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Este artigo tomou por base o Trabalho de Conclusão de Curso “Memorial do Programa Cordas da Amazônia e
sua Contribuição Sócio-Cultural”, de autoria de Ulisses Wilson Vaz Farias (FARIAS, 2009-c). Ulisses foi
aluno e, posteriormente, monitor do Programa Cordas da Amazônia, e reconhece-se beneficiado por este
Programa: “através do Programa Cordas da Amazônia, tive a oportunidade de conhecer culturas diferentes,
através das turnês da Orquestra Infanto-Juvenil de Violoncelistas da Amazônia, da qual fiz parte como
violoncelista e monitor. Através do curso de violoncelo, tive acesso a pessoas tanto do movimento musical,
quanto do cultural, e isso me deu oportunidades e me abriu portas. Pude adquirir, por exemplo, dois
violoncelos, instrumentos que fora do Programa não poderia comprar, pelo fato de ser muito caro. O próprio
meio me deu a possibilidade de adquiri-los. Tive oportunidade de viajar, de morar fora de Belém, de tocar em
orquestras paraenses e nacionais. Toquei como músico de orquestra, por exemplo, no Copacabana Palace (RJ),
na Sala Cecília Meireles (RJ) e no Teatro da Paz (PA). O Programa Cordas da Amazônia também me deu a
oportunidade de desenvolver minha vida acadêmica. Este ano, estou concluindo o curso de Licenciatura Plena
em Música na UFPA. Aprendi que, com disciplina, responsabilidade e estudo, se pode construir um futuro
melhor (FARIAS, 2009-c).
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Situação-Problema
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TCC de Társilla Rodrigues “Educação Musical por meio de cordas friccionadas e a abrangência no ensino de
música: um estudo descritivo do Programa Cordas da Amazônia” (2008 – Licenciatura em Música/UEPA);
TCC de Társis Lopes “A Evasão no Programa Cordas da Amazônia” (2008 – Licenciatura em Música/UFPA);
TCC de Jéssica Rodrigues “Musicalização de Crianças e Adolescentes com Diagnóstico de Autismo” (2009 –
Licenciatura em Música/UEPA); e TCC de Ulisses Wilson Vaz Farias “Memorial do Programa Cordas da
Amazônia e sua Contribuição Sócio-Cultural” (2009 - Licenciatura em Música/UFPA).
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cultural pautada na educação inclusiva e viabilizada por sua ênfase nos três pilares da
Universidade Federal do Pará: ensino, pesquisa e extensão.
1.2 Metodologia
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DeFreitas (FARIAS, 2009-b) delimita três gerações do Projeto Cordas dentro das escolas de música oficiais de
Belém: a primeira geração teria sido o Projeto Espiral do Instituto Carlos Gomes (1977-1981), em convênio
com a SECDET; a segunda geração seria o Projeto Cordas do Instituto Carlos Gomes (1988-1989), viabilizado
pela Fundação Carlos Gomes; e a terceira geração, iniciaria com o Projeto Cordas da Amazônia: Violoncelo
em Grupo (2006-2007), idealizado e criado pelo professor doutor Áureo DeFreitas em convênio com a
UMUFPA, culminando no atual Programa Cordas da Amazônia (2008), coordenado por DeFreitas, em
convênio com a UFPA. Segundo DeFreitas, o Projeto Violoncelo em Grupo (1997-2005) é o embrião do
ensino em grupo de cordas friccionadas em Belém, oficializado apenas 2006, com o Projeto Cordas. DeFreitas
considera ,que todas estas três gerações se assemelham ,por terem o mesmo formato do Projeto Cordas norte-
americano – que é o mentor dessa idéia (FARIAS, 2009-b).
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Projeto Cordas na cidade –, caracterizando-se por inserir o ensino do violoncelo em grupo nas
escolas de música oficiais de Belém: Escola de Música da UFPA e Instituto Carlos Gomes.
DeFreitas inicia o Projeto Violoncelo em Grupo (1997) ensinando, primeiramente,
adultos a tocar violoncelo e, posteriormente, crianças e adolescentes das duas escolas de
música oficiais de Belém; constrói-se, assim, a primeira rede de estudantes de violoncelo
tocando em grupo na cidade, que abrange o nível fundamental e médio de formação escolar
(DEFREITAS, 2009). Essa rede de alunos de violoncelo, a partir de então, não para de crescer
e , em 1998, é montada a primeira orquestra de violoncelistas da Região Norte, composta por
crianças e adolescentes: a Orquestra Infanto-Juvenil de Violoncelistas da Amazônia – OIJVA
(DEFREITAS, 2009).
Segundo DeFreitas (2009), sua estratégia era – e continua sendo – oportunizar o
estudo do violoncelo a crianças, adolescentes e adultos – adaptando o tamanho apropriado do
instrumento4 ao tamanho do aluno – por meio de aulas em grupo descontraídas, possibilitando
ao estudante o gostar de praticar o violoncelo, a fim de proporcionar uma base técnico-
musical eficaz na formação de novos violoncelistas.
