Sei sulla pagina 1di 153

MANUAL CASEIRO

Edição especial:
D. Administrativo
Já caiu CESPE!
Por Natália Oliveira1

DIREITO ADMINISTRATIVO
JÁ CAIU CESPE: sua apostila de assertivas CESPE contém questões que já foram cobradas pela banca, lhe
permitindo um Raio X dos temas de maior incidência e que foram repetidamente objeto de questão, por exemplo,
compreensão de administração pública em sentido objetivo e subjetivo, classificação dos atos administrativos, etc.
O JÁ CAIU CESPE não se trata de uma apostila de resolução de questões para ser resolvida pelo concursando (a),
mas uma espécie de apostila que funcionará como um verdadeiro Raio X em forma de questões dos temas
corriqueiramente cobrados pela banca.

1
Bacharela em Direito pela Universidade Potiguar. Pós-graduanda em Direito Penal e Processo Penal pela UNI-RN. Aprovada no Programa
de Residência Judicial da ESMARN. Advogada. Idealizadora do @manualcaseiro e do JÁ CAIU CESPE.
MANUAL CASEIRO
Vamos Juntos?

SUMÁRIO: com base EDITAL da Banca Examinadora CESPE


1. Introdução ao direito administrativo. 1.1 Origem e objeto do direito administrativo. 1.2 Fontes do
direito administrativo. 1.3 Sistemas administrativos: sistema inglês, sistema francês e sistema adotado no
Brasil.
2. Administração pública. 2.1Teoria da separação dos poderes. O Poder Executivo e a função administrativa.
Administração Pública e Governo. 2.2 Regime jurídico-administrativo. 2.3Supremacia do interesse público
sobre o privado e indisponibilidade, pela Administração, dos interesses púbicos. 2.4 Princípios expressos e
implícitos da administração pública.
3. Organização administrativa. 3.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. 3.2
Administração direta. 3.2.1 Órgão público: conceito; teorias sobre as relações do Estado com os agentes públicos;
2
características; e classificação. 3.3 Administração indireta. 3.3.1 Autarquias. 3.3.2 Agências reguladoras. 3.3.3
Agências executivas. 3.3.4 Fundações públicas. 3.3.5 Empresas públicas. 3.3.6 Sociedades de economia
mista.
4. Atos administrativos. 4.1 Fatos da administração, atos da administração e atos administrativos. 4.2 Requisitos
ou elementos. 4.3 Atributos. 4.4 O silêncio no direito administrativo. 4.5 Extinção dos atos administrativos:
Revogação, anulação e cassação. 4.6 Convalidação. 4.7 Vinculação e discricionariedade. 4.8 Atos
administrativos nulos, anuláveis e inexistentes. 4.9 Decadência administrativa.
5. Processo administrativo. 5.1 Lei nº 9.784/1999. 5.2 Processo Administrativo Disciplinar.
6. Poderes e deveres da administração pública. 6.1 Poder regulamentar. 6.2 Poder hierárquico. 6.3 Poder disciplinar.
6.4 Poder de polícia. 6.5 Dever de agir. 6.6 Dever de eficiência. 6.7 Dever de probidade. 6.8 Dever de prestação
de contas. 6.9 Uso e abuso do poder.
7. Intervenção do Estado na propriedade. 8.1 Limitação administrativa. 8.2 Servidão administrativa. 8.3
Ocupação temporária. 8.4 Requisição administrativa. 8.5 Tombamento. 8.6 Desapropriação.
8. Improbidade administrativa. 12.1 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações. 12.2 Disposições doutrinárias
aplicáveis.
9. Agentes públicos. 13.1 Disposições doutrinárias. 13.1.1 Espécies. 13.1.2 Cargo, emprego e função
pública. 13.1.3 Provimento. 13.1.4 Vacância. 13.1.5 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 13.1.6
Remuneração. 13.1.7 Direitos e deveres. 13.1.8 Responsabilidade. 13.1.9 Regime de previdência.
10. Bens públicos. 14.1 Classificação. 14.2 Características. 14.3 Espécies. 14.4 Afetação e desafetação. 14.5
Aquisição e alienação. 14.6 Uso dos bens públicos por particular.
11. Responsabilidade civil do Estado. 15.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. 15.2 Responsabilidade
por omissão do Estado. 15.3 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. 15.4 Causas
excludentes e atenuantes da responsabilidade do Estado. 15.5 Reparação do dano. 15.6 Direito de regresso. 15.7
Responsabilidade primária e subsidiária. 15.8 Responsabilidade do Estado por atos legislativos. 15.9
Responsabilidade do Estado por atos judiciais.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
1. Introdução ao direito administrativo. 1.1 Origem e objeto do direito administrativo. 1.2 Fontes do direito
administrativo. 1.3 Sistemas administrativos: sistema inglês, sistema francês e sistema adotado no Brasil.

JÁ CAIU CESPE: Considerando as fontes do direito administrativo como sendo aquelas regras ou aqueles
comportamentos que provocam o surgimento de uma norma posta, assinale a opção correta.
a) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive os
regulamentos administrativos.

b) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a convivência mediante3
a harmonização de pensamentos.
c) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito administrativo.
d) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas pesquisas acerca
de determinada questão jurídica.
e) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.

As fontes do direito administrativo se traduzem na forma como o direito administrativo é construído e manifestado.
A doutrina tradicional disciplina que são fontes do direito administrativo: a) a lei em sentido amplo; b) doutrina; c)
jurisprudência; e os d) costumes.
Esquematizando:
Lei em sentido amplo: qualquer ato normativo do Estado, por exemplo, Constituição; medida provisória;
regulamentos executivos.
Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre “A lei, enquanto regra geral, abstrata e impessoal, é a
fonte principal (primordial ou primária) do direito administrativo. O termo “lei”, nesse caso, deve ser entendido
em sentido amplo, abrangendo a Constituição, emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias,
medidas provisórias, tratados e convenções internacionais, decretos legislativos, resoluções das Casas
Parlamentares, entre outros”.
Doutrina: trata-se de fonte secundária. Direito administrativo enquanto ciência. Não pode contrariar a lei, que é fonte
primária.
Jurisprudência: trata-se de fonte secundária. Não pode contrariar a lei, que é fonte primária.
Costumes: trata-se de fonte secundária. Comportamentos reiterados como a consciência de que se estar cumprindo
mais uma lei. Não pode contrariar a lei, que é fonte primária

JÁ CAIU CESPE: A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.

a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado.


b) O Estado é um ente despersonalizado.
c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo.
d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista.
e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro.8
MANUAL CASEIRO
Conforme preleciona Ricardo Alexandre (Direito Administrativo Esquematizado), “O Estado é a pessoa jurídica de
direito público externo constituída por três elementos indissociáveis: povo, território e governo soberano. O povo é
o elemento humano; o território é a base física; governo soberano é aquele que não se submete a nenhum outro
governo, que exerce o poder (emanado do povo) de autodeterminação e auto-organização”.

Desse modo, temos como elementos do Estado:


a. povo;
b. território;
c. governo soberano.

JÁ CAIU CESPE: Acerca da organização administrativa da União, da organização e da responsabilidade


civil do Estado, bem como do exercício do poder de polícia administrativa, julgue o item que se segue. 4

A repartição do poder estatal em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não descaracteriza a sua
unicidade e indivisibilidade.

CERTO. A repartição dos poderes em um Estado democrático de direito mostrou-se necessária para que todos os
poderes não ficassem unicamente na mão de só um deles. Cada um dos poderes exerce suas funções de forma típica
por excelência, por exemplo, a função originária do legislativo é inovar na ordem jurídica com as leis, porém, isso
não lhe retira, nem inibe que exerçam funções atípicas. Assim, contemplamos que embora cada um desses poderes
tenha a sua função típica, possui atipicamente a função dos outros poderes. Não há separação absoluta, de modo que
eles são independentes e harmônicos entre si, conforme propõe o texto constitucional.

Ante o exposto, apresenta-se correta a afirmativa que dispõe que a referida divisão não descaracteriza sua unicidade
e indivisibilidade.

JÁ CAIU CESPE: Com relação ao direito administrativo e à administração pública, assinale a opção correta.
a) A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos governamentais, encarregados de traçar políticas
públicas, bem como os órgãos administrativos, aos quais cabe executar os planos governamentais.

b) As atividades de polícia administrativa, de prestação de serviço público e de fomento são próprias da


administração pública em sentido objetivo.

c) Consoante o critério do Poder Executivo, o direito administrativo pode ser conceituado como o conjunto de
normas que regem as relações entre a administração pública e os administrados.

d) As principais fontes do direito administrativo brasileiro, que não foi codificado, são o costume e a jurisprudência.

e) A administração pública em sentido subjetivo não se faz presente nos Poderes Legislativo e Judiciário.

Conforme explica Ricardo Alexandre, em sentido objetivo (também designado material ou funcional), a
Administração Pública (grafada em letras minúsculas por se referir à função administrativa) é caracterizada pela
própria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos.

Nessa perspectiva, são atividades administrativas próprias da Administração Pública em sentido Objetivo:

a. Policia Administrativa é a atividade da administração que limita o exercício de um direito individual, visando
a garantir a consecução de um interesse público.
MANUAL CASEIRO
b. Intervenção engloba todas as atuações estatais visando a interferir no setor privado. Abrange os casos de
desapropriação, tombamento, requisições, atividades de regulação e normatização etc.

c. Fomento consiste em incentivar setores da iniciativa privada que desempenhem atividades que o governo
considere convenientes de acordo com as políticas públicas que formulou.
d. Serviço público é a atividade realizada pela Administração Pública ou por particulares dela delegatários,
mediante a qual são atendidas necessidades ou disponibilizadas utilidades ou comodidades aos administrados,
visando à consecução do bem comum.

Ante o exposto, a assertiva contida na letra “B” apresenta-se como a correta.

5
JÁ CAIU CESPE: Em relação à administração pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue
o item a seguir.

A função administrativa é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício pelos outros poderes da
República.

ERRADO. A função administrativa não é exercida apenas pelo Poder Executivo, mas também pelos demais poderes,
legislativo e judiciário, em sua função atípica.

Dessa forma, em sua função atípica, o poder legislativo pode realizar concursos e licitações, conceder licenças, férias
e afastamentos a seus servidores (função administrativa); e o poder judiciário, igualmente, em sua função atípica,
exerce função administrativa pois organiza suas secretarias e serviços auxiliares (CF, art. 96, I, “ b”); promove os
cargos dos seus quadros (CF, art. 96, I, “ e”); concede afastamentos, licenças e férias aos servidores dos seus quadros
(CF, art. 96, I, “ f”).

Ante o exposto, apresenta-se errônea a assertiva ao declinar que a função administrativa seja exclusiva do Poder
Executivo.

Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre “os Poderes, ao lado de suas funções típicas (executiva,
legislativa e judiciária), exercem também, de forma atípica, funções típicas dos demais Poderes. Com efeito, a
função administrativa também é exercida pelos Poderes Legislativo e Judiciário de forma atípica”

Vamos COMPLEMENTAR?!

Sistemas Administrativos: são os mecanismos de controle jurisdicional dos atos do poder público. O ponto central é
a ideia de Jurisdição (uma das funções do Estado: mediante provocação, aplica a lei ao caso concreto para resolver
conflitos sociais com força de definitividade).

Temos duas modalidades de sistemas administrativos, o chamado sistema francês ou sistema do contencioso
Administrativo e o sistema inglês (também denominado de jurisdição única).

Sistema inglês: nele o poder judiciário monopoliza a Jurisdição, o Poder Judiciário exerce o monopólio da atividade
jurisdicional, sendo o único legitimado a aplicar a lei no caso concreto com força de definitividade.
CF. Art. 5º. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Sistema francês: nele existe dualidade de jurisdição. Ao lado de uma jurisdição comum, existe uma jurisdição
administrativa, a quem compete o controle judicial dos atos da administração: jurisdição comum e jurisdição
MANUAL CASEIRO
administrativa: exercida por órgão da Administração, este último decide no âmbito administrativo com força de
definitividade.

Nesse sistema, o Judiciário julga todos os conflitos da sociedade, com exceção dos que envolvam a Administração,
isto porque o Judiciário não poderia violar o âmbito do executivo. Nesse sistema, o Conselho de Estado é órgão da
Administração que tem a função de julgar todas as controvérsias que tenha como parte a Administração Pública.
Esse conselho é Órgão Administrativo.
A decisão do Conselho faz coisa julgada material, impedindo assim o seu questionamento no âmbito do Judiciário,
ou seja, não se submete ao controle do judiciário a posteriori.
Também denominado de sistema da dualidade de jurisdição. O sistema do contencioso não foi adotado pelo Brasil.

Sistema administrativo adotado no Brasil? Desde a proclamação da República, as Constituições brasileiras


positivaram o sistema inglês. Atualmente, previsto ao teor do art. 5º, XXXV da Constituição Federal. 6
CF. Art. 5º. XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
O poder judiciário tem legitimidade para apreciar qualquer ato que viole a legalidade ou ameace lesar o direito.

Critérios de Definição do Direito Administrativo


a) Critério Legalista: com base esse critério, o direito administrativo se resume no conjunto de legislação
administrativa existente no país. Esse critério, todavia, não prosperou, tendo em vista que o direito administrativo
não se limita à lei.
b) Critério do Poder Executivo: identifica o Direito Administrativo como complexo de leis disciplinadoras da
atuação do PODER EXECUTIVO. Esse critério, igualmente, não prosperou, isso porque a função administrativa
também pode ser exercida por outros poderes.
c) Critério das relações jurídicas: tem a pretensão de definir o direito administrativo como sendo a disciplina das
relações jurídicas entre Administração Pública e o particular. Não prosperou, pois outros ramos, por exemplo, direito
tributário também cuidam da relação administração versus particular.
d) Critério do Serviço Público: defendia que o direito administrativo seria a prestação do serviço público. Assim,
função administrativa seria a prestação do serviço público pelo Estado. Referido conceito é bastante restrito, isto
porque na atualidade a ideia de prestação de serviço público vem sofrendo restrições, de modo que a administração
pública não se limita tão somente a execução dessa prestação.
e) Critério teleológico ou finalístico: considera que o Direito Administrativo deve ser conceituado como sistema
de princípios jurídicos que regula as atividades de Estado para cumprimento de seus fins.
f) Critério negativista: o direito administrativo deveria ser conceituado por exclusão, isto é, seriam pertinentes a
este ramo do direito, todas as questões que não pertencentes ao objeto de interesse de nenhum outro ramo jurídico.
Também não foi satisfatório esse critério.
g) Critério funcional: ou da Administração Pública – o direito administrativo seria o conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado.

Conceito de Direito Administrativo:

Hely Lopes Meirelles conceituou direito administrativo como o conjunto harmônico de princípios jurídicos que
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo Estado”.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
2. Administração pública. 2.1Teoria da separação dos poderes. O Poder Executivo e a função administrativa.
Administração Pública e Governo. 2.2 Regime jurídico-administrativo. 2.3 Supremacia do interesse público sobre
o privado e indisponibilidade, pela Administração, dos interesses púbicos. 2.4 Princípios expressos e implícitos
da administração pública.

JÁ CAIU CESPE: A respeito dos princípios da administração pública e da organização administrativa,


julgue o item a seguir.

Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de governo, fizer constar seu nome de modo7
a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá, pela autoridade, violação de preceito relacionado ao
princípio da impessoalidade.

CERTO. Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da administração pública deve ser imparcial, não visando
beneficiar ou prejudicar pessoa determinada, isso porque a sua atuação está voltada a busca do interesse público
em geral.
Nessa linha, podemos apontar como norma constitucional que materializa o princípio da impessoalidade a exigência
de concurso público ao teor do art.37, bem como, a proibição de autopromoção nas campanhas publicitarias de
programas, obras e campanhas dos órgãos públicos, nela não podendo consta nomes, símbolos ou imagens, bem
como, exigência de procedimento licitatório.
É possível verificarmos a manifestação da materialização do princípio da impessoalidade em dois dispositivos
constitucionais, em princípio, o art. 37, §1º e §6º. Vejamos:
- Constituição Federal
Art. 37. §1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
O dispositivo constitucional em análise traduz o princípio da impessoalidade, isso porque o ato do agente
(obra realizada pelo agente, por exemplo), não será atribuída a este, mas sim ao Poder Público. Trata-se de
uma decorrência da chamada “teoria do órgão”: o Estado é uma pessoa jurídica, internamente constituída
por órgãos, cujas atividades são desenvolvidas pelos agentes. O ato praticado por esse é mera execução legal
das atribuições fixadas para o órgão. Assim, o ato do agente é imputado ao órgão (imputação volitiva).

Toda atuação da Administração Pública deve ser voltada ao interesse público. Como decorrência do princípio da
impessoalidade a Constituição Federal veda a promoção pessoal pelo agente público às custas da Administração,
conforme determina o art. 37, §1º da CF, bem como, exige a aprovação prévia em concurso público como forma de
evitar favorecimentos, sendo assegurado ainda a isonomia. Por fim, exige o procedimento licitatório para suas
contratações.
- Nessa linha, é o referido dispositivo constitucional em comento que JUSTIFICA a nossa assertiva CESPE estar
certa. Além do referido dispositivo constitucional, outro diploma materializa o princípio da impessoalidade.
Vejamos:
Art. 37. §6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: No que diz respeito aos poderes e deveres dos administradores públicos, julgue o item
que se segue.

O dever do administrador público de agir de forma ética e com boa-fé se refere ao seu dever de eficiência.

ERRADO. Os administradores públicos efetivamente devem agir de forma ética e com boa fé, contudo, esse dever
é decorrência do princípio da moralidade administrativa e não da eficiência. Nessa linha, para melhor compreensão
do conteúdo abordado na questão, vejamos a definição do princípio da moralidade e da eficiência, ambos previstos
de forma expressa no texto constitucional (art. 37, caput).

Nos moldes da Lei nº 9.784/99, moralidade é a atuação segundo os padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.
Nessa esteira, no âmbito da atuação Estatal a observância à moralidade traduz-se na ideia de uma atuação com8
lealdade, ou seja, boa-fé de conduta no exercício da atividade administrativa.

Cumpre ainda ressaltarmos que a moralidade administrativa não se confundi com a mera moral social, que temos
embutida em nosso senso comum.

Por outro lado, temos o o princípio da eficiência, este introduzido na Constituição Federal com o advento da Emenda
19 de 45, a qual ficou conhecida como “Reforma Administrativa”, quando só então o princípio em comento passou
a gozar de previsão expressa na CF, o que não significa que antes a administração não tivesse já o dever de atuação
de forma eficiência.

A ideia base do princípio da eficiência recai sobre a exigência da atuação administrativa de forma eficiente, no
sentido de ser feita com maior presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando harmonizar maior qualidade
com menor gasto.

Pelo posto, resta nítido que o conceito extraído na assertiva refere-se ao princípio da MORALIDADE e não da
eficiência.

JÁ CAIU CESPE: Sem ter sido aprovado em concurso público, um indivíduo foi contratado para exercer
cargo em uma delegacia de polícia de determinado município, por ter contribuído na campanha política do agente
contratante.
Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da
a) supremacia do interesse público.
b) impessoalidade.
c) eficiência.
d) publicidade.
e) indisponibilidade.

A situação descrita no enunciado da questão é exemplo típico e de patente violação ao princípio da impessoalidade.
Conforme já explicado nos comentários da questão anterior, um dos desdobramentos e materialização do princípio
da impessoalidade é a exigência de realização de concursos públicos. Dessa forma, a alternativa correta é a letra B
– IMPESSOALIDADE, posto que o servidor fora investido no cargo sem ter sido aprovado.

Vale a pena ver de novo!


Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da administração pública deve ser imparcial, não visando beneficiar ou
prejudicar pessoa determinada, isso porque a sua atuação está voltada a busca do interesse público em geral. Nessa
linha, podemos apontar como norma constitucional que materializa o princípio da impessoalidade a exigência de
concurso público ao teor do art.37, da Constituição Federal!
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Quando a União firma um convênio com um estado da Federação, a relação jurídica
envolve a União e o ente federado e não a União e determinado governador ou outro agente. O governo se alterna
periodicamente nos termos da soberania popular, mas o estado federado é permanente. A mudança de comando
político não exonera o estado das obrigações assumidas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem
entendido que a inscrição do nome de estado-membro em cadastro federal de inadimplentes devido a ações e(ou)
omissões de gestões anteriores não configura ofensa ao princípio da administração pública denominado princípio
do(a)
a) intranscendência;
b) contraditório e da ampla defesa;
c) continuidade do serviço público.
d) confiança legítima;
e) moralidade. 9

Para resolver a questão acima, o candidato precisava ter conhecimento acerca do teor do Informativo 825 do STF,
publicado em meados de maio de 2016. Aproveitamos para reforçar a importância do estudo dos referidos
informativos em sua preparação. Agora, vamos ao conteúdo. O que decidiu o STF?

Segundo o STF, a inscrição do nome do Estado-Membro em cadastro federal de inadimplentes em face de ações
e/ou omissões de gestões anteriores NÃO CONFIGURA OFENSA AO PRINCÍPIO DA
INTRANSCENDÊNCIA. Vigora, no âmbito da Administração Pública, o princípio da impessoalidade, previsto no
artigo 37 da CF/88. A relação jurídica envolve a União e o ente federal, e não a União e certo Governador ou outro
agente. O governo se alterna periodicamente nos termos da soberania popular, mas o Estado é permanente. A
mudança de comando político não exonera o Estado das obrigações assumidas.
STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016 (Info 825).

Diante do entendimento da Suprema Corte exarado no Info 825, temos como correta a alternativa A-
INTRANSCENDÊNCIA.

