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o 59 — 11 de Março de 2002
nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o são regulados g) A indicação do número de telefone do empreen-
pelo regime jurídico da urbanização e edificação, com dimento, quando exigível;
as especificidades estabelecidas nos artigos seguintes, h) A enumeração dos serviços a prestar, quando
competindo às câmaras municipais o seu licenciamento exigível;
ou a sua autorização. i) O período ou períodos de abertura anual;
2 — Aos processos respeitantes à instalação dos j) A indicação das línguas estrangeiras faladas pelo
empreendimentos de turismo no espaço rural previstos requerente;
na alínea f) do n.o 3 do artigo 2.o aplicam-se as normas l) A identificação dos equipamentos de animação
do Decreto-Lei n.o 167/97, de 4 de Julho, quanto aos e desportivos ou outros de interesse cultural e
estabelecimentos hoteleiros. recreativo disponíveis para utilização pelos hós-
3 — Aos empreendimentos de turismo no espaço pedes ou visitantes.
rural previstos na alínea g) do n.o 3 do artigo 2.o aplica-se
o regime jurídico previsto no Decreto-Lei n.o 192/82, 8 — Os estudos e projectos dos empreendimentos de
de 19 de Maio. turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) a e)
4 — Quando se prevejam obras de urbanização no do n.o 3 do artigo 2.o devem ser subscritos por arquitecto
presente diploma, aplica-se o regime jurídico da edi- ou por arquitecto em colaboração com engenheiro civil,
ficação e da urbanização previsto no n.o 1. devidamente identificados.
5 — Os pedidos de informação prévia e de licencia- 9 — Para os efeitos do disposto nos n.os 2 e 3 do
mento ou de autorização para a realização de operações artigo 19.o do Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezem-
urbanísticas relativos à instalação dos empreendimentos bro, os pareceres das direcções regionais do Ministério
de turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) a da Economia, da Direcção-Geral de Desenvolvimento
e) do n.o 3 do artigo 2.o devem ser instruídos nos termos Rural e dos órgãos regionais e locais de turismo, emi-
da legislação referida no n.o 1 e ainda com os elementos tidos, respectivamente, ao abrigo do disposto nos artigos
constantes do número seguinte, devendo o interessado 18.o, 19.o, 20.o, 22.o, 26.o e 27.o, são obrigatoriamente
indicar no pedido qual a classificação quanto à moda- comunicados por aquelas entidades à câmara municipal
lidade de hospedagem e o nome pretendidos. competente.
6 — O requerimento referido no número anterior é SECÇÃO II
instruído com os seguintes elementos:
Pedido de informação prévia
a) Plantas, à escala de 1:25 000 ou de 1:1000, refe-
rentes à localização do empreendimento de Artigo 17.o
turismo no espaço rural;
Requerimento
b) Fotografias, no formato de 20 cm×25 cm, do
interior dos edifícios ou das suas partes des- Qualquer interessado pode requerer à câmara muni-
tinadas aos hóspedes e das suas fachadas, bem cipal informação prévia sobre a possibilidade de instalar
como do local onde se integram; um empreendimento de turismo no espaço rural e quais
c) Documentos respeitantes às características his- os respectivos condicionamentos urbanísticos.
tóricas, arquitectónicas, ambientais e paisagís-
ticas da região; Artigo 18.o
d) Plantas da edificação ou edificações existentes,
respeitantes a todos os pisos, à escala de 1:100, Consulta à direcção regional do Ministério da Economia
com referência às unidades de alojamento afec- 1 — Sempre que a direcção regional do Ministério
tas à exploração turística, quando as mesmas da Economia competente em razão do território deva
não carecerem de obras. emitir parecer sobre o licenciamento ou a autorização
para a realização de obras de edificação referentes a
7 — O requerimento deve especificar os seguintes empreendimentos de turismo no espaço rural previstos
elementos: nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o, a câmara
a) O nome e o domicílio do requerente, bem como municipal deve consultar aquela entidade no âmbito da
a indicação da qualidade de proprietário, arren- apreciação do pedido de informação prévia, remeten-
datário, usufrutuário, locatário, titular do direito do-lhe para o efeito a documentação necessária no prazo
de uso e habitação, cessionário de exploração de 10 dias após a recepção do requerimento referido
ou comodatário; no artigo anterior.