DeFreitas ressalta a versatilidade dos violoncelistas da OIJVA, que passaram a se
destacar tanto como instrumentistas solistas, quanto também como cameristas e músicos de
orquestra, verificando que:
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Segundo DeFreitas (2009), a filosofia Suzuki (1969) sugere o ensino de violoncelo para crianças. Isso é
possível porque são vários os tamanhos do violoncelo: 1/16 (o menor), 1/8, 1/4 ; 1/2; 3/4; e 4/4 (o maior).
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Sobre o Projeto Cordas da Amazônia: DEFREITAS (2006; 2007; 2009); FARIAS (2009-b); site do STRING
PROJECT (2009); SUZUKI (1969, apud DEFREITAS, 2009).
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SUZUKI, Shinichi. Nurtured by Love: a new approach to education. Série: An Exposition – university book,
1969.
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Localizado na Avenida Conselheiro Furtado, 2007, bairro: Cremação.
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Dentre as músicas do rock norte-americano, pode-se citar músicas da Banda Metálica, com arranjos do grupo
Apocaliptica: Hope; Path; Fade to Black; Nothing of Else Matters; Master of Puppets; e The Unforgiven.
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Dentre as músicas do rock inglês: composições da Banda Beatles.
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Dentre as músicas populares de compositores paraenses: Bom Dia Belém, de Edir Proença; e Belém-Pará-
Brasil, de Edmar Rocha.
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Sobre o Programa Cordas da Amazônia: Farias (2009-b); DEFREITAS et all (2009-a); DEFREITAS e
NOBRE (2008); RODRIGUES (2008); LOPES (2008).
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“O artigo 207 da Constituição Federal Brasileira de 1988 dispõe que: ‘ (...) as universidades obedecerão ao
princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão’. Obrigando, com isso, que as universidades
sejam conduzidas, associando e integrando as atividades de ensino, extensão e pesquisa de maneira que se
complementem, para bem formar seus profissionais e universitários. Assim, forma-se um ciclo onde a pesquisa
aprimora e produz novos conhecimentos, os quais são difundidos pelo ensino e pela extensão, de maneira que
as três atividades tornam-se complementares e dependentes, atuando de forma sistêmica” (SILVA, 2009).
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Ensino: “A universidade é detentora do conhecimento e o transmite, por meio do ensino, aos educandos; (...)
Pelo ensino, conduz esses aprimoramentos e os novos conhecimentos aos educandos” (SILVA, 2009).
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Extensão: a universidade,“por meio da extensão, pode proceder a difusão, socialização e democratização do
conhecimento existente, bem como das novas descobertas à comunidade. A Extensão também propicia a
complementação da formação dos universitários, dada nas atividades de ensino, com a aplicação prática”
(SILVA, 2009).
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Pesquisa: a universidade, “por meio da pesquisa aprimora os conhecimentos existentes e produz novos
conhecimentos” (SILVA, 2009).
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Os transtornos do Desenvolvimento e Dificuldades de Aprendizagem – TDDA “são considerados de alta
incidência na população. De modo genérico eles podem ser definidos como quaisquer patologias ou eventos,
de origem genética ou adquiridos até os primeiros meses de vida, que comprometam o desenvolvimento do
indivíduo, podendo causar deficiências, físicas ou mentais, bem como restrições à funcionalidade e à
participação social. Exemplos destes transtornos são: (a) deficiência mental, como a síndrome de Down; (b)
transtornos de aprendizagem, envolvendo a fala, escrita, leitura, e comportamento; e (c) o autismo” (Nobre &
DeFreitas, 2009).
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O TDAH é considerado o distúrbio neuropsiquiátrico mais comum da infância e está incluído entre as doenças
crônicas mais prevalentes entre escolares. Estudos epidemiológicos dão conta que de 3% a 6% das crianças em
idade escolar apresentam TDAH (DEFREITAS et all, 2009-a).
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A dislexia é caracterizada como transtorno da leitura e da escrita, interferindo diretamente no rendimento
escolar, o que pode causar um rendimento acadêmico abaixo do que se espera para a idade cronológica do
indivíduo, ao seu potencial intelectual e à sua escolaridade. Segundo levantamentos epidemiológicos a dislexia
acomete em torno de 5 a 10% de escolares (DEFREITAS et all, 2009-a).
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Sobre a contribuição sócio-cultural do Programa Cordas da Amazônia: RODRIGUES (2008); FARIAS (2009-
b); DEFREITAS e NOBRE (2008); DEFREITAS (2009; 2009-a); DEFREITAS, CASSEB e NOBRE (2008).
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Desenvolve, por isso, desde 2008, pesquisas que orientem uma educação musical
criteriosa e consciente, investigando os efeitos da música em comportamentos de alunos
portadores de Transtornos. E em 2009, cria o Departamento de Inclusão Social (DIS), com a
finalidade de promover intervenções pedagógicas em turmas com alunos portadores de
Transtornos, orientações aos cuidadores desses alunos, e orientações aos professores e
estagiários do Programa Cordas da Amazônia (DEFREITAS et all, 2009-a).
O Programa Cordas da Amazônia, também viabiliza recitais com esses alunos,
trabalhando sua auto-estima e estimulando o seu desenvolvimento, seu equilíbrio emocional e
sua inclusão social (FARIAS, 2009-b).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS