
Educação intitulado “Portal de Ajudas
2.2 Objetivos Técnicas para Educação” (MANZINI; DELI-
Concordamos plenamente com BERATO, 2006), o processo que serve de
Bersch (2008) quando afirma que num orientação para os profissionais da edu-
sentido amplo, a evolução tecnológica cação no sentido de encontrarem solu-
caminha na direção de tornar a vida mais ções por meio da utilização de objetos que
fácil. Sem nos apercebermos, utilizamos auxiliem o aprendizado de pessoas com
constantemente ferramentas que foram necessidades educacionais especiais.
especialmente desenvolvidas para favo-
recer e simplificar as atividades do coti- Cada necessidade é única e, portanto,
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cada caso deve ser estudado com mui- o estudante:


ta atenção. A experimentação deve ser
escutar seus desejos;
realizada muitas vezes, pois permite ob-
servar como a ajuda técnica desenvolvida identificar características físicas/psi-
está contemplando as necessidades per- comotoras;
cebidas.
observar a dinâmica do estudante no
Abaixo temos o fluxograma e suas ambiente escolar;
respectivas explicações:
reconhecer o contexto social.
1. Entender a situação que envolve
Fluxograma para o desenvolvimento
de ajudas técnicas.

Fonte: Manzini e Deliberato (2006, p. 8).

2. Gerar ideias: considerar a disponibilidade de recur-


sos materiais para a construção do obje-
conversar com usuários (estudante/
to – materiais, processo para confecção,
família/colegas);
custos.
buscar soluções existentes (família/ 4. Representar a ideia: (por meio de
catálogo); desenhos, modelos, ilustrações)
pesquisar materiais que podem ser definir materiais;
utilizados;
definir as dimensões do objeto – for-
pesquisar alternativas para confec- mas, medidas, peso, textura cor, etc.
ção do objeto.
5. Construir o objeto para experi-
3. Escolher a alternativa viável: mentação:
considerar as necessidades a serem experimentar na situação real do uso.
atendidas (questões do educador/aluno);
6. Avaliar o uso do objeto:
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considerar se atendeu o desejo da relações interpessoais e/ou ao conheci-


pessoa no contexto determinado; mento.

verificar se o objeto facilitou a ação 3ª) Identificação de resultados de-


do aluno e do educador. sejados:
7. Acompanhar o uso: A partir do conhecimento e da identifi-
cação das necessidades do aluno, são es-
Verificar se as condições mudam com o
tabelecidas metas e definidos os objeti-
passar do tempo e se há necessidade de
vos que a equipe pretende alcançar. Para
fazer alguma adaptação no objeto (MAN-
tal consideram-se as expectativas do alu-
ZINI; DELIBERATO, 2006).
no e do contexto escolar.

2.4 O processo de avaliação 4ª) Mecanismos de fortalecimento


da equipe:
de Tecnologia Assistiva
Um protocolo de avaliação para imple- Em um serviço de TA, a ação interdis-
mentação da TA, conhecido como Proces- ciplinar deve ser acompanhada da parti-
so Básico de Avaliação, foi apresentado cipação da família e do aluno para que se
pelo ATACP – Assistive Technology Appli- obtenha um bom resultado. Durante todo
cation Certificate Program – do Center on o processo de avaliação e implementa-
Disabilities da California State University ção da TA deve-se buscar a valorização e
de Northridge, EUA, para auxiliar a orga- organização do serviço implementado, o
nização dos passos necessários ao conhe- gerenciamento de tarefas, a escolha de
cimento do aluno, a implementação e o lideranças para cada caso, trocas efeti-
seguimento da utilização da TA. Segundo vas de experiências entre os membros da
Bersch e Pelosi (2006), neste protocolo equipe, objetividade das ações implemen-
de avaliação para implementação da TA tadas e a participação igualitária de todos
foram propostas dez fases: os membros do grupo.

1ª) Coleta de informações do usuá- 5ª) Avaliação das habilidades:


rio: O principal objetivo da avaliação do alu-
Compreende o conhecimento do aluno, no é pesquisar suas habilidades. Em TA
sua história, necessidades e intenções aproveita-se o que o aluno consegue fa-
com o uso da TA. zer e amplia-se esta ação por meio da in-
trodução de um recurso.
2ª) Identificação de necessidades:
6ª) Seleção/confecção e teste de re-
Identificação das necessidades do con- cursos:
texto escolar, incluindo as necessidades
do professor, dos colegas, os desafios Conhecendo as necessidades e habi-
curriculares, as tarefas exigidas no âmbi- lidades do aluno e, determinando clara-
to coletivo da sala de aula e as possíveis mente os objetivos a atingir, faz-se a pes-
barreiras encontradas que impeçam o quisa sobre os recursos disponíveis para
acesso do aluno aos espaços da escola, às aquisição ou desenvolve-se um projeto
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para confecção de um recurso personali- ser necessárias, novos desafios funcio-


zado, que corresponda aos objetivos tra- nais poderão surgir e as necessidades do
çados. dia-a-dia trarão novos objetivos de inter-
venção para estes profissionais (BERSCH;
7ª) Revisão dos resultados espera-
PELOSI, 2006).
dos:
O aluno poderá necessitar de algum 2.5 Características dos ser-
tempo para experimentar, aprender e
avaliar se o resultado obtido com o au-
viços de Tecnologia Assisti-
xílio do recurso corresponde as suas ex- va – equipe multi/transdis-
pectativas e necessidades. A avaliação da
eficácia do recurso é fundamental antes
ciplinar
da aquisição do material, principalmente, Os serviços de TA são geralmente de
quando estiver relacionado a um recurso característica multidisciplinar ou transdis-
de alta tecnologia e alto custo. ciplinar e devem envolver profundamente
o usuário da tecnologia e sua família, bem
8ª) Compra do recurso: como os profissionais de várias áreas, já
Confirmada a eficácia do recurso pro- envolvidos no atendimento deste aluno.
posto, este deve ser fornecido ao aluno Outros profissionais como os fonoaudió-
na escola ou sua família deverá ser orien- logos, terapeutas ocupacionais, fisiote-
tada para a aquisição. rapeutas e psicólogos poderão auxiliar os
professores na busca da resolução de difi-
9ª) Implementação da TA: culdades do aluno com deficiência. Convê-
nios com secretaria da saúde e integração
Todo o projeto de TA encontra sentido
das equipes sempre serão bem-vindos
se o aluno termina o processo de avalia-
(BERSCH, 2007).
ção e leva consigo o recurso que lhe ga-
rante maior habilidade. O recurso de Tec- Outra alternativa interessante será o
nologia Assistiva pertence ao usuário e estabelecimento de contatos do profes-
não pode ficar restrito ao espaço do aten- sor especializado com os profissionais
dimento especializado. A implementação que já atendem seu aluno em instituições
da TA se dá, de fato, quando o recurso fica de reabilitação.
a serviço do aluno em todos os espaços. A
equipe de TA deverá conhecer fontes de Esses profissionais, que já conhecem
financiamento e propor à escola a aquisi- o aluno, poderão compor com a escola a
ção dos recursos que venham atender às equipe de TA. É importante, também, que
necessidades de sua clientela. o professor especializado saiba que a re-
abilitação é um direito garantido por lei
10ª) Seguimento e acompanhamen- (Decreto nº 5.296/04) a todo brasileiro
to constante: com deficiência e, se seu aluno não está
A equipe de TA deverá seguir o aluno recebendo acompanhamento nesta área,
e acompanhar o seu desenvolvimento no poderá também solicitar ao Estado.
uso da tecnologia. Modificações poderão No âmbito da educação, o serviço de TA
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vai além do simplesmente auxiliar o aluno do conhecimento? E criar, aplicar o


a fazer tarefas pretendidas. As palavras que sabemos, sem as amarras dos
de Mantoan (s.d.) sobre o encontro entre treinos e dos condicionamentos?
a tecnologia e a educação fala muito bem
Daí a necessidade de um encontro
do papel do educador e sua função pri-
da tecnologia com a educação, entre
mordial junto ao aluno com deficiência:
duas áreas que se propõem a inte-
O desenvolvimento de projetos e grar seus propósitos e conhecimen-
estudos que resultam em aplicações tos, buscando complementos uma
de natureza reabilitacional são, no na outra.
geral, centrados em situações locais
Sartoretto e Bersch (2013) elencam as
e tratam de incapacidades específi-
seguintes áreas de atuação: Fisioterapia;
cas. Servem para compensar dificul-
dades de adaptação, cobrindo défi- Terapia ocupacional;
cits de visão, audição, mobilidade,
Fonoaudiologia;
compreensão. Assim sendo, tais apli-
cações, na maioria das vezes, conse- Educação;
guem reduzir as incapacidades, ate-
nuar os déficits: Fazem falar, andar, Psicologia;
ouvir, ver, aprender. Mas tudo isso só Enfermagem;
não basta. O que é o falar sem o en-
sejo e o desejo de nos comunicarmos Medicina;
uns com os outros? O que é o andar Engenharia;
se não podemos traçar nossos pró-
prios caminhos, para buscar o que Arquitetura;
desejamos, para explorar o mundo Design;
que nos cerca? O que é o aprender
sem uma visão crítica, sem viver a Técnicos de muitas outras especiali-
aventura fantástica da construção dades.
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Lembrem que a TA deve ser entendida mais uma vez, se tornar efetivo o uso da
como o “recurso do usuário” e não como TA.
“recurso do profissional” ou de alguma
área específica de atuação. Isto se justi-
fica pelo fato de que ela serve à pessoa
2.6.1 A funcionalidade
com deficiência que necessita desempe- De acordo com os objetivos propostos
nhar funções do cotidiano de forma inde- para a Tecnologia Assistiva, podemos in-
pendente. Por exemplo, uma bengala é ferir que ela visa melhorar a funcionalida-
de uma pessoa cega ou que precisa apoio de de pessoas com deficiência. O termo
para a locomoção, a cadeira de rodas é de funcionalidade deve ser entendido num
quem possui uma deficiência física, a len- sentido maior do que habilidade em reali-
te servirá a quem tem baixa visão. Esta zar tarefa de interesse.
característica diferencia a TA de outras Segundo Sá (2003), o sucesso de alu-
tecnologias como a médica (desenvolvi- nos com deficiência pode ficar comprome-
da para avaliação e terapêutica da saúde) tido pela falta de recursos e soluções que
ou a tecnologia educacional (projetada os auxiliem na superação de dificuldades
para favorecer o ensino e aprendizagem) funcionais no ambiente da sala de aula e
(BERSCH, 2008). fora dele. É o que se observa nas escolas,
O serviço de TA tem, então, como ob- a partir das situações e necessidades es-
jetivo, a avaliação, prescrição e ensino pecíficas destes alunos, cujo aprendizado
da utilização de um recurso apropriado. e a realização de atividades próprias da
Todo este processo deverá envolver di- rotina escolar, junto com toda a turma, são
retamente o usuário e terá como base o desafiadores para eles, seus familiares,
conhecimento de seu contexto, a valori- colegas e professores. Os recursos e as
zação de suas intenções e necessidades alternativas disponíveis são considerados
funcionais pessoais, bem como suas ha- algo caro e pouco acessíveis para todos.
bilidades atuais. A equipe de profissionais Por isso, torna-se necessário disseminar
contribuirá com o conhecimento sobre os esse conhecimento e fomentar a produ-
recursos de TA disponíveis e indicados ção de tecnologias assistivas e torná-las
para cada caso, ou desenvolverá um novo funcionais, é claro!
projeto que possa atender uma necessi- A professora que busca a resolução de
dade particular do usuário em questão. problemas funcionais, no dia a dia da es-
cola, mesmo sem o saber, produz tecnolo-
2.6 Atuação da Tecnologia gia Assistiva. Por exemplo, ao engrossar o
Assistiva lápis para facilitar a preensão e a escrita
ou ao fixar a folha de papel com uma fita
Para que os recursos e a resolução de
adesiva para possibilitar que não deslize
problemas sejam efetivos, a Tecnologia
com a movimentação involuntária do alu-
Assistiva precisa ser funcional, como ve-
no, ou ainda, ao projetar um assento e um
remos adiante. Aqui também se faz ne-
encosto de cadeira que garanta estabili-
cessário conhecer alguns modelos concei-
dade postural e favoreça o uso funcional
tuais que explicam a incapacidade para,
das mãos. Ao fazer isso, a professora cria
15

soluções e estratégias, a partir do reco- Definições:


nhecimento de um universo particular.
atividade é a execução de uma tarefa
Assim, mais uma vez afirmamos que a tec-
ou ação por um indivíduo;
nologia assistiva deve ser compreendida
como resolução de problemas funcionais, participação é o envolvimento numa
em uma perspectiva de desenvolvimento situação da vida;
das potencialidades humanas, valoriza-
limitações de Atividades são dificul-
ção de desejos, habilidades, expectativas
dades que um indivíduo pode encontrar
positivas e da qualidade de vida.
na execução de atividades.
Segundo a CIF – Classificação Interna-
restrições de Participação são pro-
cional de Funcionalidade –, o modelo de
blemas que um indivíduo pode experi-
intervenção para a funcionalidade deve
mentar no envolvimento em situações
ser biopsicossocial e diz respeito à avalia-
reais da vida.
ção e intervenção em:

1) Funções e estruturas do corpo – 3. Fatores Contextuais:


deficiência. Representam o histórico completo da
vida e do estilo de vida de um indivíduo.
2) Atividades e participação – limita-
Eles incluem dois fatores – Ambientais e
ções de atividades e de participação.
Pessoais – que podem ter efeito num indi-
3) Fatores Contextuais Ambientais e víduo com uma determinada condição de
Pessoais. saúde e sobre a Saúde e os estados rela-
cionados com a saúde do indivíduo.
Vejamos cada uma delas:
a) Fatores Ambientais:
1. Funções e Estruturas do Corpo e
Deficiências Constituem o ambiente físico, social
e atitudinal, no qual as pessoas vivem e
Definições:
conduzem sua vida. Esses fatores são ex-
funções do Corpo são as funções ternos aos indivíduos e podem ter uma in-
fisiológicas dos sistemas orgânicos (in- fluência positiva ou negativa sobre o seu
cluindo as funções psicológicas); desempenho, enquanto membros da so-
ciedade, sobre a capacidade do indivíduo
estruturas do Corpo são as partes
para executar ações ou tarefas, ou sobre
anatômicas do corpo, tais como, órgãos,
a função ou estrutura do corpo do indiví-
membros e seus componentes;
duo.
deficiências são problemas nas fun-
b) Fatores Pessoais:
ções ou na estrutura do corpo, como um
desvio importante ou uma perda. Fazem parte do contexto pessoal, o
histórico particular da vida e do estilo de
2. Atividades e Participações/Limi-
tações de Atividades e Restrições de vida de um indivíduo e englobam as carac-
Participação terísticas do indivíduo que não são parte
de uma condição de saúde ou de um esta-
16

do de saúde. Esses fatores podem incluir o sociedade. A incapacidade não é um atri-


sexo, raça, idade, outros estados de saú- buto de um indivíduo, mas sim um con-
de, condição física, estilo de vida, hábitos, junto complexo de condições, muitas das
educação recebida, diferentes maneiras quais criadas pelo ambiente social. Assim,
de enfrentar problemas, antecedentes a solução do problema requer uma ação
sociais, nível de instrução, profissão, ex- social e é da responsabilidade coletiva
periência passada e presente (eventos na da sociedade fazer as modificações am-
vida passada e na atual), padrão geral de bientais necessárias para a participação
comportamento, caráter, características plena das pessoas com incapacidades em
psicológicas individuais e outras caracte- todas as áreas da vida social. Portanto, é
rísticas, todas ou algumas das quais po- uma questão atitudinal ou ideológica que
dem desempenhar um papel na incapaci- requer mudanças sociais que, a nível po-
dade em qualquer nível. lítico, se transformam numa questão de
direitos humanos. De acordo com este
modelo, a incapacidade é uma questão
2.6.2 Modelos Conceituais política.
para incapacidade - Abordagem Biopsicossocial:
Para compreender e explicar a incapa-
cidade e a funcionalidade, foram propos- A CIF baseia-se numa integração des-
tos vários modelos conceituais, dentre ses dois modelos opostos. Para se obter
eles citamos: a integração das várias perspectivas de
funcionalidade é utilizada uma aborda-
a) Modelo Médico: gem "biopsicossocial". Assim, a CIF tenta
Considera a incapacidade como um pro- chegar a uma síntese que ofereça uma
blema da pessoa, causado diretamente visão coerente das diferentes perspecti-
pela doença, trauma ou outro problema vas de saúde: biológica, individual e social
de saúde, que requer assistência médica (SARTORETTO; BERSCH, 2013).
sob a forma de tratamento individual por
profissionais. Os cuidados em relação à
incapacidade têm por objetivo a cura ou
a adaptação do indivíduo e mudança de
comportamento. A assistência médica é
considerada como a questão principal e, a
nível político, a principal resposta é a mo-
dificação ou reforma da política de saúde.

b) Modelo Social:

O modelo social de incapacidade, por


sua vez, considera a questão principal-
mente como um problema criado pela so-
ciedade e, basicamente, como uma ques-
tão de integração plena do indivíduo na
17
UNIDADE 3 – Modalidades, Categorias
ou Classificação de Tecnologia Assistiva
A TA se organiza em modalidades ou Várias classificações de TA foram de-
especialidades e essa forma de classifi- senvolvidas para finalidades distintas e
cação varia conforme diferentes autores ela cita a ISO 9999/2002 como uma im-
ou instituições que trabalham com a TA. portante classificação internacional de
A organização por modalidades contribui recursos, aplicada em vários países.
para o desenvolvimento de pesquisas, re-
O Sistema Nacional de Classificação
cursos, especializações profissionais e or-
dos Recursos e Serviços de TA, dos Esta-
ganização de serviços (SÁ; 2003; BERSCH,
dos Unidos, diferencia-se da ISO ao apre-
2007).
sentar, além da descrição ordenada dos
Igualmente afirmam Sartoretto e Bers- recursos, o conceito e a descrição de ser-
ch (2013) que a importância das classifi- viços de TA.
cações no âmbito da tecnologia assistiva
A classificação HEART, é apresentada
se dá pela promoção da organização desta
de forma adaptada no documento EUS-
área de conhecimento e servirá ao estudo,
TAT – Empowering Users Through Assis-
pesquisa, desenvolvimento, promoção
tive Technology –, que foi elaborado por
de políticas públicas, organização de ser-
um grupo de pesquisadores de vários paí-
viços, catalogação e formação de banco
ses da União Europeia e é considerada por
de dados para identificação dos recursos
eles, como sendo a mais apropriada para a
mais apropriados ao atendimento de uma
formação dos usuários finais de TA, bem
necessidade funcional do usuário final.
como para formação de recursos huma-
Bersch (2008) explica que os recursos nos nesta área.
de tecnologia assistiva são organizados
Como Sá (2003), Bersch (2008) justi-
ou classificados de acordo com objetivos
fica que ao apresentar uma classificação
funcionais a que se destinam.
de TA, seguida de redefinições por cate-
Os profissionais que trabalham com a gorias, destaca-se que a sua importân-
Tecnologia Assistiva são responsáveis cia está no fato de organizar a utilização,
pela avaliação do usuário e seleção do re- prescrição, estudo e pesquisa de recur-
curso apropriado; o desenvolvimento de sos e serviços em TA, além de oferecer ao
novas tecnologias; o ensino sobre a utili- mercado focos específicos de trabalho e
zação do equipamento e a implementação especialização.
nos diferentes ambientes como a casa, a
A classificação abaixo foi construída
escola, a comunidade e o local de traba-
com base nas diretrizes da ADA, tomamos
lho. Relembrando que a equipe de TA é de
também contribuições de Bersch (2008);
característica multidisciplinar e envolve
Manzini (2006), Sá (2003) porém, não é
professores, terapeutas ocupacionais, fo-
definitiva e pode variar segundo alguns
noaudiólogos, fisioterapeutas, engenhei-
autores.
ros, entre outras áreas (BERSCH; PELOSI,
2006).
18

3.1 Auxílio para a vida diária executar necessidades pessoais.


Materiais e produtos que favorecem São exemplos os talheres modificados,
desempenho autônomo e independente suportes para utensílios domésticos, rou-
em tarefas rotineiras ou facilitam o cuida- pas desenhadas para facilitar o vestir e
do de pessoas em situação de dependên- despir, abotoadores, velcro, recursos para
cia de auxílio, nas atividades como se ali- transferência, barras de apoio, etc.
mentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e
Alimentação

Vestuário

Materiais escolares que favorecem recorte, escrita e leitura


19

3.2 CAA - Comunicação Au- escritas, são utilizados pelo usuário da


CAA (na próxima unidade falaremos dos
mentativa e Alternativa símbolos destinados ao CAA) para expres-
Destinada a atender pessoas sem fala sar suas questões, desejos, sentimentos,
ou escrita funcional ou em defasagem entendimentos. A alta tecnologia dos vo-
entre sua necessidade comunicativa e calizadores (pranchas com produção de
sua habilidade em falar e/ou escrever. voz) ou o computador com softwares es-
Recursos como as pranchas de comunica- pecíficos, garantem grande eficiência à
ção, construídas com simbologia gráfica função comunicativa.
(BLISS, PCS e outros), letras ou palavras
Prancha de comunicação, vocalizador com varredura e vocalizador portátil.

3.3 Recursos de acessibili- e acionadores diversos, softwares de re-


conhecimento de voz, ponteiras de cabe-
dade ao computador ça por luz, entre outros.
Conjunto de hardware e software es-
Como equipamentos de saída podemos
pecialmente idealizado para tornar o com-
citar a síntese de voz, monitores espe-
putador acessível, no sentido de que pos-
ciais, os softwares leitores de texto (OCR),
sa ser utilizado por pessoas com privações
impressoras braile e linha braile.
sensoriais e motoras.
Teclado Intellikeys, acionadores com
São exemplos de equipamentos de en-
mouse adaptado, mouse por movimento
trada os teclados modificados, os teclados
da cabeça, monitor com tela de toque e
virtuais com varredura, mouses especiais
órtese para digitação.

Fonte: Bersch (2008, p. 7).


20

Dispositivo de saída linha Braille e software para controle do computador com


síntese de voz

Fonte: Bersch (2008, p. 7).

3.4 Sistemas de controle de calizados em seu quarto, sala, escritório,


casa e arredores. O controle remoto pode
ambiente ser acionado de forma direta ou indireta
Através de um controle remoto, as e, neste caso, um sistema de varredura
pessoas com limitações motoras, podem é disparado e a seleção do aparelho, bem
ligar, desligar e ajustar aparelhos eletro- como a determinação de que seja ativado,
eletrônicos como a luz, o som, televiso- se dará por acionadores (localizados em
res, ventiladores, executar a abertura e qualquer parte do corpo) que podem ser
fechamento de portas e janelas, receber de pressão, de tração, de sopro, de piscar
e fazer chamadas telefônicas, acionar de olhos, por comando de voz, etc.
sistemas de segurança, entre outros, lo-
Representação de controle de ambiente

3.5 Projetos arquitetônicos Adaptações estruturais e reformas na


casa e/ou ambiente de trabalho, através
para acessibilidade de rampas, elevadores, adaptações em
Projetos de edificação e urbanismo banheiros, mobiliário, entre outros, que
que garantem acesso, funcionalidade e retiram ou reduzem as barreiras físicas.
mobilidade a todas as pessoas, indepen-
dente de sua condição física e sensorial.
21

Rampa de acesso Projeto de acessibilidade arquitetônica em elevadores,


calçadas e banheiros

3.6 Órteses e próteses inseguro com relação a possíveis quedas


ou sentindo desconforto. Um projeto de
Próteses são peças artificiais que subs-
adequação postural diz respeito à sele-
tituem partes ausentes do corpo.
ção de recursos que garantam posturas
Órteses são colocadas junto a um seg- alinhadas, estáveis e com boa distribuição
mento do corpo, garantindo-lhe um me- do peso corporal.
lhor posicionamento, estabilização e/ou
Indivíduos cadeirantes, por passarem
função. São normalmente confeccionadas
grande parte do dia numa mesma posição,
sob medida e servem no auxílio de mobi-
serão os grandes beneficiados da pres-
lidade, de funções manuais (escrita, digi-
crição de sistemas especiais de assentos
tação, utilização de talheres, manejo de
e encostos que levem em consideração
objetos para higiene pessoal), correção
suas medidas, peso e flexibilidade ou alte-
postural, entre outros.
rações músculo-esqueléticas existentes.
Prótese de membro inferior e
Adequação postural diz respeito a re-
órtese de mão
cursos que promovam adequações em to-
das as posturas, deitado, sentado e de pé,
portanto, as almofadas no leito ou os es-
tabilizadores ortostáticos, entre outros,
também podem fazer parte deste recurso
da TA.

Desenho representativo da
adequação postural

Fonte: Bersch (2008, p. 8).

3.7 Adequação postural


Ter uma postura estável e confortável é
fundamental para que se consiga um bom
desempenho funcional. Fica difícil a reali-
zação de qualquer tarefa quando se está
22

Carrinho para transporte 3.8 Auxílios de mobilidade


A mobilidade pode ser auxiliada por
bengalas, muletas, andadores, carrinhos,
cadeiras de rodas manuais ou elétricas,
scooters e qualquer outro veículo, equi-
pamento ou estratégia utilizada na me-
lhoria da mobilidade pessoal.

Cadeira de rodas motorizada e cadeira de rodas de alta-propulsão

Cadeira de rodas especial para praia e andador com freio


23

3.9 Auxílios para cegos ou 3.10 Auxílios para pessoas


para pessoas com visão com surdez ou com déficit
subnormal auditivo
Equipamentos que visam a indepen- Auxílios que inclui vários equipamen-
dência das pessoas com deficiência visual tos (infravermelho, FM), aparelhos para
na realização de tarefas como: consultar o surdez, telefones com teclado-teletipo
relógio, usar calculadora, verificar a tem- (TTY), sistemas com alerta táctil-visual,
peratura do corpo, identificar se as luzes entre outros.
estão acesas ou apagadas, cozinhar, iden-
tificar cores e peças do vestuário, verifi- 3.11 Adaptações em veícu-
car pressão arterial, identificar chamadas
telefônicas, escrever, ter mobilidade in-
los
dependente, etc. Inclui também auxílios Acessórios e adaptações que possi-
ópticos, lentes, lupas e telelupas; os sof- bilitam uma pessoa com deficiência físi-
twares leitores de tela, leitores de texto, ca dirigir um automóvel, facilitadores de
ampliadores de tela; os hardwares como embarque e desembarque como eleva-
as impressoras braile, lupas eletrônicas, dores para cadeiras de rodas (utilizados
linha braile (dispositivo de saída do com- nos carros particulares ou de transporte
putador com agulhas táteis) e agendas coletivo), rampas para cadeiras de rodas,
eletrônicas. serviços de autoescola para pessoas com
deficiência.
Termômetro falado e teclado falado
Elevador para cadeira de rodas

É importante que, a partir do en-


tendimento conceitual, o professor
que trabalha:
com alunos cegos saiba que o livro
em braile, o material pedagógico confec-
24

cionado em relevo, os programas de com-


putador que fazem o retorno auditivo,
também são TA;

para o aluno surdo, o material espe-


cificamente produzido com referencial
gráfico visual e que procura traduzir o que
é comumente escutado, ou a campainha
que é substituída por sinalização visual
etc., também é TA;

para o aluno com dificuldades de


aprender a ler e a escrever, podemos
construir ou disponibilizar recursos e ma-
teriais especiais com apoio de símbolos
gráficos junto à escrita. Para esse aluno, o
computador, com software de retorno au-
ditivo, auxiliará a explorar mais facilmen-
te os conteúdos de textos e tudo isso é TA
(BERSCH, 2007).
25

UNIDADE 4 – Os Símbolos da TA

Os símbolos são as representações vi- são muito grandes a utilização de parte do


suais, auditivas ou táteis de um conceito. objeto pode ser muito apropriada.
Na CAA utiliza-se de vários símbolos como
d) Fotografias – fotos coloridas ou
os objetos, a fala, os gestos, a linguagem
preto e branco podem ser utilizadas para
de sinais, as fotografias, os desenhos e a
representar objetos, pessoas, ações, lu-
escrita.
gares ou atividades. Nas escolas muitas
Há vários tipos de símbolos que vezes são utilizados recortes de revistas
são usados para representar mensa- ou embalagens de produtos.
gens. Eles podem ser divididos em:
e) Símbolos gráficos – há uma série
a) Símbolos que não necessitam de de símbolos gráficos que foram desenvol-
recursos externos – o indivíduo utiliza vidos para facilitar a comunicação de pes-
apenas o seu corpo para se comunicar. soas com necessidades educativas espe-
São exemplos desse sistema os gestos, ciais. Alguns deles são:
os sinais manuais, as vocalizações e as ex-
e.1) Picture Communication Symbols
pressões faciais.
(PCS) ou símbolos de comunicação pic-
b) Símbolos que necessitam de re- tórica foi desenvolvido pela fonoaudió-
cursos externos – requerem instrumen- loga Roxana Mayer Johnson em meados
tos ou equipamentos além do corpo do de 1981, como forma de promover a CAA
usuário para produzir uma mensagem. Es- entre adultos e crianças. Atualmente,
ses sistemas podem ser muito simples, ou conta com mais de 6.000 símbolos colori-
de baixa tecnologia ou tecnologicamente dos ou em preto e branco (MAYER-JOHN-
complexos ou de alta tecnologia. SON, 2010 apud AVILA, 2011; SCHIRMER;
BERSCH, 2007).
4.1 Tipos de símbolos
Os PCS têm sido muito difundidos no
a) Objetos reais – os objetos reais
âmbito internacional. Ao todo, já foram
podem ser idênticos ao que estão repre-
traduzidos para 10 idiomas distintos, in-
sentando ou similares, onde há variações
cluindo o português (BERSCH e SCHIR-
quanto ao tamanho, cor ou outra caracte-
MER, 2007). O conjunto de símbolos PCS
rística.
pode ser encontrado nos softwares Bo-
b) Miniaturas – os objetos em minia- ardmaker e Escrevendo com Símbolos ou
tura precisam ser selecionados com cui- em livro (Combination Book).
dado para que possam ser utilizados como
Os sistemas simbólicos podem ser ex-
recursos de comunicação. Devem ser con-
plorados em recursos de baixa tecnologia,
sideradas as possibilidades visuais e inte-
constituindo-se elementos representati-
lectuais dos indivíduos na sua utilização.
vos em pranchas, álbuns ou cadernos de
c) Objetos parciais – em situações comunicação, por exemplo. Além disso,
onde os objetos a serem representados pode-se explorá-los em recursos de alta
26

tecnologia, como é o caso dos PCS, que reconhecimento e, por isso, muito utiliza-
constituem o sistema simbólico do sof- do para crianças ou indivíduos que apre-
tware Boardmaker. sentam dificuldades em compreender re-
presentações abstratas. São disponíveis
Os PCS são símbolos que representam
em livro ou software.
grande parte do vocabulário. São de fácil

Exemplo de prancha de comunicação com símbolo PCS


27

e.2) Símbolos para alfabetização da Wi- ção existentes;


dgit (Rebus Symbols).
a programação das atividades do dia
e.3) Picsyms. deve ser dada visualmente;

e.4) Pictogram Ideogram Communica- pode existir um quadro indicando, em


tion Symbols (PIC) Blissy symbolic. sequência, quais atividades ou tarefas a
criança deve realizar;
e.5) COMPIC.
alguns quadros são feitos de maneira
e.6) Self Talk.
a induzir a criança a retirar o cartão com
e.7) Pick 'N Stick. a foto ou desenho da próxima atividade
e depositá-la no local onde deve ir. Por
e.8) Brady-Dobson Alternative Commu-
exemplo, retirar a foto da piscina do qua-
nication (B-DAC).
dro e colocá-la em um lugar com o mesmo
e.9) Talking Pictures I, II e III. símbolo na piscina;

e.10) Oakland Schools Picture Dictio- é claro que a utilização dos qua-
nary. dros requer um aprendizado. Inicialmen-
te alguém fará cada passo com a criança,
e.11) Pictogramas ARASAAC (Sistemas colocando os cartões em sua mão e en-
Aumentativos e Alternativos de Comuni- sinando-a a colocá-lo no local. Quando a
cação). atividade tiver acabado, a criança deve
e.12) Letras (PELUSI, 2010). voltar ao quadro de tarefas para ver qual a
próxima atividade e pegar seu respectivo
O método TEACH (Treatment and Edu- cartão. Com o tempo ela poderá realizar a
cation of Autistic and related Communi- tarefa de maneira independente.
cation-handicapped Children) objetiva,
especificamente aos autistas, aumentar O fundamental é a persistência até que
o funcionamento independente. É um a criança aprenda a utilizar a informação
método que valoriza o aprendizado estru- visual. Na maioria das vezes, a utilização
turado (principalmente no início do trata- deste método traz tranquilidade à crian-
mento). Dá importância à rotina e a infor- ça, já que possibilita melhor compreensão
mação visual. e comunicação.

Segundo Gikovate (2013), é necessário 4.2 Técnicas de seleção dos


organizar e simplificar o ambiente, apre-
sentando menos estímulos sensoriais símbolos
concomitantes. Isto facilita a criança a fo- As técnicas de seleção referem-se à
car a atenção nos detalhes relevantes. forma pela qual o usuário escolhe os sím-
bolos no seu sistema de comunicação.
Vale as seguintes anotações:
É importante determinar a técnica de
quando se utiliza de material com
seleção mais eficiente para cada indiví-
informação visual, esta tem como objeti-
duo. Deve ser determinado o posiciona-
vo amenizar as dificuldades de comunica-
mento ideal da prancha e do usuário, a
28

precisão do acesso, a taxa de fadiga e a


velocidade. O terapeuta ocupacional é o
profissional que realiza essa avaliação

a) Seleção direta – é o método mais


rápido e pode ser feito através do apontar
do dedo ou outra parte do corpo, com uma
ponteira de cabeça ou com uma luz fixada
à cabeça.

b) Técnica de varredura – exige que o


indivíduo tenha uma resposta voluntária
consistente como piscar os olhos, balan-
çar a cabeça, sorrir ou emitir um som para
que possa sinalizar sua resposta. Nos re-
cursos de baixa tecnologia, o usuário vai
necessitar de um facilitador para apontar
os símbolos. Os métodos de varredura po-
dem ser linear, circular, de linhas e colunas
ou blocos.

c) Técnica da codificação – permite a


ampliação de significados a partir de um
número limitado de símbolos e o aumen-
to da velocidade. É uma técnica bastante
eficiente para usuários com dificuldades
motoras graves, mas exige um maior grau
de abstração (PELOSI, 2010).
29
UNIDADE 5 – Tecnologia Assistiva, Inclu-
são Escolar e o Universo da Informática
Vamos começar a unidade com uma fala que ser ampliado associando compromis-
de Pelosi (2010), muito adequada ao pro- so de melhorar qualidade de vida de todas
pósito do tema: as pessoas para o contexto escolar, o que
se dá pelo atendimento às dimensões de
O sucesso do processo de inclusão
acessibilidade, que são:
está diretamente ligado à possibili-
dade de reconhecer as diferenças e arquitetônica – elimina barreiras
aceitá-las. Isso não significa ignorá- em todos os ambientes físicos (internos e
-las, isso não significa colocar crian- externos) da escola, incluindo o transpor-
ças com necessidades educacionais te escolar;
especiais na sala de aula regular e
comunicacional – transpõe obs-
esperar que elas aprendam pela pro-
táculos em todos os âmbitos da comuni-
ximidade com seus colegas da mes-
cação, considerada nas suas diferentes
ma idade.
formas (falada, escrita, gestual, língua de
Respeitar as diferenças é oportu- sinais, digital, entre outras);
nizar os recursos necessários para
metodológica – facilita o acesso ao
que a criança aprenda. Muitas vezes
conteúdo programático oferecido pelas
esses recursos serão simples como
escolas, ampliando estratégias para ações
letras soltas ou textos escritos em
na comunidade e na família, favorecendo
letras maiúsculas, e outras vezes,
a inclusão;
poderá ser o uso de um computador
adaptado. instrumental – possibilita a acessi-
bilidade em todos os Instrumentos, uten-
Não temos dúvida de que a inclusão es-
sílios e equipamentos, utilizados na esco-
colar e social de pessoas com deficiência
la, nas atividades de vida diária, no lazer e
tem sido amplamente discutida na litera-
recreação;
tura especializada a exemplo de pesqui-
sadores como Manzini e Deliberato (2004; programática – combate o precon-
2006); Pelosi (2008 e vários outros); ceito e a discriminação em todas as nor-
Schirmer, Nunes, Walter, Delgado (2008); mas, programas, legislação em geral que
Pelosi e Nunes (2009); Nunes e Schirmer impeçam o acesso a todos os recursos
(2011) citados por Schirmer (2012), pe- oferecidos pela sociedade, promovendo
dindo desculpas antecipadas se esquece- a Inclusão e a equiparação de oportunida-
mos outros. de;
O uso do computador nessa seara é, Atitudinal – extingue todos os tipos
sem nenhuma dúvida, uma ferramenta de atitudes preconceituosas que impe-
para inclusão de alunos com necessida- çam o pleno desenvolvimento das poten-
des especiais, mas antes vamos entender cialidades da pessoa com deficiência (ITS/
como o conceito de acessibilidade tem BRASIL, 2008).
30