b) A escritura de constituição da sociedade se se 2 — O parecer da direcção regional do Ministério da
tratar de uma sociedade familiar; Economia competente em razão do território destina-se
c) O nome a atribuir ao empreendimento de a verificar os seguintes aspectos:
turismo no espaço rural; a) A adequação dos empreendimentos de turismo
d) A localização e a descrição dos empreendimen- no espaço rural projectada ao uso pretendido;
tos e seus logradouros e das propriedades, se b) O cumprimento das normas estabelecidas no
estas existirem, bem como dos seus arredores; presente diploma e seu regulamento.
e) A descrição sumária dos acessos rodoviários,
dos transportes públicos, dos serviços médicos 3 — A direcção regional do Ministério da Economia
e de primeiros socorros e dos estabelecimentos competente em razão do território deve pronunciar-se
de restauração e de bebidas que servem o no prazo de 30 dias a contar da data da recepção da
empreendimento ou a aldeia; documentação.
f) A enumeração e a descrição dos quartos e das 4 — A não emissão de parecer dentro do prazo fixado
restantes divisões, dependências e zonas comuns no número anterior entende-se como parecer favorável.
destinadas aos hóspedes e a indicação das zonas 5 — Quando desfavorável, o parecer da direcção
dos empreendimentos e das propriedades de regional do Ministério da Economia competente em
acesso vedado a estes; razão do território é vinculativo.
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1 — Sempre que a Direcção-Geral de Desenvolvi- O prazo para a deliberação da câmara municipal sobre
mento Rural deva emitir parecer sobre o licenciamento o pedido de informação prévia conta-se a partir da data
ou a autorização para a realização de obras de edificação da recepção dos pareceres referidos nos artigos ante-
referentes a empreendimentos de turismo no espaço riores ou do termo do prazo estabelecido para a sua
rural previstos nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o, emissão.
nos termos do disposto no n.o 1 do artigo 26.o, a câmara SECÇÃO III
municipal deve consultar aquela entidade no âmbito da
apreciação do pedido de informação prévia, remeten- Licenciamento ou autorização de operações urbanísticas
do-lhe para o efeito a documentação necessária no prazo
de 10 dias após a recepção do requerimento referido Artigo 22.o
no artigo 17.o Parecer da direcção regional do Ministério da Economia
2 — O parecer da Direcção-Geral de Desenvolvi-
mento Rural destina-se a: 1 — O deferimento pela câmara municipal do pedido
do licenciamento ou da autorização para a realização
a) Verificar se os empreendimentos de turismo no de obras de edificação referentes aos empreendimentos
espaço rural previstos nas alíneas a) a e) do de turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) a
n.o 3 do artigo 2.o se localizam em zonas rurais; e) do n.o 3 do artigo 2.o carece sempre de parecer da
b) Apreciar o enquadramento dos empreendimen- direcção regional do Ministério da Economia compe-
tos de turismo no espaço rural, do estabeleci- tente em razão do território sobre o projecto de
mento de condições para a preservação, melho- arquitectura.
ria e ocupação do espaço rural e para a iden- 2 — À consulta prevista no número anterior aplica-se
tificação das sinergias com outras acções com- o disposto no artigo 19.o do Decreto-Lei n.o 555/99,
plementares que contribuam para a moderni- de 16 de Dezembro, com excepção do prazo previsto
zação do aparelho produtivo e de estímulo à no n.o 8 daquele artigo, que é alargado para 30 dias.
diversificação da oferta de serviços às empresas 3 — O parecer da direcção regional do Ministério da
e famílias em meio rural. Economia competente em razão do território destina-se
a verificar os seguintes aspectos:
3 — A Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural
deve pronunciar-se no prazo de 30 dias a contar da a) A adequação do empreendimento de turismo
data da recepção da documentação. no espaço rural projectado ao uso pretendido;
4 — A não emissão de parecer dentro do prazo fixado b) O cumprimento das normas estabelecidas no
no número anterior entende-se como parecer favorável. presente diploma e seu regulamento.
5 — Quando o parecer da Direcção-Geral de Desen-
volvimento Rural for desfavorável, nos termos previstos 4 — A direcção regional do Ministério da Economia
na alínea a) do n.o 2, tal parecer é vinculativo. competente em razão do território, juntamente com o
parecer, aprova o nome do empreendimento de turismo
no espaço rural e, a título provisório, fixa a capacidade
Artigo 20.o máxima e aprova a classificação quanto à modalidade
Consulta aos órgãos regionais e locais de turismo de hospedagem que o mesmo pode atingir de acordo
com o projecto apresentado.
1 — Sempre que a região de turismo competente em 5 — A direcção regional do Ministério da Economia
razão do território ou, quando esta não exista, o órgão competente em razão do território pode sujeitar a apro-
local de turismo competente deva emitir parecer sobre vação definitiva da classificação quanto à modalidade
o licenciamento ou a autorização para a realização de de hospedagem pretendida ao cumprimento de condi-
obras de edificação referentes aos empreendimentos de cionamentos legais ou regulamentares.
turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) a e) 6 — A falta de parecer, no prazo fixado no número
do n.o 3 do artigo 2.o, a câmara municipal deve consultar anterior, faz presumir o seu sentido favorável.
aquela entidade no âmbito da apreciação do pedido
de informação prévia, remetendo-lhe para o efeito a
documentação necessária no prazo de 10 dias após a Artigo 23.o
recepção do requerimento referido no artigo anterior. Parecer desfavorável
2 — O parecer referido no número anterior destina-se
a apreciar a localização e qualidade dos empreendimen- 1 — Pode ser emitido parecer desfavorável pela direc-
tos de turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) ção regional do Ministério da Economia competente
a e) do n.o 2 do artigo 3.o, as actividades de animação em razão do território com fundamento na inadequação
ou diversão por eles desenvolvidas, quando for caso do empreendimento de turismo no espaço rural pro-
disso, a sua contribuição para a divulgação das carac- jectado ao uso pretendido nas seguintes situações:
terísticas, produtos e tradições das regiões, designada- a) Quando o estado geral de conservação das casas
mente o seu património natural, paisagístico e cultural, não permitir avaliar a sua traça arquitectónica
itinerários temáticos, a gastronomia, o artesanato, o fol- ou a sua integração na arquitectura típica
clore, a caça, a pesca, os jogos e os transportes tra- regional;
dicionais e, de um modo geral, a sua importância para b) Caso se verifique a existência de indústrias, acti-
o desenvolvimento turístico da região. vidades ou locais insalubres, poluentes, ruidosos
3 — As entidades referidas no n.o 1 pronunciam-se ou incómodos nas proximidades do empreen-
no prazo de 30 dias a contar da data da recepção da dimento de turismo no espaço rural ou a pre-
documentação. visão da sua existência em plano especial ou
4 — A falta de parecer, no prazo fixado no número municipal de ordenamento do território legal-
anterior, faz presumir o seu sentido favorável. mente aprovado;
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c) Quando não forem preservadas as condições que regularmente convocados, não é impeditiva nem
naturais ou paisagísticas, do meio ambiente e constitui justificação do não funcionamento da comissão
do património cultural e arquitectónico; nem da emissão do parecer.
d) Quando não existirem vias de acesso adequadas; 8 — A direcção regional do Ministério da Economia
e) Quando não existirem ou forem insuficientes competente em razão do território, quando for caso
as estruturas hospitalares ou de assistência disso, reformulará a posição inicial de acordo com o
médica, se o tipo e a dimensão da casa as sentido de parecer da comissão.
justificarem; 9 — No caso previsto no n.o 1, a direcção regional
f) Quando se situarem na proximidade de estru- do Ministério da Economia competente em razão do
turas urbanas degradadas. território deve comunicar à câmara municipal que o
prazo previsto no n.o 2 do artigo 22.o se considera sus-
2 — Para efeitos do disposto na alínea b) do número penso de acordo com o estabelecido naquele número.
anterior, não se consideram factores ruidosos ou incó- 10 — Quando o director regional da economia com-
modos os que decorrem do exercício normal e corrente petente em razão do território não determinar a inter-
das actividades próprias das explorações agrícolas. venção da comissão, a direcção regional do Ministério
3 — Pode ainda ser emitido parecer desfavorável pela da Economia competente em razão do território enviará
direcção regional do Ministério da Economia compe- o parecer à câmara municipal no prazo de 15 dias a
tente em razão do território com fundamento no des- contar da data da recepção da resposta do interessado
respeito pelo disposto na alínea b) do n.o 3 do artigo ou do termo do prazo previsto no n.o 2.
anterior. 11 — Quando o director regional da economia com-
4 — Quando desfavorável, o parecer da direcção petente em razão do território determinar a intervenção
regional do Ministério da Economia competente em da comissão nos termos previstos no n.o 3, enviará o
razão do território é vinculativo. parecer à câmara municipal no prazo de 30 dias a contar
da data da recepção do parecer da comissão, ou do
termo do prazo previsto no n.o 5.
