Sei sulla pagina 1di 21

(j) 'f ( t

(' 1,,,
~ ''( ,-•
<W
:::>
( l
,' r(r I 1 ,, '('
1'{
(.9
( (' 1 1 ( ( 1
1
,
(li
'(''
1
l
'I r '
'
:::> . ro
--ro
'::-',.. (' \
' f
~ > .....,_
o:: ro
"'C
o
a_
._
ro
Ol
._
ro
o
~
ro
.....

- - j,. •
·-
~ --
Q)
-
X
·-Q)
(j) 1-
-
'-
()
z
<!:
-
~

Q)
::J
e:
ro
,_
ca \
o:: l)
.,. rr-t'
\
''J
:::> t 11,
1'
J ')
o
I

Entre vários outros. portanto, dois aspectos merecem


aqui ser destacados. Primeiro, a riqueza de Informações
contidas nesla obra, que e transforma em guia seguro
para pesquizadores na área, notada mente no Amb1to dos
estudos universilános. Depois, há que reg1slar a oportu·
nidade do surgimento de um trabalho com tal nqueza
conceptual no quadro dos estudos de hlStória urbana
portuguesa e brasileira, como urna das mais conS1sten-
tes contnbuições recentemente oferecidas

BENEDrTO UMA DE TOLEDO


CJ)

<UJ
:::>
(!)
m
--m :::>
> 1-
m
"O a: .... • •
'-
m
O>
'-
m
o
a..
..• •
~
m
'-
·-
o
~
Q)
><
·-
~ CJ)
z-
.
ü
-
Q)
:::J
e
m <(
~
((l
a:
:::>
o
:
Agradecimentos

fale livro resulta de um projecto de pc'quisa sobre as morfologias urh:mu~ das cidades de origem ponugucsa, linanciado pela Junta
Nacional de ln\•estigação Científica e 1<.-cnológica ºº'ano' de 1993 a 1996. A 1me.>tigaçào de,en,oheu-se na Unive~idade Lu,fada. em
colahorJ<;ào com a lJnl\ cr,idade de Bmmngham e a Um\ eNdade de São Paulo. Do' membro' da equipa de in' C'llgação. são de d1Nacar em
particular as partictpaçõe' da Dr.' Ana Rua Rlbell'O. da Unl\e,..,idadc Lu,fada. do Prof. Bencdno Lima de Toledo, da Uni"emdadc de São
Paulo, e do Prof. Tcrcnce Slater da Univc,.,,1dade de Birmingham. A Arq.' Alc•andra Paio teve uma participação empenhada na pc\t1uisa de
arquivo, e na elaboração do' desenhos que ' intctizam as principais fases da evolução das cidades analisada>.

O dc-cnvoh'Ítllento do proJecto bascou·'>é fundamentalmente na análi'>é de cartografia urtoana hhtórica. Para tal. tomou-se ncce'>átio.
le\'ar a caho um irabalho de referenciaçào. catalogação e reprodução de cartografia urbana cm arquffos e b1bhotc:ca,, de Ponugal e do Brasil.
Ne,ta t.1rcfa contou-se com o inestimável apoio desses arqu1H» e das bibliotecas. de alguns do' qua1' se rcprodu1 cartografia. Nele' 'é incluem
em Po11ugal o Arquivo 1hstórico Militar. Arc1uivo Histórico Ultrnmarino, Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Biblioteca da Ajuda, Biblio-
teca e Arqui,•o Histórico do Ministério de Obras Públicas, Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Ponta Delgutl:i, Biblioteca Pública Muni-
cipal do Porto. Gabinete de fatudos Arqueológico> de Engcnhatia Militar, ln,totuto Ponuguê~ de Cartografia e Cada,tro. Museu da Cidade de
Li>boa. Sociedade de Geografia. e no Bra<il a Biblioteca NJc1onal do Rio de Janeiro e a Mapotc'\'.a do ltamarnt) do Ministéno da> Relações
E~tetiorc;.

Sem a colaboração de todas as instituições e dos seus responsáveis. dos membros da equipa de onvc,tigação e tlc demais colabomtlorcs em
dive"ª' fa.>es do procc'"" muitos dele' n~o nomeados. ma' não esquecidos. não teria \ido JlO'''"el a realização dc,tc trabalho que agora se
apre...:nta A respon~h1lidade pelo~ '>CU' erros e omhsõe' é. no entanto, da e•clu~"ª responsab1hdadc dos .;cus autores.

M.r.. 1 l l e: 'l 11\l lllA


,\1.\W<lAWll1' \'.\11-'
1 ..... ..... _.. _ _,4JioU
Prefácio

A h"tóna urbana tem 111erec1do, de tempo, a esta data, maior atençào de pesquisadores dê diferentes i!reas e, como resultado prom1'sor. tem
ocorrido um aprofundamento n3\ disuntas formas de abordagem. :-.um conunente altamente urbanizado como a Europa. a hi"ória dos tempos
modernos não pode ser desvincu lada de suas cidades, sendo fá01I co111precnder-se a 111oiivação de pesquisadores de diversos sectores.
O tcn6m.:no apre..en1a-se mui10 mais compk\o quando se con\ldera a e\pansào ponugue..a e a multiphc1dadc de cuhuras en,ohidas Tomam-
·SC necc"i!rias, emüo, 111u1tus aproximações parn se poder alcançar a dimensão urbana dos processos his16ricos, o que tem estimulado uma
renm·ação metodológica e mesmo conceplUal dos estudos.

O contincnle americano pode ser um C\emplo desse laboratóno. O geógrafo Pierre OdTontaincs escrevia em I~ ··o Brasil não tinha
cidade há •omente 1rês <>écul~. hoje ele as conta aos milhares. fica-..e mesmo espanwdo ante o seu número. Como se constituiu em tão pouco
1c111po uma asMicia~Jo urbana J.i 1ào ccrradilr' E"a simples constutaçào condut a múltiplas indagações que não podem ser respondidas pelo
que podcrfamos chamar uma história oficial. com sua tendência simplificadora e homogeneizamc.

Por essa razão, em ensaio de 1993 .io con'1derar a> unphcaçõe' da h1st6na urbana. Manuel C. Te1xe1ra alenava ..Es,cncialmen1e
multid1sc1pli11ar. a h1stóriu urbana deve ultrapa"ar ª' ban·eiras existentes entre o<> vário\ ramos da históna e incentivar a colaboração entre
diferente> d1...:1plinas. Só atra\é> do estudo s1stcmáhco de um grande número de variáve1> é que as dmâmu;as do proce'so urbano podem ser
compreendida>. sendo tarefa do historiador sintctiar os resultados das diferentes abordagens di,ciplinares num todo coerente".

Es<a tem 'ido a diret:triz dtis pe'quisadores Margarida Valia e Manuel C Tei.xeira em sua permanente busca de dados primário' e rcgi;tos
de diversas naturetas. Coerentemente. além do convfvio com pesquisadores de outra> rcgiõc' e outras áreas do conhec11nen10. o contacto
d1recto com nucleos urban~ em regu'\cs remotas tem enriquecido '>CU cahedal de informações e propicíado um sen>ível enriquecimento cm sua'
interpretações.

sno. ademai,, carac1erizadores de seu trabalho. o levanrnmcnto. intcrpremção e sis1c111alização de conhecimentos no complexo universo da
canografia. sendo que a den'1dJdc cooceuual é ª"egurada por um mcuculoso estudo b1bliogr:ílico. Com essa •lbordagcm. eh aultlres tomam
ace\sh·cis ªº' pcsqui'3dores uma extensa e divcr,ilicada documcntaç~o.

E111re ü1rios outro'>. 1xinanto. dois aspecto' merecem aqui \Cr de\lacad(l\. Primeiro, a riqueza de informações contidas ne'w obra. que a
1r.m,lorma cm g111J 'eguro para pe"4uizadore'> na área. notadamcnte no âmbito do' estudos univer'1lário,. Depois. M que registar a oponuni
tlade tio sur~nnenh> de um trat>alho com cal riqueza conceptual no quadro dos e;tuuo~ de históna urt>ana ponugue!><l e brasileira. como uma da•
1uai' i.:'"'''''l'nh;' 1..·on1nhu1fl<lc~ rcccntc1ncnte (lf~rc~1da~.

BE"1 urro l.lstl\ t>t' Trn 1oo


Proji·\\Or lltulat·
1), "/>tU 1t1n1t·11to ,/, · I / 1\ltil "' 1/11 •\ri/IUft'c -riu" , . / ~,t/llc a 1/11P" 'Jt'C fo
I aruhlafh' th• , \1i1111t1·c '"''' !' ( / 1/i,1111\lno da f/111,·,-·1\11/01/1 · d1 • S,;,, /•1u1/o
·--
AU~tHft

fJ1of.

l111!rnll

( lljllhil•

O UtlHll
A
VllliHI ih
N

jill!ll•

f t h tit •IO

"' •lii••••
l 1111• 11~1
1'1111111 I •·
Abreviaturas
pili ,,,

A.H.M. Arquivo His1órico M tluar UI ll"'


A.H.U. Arquivo Hi\1órico Uhr.un.uino
A.N.T.T. Arqui"o Nacional da Torre do fomho A"''
B.A Biblioteca da AJU<ln
B.N.L Biblioteca Nacional de L"I>oo
B.N.R.J . Biblioteca Nocional do Rio de Janeiro
B.A .H.M.0.P. Bibhotec• e Arqui' o H1,1óri<o do Mml\tério de Obr.i, PIJbLica!>
S.P.A.0.P.D. Biblioteca P\Jblica e Arquorn Di<tntal de Ponta Delgada
B.P.M.P. Biblioteca Pública \1unic1pal elo P<>rl<> ;, t'111ml
G.E.A.E.M. Gabmc1e de bouOO-. Arque<>ló&i•-O' de EngenhJ11a M1hwr
1.P.C.C. ln>11m10 Ponufllê' de CanoSrafia e Cada•uo
M.C.L. Museu da Cidade de Ll<b<M
\U Mapoteca do ham31111). R10 de Janeiro
S.G.L. Sociedade de (Õ<ografia de Li'"'"'
Indico

Agradeomentos 7

Prefácio 9

Introdução f ',. ~·! · , · · · - - - '\ • 13


'
Capítulo 1.

_;, O Urbanismo Medieval, Séculos XIII e XIV


As cidades med1eva1s planeadas. A regularidade dos traçados ............................................................................................................. 25
Viana do Castelo .............,,..................................................................................................................................................................... 31
Nisa ........................................................................................................................................................................................................ 34

Capítulo 2.

O Início da Expansão Urbana Portuguesa no Século XV

As cidades Insulares. Características de localização e traçado urbano ................................................................................................. 47


Funchal .................................................................................................................................................................................................. 50
Ponta Delgada ........................................................................................................................................................................................ 54

Capítulo 3.

Os Traçados Urbanos Modernos dos Finais do Século XV e Século XVI


'•
-y .-· ..:P A modernização das cidades ................................................................................................................................................................. 83
Angra ...............................................................................................................................................................................................:..... 87
O Bairro Alto de Lisboa ......................................................................................................................................................................... 90
Braga de D. Diogo de Sousa .................................................................................................................................................................. 94

Capitulo 4

A Formação Teórica de Engenheiros Miiitares e Arquitectos Portugueses

A tratadistlC8 renascentista e o desenvolvimento da fort1f1Cação ooou•• •O••••••••••••U••· ·• · 00000000••• oooooooouou• •ooouuo 121
As escolas de formação dos engenheiros m1htares ................. ,................ ................................. 124
Os tratados portuquoses do fort1ficaç.'10 ......... 127
A 11cç.lo rios 1u19enhf'oros mlli1.1rns rK> llra~ll ..... 133
Capitulo 5.

A Fortificação no Desenvolvimento da Cidade Portuguesa no Século XVII


...:;
Os sistemas de fortificação no contexto urbano..... ......................................................................................................................... 149
Monção ................................................................................................................................................................................................ 154
Estremoz .............................................................................................................................................................................................. 156
Valença................................................................................................................................................................................................. 159
Campo Maior ....................................................................................................................................................................................... 161

Capítul~

O Urbanismo Português no Brasil nos Séculos XVI e XVII


As raízes do urbanismo colonial português. O planeamento das cidades nos séculos XVI e XVII ...................................................... 215
Salvador da Ba1a ................................................................................ ............................................. ................................................ 224
Rio de Janeiro ..................................................................................................................................................................................... 228

Capítulo 7.

O Urbanismo Iluminista no Brasil do Século XVIII

A racionalidade dos traçados urbanos setecentistas ........................................................................................................................... 253


Macapá ................................................................................................................................................................................................ 259
Mazagão .....................................................................................................:................•• ...............• ................• ..................................... 263

Capítulos.

1 As Sínteses da Experiência Urbanística Portuguesa no Século XVIII


Os traçados pombalinos em Portugal. O plano de Vila Real de Santo António ................................................................................... 285
A Reconstrução de Lisboa ................................................................................................................................................................... 289
Os Almada no Porto .... ........ .. ......... ....... ......... .....•• .......... ........ ........... ...... ........ .. ..... .................. ..................................................... 293

Nota final 315


-
Notas 317
S.bliografia 323

Fontes primárias 328

lista de plantas 329


Lista de gravuras 330
lntroduçao

149
154
h6
159 1.
1b1
Esle hvro sobre as esirulUras urbanas de ongcm pormgucsa bém o concc1to de teoria. de construção intelectual de modelo,, con-
1em por objcc1ivo analisar o desenvolvimemo dos 1raçados urba- dição necc,sária p~ra o planeamenlo.
"º' regularc' em Ponugal e no Bra,11. desde ª'cidades medie- Toda, as cidade' são planeadas Todo o acto de construir - seja
vais planeadas do \éculo x 111 , ao urbnn1smo Pombalino do século uma cidade. um bairro. ou uma ca'a - é o resuliado de acções rncio-
215
xv111 A hhlúria urbana ponuguesa é rndissociavel da história ur- n:us. pensadas e planeadas por alguém ou por um conjunto de pes-
224
bana brasi leira. Por um lado. as raí1cs do urbanhmo brasileiro 'oas: toda a con>1ruç<io se fal para cumprir um delCnnmado obJCCtl\ o.
226 encontram-se em Ponugal: é na trndição urhnna por1uguesa. de sobre um dcteniiinado te1Tit6rio sujcilo a regras e a regimes de pro-
natureza vernácula ou erudita. que 'e 'ão radicar os traçados ur- priedade específica~. e fazendo uw de um dctcnninado conjunto de
banos bra"lciros dos séculos xv1 a xvm; por outro lado. mu nas recursos materiais. O que vnna é a escala desrns acções. os diferente>
do' principais desenvolvimentos urbaníslicos portugueses neqe actores en,olvidos e os diferentes equilíbrio' de interc\ses e ohjccti-
pc!rlodo. nos campos da práuca e da teoria urbanística. encomra- Hh em presença que têm de ser udos em conta. Cidades cuJa cons-
253 ram nas ilhns atlânticas da Madeira e dos Açores e muito par1icu- 1rução é clircctamcnte comrnlada pelo poder 1cndem a adoptar modelos
259 larn1ente no Brasil um campo privilegiado de desen\'olvimento e formai\ regulares. baseado\ nas culturns arquilcctónica e urhana eru-
263 de experiência. vindo a reOcctir-se postenormente cm Ponugal. dita.. A cidade racional. planeada. geométrica. é a cidade do poder:
Como uma onda que percorre os sécu los e o espaço. observam-se quanto maior e mais cemrulizado o podei'. mais a racionalidade e a
modelos urbanísticos que 'e fonnam em Ponugal. se reiomam geometria se afinnam.
:.uccssivamcnte "ª'Ilhas e no Bra'11. \e espraiam e se reelaboram A ordem é expressão e 'eículo do poder. e o poder afirma-se
no Brasil e refluem novamcnlc parn Portugal. sempre através de inlervcnções urbanas planeada,. Mas é difíci l
285 A históna urbana ponugue~ e a história urbana brasileira nào de distinguir o que é dominante nesta dualidade se é a ordem
269 silo, pois. indcpcndenlcs; elas \i\o ante' duas componente, da mesma formal. e racional. expressão privilegiada e veículo do poder. e
• 293 história que '>Crá necc\~o acompanhar nas suas múlliplas ligações portanto adaptada no planeamento das cidades. ou 'e é o planea-
e mOuêncrns mútuas. sendo nece.sãno o seu estudo conJunto para a mento. 11nplíc110 nas in1er\CnÇõe• do poder. mais fácil de concre-
315 wa compreensão. Ne;,1e processo, não é apenas o Brasil que recebe e tizar mravés de formas ord enadas, q ue por c;;a razão são
é influenciado pela cuhura urbana ponuguesa. é a própria cuhura adaptadas. De uma fonna ou de outra. o poder público afirma-se
317 urhana ponuguesa que tem grande pane da sua história fora do 1em- 'cmpre através de formas planeadas. nuns períodos mais consis-
tóno europeu. Grande parte dos desenvolvimentos urbanísticos por- tentemente, nout ros menos. Hd 111omen1os históricos cm que o
323 tuguc..es ao longo d1h \l.'culo' w1. \' VII e X'\111 têm lugar no Brasil. poder tem maior capacidade de intervir. cm que há um conjunto
326 Ao longo do' suce\Sirns capino los deste livro procura-se mo,trar de circunstâncias que JUsllficam e prop1c1am e'"' intervenção. e
o dc-.cn,ol•11nento de uma crcscenle regularidade do' traçados urba- cm que. em re\ullado di\so. há um maior nú mero de intcr\'cnções
329 no' po11u~uc-.c' c h1a,ile1n,.~. qu~ aun~irjo a \Ua C\prc~~o plena planead<1s global'. de grande es.:ala. São C•pre".io de,tc llpo de
330 "º' lro.u;ou lu' urbo1no' do 1lun11n1\1no '~tccenlt\til. A 1dc1a de rcgul ~1ri· intervenção. por exemplo. o 'éculo x111 cm Ponui:al ou o 'cculo
tl<1dt: C\flh."'';1 111u11~1' YC/C\ rna\ no·1u nccc,,;1n~11nentl." att3.\l'\ da \\Ili cm Portul?al e no Bra,il O Pombahno - llu1111111\ta rcprc
UHni'on.1Jid.icJ.. \llft:l ~l\\I"- 1.tdJ il Ul1 1.1 lfl" f)),11h."Jlll~nlu C a IJ\.'IJ. de 'cnto1 J t 'P'e''•io plenJ tia ra1..1una1u.J~u.I\:" ~tio potJcr fl.1 outro·
pc1-tll 1 pu,Jc·1 dt· pl111h:.1r ._. poclt•1 dt• 11Hplu ;1 t·un\ ll'fll•Ht•'º do n1otll•lo llHHlH'lllO\ hi,,i.11 l l:O\ t'lll l l llC o pud~r \t' all 1nl.t put l ll l t'I \'\'Ul\Úl''
plo1n' ''º 1 ,Ili 11.lll)t 111r ,9· l 1. "º .. it, ,! ,J, 111i11l.u1cl. lli ·UI , 't" l.HU 111;11 ' 1•1 n1u.u UlltJ IHiA ou lllltá P•··~·· Ull .;l r\'l'Oll'•llll\ IH ,,, UIU
l·\l l lh 111 1t· l lflll-.H nU \ "l\.11 llllll llllplU,11\0l'' lhl \•\pil\H \llll,lllU ,u1 l ll'\t, l•fl!C \ll''l'O\·til \. lllll'll l U \ ll~ llU'-~H I O\ l\'j.'Uli.lll'\ \llll'I t.'111 1•01 r:, na 1-1·r.11n
l'U\'HI\ l'llh' - • f.t'I·' puHpH· n podl'l t• llH'llO\ IHllt,' Si.'l·I pclllllH.' ;j\ 1 11g~1I qt1l'r no B 1.1,1I, t.• o \l't.·ulu \\'Ili, qut· tOll l''Pºlltll' ;\ plt.·11.1 h p 1t~!llt'11l.1 I

l 11\ UIP•hilll 1.1 5 l'\1,11.·1111,,•\ u.10 p 1op1ti:1111 1n lt.'l \'l'll\'úc' de 111,1101 cxpn!,,:lo dos pn1u:ip10' c.J.:t rac: 1onal 1<ladc 1h11n1111sH\ nos lraça • ) ' ·;..1111
l '\l' .1L1 , ou dl·l.1\ 11;io lll'l'l'\\Jl:un. Sfh> d'''º cx~1nplo os 'éc:ulos x v dos gcom~tiieo' Pomhalinos da 'egunda metade do 'écu lo. em 111,11111111. I
l' \VI t.•111 l'o1luf!tll , l'tn que a ac:çào rl' l'onnadora de D. Manuel Portugal e no Brasil. h1 h11 ,,~,, .• r,.
lt.'\'l' u 'l"' l'\p1c,,úo u r bana núo na fundação de nova~ cidades. Para cada um de;tes períodos seleccionarnm-se cidades que ll 1.11L1 11.t 1•
1nu' antt.'' 11~1 rcforn1a e expansão de cidades existentes . Já no Bra- foram objecto de um estudo detalhado. O estudo morfológico dos \t' lt'l'{ ht1i;ti

"I. a crc,ccntc afirmação do poder centralizador nestes mesmos conjunto> urbanos seleccionados concenLrou-se nos seguintes aspec- ".ill, l 111 11'11
século' correspondeu à fundação de novas cidades sujeitas a pla- tos fundamentais. caracterizadores da sua estrurura urbana: a escolha h'Uh' 1111; 1
no' rcgu larc~. de localização; as cstrutur-.lS de irnplamação urbana iniciais e os seus u:lt·11·111 1.ul
Ao mesmo tempo. e cm todos os momentos históricos, conti- modelos de referência; o traçado urbano na sua concepção global e 'ªi'.llilli illj\o
nua a processar-se a construção da cidade at.ra vés da i nteracção os seus processos de crescimento; a estnnura de ruas e de praças, as r\ 1·.11 1i
de múltiplos interesses privados. C idades cuja construção é me- suas hierarquias e a articulação entre elas: a estrutura de quarteirões lh' pt'\1 111 1
nos controlada cemralmeme e deixada ao cuidado dos vários pro- e a estrurura do loteamento. h'llh llh ~-
motores e interesses privados tende a ser. no seu conjunto. menos A história urbana portuguesa continua a ser um campo de estudo llHlll 11 11h 1

regular - do ponto de vista de uma ordem aparente. geométrica - pouco desenvolvido. Apesar de um número crescente de trabalhos , ••, ,1\ 111.11

c baseada cm princípios de cultura urbanística n:io codificados publicados cm anos recentes. a história da c idade portuguesa, nas UHlll11" 1.. 1
explicita mente, que usualmente se designam por populares ou suas várias vertentes. tem ainda inúmeras descontinuidades, quer h"< Ull,lltt!lt
vernáculos. Por outro lado, para a lém da racionalidade implícita do ponto de vista das diferentes abordagens disciplinares, quer dos l ll'lllt' 11 11 1
e sempre preseme no acto de construir e de urbanizar, haverá que períodos históricos analisados: "Longos períodos históricos com uma l. 111 1 11~·· .111 • .
reconhecer que grande parte das acções humanas escapam a esta dimensão urbana bastante rica quase não foram investigados, da 1111111 d.1 . (li

d imensão raciona l. Essa dimensão não racional está também pre- mesma fomia que temas específicos imponantes para a compreen- lt1\'"" d11
sente no modo como as cidades se constroem. Na construção de são da história urbana em Portugal não foram ainda suficientemen- tlu 111' 1u1t1M
cada cidade a adopção de determinadas formas arquitectónicas e te explorados ou têm s ido completamente ignorados"' . Faltam r· 1111111
urbanas é feita tendo por referência a cultura. os espaços e as estudos monográficos, faltam esrudos temáticos, faltam obras de th•1ri1 c,.11111!1
fonnas de vida tradicionais daqueles que a constroem. Cultura, síntese. 'º .. 111.11
espaços e formas de vida de que eles próprios são parte integrante, Muito do conhecimento necessário para se prnduzir urna história ;IO\ IH•··tU

de que não estão conscientes racionalmente. e que tomam por urbana po11uguesa global está ainda por adquirir. Todas as tentativas oh1t·1 h1111•

referência e reproduzem. Esta não-racionalidade é também urna de síntese têm pois de ser cautelosas e feitas na plena consciência da llP'-! U" 11,1

di111ensão i1nportante. porventura a 1nais i111portante, da natureza eventual provisionalidade de algumas das leses e hipóteses aí fom1u- t ,i-. 1l1.1_li 1i
dos espaço' urbanos. ladas. Cremos no entanto que, apesar de tudo, existe j á um número \.'\ PIU\ ~-11t 1

Através da análise de vários exemplos de intervenções práticas suficiente de trabalhos que nos permitem estruturar uma linha de con- \lll 1'!11111\ Ili

e de fonnulações teórica, de diferentes momentos históricos, é nosso tinuidade para a compreensão do urbanismo português planeado. tema '•'' 1·ht.u l1
objcct ivn definir os contornos e as características essenciais de uma que aqui abordamos. Este trabalho é, por um lado. uma obra de síntese i,, t.1 1,1, "'
teoria e de uma prática urbanística portuguesa.s, articu ladas. por um de diferentes estudos já produzidos sob1·e este tema: por outro lado, dr 111l111i11
lado, com o desenvolvimento da cultura erudita europeia e, po1· outro considerou-se necessário fundamentar este conhecimento através da l\'Pllll.'l .lfi
lado. com :l' experiência~ de urbanismo colonial. análise detalhada da evolução da forma urbana de um conjunto de h,111u 1• 1 111

O c~cu<lo 1cn1 por ohjectivo caracterizar os princípios urbanísti- cidades que seleccionámos corno representativas dos sucessivos pe- I.' "º' 11111( 1
co' que t.:11fon11.1ra1n o dc,cnvolvi1ncn10 dato; cid:iclc.., portuguesas en1 ríodos de evoluçiío urbana em Portugal e dos diferentes fenómenos ,-.111 l 11t.ti t
tiu;Hn> pl'rtudo' h1,1tlnro' lunda111cn1ai': º' !"écu lo.\ XIII e XIV, que em análi,c. l' h1i.1."c'
l'Orrc,pontll·111 t.•111 Pu1111gal It (..'.011\lruçàn de cidades 1ncdicvai.., pia· Esta ahordagem dctcrn1 inou também a estrurura do livro: capíru- 1;, llil'• .llth

ncada,, º' \l't.·uJo, \ v t.' \ \ 1. t.Jllê c:on·c,pt)ndc111 ao dcscn,·olvuncn los organizados segundo uma lógica cronológica, cm cada um dos lH 1' I' \•td
to' do' p1 11nt.• 11 0' 11<1\'Uth>' u1h;11lo' 1not.k:1no'~ o 'étu lo xvu, que <1u:us 'e faz, numa primeira parte. uma abordagem global do período 11101 luh'••!•
l 'Urtt.'\pculdl· ;'I \.'Oll\Ol1tl.11\,lU dt• t11na Cl'Oíl;l urh;.Ull\C l t;I t.•rud11~1 l' t." tia\ t.'ar~ll'lt•rístil'a' n1orfológic~1s do' rc,pcc1ivo'\ lraçados u rbano..; t<I\ ,. lt• f I\'
l'l11 11111 1·, 11.1 Jt.l'guncl.1 p.u h', 11111.1 a11,11i ...,~ dt·1oilh.1d.l c.h~ 111u 1111111t·u1 th· t ut11h.~~ 14"' l.1 ~ ,1) pl.1111.t"i J'h "li. hIli« 1.1\ l·!'it ·'". 11lt,'Jll.111,, ... 1.1"" '...' 111.1 1'11 111.1, l" lll l Ili
\ plt'l1,I ll' prt.''4.·nt.111 \a~ . 11.1111.ln .\t' u :\'111t\• no 1Ppu d.1 lulh.1 , e.· dl·~cuh.ul.t'\ :, '"""'111,i t''l,:il.1 ,
;1 1111\':I ' () l''tudo ha'\t'."11u -sc lund.11nc.:n1Jlnlente na anali"'l' c.k· carto~raha ''"' C\lC"l\"ilc,, 111.u 11l·lc.:\ ~tnk"'S .11..·~t.1 11.·11r.e ct·1n •1 '.:1 lt"tfll ª' d111k'l1'\A."1' 1.-s .~ •
uln, riu h1,hÍf1l·a. Para alê1n da' tonlt.'' '4..'\:Uodária,, que çon~t1tuc1n toda a ll\fl) l. n.•t1..·rl°'jl1~·:.1111cnuç:tcl d.1 l.""'tll..Kl~ tk• Kitl tl.- Jo1ncutl eª' t-..:scal.1\
b1bhogr.1fia con,ultatla. a pnn<1pal fonte de mf<>nn•l\:to prímána uu- J.t, cidi.1..-,. dc Br.1ga., R1t1 de JJJ1C1tll e f'ono li fl""í'cl tJ....,i.• n"'k' a
~IC> •lllC hLada na pe"Ju"a foi a c.1nosmlia hl\tónca dos conjunto' urbano' roolp;.lf'.JiÇrK• 1111'-·t.hata de 1nu1ta.~ da.' '"·'' lt.1r.-.:tcn-,tJc..c, nlC.lffolü~t\.-:t'
~IÇ1) do' ,eJocçionado,. Com e'tc obJeclovO. paralelamente n e\l<I mvc,t1ga- Cada <0nJun10 de plantas desenhada.' ~ cl>mplcmcmado pela, r"pr11du
" il~l"'t '· çilo. foi feito um lev11n1amcn10 exaustivo da canogralin urbana exis- çõe' tk1 canogmlia histórica que lhe' sc1-v1u de reíerência. O tipo de rcrrc·
1 t:~re1lh.1 tente nos principais nrquivos ponugueses, a qual loi devidamente semaç11o utili1.ado procw11 re~ahar os ll>llCClí" morfológicos que foram
"~ 1•.'ío !1-rll' rcfc1·enciada. tendo sido feitas reproduções fotogr.l lica' dus peça; mais elei10' como ha.-;e deste estudo: o traçado da' 11ms e dos espaço' púhhcos

1r.il•h,11 •• "gnilicativas. urballO\, o traçado do> quancm'\c' e a local1wção e idenúficação do'
i1Ü\~tP•, •i~ A canogralia h"tórica é uma imponante fonte de 1nfonnação e ediITciCI'> <mgul;irc, cslnlllll'3dores do e'J"l<iº umano.

t;u1cu6."'...~ ª'
de pesquisa sobre morfologia\ urbana' que não tem ~ido 'ulicíen- A' c1dad..-., portuguesas disnnguem-..: pela <ua crílerí<»a e...:olha
1emcmc explorada. Atra•é' da análise de canogralia de \ucc"" °' de localizar;lio. a 'ua cuidadosa adapl.i<iil<> 30 '>íllo e o papel de1em11-
Jc.~ ~~llh lo momentos histórico, e do seu confronto com lernmamento\ ngoro- nan1e que <h cd1fíc1os instituc1onru,, de natureza religio;a ou i.ccuhir.
~~1l101llu1' 'º' actuais e com a prt\pna realidade actual da cidade é pos,ível. em tiveram na C•lnlturação do iem16no urbano. A5sim. em cada um do.
11·s~1 . 11.1, muitos casos, faier rccon\lltuições ou formu lar hipótese; de conJUlllos urbanos estudados procurou->C cmendcr, num primeiro

lt' it, «)lll" 1 rcconstiiuição cios lrnçado' urbanos e da sua evolução no tempo sufi- ª'
momen10. respecúvas estrururas de ocupação primitiva do território e
qur 1 dni.; c ientemente fundamc111:tdas. Este trabalho de interpretação ª' \ua' relações com as condições gcosr.lfica' pré-existentes. Na nn~­
~-e 1111 un1.1 c:mográfica 1radu1iu-sc gr.il 1camemc nas plantas elaborada' para cada lise e na rcprc..cntaçào de fases sub<,equentcs do desenvolvimento ur·
i•hhts. tl.t uma da' cidades estudadas. que representam <uce"i'ª' fase' de evo- bano. a 1den111icação. datação e l<icah1.a<;ào dos principais cd1f!c1os
~111plC<'U lução dos seus traçado, umantl\ e constimem uma pane 1mponan1e iru.utucionai' - igrejas. convento,, llO\pnau.. ca>a> da Câmara. alfân-
t n1(11k"O da m,·esugação. dega tlU t>Ull"<I<> - é particularmente 1mpt>name. quer pelo <;eu papel ru1
1·.111:1111 Como base de trabalho para a análise de cada unu das cida- C'lnllur.içào global do conjunto urb.1no. con,tttumdo estes edifício.
11h1.1\ tlt.• de' estudadas partiu 'e de um levantamento cartogr:lhco rigoro- \ingularcs o; elemento. fulcra1'\ em funçào d°' quais se esl.nlturam O'>
so: o mai; anugo cxi,1en1e em cada cidade que corre>pondessc traçados. c1uer pdo seu papel no desenvolv1mcnm dos bairros em que se
•1 lu ... 1011.1 aos nossos actunis critérios de rigor. Nalguns caso' foi 110:,»ível Joca1izan1 e co1n os qua.is se relacionan1 lllUÍ\ proxüuan1ente .
h"lllitllV;I ' obter bons lcvan1amcn1os real iLados no final do \éculo x1x: nou- Ao longo de todo o trabaUio, o termo "cidade" será utiliwdo de
h"IH.1.1 dti tro,, as bases de trabalho foram plantas actuais. Sobre C'>'>as plan- fonna genérica. para designar todo o tipo de conjumo;, urbanos que con'·
111 lornlU· ta,. digitalizadas. foram cartografadas ª'
principa" fases de tituem o ml'!-0 tema de e>tudo. A delimçào do objecto de estudo da
~\ llUUk'fO e•olução urbana da' cidades em estudo. O OhJC<ll\'O foi fazer hl\lóna urbana pennanecc imprec1-.a: "Um 00.. pnmc1ros problemas,
~ tk~ l"t•ll \UCessivos retrato' do' ir.içado> e da> morfologia' urbanas de>- "' nlo o pnmerro. da in,·c<aigação. <i<.'fia elk"Onlnlr um crítérío•. tanlo
~lo, h;1n.a ;as cidade> em d1fcrcn1c' momentos histónco,, corre;pondendo quanto f'O\'Í'el ex:K."tO e unh er;al, .iphGhcl à generalidade do CJ.\I>
~lc ''nll''t." à• suas prínc1pa.- ra,e, de de;envoh imcnlO. Para tal. as fontes por!Uguê,, p.1r.1 dctcnninar qua.- as aglomcr.içôes que devem >er con'I·
i1ru l.uh~. de informação u1ili1adt1' foram, primeiro, a currngrnfia e a deruda' urbana;,"'. Alguns autores' atribuem ao tenno cidade urna
lllU\ll'\ e.ln iconogralia hi>tónca existentes para cada um dos conjuntos ur- conotação político-administrativa. Apc>r•r de imponantc, esta carnc1cri-
n1unto dl· hanos. complementada\ por informação bibliográfica. dc\crições zaç5o nfü• é paniculannente relevante para a delimiUtÇão do nos'° 1cni-
''''º'IX'· e documento' original\. Em lodos os casos C\ludadO\. a ob;ena- l<Ínn de e'tudo: "As povoações urban;I\ podem apresentar \'ária'
'llÚlllt,'UO' \':io local foi c"cnual. Armado' dc;te conhcc1mcn10 canográfico d11ne11'<~' dc-.dc ª'grandes cidade' a JX'<JUCllO\ cent= a que d1ilcil
e to1tohográfico. de gahincte, a ob\ervação local da' udadc' rc-. . n'k.·ntl" "'-' ..:·h~11no1na c.:u:làde. Por I"'º' c.:adot ,.e , nw.1~ 'ie encontr:un n:fc ·
" rupuu ~ l.1 ºº'~•Inda hoje n1ui1u Jn 'cu prtX:c~~o de funda\·;10. l:rc,l:nncn~ r~fk·101io a ..C'tntru•_ •: urhant""'··. e\pres.i;;,'tc., 4.10.: l~"\.·c 1nai' ncutr.t do llllt."
li Ulll tio' tu ...': ...~,otu,·ão, h\."nl l:u1nu n1u1ta' tfa, 'liª' carach!·ri,til·a.;. \."hl..-..tc.... ,\ s..,111-. por fJ,1hJ.11.k tk. hngu.1~en1. \:1Jallc. l"1..'nlro urh.1110
4) p..~rú,.,h• 1H1•rlohli;u:a' li...~ d1tl·trn1cs l;pt~"'' '-tlu..· ,,. t.·nc.·011t1-..11n a1nd.11n~t.:r1 t.:u1qu11to u1h.1110 t! :1glu111i1.·r.1l"' u1h.1no St·1:'iu 11n111.1" \l'/('' U'<td•l\ 1nd1s•
' u1h.u1u; lol"l l' l\'!!1\"l'IS lH1 ~('li l~'ll l h;llll 11111.llll~llhi 1•.11.1 ··l~IJ:.'._11.11 ,1'\ 1hlt'h"Ull'S h'Hlid.uks t11h;11l.ti \."Ili ;in.th'~~
2. 'º'º 1 hu i\.[111 1
\·,1•111 11·1!~'

d" .. l.111li1
-\ ":uhura urllana ponuguc1.;a LCnl d1Jcrcntc\ con1poncntcs. de cn- u1na única cortina ou por duas ou trê.., -.érics de rnuralha\ conc.:ênLri· l.1111,,.11 l.1 t!•I

111.• º' t.1lt.H' 111..lÔcnuy, identificar co1no 1nais in1po11ante~: as estrutu- cas. Um reduzido número de po11as dava acesso ao interior. No inte- r\p<·~.,11
' ª' auLüc1011c\, urh:1n:i-: ou pré-urb,1nas; a herança clás~ica europeia. rior dos castrns. a implantação das casas não seguia, aparentemente, 1·~ 1 ~ht •. ,,,

n::prc,cntuda pelas influências grega e ro111anu. quer directamente pela uma e;tnJtura regu lar, de base geométrica. A presença de arruamemos f11p11.l~111itii
'"ª pre;ença entre nós. quer pela sua refom1ulação teórica a panir da quase rectilíoeos e onogonais nalguns castros. como é o caso da citânia uplh-.11 nn
baixa idade média e do renascimento: e a iníluência directa muçul- de Briteiros. deve-se provavelmente à romanização que alguns deles '"' t 111111,.~n·
mana. É a panir destes vários componentes, de natureza vernácula sofreram após o século 1a.e. Muitas das casas eram ainda de planta i l11 t. Ílliid1' i
ou erudita. que se caldeiam as múltiplas referências e fonnas urbanas redonda, notando-se ao mesmo 1empo vários es1ado; de transição da 111111111110111
presentes nas cidades ponuguesas. planta redonda para plamas quadradas ou rectangulares. Apesar da fll1·11 i11 lt 1.1
Existem referências da passagem de diversos povos medi- ausência de a1ruamentos regulares ou de praças urbanas, estão iden· 1; ~lh: .1- ,,,.,'
terrânicos pelo território no extremo ocidental da Europa que é hoje ti ficados. pelo menos nalguns casos, locais de culto colectivo, situa- 1~•11111•111

Portugal. aí íundando colónias ou ocupando efeclivamente o terri- dos habitualmente numa zona central do aglomerado, o que indicia .. 1 t~f;, -i 11 li.i 111
tório por períodos extensos, deixando uma marca perene nas ;uas uma noção de centralidade e de qualificação e hierarquia de espaços. ld\H, ,,1 ('1.I
estruturas urbanas: os Fenícios do século xu a.e. ao século v1a.e .. Apesar das funções políticas. económicas e religiosas e da 1tll,lilil\ Í1ii)11
os Gregos e os eanagineses nos séculos seguintes e. do século 11 a.e. estruturação do espaço que, ainda que incipiente. se observa nalguns 1l11d11·~••• 1d~·1
ao século v d.e., os Romanos. Do século v ao v111. o território esteve castros, algum, autores questionam se se pode aplicar verdadeiramente l1"-'>1l'l1 n .uq
sob o donúnio de Alanos. Visigodos e Suevos. e a panir do século a designação de urbano a estes aglomerados. A situação noutras zo- 11,l·t l1".,hll1I
vm os Mouros ocuparam grande pane do território ponuguês. Em nas do país seria diferente: ..A situação, na fachada atlilntica entre o ,·:iH .t"" e~rn•
meados do século xu. Ponugal constitui-se num estado independen- Mondego e o Tejo, no vale do Tejo, no Alentejo e no Algarve era Jllt'llli~ Í1111~·
te, concluindo-se no século xm a roconquista cristã do território. Na seguramente diferente. Aqui. na Idade do Ferro. não só se deve ter t11d11t1olldt"I•
génese de Po1tugal está a síntese de todas estas culturas e influências processado uma hierarquização de lugares. mas também alguns des- J11t·1111• 11.1 • !
que se reflectem nos seus espaços urbanos. 1es devem 1cr atingido níveis de desenvolvimento verdadeiramente f 11111' ·li
Os castros constituíam a forma típica de aglomerado populacional urbano"'. Os espólios recoUúdos nalguns destes lugares são indica- h'llll•11i.11
no pe1íodo pré-romano no none do território hoje correspondente a dores de um nível de dc.senvolvimenm e de soli stilicação apenas com· . \ ('t 11111tl 'º'
Portugal. sendo panicu lannente numerosos a none do rio Vouga. Esta patíveis com a existência de uma oligarquia que, por sua vez, nos l'Shllllll;j1l.11
cultura lerá existido entre o sécu lo LX e o século 1 a.C.'. Os castras sugerem as imponantes funções urbanas exercidas por esses aglome- li· 11 11 .1 11\ 111 •
eram uma forma de habitat que ocupava os pontos dominantes do rados, ..cujas instituições político-administracivas e cuja actividade 1111111 _·q 111~111

territó1io. no1malmente colinas com altitudes situadas entre os 200 e económica eram cenamente mais desenvolvidas do que as dos castros tl\11t111;lllf i
os 500 metros. peno da costa atlantica e ao longo dos cursos dos do Noroe;,te"'. ( •. 11·~ lt1111
rio,•. No seu conjunto, os castras constituíam uma rede estruturada As feitorias e colónias que Fenícios e Gregos começaram a esta- l'~ll .h);i
de cst:1belecimentos humanos. distanciados cerca de 25 ou 30 quil6- belecer no Mediterrâneo ociden1al pelo menos a partir do 'éculo VIII lt'l~ul.111.i,,,1.
1nc1ro' uns dos outros, dos quais os mais imponames adquiririam a.e.•. algumas delas localizadas nas nossas costas marítimas, contri- ,,111.1·~ r1d1ut
funç<'ic' ccnL111i' de pequenas capitais regionais. As principais activi- buíram também para o descnvolvimemo, ou para o acentuar, de algu- d.1i l 1 !~ ji1 ,,
d:H.Jc, do:-. \Cll' habi1ante~ era1n a agricultura e a pastorícia. mas características do urbanismo local. A cidade ponuguesa deve 1:1t·1í1.J111l11 1;
co1nplL•nlc1U;ul<1,, por vc1cs. pela 111incração e pelo co1nérciQ. muitas das suas características urbanísticas à cidade grega. Razões du11.1il1•tt llli
A lc'IC.:ah1a\'ào dos t:;l\tro' crn ponto.., don1inantc~ do relevo, cm para tal têm a ver com a pertença de ambas a um mesmo quadro u·c~ 11ui!11 ''\
l ol.'~' '' dr tl1lll1I al't."\"io e lat1hncn1c defensáveis, e as elaboradas cor- cli1ná1ico e a111bien1al. que é o inundo 1neditcrrânico. unia identidade li;•'"'' UI ltl 1hl
1111~'' t.11.• n1ur.1H1a' qut º' rodcava1n cran1 JU!<>tilicada~ por ra1.õcs de de n1odos de vida, hn"'Cadtt no cornén.:10 e nu1na rcl:1ção profunda 11;\u r,1r.11o1
dt:fl.''"· ''' 11ié-''"'-'" que h~1\·1arn de lcva1 , c1n sul"cs..,iv;v~ cpocu' hi,l6~ con1 o 1nar. e a provávc1\ 111l1uênl·ias cultur;u\ d11 ..:cl;1s, por vi~t da 111.111i1 il1.1 l'n
111,:;1\. ;I t'\c,:olha 1h,· lck.·011' 1.•l\•\;1dn... po1r;1 a 1n1ph1nt~1çao de l'ld~'dt:\ t.'0(0111/~lÇÜO fíCg<l tia\ llO\\a\ t:O\l;is_ 'J<1J l·o1no O\ (lri..'gO\, os 1'01111 H111d.1._~111lc
l'h>l 1\l~'Ul"••'' ,\ \ 111\11.ilh.I\ do\ \ 0.1\li H\ pOdli.llU Sl'I C.:UU\lllUÚJU\ j)\U l!lll''\'' tll•,1.•11\ol\·c1an1a'""1.·ultu1a l' .i su" \'I\ d1/il\;in \ 11;.1d;" poua o J•' 1_•\i\l~Hl1
111.11 , h.1-.:\.·~111.,, º' 1l",111 ll-{I\ H• \' 11.1\ llc IC,,'~I\, 1\' \." utttll'\ l'l ,1111 1ul, dt..• UIH•I
0

() 111od1:lo u1h.111Í!-lu,:o <tl'i l·ul.uh'.!\ 1tu11.1n..1s tund~uJJ, l't111'~11111


v.1~1a 1i:d1.· de.· 11c'l\.'.l\ e.· ck~ l·u1nun1l'~lljl~' 1na1it11ua, qUl' ah~1n..·:1va ~ai t•r.a t• d.1, c.:1dadc' (olon1a1' hunana, , lrala\.a ·M,· Jl· t1dadt·~ rc
d1\ t..·r~J' n:glllc,. f'\'' º"'e: l u ltur º''- () ..1n1~no... grcl?o t:ro1 c'ta redê. gulare,, l·on1 urna c'trutura 011ogonal di: ru<1' ~de 4uJnc1rúe,. 1>tt.ti
~·r~11111· lan,;-:uJa ,cmre ª-' cu't••' e o n1ar .\lediterrâneo. rua~ pcrpcnJiculare, entre si - o corri"~ e o dt·<·11111a1u1S - t.:t>O\lllu
~o llllC A!"<'sar da pre,cnça 1k k1tor1a' gregas no no''º tcmtóno. não íam º' dol\ eixos viário; principal' e ª' d1rcctnzes fundamental\
trmr111c, C\l\te em Portugal <1u.1l11ucr evidência dos tr:içudth regulares da cidade Adjacente à intersecção deste' dob eixo;. no centro tlJ
iu11i:11h1'ri 111 podâmicos que u partir do >éculo vu a.C. grcgth começaram a º' cidade, localizJva.;,e o fórum, 4uc era Jo mesmo tempo centro d:>
~' l 11.-1111<1 aplicar no~ traçado' urbano' das suas colónia~ 1ncdi1crrfinicu.s, quer vida pública e religiosa, local de reunião e de cncomro e mercado.
lll !i lk lt.''ri na fundação de novn~ cidade;. quer no plancamc1110 de novo\ bairros O fórum conccn1rava cm si os ed iffcio' dedicados às funções poll·
~ pl.1111.1 de cidade;. já cxistcn1c' Tendo ;.ido Ponugal uma região periférica 1ico~ndn11n1\trati,1 as, judiciais, religio,ns e co1ncrciais da cidade
l\:it..-1d.1 do mundo grego. pos"' cimente nenhuma da.s suas colónia' nc,te ter- As rua' 'ccundana' eram traçada~ paralelamente aos dois eixo\
fll"•ar 11.J ntl>no terá beneficiado de um plano deste úpo. :\la' outr-J' caracte- principal,, definindo no conjunto uma malha de ruas onogonai' e
ukn rí,tii:a' das cidade> grega' ,ui..i,tem bem marcada, na tradi~-:lo urbana de quanein'\c' quadrados ou rectangularc' Os equipamento;. urba·
llUJ· ponuguesa: a Jocalizaçlo pri' llegiada de cidade' na co\ta maríuma: no;. - templo\. teatros. anfiteatro,, ClfCth, termas -. em maior ou
llidh.'1,1 a e;.colha de 'ítio;. elc\ildo' para a implantação do seu núcleo deíen- menor número conforme a irnponânc1a e a dimensão da cidade,
P·'\º°'· ""º; a estruturação da' cidades em doi> níveis: a cidade alta. locah1av;1m-;.c cm diverso' ponto' da malha urbana. Este sistema
,., ,. da in'1ilucional e política. e a cidade baixa, por1uária e co111crcial; a cui- tinha um de,cnvolvimcnto pleno quando n cidade se construín de
n.1J1•11n' dadosa adapiação do traçado d:1s ruas às caracterí-;1icas topográficas raiz, mns me,mo quando se tratava da remodelação de aglomern-
}nUJIC'llh' locais: a arqui1ecrura enr:ui:1da nas formas. nos matcrinh, "'"cores e dos urbanos j~ cx,.tentes a e>truturu repu lar onogonal continuava a
•.HfiiS 10• na' texturas locais; a interioridade dos espaços de vida; uma concep- ser a rcícrênc1a. ainda que condicionada pelo\ traçados anteriorc'
~ ('llllC '' çáo de e-;paço url>ano em que o c'paço em si próprio não é panicular- ou pela' condições topográfica\ ""ª" Sub"stem vestígio' mai'
f\'C (f,I mente imponante. ma' ante' '" edifícios que nele sc h>ealíum - são ou mcno' C\ 1dcntes de rraçados mmano' em alguma; cidade' por-
1k\'C ICT tudo característica' de cidades i,iregas que 'amo' cn..:ontrar igual- tuguesa,. nome.Idamente em É\Onl. cm BeJ3 e em Braga, onde nal-
11111> •k: mente nas cidade' ponuguc'ª' gun' 'cctore' se observam ª' marc:I\ de uma estrutura regular
' j'; lllh.'llh' Contrnriamcnte ªº'Grego;.. a cultura e a c1v1litação romanas eram onogonnl. de acordo com os modelo' de referência do urbanismo
1 1llC lit:tt 1crritoriais, baseadas nu1nn cfcctiva ocupação e con1roln da terra. colonial romuno.
...... 1. ·01ll A colonização romana pas,ava pelo estabelecimento de uma bem Pam ulém da\ cidades, a influência du civilização de Roma c'len
l\'\~7. llUS C\truturada rede de implantaçúe' urbanas e de comunicaçilcs terrestres dia-se a todo o território. modelando a pai,agcm. Através da con\·
;ln111t' para a ocupação efectiva do território: "A acessibilidade era ponanto trução de aquedutos. de esrrada; e de ponte,. através da definição de
11\'hlá1Jc um requisito fundamental na e>COlha de localizaçlo e cm \CL do> rela- um no\ o c.idastro rural. também base.ido numa quadrícula. que n:gu·
i\ c:1,1n,s u.ameme isola<b. ma' nlil" íacllmente defen;.,he". topos de colinal. Iam.ava o parcelainento agricola, a mcionalíddde ;.ubjaccntc ao de-
( .J. os Romano.. optaram por cruzamentO\ de rio, oo inter.ecçiles de senho da, cíd•dcs c;trutura\ a 10do o tcrrí1ório e mtrOduzia no camJ><)
fll ,.1 \~St.1 estmdas..". Os pnncíp10' urtxmísúcos da cidade romana. ba'Cado;. na ª'marca' da nova c1vifüação. É ainda po"ivcl cncontmrcm regiõc\
'"· ul11 \'Ili regularidade. na racionalidade e na ordem, fomm rnmbcm nnpo,tos a do Sul de Ponugal, cm tomo de Beia e de ~vora, traços desta quadrí
~. 1.1111111 vúria;. cidades po1tugucsas. quer a cidades criadas de novo lJUer a ci- cula, baseada na cc11turia q11adraw, correspondendo a um quadrado
eh: .1l~~u dade> já existentes e que foram ocupadas e reestnituradus durante o com cerca de 71 O metros de largo e uma ~rca de 50 hectare,, que
,.~ .• 111.'\'\' período de ocupação romana. Se alguns castros impon<mtcs foram aban- dividia o campo de fonna regular".
1,. 1<:11t.... , donado> por lfll("l\IÇJo de Roma oo perderam imr<>n<incia dendo à A tr-JJiçJo de regularidade d:i cidade romana vai ser iamhcm uma
(J tlll;.uf10 rcc,truturação da rede urh.ina. outr.i;, cidade' fnr.tm pmfund.unente inflt.k:n":1a e u1n componente 11nix'nJnh." Ja 1,:ultura urbana punugul·
lcnt 11 l.11k n:c,trulur~' e <>Ulf.l\ tu1Kt1dJ, dl: r.:uz cm lt'IC..·~u' tHkk ~•p.ucnh:nit:ntc: 'ª fk>I \ 1~1 crud11<1 . ..\ adt>~~ã,, de llk'lll·lu'.' roH. Hlllt.11' na c.:1tlJ<lt.• pu11u
l'•11f11n1l.1 n~\o C\t\-lla qu.1h.1u(·r 1111pl.1nl.k,.""'1"'"1 urh;.lna o.tnh..·rior. ,\ u~1ni1aç-jn ro- g ue,.tlt. u1n.1 (,,.,,Ltntt· ao lon~u lk-s ~\·ulus. ~,·rnpr\.-- ª"''4-c.:1~1,Ja a •K·,·t-.~s
UI \ i,I tl.t 1n.111J tk~ PortU!!,.11 h.'/·~ rr.hlu.1ln1l'lll~ d\."Sll'S tku~ "'º''')'\· .1lr.l\l'' J._1 tk• pl.tn<"ttlltl"fllo p1011ltl\ itlJ' pelu p-.»tl.:-1 · l'lh: untrouno' t:~'t'S n1oc.l,· lu·
ni Poltu tund.1\·:u• dt• 110\·;.1'\ \·ui.ui,·~'~ .111;1\,~s d,• inh·l\l'll\ ;->C.\ ,.," <1~10111,·1;.ulo'io na~ \.·t1l.111,~." 111<·,tj.,,•\,ti' pl,,n,·~1d.H• du-;, ~,~., uln\ \Ili'~ \I\', 11.1-; \.'t1l.11ll'.~
f1~'\ l~1I~ j.Í l'\i\h'Uh"~ 110 ht~llllo \\l l' \\·Jl (UIU 1nll11f-11t1.1'-l ll"l111\(1.•111i~l.I\ l' n.1"1 l.'Hl.11 11
!1111111111,t.1' d,, llt.~\ ulu X\'111 ,\1.1 r..~nC~"'t ll\'~h.~~ ll1t"'1t.~10, ,,,('IPll.11, i·n (1u1,1ru1tl.1 \ r111 P1Hlug~11,
C''t1.·s ''"'' ,·u111p1u1cntc4' v!iu ·~i· 'Phr-:
l"Onll.111-."K a 11t<111t;fl.1, 1u111\ ,-...,,ltS, ou~ lkhh,·1:.tl.1 r,·fonnuJ..._·~10 ,,.,; 1'k111du e.· .1r111.·ulotnJo 010 lon~o
\11..· ~~..:ulo'. cnqu;.antu n;1' e.: u.IJd.:'
lll'U, OOUIH•'S l.'Ol'4't.... 1. ...... ,1..tlC' n•n1ana.
1.1lh,1
l"Olon1a1' e''ª tluahdade. por \C/'-'' ...-uníl11uo\a. pc.lr \Ctt:\ h.1rn10-
1 1111od.1' ~•' \.'H_lalk'' llCU1uguc'"'' ~ oh-..1.·r' a c'ta dual1c.JJc.Jt:: llC•r nio;amen1c Jrllculada. está compnmida no tempc.> e no c'paço. íOlll..C"i li.1111 li
'
111n l1uh1 •• 11.:ultur~• 011.·lhli..'rroüuca, grcg<-t (que 111011~ tarde se e:\.ph!' Como 1lu,1ra~ão do que dizemo;. podemos consídcrar 11uc ci- ª' \1M·11 •HHfit\

\íU11 l.1111hc111 •111<1\'1,.'s da l'Ullura 1nuçullnana. cln própria herdeira da dades que tomam como elemenlo' geradores a;, igrejn' e os con- 1\ l('l .. i·
11i,l111ll\'11; i•
t1 .1d1\tlo do 1nuru..lo 1ncd1tcrrânico). a"isociad:a a urna cuhura tr~1dic1· vento> que pon1unm os 1opos da\ colmas derivam de uma
, 11 1\r lo,· .,1
1

otl.11 e vernacula. !'<Ir ou1ro lado. a cuhura mmana, mai' iarde rea- conccpção de e'paço urbano ··grego"'. cnquan10 as malha' urba-
~ltHOllllH f1•ti
lormada e con,olodada na> culrura.~ rcna,ccnusta e ilum1n"ta, nas regulare' da' cidade' de O .. Afon,o Ili e D. Dim' demam de
ª"'"'íada a uma cuhur.1 erudita. do poder O pnmeiro deste, m(1<le- uma concc(l\'.ãO urbanística .. romana.. A e'pecifícidadc do urba- 1laílr l)t•s.ta
l1" de cídade lende a -cr menos regular e a \Cr C'>trururado lunda nismo por1uguê' reside, em mull<h do' ;eus aspecto,. na síntese t.1111r. ilil ,,,
mcn1almcn1c a parur de funções e de ed1Hc10' i.mgulares - SCJam destas duas conccpções de espaço. h'.\(! 11111 11-1
de nnture1a cívic~t ou religiosa - situados cn1 locais proe111incntC\ Não é por nc:"o que as cídadcs coloníaís portugue\as conjugam t ·1111111 li·• "'
da malha urbana O "~gundo modelo de cidade tende a ser ma" csia dualidade de concepçõe;, urbanf,ticas. A maior parte dela\ são .. , ... l-iillllhl

regular. planeado e con\lruído de acordo com um esquema nb,lrnc- cidade' co,h!1r;.t\ e comerciai~. mas ao 1nc,mo tempo e1npreend1men· A IO(tttt'
to; uma ordem gcmnc1rica pré-definida que e\lrutura um traçado de 1os planeado' de acordo com ob)C<:tl\ o.. polí11cos de controlo de um ~·f"--.'ª' ttr h11
e'Pª'iº' urbanos e em cuja ordem~ vêm in\Cnr O> diferente' t1pc." 1emtóno. Da mc'ma forma. não é tamb<'m por aca\O que ª' cidades 11.111.1ht(f '·' ,:

de edifícios e de funçõ.:,, h 111\A•Íifilili


coloniais C\p;mholas. ins1rumcn10 fund;unental do seu prOJCCIO de
Na cultura urbana portuguesa cada um dtl\ pólo> desia dupla COIOnÍZJÇãO, que paS\aVa pela OCUf)aÇUO efecliva de ICrl"llÓriOS, te- o 1\l.u11h1H11

realidade acentua-se ou c~batc·se conforrnc ª' circunst5.ncia' hi,. nham como rcfcrêncía de base da 'ua C•lnllura a quadrfculu de ori- t'll1 r1.1111!r ,,

toric:1' ou gcográfíea' Por um lado. temo' a cuhura marítuna. gem romana. "'1cma1icamente aplicada. l111i1l~11i iiHil

co,te1ra e comercial. o 11npério não temtorial do controlo da' ro- A cn-e do unpcrio romano a partir de meados do \éculo Ili d.C. 1:1'\ 111hA!!;I\ 1 1

ICll"Uh~I lttU
"''·que nos vem do' Grego>: as cidade' que <ào e\prc"ào de"a fe7-\C laml:>ém -cnur cm Portugal. com pn)fundas cono;equcnc1a' ur-
cultura assimilam muno das forma.\ urhana' e da conccpç:io do hanísuca,. A m;uor pane das cidade' não d"punha de muralha' que 1111,~ 'º""" h
c•paço gregas. Por oulro Indo. temos a cu llura territorial e m:11c- pennill\SCl11 a sua defesa cficill con1ra º' in\'asorcs Al:mo,, Suevos e t h iiti\
rial. o império efectivo do controlo territorial, que nos vem dm Visigodos, o <1uc levou à construção upressada de muralh:I\, Nn maior
Romnnos. Esta cultura cxprc;,sa-se no e;,paço português funda parte do;, caso,. por razões de rupidc1 de cons1rução e da pouca dis-
mcni;ilmcntc quando 'e 1rata da efectiva ocupação de um 1em16 ponibílídade de materiais e de mà\}-dc-obra. apenas uma parte da ci-
rui, \eja "ª'cidade' mcd1e' ai' planeada;, do 'éculo XIII. seja na' dade é muralh.xfa . t>:a construção dc'tc' muro> >ão utiliza<kh materiais
clllude' da Ama1ónia do 'eculo xvm. da pmpria cidade. pnnc1palmcn1e do' grandc' monumento' e equ1- 1lc."'i 'l'k' 'ºº'
O.. n>nceilo' de C'Pª\º - urhano e arqu11ec1ónico - carac1cri,ll- pamcn1ll' urbanos. Quer a cidade de bora quer Conímbnga ,ofrc- dr,. 1 HllH 1 •• 1

" " .i,· cada uma de''ª' culturas detenninam a cs1nuura e a conccr- ram este proce''° de redução da ;ua :í1ca urbana. de que ainda 'e .1 irt11l1\A'' c.t•
'i·ln lnnnal da' 1·c,pc1:11vt1s cidades. A cuhura urbaní;,tíca grega C\tá podem obsc1·vur os 'i nais; o mesmo procc,so terá ocorrido. piovnvel- n.1!\ 1 11l.1d1••
·''"~K·1ad11 01 u1111.·01u.· ..·1tn d.: .:'paço arquitc:ctónico e urbano e1n que o mente. em Ll\hoa . 1111t: 1>11h~111ui

º'
nhi,·1.-1u l. pn.:fk'ni.h,:rantl·~ clc1ncnto' e'truturantc' fundamenta1' Uo A decadcn"ia do Império ob..cnn--c 1ambém no dcdímo pro- \ \ U('(1'!!l1l1'1

1.'ttip.1\0 urh.1110 gr1..·go ,50 º' uhj.:c.:10' .ar4u1l«:t:liln1..:ch, que ~o púlo' grl!'.>sivo de mu1t•" cídades. em tenm" pc.l(lUla.:ionai' e fun.:umaí~. e 1..:·lo c_\H~t \f
~tt•l11t1n:-Kln1t."5 ..~ti.lo tlt."nlh1'1 uu' c'Pª\.º" cn\ \oh~• ..:\ i.:ulturJ urb._11101 na reocupaç:io de anllj!O> ca»tm,, que -e ob-.erYa entre finai' do º' 'ª'·,·.~til 11if1

1on1.u1.1 , pc.·lu "ºntr:iuu. ,-~1;i ,h,c"1<c.:1ada a u1n ronl.:110 de C"ipa\·n 1.·rn ~culu 111 .: 1u1nl·1pn'' do "·=culn \ Ponu~al -.ofre um pnx·e''º de 111111111 '''!'' rt
11111111, tJ~l l ti'
'Iº'-' tn.11" cio <jUl' u•, 1.·dll1l·1u~. e u prop11u t·~p;1\·o urhano 4u.: 1.' o de1."atlênc1a 111h.ina 1.·on)un1àrna1nr11a111.• ll•l Europa nc,tc J)\.'1·íodo. A'
,., uul 11111u111·u
l'll'lll\'1,111 l \11Hl,11IH'fllo1I . \\'lltl11 l'\ll' lllt)ld;1lhl rk•l;1' fila''ª·' ClJO"illlll<ltl' cidades '<IO \lll't''""'ª1ncn1e lo11i.1da,, "1q11eac.las e di.:,lruílla' na... lu·
\ll111J.1; 1110111
t!llt llh tl.111 fcHll1,I ta' que uptll'lll l<c1111a .10' 1nv~1,uh."· h.uh.uu' eº' dt\.·cr'u' pU\'U' h~ír·
,"\.it.i 1.Hl.1,lc" ptlllll,l:.lh~\~I'\ ol''i('f\311' SC C~l.I\ thla\ (llUÇC-ll\,Út.~S haros lº01n.• , .. ,\J'l\.'s.;.1r tl.1 tlrc~ul..·n<"1:1 111h.u1.1 llllt:' ~ \1.·r1h1.·a rntr.: u phlh0~l1l.e11 i"
C'" lt:t( lill\, (0111 lw."\O~ rcl1fi\·Os d1•.-er'º' conlormc ns c.=Jll_-.:a\, o\ sfculo 111 ~ o ~(ulo \ 111 . . 1lg11111a" \'hl31k~ 111;.111tf1H·M"' ""º'"º .._·,·n1ros N,1 ti<l"'I
ltk'~ll\ C fio\ \llUtl\(..C\ C\fl('l'ffl(3 \ da &U:t CUll\llU\'ãc•º :-\as (jdJtfC\ 1lc ,·011u~1rio e CUTIHI 1'!"111_1~ aul111111i~l11-1li\.'O~ dlH,Hltr. ~~- llt'ltll-O!U uuna1ur1 tt•
'" 1'' ~~ú11.-o. t~ \'lo 11 UI •li a l.UJ l'('l IU.'IU~U\.: 'ª pl'llll'IJl.,lhlk.'UIC ti('\ ido 111.1tt11.11' \~ :1111hu."1tlJI'\ ,J.-. <1-Pª'º \~Ili lflll' 5(1 11nplJ11C•1111 (~ ª'lllf'4:.
1dndc 11' \ll;l' lllll\'"lc' fl'"}'IH ·'' l"CUlhl '\"lh.'' 1.:p1,,·up~11' J(u._1,·~1di.l't dl· ltlll t.llh' t.h:U\ ..llU d.1 '"~' r,•h1·1.it1 L' lUltu1.1 '''í"-'' llll .t' Kl· l .111\.,111 1~·1111; .1u
ralha,, l'''"' '"-'dl', l'Pl'l:opa1' l'l<lllt .u1llll'\IUH1t.·n11lo huto.1lc1a'. tjlll' ª'
pn 1111:1ro ª'lll'c.:Co. \:u.l.1th:s lllll\'u linuna' ,,10 1.11nOL'tH lh·Hlt· 11 .1' th~
1.:oncl~IJlll prolec.·\·010 e rl't u~io nao apcn.1' c'p1ri1uJI - J., popula~ unla c1v1h/j\ào e de u1na cultura 1n.:cJ11cn.1n1,.1,. qut· J' 1orn;11n
\i>c' amca\a<las. 'etnclhante,. cn1 mu110' J'-peCUl\, .1 «.:1dat,1~, t.1~1 cuhu1·.1 ''1d~ntJI
A igreja. ao decalcar as \UU\ corcun,criçt'\es da' divisões adm1- locahndas ne;sc mesmo espaço gcogrúficn. E'ta sconc lha11çt1. 1111c
nbtrati'ª' romana,, fez com que a maior pane das ~de' episcopais deriva da pencnça a um mesmo qm1dro ambocnt:ol. ju,toltca a apa
\le~..c locahzar.,e em cidade' que já eram impon•mtes durante o rente facilidade de ad;iptação mtítua - quer por pane de cnstà<h
domínio ro1nano. as,cgurJ.ndo fi\~11n a suu permanência e conc1nui- quer por pane de muçulmanos - ih cidades construída' ror uns e
d•dc. Dc'ta forma. a igreja. 'e por um Indo foi um factor impor- por outros durante os longos sécu los de conqui'ta e de rcconquii.ta.
tante no dc,mantelamento da' IR\totuiçõe' romana,, por outro lado Em relação ao ~gundo aspecto. -era de lembrar que até à cxpan<ào
teve um p:ipel fundumcntal na manutençào da 'ida urbana. bem ""'mica no M!culo vm, quer o Sul da Europa quer o None de Áfnca
como na preservaçílo da memól"ia da Ant iguidade Clássica e da fu1ian1 parle do n1undo cristão. o que reforçnriu aind;t 1nais a idcn
'ua cultura. 11dade fonnal até cntlo existente entre as cidades de um lado e ou·
A mcmóna eº' cio> de contonuodade l'Om a cultura clássica que. tn> do l\.leduerr.inco. A' 1nfluêncon< Cor.inica' na e.iruturação da
,Ili •IC" Ulll tipesar de tudo. sub'""ª"' na língua. no direito. na reli gião e tamllcm cidade só po,teriormentc se iriam faLcr sentir nas cidade' ocupa·
na natu1wa dos espaços uroano\. -.:riam pmfundamcntc abalado' com das. contribuindo para a progres,iva diferenciação de uma reali-
a im 3.\lO muçulmana a pan.or de 711. O àralie. o direito muçulmano e dade que 'ena idêntica à panida
o islanmmo substituoram o laum. o direito romano e o cristiano\lnO É difíci l avaliar hOJC o que sena a cidade muçulmana nos sécu-
1.1 111' Ili i cm grande pane do território ponuguês. A cultura muçulmana vai lo\ vm a XIII em Ponugal. qual o ~rnu de semelhança e de diferença
também ontroduzir alterações mao\ ou meno' profunda' nas estrutu· relativamente h cidades medievaos cristãs 'uas contcmporàneas ou
lo Ili 11 ( ras urb•na' das cidade, que ocupou. enqu.111to no\O\ princípi°' e do· que lhe sucederam. De qualquer forma. espaços urbanos com ª'
0( 111, Ili ferentes formas de organiz:içno urbana pa"aram a enformar aquelas sua; raízes 'imultaneamente na cidade cri st~ e na cidade muçulma·
1ha.\ ljth.~ que foram fundada' de novo. na estavam ainda bem presentes nas cidade' ponugue'ª' do sécu lo
Sul~, us l~ (),. trJ~a<IO\ urb~ de ongem muçulmana e O\ pnncípoth que \'. no início da expan\JO ultramanna. Este ttpo de cidade. que ha-
N;·1111.11u1 lhes deram forma constituem também um 1111ponante componente da via evoluído ao longo do\ século' sincret.izando as dua< iníluêncin,,
~111(.., tli" tradição urbana portuguesa. Na \Ua longa pennanêncin cm Ponugal. consútufo pane imponante do quadro de vida. e con-equcntemcntc
iln~ d.H 1 do o;éculo \tu ao '<.'culo xm. º' \1ouro<; de"aram a 'ua man:a cm uma refeoincta básica. dos con,trutore:. de cidades além-mar. É ain·
111.tl\"ll.ll\ numero'º' espaço, urbanos do centro e do \ui de Ponugal. em cida- da hoje po"hel aperccbcrmo-nos das onfluêocia' urbanístoca'
t"i i:qu1 ·
1.· des que fundaram ou que ocuparam e adaptaram às suas necessoda· islâmicas que permaneceram nos trnçados de muita.~ cidades pon u-
h::1 sohl•· des. Eram caracterí,ticas fundamentais da cultura urbana muçulmana guc--as. Da me"na fonna. podemos odcnúficar e''" iníluência na per-
.11 nd.1 ~1.: a tradição do' e'paços fecbad~ e sinuo'°'· a falta de espaço' livres manência de cenos hábitos de \Ida urbana. nomeadamente algum:1
p1ov11\1.'I · nas cidades e a exi,tência de ros\ios de feira local11ados extramuro;, oncapacidade de entender e de usufruir plen:1111cnte os e\paços aber-
que sub'1itu'3m. em algumas das \Ua.~ funções as praças inexi'1cntes. to;, da cidade.
hn10 pro · As neces\ldades de dcfc'3 e o e' tolo de 'ida nào o, tens" o pre-..:mo Entre o pnncípoo do decltnto das cidades no '>éculo m e o
l 1on.11,.., l' pelo Conio contribuíam para o carácter 11111mo das""" rua.~. tonuo- renascimento urbano que >e inicia em Ponugnl no ;.éculo xm. apó' n
liUill'\ do sas. com diferente' perfis ao longo do seu pcrcur~o. das quais saiam conclusão da reconquista. decorrem cerca de mil ano,. Apesar de
~~. .·'"º dt..• ou1ra' ruo.1' cn1 cotovelo ou h\.x·o, que da\arn ace~'°º a pequeno' c:on- tudo. longe de se verificar um cone. existem cios de contonuida<lc
1hltloA' Jº"'º' de l'J'J'. A' ..-ondiçõc' c:l11ná1ica' ~K:onselha,._un 1gualmcncc o com o mundo da An11gu1<lade CJ.í,"ca que pennanecem no longo <l.1
ti' na' lu so1nhrl.'atnl·n10 d.,, rua\ e d;ll ~1 su01 JXIUl'U largura. As ca~a' cra1n Idade Médrn. São e"c' laços. por vezes t~nuc,. que vilo permitir o
kl\'O~ ho•r \-trad••' Jli110.1 pat10' 1nlt·nore,, t.• ·'' pc.lUl'•l' .1henura' para a nJoa l"ra111 ílorc-cimcnto das cidade' mcd1c'ª" planc;1da' no tcrntono ponu
\"'ôl l'fllfl• u
pn,.11."~Hl.ai ,.,.,... JJn'"·la.oi;. rotula",. 1nu\art.1h1~ l"IJ~1r;atk'"" ~Ul'' no 'l.'\.-ulo '\111 e 111~11' 1.ink, .t p.1rtirJo "-'':ulo \ \ '1 tl.1' l'ld~1&.· J·•
no rt'llllo\ N.1 l.'Hl.ul1: n111,·ul1nan.1 lunth1..•n1 d~u~ 11pt.•' cl,• l~lltOfl•s d\'ll·r. Jiuhuida' ctu' 1d~·;11' ll'U,1'"'·l'nll,t,1' qu1.· 'L' vJu c;un,tn11r p11 nc.: 1pal111t.·nt..•
1111n;1 111t·~ tl.1 ,u.1 fl1 11 11.1 : .u1 1u·h~~ 'I"\~ dc·ti\a1u ~ l .1'11 11.uti1.u l.11id.ulc.•, lc11H til• PHllllJ~.11
tluu11uio
3. Cjllt' l·I~ hlh'fd·

(Jl,llPI p.11h1 ti
111\'U\Ík•"'i llHI\

Para ta c..;;truturação deste estudo Lorna-sc nccc . . ~;írio c~1abcleccr da população rural dispe,..,a". Parn alem uc't'"· "f\lgun' d<" 11p111da 11111.1111pll11 1 !•

um <1t1adro gera l da urbanização em Porrngal. bem como uma que eram já. desde longa data. lugares centrais. podiam ser deito' (H'i, po11lllh'l1
pcnodi,ação das ouas principais fases de desenvolvimemo. Estas como capitais e os oeus terriJórios demarcados.(. .. ) A selecção pode- ~· 1,·~·,11, ~, .• d·l
Iases de desenvolvimento urbano podem corresponder a três fenó- rá ter sido condicionada pela situação geográfica, pela implantação l"\\11-'l.llll~llh!

menos diMintos : à fundação de novas cidades. ao crescimento físico topográfica (mais ou menos prestável para um reordenamento ud)a- " 1111r11111 dr i
de cidades, através da expansão ou remodelação de centros urbanos 110 segundo os padrões mediterrânicos). pelo nível de vida material e 111·.t 1,11i1 'lilH( 11

já existentes. ou ao crescimento populacional de núcleos urbanos. cultural. pela composição social dos oppida. pela ;,ua eventual atitu- t l.t ~ 111111 ~ j

Esta periodização está. por outro lado, ligada ao es111do da evolu- de filo-romana durante as guerras civis"". Entre as fundações ou cll-111 1;1 d11 l+u

ção da rede urbana ponuguesa e das hierarquias dos diferentes centros reestruturações urbanas de César em Ponugal no sécu lo 1a.C. inclu- lllt'~. 1 1111joi 1 11

urbanos ao longo da história. Diferentes autores, ao debruçarem-se sobre em-se Beja (Pax Julia). Santarém (Scallabis). Lisboa (Olisipo Felici- ..t1ri- l1.id•n1"
esta quest'1o. têm abordagens disciplinares distintas, utilizam fontes tas JuLia), Évora (Ebora Liberatias Jul ia) e Ménola (Mynilis Julia). 11 11'<1 \ i1·, t'I it l!

diferentes ou, mesmo quando utilizam as mesmas fontes. têm leituras No tempo de Augusto. na transição para o século l. a fundação urba- fllUll.t " \•

e conclutj)es distintas. Ao aborda.nnoo o longo período histórico que na mais imponante foi Braga (Bracara Augusla), tendo-se cominua- fllPlllllll~ lllif'

constitui o tema deste trabalho temos necessariamente de nos socorrer do nesse período a concrc1ização de muitas das anteriores fundações ,. il 1r 111i•_\
de diferentes estudos, com tO<las as discrepâncias, e por vez.es contra- de César. No tempo de Flávio. no século 1, é fundada, entre outras .., .. 1_ 11111 \r 11·1

dições. que daí decorrem. Conforme se privilegia uma abordagem cidades, Chaves (Aquac Flaviae). O período de Flávio corresponde ~11 t'ttiiH1

demográfica. económica. política ou outra, assim divergem as leituras igualmenle a um activo processo de criação de novos municípios a p.11.1 ntkl1111
da rede urbana ponuguesa em diferentes momentos históricos. Assim, panir de appida cujos notáveis se comprometessem a geri-los de acor· il\i, t. l1·,1iv 111
no século xw. conforme se analisa o Rol dos Besteiros de 1260- 1279 do com a lei romana. Entre os municípios llavianos podem-se in- '" 1 1d.11lr
ou o contemporâneo Rol dos Tabcliães de 1287-1290. o retrato que cluir, emre outros, Condeixa-a-Velha (Flavia Conirnbriga). Coimbra 1U 11('11h • i1 1ij i

estes documentos nos fomeccm das hierarquias urbanas ponuguesas é (Aeminium). Tomar (Scllium) e Santiago do Cacém (Municipium 11.1 '), 1 t. 111 it lj i il
distinto. O mesmo se passa para os séculos XIV e xv, em que só através Flavium Mirobriga)"- 1kp111• do
da análise conjunta de diversas fontes. incidindo diferentemente sobre A civi lização urbana de Roma vai estabelecer no território que h tjllll 1i11 l l •~lt

os aspectos político, administrativo. religioso ou económico, é possí- hoje corresponde a Ponugal uma rede urbana bem estruturada e hier- 11,1111u~u11;t, 11'
1
vel formar uma imagem minimamente coerente das hierarquias e da arquizada. Como centros principais devem destacar-se cidades como \ l ":l!!1'11!lli

rede urbana portuguesas neste período. Estão incluídas nesias fontes. Braga. Santarém e Beja que. como sedes de cm1ve111as jurídicas - 11\IUlllll!ldl• li'

analisadas por diversos autores, o Rol das igrejas de 1320-132 1, o Rol circunscrições j udiciais-. constituíam centros de primordial impor- 111i1,_11Jif.lo.,(!1) 1
dos Besteiros do Conto de 1422, as sedes de Bispado ou as sedes de tância para a organização política do território. A estas deve juntar-se A r ,,1 .-p~
Almoxarifado e os assentamentos nas Côncs. ainda Lisboa, pelas suas imponaotes actividades ponuárias e comer- ~llc'· irll1•1
Apesar destes problemas, é possível observar uma grande cons- ciais, e que poderá ter absorvido as funções de Samarérn como capi- tlCll fJ•i~l Uj
tância da rede urbana ponugucsa ao longo do período histórico em tal de com·e1110". Imediatamente a seguir, nesta hierarquia de cidades. 111 i:.lf11li\'t1' 1l11

eMudo. Para além de mudanças na importância relativa de vários nú- devem acrescentar-se Chaves e Évora, que tinham um estatuto proe- tltntt"H' l! 1il '

cleos urbanos em determinados momentos. devido a razões minente no conjunto das cidades romanas. Uma característica impor- 1'1111, ij•l•I d11

conjunlllrais, todos os principais centros urbanos actuais eram já ccn- tante a realçar da estrutura desta rede urbana é a preponderância do ,j,• t ld;iil

1ros in1portantC.'- no sécu1o XVI e a majoria deles rernonta1n rncsmo ao interior como centro administrativo: "A uma poderosa organi1..ação ! li .l \ 111 1!
período romano. do espaço. baseada num perfeito sistema de viação terrestre. opüe-se 011 jlfli!r.ljltl!
Nn período romano. que decorre cm Portugal a panir do século n ceno abandono dum litoral extremo batido pelos ventos. em frente d . '. ld J'i1dni
a('. "f\ unidade político-administrativa romana normal era a civiras. de un1 n1ar se1n ilhas'' 1 ~. i •i•t,i .,,.,,
'"'ln lei 11tório mais próximo. pela área, de um distrito moderno do A decadência do Império Romano torna-se patente nos primeiros !rt .iilí'•'1 •·i
qut· de 11111 concelho actual. Cada civiras tinha uma cidade capital e séculos da era cristã. acentuando-se a cr1se a partir de meados do l•I 11111 fotl
""'"" u;>lomcrados urhanos secundários sujeitos àquela. para além s&:ulo UI quando Francos e Alanos invadem a Pcn1n-.1la llx·11ca. a ••11111
'l'ir ~ i1ttl·al,·111 \"!ithtllu\ e Stll'\ n~. 1 1u ·11 h o; \'1~1i.:u.. lo' 1x up.1111 a 1lit" l'ul ( '4•,i , l H111.:go. \'i'l'll (·uni111h11~,1 . l1J.111h.l ;1 _ \~f l h.1, L1,l~1.1
t1t:1111r 1ta1h,' tio 1c11itflriu i1lCtu;1hnr11tc pottllfll~'· 1111e 1lo1nin;uu ;11é :1-i f\or;1 , Urf.t , ru1t1"" l"Ufll-..'-l"'lltlflU , "'°' Ull\ l.t,fu, ,.l (\'ltlH~ lllh.tlll~
1n,·a . .t"1t."' n1u\·ul111;an,1s que~ 1111f1;11n 1.·111 711 . 1\ 1c flt.'l lnt.lt1 '''l'''~·n1a 1·• dnnunantt..• , na ..,< p,~-;1 ro1n;1n.1 : pnr outro lado. t'Ulll' l·l.1, ltH. h1t.·1n ·!k..
.. ,,,,,,,,,,, 11111,1 !Upl Urõl ll' l,111\ oll lll'lltl' .IU l~.'I IC "ICll) pn.~..:ctlt.•Ull' t'IU lL:ílllO' l't:Oll<ln'li • 0110 da' ac:cua1\ st.·dc ... de d1,u·nu .
t'I l'l1·1IO\ i..·u, 1)\1liln.·o,. 'º':1+1i' e l't1hu1;.u,. l~l'ono1nu:a11k•111c. 3'-Sil\lt:'·'iC ll llc"a- A partir do ...~..:ulo v111. o don1lnio 1nuçuhnano vai tradu111 'l' nun1a
1 ptM.l..o· i·h.'l'i.t\·ao tio' llft.::u1lth con1cn.:1a1' e...labclec.:1llo,, a un1 pn)~rc,\i\'o nm J fa;e de e\p.tn,ào urbana i\ antiga rede de cidade' c'1ahck< ida
1 1
p1 .!Olif\· 111
. c,\ó11iamem<1 da tuno,iio con~rnal tk>'> míde." urbanos e a<l c'tahcle- p.:lo' romano' rc11taliza-se. atrJvés do re"ahcle~imemo Ja, \U3\
ulu u1h;t c.: 1111cnto de u1na C\.'.onon1ia de auto-suficiên..:iJ . Política e admi- funçõe' admina>tr.lliva; e do renovar da actnadJdC comercial c.lc iim-
ll.111_ 11.11 I.' 1u,lr•1t1van1ente oh,crv;1-se o 1111.:,1110 proces:,o de desmanleltuncnto bim regional ou wpra·regiomal. O Sul do leni16rio, onde a 'u" pre-
IHJI >llllU . ti•" Hnl1gas estrutura' e o esvaziamento de funções urbanas. A tleca- \ença foi mais prolongada. foi muito mai• marcado pelo domínio
ou d~n.:1a do lmpéno corresponde ª"'m ao dechmo da ,·ida urbana e muc;ulmano. Segundo Lub ArJúJO...o Sul isliunaco revela um car.!c-
I' 111\ha nic,mo ao abandono de alguma, cidades. Quando ..e iniciam '°'a- ª' ter essencialmente urt>ano e comercial, assente numa base económi-
j~d '.-1" i ''!C' bárbaras a maior parte da\ cidades não d"punha de murm de- ca agrícola, de onde vinha a 1iqucza das c idades e das actavidades
~l' 1111!.1) l~n,ivth eficazes, o que levou à ''ia r~pida cormniçilo ou recon\lnição. comerciais .." . Santarém. Li\hoa. Setúbal. Évora, Alcácer tio Sal,
Lrio 111h.1 mu11a' veze, à cu,la da demoh~ào de grande\ 1nfra-eslrutura' e de Ménola e Silve' 'urgem-nos como as principai' cidades do Centro e
i
11111in11.1 · monumentos. utal11aJo> como fonte' de matena" para e<'\3.\ d<!fc,a>. do Sul do temtóno neste período. algumas dela' de.em·olvendo em
,u111l.i\t'lt.·' e a rclrJcção da área urbana. Entre o final do \Cculo m e mfcao' do tomo de si com1elações de núcleo' urbano' de menor d11ncn,Jo.
iu•· HUll<l'- séndo v ter-se-á veri ficado me"no a reocupação de antigo> casiros. e.ini1urando-se delta forma uma rede urbana dcn'a e bem hierarqui-
llOIUlê Se consideranno' que a funcionalidade é um fac1or fundamental Lada A influência muçulmana e\tá ainda hoje bem marcada no de,c-
i u:iplll:'i. a p.1r:a a definição de centro' urbano,. podemo' concluir que terá ha"- nho urbano de Sih es ou nalguma' zonas de Lisboa. por e'emplo.
dr tK11r- dn. ck.:ti\"amcntc uma redução da urt>anizaçào no período bárbaro. La<boa começa neste período a a.<sumar--.e como grande metró-
111 "''-' 111 ~ A' cidade' vêcm 'e reduzidas na'"ª superfície. cm vias de dc,po1·0- f)<llc comercial, centro de uma rica região agrícola. A norte do Tejo.
f 'u1111hra amcn10 e privada., de muitos dth 'cus equipamentos e funções urba- Coin1bra era a cidude de rnaior din1ensão e in1portância a ~cguir a
~li\ IJ'I lllll 11.1' l:cononticamcntc. "a tendência que se in\tala no mundo ocidental Ll\b<>a. A Reconqua\la cristã. que \C inicia amda no principio do '>é-
dcpna' do <.éculo \ e. ponanto. para o tapo de orgamLação econtlnuca culo 1111 a parur do reino da; A\túnas. irá ao longo dos !>éculo' se-
,I~ •I h 1 lJlU~ a 4uc ..e co~tuma chamar o ' au1oconwmo··· 1• Corre,pondendo a e'ie guinte' avançando em direcção ao 'ui. Coimbra. Santarém. Li1boa e
d,1 ,. htl'r· p;111oi.una, não há notícia d~J fundação de cidades na época ">ucvn e Évora constituínun succssiva1ncntc. confonnc u Rcconqui~ta 1;1 avan-
lt \ tUUO "''~olica". i\ rede urbana deixou de cobrirtoda a extensão 1eri1orial, çando. os princapai' pólos de trocas e cen1ro' de miscigeniLaç5o das
""umando º' c.l\tclo' ou mo,1c1ro' papel de relevo como pólos de dua' cuhura.s em presença - a muçulmana e a cristã -de que Portugal
''·"'•'\ 111i;;111i1ação 1em1onal é a ,;mese. Sanai do carácter urbano da cl\1l11ação muçulmana. a
11 1111por·
·111111.11 · ...~ ,\ c\cepçào a c'le panorama de decadênClil urbana são "' fun- conqu1Ma cristã d<> território fa1 'e atra,•és da ocup.,ção drn. nuclcos
~· C:CUlll'I • .;f~, rcli~ io">tl 'i t! ad1ninistrativas das cidade~ que , ubsistiran1 co1no urb.,nos de maior importância. nilo só do ponto de visrn estratégico e
inu\Jp1 'cdc <º1""-'ºPªi' Por wda a Europ•l. a igreja tomouº' distrito~ ndmi- mil11ar. ma> tamti.;m do ponto de 'l\ta político e económico.
,-itl.t<k''· "'''""" "' unpcna" rnmo ba-.e da 'ua organmiçJo eclesiásuca. cada Nilo obstante a ocupação muçulmana de cidade' como o Porto,
111opro.: '"º', .,. "'""'l"'ndcndo a uma '111/IJ.< de tal fonna que ..a panar do Braga ou Tua. referidas por alguns croni.ia' arabe•. a islamawção
;l 1111f>OI' p1 11a..1p10 tio 'cculu v1 <l palavm cil'l1t11 tomou o \ignificado e'1~cial 1eve pouca exprc:.silo a none do território. Como consequ~ncrn desse
tHll 1.1 IJo <k <•d.itlc cpa"'oral' o cemro ti.a diocese ..". A organinçào ecle\i- facto, e apesar do caldeamento de culturas 'e ri ficado ao longo de
itlUIJ\"•lO ,;,t1c.11a1 ª"'m '"b,lltuaMe. cm larga medida. l organizaçJo CI\ il e <;éculo>. subsi\Uam duas realidad.:' urbanas dl\tantas a none e a \UI
t 1 '1"'\c."'·M~ ''' prltk:lp.U' nU. .·J'-•'l' urbano' que \C tnanlêm OC\IC período \àc.l \CdC\ do 1emtório que é h<>JC Ponugal. que ainda hoJC 'ão e' identc' nas
'n1 hl'llll' ,,,. h"I'·'"º'· de qul' "' dc,tac.am '-"l>oa e Santarcm. no 1em1óno "º"ª' e'trutur.is urt>anas. Por um lado, diferente> conceitos url>anís-
\ 1 ,11~otlu. e 0 ..a1-'il , "'''" 1jh1111a 1..·~1p11:1l do reino ... ucvo 19 . Apesar da ticos <leram origc1n a cidade~ co1n carnc1erí,lil'3' 1norfológ it.':t' e.li;,; ..
ji llll('llO'ii d,·, .11t, ·11,·1.1 tia \ itl.1 111 hana nti,cr\ .1ll.1 nc\lC ~rír1i1.lo. l'OnUnu;\ .L C\t\.. tinta'~ por outrn l1.1tlo. ob\C.:n..t· 'l' u1n n1aior indu.:l' de urhan11~u,·:10 a

iu1los 1lt' ln ""' "'"º .·lcrnt·ruu tk t.:ont1nu1tl.1uc. na fl"tlc urhana pc.>rtll)!Ul'53 'º' ,\s c1da<k' nlt·<ht,·aa' "forarn n1a1' nunlt:n,,:,,, t\ten....a ... l" 1111pc'r'
a
,,_j-1 h ',iL 1111111.1' Ll.1 i !-l·tlc:s rp1sc: np.li' do M~< uln \li - 141111:\.1, f'ono. \ 1l;1 'lo\ a tantt·s ondl' fl'\'rh..·1.11n o 1nllu'o d.1 l"I\ ili1.1,·:in tnu~uhnana··~ p.ua
+1lé 111 d1:i;.'-1 •, º ,:1p,·11:1ç u ',tlc.i d1 • f l·f1 •. 1• J\lcnh:jt•. l·~1"-·1. i11ftu1.·11t1.• a pou h! n.·gul~u\\,, dc.·nu11ti.111Uu a ;,,ua inti:nc.:1on~1htludê ê o (ltxler ci:nLrah1adc11 i itJ'\ i lo h1tt1t 1
PI 1t•111al t." e• .\lg.11 \t.• p.11\·c:r1u lrr 1n;.1n11tlo dt.•,tl1.• ,..t Jntit;uic.ladc-. que e'ª'" .1 1><•r dctr.h da 'ua fuooaçlo. Entre outras. foram fund<1d"' tl,11 f ~IJ~Mlt
1111tHC'rrur•~• ou n:no' ada, un101 11 Jdl\'JO urbana onc.lc a 1nt1uC0t.:1a que ""'te pcnodo Viana do C<!!.telo, Valença. Monção. Caminha. M1mnJa ''' m«Ji,
01.11' :t\ uh.i tn1. na1u1.1htk'nh.·, ,a oltl111a a c'.\crccr·...e' Corno avanço do Douro. Vila Real. Redondo. A'5umar, \1on,araz. Alcgrete. o _._,ortr tf!ul,
li.a K-.x:nnqu1,1a. u'\ prlni..1p._1i\ -:cntn~ urbano, foram 'endo integra· arraba.lde de E'trclll<)l. Vila Viçosa e :\i..a. Ao mc,mo tempo. proce- ( htiHtl!i i ltf
do, nu c'paço cn*'ltào. ~111que1''0 tenha implicado alteraljtlc\ "l1,gn1 ... dia-se à renovaçào de outras cidades. como for oca'° de Lisboa. atra- 1Hjüt1!11 dir
lical"ª"lucr na po'içào de,tth cidades no sistema urhann quer. pelo vés da ree,1ru1uraç3o de alguns dos seu' baim)s, do planeamenlo t1h1ii1H!li rUI
oni:111" ll<h primeiros temr<h. na:. suas morfologia,. É e\Sa pcrrna- ordenado de novo\ arrabaldes ou da conslrução de novas cintura' de u1 l1111i111i fl•1•1
11c11cia <1ue nos é ainda hoje Pº''ívcl observar na hierarquia da rede muralhu;,,. i ·••'·º- r t.tr 111
urhana do Alentejo, bem como no' traçados urbanos e na arquitectu- É nc,lc período de definição de fro111cira' que essencialmen1c se 111111 ••• fhll 11
'" Je muita; cidades do Sul e\lrulurn a rede urbana portuguesa, amda que em muüos c.-o,, como H!•• liOiil\i
Para além dc'tes pnn<:1pa1> centros urbano,, ou1ra' cidade' ne- foi referido. con\-Ohdando o papel e a P<hlÇào de centros url'>ano' já "'' 1111,
ram a as,umir uma 1mponâm:1a estratégica fundamenrnl no conte"º c<í,tente' , O.. rtiner:írios régios de D Afon\-0 Ili dão-nos uma indi-
da guerra que se de-enrolou ao longo dos século..' 111 a "" Algumas cação dos prin<ipai' centros urbano, de,tc período. sendo referida a
11 vcnun uma rmponâncra démcra Outras. embora na..c1d.1' nc,tc con- pennanêncru da corte em Lisboa. Santarém. Co1mbrn. Pono. Gu1ma- •1i.111Ao 11111
lc,to e,pecffico, tiveram ,1 capacidade de se adaptar a oulrJ' conJun- r3e" Brnga. Guarda, Évora. Elvas e Beja, cidade• que desde há muito 1 i1l•1~ ~t-111
luru~ e de se desenvolver. falào neste caso, entre oulrli-. Lamego e vinham consolidando a sua imponâncoa na rede urbana portuguc'a ! 11•h'io>i. 1M
Vi\eu". Outras cidade\ do Nor1e cristão que adquiriram um impor- Na hicrarqui1ação dos centros urbano\, u facilidade de comuni
tante papel geoestratégico forum Vila do Conde. Guimaràc' e Ponte caçõcs ª"l11niu um papel impor1an1c. Oh,cna-se o alenuamen10 da
de Lima. A estas devem acrco,çentar-!>I! ainda o Pono, pelti- ,u,1> fun- opo"çilo none-<:nslàolsul-muçulmano. progrc,i.namcn1c sub"i1uí-
ções adounistrativa..; e econórruca,, Braga. corno ccn1ro rehg10,o. da pela oposição (ainda hoje exis1en1e) l11oral/íntcnor, sendo na faixa
Gunnar.ks e Cha\es. Coimbra e Lr>boa cono;olidam nc\te período a li1oral que se concentram os principa" centro,. Em meados do século
'ºª po"ção entre a> prin.:rf"I" eidades do reino. xm. º' pnn<:ipai' ponos marítimo' mcn.:ionado' na legislação de
A conjuntura polítrco-011 htar continuou a ler 1mphca.;1'>c' \lgnifi- D Afon'o Ili cmm Lisboa. Almada. ScS1mbm. Palmela. Se1úbal. AI·
cali vas no sistema urbano ao longo d°' primeiro\ -.éculo' upó' a fun- cáccr do Sul. Santiago do Cacém, Aljc1ur, Lago>. Silve;,. Porchc>.
dação da nacionalidade. A ;ituação de guerra com muçulmanos. º' Albufeira, Faro. Tavira. Cacela e Ayamontc. actuahnente e>pnnhola.
que se prolongou a1é no século XIII. e os conflitos comº' castelhanos. Como ponos ílu vi ais eram referidos Mériola. Serpa. Moura, Arouce
por um período ainda mai' longo. determinaram ahernçõe' na rede ª'
e Araccnn. dua> úlumas rnmbém ac1unl111c111e espanhola.~. A estes
urt>ana Um grande conJun10 de pequenos ceniros no imenor e no Sul haverá que acrc..centar, a norte de Lisboa.º' pono' mariúmos e nu-
do país nram a sua unpon.1n<:1a aumentar à medida do avanço dá Re- viais de Valcfl\a. Caminha. Viana. Ponte de l .1ma. Neiva. Gaia. Vouga,
conquista. em função do ...:u papel transitório de fron1e1ra. da' n..-..:e,sr- Vagos, Cormhra. Leiria. Óbido;,, Po\C" e San~m. "'Exceptuada'>
dade> de repovoamento do' no'º' territórios e da n•'<'C"1dade de Lisboa. Sanlarem e Coimbra. as outrJ.' poH);l(fões. com p<»shel ex·
reorganização do reino. Suce\\IVamente. o; pnmc1ro' re" ponugueses cepçào de Ponte de Lima. não pa>..:1riam de ~-quenas aldeias, prova-
lomamrn medidas para o rcpovoornenlo dos tcrri16rios conquistados vclmcn1c de pe-;cadore>. sem grande peso nn população toial do pa1'
atravé' de uma polí1ica de conce>são de canas de foral. É pnncipal- O comércio 1m11i1i1110 com o c\trangeiro for-se-ia só. ou quase s6, por
111c111c ao longo da fron1cira tc1Testre que são fundadas v(irias cidades Lisboa. Porio. e. no Algarve, Silves e Lngos"l•. Alguns des1es núcle-
""''"com o objcclivo de pm oar os novos 1crri16rios e de º'defender. os ernm cidade' novas, como era o caso de Viana da Foz do Limn.
O '"lema urbano for a"im reorganizado em funç3o d<I nova e'tru- acrual Viana do Cas.1elo. resultado dos c,flm;o' de de5envolvimento
tu1J pohllco·adnum,trJllva do reino e da.s necessidade' m1htare,. atra- económico e de urbanização desenvolvrdch por D. Afonso Ili e pro,.
,.:.,. lf.t lundl\:·ào<k ll0\0,f..'.Clltro, url>ano~eda ree'tJ\llUrJÇâc.>deOOtJ'ffi. seguido' r<lr D. Dinis.
1>l'<"llu<ln luoo:uncn1,1l <k'>lc pro<·e''º é o que ci.:..-.1m: dá "'gunda mc- Comc~.im a\\lm a definir-;c com nrlldez O> principah ccntn"
t.1tll· tio ~..;c.:·uln '111 otu lin.11 ctn pnn1~1ro quanel dn 'êçulo \IV. populauo11.11\ do paí;,, -.endo na farxa litoral. de norte a sul. que se
1.1•111..•:.1'ond<·ndo ~H" h'1n.1tlo~ 11..- ll \fnn1,,o 111 t"" Lll~ J), 1)11\1••., t.:'111 que \JO dc,cnrnlvcr "' principais cidade~. '>Cndo a> funções polí1ica~ e
IPl .1111 l\1111l.1cl.1\ \.Oi11.1~ f1d.ul,-s llU\,I'> rli11lt.'.1tla' \'UIH \ ilfillll'li*'llil·;11,, e<.:onn1n1ta~ t1t.~11.·11111n~lntel\ para a 'ua locali1:.1çào. Q.;; centro\ urh;1
0
~;1lir.1du1 llt)•, dt• "ª'"'"º' prtlll1lll\'lt'IH \'Olll ~lllllt'O\Ôt'~ ,. tuni;t"'-'' IUdl\ fl'lhl/1 l' \\·I (_ 'on111clo, oull.1\ \'ld,uh.·, ,10 111lrt101 . t,:01111• ( >h11lo\. Br1.i l .\u1,,
'u111l.11 l,1' tl.t\. 1)o1~111h1 clt-• \ ''''' u1,t1tu1.·1011;1I. ''h,1\·1a 'º 1H1\ ~ c1llath.~' no Po1lu - ou B1ag;1toi.un1.1111hc.•1u ohll'1.lo th.· 1rlo11n;I\ () 11.•111.1tlu ti~· I> ~1.1
/11i1,111tl.1 ~·.1I 1nt.:d1l"Vo 1+'1.un "' 'l'd"-'' til• h1 ... pado. ;.J\ un1l'a\ a podcre1n ostentar nuel 1 fot pan1cu larn1cn1c 11npoll•H'1~ lit.'\h.' pr•M.l''''' de nu1it.k·rn11~1
·r1rtt.·. H ,14ucle 111ul11"' '. l',1,1\ cidade' eram Brn~"· Co1mbrn. Évora. Lamego. ção urbana. D. Manuel "qu11i. fortalc<.:cr n \'lc.IJ n:l!1on.:1I lll111l tlll•HJ10
J. l'll)l1.·· Guarda. L1\hoa. l'ono, Silve' e Vi\Cu Parn além deMa~. e>tistia um de organização admini\tratl\'a que dc\\C 1ncren1cn10 ~' L:clul;1' 111un1 ·
'tioa. ~llra · conJUnlo de midco' urhano' que. embora ..cm 0;;1cn1arcm o 1íiulo cipa1s do Paí'""· e foi no quadro dc,lc pnk:c"o de rco'l!an11ao;.1n
C.:lllh.~n1u adn11111'1ra11vo de cidade. eram vila.\ de maior d1mcn~o com funções administro11,·a que '-C in\Crir.tm n1u11as da..' 1n1cr\'Cllç<lc' urhaní,t1ca'
1hua'i. tk urbana' cqu1parjw" àquela.\: Sama~m. Guunal'Jcs. Beja. Elva.s, des1c período. Por ouiro lado. a ab ...1luta pn:pondc,..jnc1a de List>oa.
Lagos e Sembal. Q, Jugarc' cimeiro\ da hierarquia urbana eram ocu- cenlro de toda a empresa do' de..cobrunemo;. afirma--.e cada \eZ
lllC01l" "4!' pa~ por L1slx>a. San1arcm e Évora_ a; duas úluma.s alternando as mais e com maior n111dez no quadro urbano ponuguê' .
)S, COlllO çuas po-.1ções ao longo do' '<!<:ui<»'.>.!\ e :w. Nas suas linhas fundamenlal\, a rede urbana ponugue;a a<:lual
hann\j,t As cidades do 101enor rnanu,enun sua importância alé meados eslava já e;truturada em finais do <õ<.'culo .WI. re,eJando a e•labilida-
tru. 1nd1 -- do \éculo XIV. dcdmando mpida1ncn1c no ~'culo seguimc cm conse- de do ;,i;,1ema urbano ponuguês: "l\o ..éculo \"1 ( ... 1 o urbani,mo
th:11tl.1 .t quência do dc..cn,oh 1men10 do comércio mariiuno e do mfcio da re\'Cl>IC em Ponugal a mc,ma le1~Jo que rnanlém no oca;,o do Antigo
( ;lllfl1J• c.,pan'>lo ullramanna. que pmmo• crarn as cidade' ponuária.s. Porto. Regime 1rê, \écuJo, •oh ido': uma bt>a annadura de pequeno~ cen-
h.11nu1h) l Lisho:i, Sc1úhal. i\' c1ro. Vila do Conde. Viana do Lima (Viana do tros urbanos co01ras1ando com a 1ne~"1ên.:1a da.\ cidade~ médias (... J.
lugu1.":':.& Ca<iclo). Lago,. Ta' ira e raro \urgcm-ll<h então nos lugares domi- Jnesperadamenie. dada tal 1nc\ls1éncrn do urhani,mo m~'d10. a cap1·
\ '•HIHIOi• nantes da hierarquia urbana Se 1omann0> em con>1deração os assen- 1al é das primeiras cidade' do mundo de cmJo'"'.
11c·o10 da 1nmen1os na.s cone< de 1481-1482 - que na realidade espelhavam Transfonnaçõe, imponan1c, observadas neMe período. mas que
•llhll lllH uma hierarquia urbana que vmhll mnda do sécu lo anterior-. Lisboa. no essencial não vão ahemr u' hierarquia' urtxma,. >ão. por urn lado.
~ 11;.1 f.11 ,._. Coimbra. Évora e Saniarém ocup;ivam os lugares principah. sendo a cresceme m:1rginali7ação do inlcrior do paí» part1culan11cn1e do
111 ,l;l" 11 ICl Santarém a única vi la que •e •cnrnva cn1rc ª' cidades do reino. Sul. con1ranando a snuação amcnor cm que. dc,dc o rcriodo muçul-
lil\"~10 dt.:- Seguiam-se-lhe' o Pono. Braga. Lamego. Viseu e Si lves. esta úllima mano, esia era a regil!o com maior dcscnvol>imenlo urbano. Por ou-
í1h.1I. i\I devido ao 'cu parei como sede de bispado. Guarda, Elvas. Guima- tro lado, a ascensão do Pono que final rne111c se dc,taca do conjunto
l'nrrlh~"· l'Jes. Beja. Tavira e Leiria. Para além de;,1e;, fac1ores decarác1eressen- das cidades de pequena dimcnsllo. as\umindo o lugar de segunda ci-
11•anhukL cialmcmc polhico, outros de nmureLa económica. mililar. demográfica dade do país cm finais do s~culo xv11 e JlrÍndpios do sécu lo xvrn.
~ AI Olll'l. ou religiosa não devem ~cr descurados: "A importância absolu1a ;erá, com o desenvolvi111cn10 do comércio do vinho do Pono. O período
, ;\ l'\I~~ em cada ca~o e época. uma re'ullt1111c da soma des•es lipos (de faclo- da Reslauração, após o domínio lilipino de 1580 a 1640. conslilui
10' t.' tlu res). A qual, rcn\tunos, é melhor significada no; as;,cnlamcmos de comudo o cpi,ódio mais rclevanlc dcslcs 'écuJo, cm 1cm1os de cvo-
,1 \'oUt,!i.t.
1.•plu.uJa,
~1\i:l 1.·\ ·
1 cortei\ do queºª' outros fontes infonna1ivas"iti,
O que se dcs1aca com ni1idcl nc,tc final do século xv é a ascensão
a lugares cimeiros da rede urbana de cidade; portuárias como Lagos e
luçl!o da rede urbana ponugue,a. O longo período de guerra da Res-
iauraçilo vai de1cnninar a fonificoçl!o de numerosas vi las e cidades
fronteiriças. provocando allerações na 'ua e.iru1ura urbana e trazen-
'"· p10\'j • Faro. Sc1úbal. Viana. Ponte de Luna e Pono. em detrimento de núcleos do um renovado dinamismo a alguns centro' urbano\ que. crindos no
1l dt) p;ii\ urbanos fromeiriços. Ccmro; urbano> como Bragança. Guarda ou período medieval também numa conjumur.i de guerra. ha.,am per-
1.'! "-'1, l'kH Covilhã. ape,ar de em sécul0< anienore' lerem tido a capacidade de manecido adonnecidos dummc século<. C'lão nc,lc caw. enu-e ou·
:t·.11\ nti<. h.· ~ ultrapav.ar a.\ funções merJmenlc nnlilarc;, que lhe' unham dado ori- Iro>. Monção. fütremot. Cha\es. \alcn.,·a e Caminha.
d•1 l 11n.;1 , gem e de lerem O\~umido imponan1es funções de natureza económica Ao anali~th a\ repre..cnlaçi\cs li\ corte, de 1(>.11. 1642 e 1668
11 \'tnu:·n10 no contc\10 regional. 'iam ai;1>ra a sua \Ortc declinar. obsc" amo, como o c..calonamc1110 da\ vána.s k•calidadc\ cm muna.'
li ~ l'f<I'<• As tk-..:ohcn;" mari11111a' 'âo dar origem a uma nova fase de vezes de1enni03do pelo pre'ügio urh.lno que da-orna do papel de·
de\Cn\ol'1men10 urhan.1. que I'ª"ª sobretudo pela reordenação e -;empenhado por e<;la' localul;idc, na guerra qw cntào se dcscnrol;i
s ccrun~ e\pan,..10 dl· t1tl.lll1.--s l'\1\ll"llh."' · A' (1l1.1dc' portuária' foraiu aquelas 'ª· De referir 1amb.'m a pre'""'" pd,1 prin1<·irn 'ª ""' wnc, tk
11, ,,uc M!' C.)lh: m.u'\ tlil:n"ti.._ iar.un d.1 C\p.1n'~'º tio 1.·c•nltr<.·10 n1.1n11n10: l,1,bc..-,a. 1MX ck n:pn:-.c."nto1n1c, li(" ( Joo.1., nurn <lctS lug.irt"' ,· 1nk'1n~ 9 l'>l·111 l't•1111'
. . ·.htlt"~li ~ Porh'· s,·tu~.• 1ou \i.1n.1 c.lo ( ~a'\tl'lu ~lol~.\l'OlJ'ltlS tk'! 1.·nladcs l'OO lun· de Sa1'.11J<1r<l.1 l1.1i•1 e''" M.uanh5o, nu Bra<il. a por 1k ,\n~r.1 1111c j.i
ros u1 l,~1 \t,.ICS 1i.1t1t1.Sr1a, qut"t ll•r:uu lt't"'-"ll1lh1r;kl.1,, 11111l~t-n11t·1 tln'\ 5(-<.·uln-\ X\' '1nh.1 J'i..\C['lll JlhlO •• ~11.1 , .....~~nça ''("S1lc ª' (UI ll''~ 11(' , ,,. • !.
<> ~·111ntl~· \',111ipo d~· d~·,rn\·plv111irllh' du u1h.1n1\lllP 1~n1urui:' Si:tuhttl, J-'\·Ul•t e 1 l \;t\, tvt._,, e ltC\IC ,.:c..:uhl, pUllH.:Ultll llh..'nte no •plhl
1111\ ,,·~·uln' \\1 ;1 \\ 111 t111;u11 º' h: 111 1clt1t)\ ul1r ;1n1;1n11n'i, nonu.:ada pcnodo po111h:1 llno. qul: as\1'it11110\ :i tuna uova f;1\c de lranco t h.:\Cll·
1uc111c u B1a,d. A lunda\:ito de hnle,, de le11oria\ e de nticlcos urha vol\11mcn10 urb::ino crn Portugal. Para alé1n da rccon~trução de Lis~ o lhh1
da\ l'c.>sta:\ th: 1\f1ica. do Bra,il. da lndia e do Ex.1re1110
110\ ;10 h111!!-º boa rno1ivada pelo 1erramoto de 1755. a constrnção de Vi la Real de
Oriente eia um componcmc CS<cncial da política ponuguesa de con- Santo António e as obras levadas a cabo pelos Almada no Porto
1rolo das rotas 1narí1i1nas e co111erciais ern que assentava o seu pro- ~ão exemplos importantes da acção urbanizadora na segunda me-
jcc10 de expansão. No Brasil. sobre um terri1ório não urbanizado. tade do século. A:l 1;11.11
vai-'e desenvolver de raiz ao longo dos séculos XVI a xvm um con- E m conclusão. podemos afirmar que após a formação da na-
junto de vi las e de cidades que constituem os pólos de ocupação e de cionalidade se verificaram quatro fases de urbanização fundamen-
colonização daquele vasto Lenitório. São essas cidades que, se por tais cm Portugal, que são também momcn1os impor1an1es da /\_ ji1HI

um lado rcncctcm princípios urbanísticos desenvolvidos em perío- estruturação da rede urbana portuguesa: o século x111 e princípio ilo:; 1•.!\
dos an1criorcs na metrópole, vão ser, por outro lado, o grande campo do XIV, correspondendo à plena ocupação do 1erritório nacional e 1111i 11n1

de experiência e de desenvolvimelllo do urbanismo ponuguês. à construção de c idades medievais planeadas segundo modelos q111:1 Ili!
No século xv111 acentua-se ainda mais o peso demográfico de regulares; os séculos xv e XVI, que correspondem às primeiras • \I~ t 1hi
Lisboa e do Porto relativamente aos centros urbanos de menor experiências de urbanização fora do território continental e ao 1111\ 11 ·1 t ni·
di 1nensão. que vêe1n di1ninuir a sua importância. Continua a veri- desenvolvimento dos primeiros 1raçados urbanos de influência itl!I li, " ..

ficar-se o processo de desurbanização do interior. provocando mes- renascentista: o século xv11, correspondendo ao período fi lipino 1111\ il

mo algumas situações de quase ro1ura da rede urbana. que se e à Restauração. que se expressa na crescente aplicação de traça- • illijill

distorce e se toma desigua l: ''à chamada "rede urbana· era de ma1ha dos regu lares, fundamentalmente no Bra~il, e cm Portugal. após a 111111111!) 'º
desigual e apresentava mesmo vários buracos, nomeadamen1e no Bai- Restauração, na reestruturação das malhas urbanas de cidades for- ~1ril11r11
xo Alentejo. na Beira ln1erior e cm Trás-os-Montes""'. No final do tificadas. de acordo com regras de eficácia mili1ar. O século XVIII e 'j.llfj f'llii
século xv111, que constitui o limite temporal deste estudo, dos cin- a plena expressão dos princípios iluministas nos traçados geomé- •• :1ro1111
quenta e um aglomerados emão classificados como urbanos ape- tricos pombalinos, quer em Pormgal quer no Brasil. Estas vão ser lll1IH1" ffj'
nas se dew1cavam para além de Lisboa e do Porto. Coimbra. Braga. as nossas referências fundamentais. 1lt~·t 11\ 1li
fj1H1.I,

1111l •11' /il 1


ihf}ill!

lttl l .1 11t.
iir.1 f11il i1'
l _ li·~lii
1 .ljltiidi

11n1i,i tiii
~1~rn •li! 1
\'Hl•I i'f 11~
llnhl:t~O·
tllf 111

t11H' liíf j~i

jih

j 1il !I 1 l!! 1
li~~· {'1il

1l •Hli1• H•
1't1\': tiitl• ·j
rnrnh' n
tll 1

Potrebbero piacerti anche