Dentre essas acessibilidades, uma vez no, gerenciará este projeto individualiza-
que nas escolas não deve haver obstácu- do de implementação da TA e, para isso:
los que impeçam a participação efetiva da
atuará de forma colaborativa com o
pessoa com deficiência, vamos pontuar
professor da classe comum para defini-
as dimensões instrumental e comunica-
ções de estratégias pedagógicas que fa-
cional, caminho pelo qual deve-se buscar
voreçam o acesso do aluno ao currículo;
recursos e estratégias que promovam
acesso e permanência em todo contexto identificará, apoiado pela equipe,
escolar. qual o melhor recurso de TA considerando
a necessidade educacional de seu aluno;
As redes de ensino devem organizar-se
para implementar o atendimento educa- capacitará o aluno a utilizar o recurso;
cional especializado que inclui o serviço
trabalhará em parceria com a escola
de TA em informática acessível. Nesse
para que o recurso de TA seja implemen-
serviço, o aluno conhece e experimen-
tado na sala de aula comum, sempre que
ta diferentes ferramentas de acesso ao
necessário;
computador e decide, com o auxílio de sua
equipe de TA, qual delas corresponde a levará formação e informações aos
sua necessidade educacional. professores da escola comum e buscará
apoios da equipe diretiva da escola;
Um “Laboratório de Informática Acessí-
vel” deverá dispor de um kit básico de ava- realizará ações compartilhadas com
liação que inclui: computadores conecta- as famílias buscando sua participação no
dos à internet, adaptações para facilitar o processo educacional;
acesso de comandos, hardwares específi-
cos e softwares que garantam autonomia estabelecerá contatos de parcerias
de produção para o aluno com necessida- com outros profissionais e instituições,
des educacionais especiais. também envolvidas com o atendimento
de seu aluno, para a implementação do
O serviço de TA em informática poderá projeto (BERSCH; PELOSI, 2006).
ser locado em uma sala de recursos multi-
funcionais de uma escola ou estar em um As autoras acima também nos alertam
Centro de Atendimento Educacional Espe- que alguns alunos poderão necessitar de
cializado de referência que receba alunos recursos especiais que os auxiliarão a uti-
de várias escolas. lizar o computador de forma autônoma.

Cada aluno deverá ter um projeto indi- Esses recursos podem estar rela-
vidualizado a partir da avaliação de suas cionados a algumas habilidades des-
necessidades, habilidades pessoais e do te aluno:
contexto escolar, considerando os recur- a) Habilidade de introduzir informa-
sos já disponíveis e as demandas educa- ções no computador.
cionais.
b) Habilidade de perceber os sinais vi-
O professor especializado, responsável suais e auditivos emitidos pelo computa-
pelo atendimento educacional deste alu- dor.
31

c) Habilidade de processar as informa- móvel para aproximação e regulagem da


ções (entender comandos e conteúdos). altura do monitor e a base de inclinação
do teclado.
Para selecionar os recursos de acessibi-
lidade mais adequados ao usuário é preci- Abaixo temos uma modelo de teclado
so considerar as habilidades do aluno e a com colmeia de acrílico
tarefa que ele deseja ou necessita execu-
tar.

Pode-se pensar em quatro grupos


de usuários:
a) Usuários que não precisam
de recursos especiais: são alunos que
apresentam limitações visuais, motoras
ou cognitivas, mas não o suficiente para
necessitar equipamentos ou adaptações
especiais. Para esses alunos será apenas
necessário selecionar e/ou ajustar o sof-
O teclado reduzido, o teclado expandi-
tware mais adequado para o desenvolvi-
do, o teclado programável, o mouse para
mento de suas atividades.
pé, boca, ou o mouse acionado pelo des-
b) Usuários que necessitam de locamento da cabeça e direcionamento do
adaptações em seu próprio corpo: são olhar. Os vários tipos de acionadores que
os alunos que se beneficiam de órteses valorizam habilidades como os de pres-
colocadas nas mãos ou dedos, ponteiras são, tração, sopro, piscar de olhos e con-
de boca ou cabeça para facilitar o teclar. tração muscular também devem ser con-
Alguns necessitam de pulseira de peso siderados.
para diminuir a incoordenação e, outros,
Teclado expandido
de faixas para restringir o movimento dos
braços. Para estes alunos não serão ne-
cessárias modificações no computador.
c) Usuários que necessitam de mo-
dificações no computador: são os alu-
nos para os quais a introdução de recursos
no próprio corpo não é suficiente ou não é
eficaz. Neste caso, pode-se trabalhar com
adaptações no equipamento convencio-
nal ou hardware alternativo.

Adaptações no equipamento conven- d) Usuários que necessitam de pro-


cional: são exemplos a colmeia de acrílico, gramas especiais: para esses alunos, as
arranjos no mouse ou nas teclas do te- partes que compõem o computador são
clado para uso como um acionador, base inacessíveis, sendo necessária a utiliza-
32

ção de softwares que viabilizem o coman- tivos que implementam estratégias peda-
do sobre o equipamento. Pode-se citar os gógicas de uso da mesma.
softwares que auxiliam a introdução de
a) Amplisoft
comandos e instruções como os teclados
virtuais e os mouses virtuais, os progra- O Amplisoft é um conjunto de aplicati-
mas que possuem sistema de varredura vos desenvolvidos para pessoas com defi-
visual e/ou auditiva, os softwares com re- ciência motora. Dentre os aplicativos en-
conhecimento de voz e os leitores de tela. contram-se o Editor Livre de Prancha e a
Prancha Livre (ilustrados abaixo). O Editor
Vamos falar de alguns sistemas compu-
Livre de Prancha é um aplicativo que per-
tacionais que podem ser utilizados com a
mite construir uma prancha com espaços
finalidade de desenvolver estratégias de
definidos para a inserção de imagens para
CAA, sendo alguns deles softwares espe-
uso impresso.
cíficos para CAA e outros, apenas aplica-

1) 2)

1) Tela principal do editor livre de prancha. 2) Tela para a construção de pranchas no prancha livre.

A Prancha Livre, embora possua o mes- 4500 símbolos (PCS) que são utilizados
mo banco de imagens do Editor Livre, foi para a confecção de pranchas de comuni-
construída com o propósito de uso de cação (MAYER-JOHNSON 2010 apud ÁVI-
pranchas incorporando recursos de áu- LA, 2011).
dio e varredura. O sistema de varredura
Tela principal do Boardmaker
consiste no software apontar sequencial-
mente os objetos na tela, permitindo ao
usuário o controle através do uso de co-
mutadores ou outros dispositivos. A pre-
sença destes recursos na Prancha Livre
leva o seu uso a ser eficaz quando direta-
mente no computador.

b) Boardmaker
O Boardmaker é um software proprie-
tário, cuja sexta versão contém mais de
33

O Boardmaker é ferramenta destina- Não se trata de um software educativo,


da à confecção de pranchas, oferecen- mas pode ser utilizado para tal fim.
do opções de localização e aplicação de
Esta ferramenta oferece diversas op-
símbolos (já contidos no software) e ima-
ções de cenários e personagens, com
gens (as quais podem ser importadas). As
possibilidades de modificações dos mes-
imagens e legendas podem ser editadas
mos, trabalhando-se elementos como a
dentro do software. São oferecidas tam-
aparência física das pessoas, suas vesti-
bém as opções de imprimir, para que se
mentas e estado de humor. Com isso, po-
possa trabalhar as pranchas construídas
de-se trabalhar com as crianças questões
em material concreto, e salvar, para que
referentes a características (pessoais e
as pranchas construídas possam ser reto-
de outros), fazendo a montagem de per-
madas posteriormente. Além disso, o Bo-
sonagens.
ardmaker também oferece uma série de
templates que permitem ao usuário, por As histórias criadas são salvas num ser-
exemplo, organizar agendas, calendários vidor e acessíveis ao público, sempre que
e atividades. autorizado pelo criador das mesmas.
c) HagáQuê O acesso ao Bitstrips ocorre a partir do
seu endereço na internet: http:www.bits-
Este software foi desenvolvido pelo
trips.com. Para utilizá-lo, basta que o usu-
Núcleo de Informática Aplicada à Educa-
ário crie um login no site indicado.
ção (NIED) da Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) com vistas a propor- e) Toon Doo
cionar a criação de histórias em quadri-
Assim como o Bitstrips, o Toon Doo é
nhos por crianças dos primeiro e segundo
uma ferramenta on-line para a criação de
ciclos do ensino fundamental, ainda não
histórias em quadrinhos. Esta ferramenta
familiarizadas com o computador. Embo-
também oferece manipulação de objetos
ra seu uso não seja específico para CAA,
e permite a criação de personagens, com
o mesmo pode ser utilizado em função de
diferentes formas e feições.
que os recursos que contém possibilitam
o desenvolvimento de estratégias diver- Como no caso anterior, a opção de sal-
sificadas voltadas para a comunicação e o var, publica a história. Para utilizar o Toon
letramento. Doo, é necessário efetuar um cadastro em
seu site: http: www.toondoo.com
O software dispõe de um conjunto de
personagens, objetos e cenários a serem f) Softwares do pacote Office ou
utilizados em suas histórias. Possibilita a BrOffice
inserção de novas imagens, o que permite
que o sistema seja adaptado às necessi- Além dos softwares descritos, que
dades do aluno. contemplam ou diretamente a CAA ou a
criação de histórias em quadrinhos, sof-
d) Bitstrips twares que constituem os pacotes Office
ou BrOffice, como o Word e o Power Point
O Bitstrips é uma ferramenta on-line
ou o Writer e o Impress, também podem
para a construção de charges animadas.
34

ser explorados no âmbito da CAA. cits na comunicação oral, auxiliando no


processo de comunicação e consequente
Em softwares como o Word ou o Writer
inclusão. Este software utiliza símbolos
podem ser confeccionadas, por exemplo,
pictóricos que foca na utilização em dis-
pranchas através de tabelas com a inser-
positivos móveis (celular, tablets, entre
ção de figuras e legendas nas mesmas,
outros) existindo ainda uma versão para
como apresentado na figura abaixo.
web, para módulos prancha e história
Prancha elaborada no software word (BEZ; PASSERINO, 2012).
do pacote Office 2007

O Power Point e o Impress também po-


dem ser utilizados como recursos de alta
tecnologia para oferecer a CAA. Apresen-
tações podem ser criadas com diferentes
níveis de pranchas, pelas quais cada slide
traz novas informações (ilustração abai-
xo).

Apresentação elaborada em Power-


point (Office 2007)

Temos ainda o software SCALA (Sis-


tema de Comunicação Alternativa para
Letramento de alunos com Autismo) que
permite a inclusão de sujeitos com défi-
35

UNIDADE 6 – “Viver Sem Limites”

Em 2011, o Governo Federal lançou o um investimento total no valor de R$ 7,6


Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com bilhões até 2014.
Deficiência – Viver sem Limite, por meio
O plano contempla ações na área de
do Decreto 7.612, ressaltando o compro-
educação, saúde, inclusão social, aces-
misso do Brasil com as prerrogativas da
sibilidade. Nossas considerações se con-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas
centrarão na educação e acessibilidade,
com Deficiência, da ONU, ratificada pelo
que podemos traduzir em autonomia, mas
nosso país com equivalência de emenda
caso queiram ampliar as informações e os
constitucional.
conhecimentos sobre ele, encontra-se
Segundo o governo atual, o Brasil tem disponível no site: http://www.pessoa-
avançado na implementação dos apoios comdeficiencia.gov.br/app/sites/default/
necessários ao pleno e efetivo exercício files/arquivos/%5Bfield_generico_ima-
da capacidade legal por todas e cada uma gens-filefield-description%5D_0.pdf
das pessoas com deficiência. Ou seja, cada
vez mais há empenho na equiparação de 6.1 O plano nacional
oportunidades para que a deficiência não Na área de educação, as ações contem-
seja utilizada como motivo de impedimen- plam a implantação de Salas de Recursos
to à realização dos sonhos, dos desejos, Multifuncionais (SRM), a promoção de
dos projetos, valorizando e estimulando acessibilidade arquitetônica nas escolas,
o protagonismo e as escolhas das brasilei- a formação de professores para realiza-
ras e dos brasileiros com e sem deficiên- ção do Atendimento Educacional Especia-
cia. lizado (AEE) e a aquisição de ônibus esco-
Atualmente, no Brasil, 45 milhões de lares acessíveis.
pessoas declaram possuir algum tipo de Em termos de formação profissional,
deficiência, segundo o Censo IBGE/2010. as pessoas com deficiência são priorida-
A proposta do Viver sem Limite é que o de para matrícula nos cursos do Programa
Governo Federal, estados, Distrito Fe- Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
deral e municípios façam com que a Con- Emprego (PRONATEC). Na educação supe-
venção aconteça na vida das pessoas, por rior serão instalados núcleos de acessibi-
meio da articulação de políticas governa- lidade nas Instituições Federais de Ensi-
mentais de acesso à educação, inclusão no Superior (IFES) e ofertados cursos de
social, atenção à saúde e acessibilidade. formação em Pedagogia, com ênfase na
Elaborado com a participação de mais educação bilíngue – Língua Brasileira de
de 15 ministérios e do Conselho Nacional Sinais (LIBRAS)/Língua Portuguesa –, e
dos Direitos da Pessoa com Deficiência cursos de Letras/Libras em todas as uni-
(CONADE), que trouxe as contribuições da dades da Federação.
sociedade civil, o Plano Viver sem Limite Para promover acesso à educação de
envolve todos os entes federados e prevê mais crianças e adolescentes com defici-
36

ência beneficiários do Benefício de Pres- e frequência dos estudantes com defici-


tação Continuada (BPC), o Plano Viver sem ência à escola. Por esse motivo, essa ação
Limite estabeleceu como meta ampliar as prioriza os municípios com maior número
ações de monitoramento e acompanha- de beneficiários do BPC em idade escolar
mento que compõem o Programa BPC na obrigatória e que estão fora da escola.
Escola. Os veículos adquiridos têm como objetivo
transportar estudantes tanto para as au-
As Salas de Recursos Multifuncionais
las quanto para o Atendimento Educacio-
são espaços nos quais é realizado o Aten-
nal Especializado (AEE), rural ou urbano.
dimento Educacional Especializado (AEE),
complementar ou suplementar à escola- O Programa Nacional de Acesso ao En-
rização dos estudantes com deficiência. sino Técnico e Emprego (PRONATEC) tem
Tem como objetivos produzir e organizar como objetivo principal expandir e demo-
serviços e estratégias que assegurem os cratizar a educação profissional e tecno-
meios, modos e formatos de comunica- lógica no país. Uma das ações do programa
ção e de acesso à informação e ao conhe- é a Bolsa-Formação, que oferece cursos
cimento. Elas possuem equipamentos, técnicos e de formação inicial e continua-
mobiliários e materiais pedagógicos e de da (FIC), também conhecidos como cursos
acessibilidade destinados a atender às de qualificação profissional. Esses cursos
especificidades educacionais de cada um são presenciais e serão realizados pela
dos estudantes. Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica, por escolas esta-
O Programa Escola Acessível disponi-
duais e por unidades de serviços nacionais
biliza recursos financeiros às escolas pú-
de aprendizagem, como o SENAC, o SENAI
blicas, por meio do Programa Dinheiro Di-
e o SENAR.
reto na Escola (PDDE), para promoção de
acessibilidade arquitetônica nos prédios Existem dois tipos de Bolsa-Forma-
escolares e compra de materiais e equipa- ção:
mentos de tecnologia assistiva.
a) Na Bolsa-Formação Estudante são
Por meio dessa ação, as escolas podem oferecidos cursos técnicos com duração
adequar e construir rampas, sanitários mínima de 800 horas, destinados a estu-
acessíveis e vias de acesso; alargar por- dantes das redes públicas de ensino mé-
tas, instalar corrimãos e equipamentos de dio.
sinalização visual, tátil e sonora; adquirir
b) Na Bolsa-Formação Trabalhador
cadeiras de rodas e outros recursos de
são oferecidos cursos de formação inicial
tecnologia assistiva.
e continuada para trabalhadores de dife-
O Transporte Escolar Acessível tem rentes perfis, com prioridade para aque-
como objetivo responder a uma das princi- les em situação de vulnerabilidade social.
pais demandas da população registradas Em ambos os casos, os beneficiários terão
durante visitas domiciliares do Programa direito a cursos gratuitos e de qualidade,
BPC na Escola: a falta de transporte aces- alimentação, transporte e a todos os ma-
sível como barreira que impede o acesso teriais escolares necessários.
37

O Programa de Acessibilidade na Edu- de (MS), o Ministério do Desenvolvimento


cação Superior – Incluir – apoia projetos de Social e Combate à Fome (MDS) e a Se-
criação ou reestruturação de Núcleos de cretaria de Direitos Humanos (SDH). Está
Acessibilidade das Instituições Federais voltado a crianças e adolescentes com
de Ensino Superior (IFES), responsáveis deficiência (0 a 18 anos) que recebem o
pela organização de ações institucionais Benefício de Prestação Continuada (BPC).
para a eliminação de barreiras atitudinais,
Em 2007, o programa realizou o primei-
pedagógicas, arquitetônicas e de comuni-
ro levantamento da situação escolar de
cação. Os Núcleos de Acessibilidade têm
crianças e adolescentes que recebiam o
como finalidade garantir e aprimorar o
BPC. Constatou-se que aproximadamente
acesso dos estudantes com deficiência a
70% estavam fora da escola. Diante desse
todos os espaços, ambientes, ações e pro-
dado, foi realizado o trabalho Inter seto-
cessos desenvolvidos nas IFES, buscando
rial com busca ativa dos beneficiários, que
seu pleno desenvolvimento acadêmico.
incluiu 219 mil visitas domiciliares para
Educação Bilíngue – formação de diagnosticar as razões dessa exclusão. O
professores e tradutores – intérpre- resultado é que, atualmente, a porcenta-
tes em Língua Brasileira de Sinais (Li- gem de beneficiários do BPC que estão na
bras): escola aumentou para 68,71%.

Hoje, no Brasil, está em atividade o cur- Enfim, o Plano Viver sem Limite possi-
so de graduação em Letras/Libras, ofer- bilitará a continuidade dessa ação, bem
tado em 18 polos, abrangendo as cinco como seu aprimoramento, pois ainda te-
regiões brasileiras. mos mais de 139 mil crianças e adolescen-
tes fora da escola.
Em relação aos tradutores-intérpretes,
desde 2007, o Ministério da Educação re- Para participar do programa, prefeitos
aliza anualmente o Exame Nacional para e governadores devem assinar termo de
Certificação de Proficiência em Libras e adesão específico. A partir daí, recebe-
para Certificação de Proficiência em Tra- rão do MDS uma relação dos beneficiários
dução e Interpretação de Libras (Proli- para realização das visitas domiciliares
bras), que certificou 6.100 profissionais. O que deverão identificar, por meio da apli-
exame está previsto para continuar sendo cação de um questionário, as principais
realizado até 2016. barreiras que impedem ou dificultam o
acesso e a permanência na escola. Após
Para tornar realidade, a educação bilín-
conhecimento das barreiras, serão viabi-
gue em nosso país, conforme disposto no
lizadas ações interssetoriais para a supe-
Decreto 5.626/2005, há necessidade da
ração dos entraves e para garantir que os
formação de mais profissionais, professo-
beneficiários acessem e permaneçam na
res e tradutores-intérpretes de Libras por
escola, com o acompanhamento dos Cen-
ano.
tros de Referência de Assistência Social
O Programa BPC na Escola é uma ação (CRAS), das escolas, das unidades de saú-
interministerial que envolve o Ministério de, dos Conselhos Tutelares, entre outros
da Educação (MEC), o Ministério da Saú- órgãos que fazem parte da rede de prote-
38

ção aos direitos das crianças e adolescen- em tecnologia assistiva, além de projetos
tes (BRASIL, 2012). cooperativos entre empresas brasileiras
e Instituições Científicas e Tecnológicas
Acessibilidade é um atributo do am-
(ICT).
biente que garante a melhoria da qualida-
de de vida e deve estar presente nos es- O Programa Minha Casa, Minha Vida
paços e na comunicação. II adaptada irá garantir às pessoas com
deficiência o direito à moradia adequada
Envolve a possibilidade de todas as pes-
à sua condição física, sensorial e intelec-
soas conviverem de forma independente,
tual, com a contratação de 1,2 milhão de
com segurança e autonomia, nos espaços,
unidades adaptáveis e a oferta de kits de
mobiliários e equipamentos abertos ao
adaptação em pelo menos 3% delas, con-
público ou de uso público. Para que pesso-
forme o tipo de deficiência.
as com deficiência utilizem, em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas, Centros Tecnológicos Cães-Guia:
o meio físico, o transporte e a informação,
No Brasil, até hoje, não havia formação
são necessárias medidas apropriadas para
pública para treinadores e instrutores de
efetivar a acessibilidade.
cães-guia e, por isso, a oferta dessa tec-
Assim, como parte do Plano Viver sem nologia assistiva é muito pequena e cara.
Limite, foi criada a Secretaria Nacional
O Plano Viver sem Limite estabelece
de Acessibilidade e Programas Urbanos
que serão implantados cinco centros tec-
(SNAPU), dentro do Ministério das Cida-
nológicos de formação de treinadores e
des. Ela tem como objetivo promover a
instrutores de cães-guia, distribuídos em
inserção do tema acessibilidade urbana
cada uma das regiões brasileiras. Neles
nos projetos governamentais da União,
serão formados profissionais aptos ao
estados, Distrito Federal e municípios, por
treinamento dos cães-guia e à formação
meio da instituição de uma política nacio-
das duplas (pessoa com deficiência visual
nal.
e cão-guia).
O Plano Viver sem Limite também es-
Programa Nacional de Tecnologia
tabelece ações relativas à construção de
Assistiva:
casas e apartamentos adaptáveis no Pro-
grama Minha Casa, Minha Vida; instalação Para que o número de produtos de tec-
de centros tecnológicos para formação de nologia assistiva disponíveis seja amplia-
treinadores e instrutores de cães-guia; e do, é necessário o investimento em pes-
instituição do Centro Nacional de Refe- quisa. Com esse objetivo, o Plano Viver
rência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), sem Limite determinou a implantação do
composto por núcleos de pesquisa em Centro Nacional de Referência em Tecno-
universidades públicas. logia Assistiva (CNRTA), que deverá orien-
tar uma rede composta por 20 núcleos de
Está garantido o financiamento de pes-
pesquisa em universidades públicas, a ser
quisas para o desenvolvimento de tec-
consolidada até 2014 para estabelecer as
nologias voltadas à inclusão de pessoas
diretrizes e coordenar ações de desen-
com deficiência e de produtos nacionais
39

volvimento em tecnologia assistiva, bem pessoas com deficiência. Por isso, era im-
como articular a atuação dos centros de portante criar uma linha de crédito que
produção científica e tecnológica do país. possibilitasse a aquisição de bens e servi-
Ele ficará no Centro de Tecnologia e Infor- ços, antes disponíveis apenas a determi-
mação Renato Archer, em Campinas. nada parcela da população.

Dentro do Programa Nacional de Tec- O Plano Viver sem Limite estabele-


nologia Assistiva está o financiamento ceu como uma de suas metas a criação
específico de pesquisas para o desenvol- de linha de crédito facilitado com juros
vimento de tecnologias que resultem em subsidiados pelo Governo Federal para
produtos a serem incorporados ao coti- aquisição desses produtos – o BB Crédito
diano das pessoas com deficiência. Acessibilidade. Por meio do microcrédito,
disponível para contratação no Banco do
Apenas o financiamento de pesquisa,
Brasil, a partir de janeiro de 2012, podem
muitas vezes, não é suficiente para que
ser financiados produtos de tecnologia
novos produtos cheguem até a população.
assistiva com valores entre R$ 70 a R$ 30
Assim, o programa estabelece também o
mil, por prazos de 4 a 60 meses, a juros de
financiamento de projetos cooperativos
0,64% ao mês, sem tarifa de abertura de
entre empresas brasileiras e Instituições
crédito, com até 59 dias para o pagamento
Científicas e Tecnológicas (ICT), com o
da primeira parcela.
objetivo de desenvolver produtos, meto-
dologias, estratégias, práticas e serviços É importante registrar que esse crédito
que aumentem a autonomia e a qualidade pode ser obtido por qualquer pessoa que
de vida de pessoas com deficiência, idosas queira adquirir para si ou para terceiros os
ou com mobilidade reduzida. A articulação produtos de tecnologia assistiva listados
de todas as ações incentiva a produção na Portaria Interministerial 31, de 1º de
nacional e dinamiza essa cadeia produti- fevereiro de 2012. Essa lista está dispo-
va. nível em: www.in.gov.br/imprensa/visu-
aliza/index.jsp?jornal=1&pagina=18&da-
Para que a população tenha conheci-
ta=07/02/2012
mento sobre quais são os produtos de
tecnologia assistiva existentes, foi dis-
ponibilizada a Lista Nacional de Produtos
6.2 A Convenção interna-
de Tecnologia Assistiva, que traz informa- cional sobre os direitos das
ções sobre mais de 1.200 produtos fabri-
cados ou distribuídos no país para pesso-
pessoas com deficiência –
as com deficiência ou mobilidade reduzida Decreto Nº 6.949 de 2009
e que será atualizada pelo menos uma vez De acordo com o Decreto nº 6.949, de
ao ano. Disponível em: http://assistiva. 25 de agosto de 2009, o qual promulga
mct.gov.br a Convenção Internacional sobre os Di-
O investimento em tecnologia assisti- reitos das Pessoas com deficiência e seu
va é um dos focos de ação que efetiva a protocolo facultativo, assinados em Nova
equiparação de oportunidades para as Iorque em 30 de março de 2007, o Brasil
decreta, in verbis:
40

Art. 1º A Convenção sobre os Direitos


das Pessoas com Deficiência e seu Pro-
tocolo Facultativo, apensos por cópia ao
presente Decreto, serão executados e
cumpridos tão inteiramente como neles
se contém.

Art. 2º São sujeitos à aprovação do


Congresso Nacional quaisquer atos que
possam resultar em revisão dos referidos
diplomas internacionais ou que acarretem
encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional, nos termos do art.
49, inciso I, da Constituição.