Artigo 24.o
Audição prévia
Artigo 25.o
1 — Quando a direcção regional do Ministério da Alterações a introduzir
Economia competente em razão do território estiver
na posse de elementos que possam conduzir a um pare- Quando emitir parecer desfavorável, a direcção regio-
cer desfavorável, esta notifica o interessado, dando-lhe nal do Ministério da Economia competente em razão
a conhecer os mesmos, antes de o comunicar à câmara do território deve fundamentar as alterações a introduzir
municipal. no projecto de arquitectura.
2 — No caso previsto no número anterior, pode o
interessado, no prazo de oito dias a contar da data da
comunicação prevista no número anterior, pronun- Artigo 26.o
ciar-se por escrito, junto do director regional da eco- Parecer da Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural
nomia competente em razão do território, de forma
fundamentada. 1 — O deferimento pela câmara municipal do pedido
3 — Logo que recebida a resposta do interessado pre- do licenciamento ou da autorização para a realização
vista no número anterior, o director regional da eco- de obras de edificação referentes aos empreendimentos
nomia competente em razão do território pode deter- de turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) a
minar a intervenção de uma comissão, composta por: e) do n.o 3 do artigo 2.o carece sempre de parecer da
Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural.
a) Um perito por ele nomeado, que presidirá; 2 — À consulta e à emissão de parecer da Direcção-
b) Um representante da direcção regional do -Geral de Desenvolvimento Rural no âmbito de um pro-
Ministério da Economia; cesso de licenciamento ou de autorização aplica-se o
c) Um representante da Direcção-Geral de Desen- disposto no artigo 19.o do Decreto-Lei n.o 555/99, de
volvimento Rural; 16 de Dezembro, com excepção do prazo previsto no
d) Um representante de uma associação patronal n.o 8 daquele artigo, que é alargado para 30 dias.
do subsector do turismo no espaço rural indi- 3 — O parecer da Direcção-Geral de Desenvolvi-
cado pelo interessado na sua resposta. mento Rural destina-se a verificar os seguintes aspectos:
4 — Poderão ainda integrar a comissão prevista no a) A verificar se os empreendimentos de turismo
número anterior representantes de outros serviços ou no espaço rural previstos nas alíneas a) a e)
organismos cuja intervenção seja considerada conve- do n.o 3 do artigo 2.o se localizam em zonas
niente pelo director regional da economia competente rurais;
em razão do território, embora sem direito a voto. b) A apreciar o enquadramento dos empreendi-
5 — A comissão pronuncia-se sobre a resposta do mentos de turismo no espaço rural previstos no
interessado no prazo de 15 dias a contar da data do número anterior, o estabelecimento de condi-
despacho que determinar a sua intervenção. ções para a preservação, melhoria e ocupação
6 — Compete ao presidente da comissão convocar os do espaço rural e para a identificação das siner-
restantes membros com uma antecedência mínima de gias com outras acções complementares que
cinco dias, devendo para tal solicitar previamente às contribuam para a modernização do aparelho
diversas entidades a indicação dos seus representantes. produtivo e de estímulo à diversificação da
7 — A ausência dos representantes das entidades oferta de serviços às empresas e famílias em
referidas nas alíneas b) a d) do n.o 3 e no n.o 4, desde meio rural.
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4 — A falta de parecer, no prazo fixado no número mento à câmara municipal das obras que autorize nos
anterior, faz presumir o seu sentido favorável. termos dos números anteriores e, se for caso disso, da
5 — Quando o parecer da Direcção-Geral de Desen- alteração da classificação quanto à modalidade de hos-
volvimento Rural for desfavorável, nos termos previstos pedagem, ou da capacidade máxima do empreendi-
na alínea a) do n.o 3, tal parecer é vinculativo. mento de turismo no espaço rural, para efeito do seu
averbamento ao alvará da licença ou de autorização de
Artigo 27.o utilização para turismo no espaço rural.
5 — Se o interessado pretender realizar as obras refe-
Parecer dos órgãos regionais e locais de turismo ridas no n.o 1 durante a construção do empreendimento,
1 — O deferimento pela câmara municipal do pedido deve requerer previamente à direcção regional do Minis-
tério da Economia competente em razão do território
do licenciamento ou da autorização para a realização
a respectiva autorização, aplicando-se nesse caso o dis-
de obras de edificação referentes aos empreendimentos
posto na parte final do n.o 2 e nos n.os 3 e 4.
de turismo no espaço rural previstos nas alíneas a) a
e) do n.o 3 do artigo 2.o carece sempre de parecer da
região de turismo competente em razão do território SECÇÃO IV
ou, quando esta não exista, do órgão local de turismo
competente. Licenciamento ou autorização da utilização
2 — O parecer referido no número anterior destina-se
a apreciar a localização e qualidade dos empreendimen- Artigo 29.o
tos de turismo no espaço rural previstos no número Licença ou autorização de utilização para turismo no espaço rural
anterior, as actividades de animação ou diversão por
eles desenvolvidas, quando for caso disso, a sua con- 1 — Concluída a obra e equipado o empreendimento
em condições de iniciar o seu funcionamento, o inte-
tribuição para a divulgação das características, produtos
ressado requer a concessão da licença ou da autorização
e tradições das regiões, designadamente o seu patri-
de utilização para turismo no espaço rural dos edifícios
mónio natural, paisagístico e cultural, itinerários temá- novos, reconstruídos, ampliados ou alterados ou das
ticos, a gastronomia, o artesanato, o folclore, a caça, fracções autónomas cujas obras tenham sido licenciadas
a pesca, os jogos e os transportes tradicionais e, de um ou autorizadas nos termos do presente diploma.
modo geral, a sua importância para o desenvolvimento 2 — A licença ou a autorização de utilização para
turístico da região. turismo no espaço rural destina-se a comprovar, para
3 — As entidades referidas no n.o 1 pronunciam-se além do disposto no artigo 62.o do Decreto-Lei
no prazo de 30 dias a contar da data da recepção da n.o 555/99, de 16 de Dezembro, a observância das normas
documentação. relativas às condições sanitárias.
4 — A falta de parecer, no prazo fixado no número 3 — A licença ou a autorização de utilização para
anterior, faz presumir o seu sentido favorável. turismo no espaço rural é sempre precedida da vistoria
a que se refere o artigo seguinte, a qual substitui a
Artigo 28.o vistoria prevista no artigo 64.o do Decreto-Lei n.o 555/99,
Obras isentas ou dispensadas de licença municipal
de 16 de Dezembro.
4 — O prazo para deliberação sobre a concessão da
1 — Carecem de autorização da direcção regional do licença ou autorização de utilização é o constante da
Ministério da Economia competente em razão do ter- alínea b) do n.o 1 do artigo 30.o do Decreto-Lei n.o
ritório as obras previstas nas alíneas a) e b) do n.o 1 555/99, de 16 de Dezembro, no caso de se tratar de
do artigo 6.o do Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezem- procedimento de autorização, e o previsto na alínea d)
bro, quando estas forem realizadas no interior dos do n.o 1 do artigo 23.o do mesmo diploma, no caso
empreendimentos de turismo no espaço rural previstos de se tratar de procedimento de licenciamento, a contar
nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o, desde que: em ambos os casos a partir da data da realização da
vistoria ou do termo do prazo para a sua realização.
a) Se destinem a alterar a classificação quanto à
modalidade de hospedagem ou a capacidade
máxima do empreendimento de turismo no Artigo 30.o
espaço rural; ou Vistoria
b) Sejam susceptíveis de prejudicar os requisitos
mínimos exigíveis para a classificação quanto 1 — A vistoria deve realizar-se no prazo de 30 dias
à modalidade de hospedagem do empreendi- a contar da data da apresentação do requerimento refe-
mento de turismo no espaço rural, nos termos rido no n.o 1 do artigo anterior e, sempre que possível,
do presente diploma e do regulamento a que em data a acordar com o interessado.