JÁ CAIU CESPE: No que se refere aos princípios da administração pública, julgue o item subsequente. O
princípio da publicidade viabiliza o controle social da conduta dos agentes administrativos.
CERTO. Pelo princípio da publicidade, a atuação da administração pública deve ser transparente. Atualmente, nos
moldes da LIA – Lei de Improbidade Administrativa, constitui-se em ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública, negar publicidade aos atos oficiais.
Por outro lado, a publicidade funciona ainda como pressuposto básico de eficácia dos atos administrativos, pois o
administrado só pode cumprir determinações legais da Administração Pública se tomar conhecimento do ato. Por
fim, e não menos importante, a publicidade viabiliza o controle pela sociedade dos atos dos administradores.
Corroborando ao exposto, o professor Ricardo Alexandre declina “O princípio da publicidade decorre do princípio
democrático, pois, se todo poder emana do povo, não seria possível imaginar que a atuação da administração
ocorresse sem o conhecimento do povo, o que teria como consequência a impossibilidade de o titular do poder
controlar o respectivo exercício por parte das autoridades constituídas. (Direito Administrativo Esquematizado).

JÁ CAIU CESPE: A supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora consista em um
princípio implícito na Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos princípios que estão explícitos no
referido texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade.
MANUAL CASEIRO
CERTO. Segundo o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Particular, os interesses da
sociedade devem prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos, havendo a sobreposição das
garantias do corpo coletivo, quando em conflito com as necessidades de um cidadão, se analisados isoladamente.
O princípio em comento é denominado pelo Professor Celso Antônio Bandeira de Melo como “uma” das pedras de
Toque, ao lado do princípio da indisponibilidade.
Não obstante apresentar-se como um dos princípios basilares e de elevada importância para a interpretação do direito
administrativo, o princípio em comento não possui efetivamente previsão explicita na Constituição Federal, contudo
este fato não lhes retira o seu grau de prestígio, possuindo assim a mesma importância dos princípios expressos.
Vale a pena ver de novo! Pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, os interesses da
sociedade devem prevalecer sobre o privado, em virtude do referido princípio a CF prevê a possibilidade de
desapropriação, bem como, requisição administrativa, tudo na busca de alcançar o interesse da sociedade em
detrimento do interesse particular. 10

JÁ CAIU CESPE: Do ponto de vista subjetivo, a administração pública integra o Poder Executivo, que
exerce com exclusividade as funções administrativas, em decorrência do princípio da separação dos poderes.

ERRADO. Em seu SENTIDO SUBJETIVO, a administração pública refere-se ao conjunto de órgãos e agentes
estatais que atuam no exercício da função pública.
Sob o aspecto subjetivo, também denominado de aspecto orgânico ou formal, a administração pública corresponde
ao conjunto de órgãos e agentes estatais que atuam no exercício da função pública. Trata-se do conjunto de pessoas
jurídicas e órgãos que compõem a administração e faz a atividade administrativa.
Por outro lado, administração pública em seu sentido objetivo, conhecido também como aspecto material, é a própria
atividade administrativa desempenhada pelo Estado.
Em quesito de provas objetivas, referida classificação possui alto índice de cobrança pela Banca CESPE, sendo
objeto de quesito na última prova de Delegado de Polícia Civil/PE – 2016, sendo considerada correta a alternativa
que apontava para o conceito de administração pública em sentido subjetivo. Vejamos:
“A administração pública, em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes
públicos que exerçam função administrativa”.
Por fim, cumpre destacar que a referida classificação foi igualmente cobrada na prova de Delegado de Polícia
Civil/ES – 2011.

JÁ CAIU CESPE: Considerando os princípios e fundamentos teóricos do direito administrativo, assinale a


opção correta.
a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, se constituídas como pessoa jurídica de direito privado,
não integram a administração indireta.

ERRADO. O fato de serem pessoas jurídicas de direito privado não lhes retiram a condição de fazerem
parte da administração pública indireta. A empresa pública, bem como, as sociedades de economia mista
fazem parte da Administração Pública Indireta.

Administração Pública Indireta


COMPOSIÇÃO
Autarquias Fundações Empresas públicas Sociedade de economia
mista
MANUAL CASEIRO
b) Desconcentração é a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para outra, ao passo que
descentralização é a distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da sua
organização hierárquica.

ERRADO. Os conceitos foram trocados. Vejamos:

A DESCONCENTRAÇÃO trata-se da distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa


jurídica. Na desconcentração não há a criação de uma nova pessoa jurídica. Cumpre destacarmos que os
órgãos que são criados para o desenvolvimento dessa atribuição não possuem personalidade jurídica. Por
fim, e não menos importante, ressalta-se que no contexto da desconcentração é possível se falar em
manifestação do poder hierárquico.
A criação de uma nova secretaria por governador de Estado caracteriza exemplo de desconcentração, ocasião11
em que a pessoa jurídica se divide em vários órgãos, ocorrendo a distribuição interna de competência.
Por outro lado, temos o fenômeno da DESCENTRALIZAÇÃO. Na descentralização, o Estado na busca pela
prestação de um serviço mais eficiente especializa suas atividades transferindo a execução de determinados
serviços para outras pessoas jurídicas.

Vamos esquematizar?

Desconcentração Descentralização
- Distribuição interna de competências entre órgãos - Transferência dos serviços públicos as pessoas
e agentes de uma mesma pessoa jurídica; jurídicas diversas.
- A prestação não é transferida para outra entidade; - A prestação é transferida para pessoa jurídica
diversa, sendo essa quem realiza a atividade;
- Não há criação de uma nova pessoa jurídica; - É criada uma nova pessoa jurídica diversa, que
possuirá autonomia; pressupõe a existência de duas
pessoas;
- Há manifestação do poder hierárquico. - Não há manifestação do poder hierárquico,
havendo apenas vinculação, em virtude do qual é
feito o chamado “controle finalístico”.
A desconcentração viabiliza a especialização da Transferência da atividade administrativa para outra
função dentro da sua estrutura estatal, sem que isso pessoa.
implique a criação de uma nova pessoa jurídica.
Criação de centros de competências denominados
de órgãos públicos.

c) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o que não estiver expressamente
proibido pela lei.

ERRADO. Pelo princípio da legalidade, à atuação da administração pública subordina-se a lei de modo que,
o agente público somente poderá fazer o que proclama a lei. Assim, não havendo previsão legal, está proibida
a atuação do ente público e qualquer conduta praticado de forma arbitrária pelo agente público. Cumpre
destacarmos que a legalidade no âmbito do direito administrativo não se confunde com a legalidade privada,
em que é permitido fazer tudo que não é proibido. Nesse ponto, vale a pena recordarmos a célebre lição do
saudoso Hely Lopes Meirelles, segundo a qual “na administração pública não há liberdade nem vontade
pessoal. Enquanto no âmbito particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração pública
só é permitido fazer o que a lei autoriza”. (Ricardo Alexandre).
MANUAL CASEIRO
d) A administração pública, em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os
agentes públicos que exerçam função administrativa.

CERTO.

e) No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, o ingresso de ação judicial no
Poder Judiciário para questionar ato do poder público é condicionado ao prévio exaurimento da instância
administrativa.

Não há necessidade de prévio exaurimento na via administrativa, SALVO no contexto do disposto ao teor
do art. 217, §1º da CF.
12
Vamos ao comentário do gabarito de nossa questão?!

Mais uma questão que exigia do candidato conhecimento acerca do sentido de administrativo, seja ele em seu
sentido amplo ou restrito, bem como, subjetivo e objetivo.

Em sentido estrito, administração pública corresponde exclusivamente a função administrativa exercida pelos órgãos
administrativos.

Por outro lado, em sentido subjetivo, conforme estudado já em comentários anteriores, refere-se conjunto de pessoas
jurídicas, órgãos públicos e agentes públicos que realizam a atividade administrativa.

Ante o consignado, apresenta-se correta a assertiva exposta na letra D, a qual declina “A administração pública,
em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que exerçam
função administrativa”.

O CESPE ama essa classificação.

Administração pública em sentido AMPLO: Administração pública em sentido ESTRITO:


Em sentido amplo, a Administração Pública, considerada Já em sentido estrito, sob o aspecto subjetivo, a
sob o ponto de vista subjetivo, compreende tanto os órgãos Administração Pública abrange apenas os órgãos
constitucionais de governo, responsáveis pelas administrativos subordinados. (Ricardo Alexandre).
formulações de políticas públicas e por dirigir e comandar
a Administração, quanto os órgãos administrativos
subordinados, responsáveis por executar os planos
governamentais. (Ricardo Alexandre).
Em sentido amplo, sob o aspecto objetivo, o termo Em sentido estrito, sob o enfoque objetivo, o termo
administração pública envolve a atividade de formulação administração pública refere-se exclusivamente a
das políticas públicas (função de governo), além da função atividades de execução dos planos governamentais.
de execução dessas políticas. (Ricardo Alexandre). (Ricardo Alexandre).

JÁ CAIU CESPE: Segundo o STF, a vedação ao nepotismo decorre diretamente de princípios


constitucionais explícitos, como os princípios da impessoalidade, da moralidade administrativa e da igualdade, não
se exigindo a edição de lei formal para coibir a sua prática.

NEPOTISMO
Viola os princípios da impessoalidade, igualdade, eficiência e da moralidade;
Se aplicam aos cargos de natureza administrativa, não alcança os cargos políticos; já decidiu o STF.
MANUAL CASEIRO
Não dependem de lei formal para sua aplicação, pois decorrem dos princípios que regem a Administração
Pública.

CERTO. A súmula vinculante de nº 13 veda a prática do nepotismo, pela referida regra, a nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta
e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
A vedação da prática do nepotismo no âmbito da administração direta e indireta de qualquer dos poderes da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios está relacionada aos princípios da moralidade, impessoalidade
administrativa e da eficiência. 13

A prática do nepotismo viola a impessoalidade, pois conforme o princípio em comento, a atuação administrativa
deve ser voltada para a busca do interesse público, não se admitindo discriminações, seja para prejudicar ou
beneficiar pessoa determinada. Nesse contexto, ao se nomear um parente em virtude dessa condição somente, não
se estar atuando de forma imparcial e indiscriminada.
No tocante ao seu alcance, o Supremo Tribunal Federal se manifestou no sentido de somente se aplicam a cargos de
natureza administrativa, estando de fora do seu âmbito as nomeações para cargos políticos. Foi com base nessa
interpretação que STF considerou válida a nomeação de irmão de Governador de Estado para o cargo de Secretário
Estadual de Transportes, uma vez que o cargo em questão possuía natureza política.
Por fim, o STF manifestou-se no sentido de que o nepotismo não depende de lei formal para coibir a prática.
Proibição a qual decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37 da Constituição Federal.

Vamos APROFUNDAR?!

Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica
sobre a nomeação

Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle externo do Tribunal
de Contas mesmo que seu tio (parente em linha colateral de 3º grau) já exerça o cargo de assessor-chefe de
gabinete de determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do referido tio não tem
qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com
o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e
agente político ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia
ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com quem tenha potencial de
interferir no processo de seleção. STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o
acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 23/2/2016 (Info 815).

Se a pessoa que foi nomeada MAS ESSE parente não tem


NÃO HAVERÁ Nepotismo possui parente no ÓRGÃO influência hierárquica sob
nomeação.

O teor desse informativo já foi objeto de cobrança em prova. Delegado Acre – 2017. Vejamos a assertiva
tida como correta, o qual transcreve o entendimento do Info acima.
MANUAL CASEIRO
E) Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que vedar o acesso de qualquer cidadão a
cargo público tão somente em razão da existência de relação de parentesco com servidor público que não
tenha competência para o selecionar ou o nomear para o cargo de chefia, direção ou assessoramento, ou
que não exerça ascendência hierárquica sobre aquele que possua essa competência é, em alguma medida,
negar um dos princípios constitucionais a que se pretendeu conferir efetividade com a edição da Súmula
Vinculante n° 13, qual seja, o princípio da impessoalidade.

Norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento efetivo

A Constituição do Estado do Espírito Santo prevê, em seu art. 32, VI, que é “vedado ao servidor público
servir sob a direção imediata de cônjuge ou parente até segundo grau civil”. Foi proposta uma ADI contra
esta norma. O STF julgou a norma constitucional, mas decidiu dar interpretação conforme à Constituição,
no sentido de o dispositivo ser válido somente quando incidir sobre os cargos de provimento em comissão,14
função gratificada, cargos de direção e assessoramento. Em outras palavras, o STF afirmou que essa vedação
não pode alcançar os servidores admitidos mediante prévia aprovação em concurso público, ocupantes de
cargo de provimento efetivo, haja vista que isso poderia inibir o próprio provimento desses cargos, violando,
dessa forma, o art. 37, I e II, da CF/88, que garante o livre acesso aos cargos, funções e empregos públicos
aos aprovados em concurso público. STF. Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/
o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/5/2015 (Info 786).

Sabe aquela norma que impede nepotismo no “Ela” não alcança servidores de provimento
serviço público? efetivo.

Vedação ao nepotismo: inconstitucionalidade de lei estadual que preveja exceções

É inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do nepotismo, permitindo que sejam
nomeados para cargos em comissão ou funções gratificadas de até dois parentes das autoridades estaduais,
além do cônjuge do Governador. STF. Plenário. ADI 3745/GO, rel. Min. Dias Toffoli, 15/5/2013 (Info 706).

Lei estadual “X” que excepciona a regra da


É INCONSTITUCIONAL
vedação ao nepotismo

De Olho Súmula vinculante 13-STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

- Cônjuge (e companheiro também hein?!)


- Parente em linha RETA, COLATERAL ou por AFINIDADE;
- A vedação é estendida até o parente de:

1º 2º 3º Grau

- STF já decidiu que a nomeação de parente para cargo de natureza politica, como é o caso de Secretário
Estadual – não viola o disposto na Súmula Vinculante 13.

(CESPE já cobrou esse entendimento).


MANUAL CASEIRO
Cargo de Natureza Politica Ex.: Secretário de Estado. Não viola a súmula vinculante
13.

CESPE já considerou correta a seguinte assertiva (Delegado PE 2016): Segundo o STF, a vedação ao
nepotismo decorre diretamente de princípios constitucionais explícitos, como os princípios da
impessoalidade, da moralidade administrativa e da igualdade, não se exigindo lei formal para coibir a sua
prática.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com o princípio da eficiência, a administração pode revogar seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos. Também pode anulá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, hipótese na qual devem ser respeitados os direitos adquiridos.
15

ERRADO. A referida possibilidade decorre do princípio da autotutela e não da eficiência. Ademais, a hipótese em
que a Administração pode revogar é por motivo de conveniência e oportunidade, e anular por vício de legalidade,
estando trocado as assertivas. Vejamos:
A autotutela caracteriza-se por permitir que a Administração Pública reveja seus próprios atos, revogando-os por
motivo de interesse público (oportunidade e conveniência), assim como anulando os atos inquinados pela ilicitude.
ANULAR os atos ilegais, com vícios que os tornem ilegais.
REVOGAR os atos inoportunos ou inconvenientes.
Súmula 346, STF. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

JÁ CAIU CESPE: A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger
inclusive os regulamentos administrativos.
CERTO. Conforme estudado no primeiro item do edital, as Fontes do direito administrativo dizem respeito a forma
como o direito administrativo é construído e manifestado.
A doutrina tradicional disciplina que são fontes do direito administrativo: a) a lei em sentido amplo; b) doutrina;
c) jurisprudência; e os d) costumes.
No tocante a lei, além de ser fonte primária, cumpre destacarmos que deve-se entender “Lei em sentido amplo”, ou
seja, qualquer ato normativo do Estado, por exemplo, Constituição; medida provisória; regulamentos executivos.

Vamos APROFUNDAR?
Fonte Formal Fonte Material
Aquela relacionada a própria criação do direito Jurisprudência
administrativo/ produção. Doutrina
Constituição Costumes
Lei Princípios Gerais do Direito.
Regulamento
Outros atos normativos Obs.: A Jurisprudência só será considerada fonte formal
Parcialmente a Jurisprudência (quando a decisão quando vincule a administração, não o sendo, será fonte
judicial tem efeito vinculante para a Administração). material.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: O diretor-geral da polícia civil de determinado estado exarou um ato administrativo e,
posteriormente, revogou-o, por entender ser inconveniente sua manutenção. Nessa situação hipotética, o princípio
em que se fundamentou o ato de revogação foi o princípio da
a) segurança jurídica.
b) especialidade.
c) autotutela.
d) supremacia do interesse público.
e) publicidade.
Nos termos da Súmula 473 do STJ, A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,16
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Por outro lado, a legislação disciplina:
Lei nº 9.7.84. Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Dessa forma, a decisão tomada pelo diretor tem por base o PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA, que se caracteriza
por permitir que a Administração Pública reveja seus próprios atos, revogando-os por motivo de interesse público
(oportunidade e conveniência), assim como anulando os atos inquinados pela ilicitude.
A assertiva correta é a letra C- AUTOTUTELA.

JÁ CAIU CESPE: A possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei, constituir terceiros
em obrigações mediante atos unilaterais constitui aplicação do princípio da supremacia do interesse público.
CERTO. Pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, os interesses da sociedade devem
prevalecer sobre o privado, em virtude do referido princípio a CF prevê a possibilidade de desapropriação, bem
como, requisição administrativa, tudo na busca de alcançar o interesse da sociedade em detrimento do interesse
particular.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a jurisprudência do STF, em exceção ao princípio da publicidade, o


acesso às informações referentes às verbas indenizatórias recebidas para o exercício da atividade parlamentar é
permitido apenas aos órgãos fiscalizadores e aos parlamentares, dado o caráter sigiloso da natureza da verba e a
necessidade de preservar dados relacionados à intimidade e à vida privada do parlamentar.
ERRADO. Essa publicidade é permitida não apenas aos órgãos fiscalizadores, mas a coletividade em geral. Nesse
sentido, O STF, no julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 652.777, decidiu, por unanimidade,
que essa publicação dos vencimentos é legítima (constitucional).
Para a Corte, a divulgação dos vencimentos dos servidores, a ser realizada oficialmente, constitui informação
de interesse público que não viola a intimidade e a segurança deles, uma vez que esses dados dizem respeito a
agentes públicos em exercício nessa qualidade.
O âmbito de proteção da privacidade do cidadão fica mitigado quando se trata de agente público. O servidor
público não pode pretender usufruir da mesma privacidade que o cidadão comum.
Vejamos o teor da decisão em síntese:
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus
servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. Info 782, STF.
MANUAL CASEIRO
Possibilidade de divulgação de vencimentos dos servidores públicos com relação nominal

É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de
seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. STF. Plenário. ARE
652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782)

Divulgação dos vencimentos dos servidores É POSSÍVEL.


públicos em relação nominal Essa publicação é legitima.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com o entendimento do STF, atende ao princípio da publicidade a divulgação,
em sítio eletrônico mantido pelo poder público, do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias referentes a17
cargo na administração pública, porém não é legítima a publicação dos nomes dos servidores ocupantes dos referidos
cargos, sob pena de ofensa à intimidade e à privacidade.
ERRADO. O entendimento dos Tribunais atualmente é em sentido oposto, ou seja, de que essa publicidade é
legítima. Nesse sentido, vejamos o teor do Informativo 782, STF. É legítima a publicação, inclusive em sítio
eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias.

É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus
servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. STF. Plenário. ARE 652777/SP,
Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782)

JÁ CAIU CESPE: Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações administrativo-


governamentais são imputadas ao ente público e não ao agente político.
CERTO. Trata-se de uma decorrência da adoção da “teoria do órgão”: o Estado é uma pessoa jurídica, internamente
constituída por órgãos, cujas atividades são desenvolvidas pelos agentes. O ato praticado por esse é mera execução
legal das atribuições fixadas para o órgão. Assim, o ato do agente é imputado ao órgão (imputação volitiva).

JÁ CAIU CESPE: A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção correta.
a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos administrativos.

ERRADO. O princípio da autotutela permite a revogação pela Administração Pública. Ao poder judiciário,
uma vez constatada a ilegalidade, cabe a ANULAÇÃO.
Administração Pública: REVOGA.
Poder Judiciário: ANULA!

b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse público equivalem-


se.

ERRADO. O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse


público formam a chamada “Pedras de Toque”, porém possuem conteúdos distintos, não equivalem-se,
porém se somam para formar o chamado “regime jurídico administrativo”.
MANUAL CASEIRO
Candidato, o que são as chamadas pedras de toque?

Excelência, segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, há dois princípios, que são em verdade princípios
basilares, denominados por este de “pedras de toque” que rege a atuação administrativa: a supremacia do
interesse público sobre o privado e a indisponibilidade. Pelo princípio da supremacia do interesse público
sobre o privado, os interesses da sociedade devem prevalecer sobre o privado, em virtude do referido princípio
a CF prevê a possibilidade de desapropriação, bem como, requisição administrativa, tudo na busca de alcançar
o interesse da sociedade em detrimento do interesse particular.

Por outro lado, o princípio da indisponibilidade do interesse público também está implícito na Constituição
Federal. Segundo Ricardo Alexandre, como a administração pública é mera gestora de bens e interesses
públicos, que em última análise pertencem ao povo, estes não se encontram à livre disposição do
administrador, devendo o agente público geri-los, curá-los, da forma que melhor atenda ao interesse da 18
coletividade. Com efeito, a Administração não pode abrir mão da busca incessante da satisfação do interesse
público primário (bem comum) nem da conservação do patrimônio público (interesse público secundário).

Princípios basilares – “Pedras de Toque”


Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Princípio da indisponibilidade do Interesse Público
privado
*Tema cobrado na prova Delta MS/2017 (Pedras de Toque).

c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.

CERTO.

d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.

O objeto central do princípio da legalidade é atuação conforme determina a lei, nos exatos termos do que é
permitido ao administrador, mas isso não significa que de forma reflexa acabe garantindo o interesse
público.

e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência.

A exigência da transparência é decorrência do princípio da publicidade.

Conforme dispõe o art. 37 da Constituição Federal, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...).
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva que aponta que “estão expressamente previstos na CF o princípio
da moralidade e da eficiência”, correto, conforme redação do art. 37 da CF.
Nessa esteira, cumpre ainda recordarmos que o princípio da eficiência foi introduzido na Constituição Federal com
o advento da Emenda 19 de 45, a qual ficou conhecida como “Reforma Administrativa”, quando só então o princípio
em comento passou a gozar de previsão expressa na CF.

JÁ CAIU CESPE: Determinada autoridade administrativa deixou de anular ato administrativo ilegal, do
qual decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão de ter decorrido mais de cinco anos desde a prática
do ato, praticado de boa-fé.
Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está fundada no princípio administrativo da
a) tutela.
MANUAL CASEIRO
b) moralidade.
c) segurança jurídica.
d) legalidade.
e) especialidade.
Segundo Matheus Carvalho, “o princípio da segurança jurídica trata-se de princípio geral do direito, base do Estado
de Direito que garante aos cidadãos não serem surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica posta.
Configura corolário do direito como norma de pacificação social. Assim sendo, as modificações supervenientes de
normas jurídicas não devem retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena de se tornar instável o sistema de
regras imposto pelo Poder Público, causando instabilidade social. ” (Manual de Direito Administrativo, 2017, p. 97).
Nesse sentido, quando a administração pública deixa de anular de anular ato administrativo ilegal, do qual
decorriam efeitos favoráveis para seu destinatário, em razão de ter decorrido mais de cinco anos desde a prática19
do ato, praticado de boa-fé, o faz em patente observância ao princípio da segurança-jurídica.

JÁ CAIU CESPE: O regime jurídico-administrativo caracteriza-se


a) pelas prerrogativas e sujeições a que se submete a administração pública.
b) pela prevalência da autonomia da vontade do indivíduo.
c) por princípios da teoria geral do direito.
d) pela relação de horizontalidade entre o Estado e os administrados.
e) pela aplicação preponderante de normas do direito privado.
Segundo ensinamentos do Professor Matheus Carvalho, o Regime Jurídico-Administrativo, “trata-se de um
conjunto de princípios, de direito público, aplicável aos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública
e à atuação dos agentes administrativos em geral. Baseia-se nos princípios da supremacia do interesse público e
da indisponibilidade do interesse público que definem prerrogativas a serem estipuladas ao Estado e de limitações
impostas ao ente estatal, sempre com a intenção de se perseguir e alcançar o interesse da coletividade”.
Dessa forma, temos que o regime jurídico administrativo compõe-se do binômio prerrogativas versus limitações.
Assim, de um lado é conferido à Administração Pública prerrogativas para que esta busque atender o interesse
público da melhor forma, do outro, encontra limites/sujeições no princípio da indisponibilidade.
Ante o exposto, temos que o regime jurídico-administrativo caracteriza-se pelas prerrogativas e sujeições a
que se submete a administração pública, sendo a assertiva correta a Letra – A.

JÁ CAIU CESPE: A administração pública em sentido formal, orgânico ou subjetivo, compreende o


conjunto de entidades, órgãos e agentes públicos no exercício da função administrativa. Em sentido objetivo,
material ou funcional, abrange um conjunto de funções ou atividades que objetivam realizar o interesse público.
CERTO. Para melhor sedimentação de nosso estudo. Vamos ao quadro esquematizado?!
Vamos APROFUNDAR?
Sentido Subjetivo Sentido Objetivo
Conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da É a própria atividade administrativa exercida pelo
função administrativa. Estado.
Em sentido subjetivo (também denominado formal ou Em sentido objetivo (também designado material
orgânico), a expressão “Administração Pública” designa ou funcional), a Administração Pública (grafada
os entes que exercem as funções administrativas, em letras minúsculas por se referir à função
compreendendo as pessoas jurídicas, os órgãos e os administrativa) é caracterizada pela própria
agentes incumbidos dessas funções. Em outras palavras, atividade administrativa exercida pelo Estado, por
MANUAL CASEIRO
em sentido subjetivo, a Administração Pública confunde-se meio de seus agentes e órgãos. (Ricardo
com os próprios sujeitos que integram a estrutura Alexandre).
administrativa do Estado. (Ricardo Alexandre).

JÁ CAIU CESPE: Com relação ao regime jurídico-administrativo, assinale a opção correta.


a) O princípio da segurança jurídica informa a atividade jurisdicional, mas é irrelevante à atividade administrativa.
ERRADO. O princípio da segurança jurídica é de relevância não apenas para atuação jurisdicional, mas
também para a atividade administrativa. Tanto é verdade que a Lei nº 9.784/99 proclama em seu art. 54, “o
direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.
O diploma legal em comento visa observar o princípio da segurança-jurídica no âmbito administrativo. 20
b) O princípio da autotutela da administração dispensa o contraditório, ainda que tenham decorrido efeitos concretos
do ato a revogar.
ERRADO. Não há dispensa do contraditório, posto que já decorreram efeitos concretos da situação.
Vejamos o Informativo que fundamenta esse entendimento.

Necessidade de garantir contraditório e ampla defesa para se realizar a autotutela

A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais (incidência do princípio
da autotutela) No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses
individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo
legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não
dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. STF. 2ª Turma.
RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/12/2013 (Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info 763).

A administração Pública PODE ANULAR seus Trata-se de uma decorrência do princípio da


atos que forem ilegais autotutela
CONTUDO, Se essa invalidação repercutir no campo dos
interesses individuais
Será necessário a instauração de PAD para assegurar – devido processo legal e ampla defesa.

c) O interesse privado sobrepõe-se ao interesse público.


ERRADO. É justamente o inverso. Buscando alcançar o interesse público, o princípio da supremacia do
interesse público sobre o privado proclama que “os interesses da sociedade devem prevalecer sobre o
privado, em virtude do referido princípio a CF prevê a possibilidade de desapropriação, bem como,
requisição administrativa, tudo na busca de alcançar o interesse da sociedade em detrimento do interesse
particular”.

d) À administração é assegurada a livre disponibilidade dos interesses públicos.


ERRADO. A atuação administrativa, rege-se entre outros princípios, pelo princípio da
INDISPONIBILIDADE do INTERESSE PÚBLICO. Corroborando ao exposto, ensina Ricardo Alexandre
“O princípio da indisponibilidade do interesse público também está implícito na Constituição Federal.
Como a administração pública é mera gestora de bens e interesses públicos, que em última análise
pertencem ao povo, estes não se encontram à livre disposição do administrador, devendo o agente público
MANUAL CASEIRO
geri-los, curá-los, da forma que melhor atenda ao interesse da coletividade. Com efeito, a Administração
não pode abrir mão da busca incessante da satisfação do interesse público primário (bem comum) nem da
conservação do patrimônio público (interesse público secundário)”.

e) A legalidade na administração significa conformidade com a lei e autorização da lei como condição da ação
administrativa.
CERTO.
Pelo princípio da legalidade, à atuação da administração pública subordina-se a lei de modo que, o agente público
somente poderá fazer o que proclama a lei. Assim, não havendo previsão legal, está proibida a atuação do ente
público e qualquer conduta praticado de forma arbitrária pelo agente público. Cumpre destacarmos que a
legalidade no âmbito do direito administrativo não se confunde com a legalidade privada, em que é permitido fazer
tudo que não é proibido. 21

Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva que declina “legalidade na administração significa conformidade com
a lei e autorização da lei como condição da ação administrativa”, justamente – legalidade equivale, nesse contexto,
a atuação conforme dispõe e autoriza a lei.

JÁ CAIU CESPE: Em um Estado democrático de direito, deve-se assegurar o acesso amplo às informações
do Estado, exigindo-se, com amparo no princípio da publicidade, absoluta transparência, sem espaço para
excepcionalidades no âmbito interno.
ERRADO. A publicidade exige que a atuação do Poder Público seja transparente, com informações acessíveis à
sociedade. Hodiernamente, a publicidade é compreendida de maneira mais ampla. Não basta a publicação dos atos
administrativos, ela deve ser feita de forma clara, permitindo que os cidadãos possam exercer fiscalização social
sobre os atos e negócios praticados pelos gestores públicos, decorrência do Estado Democrático de Direito. A
publicidade funciona ainda como requisito de eficácia do ato administrativo.
Contudo, a própria Constituição Federal ressalva que devem ser resguardadas a segurança nacional e o
relevante interesse coletivo, o que poderá, de forma fundamentada excepcionar a regra do princípio da publicidade.
Ademais, é cediço que são invioláveis a vida privada, a imagem das pessoas, assim como a honra e a intimidade.
Desse modo, o equívoco da alternativa consiste em não admitir exceções. Embora a regra seja a publicidade, o
Ordenamento Jurídico comporta exceções.
Assim... “sem espaço para excepcionalidades no âmbito interno” – ERRADO!

JÁ CAIU CESPE: Se for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, será permitido o sigilo dos
atos administrativos.
CERTO. O princípio da publicidade é de ordem constitucional, contudo admite exceções. Segundo o inciso XXXIII
do artigo 5° da Constituição, “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.

JÁ CAIU CESPE:
De acordo com entendimento dominante, é legítima a publicação em sítio eletrônico da administração pública dos
nomes de seus servidores e do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias a que eles fazem jus.
CERTO. Explica o Professor Márcio André (@dizerodireito), que o princípio da publicidade exige que, em regra,
haja ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública.
O princípio da publicidade existe porque vivemos em uma República democrática, na qual o titular do poder é o
povo (art. 1º, parágrafo único, da CF/88). O administrador apenas atua em nome do povo. Logo, ele tem o dever de
MANUAL CASEIRO
prestar contas ao povo sobre todos os atos que pratica. O povo tem que controlar socialmente o poder. Como o povo
vai controlar se ele não sabe como o Poder Público está agindo? Sem essas informações, ele não consegue controlar
a coisa pública de uma forma adequada.
Com base nessas premissas, foi que o STF decidiu que é legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico
mantido pela Administração Pública, dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias (Informativo 782, STF). Dessa forma, apresenta-se correta a afirmação feita
na questão.
Pelo exposto, contemplamos que se tratou de mais uma questão tipifica em que se exigia do candidato conhecimento
acerca dos Informativos. Dessa forma, reforço a importância de acompanhar os informativos que são publicados!

JÁ CAIU CESPE: O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à administração


pública, não consta expressamente na CF. 22

ERRADO. O princípio da eficiência foi introduzido na Constituição Federal com o advento da Emenda 19 de 45, a
qual ficou conhecida como “Reforma Administrativa”, quando só então o princípio em comento passou a gozar de
previsão expressa na CF. Assim, embora não constasse expressamente quando da promulgação da Constituição de
1988, após a “Reforma Administrativa”, passou a constar expressamente na CF, mostrando-se errônea a assertiva.

JÁ CAIU CESPE: Análise as assertivas.


I A administração pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, nem os
seus atos devem ser imputados aos funcionários que os praticam, mas ao órgão da administração pública.
II A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de suas atribuições, visando obter
os melhores resultados.
No direito administrativo, essas assertivas correspondem, respectivamente, aos princípios da
a) supremacia do interesse público sobre o individual e da proporcionalidade.
b) legalidade e da eficiência.
c) impessoalidade e da razoabilidade.
d) impessoalidade e da eficiência.
e) moralidade e da isonomia.
Pelo princípio da impessoalidade, a atuação da administração pública deve ser imparcial, não visando beneficiar ou
prejudicar pessoa determinada, isso porque a sua atuação está voltada a busca do interesse público em geral.
Por outro lado, como decorrência do princípio da eficiência a administração pública deve buscar uma atuação de
forma eficiente, no sentido de ser feita com maior presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando
harmonizar maior qualidade com menor gasto.
Dessa forma, os conceitos extraídos das assertivas correspondem, respectivamente, ao princípio da impessoalidade
e eficiência, letra D.
Impessoalidade A administração pública não pode atuar com objetivo de prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas, nem os seus atos devem ser imputados aos funcionários que os praticam, mas ao órgão da
administração pública.
Eficiência A administração deve agir de modo célere, com o melhor desempenho possível de suas atribuições,
visando obter os melhores resultados.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com o princípio da moralidade, os agentes públicos devem atuar de forma
neutra, sendo proibida a atuação pautada pela promoção pessoal.
MANUAL CASEIRO
ERRADO. A descrição contida na questão corresponde, em verdade, ao princípio da impessoalidade, que possui
entre um de seus desdobramentos a vedação da autopromoção e não da moralidade.

JÁ CAIU CESPE: Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua atuação limitada
ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem tudo se permite se não houver proibição legal.
CERTO. Pelo princípio da legalidade, à atuação da administração pública subordina-se a lei de modo que, o agente
público somente poderá fazer o que proclama a lei. Assim, não havendo previsão legal, está proibida a atuação do
ente público e qualquer conduta praticado de forma arbitrária pelo agente público. Cumpre destacarmos que a
legalidade no âmbito do direito administrativo não se confunde com a legalidade privada, em que é permitido fazer
tudo que não é proibido.
23
Vamos Esquematizar?
Legalidade “Administrativa” Legalidade Particular
O administrado só pode fazer o que a lei autoriza. O sujeito pode fazer tudo que não for proibido pela lei.
Sistema de subordinação a lei.

JÁ CAIU CESPE: Em decorrência do princípio da impessoalidade, previsto expressamente na Constituição


Federal, a administração pública deve agir sem discriminações, de modo a atender a todos os administrados e não a
certos membros em detrimento de outros.
CERTO. Nas lições do Professor Ricardo Alexandre, pelo princípio da impessoalidade, a administração deve
buscar finalidades públicas, sendo sua ação imputada ao Estado, sem diferenciar desarrazoadamente os
particulares atingidos pela atuação administrativa.
Assim, deve atuar sem discriminações, seja para beneficiar ou para prejudicar.

JÁ CAIU CESPE: O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos
quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio
da indisponibilidade do interesse público.
CERTO. Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, há dois princípios, que são em verdade princípios basilares,
denominados por este de “pedras de toque” que rege a atuação administrativa: a supremacia do interesse público
sobre o privado e a indisponibilidade.
Corroborando ao exposto, ensina Matheus Carvalho “pode-se definir que a SUPREMACIA DO INTERESSE
PÚBLICO SOBRE O PRIVADO e a INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO embasam o sistema
administrativo que se resume nas prerrogativas que o Estado goza para satisfazer as necessidades coletivas, assim
como nas limitações que o Estado se submete para evitar distorções de conduta”. (Manual de D. Administrativo,
2017, pág. 66).

#DICASFINAIS
Princípio da Jurisdicidade
- Legislação
Lei n. º 9.784/99: Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
MANUAL CASEIRO
I – atuação conforme a lei e o Direito. (*Há defensores denominando de princípio da jurisdicidade, ao invés de
simplesmente princípio da legalidade, isso porque deve-se observar não somente a lei mas o Ordenamento Jurídico
como um todo, o Direito).
É necessário agir de acordo com a lei e todos os princípios e regras do Ordenamento Jurídico Brasileiro.

Princípio da eficiência. Emenda 19/45. Reforma Administrativa e materialização do princípio

O princípio da eficiência foi introduzido na Constituição Federal com o advento da Emenda 19 de 45, a qual ficou
conhecida como “Reforma Administrativa”, quando só então o princípio em comento passou a gozar de previsão
expressa na CF.
A ideia base do princípio da eficiência recai sobre a exigência da atuação administrativa de forma eficiente, no24
sentido de ser feita com maior presteza, perfeição e rendimento funcional, buscando harmonizar maior qualidade
com menor gasto. Sua incidência serve de fundamento para uma concepção de Administração Pública Gerencial.
Os doutrinadores explicam que inobstante a ausência de previsão expressa antes da Emenda, o princípio da eficiência
já deveria ser observado no desenvolvimento da atividade Administrativa.
Podemos atualmente citar como exemplos de materialização do princípio da eficiência o art. 41, inciso III e §4º da
Constituição Federal, o qual exige a aprovação em avaliação especial de desempenho para aquisição da estabilidade
do servidor público, bem como, prevê a existência da avaliação periódica de desempenho. Nesse contexto,
importante ainda frisarmos a distinção entre a avaliação especial de desempenho e a avaliação periódica de
desempenho.
A avaliação especial de desempenho, também chamada de avaliação final de desempenho, caracteriza-se como
condição para a “conquista” da estabilidade, sendo que em caso de não ser alcançada a avaliação necessária
(reprovação), o servidor será exonerado do cargo, mediante processo administrativo simplificado, em que deve ser
respeitada a ampla defesa.
Segundo ensinamentos do Professor Matheus Carvalho, a Avaliação Especial de Desempenho tem como objetivo
principal avaliar a qualificação profissional do novo servidor com o intuito de estabelecer uma maior eficiência nos
serviços prestados aos cidadãos. Noutra banda, a Avaliação Periódica de Desempenho é aquela realizada mesmo
depois da aquisição da estabilidade, como clara concretização do princípio da eficiência, garantindo que o servidor
não venha a relaxar na execução de suas atividades dentro da Administração Pública.

Princípio da Especialidade
Quem trata do princípio da especialidade é a Professora Maria Sylvia Di Pietro. Segundo o referido princípio, quando
a Administração Pública cria uma pessoa jurídica diversa, esta somente poderá atuar dentro da área prevista na sua
lei de criação.
Exemplo: União cria a FUNAI – para prestação de serviço público ao índio.
Nessa linha, corroborando ao exposto Maria Sylvia Di Pietro declina:
As entidades da Administração Indireta estão sujeitas ao princípio da especialidade, que
significa a vinculação aos fins para os quais foram instituídas. Elas não podem destinar
parcelas de sua receita ou de seu patrimônio a finalidade diversa, sem autorização
legislativa específica. Todas elas são criadas ou autorizadas por lei, que define os seus fins,
o seu patrimônio, a sua receita. Se uma ou algumas dessas entidades dispõe de bens
excedentes às suas necessidades, a lei terá que especificá-las e indicar os bens transferíveis
ao Fundo.
Complementando ainda, o Professor Matheus Carvalho explica “mediante disposição de lei especifica se criam
entidades com personalidade jurídica própria e capacidade de autodeterminação para que executem algumas
MANUAL CASEIRO
atividades de interesse da sociedade, cuja prestação tenha lhes sido transferida de forma especializada. Essas
entidades tem finalidade especificada na própria Lei responsável pela sua criação, estando ela vinculada ao fim
que a institui”. Dessa forma, essa é a ideia central do princípio da especialidade.
- Legislação
Exemplo normativo do princípio da Especialidade – art. 237, da Lei nº. 6.404/76.
Lei nº. 6.404/76
Art. 237. A companhia de economia mista somente poderá explorar os empreendimentos ou exercer as atividades
na lei que autorizou a sua constituição. (Trata-se de materialização nítida do princípio da especialidade).

Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos


25

O serviço público não pode ser interrompido, posto que é prestado em favor do bem comum. Trata-se de princípio
expresso na Lei de Serviços Públicos.
A atuação administrativa buscando atender da melhor forma o interesse público preconiza que a atividade do Estado
deve ser prestada de forma contínua, ou seja, sem interrupções.
- Legislação
Lei nº. 8.987/95:
Art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade,
generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
Inobstante a regra seja a continuidade (impossibilidade de interrupção da atividade pública), o art. 6º, §1º da Lei nº
8.987/95 (Lei sobre concessão e permissão da prestação de serviços público) prevê situações de caráter excepcionais
em que é possível se falar em interrupção do serviço público, consubstanciando-se em uma espécie de relativização
do princípio da continuidade.
(...)
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
RESUMIDAMENTE, o serviço público não pode parar. Contudo, há hipóteses legítimas de interrupção (não
configura descontinuidade), quais sejam:
Situação de Emergência, ocasião em que não será necessário a notificação.
Situação de Ordem técnica, segurança, inadimplemento, considerado o interesse da coletividade:
nessa circunstância será necessária a notificação.

Nessa esteira, é admissível a interrupção do serviço em situação de emergência ou após prévio aviso, quando
motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações ou ainda, por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade.
No tocante a interrupção do serviço pelo inadimplemento, estudiosos defendem que essa norma, em verdade,
assegura o princípio da continuidade, isso porque a manutenção dos serviços públicos àqueles que estão
MANUAL CASEIRO
inadimplentes ensejaria futuramente a impossibilidade da atividade ser mantida inclusive aos adimplentes, em
decorrência da inviabilidade econômica causada ao prestador.
Destaca-se ainda, a impossibilidade de paralisação dos denominados serviços essenciais, entre os quais podemos
citar como exemplo, energia elétrica de um hospital público e conforme entendimento do STJ, o serviço de
iluminação pública. O STJ entendeu que o serviço de iluminação pública é essencial a segurança da coletividade,
razão pela qual NÃO pode ser interrompida por motivo de inadimplemento.

É válida a interrupção do serviço público por razões de ordem técnica se houve prévio aviso por meio de
rádio
26
Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja, sem interrupções (princípio da
continuidade do serviço público). Excepcionalmente, será possível a interrupção do serviço público nas
seguintes hipóteses previstas no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95:
a) Em caso de emergência (mesmo sem aviso prévio);
b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, desde que o usuário seja previamente
avisado;
c) Por causa de inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado.

Se a concessionária de energia elétrica divulga, por meio de aviso nas emissoras de rádio do Município, que
haverá, daqui a alguns dias, a interrupção do fornecimento de energia elétrica por algumas horas em virtude
de razões de ordem técnica, este aviso atende a exigência da Lei nº 8.987/95? SIM. A divulgação da
suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por meio de emissoras de rádio, dias antes da
interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma.
REsp 1270339-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598).

Divulgação da suspensão no
fornecimento de serviço de Por meio de Satisfaz a exigência do aviso
energia elétrica RÁDIO prévio exigido.
Assim, é considerada válida a interrupção do serviço público por razões de ordem técnica se houve prévio
aviso por meio de rádio.

O teor desse informativo já foi objeto de cobrança em prova. Delegado MS – 2017.

Princípio da Motivação
A motivação é um princípio que rege toda a atuação da administração pública e se justifica pelo fato de que todo o
poder emana do povo, o qual deve ser informado dos motivos que justifiquem a prática dos atos pelos
administradores públicos. Assim, deverá a Administração Pública apresentar as razões pelas quais a decisão fora
proferida naqueles termos. Nessa linha, motivar é justificar, indicar o fato e o direito que fundamenta sua decisão.

Ausência de motivação do ato administrativo e correção do vício posteriormente

O ato de remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivado. Caso não
o seja, haverá nulidade. No entanto, é possível que o vício da ausência de motivação seja corrigido em
momento posterior à edição dos atos administrativos impugnados. Assim, se a autoridade removeu o servidor
sem motivação, mas ela, ao prestar as informações no mandado de segurança, trouxe aos autos os motivos
que justificaram a remoção, o vício que existia foi corrigido. STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 40427-DF, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013 (Info 529).
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
3. Organização administrativa. 3.1 Centralização, descentralização, concentração e desconcentração. 3.2
Administração direta. 3.2.1 Órgão público: conceito; teorias sobre as relações do Estado com os agentes públicos;
características; e classificação. 3.3 Administração indireta. 3.3.1 Autarquias. 3.3.2 Agências reguladoras. 3.3.3
Agências executivas. 3.3.4 Fundações públicas. 3.3.5 Empresas públicas. 3.3.6 Sociedades de economia
mista. 3.3.7 Consórcios públicos. 3.4 Entidades paraestatais e terceiro setor. 3.4.1 Serviços sociais autônomos.
3.4.2 Entidades de apoio. 3.4.3 Organizações sociais. 3.4.4 Organizações da sociedade civil de interesse público.
Vamos REFORÇAR?!
A Administração Pública Direta compreende o conjunto de órgãos que integram a pessoa federativa com
competência para determinado exercício. 27

Na Administração Pública Direta a prestação da atividade administrativa é direta, feita pelos próprios entes políticos
da administração, sendo uma prestação designada de prestação centralizada (centralização).
Nessa esteira, compõem a Administração Pública Direta os Entes Federativos: União, Estados, Distrito Federal e os
Municípios.
Por outro lado, temos a Administração Pública Indireta, fruto da necessidade de especialização dos serviços, o
Estado transfere a outras pessoas serviços que são inicialmente de sua responsabilidade. Assim, temos que a
Administração Pública Indireta decorre da descentralização de serviços. Consiste na instituição, pelo Estado, por
lei, seja criando ou autorizando a criação, de uma pessoa jurídica de direito público ou privado à qual será atribuída
a titularidade e execução de determinado serviço público.
Nessa linha, são entes da Administração Pública Indireta as Autarquias, incluindo as associações públicas, as
Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista.
Por fim, e não menos importante, cumpre destacarmos que as entidades paraestatais, também conhecido como
terceiro setor não integram a administração pública indireta. O terceiro setor compreende as entidades do setor
privado, que sem fins lucrativos, desenvolvem atividades de interesse público. Atuam de maneira paralela ao Estado,
não integram a estrutura da Administração Pública, e por isso, são denominadas de entidades paraestatais ou entes
de cooperação.
Vamos Esquematizar?!
Administração Pública Direta Administração Pública Indireta
A Administração Direta corresponde aos órgãos A Administração Indireta corresponde às pessoas
que integram a estrutura das pessoas federativas jurídicas criadas pelos entes federados, vinculadas às
(pessoas políticas), que exercem a atividade respectivas Administrações Diretas, cujo objetivo é
administrativa de forma CENTRALIZADA. exercer a função administrativa de forma
(Ricardo Alexandre). DESCENTRALIZADA. (Ricardo Alexandre).
*União; *Autarquias;
*Estados; *Fundações Públicas;
*Distrito Federal; *Empresas Públicas;
*Municípios; *Sociedade de Economia Mista
Pessoas jurídicas de Direito Públicas Pessoas jurídicas de Direito Público ou de Direito Privado;
Entidades Paraestatais
São entes particulares em colaboração, sem fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado na prestação de serviços
públicos não exclusivos de Estado, mas de cunho social. As referidas pessoas gozam de benefícios pagos pelo
ente ·estatal, como forma de incentivar a atuação do particular.

#Conceitos Básicos:
MANUAL CASEIRO
Centralização: ocorre quando a atividade é exercida pelo próprio estado (União, Estado, DF, Municípios). Nesse
sentido, preleciona Ricardo Alexandre “quando o serviço público é prestado pela própria pessoa jurídica federativa
que detém a sua titularidade, diz-se que o serviço está sendo prestado de forma centralizada”.
Descentralização: em várias situações, o ente político titular daquele serviço público, embora mantendo a sua
titularidade, transfere a pessoas alheias à sua estrutura administrativa a responsabilidade pela prestação, hipótese em
que o serviço passa a ser executado de forma descentralizada. Nessa situação, ocorre a descentralização quando o
Estado transfere para particulares ou cria/autoriza pessoas jurídicas a fim de auxiliá-lo na prestação do serviço.
Concentração: ocorre quando o Estado quer satisfazer o interesse público de per si, sem usar de seus órgãos.
Desconcentração: é uma distribuição interna de atribuições (se dá dentro da mesma pessoa jurídica).

28
JÁ CAIU CESPE: Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo
Poder Público, sob qualquer forma jurídica, para exploração de atividades de natureza econômica ou execução de
serviços públicos.
ERRADO. As sociedades de economia mista, apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, elas não podem
ser instituídas sob qualquer forma sociedade, mas apenas na forma de Sociedade Anônima.
Desse modo, temos que a Sociedade de Economia Mista só pode assumir a forma de sociedade anônima. A empresa
pública, por sua vez, pode assumir qualquer modalidade.
As sociedades de economia mista diferenciam-se das empresas públicas em alguns pontos, entre os quais destaca-
se a forma societária, pois enquanto que a empresa pública pode assumir qualquer forma jurídica admitida em direito,
as sociedades de economia somente podem se constituir como sociedade anônima.
Nessa linha, preceitua Ricardo Alexandre, não é a atividade desenvolvida que diferencia a empresa pública da
sociedade de economia mista, pois ambas podem se dedicar à exploração de atividade econômica ou à prestação
de serviços públicos.
As diferenças existentes são apenas de natureza formal, a saber:
A forma jurídica de organização;
A composição do capital social;
Foro competente para julgamento de suas ações (apenas para as empresas públicas federais).

Vamos ESQUEMATIZAR?

JÁ CAIU CESPE: A realização de algumas funções do Estado por meio de outras pessoas jurídicas
caracteriza a descentralização.
CERTO. Na descentralização, o Estado na busca pela prestação de um serviço mais eficiente especializa suas
atividades transferindo a execução de determinados serviços para outras pessoas jurídicas. Assim a atividade é
MANUAL CASEIRO
realizada por outra pessoa jurídica, sendo essa distribuição de cunho externo, ocorrendo a criação de uma nova
pessoa jurídica.
Corroborando ao exposto, preleciona o Professor Ricardo Alexandre:
Na descentralização administrativa, o Estado transfere a execução dessas atividades a particulares ou a outras
pessoas jurídicas, de direito público ou privado. Dito de outro modo, a descentralização administrativa consiste na
distribuição ou transferência de atividades ou serviços da Administração Direta para a Administração Indireta ou
para particulares , o que pressupõe a existência de pelo menos duas pessoas, a pessoa política que transfere as
atribuições e a pessoa física ou jurídica (de direito público ou de direito privado) que recebe as atribuições.

JÁ CAIU CESPE: Considere que um órgão público contrate pessoa jurídica de direito privado para executar
determinado serviço público. Considere, ainda, que esse órgão conserve a titularidade da prestação desse serviço.
Nessa situação, ocorreu a descentralização por serviços. 29

ERRADO. Na delegação por serviço ocorre a transferência da execução do serviço e da titularidade, não
havendo conservação desse último. Assim, a assertiva apresenta-se errônea ao dispor que conserva-se a titularidade.
Vamos REFORÇAR!
A descentralização por serviços, funcional ou técnica é aquela em que o ente federativo cria uma pessoa jurídica
de direito público ou privado (entidades da Administração Indireta) e atribui a elas a titularidade e a execução de
determinado serviço público (ex.: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista). (Ricardo Alexandre).
Por outro lado, a descentralização por colaboração é aquela em que por meio de contrato administrativo
(concessão ou permissão) ou ato administrativo unilateral (autorização) se transfere a execução de determinado
serviço público a pessoa jurídica de direito privado, que já existia anteriormente, conservando o Poder Público a
titularidade do serviço. (Ricardo Alexandre).
Vamos ESQUEMATIZAR?
Descentralização por outorga Descentralização por delegação
Descentralização “por serviço” Descentralização “por colaboração”
A descentralização por serviços, funcional ou técnica é A descentralização por colaboração é aquela em
aquela em que o ente federativo cria uma que por meio de contrato administrativo
pessoa jurídica de direito público ou privado (entidades da (concessão ou permissão) ou ato administrativo
Administração Indireta) e atribui a elas a titularidade e a unilateral (autorização) se transfere a execução de
execução de determinado serviço público (ex.: autarquias, determinado serviço público a pessoa jurídica de
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de direito privado, que já existia anteriormente,
economia mista). (Ricardo Alexandre). conservando o Poder Público a titularidade do
serviço. (Ricardo Alexandre).
Transferência da titularidade + execução do serviço Transferência da execução do serviço

JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas são compostas por capital unicamente de origem governamental.
CERTO. As Empresas Públicas são pessoas jurídicas de direito privado que segue um regime híbrido ou misto.
Poderá ser prestadora de serviço público e exploradora da atividade econômica, sendo constituída por capital
exclusivamente público.
Corroborando ao exposto, ensina o professor Ricardo Alexandre, pode-se conceituar a empresa pública como a
pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública indireta de qualquer dos entes políticos, cuja
criação é autorizada por lei específica, constituída sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente
público, destinando-se à exploração de atividade econômica ou à prestação de serviços públicos.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: A entidade caracterizada por ser pessoa jurídica de direito privado criada por lei
específica, com totalidade de capital público e forma organizacional livre, é denominada: EMPRESA PÚBLICA.
CERTO. ensina o professor Ricardo Alexandre, pode-se conceituar a empresa pública como a pessoa jurídica de
direito privado integrante da administração pública indireta de qualquer dos entes políticos, cuja criação é autorizada
por lei específica, constituída sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público, destinando-se à
exploração de atividade econômica ou à prestação de serviços públicos.

JÁ CAIU CESPE: A atividade administrativa centralizada é exercida pelo próprio Estado, que atua por
meio de seus órgãos.
CERTO. Na Administração Pública Direta a prestação da atividade administrativa é direta, feita pelos próprios
entes políticos da administração, sendo uma prestação designada de prestação centralizada. Nessa esteira,30
compõem a Administração Pública Direta os Entes Federativos: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.
Corroborando ao exposto, Ricardo Alexandre define “a centralização administrativa é a situação em que o Estado
executa suas tarefas diretamente, por intermédio de seus inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem
a sua estrutura funcional. Em outras palavras, a centralização consiste na execução da atividade administrativa
pelas próprias pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), por meio dos órgãos das suas
respectivas Administrações Diretas”.

JÁ CAIU CESPE: Caso entidade da administração distribua competências, no âmbito de sua própria
estrutura, com a finalidade de tornar mais ágil a prestação do serviço, ocorrerá desconcentração.
CERTO. Mesmo nas situações em que a prestação dos serviços é feita de forma centralizada, ou seja, nas hipóteses
em que a Administração Direta executa as atividades diretamente, sem transferência a terceiros, a busca pela
eficiência se mantém e, como forma de garantir uma maior especialização, mesmo no bojo de uma mesma pessoa
jurídica, os entes públicos devem providenciar uma divisão interna de competências.
Sendo assim, quando a União se responsabiliza pela prestação, por exemplo, do serviço de saúde, o faz mediante a
distribuição interna de competência entre órgãos responsáveis por essa atividade, como o Ministério da Saúde, o
Sistema Único de Saúde, os Hospitais Públicos, entre outros.
Essa distribuição interna de competências, entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica é denominada de
desconcentração administrativa.
Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre, a desconcentração administrativa consiste na
distribuição interna de competências, no âmbito da mesma pessoa jurídica. Com efeito, na desconcentração
administrativa as atribuições são distribuídas entre os órgãos que integram a mesma instituição, no que difere da
descentralização administrativa, que pressupõe a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica
(entidade).

JÁ CAIU CESPE: Embora sejam entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, as
empresas públicas, como regra geral, estão obrigadas a licitar antes de celebrar contratos destinados à prestação de
serviços por terceiros.
CERTO. A Lei 8.666/1993 estabelece normas gerais para licitações e contratos da Administração Pública,
regulamentando o art. 37, XXI, da CF/1988. O parágrafo único do art. 1.º da referida lei deixa expresso que as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios estão submetidas ao regime previsto naquele diploma normativo. Com
efeito, as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão obrigadas a realizar licitação para escolha
daqueles com quem vão contratar. (Ricardo Alexandre).
Lembre-se! Empresa pública tem que licitar, não adianta questionar, nem reclamar!
MANUAL CASEIRO
Vamos REFORÇAR?!
Inobstante não possuam as prerrogativas públicas, as empresas estatais sujeitam-se as limitações da Administração
Pública, razão pela qual deverão fazer licitação e ficam sujeitas ao controle finalístico.
“Não gozam de prerrogativas inerentes ao Estado, se submetendo, entretanto, às limitações do Estado que decorrem
dos princípios administrativos”.

JÁ CAIU CESPE: Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não
se subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem controle pelos
tribunais de contas.
ERRADO. Inobstante não possuam as prerrogativas públicas, as empresas estatais sujeitam-se as limitações da
Administração Pública, razão pela qual deverão fazer licitação e ficam sujeitas ao controle finalístico, bem como,31
submete-se ao controle do Tribunal de Contas.
“Não gozam de prerrogativas inerentes ao Estado, se submetendo, entretanto, às limitações do Estado que decorrem
dos princípios administrativos”.
Vamos REFORÇAR?!
As empresas públicas e as sociedades de economia mista precisam:
a) atender às regras da licitação antes de celebrarem contratos;
b) realizar concurso público para contratação de seus empregados;
c) submeter-se ao controle do Tribunal de Contas (CF, art. 71) e do Poder Legislativo (CF, art. 49, X) etc.

JÁ CAIU CESPE: Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a um de seus ministérios para
repassar a ela algumas de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma atividade administrativa a um ente
personalizado.
ERRADO. No caso em tela, a situação de criar uma nova secretária não traduz o fenômeno da descentralização,
mas da desconcentração. Nesse contexto, é de suma importância a distinção entre desconcentração e
descentralização.
A desconcentração trata-se da distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Na
desconcentração não há a criação de uma nova pessoa jurídica. Cumpre destacarmos que os órgãos que são criados
para o desenvolvimento dessa atribuição não possuem personalidade jurídica. Por fim, e não menos importante,
ressalta-se que no contexto da desconcentração é possível se falar em manifestação do poder hierárquico.
A criação de uma nova secretaria por governador de Estado caracteriza exemplo de desconcentração, ocasião em
que a pessoa jurídica se divide em vários órgãos, ocorrendo a distribuição interna de competência.
Por outro lado, temos o fenômeno da descentralização.
Na descentralização, o Estado na busca pela prestação de um serviço mais eficiente especializa suas atividades
transferindo a execução de determinados serviços para outras pessoas jurídicas. Assim a atividade é realizada por
outra pessoa jurídica, sendo essa distribuição de cunho externo, ocorrendo a criação de uma nova pessoa jurídica.
Podemos exemplificar a materialização da descentralização com a criação das Autarquias, por exemplo, INSS.
Vejamos quadro explicativo abaixo.
Desconcentração Descentralização
- Distribuição interna de competências entre órgãos e - Transferência dos serviços públicos as pessoas jurídicas
agentes de uma mesma pessoa jurídica; diversas.
- A prestação não é transferida para outra entidade; - A prestação é transferida para pessoa jurídica diversa,
sendo essa quem realiza a atividade;
MANUAL CASEIRO
- Não há criação de uma nova pessoa jurídica; - É criada uma nova pessoa jurídica diversa, que possuirá
autonomia; pressupõe a existência de duas pessoas;

- Há manifestação do poder hierárquico. - Não há manifestação do poder hierárquico, havendo


apenas vinculação, em virtude do qual é feito o chamado
“controle finalístico”.
A desconcentração viabiliza a especialização da Transferência da atividade administrativa para outra
função dentro da sua estrutura estatal, sem que isso pessoa.
implique a criação de uma nova pessoa jurídica.
Criação de centros de competências denominados de
órgãos públicos.

JÁ CAIU CESPE: As fundações públicas de direito público devem responder objetivamente pelos danos32
que seus agentes causem a terceiros. Sendo condenadas a indenizar pelo prejuízo que seu agente culposamente tenha
cometido, assegura-se a elas o direito de propor ação regressiva contra o agente causador do dano.
CERTO. Conforme dispõe o art. 37, §6º da Constituição Federal.
Nos termos do art. 37, § 6.º, da Constituição Federal, “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.

JÁ CAIU CESPE: Organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação
do meio ambiente, à cultura e à saúde.
CERTO. O que são as Organizações sociais?
As organizações sociais são particulares, sem fins lucrativos, criadas pela lei 9.637/98, para prestação de serviços
públicos não exclusivos de Estado, tais como ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e
preservação do meio ambiente, entre outros definidos na própria lei. Assim como as demais entidades paraestatais,
não integram a estrutura da Administração Pública direta ou indireta, não dependendo de lei para a sua criação e
as atividades por ela exercidas são aqueles serviços não exclusivos.

JÁ CAIU CESPE: Tanto as sociedades de economia mista quanto as empresas públicas devem ter a forma
de sociedades anônimas.
ERRADO. Apenas as sociedades de economia mista devem ser constituídas, obrigatoriamente, sob a forma de
sociedade anônima. As empresas públicas podem ser constituídas sob qualquer forma, inclusive S/A.
Nesse sentido, temos quanto a forma societária:
Empresa pública pode ter qualquer forma societária admitida em direito, sendo possível a criação destas entidades,
inclusive, na forma de sociedade unipessoal.
Sociedade de economia mista tem forma definida em lei: sociedade anônima. As sociedades de economia mista
necessariamente, deverão ser constituídas pela forma de S/A.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas, as sociedades de economia mista e as autarquias têm personalidade
jurídica de direito privado.
ERRADO. Entre as entidades que compõem a Administração Pública indireta, as autarquias possuem personalidade
jurídica de direito público, exercendo atividades típicas de Estado. Dessa forma, apresenta-se errônea a assertiva ao
apontá-la como pessoa jurídica de direito privado. As demais, empresas públicas e sociedades de economia mista,
efetivamente possuem personalidade jurídica de direito privado.
Vamos Esquematizar?!
Autarquias Empresas públicas Sociedade de economia mista
Pessoa Jurídica de direito Pessoa jurídica de direito privado. Pessoa jurídica de direito privado.
PÚBLICO.
33
Administração pública indireta
Autarquias Fundações Empresas Sociedade de Economia
Públicas Mista
Pessoa jurídica de direito Pessoa jurídica de Pessoa jurídica de Pessoa jurídica de direito
público (natureza jurídica). direito público ou de direito privado privado (natureza jurídica).
direito privado (natureza jurídica).
(natureza jurídica).
Executa atividade típica de Prestadora de Prestadora de serviço público
Estado (Regime de Fazenda serviço público ou ou exploradora de atividade
Pública). exploradora de econômica;
atividade
econômica;
A lei CRIA A lei AUTORIZA a A lei AUTORIZA a A lei AUTORIZA a criação;
criação; criação;

JÁ CAIU CESPE: Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas normas
constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias de estado com competências específicas,
notadamente em função da matéria. Essa distribuição de atribuições denomina-se descentralização administrativa.
ERRADO. O fenômeno descrito na questão, da distribuição de atribuições denomina-se DESCONCENTRAÇÃO.
Conforme explicado em questão anterior, a descentralização distingue-se da desconcentração.
Vale a pena ver de novo!
Desconcentração Descentralização
- Distribuição interna de competências entre órgãos e - Transferência dos serviços públicos as pessoas jurídicas
agentes de uma mesma pessoa jurídica; diversas.
- A prestação não é transferida para outra entidade; - A prestação é transferida para pessoa jurídica diversa,
sendo essa quem realiza a atividade;
- Não há criação de uma nova pessoa jurídica; - É criada uma nova pessoa jurídica diversa, que possuirá
autonomia; pressupõe a existência de duas pessoas;

JÁ CAIU CESPE: A descentralização administrativa pressupõe a transferência, pelo Estado, da execução


de atividades administrativas a determinada pessoa, sempre que o justificar o princípio da eficiência.
CERTO. Na descentralização, o Estado na busca pela prestação de um serviço mais eficiente especializa suas
atividades transferindo a execução de determinados serviços para outras pessoas jurídicas. Assim a atividade é
MANUAL CASEIRO
realizada por outra pessoa jurídica, sendo essa distribuição de cunho externo, ocorrendo a criação de uma nova
pessoa jurídica.
Vamos REFORÇAR?!
Descentralização: é o fenômeno pelo qual o Estado transfere a execução da prestação do seu serviço para uma
entidade especializada na execução dessa atividade, a fim de dar maior eficiência a mesma.
A descentralização pode ser feita a particulares ou para pessoas que são criadas pelo próprio Estado – que são os
entes da administração indireta: (1) Autarquias, (2) Fundações Públicas, (3) Sociedades de Economia Mista e (4)
Empresas públicas.

JÁ CAIU CESPE: Como é uma autarquia do tipo especial, a Agência de Regulação e Controle de Serviços
Públicos do Estado do Pará (ARCON–PA), criada por lei para fiscalizar e regular a prestação dos serviços públicos
34
concedidos, não possui autonomia financeira nem administrativa.
ERRADO. As autarquias em regime especial, também denominadas de agências reguladoras possuem sim
autonomia financeira e administrativa, razão pela qual apresenta-se errônea a assertiva.
Vamos REFORÇA
As agências reguladoras são pessoas jurídicas de direito público, com natureza jurídica de autarquias de
regime especial, cuja função é regulamentar, controlar e fiscalizar determinado setor econômico ou atividades que
constituem objeto de delegação de serviço público ou de concessão para exploração de bem público.
As agências reguladoras são denominadas de Autarquias em regime especial, pois possuem:
- Poder normativo técnico (competência para editar normas técnicas concernentes aos setores que regulam, que
encontra limites na lei);
- Autonomia decisória (decidem em última instância administrativa os conflitos existentes no âmbito das atividades
reguladas);
- Independência administrativa (dirigentes possuem mandato por tempo determinado e gozam de relativa
estabilidade); (Ricardo Alexandre).