Devido ao grande número de leis e de-


cretos destinados às pessoas com defi-
ciência, colocamos em anexo as leis, mas
no site <http://bd.camara.gov.br/bd/bits-
tream/handle/bdcamara/2521/legisla-
cao_portadora_deficiencia_7ed.pdf?se-
quence=9> encontra-se toda a legislação,
inclusive decretos que podem ser consul-
tados quando necessário.
41

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v. 11, n. 23, p. 149-162, set./dez. 2010. WALTER, Cátia Crivelenti de Figueiredo;
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inclusiva/pdf/Tecnologias_assistivas_
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SCHIRMER, Carolina R. Metodologia


45

ANEXOS

Leis brasileiras sobre LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984 –


institui a Lei de Execução Penal.
pessoas com deficiência
DECRETO-LEI Nº 2.236, DE 23 DE JANEI-
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERA- RO DE 1985 – altera a tabela de emolu-
TIVA DO BRASIL – dispositivos referentes mentos e taxas aprovada pelo art. 131 da
aos direitos das pessoas com deficiência. Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980.
DECRETO LEGISLATIVO Nº 186, DE 2008 LEI Nº 7.405, DE 12 DE NOVEMBRO DE
– aprova o texto da Convenção sobre os 1985 – torna obrigatória a colocação do
Direitos das Pessoas com Deficiência e de “Símbolo Internacional de Acesso” em to-
seu Protocolo Facultativo, assinados em dos os locais e serviços que permitam sua
Nova York, em 30 de março de 2007 Leis utilização por pessoas portadoras de defi-
e decretos-leis. ciência e dá outras providências.
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEM- LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE
BRO DE 1940 – institui o Código Penal. 1989 – dispõe sobre o apoio às pessoas
DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO portadoras de deficiência, sua integração
DE 1943 – aprova a Consolidação das Leis social, sobre a Coordenadoria Nacional
do Trabalho. para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (Corde), institui a tutela juris-
LEI Nº 1.521, DE 26 DE DEZEMBRO DE dicional de interesses coletivos ou difu-
1951 – altera dispositivos da legislação sos dessas pessoas, disciplina a atuação
vigente sobre crimes contra a economia do Ministério Público, define crimes, e dá
popular. outras providências.
LEI Nº 4.613, DE 2 DE ABRIL DE 1965 – LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990
isenta dos impostos de importação e de – dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
consumo, bem como da taxa de despacho Adolescente, e dá outras providências.
aduaneiro, os veículos especiais destina-
dos a uso exclusivo de paraplégicos ou de LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE
pessoas portadoras de defeitos físicos, os 1990 – dispõe sobre o Regime Jurídico dos
quais fiquem impossibilitados de utilizar Servidores Públicos Civis da União, das
os modelos comuns. autarquias e das fundações públicas fe-
derais.
LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965 –
institui o Código Eleitoral. LEI Nº 8.160, DE 8 DE JANEIRO DE 1991
– dispõe sobre a caracterização de símbo-
LEI Nº 7.070, DE 20 DE DEZEMBRO DE lo que permita a identificação de pessoas
1982 – dispõe sobre pensão especial para portadoras de deficiência auditiva.
os deficientes físicos que especifica e dá
outras providências. LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991 –
dispõe sobre a organização da Seguridade
46

Social, institui plano de custeio, e dá ou- sistência social e dá outras providências.


tras providências.
LEI Nº 8.899, DE 29 DE JUNHO DE 1994
LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 – concede passe livre às pessoas portado-
– dispõe sobre os planos de benefícios da ras de deficiência no sistema de transpor-
Previdência Social e dá outras providên- te coletivo interestadual.
cias.
LEI Nº 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE
LEI Nº 8.383, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1995 – dispõe sobre a isenção do Imposto
1991 – institui a Unidade Fiscal de Refe- sobre Produtos Industrializados (IPI), na
rência, altera a legislação do Imposto de aquisição de automóveis para utilização
Renda, e dá outras providências. no transporte autônomo de passageiros,
bem como por pessoas portadoras de de-
LEI Nº 8.625, DE 12 DE FEVEREIRO DE
ficiência física, e dá outras providências.
1993 – institui a Lei Orgânica Nacional do
Ministério Público, dispõe sobre normas LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE
gerais para a organização do Ministério 1996 – estabelece as diretrizes e bases da
Público dos estados e dá outras providên- educação nacional.
cias.
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 –
LEI Nº 8.642, DE 31 DE MARÇO DE 1993 define os crimes de tortura e dá outras
– dispõe sobre a instituição do Programa providências.
Nacional de Atenção Integral à Criança
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE
e ao Adolescente (Pronaica) e dá outras
1997 – institui o Código de Trânsito Brasi-
providências.
leiro.
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
LEI Nº 9.533, DE 10 DE DEZEMBRO DE
– regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
1997 – autoriza o Poder Executivo a con-
Constituição Federal, institui normas para
ceder apoio financeiro aos municípios que
licitações e contratos da administração
instituírem programas de garantia de ren-
pública e dá outras providências.
da mínima associados a ações socioedu-
LEI Nº 8.686, DE 20 DE JULHO DE 1993 cativas.
– dispõe sobre o reajustamento da pensão
LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE
especial aos deficientes físicos portado-
1998 – altera, atualiza e consolida a legis-
res da Síndrome de Talidomida, instituída
lação sobre direitos autorais e dá outras
pela Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de
providências.
1982.
LEI Nº 9.656, DE 3 DE JUNHO DE 1998 –
LEI Nº 8.687, DE 20 DE JULHO DE 1993
dispõe sobre os planos e seguros privados
– retira da incidência do Imposto de Ren-
de assistência à saúde.
da benefícios percebidos por deficientes
mentais. LEI Nº 9.867, DE 10 DE NOVEMBRO DE
1999 – dispõe sobre a criação e o funcio-
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE
namento de cooperativas sociais, visando
1993 – dispõe sobre a organização da as-
à integração social dos cidadãos, confor-
47

me especifica. dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Tor-


cedor e dá outras providências.
LEI Nº 9.961, DE 28 DE JANEIRO DE 2000
– cria a Agência Nacional de Saúde Suple- LEI Nº 10.708, DE 31 DE JULHO DE 2003
mentar (ANS) e dá outras providências. – institui o auxílio-reabilitação psicosso-
cial para pacientes acometidos de trans-
LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE
tornos mentais egressos de internações.
2000 – dá prioridade de atendimento às
pessoas que especifica, e dá outras provi- LEI Nº 10.845, DE 5 DE MARÇO DE 2004
dências. – institui o Programa de Complementação
ao Atendimento Educacional Especializa-
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE
do às Pessoas Portadoras de Deficiência,
2000 – estabelece normas gerais e crité-
e dá outras providências.
rios básicos para a promoção da acessi-
bilidade das pessoas portadoras de defi- LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005
ciência ou com mobilidade reduzida, e dá – dispõe sobre o direito do portador de de-
outras providências. ficiência visual de ingressar e permanecer
em ambientes de uso coletivo acompa-
LEI Nº 10.172, DE 9 DE JANEIRO DE 2001
nhado de cão-guia.
– aprova o Plano Nacional de Educação e
dá outras providências. LEI Nº 11.133, DE 14 DE JULHO DE 2005
– institui o Dia Nacional de Luta da Pessoa
LEI Nº 10.182, DE 12 DE FEVEREIRO
Portadora de Deficiência.
DE 2001 – restaura a vigência da Lei nº
8.989, de 24 de fevereiro de 1995, que LEI Nº 12.190, DE 13 DE JANEIRO DE
dispõe sobre a isenção do Imposto sobre 2010 – concede indenização por dano mo-
Produtos Industrializados (IPI) na aquisi- ral às pessoas com deficiência física de-
ção de automóveis destinados ao trans- corrente do uso da talidomida, altera a Lei
porte autônomo de passageiros e ao uso nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982, e dá
de portadores de deficiência física, reduz outras providências.
o imposto de importação para os produtos
LEI Nº 12.513, DE 26 DE OUTUBRO DE
que especifica, e dá outras providências
2011 – institui o Programa Nacional de
LEI Nº 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001 – Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
dispõe sobre a proteção e os direitos das (PRONATEC); altera as Leis nº 7.998, de 11
pessoas portadoras de transtornos men- de janeiro de 1990, que regula o Progra-
tais e redireciona o modelo assistencial ma do Seguro-Desemprego, o Abono Sa-
em saúde mental. larial e institui o Fundo de Amparo ao Tra-
balhador (FAT), nº 8.212, de 24 de julho de
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE
1991, que dispõe sobre a organização da
2002 – institui o Código Civil.
Seguridade Social e institui Plano de Cus-
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002 teio, nº 10.260, de 12 de julho de 2001,
– dispõe sobre a Língua Brasileira de Si- que dispõe sobre o Fundo de Financia-
nais (Libras) e dá outras providências. mento ao Estudante do Ensino Superior,
e nº 11.129, de 30 de junho de 2005, que
LEI Nº 10.671, DE 15 DE MAIO DE 2003 –
48

institui o Programa Nacional de Inclusão Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990


de Jovens (ProJovem); e dá outras provi- (Estatuto da Criança e do Adolescente);
dências. 7.560, de 19 de dezembro de 1986, 7.998,
de 11 de janeiro de 1990, 5.537, de 21 de
LEI Nº 12.587, DE 3 DE JANEIRO DE 2012
novembro de 1968, 8.315, de 23 de de-
– institui as diretrizes da Política Nacional
zembro de 1991, 8.706, de 14 de setem-
de Mobilidade Urbana; revoga dispositi-
bro de 1993, os Decretos-Leis nos 4.048,
vos dos Decretos-Leis nos 3.326, de 3 de
de 22 de janeiro de 1942, 8.621, de 10 de
junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de
janeiro de 1946, e a Consolidação das Leis
1943, da Consolidação das Leis do Traba-
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-
lho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis
nos 5.917, de 10 de setembro de 1973, e LEI Nº 12.622, DE 8 DE MAIO DE 2012 –
6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá institui o Dia Nacional do Atleta Paralímpi-
outras providências. co e dá outras providências.

LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE


2012 – institui o Sistema Nacional de 2012 – institui a Política Nacional de Pro-
Atendimento Socioeducativo (SINASE), teção dos Direitos da Pessoa com Trans-
regulamenta a execução das medidas so- torno do Espectro Autista; e altera o § 3º
cioeducativas destinadas a adolescente do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem-
que pratique ato infracional; e altera as bro de 1990.

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Tecnologia Assistiva - Tecnologia e Aces-


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50

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