se refere o n.o 4 do artigo 2.o 2 — A vistoria é efectuada por uma comissão com-
posta por:
2 — Para os efeitos previstos no número anterior, o a) Três técnicos a designar pela câmara municipal,
interessado deve dirigir à direcção regional do Minis- dos quais, pelo menos, dois devem ter formação
tério da Economia competente em razão do território e habilitação legal para assinar projectos cor-
um requerimento instruído nos termos do disposto nos respondentes à obra objecto de vistoria;
n.os 5 a 7 do artigo 16.o b) O delegado concelhio de saúde ou o adjunto
3 — A autorização a que se refere o n.o 1 deve ser do delegado concelhio de saúde;
emitida no prazo de 15 dias a contar da data da recepção c) Um representante do órgão regional ou local
da documentação, sob pena de o requerimento se enten- de turismo;
der como tacitamente deferido. d) Um representante da associação patronal do
4 — A direcção regional do Ministério da Economia sector, no caso de o requerente o indicar no
competente em razão do território deve dar conheci- pedido de vistoria.
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1 — No prazo de dois meses a contar da data da emis- 1 — No prazo de 15 dias a contar da realização da
são do alvará de licença ou de autorização de utilização vistoria referida no artigo anterior ou, não tendo havido
N.o 59 — 11 de Março de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2077
vistoria, do termo do prazo para a sua realização, a 4 — Caso se verifique, na sequência de vistoria efec-
direcção regional do Ministério da Economia compe- tuada a um dos empreendimentos de turismo no espaço
tente em razão do território deve, a título definitivo, rural previstos no n.o 1, que o mesmo não reúne os
aprovar a classificação quanto à modalidade de hos- requisitos mínimos para poder ser classificado em qual-
pedagem dos empreendimentos de turismo no espaço quer das modalidades de hospedagem previstas nas alí-
rural previstos nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o, neas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o, deve ser determinado
fixar a respectiva capacidade máxima e, quando se tratar o seu imediato encerramento temporário até que sejam
do empreendimento previsto na alínea d) do n.o 3 do realizadas as obras ou eliminadas as deficiências que
mesmo artigo, o número de casas, sem prejuízo do dis- permitam atribuir-lhe uma nova classificação.
posto no n.o 4 do artigo 43.o 5 — No caso previsto no número anterior, o presi-
2 — Quando a classificação quanto à modalidade de dente da câmara municipal, oficiosamente ou a soli-
hospedagem ou a capacidade máxima definitivas não citação da direcção regional do Ministério da Economia
coincidam com a classificação ou a capacidade provi- competente em razão do território, deve apreender o
sórias, a decisão deve ser fundamentada. respectivo alvará de licença ou de autorização de uti-
3 — A classificação quanto à modalidade de hospe- lização para turismo no espaço rural enquanto não for
dagem e a capacidade máxima definitivas do empreen- atribuída ao empreendimento de turismo no espaço
dimento de turismo no espaço rural são averbadas ao rural nova classificação quanto à modalidade de hos-
alvará de licença ou de autorização de utilização para
pedagem.
turismo no espaço rural, devendo para o efeito a direc-
ção regional do Ministério da Economia competente 6 — À alteração da capacidade máxima dos empreen-
em razão do território comunicar o facto à câmara dimentos de turismo no espaço rural previstos nas alí-
municipal. neas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o aplica-se, com as
necessárias adaptações, o disposto no n.o 1.
Artigo 42.o 7 — Quando for requerida a reclassificação noutra
Deferimento tácito modalidade de hospedagem dos empreendimentos de
turismo no espaço rural previstos no n.o 1 pelo inte-
A não realização da vistoria no prazo fixado no n.o 2 ressado, aplica-se, com as necessárias adaptações, o dis-
do artigo 40.o ou a falta de decisão final no prazo referido posto nos artigos 39.o a 42.o
no n.o 1 do artigo anterior vale como deferimento tácito
do pedido de aprovação definitiva da classificação
quanto à modalidade de hospedagem dos empreendi- Artigo 44.o
mentos de turismo no espaço rural previstos nas alíneas
Recurso hierárquico facultativo
a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o, considerando-se também
definitiva a capacidade máxima da mesma provisoria- 1 — Quando o interessado não concorde com a clas-
mente fixada. sificação quanto à modalidade de hospedagem ou a
Artigo 43.o capacidade máxima atribuídas pela direcção regional do
Revisão da classificação quanto à modalidade de hospedagem Ministério da Economia competente em razão do ter-
ritório nos termos do artigo 41.o, ou com a revisão efec-
1 — A classificação quanto à modalidade de hospe- tuada nos termos dos n.o 1 do artigo anterior, com a
dagem atribuída a um dos empreendimentos de turismo necessidade de proceder a obras, com o prazo fixado
no espaço rural previstos nas alíneas a) a e) do n.o 3 para a sua realização, pode interpor recurso hierárquico
do artigo 2.o pode ser revista pela direcção regional para o membro do Governo responsável pela área do
do Ministério da Economia competente em razão do turismo.
território, a todo o tempo, oficiosamente, a solicitação 2 — Logo que interposto o recurso, o membro do
do respectivo órgão regional ou local de turismo ou Governo referido no número anterior pode determinar
a requerimento dos interessados, nas seguintes situa- a intervenção de uma comissão composta por:
ções:
a) Um perito por ele nomeado, que presidirá;
a) Verificada a alteração dos pressupostos que a b) Dois representantes da direcção regional do
determinaram ao abrigo das normas e dos requi- Ministério da Economia competente em razão
sitos previstos no decreto regulamentar a que do território;
se refere o n.o 4 do artigo 2.o; c) Um representante do órgão regional ou local
b) Se o interessado, na sequência de vistoria efec-
de turismo;
tuada ao empreendimento de turismo no espaço
rural, não realizar as obras ou não eliminar as d) Um representante da associação patronal do
deficiências para que foi notificado no prazo sector, no caso de o requerente o indicar no
não superior a 18 meses, que lhe tiver sido fixado recurso hierárquico.
pela direcção regional do Ministério da Eco-
nomia competente em razão do território. 3 — A comissão emite um parecer sobre o recurso
interposto no prazo de 30 dias a contar da data do
2 — Em casos excepcionais resultantes da complexi- despacho da sua constituição.
dade e morosidade da execução dos trabalhos, o prazo 4 — Compete ao presidente da comissão convocar os
previsto na alínea b) do número anterior pode ser pror- restantes membros com uma antecedência mínima de
rogado por um período não superior a 12 meses, a reque- oito dias, devendo para tal solicitar previamente às diver-
rimento do interessado. sas entidades a indicação dos seus representantes.
3 — Sempre que as obras necessitem de alvará de 5 — A ausência dos representantes das entidades
licença ou de autorização camarária, o prazo para a referidas nas alíneas b) a d) do n.o 2, desde que regu-
sua realização é o fixado pela câmara municipal no res- larmente convocados, não é impeditiva nem constitui
pectivo alvará de licença ou de autorização de operações justificação do não funcionamento da comissão nem da
urbanísticas. emissão do parecer.
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aos empreendimentos de turismo no espaço 2.o deve existir um livro destinado aos hóspedes para
rural previstos nas alíneas a) a e) do n.o 3 do que estes possam formular observações e reclamações
artigo 2.o, sem prejuízo das competências atri- sobre o estado e a apresentação das instalações e do
buídas às autoridades de saúde pelo Decreto-Lei equipamento, bem como sobre a qualidade dos serviços
n.o 336/93, de 29 de Setembro; e o modo como foram prestados.
b) Conhecer das reclamações apresentadas sobre 2 — O livro de reclamações deve ser obrigatória e
o funcionamento e o serviço dos empreendi- imediatamente facultado ao hóspede que o solicite.
mentos de turismo no espaço rural, referidos 3 — Um duplicado das observações ou reclamações
na alínea anterior, oficiosamente ou a pedido deve ser enviado pelo responsável do empreendimento
dos órgãos regionais ou locais de turismo ou à direcção regional do Ministério da Economia com-
das associações patronais do sector, bem como petente em razão do território.
ordenar as providências necessárias para cor- 4 — Deve ser entregue ao hóspede um duplicado das
rigir as deficiências neles verificadas; observações ou reclamações escritas no livro, o qual,
c) Proceder à organização e instrução dos proces- se o entender, pode remetê-lo à direcção regional do
sos referentes às contra-ordenações previstas no Ministério da Economia competente em razão do ter-
presente diploma e seu regulamento, sem pre- ritório, acompanhado dos documentos e meios de prova
juízo das competências em matéria de fiscali- necessários à apreciação das mesmas.
zação atribuídas às autoridades de saúde pelo 5 — O livro de reclamações é editado pela Direc-
Decreto-Lei n.o 336/93, de 29 de Setembro. ção-Geral do Turismo e fornecido por esta, pelas direc-
ções regionais do Ministério da Economia ou pelas enti-
2 — Compete às câmaras municipais fiscalizar, ofi- dades autorizadas para o efeito, sendo o modelo, o
ciosamente ou a pedido da direcção regional do Minis- preço, o fornecimento, a distribuição, a utilização e a
tério da Economia competente em razão do território, instrução aprovados por portaria do membro do
dos órgãos regionais ou locais de turismo ou das asso- Governo responsável pela área do turismo.
ciações patronais do sector, o estado das construções
e as condições de segurança de todos os edifícios em
que estejam instalados empreendimentos de turismo no Artigo 61.o
espaço rural, bem como fiscalizar a utilização, directa Contra-ordenações
ou indirecta, de edifício ou parte de edifício para a explo-
ração de serviços de alojamento sem licença ou auto- 1 — Para além das previstas no decreto regulamentar
rização de utilização para turismo no espaço rural. a que se refere o n.o 4 do artigo 2.o e das estabelecidas
3 — A competência prevista na alínea a) do n.o 1 no artigo 98.o do Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de
pode ser delegada nos órgãos regionais ou locais de Dezembro, constituem contra-ordenações:
turismo. a) A utilização, directa ou indirecta, de edifício
4 — Quando as acções de fiscalização previstas na ou parte de edifício para a exploração de ser-
alínea b) do n.o 1 e no n.o 2 do presente artigo forem viços de alojamento sem alvará de licença ou
efectuadas a pedido dos órgãos regionais ou locais de de autorização de utilização para turismo no
turismo ou das associações patronais do sector, a direc- espaço rural emitida nos termos do presente
ção regional do Ministério da Economia competente diploma;
em razão do território ou a câmara municipal, consoante b) A realização de obras no interior dos empreen-
o caso, deve enviar àquelas entidades, no prazo de oito dimentos de turismo no espaço rural previstos
dias a contar da data da sua realização, cópia do auto nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo 2.o sem
de fiscalização. a autorização da direcção regional do Ministério
Artigo 59.o da Economia competente em razão do território
prevista no n.o 1 do artigo 28.o;
Serviços de inspecção
c) A falta de apresentação do requerimento pre-
1 — Aos funcionários das direcções regionais do visto no n.o 1 do artigo 39.o;
Ministério da Economia, das câmaras municipais e, d) A violação do disposto nos n.os 1 a 4 do artigo
quando for caso disso, dos órgãos regionais ou locais 46.o;
de turismo em serviço de inspecção deve ser facultado e) A violação do disposto no artigo 47.o;
o acesso aos empreendimentos de turismo no espaço f) A violação do disposto no n.o 1 do artigo 48.o;
rural previstos nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo g) A violação do disposto no n.o 2 do artigo 48.o;
2.o, devendo ainda ser-lhes apresentados os documentos h) O não cumprimento do prazo fixado nos termos
justificadamente solicitados. do n.o 3 do artigo 48.o;
2 — No âmbito da sua actividade de inspecção, as i) A violação do disposto no artigo 49.o;
direcções regionais do Ministério da Economia podem j) A violação do disposto no artigo 51.o;
recorrer a entidades públicas ou a entidades privadas l) O encerramento dos empreendimentos de turismo
acreditadas junto destas nas áreas dos serviços, equi- no espaço rural previstos nas alíneas a) a e)
pamentos e infra-estruturas existentes nos empreendi- do n.o 3 do artigo 2.o sem ter sido efectuada
mentos de turismo no espaço rural previstos no número a comunicação prevista no artigo 52.o;
anterior. m) A violação do disposto nos n.os 1 e 2 do
artigo 55.o;
Artigo 60.o n) Recusar a apresentação dos documentos soli-
Livro de reclamações
citados nos termos do n.o 1 do artigo 59.o;
o) Impedir ou dificultar o acesso dos funcionários
1 — Nos empreendimentos de turismo no espaço das direcções regionais do Ministério da Eco-
rural previstos nas alíneas a) a e) do n.o 3 do artigo nomia, das câmaras municipais ou dos órgãos
N.o 59 — 11 de Março de 2002 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2081