JÁ CAIU CESPE: Como pessoa jurídica de direito público, a autarquia realiza atividades típicas da
administração pública.
CERTO. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por meio de lei específica, para desenvolver
atividades típicas de Estado (regime de Fazenda Pública), não estando subordinados ao ente que a constituiu, mas
sujeitando-se, todavia ao denominado controle finalístico.
Pessoa Jurídica de Direito Público: significa que tem regime de Fazenda Pública, todas as regras da administração
pública direta, seja com relação as prerrogativas seja em face das limitações impostas, aplicam-se as Autarquias.
As autarquias desenvolvem atividade típica do Estado, colocada dentro do Ordenamento Jurídico como de
execução obrigatória.
Executam as mesmas atividades que são prestadas pelas entidades da Administração Direta, daí porque se fala que
ela exerce atividade típica de Estado.
Autarquia – serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônios, receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.
Gozam de imunidade tributária: as autarquias possuem privilégios fiscais, sendo beneficiadas pelas imunidades
tributárias recíprocas.
Destaco! A imunidade abrange somente os impostos.
MANUAL CASEIRO
Possuem privilégios processuais: as autarquias possuem, igualmente, privilégios processuais, de modo que tem
prazo em DOBRO para quaisquer manifestações (Novo CPC). Por outro lado, sujeitam-se a remessa obrigatória,
também denominado de duplo grau de jurisdição obrigatório.
ATENÇÃO: Com o NOVO CPC, os prazos serão em dobro para tudo!
Execução fiscal: os débitos das autarquias são pagos pela ordem cronológica de precatórias – art. 100, da CF.
Submetem-se a remessa necessária: duplo grau de jurisdição obrigatório.
Súmula 620, STF. Essa súmula já restou superado pela edição de lei que alterou o Código de Processo Civil.
Bens impenhoráveis: Os bens das autarquias são bens públicos, logo não podem ser penhorados.
A Impenhorabilidade é uma das características dos bens públicos.
Obs.: Os débitos das Autarquias são pagas através de uma ordem cronológica de pagamento dos débitos judiciais35
(precatórios).
Responsabilidade Objetiva:
Possui responsabilidade objetiva pelos seus atos, conforme preconiza o §6º, do artigo 37 da Constituição Federal
“as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa”.
Os atos e contratos das autarquias são administrativos, assim, possuem cláusulas exorbitantes, seus atos possuem os
mesmos atributos do ato administrativo, ex. presunção de veracidade.

JÁ CAIU CESPE: Os conselhos profissionais são considerados autarquias profissionais ou corporativas.


CERTO. Os Conselhos Profissionais possuem natureza jurídica de autarquias federais ("autarquias especiais").
Exceção: a OAB que, segundo a concepção majoritária, é um serviço público independente, categoria ímpar no
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro (STF. Plenário. ADI 3026, Rel. Min. Eros Grau,
julgado em 08/06/2006).
Exercem atividade tipicamente pública:
- Esses Conselhos são criados por lei e possuem personalidade jurídica de direito público, exercendo uma atividade
tipicamente pública, qual seja, a fiscalização do exercício profissional.
- Os Conselhos são dotados de poder de polícia e poder arrecadador.
STF. 1ª Turma. MS 28469, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/06/2015.

JÁ CAIU CESPE: Existe relação de hierarquia entre a autarquia e o ministério que a supervisiona.
ERRADO. Não há hierarquia entre a autarquia (entidade da Administração Pública Indireta) e o ente que a criou
(Administração Pública Direta), o que existe é controle/tutela/supervisão ministerial.
Não há que se falar em hierarquia entre a administração pública direta e administração pública indireta, isso porque
o poder hierárquico tem por caraterística o fato de manifestar-se apenas internamente, ou seja, entre órgãos e agentes
de uma mesma pessoa jurídica.
O denominado controle finalístico exercido pela administração pública direta em face da administração pública
indireta em nada se confunde com manifestação de hierarquia, o que há em verdade, entre a administração pública
direta e indireta é uma espécie de vinculação em virtude da qual é exercido uma supervisão/tutela para fins de
assegurar o cumprimento dos objetivos que foram estipulados quando da criação daquele ente.
Segundo o professor Ricardo Alexandre, o controle finalístico se destina a verificar se a entidade vem atuando de
acordo com a finalidade para a qual foi criada, o que inclui a aferição de seu desempenho.
MANUAL CASEIRO
Vamos APROFUNDAR as diferenças?
Hierarquia Controle Finalístico/Supervisão Ministerial/Tutela
Trata-se de manifestação do poder hierárquico; Não é manifestação do poder hierárquico;
Se materializa dentro de uma mesma pessoa jurídica; é É feita entre entes/pessoas jurídicas diversas; é de
de natureza interna; natureza externa.
Tem por finalidade averiguar se o ente estar cumprindo
a finalidade para qual foi criada.
Ocorre no âmbito da Administração Pública Direta Ocorre no âmbito da Adm. Pública Indireta

JÁ CAIU CESPE: A composição do capital das sociedades de economia mista é o resultado da conjugação
de recursos públicos e privados, sendo os recursos privados inadmitidos na composição do capital das empresas
públicas. 36
CORRETO. O capital da sociedade de economia mista é composto por capital misto, isto é, parte público e parte
privado, devendo-se, todavia, a maioria do capital votante estar nas mãos do poder público. Por outro lado, o capital
da empresa pública é integralmente (100%) público, sem a participação de particulares.
Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alenxadre, a composição do capital é outro elemento diferenciador
entre a sociedade de economia mista e a empresa pública. Enquanto a sociedade de economia mista é constituída
pela soma de capitais públicos (oriundos de pessoas da Administração Pública) e privados (oriundos de
particulares), advindo daí a denominação de “mista”, a empresa pública é constituída exclusivamente por capital
público.
CAPITAL:
- Empresa pública é constituída exclusivamente por capital público.
- Sociedade de economia mista constituída pela soma de capitais públicos (oriundos de pessoas da Administração
Pública) e privados (oriundos de particulares)

JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas assumem obrigatoriamente a forma de sociedades anônimas,


enquanto as sociedades de economia mista podem-se revestir de qualquer das formas admitidas em direito.
ERRADO, pois ocorre justamente o inverso.
Empresas públicas podem se revestir de qualquer forma societária.
Sociedade de economia mista, por sua vez, assumem obrigatoriamente a forma de sociedades anônimas.

JÁ CAIU CESPE: A desconcentração de serviços é caracterizada pelas situações em que o poder público
cria, por meio de lei, uma pessoa jurídica e a ela atribui a execução de determinado serviço.
ERRADO. A criação de uma nova pessoa jurídica ocorre na materialização da descentralização, mas não na
desconcentração.
MANUAL CASEIRO
Na desconcentração não haverá a criação de uma nova pessoa jurídica, mas sim uma distribuição interna no âmbito
da mesma pessoa.
Para melhor compreensão dos dois fenômenos: desconcentração versus descentralização, vejamos o quadro
esquematizado abaixo!
Vamos Esquematizar?!
Desconcentração Descentralização
- Distribuição interna de competências entre órgãos e - Transferência dos serviços públicos as pessoas jurídicas
agentes de uma mesma pessoa jurídica; diversas.
- A prestação não é transferida para outra entidade; - A prestação é transferida para pessoa jurídica diversa,
sendo essa quem realiza a atividade;
- NÃO HÁ CRIAÇÃO DE UMA NOVA PESSOA - É criada uma nova pessoa jurídica diversa, que possuirá 37
JURÍDICA; autonomia; pressupõe a existência de duas pessoas;

Empresas Públicas
Segundo Ricardo Alexandre, pode-se conceituar a empresa pública como a pessoa jurídica de direito privado
integrante da administração pública indireta de qualquer dos entes políticos, cuja criação é autorizada por lei
específica, constituída sob qualquer forma jurídica e com capital exclusivamente público, destinando-se à
exploração de atividade econômica ou à prestação de serviços públicos.
Características:
Depende de autorização legal específica para a sua criação, conforme previsto no art. 37, XIX, da Constituição
Federal.
Possuem regime jurídico híbrido: sujeitando-se em regra ao direito privado, mas com algumas típicas derrogações
oriundas do direito público (por exemplo, empresa pública tem que licitar não adianta reclamar, rs)!
Regime de pessoal:
Os empregados das empresas públicas e das sociedades de economia mista têm suas relações empregatícias regidas
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Como o vínculo decorre de uma relação de trabalho, eventuais
litígios entre essas entidades e seus empregados devem ser processados e julgados na Justiça do Trabalho (art. 114,
I, CF).
Anote-se, também, que, da mesma forma que os trabalhadores da iniciativa privada, os empregados das empresas
públicas e das sociedades de economia mista estão sujeitos às regras do Regime Geral da Previdência Social –
RGPS (art. 40, § 13).
Todavia, em razão de essas entidades fazerem parte da Administração Indireta, o regime celetista a que os seus
empregados estão submetidos sofre algumas derrogações previstas na Constituição Federal.
E quais são essas obrigações?
1. a investidura no emprego público depende de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e
títulos (art. 37, II, CF);
2. estão submetidos à proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas (art. 37, XVI e
XVII, CF);
3. estão sujeitos ao teto remuneratório previsto na Constituição Federal, na hipótese de a empresa pública ou
sociedade de economia mista da qual são empregados receber recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, XI e § 9.º, CF). Em
sentido contrário, se essas empresas não receberem recursos do ente controlador para as finalidades anteriores, os
seus empregados não se submeterão ao teto remuneratório constitucional;
MANUAL CASEIRO
4. os empregados públicos das empresas governamentais são equiparados a funcionários públicos para fins penais
(art. 327, § 1.º, do Código Penal). Além disso, são considerados como agentes públicos para fins de aplicação de
sanções na hipótese de prática de ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992).

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a teoria da imputação, atualmente adotada no ordenamento jurídico
brasileiro, a manifestação de vontade de pessoa jurídica dá-se por meio dos órgãos públicos, ou seja, conforme essa
teoria, quando o agente do órgão manifesta sua vontade, a atuação é atribuída ao Estado.
CERTO. O Ordenamento Jurídico Brasileiro adota a chamada “Teoria do Órgão” para justificar os atos praticados
pelos agentes públicos em nosso do Estado, bem como, para fins de responsabilidade civil do Estado.
Assim, temos que o Estado é uma pessoa jurídica, internamente constituída por órgãos, cujas atividades são
desenvolvidas pelos agentes.
38
O ato praticado por esse é mera execução legal das atribuições fixadas para o órgão. Assim, o ato do agente é
imputado ao órgão (imputação volitiva).
Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre “a teoria do órgão foi elaborada na Alemanha, por Otto
Gierke, e hoje é universalmente aceita pela doutrina e pela jurisprudência. De acordo com essa tese, o Estado
(pessoa jurídica) manifesta suas vontades por meio dos órgãos que integram a sua estrutura administrativa. Com
efeito, quando os agentes que atuam nesses órgãos manifestam a sua vontade é como se o próprio Estado se
manifestasse. Em outras palavras, como o órgão é apenas parte do corpo do ente político ou da entidade
administrativa, todas as manifestações de vontade dos órgãos são consideradas como manifestações de vontade da
própria pessoa jurídica da qual fazem parte”.

JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades com natureza
jurídica de direito privado e capital exclusivo do ente estatal que as instituir.
ERRADO. As empresas públicas, efetivamente, são constituídas por capital 100% público, porém, a sociedade de
economia mista não, sendo inclusive uma das diferenças peculiares entre as empresas públicas e as sociedades de
economia mista. As sociedades de economia mista possuem capital da maioria votante público.
No mais, encontra-se correta a assertiva na parte que afirma que “as empresas públicas e sociedades de economia
mista sempre terão personalidade de direito privado, independentemente se prestarem serviço público ou
explorarem atividade econômica”.
DIFERENÇAS ?!

EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA


1º Possui capital 100% público. Capital integralmente 1º O capital é misto, sendo a maioria “votante” de D.
público. público. Capital misto: maioria do capital votante é do
poder público.
2º Admite qualquer forma societária, inclusive, S/A. 2º Necessariamente deverão ser constituídas pela
FORMA S/A.
3º Descolamento de competência p/ J Federal. 3º Não descola a competência para a Justiça Federal, se
Competência da J. Federal. 109,I, CF. proposta em face de SEM.

JÁ CAIU CESPE: As fundações públicas e as empresas públicas são entidades da administração indireta.
CERTO. As fundações públicas e as empresas públicas, ao lado das autarquias e da sociedade de economia mista
compõem a Administração Pública Indireta
Vamos Esquematizar?!
MANUAL CASEIRO
Administração Pública Direta Administração Pública Indireta
A Administração Direta corresponde aos órgãos que A Administração Indireta corresponde às pessoas
integram a estrutura das pessoas federativas (pessoas jurídicas criadas pelos entes federados,
políticas), que exercem a atividade administrativa de vinculadas às respectivas Administrações
forma CENTRALIZADA. (Ricardo Alexandre). Diretas, cujo objetivo é exercer a função
administrativa de forma
DESCENTRALIZADA. (Ricardo Alexandre).
*União; *Autarquias;
*Estados; *Fundações Públicas;
*Distrito Federal; *Empresas Públicas;
*Municípios; *Sociedade de Economia Mista
Pessoas jurídicas de Direito Públicas. Pessoas jurídicas de Direito Público ou de Direito
Privado; 39
Entidades Paraestatais
São entes particulares em colaboração, sem fins lucrativos, que atuam ao lado do Estado na prestação de serviços
públicos não exclusivos de Estado, mas de cunho social. As referidas pessoas gozam de benefícios pagos pelo
ente ·estatal, como forma de incentivar a atuação do particular.

JÁ CAIU CESPE: Os órgãos públicos, dotados de personalidade jurídica própria, são exemplos do instituto
da descentralização administrativa.
ERRADO. Os órgãos públicos NÃO SÃO dotados de personalidade jurídica própria. Ademais, seu fenômeno
refere-se a desconcentração e não descentralização.
Vamos REFORÇAR?!
Os órgãos públicos são compartimentos ou centro de atribuições que se encontram inseridos dentro de determinada
pessoa jurídica. Desse modo, não se confundem com a pessoa jurídica; a pessoa jurídica é o todo, enquanto os órgãos
são apenas parcelas integrantes do todo. Cumpre recordarmos ainda que os órgãos públicos é resultado da
desconcentração, em que é feita a distribuição interna dentro de uma pessoa jurídica para atender e buscar de forma
mais eficiente as finalidades do Estado.
Podemos apontar como características dos órgãos a sua criação e extinção por lei, a ausência de personalidade
jurídica própria e via de regra, falta de capacidade processual.
Nessa esteira, temos:
Os órgãos públicos são criados e extintos por lei.
Os órgãos não possuem personalidade jurídica própria. Nessa esteira, em decorrência da ausência de
personalidade jurídica própria é que conforme ensina a teoria do órgão, quando o ente ou entidade manifestam as
suas vontades, por meio de seus órgãos, sua atuação é imputada à pessoa jurídica que integram.
Não possuem, via de regra, capacidade processual. Ressalta-se, a jurisprudência, excepcionalmente, reconhecem
a capacidade processual ou “personalidade judiciária” de órgãos públicos de natureza constitucional quando se tratar
da defesa de suas competências ou prerrogativas funcionais, violadas por ato de outro órgão.

JÁ CAIU CESPE: As agências reguladoras - autarquias de regime especial com estabilidade e


independência em relação ao ente que as criou - são responsáveis pela regulamentação, pelo controle e pela
fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado.
CERTO. A assertiva contempla de forma correta a definição da compreensão das agências reguladoras. Em
decorrência da incidência nas provas do tema, VAMOS REFORÇAR!
MANUAL CASEIRO
As agências reguladoras, espécies de Autarquia em Regime Especial, pessoa jurídica de direito público, foram fruto
da necessidade de fiscalização por parte da Administração Pública por ocasião do fenômeno de privatizações, em
que foram transferidos a esfera privada atividades que até então eram prestadas diretamente pelo Estado. Nesse
cenário, passou a ser necessário o exercício de uma regulamentação dos serviços que foram transmitidos para o
setor privado, na busca de se evitar o abuso na atuação dos diversos agentes privados.
As agências reguladoras possuem estabilidade e independência em relação ao ente que as criou – são responsáveis
pela regulamentação, pelo controle e pela fiscalização dos serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor
privado.
Cumpre destacarmos que, as agências reguladoras são denominadas de Autarquias em Regime Especial por
possuírem maior autonomia se comparadas com as autarquias gerais, isso porque seus dirigentes são nomeados pelo
Presidente da República e após aprovação do Senado possuirão mandato fixo, de modo que só perdem o cargo em
virtude de renúncia, decisão judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Além disso,
40
possuem poder normativo.

JÁ CAIU CESPE: Embora as autarquias sejam pessoas jurídicas de direito público, elas sujeitam-se à
falência e não gozam de privilégios tributários.
ERRADO. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por meio de lei específica, para
desenvolver atividades típicas de Estado (regime de Fazenda Pública), não estando subordinados ao ente que a
constituiu, sujeitando-se, todavia, ao denominado controle finalístico.
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público: quais as implicações disso? Isso significa que tem regime de
Fazenda Pública, todas as regras da administração pública direta, seja com relação as prerrogativas seja em face das
limitações impostas, aplicam-se as Autarquias.
Dessa forma, por possuírem regime de Fazenda Pública gozam de imunidade reciproca e não se sujeitam a falência,
de modo que a assertiva se encontra errada.

JÁ CAIU CESPE: As entidades paraestatais, entes privados que não integram a administração pública direta
e indireta, colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, sem finalidade lucrativa,
como os serviços sociais autônomos.
CERTO. O que são as chamadas entidades paraestatais?
São entidades que compõem o chamado “terceiro setor” da economia e têm sido atecnicamente denominadas
“paraestatais”, justamente por estarem lado a lado com o Estado desempenhando funções que colaboram na
consecução do bem comum.
Nessa esteira, as entidades paraestatais compõem o terceiro setor e são entes privados que não integram a
administração pública direta ou indireta, mas que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa,
ao lado do Estado.
Nas lições do Professor Ricardo Alexandre, o Terceiro Setor (setor público não estatal) é composto por organizações
de natureza privada, sem objetivo de lucro, que, embora não integrem a Administração Pública, dedicam-se à
consecução de objetivos sociais ou públicos. Essas entidades são também chamadas de públicas não estatais. São
públicas porque prestam serviço de interesse público; são “não estatais” porque não integram a Administração
Pública direta ou indireta. Em razão de atuarem ao lado do Estado, colaborando na prestação de serviços de interesse
público, recebem ainda a denominação de entes de cooperação ou entidades paraestatais (que atuam ao lado do
Estado).
Entre as entidades que compõem o Terceiro Setor podemos incluir aquelas declaradas de utilidade pública, os
serviços sociais autônomos (como SESI, SESC, SENAI), organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade
civil de interesse público (OSCIP).
Vamos esquematizar?
MANUAL CASEIRO
Entidades paraestatais
Conceito Características Exemplos
As entidades paraestatais, entes privados Não integram a estrutura da - Serviços sociais autônomos
que não integram a administração Administração Pública (direta ou (como SESI, SESC, SENAI);
pública direta e indireta, colaboram com indireta); - Organizações sociais (OS);
o Estado no desempenho de atividades de Em regra, desempenham - Organizações da sociedade civil
interesse público, sem finalidade atividade privada de interesse de interesse público (OSCIP).
lucrativa, como os serviços sociais coletivo;
autônomos (exemplo). São obrigadas a prestar contas;
TCU.
Possui regime jurídico de direito
privado (embora derrogadas
parcialmente normas de direito 41
público).

JÁ CAIU CESPE: Entidades paraestatais são pessoas jurídicas privadas que colaboram com o Estado no
desempenho de atividades não lucrativas, mas não integram a estrutura da administração pública.
CERTO. O CESPE cobrou mais de uma vez a compreensão do conceito de entidades paraestatais. Essa última
assertiva foi do concurso de Delegado da Polícia Civil da Bahia!
Vale a pena ver de novo!
O terceiro setor também é denominado de Entes de cooperação, Entes do terceiro setor ou Entidades paraestatais.
São entes privados que não integram a administração direta ou indireta, mas que exercem atividades de interesse
público sem finalidade lucrativa ao lado do Estado (Integram o chamado 3º setor).
A expressão “Paraestatal” significa ao lado do Estado, paralelo ao Estado.

JÁ CAIU CESPE: Não se aplica às empresas públicas prestadoras de serviço público a responsabilidade
civil objetiva pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
ERRADO. Nos moldes do art. 37, §6º, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado que forem
prestadoras de serviço público também são de natureza objetiva.
Nessa perspectiva, vejamos o texto constitucional.
Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

JÁ CAIU CESPE: A criação de nova secretaria por governador de estado caracteriza exemplo de
descentralização.
ERRADO. A CRIAÇÃO DE UMA NOVA SECRETÁRIA caracterização do fenômeno da desconcentração.
A criação de uma nova secretaria por governador de Estado caracteriza exemplo de DESCONCENTRAÇÃO,
ocasião em que a pessoa jurídica se divide em vários órgãos, ocorrendo a distribuição interna de competência. (Fonte:
Questões abertas do Manual Caseiro tradicional).

JÁ CAIU CESPE: A sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado que pode tanto
executar atividade econômica própria da iniciativa privada quanto prestar serviço público.
CERTO. Embora sejam pessoas jurídicas de direito privado, poderão desenvolver tanta atividade econômica quanto
prestar serviço público.
MANUAL CASEIRO
Corroborando ao exposto, Ricardo Alexandre, as empresas públicas e as sociedades de economia mista podem ser
criadas para a exploração de atividade econômica ou para a prestação de serviços públicos.

JÁ CAIU CESPE: Um dos requisitos necessários à qualificação de uma autarquia ou fundação pública
como agência executiva é a celebração de contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor ao qual se acha
vinculada.
CERTO. O que são as chamadas “agências executivas”?
As agências executivas são autarquias e fundações públicas, já existentes que recebem essa qualificação, em razão
da celebração de contrato de gestão com a administração direta com a finalidade de ampliar sua autonomia,
obrigando-se a atingir metas, efetivando-se o princípio da eficiência. Não há a criação de uma nova pessoa jurídica,
em verdade, é outorgado a qualificação, a titulação, de agencia executiva.
42
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva ao apontar a necessidade de celebração do chamado contrato de gestão.
Cumpre ainda destacarmos que, em virtude da celebração do contrato de gestão, a lei assegura a essas entidades a
autonomia de gestão e a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que possam cumprir seus
objetivos e metas institucionais.
Vamos Esquematizar?!

Agências Executivas
Autarquias ou Fundações que recebem nova qualificação;
As agências executivas não se constituem em um novo tipo de entidade. Trata-se apenas de uma qualificação
atribuída a entidades já preexistentes – autarquias e fundações públicas – que preencham determinados requisitos.
É necessário a observância dos referidos requisitos para poder receber a referida qualificação:
1. ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; e
2. ter celebrado um contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor (pelo prazo mínimo de um ano).
(Ricardo Alexandre).

JÁ CAIU CESPE: Na denominada descentralização por serviços, por meio da qual o poder público cria
uma pessoa jurídica de direito público ou privado, atribuindo-lhe a execução de determinado serviço público, é
vedada a transferência da própria titularidade do serviço.
ERRADO. Na descentralização por serviço ocorre a transferência da execução do serviço e da própria titularidade.
Assim, encontra-se errado a assertiva que aponta ser vedado.
Vamos REFORÇAR! A descentralização por serviços, funcional ou técnica (também denominada de por
OUTORGA) é aquela em que o ente federativo cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado (entidades
da Administração Indireta) e atribui a elas a titularidade e a execução de determinado serviço público (ex.:
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista). (Ricardo Alexandre).
Transferência da titularidade + transferência da execução do serviço.

Descentralização por outorga ou Descentralização “por serviço”


A descentralização por serviços, funcional ou técnica é aquela em que o ente federativo cria uma pessoa jurídica
de direito público ou privado (entidades da Administração Indireta) e atribui a elas a titularidade e a execução
de determinado serviço público (ex.: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista). (Ricardo Alexandre).
Transferência da titularidade + execução do serviço
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: A atuação do órgão público é imputada à pessoa jurídica a que esse órgão pertence.
CERTO. Inicialmente, é preciso destacarmos que várias foram as teorias criadas para tentar explicar a relação do
Estado e o agente/órgão.
O Ordenamento Jurídico Brasileiro, por sua vez, adotou a chamada TEORIA DO ÓRGÃO.
A teoria do órgão foi elaborada na Alemanha, por Otto Gierke, e hoje é universalmente aceita pela doutrina e pela
jurisprudência. De acordo com essa tese, o Estado manifesta suas vontades por meio dos órgãos que integram a sua
estrutura administrativa. Com efeito, quando os agentes que atuam nesses órgãos manifestam a sua vontade é como
se o próprio Estado se manifestasse. Em outras palavras, como o órgão é apenas parte do corpo do ente político ou
da entidade administrativa, todas as manifestações de vontade dos órgãos são consideradas como manifestações de
vontade da própria pessoa jurídica da qual fazem parte.
43
A teoria do órgão é também conhecida como “teoria da imputação volitiva”.

JÁ CAIU CESPE: São consideradas agências executivas as autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista que apresentam regime jurídico especial que lhes concede maior autonomia em
relação ao ente federativo que as criou.
ERRADO. As empresas públicas não estão incluídas, somente as autarquias e fundações podem receber essa
qualificação. Nesse sentido, vejamos o conceito de agências executivas.
As agências executivas são autarquias e fundações públicas, já existentes que recebem essa qualificação, em razão
da celebração de contrato de gestão com a administração direta com a finalidade de ampliar sua autonomia,
obrigando-se a atingir metas, efetivando-se o princípio da eficiência. Não há a criação de uma nova pessoa jurídica,
em verdade, é outorgado a qualificação, a titulação, de agencia executiva.
Cumpre ainda destacarmos que, em virtude da celebração do contrato de gestão, a lei assegura a essas entidades a
autonomia de gestão e a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que possam cumprir seus
objetivos e metas institucionais.

JÁ CAIU CESPE: As agências reguladoras - autarquias de regime especial com estabilidade e


independência em relação ao ente que as criou- são responsáveis pela regulamentação, pelo controle e pela
fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado.
CERTO. As agências reguladoras, espécies de Autarquia em Regime Especial, pessoa jurídica de direito público,
foram fruto da necessidade de fiscalização por parte da Administração Pública por ocasião do fenômeno de
privatizações, em que foram transferidos a esfera privada atividades que até então eram prestadas diretamente pelo
Estado. Nesse cenário, passou-se a ser necessário o exercício de uma regulamentação dos serviços que foram
transmitidos para o setor privado, na busca de se evitar o abuso na atuação dos diversos agentes privados.
Nessa esteira, as agências reguladoras, espécie de autarquia em regime especial com estabilidade e independência
em relação ao ente que as criou – são responsáveis pela regulamentação, pelo controle e pela fiscalização dos
serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado.
Vamos Esquematizar?
Agências reguladoras x agências executivas

Agências Reguladoras Agências Executivas


São autarquias em regime especial; Autarquias ou Fundações que recebem nova qualificação;
As agências reguladoras são pessoas jurídicas de As agências executivas não se constituem em um novo
direito público, com natureza jurídica de tipo de entidade. Trata-se apenas de uma qualificação
autarquias de regime especial, cuja função é atribuída a entidades já preexistentes – autarquias e
regulamentar, controlar e fiscalizar determinado
MANUAL CASEIRO
setor econômico ou atividades que constituem objeto fundações públicas – que preencham determinados
de delegação de serviço público ou de concessão requisitos.
para exploração de bem público.
As agências reguladoras são denominadas de É necessário a observância dos referidos requisitos para
Autarquias em regime especial, pois possuem: poder receber a referida qualificação:
- Poder normativo técnico (competência para editar 1. ter um plano estratégico de reestruturação e de
normas técnicas concernentes aos setores que desenvolvimento institucional em andamento; e
regulam, que encontra limites na lei); 2. ter celebrado um contrato de gestão com o respectivo
- Autonomia decisória (decidem em última instância Ministério supervisor (pelo prazo mínimo de um
administrativa os conflitos existentes no âmbito das ano). (Ricardo Alexandre)
atividades reguladas);
- Independência administrativa (dirigentes possuem
mandato por tempo determinado e gozam de relativa 44
estabilidade); (Ricardo Alexandre).

JÁ CAIU CESPE: Os órgãos públicos, dotados de personalidade jurídica própria, são exemplos do Instituto
da descentralização administrativa.
ERRADO. Os órgãos públicos NÃO possuem personalidade jurídica própria e são exemplo de materialização do
fenômeno da DESCONCENTRAÇÃO.
Vamos REFORÇAR?!
Os órgãos públicos são compartimentos ou centro de atribuições que se encontram inseridos dentro de determinada
pessoa jurídica. Desse modo, não se confundem com a pessoa jurídica; a pessoa jurídica é o todo, enquanto os órgãos
são apenas parcelas integrantes do todo. Cumpre recordarmos ainda que os órgãos públicos é resultado da
desconcentração, em que é feita a distribuição interna dentro de uma pessoa jurídica para atender e buscar de forma
mais eficiente as finalidades do Estado.
Por fazerem parte de um todo, os órgãos públicos não são dotados de personalidade jurídica própria.

JÁ CAIU CESPE: De forma a tornar mais eficiente a sua atuação, o Estado pode criar, mediante lei,
autarquias e fundações públicas, o que é realizado por desconcentração.
ERRADO. De fato, o Estado pode criar, mediante lei, as autarquias e as fundações públicas, porém, ao fazer isso
materializa o fenômeno da DESCENTRALIZAÇÃO e não da desconcentração como propõe a questão.
Vamos REFORÇAR?!
Descentralização: é o fenômeno pelo qual o Estado transfere a execução da prestação do seu serviço para uma
entidade especializada na execução dessa atividade, a fim de dar maior eficiência a mesma.
A descentralização pode ser feita a particulares ou para pessoas que são criadas pelo próprio Estado – que são os
entes da administração indireta: (1) Autarquias, (2) Fundações Públicas, (3) Sociedades de Economia Mista e (4)
Empresas públicas.

JÁ CAIU CESPE: Embora as autarquias sejam pessoas jurídicas de direito público, elas sujeitam-se à
falência e não gozam de privilégios tributários.
ERRADO. Aplicam-se as Autarquias o chamada “regime jurídico de Direito Público”. Em decorrência disso, por
exemplo, gozam as referidas de imunidade tributária reciproca e não se submetem à Lei de Falências.
Vamos REFORÇAR?!
MANUAL CASEIRO
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por meio de lei específica, para desenvolver atividades
típicas de Estado (regime de Fazenda Pública), não estando subordinados ao ente que a constituiu, mas sujeitando-
se, todavia, ao denominado controle finalístico.
Pessoa Jurídica de Direito Público: significa que tem regime de Fazenda Pública, todas as regras da administração
pública direta, seja com relação as prerrogativas seja em face das limitações impostas, aplicam-se as Autarquias.
Gozam de imunidade tributária: as autarquias possuem privilégios fiscais, sendo beneficiadas pelas imunidades
tributárias recíprocas.

JÁ CAIU CESPE: Segundo o TCU, os integrantes dos chamados serviços sociais autônomos, embora sejam
pessoas jurídicas de direito privado e não pertençam ao Estado, são regidos pelos princípios da administração
pública.
45
CERTO. Conforme define Hely Lopes Meirelles, “são todos aqueles instituídos por lei, com personalidade de
Direito Privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins
lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais”. São exemplos de serviços
sociais autônomos as entidades do denominado sistema S (SESI, SESC, SENAI, SENAC).
Vamos REFORÇAR?!
Os serviços sociais autônomos são as entidades do sistema S. Essas entidades, embora sejam entidades privadas,
dependem de lei específica autorizando a sua criação. Atua na assistência, ensino, capacitação a determinadas
categoriais profissionais ou sociais, para indústria e comércio.
O Tribunal de Contas da União já decidiu que os serviços sociais autônomos devem obediência aos princípios da
Administração Pública.
Podem receber orçamento público, assim como podem cobrar contribuições com natureza jurídica de tributo
(parafiscalidade: poder de cobrar tributos).
As contribuições são utilizadas na execução das entidades de serviços sociais autônomos. Submetem-se a controle
exercido pelo Tribunal de Contas (art. 71, CF).
Vamos Esquematizar?!

JÁ CAIU CESPE: As autarquias federais detêm autonomia administrativa relativa, estando subordinadas
aos respectivos ministérios de sua área de atuação.
ERRADO. As autarquias fazem parte da Administração Pública Indireta, e esta não se encontra subordinada a
entidade que os criou, ficando sujeita tão somente ao chamado controle finalístico, que se distingue da relação de
hierarquia/subordinação.
Vamos REFORÇAR?!
MANUAL CASEIRO
Hierarquia Controle Finalístico/Supervisão Ministerial/Tutela
Trata-se de manifestação do poder hierárquico; Não é manifestação do poder hierárquico;
Se materializa dentro de uma mesma pessoa jurídica; é de É feita entre entes/pessoas jurídicas diversas; é de
natureza interna; natureza externa.
Tem por finalidade averiguar se o ente estar
cumprindo a finalidade para qual foi criada.
Ocorre no âmbito da Administração Pública Direta Ocorre no âmbito da Adm. Pública Indireta

JÁ CAIU CESPE: A sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado que pode tanto
executar atividade econômica própria da iniciativa privada quanto prestar serviço público.
CERTO. As empresas públicas e as sociedades de economia mista são criadas para exploração de atividade46
econômica ou prestação de serviço. Seja prestadora de serviço, ou seja, exploradora de atividade econômica, são
pessoas jurídicas de direito privado.

JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas e as sociedades de economia mista só podem ser instituídas
mediante lei autorizativa; suas subsidiárias, entretanto, podem ser criadas por ato administrativo.
ERRADO. As subsidiárias, assim como, as empresas públicas e sociedades de economia mista também devem ser
criadas através de lei autorizativa, e não por ato administrativo.
Vamos REFORÇAR?!
A criação e extinção das empresas subsidiárias às empresas estatais também depende de lei específica que as
autorize. Dessa forma, as empresas estatais não podem criar subsidiárias sem permissão legal expressa (art. 37, XX,
da CF).
Art. 37, XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Art. 37, XX. Depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
no inciso anterior, assim como, a participação de qualquer delas em empresa privada.

JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas prestadoras ele serviços públicos, como não objetivam atividade
econômica, possuem personalidade jurídica de direito público.
ERRADO. Ainda quando atuam na prestação dos serviços públicos possuem personalidade jurídica de direito
privado.
Lembre-se! Sempre têm personalidade jurídica de direito privado, sejam elas prestadoras de serviços públicos ou
exploradoras de atividade econômica.
Informativos

Suspensão ou cancelamento do registro do profissional que atrasar anuidades

Segundo o art. 8º da Lei nº 12.514/2011, para que os Conselhos Profissionais ajuízem execução fiscal
cobrando anuidades em atraso, é necessário que o total da quantia executada seja de, no mínimo, quatro
vezes o valor da anuidade. Mesmo sem poder executar a dívida, o Conselho Profissional poderá adotar uma
outra sanção contra o inadimplente: poderá suspender ou cancelar seu registro profissional. Assim, o fato de
os conselhos não poderem executar dívidas inferiores a quatro vezes o valor cobrado anualmente da pessoa
física ou jurídica inadimplente, não impede que seja feita a suspensão ou o cancelamento do registro do
MANUAL CASEIRO
profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está previsto no art. 8º, parágrafo único,
da Lei nº 12.514/2011. No caso específico dos Engenheiros e Arquitetos, o cancelamento do registro somente
pode acontecer desde que o atraso seja de, no mínimo, duas anuidades consecutivas (art. 64 da Lei nº
5.194/66). STJ. 2ª Turma. REsp 1659989-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/4/2017 (Info
603).

É possível
Se a anuidade atrasou suspender ou cancelar o registro
Quanto a ação de execução, será exigida que o valor da quantia executada seja de, no mínimo, 4x o valor
da anuidade.

Conselhos profissionais não estão sujeitos ao regime de precatórios


47
Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conselhos de Fiscalização (exs: CREA,
CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig.
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/4/2017 (repercussão geral) (Info 861).

Conselhos profissionais NÃO estão sujeitos ao regime de precatórios


(de fiscalização)

Multas previstas em resoluções criadas por agências reguladoras

Não há violação do princípio da legalidade na aplicação de multa previstas em resoluções criadas por
agências reguladoras, haja vista que elas foram criadas no intuito de regular, em sentido amplo, os serviços
públicos, havendo previsão na legislação ordinária delegando à agência reguladora competência para a
edição de normas e regulamentos no seu âmbito de atuação. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 825776/SC,
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 05/04/2016.

Conforme explica Ricardo Alexandre “Da denominação “agências reguladoras” já salta aos olhos a função
institucional das entidades que se enquadrem no conceito: a regulação de determinadas atividades. Para o
cumprimento de tal mister, o ordenamento jurídico atribui-lhes a competência para editar normas técnicas
concernentes aos setores que regulam. Por óbvio, o poder normativo atribuído à agência não pode ser visto
como uma carta em branco, como uma autorização para que a entidade se substitua ao legislador e inove na
ordem jurídica. A função reguladora deve ser exercida em estrita obediência aos mandamentos constantes de
lei – o legítimo ato normativo primário –, de forma que no seu exercício a agência deve detalhar as regras
necessárias ao cumprimento dos mandamentos legais e aclarar os respectivos conceitos jurídicos
indeterminados, sem ultrapassar as balizas estabelecidas pelo Poder Legislativo.

É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista

É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio
do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado
em 23/3/2017 (Info 858). STF. 2ª Turma. RE 852302 AgR/AL, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
15/12/2015 (Info 812).

Desde que “prestadoras de


Aplica-se o regime de ÀS SOCIEDADES DE serviço público próprio do Estado
precatórias ECONOMIA MISTA e tenha natureza não
concorrencial.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
4 Atos administrativos. 4.1 Fatos da administração, atos da administração e atos administrativos. 4.2 Requisitos
ou elementos. 4.3 Atributos. 4.4 O silêncio no direito administrativo. 4.5 Extinção dos atos administrativos:
Revogação, anulação e cassação. 4.6 Convalidação. 4.7 Vinculação e discricionariedade. 4.8 Atos
administrativos nulos, anuláveis e inexistentes. 4.9 Decadência administrativa.

JÁ CAIU CESPE: A administração pública pode revogar seus atos por motivos de conveniência ou
oportunidade, competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciário a anulação de atos administrativos
eivados de vícios de legalidade.
48
ERRADO. Tanto o poder judiciário quanto a própria administração podem anular os atos administrativos quando
possuam vícios de legalidade. Nesse sentido, inclusive a súmula 346 e 473 do STJ. Vejamos:

Súmula 346: a Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

Súmula 473: a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre (Direito Administrativo Esquematizado, 2016): Quanto à
competência, a anulação do ato administrativo viciado pode ser promovida pela própria Administração ou pelo
Poder Judiciário. Quando é a Administração quem anula o seu próprio ato, dizemos que ela agiu com base no seu
poder de autotutela.

JÁ CAIU CESPE: O ato que concede aposentadoria a servidor público classifica-se como ato: e) complexo.
O ato administrativo complexo é aquele formado pela manifestação de dois ou mais órgãos, cujas vontades se
unem, se fundem, se conjugam, para formar um só ato. É o que ocorre, por exemplo, com a nomeação feita por um
órgão que deva recair sobre integrantes de lista tríplice elaborada por outro órgão; ou com um decreto assinado pelo
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado. Podemos também citar como ato complexo o ato de
aposentadoria de servidor público, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas. (Ricardo Alexandre,
Direito Administrativo Esquematizado, 2016). Referida classificação já foi cobrada pela banca inúmeras vezes. Não
esqueça “aposentadoria hoje no Brasil é algo complexo, então, lembra que é ato complexo”.

Informativo

Portaria interministerial produzida, em conjunto, por dois Ministérios não pode ser revogada por portaria
posterior editada por apenas uma das Pastas

A portaria interministerial editada pelos Ministérios da Educação e do Planejamento demanda a manifestação


das duas Pastas para a sua revogação. Ex: o art. 7º do Decreto 6.253/2007 determinou que os Ministérios da
Educação e da Fazenda deveriam editar um ato conjunto definindo os valores, por aluno, para fins de
aplicação dos recursos do FUNDEB. Atendendo a este comando, em março de 2009, os Ministros da
Educação e da Fazenda editaram a Portaria interministerial 221/2009 estipulando tais valores. Ocorre que
alguns meses depois, o Ministro da Educação editou, sozinho, ou seja, sem o Ministro da Fazenda, a Portaria
788/2009 revogando a Portaria interministerial 221/2009 e definindo novos valores por aluno para
recebimento dos recursos do FUNDEB.
MANUAL CASEIRO
O STJ concluiu que esta segunda portaria não teve o condão de revogar a primeira. A regulamentação do
valor por aluno do FUNDEB exige um ato administrativo complexo que, para a sua formação, impõe a
manifestação de dois ou mais órgãos para dar existência ao ato (no caso, portaria interministerial). Por
simetria, somente seria possível a revogação do ato administrativo anterior por autoridade/órgão
competente para produzi-lo. Em suma, o primeiro ato somente poderia ser revogado por outra portaria
interministerial das duas Pastas. STJ. 1ª Seção. MS 14731/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 14/12/2016 (Info 597).

JÁ CAIU CESPE: A administração, em razão de conveniência, poderá revogar ato administrativo próprio
não eivado de qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc.

CERTO. A revogação é feita por um juízo de mérito (conveniência e oportunidade). Embora o ato seja legal, é
possível revogá-lo por questões de conveniência da Administração Pública, o ato passou a ser inoportuno. Nessa49
hipótese terá efeito ex nunc, ou seja, daquele momento para frente.

Vamos distinguir a revogação a anulação?

Revogação Anulação
Cabimento: o ato é retirado pelo Poder Público por Cabimento: o ato é retirado pelo Poder Público em
razões de conveniência e oportunidade, sempre virtude de estar em desconformidade com a ordem
relacionadas ao atendimento do interesse público jurídica, o vício é de legalidade.
Competência: Própria Administração no exercício da Competência: Própria Administração no exercício da
autotutela. O poder judiciário não tem atribuição para autotutela + Poder Judiciário.
realizar controle sobre o mérito da administração.
Efeitos: Efeito ex nunc. Efeitos: Efeito ex tunc. (retroage)

JÁ CAIU CESPE: A anulação de ato administrativo ocorre por questões de conveniência e produz efeitos
retroativos à data em que o ato foi emitido.

ERRADO. A anulação não decorre de mérito (conveniência ou oportunidade) mas de vício de legalidade. No mais,
efetivamente seus efeitos são retroativos (ex tunc).

JÁ CAIU CESPE: Os atos administrativos praticados são dotados de presunção de veracidade e


legitimidade, bem como de presunção absoluta de conformidade à lei.

ERRADO. Os atos administrativos possuem atributos que lhes são próprios, entre os quais podemos destacar,
presunção de legitimidade, presunção de veracidade, imperatividade, autoexecutoriedade. Todavia, essa presunção
não é absoluta, mas relativa.

