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1 – INTRODUÇÃO
1
Geógrafa, Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Uberlândia. Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal de
Uberlândia. anaclara_caixeta@hotmail.com*
2
Professor Doutor do Curso de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Av. João Naves de Ávila, 2121 – Bloco H, Campus Santa Mônica -
38408-902, Uberlândia – MG, (34) 3239-4221/3239-4241. luiz.nishiyama@gmail.com
2 – MATERIAIS E MÉTODOS
As bases para a caracterização morfométrica foram:
a carta topográfico do Ministério do Exercito de 1984 na escala 1:25000;
a Imagem de satélite QuickBird QBCP, escala 1:2000, julho/2007 com verificação no
Google Earth e em campo.
De posse desta base cartográfica foi possível calcular as variáveis: perímetro, área, índice de
compacidade, fator de forma, altitude, declividade, padrão de drenagem, hierarquia fluvial,
sinuosidade do curso d’água, coeficiente de manutenção e densidade da drenagem. Estas variáveis
foram propostas por Christofoletti (1980) e Villela & Mattos (1975) que segue a proposta
principalmente de Horton.
O índice de compacidade ou índice de Gravelius (Kc) (Equação 1) é a relação da forma da
bacia com o um círculo, este valor é adimensional, quanto o resultado foi próximo de 1 (um) a bacia
possuirá uma forma próxima a circular ou oval com uma maior probabilidade de ocorrer inundações
comparada com uma bacia alongada como um retangular (VILLELA, MATTOS, 1975).
P
K C 0,28 (1)
A
XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 2
Na equação (1), P corresponde ao perímetro da bacia (km), A é a área da bacia (Km²).
Já, no fator de forma (kf) (Equação 2) é a relação da largura média, que é definida pela divisão
da área pelo comprimento da bacia, e o comprimento axial da bacia (L). Esse parâmetro também
contribui na caracterização da bacia quanto à inundação, que é quanto maior o fator de forma da
bacia maior a probabilidade de ocorrer inundação comparada com uma bacia da mesma área, mas
com o fator de forma menor. Além disso, quando a bacia é alongada a probabilidade de ocorre uma
chuva intensa em toda a sua extensão é menor, que contribui para a não formação da inundação
(VILLELA, MATTOS, 1975).
A
kf 2 (2)
L
A densidade de drenagem de acordo com VILLELA e MATTOS (1975) é determinada pela
razão entre o comprimento total dos canais (L) e a área da bacia (A) (Equação 3).
L
Dd (3)
A
A sinuosidade do curso d’água (Equação 4) é a relação entre o comprimento do rio principal
(L) e o comprimento do talvegue (Lt). Este parâmetro contribui na caracterização da velocidade do
escoamento superficial (VILLELA, MATTOS, 1975). Ressalta-se neste ponto do trabalho que o
escoamento superficial é um dos principais elementos na formação das inundações.
L
Sin (4)
Lt
Além disso, utiliza-se também o coeficiente de manutenção (Equação 5) para compreender a
demanda de área de manutenção do canal. De acordo com Christofoletti (1980) este coeficiente foi
“proposto por S.A. Schumm, em 1956, esse índice tem finalidade de fornecer a área mínima
necessária para a manutenção de um metro de canal de escoamento” (CHRISTOFOLETTI, 1980, p.
117).
1
Cm (5)
Dd
Sendo,
Cm = coeficiente de manutenção;
Dd = densidade de drenagem (m).
3 – RESULTADOS
Após a aplicação da metodologia e a geração dos dados bases já elencados verificou-se que a
drenagem padrão da área de estudo é a dendrítica. De acordo com Christofoletti (1980) esta
drenagem é semelhante a uma árvore, com a configurada respectivamente o rio principal ao tronco e
os ramos aos afluentes. “Esse padrão é tipicamente desenvolvido sobre rochas resistência uniforme,
ou estruturas sedimentares horizontais” (CHRISTOFOLETTI, 1980, p. 103).
Isto é comprovado pelo conjunto geomorfológico de localização da Bacia do Córrego São
Pedro que é denominado por AB’SABER (1971) com “Domínio de chapadões tropicais do Brasil
Central” e pelo RADAMBRASIL (1983) como “Planaltos e chapadas da Bacia Sedimentar do
Paraná”, subunidade do “Planalto setentrional da Bacia Sedimentar do Paraná”. Situa-se na borda
nordeste da mesma, caracterizada pela sua sequência mesozoica. Esta sequência é representada na
região pelos arenitos eólicos da Formação Botucatu, basaltos da Formação Serra Geral, arenitos e
calcários das formações Adamantina e Marília.
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O embasamento cristalino é constituído de quartzitos, xistos e gnaisses do Grupo Araxá
(proterozóico superior) ou de gnaisses e migmatitos do Complexo Basal Goiano de idade arqueana
(RADAM, 1983). As unidades geológicas pré-cambrianas acham-se expostas nas porções
profundamente entalhadas dos vales dos rios Araguari e Paranaíba (NISHIYAMA, 1989). A
cobertura cenozóica é representada pelos materiais inconsolidados de constituição areno-argilosa a
argilo-silto-arenosa. Não raras vezes apresentam camadas rudáceas, de espessuras variáveis, na base
do pacote. Os materiais de constituição argilo-silto-arenoso apresentam com cobertura de extensas
superfícies de cimeira representadas pelos topos das chapadas (NISHIYAMA, 1989 e 1998).
Outro parâmetro na caracterização da Bacia é a hierarquia fluvial, que neste trabalho utilizou-
se a classificação proposta por Strahler, que os menores canais são de primeira ordem originários
nas nascentes até a confluência, que origina canais de segunda ordem até a próxima confluência,
que geram canais de terceira ordem e assim sucessivamente (CHRISTOFOLETTI, 1980).
A Figura 1 apresenta a classificação de Strahler da hierarquia Fluvial na Bacia do Córrego
São Pedro, que o são 10 canais de primeira ordem conforme a classificação de Srahler é a
quantidade de rios existentes na bacia. Além disso, verificou-se que a bacia apresenta até a terceira
ordem na classificação de Strahler e possui 2 canais de segunda ordem.
No mapa de Modelo Digital e Elevação (MDE), que realiza uma interpolação a distâncias
entre as curvas e a variação das cotas é possível analisar a morfologia do terreno e juntamente com
a imagem caracterizar as feições no terreno. A Figura 2 verifica-se a altitude mínima com 770 m e a
máxima com 940 m, que a amplitude das altitudes é de 170 m. As curvas estão mais próximas entre
elas e a adjacente ao canal favorecendo a inclinação propiciando o aumento do escoamento
superficial e a redução da infiltração.
Já, a montante ocorre o favorecimento de um escoamento superficial lento e maior infiltração.
Além disso, outro favor que corrobora neste favorecimento é a significativa distância entre o divisor
de água e a próxima curva de nível de níveis de aproximadamente 2106 m, sendo um obstáculo para
o aumento da velocidade superficial. Assim, propicia a formação de inundações na porção inferior
da bacia próximo a jusante.
Após, a verificação das inclinações entre as curvas de nível da bacia em relação ao eixo
horizontal gera o mapa de declividade (Figura 3). A declividade também influência na dinâmica
hídrica com declividades baixas colaborarem na crescente a taxa de infiltração e abreviando a
tendência de escoamento superficial. Já, nas declividades altas ocorre a situação inversa.
De acordo com o quadro síntese após os cálculos das características morfométricas verifica-se
que o índice de compacidade (Kc) é próximo de 1 (um) caracterizando uma bacia com maior
probabilidade a ocorrer inundações. Esta probabilidade é reforçada pelo fator de forma próximo
também a 1 (um). Entretanto, ao calcular a densidade de drenagem na bacia está é caracterizada
como mal drenadas, que pode ocorrer devido à permeabilidade e a pouca variação da declividade a
montante da Bacia como já apresentado anteriormente.
Ao calcular a sinuosidade do rio principal obteve um valor de 1,18 que é uma baixa
sinuosidade apresentando uma tendência do canal a ser retilíneo, que gera pouca influência sobre o
escoamento superficial. Depois, dos cálculos do coeficiente de manutenção verificou-se que a área
mínima para a manutenção do canal é 2 km²/km.
Posteriormente, a análise morfométrica verificou-se que a Bacia do Córrego São Pedro é
caracterizada com uma que terá probabilidade a inundações. Ademais, com a ocupação antrópica,
que gera o aumento da impermeabilização atenuará a magnitude e a proporção das inundações.
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim, após a caracterização morfométrica constatou-se que a Bacia do Córrego São Pedro
há grandes probabilidades de inundação, tanto nos valores obtidos da bacia quanto do canal. Assim,
o processo de ocupação antrópica do meio físico da área de estudo deve ter o planejamento
adequado conviver com as inundações, visto que é uma característica natural da bacia. Isto é, a
inundação possui grandes possibilidades de ocorrer, principalmente a jusante do canal, sem a
ocupação antrópica. Neste ponto do trabalho ressalta-se que a inundação é um processo natural e
que deve ser integrado no planejamento ambiental.
b) Tese
NISHIYAMA, Luiz. Procedimentos de mapeamento geotécnico como base para análises e
avaliações ambientais do meio físico, em escala 1:100 000: aplicação no município de
Uberlândia – MG. 1998. 372 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil: Geotecnia) Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo/ São Carlos, 1998.
c) Artigo em revista
NISHIYAMA, L. Geologia do município de Uberlândia (MG) e áreas adjacentes. Revista
Sociedade & Natureza. EDUFU. 1(1): 9-16, Uberlândia, 1.989.
e) Lei
BRASIL. Lei nº 9433 de 8 de janeiro de 1997. Politica Nacional de Recursos Hídricos.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acessado em: 14 de maio
de 2015.
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acessado em: 14 de
maio de 2015.
f) Projeto e Imagens
BRASIL - PROJETO RADAM Levantamento de recursos naturais. Ministério das Minas e
Energia, v. 31, Rio de Janeiro, 1.983.
DIGITALGLOBE / PREFEITURA MUNCIPAL DE UBERLÂNDIA. Imagens do satélite
QuickBird QBCP, escala 1:2000, julho/2007.