Trata-se de presunção relativa (juris tantum), ou seja, admite a produção de prova em contrário para afastá-la. O
principal efeito de tal presunção é o de inverter o ônus da prova. Assim, por exemplo, se um guarda de trânsito
aplicar uma multa a um motorista por avanço de sinal, o motorista, para afastar a multa, tem que provar que não
praticou a infração (por exemplo: juntando comprovante de que na data e horário constante do auto de infração seu
veículo encontrava-se no estacionamento de um shopping center). (Ricardo Alexandre, Direito Administrativo
Esquematizado, 2016).

JÁ CAIU CESPE: A revogação do ato administrativo é a supressão de um ato legítimo e eficaz, seja por
oportunidade, seja por conveniência, seja por interesse público; entretanto, o poder de revogar da administração
pública não é absoluto, pois há situações insuscetíveis de modificação por parte da administração.
MANUAL CASEIRO
Tendo as considerações apresentadas como referência inicial, assinale a opção que apresenta ato suscetível de
revogação.

a) parecer emitido por órgão público consultivo.


ERRADO. Trata-se de ato enunciativo, e ato enunciativo/declaratório não fica sujeito à REVOGAÇÃO.

b) ato de concessão de licença para exercer determinada profissão, segundo requisitos exigidos na lei.
ERRADO. A licença é classificado como ato vinculado. Ato vinculado, igualmente, não pode ser revogado.

c) ato de posse de candidato nomeado após aprovação em concurso público.


ERRADO.
d) ato administrativo praticado pelo Poder Judiciário
50
e) ato de concessão de licença funcional já gozada pelo servidor.
ERRADO. O ato de concessão de licença já gozada classifica-se como ato que já cumpriu os seus efeitos (já
exauriu seus efeitos), não admite revogação do mesmo.

Determinados atos não estão sujeitos a revogação. E quais são eles?


Segundo Maria Sylvia Zanella de Pietro:
a) os atos vinculados, porque não há nestes os aspectos da oportunidade e conveniência de sua prática;
b) os atos que exauriram seus efeitos, porque, como a revogação não retroage, apenas impede que o ato continue a
produzir seus efeitos, não haveria qualquer proveito em revogar um ato que já produziu todos os seus efeitos;
c) os atos que estiverem sob apreciação de autoridade superior, porque se esgotou a competência da autoridade
que o praticou para revogá-lo;
d) os meros atos administrativos (certidões, atestados, votos), porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos
pela lei;
e) os atos que integram um procedimento, porque a cada novo ato ocorre a preclusão quanto ao ato anterior;
f) os atos que geram direitos adquiridos, porque viola a Constituição Federal.

JÁ CAIU CESPE: São passíveis de revogação os chamados atos meramente administrativos, tais como
pareceres e certidões.

ERRADO. Os atos meramente declaratórios não são passiveis de revogação.

Não se revogam os meros atos administrativos (certidões, atestados, votos), porque os efeitos deles decorrentes
são estabelecidos pela lei.

JÁ CAIU CESPE: A permissão de uso de bens públicos é ato unilateral, discricionário e precário.
CERTO.

Permissão – a permissão é tradicionalmente definida pela doutrina como ato administrativo unilateral, discricionário
e precário pelo qual o Poder Público faculta ao particular a execução de serviços de interesse coletivo ou o uso
especial de bens públicos. Vale salientar que essa definição de permissão como ato administrativo unilateral,
discricionário e precário valia tanto para a permissão de uso de bens públicos quanto para a permissão de serviços
públicos. Contudo, posteriormente, diante do art. 175, parágrafo único, I, da Constituição Federal, ficou explicitado
no atual texto constitucional que o vínculo entre o poder público e o permissionário de serviço público teria natureza
contratual. Tal entendimento veio a ser corroborado pela Lei 8.987/1995, que dispõe, no art. 40, que “a permissão
de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais
normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato
MANUAL CASEIRO
pelo poder concedente”. Enquanto contrato administrativo, a permissão de serviço público não possui natureza
discricionária, visto que o poder público está vinculado aos termos previstos no edital da licitação.

JÁ CAIU CESPE: Autorização é ato pelo qual a administração consente que o particular exerça atividade
ou utilize bem público que vise ao interesse público.

ERRADO. A Autorização é ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta a alguém a
realização de algum serviço, atividade material ou a utilização de bens públicos ou particulares. A título
exemplificativo, temos a autorização para exploração do serviço de táxi. (Ricardo Alexandre, Direito Administrativo
Esquematizado, 2016). A autorização é feita no interesse eminentemente do beneficiário.

JÁ CAIU CESPE: Licença é ato discricionário por meio do qual a administração confere ao interessado51
consentimento para o desempenho de determinada atividade.

ERRADO. Licença é ato administrativo unilateral, vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, verificando
que o interessado atendeu a todos os requisitos legais, faculta-lhe a realização de determinada atividade ou fato
material. Como exemplo, tem-se a licença ambiental concedida a quem cumpriu todos os requisitos para o início da
construção de uma usina hidrelétrica. (Ricardo Alexandre, Direito Administrativo Esquematizado, 2016).

JÁ CAIU CESPE: Acerca de função administrativa e atos administrativos, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Um diretor de tribunal de contas editou ato administrativo com desvio de finalidade. Após
correição, o vício foi detectado e comunicado ao presidente do tribunal.
Assertiva: Nessa situação, o presidente poderá avocar para si a competência administrativa pertinente e convalidar
o ato administrativo.

ERRADO. O desvio de finalidade trata-se de vício que não pode ser sanado.
Desvio de poder (ou desvio de finalidade): quando a autoridade pratica um ato que é de sua competência, mas o
utiliza para uma finalidade diversa da prevista ou contrária ao interesse público. Segundo Ricardo Alexandre, o
descumprimento de qualquer dessas finalidades, geral ou específica, acarreta o vício denominado desvio de poder,
também conhecido como desvio de finalidade. O desvio de poder é vício insanável, não podendo por isso ser
convalidado. (Ricardo Alexandre, Direito Administrativo Esquematizado, 2016).

JÁ CAIU CESPE: Situação hipotética: O TCE/PA alugou várias salas de aula de uma escola privada para
a realização do curso de formação de seus novos servidores. Assertiva: Nessa situação, o ato de locação, ainda que
seja regido pelo direito privado, é considerado um ato administrativo.

ERRADO. A presente circunstância, trata-se em verdade de ATO DA ADMINISTRAÇÃO, na modalidade atos


privados. Os atos da administração são mais amplos que os atos administrativos, sendo este último espécie daquele.
No caso da situação hipotética, trata-se em verdade de atos privados.
*Atos Privados: são os atos da administração pública regido pelo direito privado, ocasião em que a administração
pública não atua com prerrogativas de Estado, mas em pé de igualdades.

Vamos APROFUNDAR?
MANUAL CASEIRO
Atos da Administração versus Atos Administrativos
Nem todo ato praticado pela administração é ato administrativo. Assim, inicialmente, cumpre destacar que não
podemos confundir os denominados atos da administração com os atos administrativos, este ultimo mera espécie de
atos da administração.
Atos administrativos e atos da administração não são sinônimos.
Os atos da administração é o mais amplo do que a noção de ato administrativo, uma vez que este é espécie daquele.

52

São espécies dos ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: os atos políticos ou de governo, os atos privados, atos materiais
e por fim, os atos administrativos.
Atos políticos;
Atos privados;
Atos materiais;
Atos administrativos;
ATOS POLÍTICOS são aqueles exercidos no exercício da função politica do Estado, por exemplo, declaração de
guerra, decreto de lei. Os atos políticos não se submetem ao controle jurisdicional em abstrato.
Atos políticos não se submetem a súmula vinculante.
A súmula vinculante vincula a função administrativa e jurisdicional, mas não a politica e a legislativa.
Noutra banda, a administração pública prática os denominados ATOS PRIVADOS, que são os atos da administração
publica regido pelo direito privado, ocasião em que a administração não atua com prerrogativas de Estado, mas em
par de igualdades. Nessa espécie de ato, a administração e particular estão em pé de igualdade.
Nos atos privados, a Administração Pública abre mão de suas prerrogativas públicas, por exemplo, na doação,
permuta.
Abre mão da supremacia e atua em pé de igualdade com o particular, sem nenhuma garantia em face do particular,
esses são regulados pelo Direito Civil, e não pelo D. Administrativo.
Por fim, a administração pública prática ATOS MATERIAIS, que são atos de mera execução de atividade. Também
denominado de fatos administrativos, já que não manifestam a vontade do Estado. São atos de execução da atividade
pública, por exemplo, a demolição de um prédio, aplicação da multa pelas máquinas.
Os ATOS ADMINISTRATIVOS, por sua vez, são aqueles atos praticados no exercício da função administrativa
sob o regime de direito público, ensejando uma manifestação de vontade do Estado.
• Exercício da função administrativa;
• Sob regime de direito público;
• Ensejando a manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes;

Aqueles que atuam por delegação do Estado, também são atos administrativos, pois constitui-se em manifestação do
Estado.
MANUAL CASEIRO
Delegação (transferência a particulares que atuam em nome do Estado).
Assim, nem todo ato da administração é ato administrativo, e nem todo ato administrativo é ato da administração,
uma vez que se admite a delegação de alguns atos, que serão atos administrativos, mas não da administração.

JÁ CAIU CESPE: Considerando que servidor público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao
setor técnico daquela entidade a emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o item a seguir,
acerca dos atos administrativos.
Considerando-se a prerrogativa com que atua a administração, o parecer solicitado é classificado como ato de gestão.
ERRADO. Conforme ensina Ricardo Alexandre, os atos de gestão são aqueles em que a Administração atua despida
das prerrogativas decorrentes do regime jurídico administrativo, a exemplo dos atos de administração dos bens e
serviços públicos e dos atos negociais com os particulares. Em outras palavras, nos atos de gestão não há coerção
53
sobre os destinatários, de modo que estes atos se submetem a regime jurídico predominantemente de direito privado.
Assim, a situação apresenta na questão não se refere a um ato de gestão.

JÁ CAIU CESPE: Considerando que servidor público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao
setor técnico daquela entidade a emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o item a seguir,
acerca dos atos administrativos. Quanto aos seus efeitos, tal parecer classifica-se como ato administrativo
enunciativo.
CERTO. Os atos administrativos enunciativos são aqueles que enunciam uma situação existente ou exprimem
uma opinião. São atos administrativos apenas do ponto de vista formal, uma vez que não contêm manifestação da
vontade administrativa. Os principais atos enunciativos são: certidão, atestador, parecer e apostila.

JÁ CAIU CESPE: Em decorrência do atributo da tipicidade, quando da prática de ato administrativo,


devem-se observar figuras definidas previamente pela lei, o que garante aos administrados maior segurança jurídica.
CERTO. Segundo Ricardo Alexandre, os atos administrativos possuem alguns atributos ou características que os
diferenciam dos atos privados, tendo em vista as peculiaridades do regime jurídico de direito público. Entre os
referidos atributos temos a tipicidade.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim, de acordo com esse
atributo, para cada finalidade que a Administração pretende alcançar deve existir um ato previamente definido na
lei (ato nominado). A tipicidade é uma consequência do princípio da legalidade, que não permite à Administração
praticar atos sem amparo legal.

JÁ CAIU CESPE: A presunção de legitimidade dos atos administrativos está relacionada à sujeição da
administração ao princípio da legalidade.
MANUAL CASEIRO
CERTO. A presunção de legitimidade que milita em favor dos atos administrativos decorre do próprio princípio
da legalidade, consistindo no único atributo presente em todos os atos administrativos. Se a administração somente
pode agir quando autorizada por lei e nos exatos termos de tal autorização, há de se presumir que, se a administração
agiu, o fez observando as prescrições legais. Por conseguinte, em decorrência da presunção de legitimidade (também
conhecida como presunção de legalidade), até que se prove o contrário, os atos administrativos presumem-se
editados em conformidade com a lei. (Ricardo Alexandre, Direito Administrativo Esquematizado, 2016).
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presume-
se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância na lei.

JÁ CAIU CESPE: Julgue o próximo item, relativo à legislação administrativa. São três os requisitos para
que um ato administrativo seja dito perfeito: competência, finalidade e objeto.
ERRADO. O critério para definir um ato jurídico como perfeito é a verificação se aquele ato já concluiu todas as54
etapas necessárias a sua formação.
Ricardo Alexandre ensina que todo ato possui um ciclo burocrático de formação que deve seguir os passos
juridicamente exigidos para que se garanta a segurança quanto ao cumprimento das suas etapas de edição e o
conhecimento por parte de seus destinatários. De acordo com a fase do ciclo de formação em que se encontra
determinado ato, podemos classificá-lo como perfeito ou imperfeito.
O ato administrativo perfeito é aquele que completou o seu ciclo de formação, está pronto, porque esgotou todas as
fases necessárias a sua produção. Ao contrário, diz-se que o ato é imperfeito quando não está pronto, terminado,
concluído, ou seja, quando não completou seu ciclo de formação.
Ato jurídico perfeito Ato jurídico imperfeito
Ato jurídico que já concluiu todo seu ciclo de formação. Ato jurídico que não concluiu todo seu ciclo de
formação.

JÁ CAIU CESPE: O ato administrativo somente poderá ser realizado de forma válida se o agente
responsável pela sua elaboração tiver poder legal para praticá-lo.
CERTO. Matheus Carvalho ensina que para que um ato administrativo surta todos os efeitos necessários não é
suficiente que ele seja perfeito (conclua seja etapa de formação), é imprescindível ainda que ele seja expedido com
a observância de todos os aspectos legais, a isso dar-se-á o nome de validade (ato expedido com respeito aos aspectos
legais, deve estar em conformidade com o Ordenamento Jurídico).
A competência é elemento vinculado do ato administrativo. Assim, para que esse seja considerado válido é preciso
que se observe a sua competência.

JÁ CAIU CESPE: Atos administrativos ilegítimos ou ilegais podem ser anulados tanto pela própria
administração quanto pelo poder judiciário.
CERTO. A competência para anular atos ilegais é tanto da própria administração quanto do Poder Judiciário.
Ricardo Alexandre (Direito Administrativo Esquematizado, 2016): Quanto à competência, a anulação do ato
administrativo viciado pode ser promovida pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Quando é a
Administração quem anula o seu próprio ato, dizemos que ela agiu com base no seu poder de autotutela.
Anulação do Administrativo
Conceito/cabimento: A anulação (também chamada de invalidação) é a retirada, desfazimento ou supressão do ato
administrativo, em razão de ele ter sido produzido em desconformidade com a lei (cabimento) ou com o ordenamento
jurídico. Com efeito, a anulação é resultado do controle de legalidade (quando viola a lei) ou legitimidade do ato
(quando viola os princípios do ordenamento jurídico).
MANUAL CASEIRO
Competência: a anulação do ato administrativo viciado pode ser promovida pela própria Administração ou pelo
Poder Judiciário. Quando é a Administração quem anula o seu próprio ato, dizemos que ela agiu com base no seu
poder de autotutela.
Prazo: No âmbito da esfera federal, em razão da previsão contida no art. 54 da Lei 9.784/1999, o direito de a
Administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários de boa-fé
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados. Por outro lado, é fundamental percebermos que a
Lei 9.784/1999 não estabeleceu os prazos aplicáveis às hipóteses de atos que tenham prejudicado o destinatário nem
àqueles em que o beneficiário tenha agido de má-fé.
Súmula: “Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”, Súmula Vinculante 3.
55
JÁ CAIU CESPE: Acerca dos servidores públicos, dos poderes da administração pública e do regime
jurídico-administrativo, julgue o item que se segue. Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante
recebeu notificação na qual constava a determinação de que a obra que havia sido irregularmente realizada na calçada
do referido estabelecimento, para a colocação de mesas, teria de ser demolida. Assertiva: Nesse caso, decorrendo o
prazo sem cumprimento da ordem, a administração poderá promover a demolição sob o manto da
autoexecutoriedade dos atos administrativos e do poder de polícia.
CERTO. A possibilidade proposta na assertiva é admitida em virtude da característica da autoexecutoriedade dos
atos administrativos.
A autoexecutoriedade consiste na possibilidade de os atos administrativos serem postos em execução diretamente
pela Administração, por meios coercitivos próprios, sem que haja necessidade de intervenção prévia do Poder
Judiciário.
Conforme o professor Ricardo Alexandre explica, o atributo decorre do princípio da supremacia do interesse público,
típico do regime de direito administrativo, e possibilita que a atuação do Poder Público se dê com rapidez e
eficiência, o que não ocorreria se a Administração precisasse submeter previamente cada ato seu ao crivo do Poder
Judiciário.

JÁ CAIU CESPE: Motivação, finalidade, competência, forma e objeto constituem elementos obrigatórios
do ato administrativo e requisitos de validade da sua prática, de modo que a ausência de qualquer um desses
elementos implica a nulidade do ato praticado.
ERRADO. A motivação é enquadrada dentro do elemento forma, não sendo elemento propriamente do ato. É
elemento do ato administrativo o motivo, o qual não deve ser confundido com a motivação.
Quais são os elementos do ato? COMFF – Competência; Objeto; MOTIVO; Forma; Finalidade.
MANUAL CASEIRO
Ricardo Alexandre explica que baseada na lei que regula a Ação Popular (Lei 4.717/1965), tradicionalmente aponta
a existência de cinco elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. É
importante esclarecer que o vício ou a ausência desses elementos pode resultar, dependendo da gravidade do caso
considerado, em mera irregularidade sanável, na invalidade do ato ou até na sua inexistência.

Elementos do Ato
Competência Objeto Motivo Forma Finalidade

É importante estabelecer a distinção entre motivo e motivação.


O motivo é a situação que autoriza ou determina a produção do ato administrativo. A motivação, por sua vez, é a
expressa declinação do motivo, ou seja, a declaração das razões que levaram à edição do ato. 56
O motivo sempre deve estar presente no ato administrativo, sob pena de nulidade, quer seja o ato vinculado, quer
seja discricionário. A ausência de motivo ou de motivo legítimo é causa de invalidação do ato administrativo. Por
sua vez, a motivação (declaração expressa dos motivos) dos atos administrativos nem sempre é exigida. Quando a
motivação for obrigatória pela lei, a sua ausência será causa de invalidade do ato por vício de forma, e não de motivo.
Motivo Motivação
Elemento do ato Integra o elemento forma do ato
O motivo é a situação que autoriza ou determina a A motivação é a expressa declinação do motivo, ou
produção do ato administrativo. seja, a declaração das razões que levaram à edição do
ato.

O estudo da diferença entre motivo e motivação foi exigido no último concurso de Delegado elaborado pela banca
CESPE, Delegado de Polícia Civil de Goiás.

JÁ CAIU CESPE: Atos administrativos de gestão são atos praticados pela administração pública como se
fosse pessoa privada, o que afasta a supremacia que lhe é peculiar em relação aos administrados. Atos
administrativos de império, por sua vez, são aqueles praticados de ofício pelos agentes públicos e impostos de
maneira coercitiva aos administrados, os quais estão obrigados a obedecer-lhes.
CERTO. Vamos ver o quadro esquematizado com a classificação dos atos de gestão e atos de império?
Atos de Gestão Atos de Império
Os atos de gestão são aqueles em que a Administração Os atos de império são aqueles que a Administração
atua despida das prerrogativas decorrentes do regime pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
jurídico administrativo, a exemplo dos atos de (poder de império) para impô-los de maneira unilateral
administração dos bens e serviços públicos e dos atos e coercitiva aos seus servidores ou aos administrados,
negociais com os particulares. Em outras palavras, nos tal como ocorre na desapropriação, na interdição de
atos de gestão não há coerção sobre os destinatários, de estabelecimentos comerciais, na apreensão de
modo que estes atos se submetem a regime jurídico alimentos deteriorados etc.
predominantemente de direito privado. Ricardo Alexandre (Direito Administrativo
Os atos de gestão, quando regularmente praticados, Esquematizado, 2016).
possuem caráter vinculante e geram direitos subjetivos,
o que se verifica, por exemplo, quando uma autarquia
aluga um imóvel que lhe pertence, de forma a vincular
a administração e o locatário aos termos do contrato,
gerando direitos para ambos.
Ricardo Alexandre (Direito Administrativo
Esquematizado, 2016).
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Atos compostos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, quando a vontade de
um é instrumental em relação à do outro. Nesse caso, praticam-se dois atos: um principal e outro acessório.
CERTO. Conforme ensina Ricardo Alexandre, o ato administrativo composto resulta da manifestação de vontade
de dois ou mais órgãos. A diferença deste em relação ao ato complexo é que, enquanto no ato complexo as vontades
dos órgãos se fundem para formar um só ato, no ato composto praticam-se dois atos, um principal e outro acessório;
este último pode ser pressuposto de validade ou ato complementar do ato principal. Por isso se diz que a vontade
manifestada no ato acessório é instrumental em relação à vontade manifestada no ato principal, que seria
autônoma. A título de exemplo, é possível citar o ato emitido por determinado órgão, autorizando o exercício de
alguma atividade particular, cuja exequibilidade dependa da emissão de visto de outra autoridade. Nessa hipótese,
a autorização é o ato principal e o visto é o ato acessório.
E os atos complexos? 57
O ato administrativo complexo é aquele formado pela manifestação de dois ou mais órgãos, cujas vontades se unem,
se fundem, se conjugam, para formar um só ato. É o que ocorre, por exemplo, com a nomeação feita por um órgão
que deva recair sobre integrantes de lista tríplice elaborada por outro órgão; ou com um decreto assinado pelo
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado. Podemos também citar como ato complexo o ato de
aposentadoria de servidor público, que só se aperfeiçoa com o registro no Tribunal de Contas.

JÁ CAIU CESPE: O ato administrativo é uma espécie de ato jurídico de direito público, ou seja, suas
características distinguem-no do ato jurídico de direito privado. Os atributos do ato administrativo — ato jurídico
de direito público — incluem a
a) legalidade, a publicidade e a imperatividade.
b) presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade.
c) imperatividade, o motivo, a finalidade e a autoexecutoriedade.
d) eficiência, a presunção de legitimidade e a continuidade.
e) proporcionalidade, a motivação e a moralidade.
Vamos APROFUNDAR?
Os atos administrativos possuem alguns atributos ou características que os diferenciam dos atos privados, tendo em
vista as peculiaridades do regime jurídico de direito público (regime jurídico administrativo). Não há unanimidade
na doutrina quanto ao rol desses atributos. Consideramos que, para os objetivos desta obra, a enumeração mais
adequada é a adotada pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, sendo, inclusive, a que mais tem sido
considerada nas provas de concursos públicos. Na esteira de tal doutrina, os atributos dos atos administrativos são:
a presunção de legitimidade, a imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade.
Atributos dos Atos Administrativos
Presunção de legitimidade Imperatividade Autoexecutoriedade Tipicidade
Presunção de veracidade
Os atos praticados pela O ato administrativo impõe Consiste na possibilidade de os O ato administrativo
administração em obrigações ao particular atos administrativos serem deve estar previsto
decorrência da legalidade independentemente de sua postos em execução em lei. Trata-se de
presumem-se legítimos e vontade. diretamente pela observância do
verdadeiros. A imperatividade decorre do Administração, por meios princípio da
Obs. Presunção relativa. chamado poder extroverso. coercitivos próprios, sem que legalidade.
haja necessidade de
intervenção prévia do Poder
Judiciário.
MANUAL CASEIRO
Poder extroverso: o poder extroverso pode ser definido como o poder que o Estado tem de constituir,
unilateralmente, obrigações por terceiros, com extravasamento dos seus próprios limites.

JÁ CAIU CESPE: A alteração da finalidade expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da


administração caracteriza desvio de poder que dá causa à invalidação do ato.
CERTO. O vício na finalidade é espécie de vício não convalidável. Segundo Ricardo Alexandre, descumprimento
de qualquer dessas finalidades, geral ou específica, acarreta o vício denominado desvio de poder, também conhecido
como desvio de finalidade. O desvio de poder é vício insanável, não podendo por isso ser convalidado. (Direito
Administrativo Esquematizado, 2016).

JÁ CAIU CESPE: A convalidação é o suprimento da invalidade de um ato com efeitos retroativos. 58

CERTO. Podemos entender convalidação como a providência consistente em purificar o ato viciado, afastando o
vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclusive aqueles gerados anteriormente à providência saneadora. Em
termos mais técnicos, podemos afirmar que a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez que retroage à data da
edição do ato original, mantendo-lhe todos os efeitos. (Direito Administrativo Esquematizado, 2016).

JÁ CAIU CESPE: A possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei, constituir terceiros
em obrigações mediante atos unilaterais constitui aplicação do princípio da supremacia do interesse público.
CERTO. Em virtude do atributo da imperatividade (ou coercibilidade), os atos administrativos são impostos pelo
Poder Público a terceiros, independentemente da concordância destes. A imperatividade é decorrência do poder
extroverso do Estado, expressão que, nesse contexto, se traduz na prerrogativa de o Poder Público editar atos, de
modo unilateral, constituindo obrigações para terceiros. O atributo da imperatividade representa um traço distintivo
em relação aos atos de direito privado, porque estes somente podem obrigar os terceiros que manifestarem sua
concordância.
Além disso, a imperatividade decorre da supremacia do interesse público sobre o privado, isso porque é concedido
a Administração o uso de prerrogativas para que alcance o interesse público, entre essas prerrogativas se encontra o
poder extroverso.

JÁ CAIU CESPE: Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites para o poder da administração
de revogar seus próprios atos segundo critérios de conveniência e oportunidade.
ERRADO. Inobstante a administração pública possua a prerrogativa de anular ou revogar seus próprios atos, a
revogação não incide sobre todos os atos, alguns não são passiveis de revogação, por exemplo, atos enunciativos,
atos que já exauriram seus efeitos, deve respeitar os atos jurídicos perfeitos. Assim, é equivocado afirmar que não
há limites.

JÁ CAIU CESPE: A respeito dos atos administrativos, assinale a opção correta. a) São elementos dos atos
administrativos a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto.
CERTO. Tradicionalmente aponta-se a existência de cinco elementos do ato administrativo: competência,
finalidade, forma, motivo e objeto.
Elementos do Ato Administrativo
Competência Finalidade Forma Motivo Objeto
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: A homologação é ato unilateral e vinculado pelo qual a administração pública reconhece
a legalidade de um ato jurídico.
CERTO. A Homologação é ato administrativo vinculado mediante o qual a autoridade afere a legalidade e a
legitimidade de outro ato ou procedimento. Trata-se de típico exemplo de controle a posteriori, uma vez que o agente
da própria administração analisa a consonância com o direito de atos jurídicos anteriormente praticados por outros
agentes públicos ou privados. Como exemplo, temos o ato que homologa um procedimento licitatório (Lei
8.666/1993, art. 43, VI), Ricardo Alexandre.

JÁ CAIU CESPE: O direito da administração de anular os seus próprios atos decai em cinco anos, ainda
que constatada a má-fé do destinatário do ato. ERRADO!!!
ERRADO. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis59
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
Na esfera federal, em razão da previsão contida no art. 54 da Lei 9.784/1999, o direito de a Administração anular os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários de boa-fé decai em cinco anos, contados
da data em que foram praticados, Ricardo Alexandre.
Informativos

O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser anulado afronta
diretamente a Constituição Federal

Não existe direito adquirido à efetivação na titularidade de cartório quando a vacância do cargo ocorre na
vigência da CF/88, que exige a submissão a concurso público (art. 236, § 3º). O prazo decadencial do art. 54
da Lei nº 9.784/99 NÃO SE APLICA quando o ato a ser anulado afronta diretamente a Constituição
Federal. O art. 236, § 3º, da CF é uma norma constitucional autoaplicável. Logo, mesmo antes da edição da
Lei 8.935/1994 ela já tinha plena eficácia e o concurso público era obrigatório como condição para o ingresso
na atividade notarial e de registro. STF. Plenário. MS 26860/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2/4/2014
(Info 741).

Prazo decadencial do art. 54 da Lei 9.784/99 e ato praticado antes da vigência da Lei

Prazo de que dispõe a Administração Pública federal para anular um ato administrativo ilegal: 5 anos,
contados da data em que o ato foi praticado (art. 54 da Lei nº 9.784/99) A Lei 9.784/99 entrou em vigor em
01/02/1999. Se o ato administrativo tiver sido praticado antes da vigência dessa Lei, qual será o prazo e a
partir de quando ele é contado? O STJ possui o entendimento de que o prazo decadencial previsto no art.
54 da Lei nº 9.784/99, quanto aos atos administrativos anteriores à sua promulgação, iniciou-se a partir da
data de sua entrada em vigor, ou seja, na data de sua publicação, em 01/02/1999. Assim, caso o ato
ilegal tenha sido praticado antes da Lei nº 9.784/99, a Administração teve o prazo de 5 anos a contar da
vigência da aludida norma para anulá-lo. STJ. 2ª Turma. REsp 1.270.474-RN, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 18/10/2012 (Info 508).

JÁ CAIU CESPE: O silêncio administrativo consubstancia ato administrativo, ainda que não expresse uma
manifestação formal de vontade.
ERRADO. Ricardo Alexandre explica que o silêncio da Administração só produz efeitos quando a lei assim
estabelecer. Mesmo nos casos em que haja a atribuição legal de efeitos à ausência de manifestação da Administração,
não se pode afirmar que tal silêncio configura ato administrativo. O que impede tal enquadramento é a ausência da
“manifestação de vontade”, um dos elementos essenciais do conceito de ato administrativo.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
5. Processo administrativo. 5.1 Lei nº 9.784/1999. 5.2 Processo Administrativo Disciplinar.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999, o direito da administração de anular os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o legislador, em detrimento da
legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores têm por fundamento o princípio administrativo da
a) presunção de legitimidade.
b) autotutela.
60
c) segurança jurídica.
d) continuidade do serviço público.
O art. 54, da Lei 9.784 de 1999, determina que os atos que gerem efeitos favoráveis, que são os denominados atos
ampliativos, só podem ser anulados dentro do prazo decadencial de cinco anos.
Nesse sentido, propõe o dispositivo legal, in verbis: o direito da administração de anular os atos administrativos de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários DECAI EM CINCO ANOS, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada a má-fé do beneficiado.
Estando o beneficiado do ato de má-fé não incide o prazo decadencial, podendo anulá-lo em qualquer momento.
O prazo fixado para fins de eventual anulação do ato ilegal constitui-se em verdadeiro instrumento de segurança do
individuo que fora beneficiado pelo ato, trata-se de uma norma que visa resguardar a segurança jurídica do particular
que fora beneficiado.
Assim, passado o prazo decadencial de 5 (cinco) anos, ocorrerá a convalidação pelo decurso do tempo, atingindo
tanto a administração quanto o particular.
Diante do exposto, temos que a referida norma tem por fundamento o princípio administrativo da SEGURANÇA
JURÍDICA.
Vamos REFORÇAR!
Segundo o Professor Ricardo Alexandre, a segurança jurídica é um dos princípios fundamentais do direito e tem
por funções garantir a estabilidade das relações jurídicas consolidadas e a certeza das consequências jurídicas
dos atos praticados pelos indivíduos nas suas relações sociais.
Tratando-se de direito administrativo, todas as regras citadas são aplicáveis, mas ganha vulto a importância da
vedação à interpretação retroativa de norma jurídica. Nessa esteira, o CESPE já entendeu em outra ocasião que
“Com base no princípio da segurança jurídica, uma nova interpretação dada pela administração acerca de
determinado tema não pode ter eficácia retroativa”.

JÁ CAIU CESPE: Com base no disposto na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta, considerando o
entendimento dos tribunais superiores e da doutrina sobre o processo administrativo.
a) Os processos de prestação de contas são exemplo de processos administrativos de outorga, cuja finalidade é
autorizar o exercício de determinado direito individual.
b) O Supremo Tribunal Federal entende que não é necessária a observância do devido processo legal para a anulação
de ato administrativo que tenha repercutido no campo dos interesses individuais.
ERRADO. O entendimento do STF é no sentido de que “A Administração Pública pode anular seus próprios
atos quando estes forem ilegais. No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de
MANUAL CASEIRO
interesses individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido
processo legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios
atos não dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo”.

Necessidade de garantir contraditório e ampla defesa para se realizar a autotutela

A Administração Pública pode anular seus próprios atos quando estes forem ilegais (incidência do princípio
da autotutela) No entanto, se a invalidação do ato administrativo repercute no campo de interesses
individuais, faz-se necessária a instauração de procedimento administrativo que assegure o devido processo
legal e a ampla defesa. Assim, a prerrogativa de a Administração Pública controlar seus próprios atos não
dispensa a observância do contraditório e ampla defesa prévios em âmbito administrativo. STF. 2ª Turma.61
RMS 31661/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/12/2013 (Info 732). STF. Plenário. MS 25399/DF,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/10/2014 (Info 763).

A administração Pública PODE ANULAR seus Trata-se de uma decorrência do princípio da


atos que forem ilegais autotutela
Se essa invalidação repercutir no campo dos
CONTUDO, interesses individuais
Será necessário a instauração de PAD para assegurar – devido processo legal e ampla defesa.

c) Por ser a ampla defesa um princípio do processo administrativo, a administração não poderá definir a maneira
como se realizará seu exercício, definindo, por exemplo, o local de vista aos autos.
d) A competência processante de órgão da administração pode ser delegada, em parte, a outro órgão, ainda
que não subordinado hierarquicamente ao órgão delegante, desde que haja conveniência, razão e inexista
impedimento legal.
CERTO.
e) Conforme o Supremo Tribunal Federal, é obrigatória a representação por advogado para o exercício do direito à
recorribilidade de decisão proferida em processo administrativo.

ERRADO. Súmula Vinculante nº 5. O STF já se manifestou no sentido de que não é obrigatória o exercício
de representação em processo administrativo por meio de Advogado. Nessa linha, inclusive, a Súmula
Vinculante nº 5.
A FALTA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR NÃO OFENDE A CONSTITUIÇÃO.

Nos moldes do art. 12, da Lei nº 9.784/1999, um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
Conforme dispositivo legal, temos como correta a assertiva exposta na letra D, a qual proclama que “a competência
processante de órgão da administração pode ser delegada, em parte, a outro órgão, ainda que não subordinado
hierarquicamente ao órgão delegante, desde que haja conveniência, razão e inexista impedimento legal”.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Mauro editou portaria disciplinando regras de remoção no serviço público que
beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competência para a edição do referido ato normativo seria de Pedro,
superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se sentiram prejudicados com o resultado do concurso de remoção
apresentaram recurso quinze dias após a data da publicação do resultado.

Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.º 9.784/1999 — que regula o processo administrativo no âmbito
da administração pública federal —, o recurso apresentado pelos servidores que se sentiram prejudicados não deverá
ser conhecido pela autoridade competente em razão da sua intempestividade.

CERTO. O objeto maior da questão é o prazo para apresentação do recurso administrativo e a consequência jurídica
de sua inobservância. Vejamos o que proclama a Lei que regula o processo administrativo.
Art. 59 e 63 da Lei nº 9.784/1999. 62

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado
a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Dessa forma, temos que o PRAZO, via de regra, para apresentação do recurso é de 10 dias. Assim, tendo apresentado
o servidor no prazo de 15 dias, esse é intempestivo, não devendo ser recebido. Vejamos:
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
Diante do exposto, temos que o prazo para interposição de recursos administrativos, salvo lei específica
dispondo em contrário, é de l0 (dez) dias. Assim, como a questão menciona que foi interposto em 15 dias, resta
nítido que é intempestivo. Ademais, a inobservância do referido prazo gera o seu não conhecimento.

JÁ CAIU CESPE: A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente. Nos processos
administrativos, a divulgação oficial dos atos é obrigatória, ressalvadas as hipóteses constitucionais de sigilo.
CERTO. A Lei 9.784/1999 estabelece a exigência de divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição (art. 2.º, parágrafo único, V). O referido dispositivo revela que, embora
a publicidade dos atos administrativos seja a regra, há exceções ao princípio, ou seja, há situações excepcionais em
que a necessidade de manutenção sigilo deve preponderar sobre o princípio da publicidade, excetuando-o. São elas:
1) razões de segurança da sociedade e do Estado (art. 5.º, XXXIII, da CF/1988) e 2) quando houver lei restringindo
a publicidade dos atos processuais em razão da defesa da intimidade ou do interesse social (art. 5.º, LX, da CF/1988)
(Ricardo Alexandre).
Nesse sentido, vejamos o teor do art. 2º da Lei nº 9.784/1999.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: A desistência do interessado extingue o processo administrativo, mesmo que haja
interesse público no seu prosseguimento.

ERRADO. Conforme ensina o Professor Ricardo Alexandre “o processo administrativo normalmente se encerra
com a decisão final de mérito proferida pela Administração. Contudo, em algumas situações há extinção processual
sem que o mérito tenha sido analisado. É o que ocorre quando o interessado, mediante manifestação escrita, desiste
total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renuncia a direitos disponíveis, é o que prevê o art. 51 da Lei
9.784/99”.
Nessa circunstância, é de suma importância que tenhamos conhecimento de que na hipótese de haver vários
interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. Ademais, não prejudica o
prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
63
Nesse sentido, o art. 51, §2º da Lei nº 9.784/1999. Vejamos:
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou,
ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a
Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Pelo exposto, resta nítido que a assertiva encontra-se errada por apontar que extinguirá o processo mesmo na hipótese
em que há interesse público em seu prosseguimento.

JÁ CAIU CESPE: Conforme a Lei n.º 9.784 /1999, que trata dos atos administrativos, são indelegáveis
a) a edição de atos normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão.
b) a elaboração de ofícios e a avaliação de recursos administrativos.
c) a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência privativa de autoridade.
d) a revisão de atos administrativos e a edição de atos normativos.
e) as matérias de competência exclusiva e a publicação de edital.
Inicialmente, antes da adentrarmos as hipóteses em são indelegáveis os atos administrativos, vamos recordar o
fenômeno da delegação e avocação.
Delegar (extensão de competência) significa estender competência, que pode ser de agente de mesma hierarquia ou
inferior. Noutra banda, avocar (busca competência de outro agente) significa trazer para si competência de outro
agente, e poderá ser feita tão somente do agente inferior, ou seja, só se avoca competência de agente subordinado.
Nos termos propostos pela Lei nº 9.784, é vedada a delegação e avocação:
Para Edição de atos normativos;
Para Decisão de recurso hierárquico;
Para Competência definida como exclusiva. (Obs.: a privativa pode ser delegada).
Nessa linha, vejamos o teor do dispositivo legal.
Art. 13. NÃO PODEM ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
MANUAL CASEIRO
Diante do consignado, temos como assertiva correta a alternativa que aponta que a edição de atos normativos e as
matérias de competência exclusiva do órgão SÃO INDELEGÁVEIS.

JÁ CAIU CESPE: No que concerne aos bens públicos e ao processo administrativo, assinale a opção correta.
a) O órgão competente para apreciar recurso administrativo em processo disciplinar está autorizado a
modificar a decisão recorrida, inclusive para agravar a situação do recorrente.
b) Segundo a jurisprudência do STJ, são impenhoráveis os bens pertencentes à sociedade de economia mista que
presta serviço público, independentemente de sua finalidade e do fato de esses bens estarem ou não afetados à
prestação de serviço público.
c) Ao contrário do que ocorre no processo judicial, em um processo administrativo para apuração de suposta infração
cometida por servidor, a declaração de nulidade do processo independe da comprovação de prejuízos à defesa do
64
servidor.
d) Segundo a jurisprudência do STJ, devido à autonomia legislativa de estados e municípios, é vedada a aplicação a
esses entes da Federação das regras que regulam o processo administrativo no âmbito federal.
e) É dotado de efeito suspensivo o recurso cabível contra a decisão que, em processo administrativo federal, indefere
a alegação de suspeição de determinado servidor ou autoridade.
Segundo os ensinamentos do professor Ricardo Alexandre “uma das peculiaridades do recurso no processo
administrativo que o diferencia do processo judicial é que o seu julgamento pode resultar no agravamento da
situação do recorrente. Tal efeito é chamado pela doutrina de possibilidade de reformatio in pejus. Isso acontece
porque no processo administrativo se busca a verdade material, não se limitando o julgador a apreciar o pedido
do recorrente. Caso se observe durante a instrução do recurso que há possibilidade de reformatio in pejus, para
que sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, o recorrente deverá ser cientificado para que formule suas
alegações antes da decisão (art. 64, parágrafo único)”.

Desse modo, conforme o art. 64 da Lei nº 9.784/99, “O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este
deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão”.

Pode-se constatar que o dispositivo não proíbe a reformatio in pejus nos processos administrativos, isto é, não há
impedimento a que a decisão do recurso agrave a situação do recorrente, exigindo-se apenas que ele seja cientificado
para que formule suas alegações antes da decisão (Alexandre Mazza).

Diante do exposto, temos que em sede de recurso administrativo, NÃO SE APLICA a proibição da reformatio in
pejus no âmbito do processo administrativo.

Pelo exposto, temos como correta a alternativa a qual aponta que o órgão competente para apreciar recurso
administrativo em processo disciplinar está autorizado a modificar a decisão recorrida, inclusive para agravar a
situação do recorrente.

JÁ CAIU CESPE: Acerca do processo administrativo, assinale a opção correta conforme a Lei n.º
9.784/1999.
a) Se a matéria do processo envolver assunto de interesse geral e não houver prejuízo para a parte
interessada, o órgão competente poderá abrir período de consulta pública para a manifestação de terceiros,
mediante despacho motivado, antes de decidir o pedido.
MANUAL CASEIRO
b) Em caso de risco iminente, é permitido à administração pública adotar providências acautelatórias, desde que
estas sejam motivadas e precedidas de prévia manifestação do interessado.
c) A administração deverá anular seus próprios atos quando estes contiverem vícios de legalidade ou quando houver
motivo de conveniência ou oportunidade. Nesses casos, a anulação produzirá efeitos ex tunc.
d) A decisão de recursos administrativos e a prática de atos ordinatórios do processo não são passíveis de delegação.
e) Os atos do processo administrativo devem tomar a forma escrita, exigindo-se reconhecimento de firma dos
signatários desses atos.
CERTO, nos moldes do art. 31, da Lei nº 9.784/1999. Vejamos:
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante
despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se
não houver prejuízo para a parte interessada. 65

JÁ CAIU CESPE: No processo administrativo, deve-se observar a adequação entre meios e fins, de modo
que não sejam impostas medidas superiores às necessárias ao atendimento do interesse público.
CERTO. Conforme ensina o Professor Alexandre Mazza, “a proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade
voltado à aferição da justa medida da reação administrativa diante da situação concreta. Em outras palavras,
constitui proibição de exageros no exercício da função administrativa. Sua origem está ligada ao direito público
alemão.
Consoante excelente definição prevista no art. 2º, parágrafo único, VI, da Lei n. 9.784/99, a proporcionalidade
consiste no dever de “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”.
Nessa linha, vejamos o que dispõe o art. 2º, VI da Lei nº 9.784/1999.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

JÁ CAIU CESPE: A respeito do processo administrativo, julgue o item subsequente. Quando a matéria do
processo envolver assunto de interesse geral, poderá ser aberto período de consulta pública para a manifestação de
terceiros, se não houver prejuízo para a parte interessada.

CERTO. Nos termos da Lei n.º 9784/99, art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral,
o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

JÁ CAIU CESPE: No que se refere à gestão de recursos humanos das agências reguladoras e ao processo
administrativo no âmbito da administração pública, julgue o item subsequente com base no disposto nas Leis n.º
9.986/2000 e n.º 9.784/1999.
No âmbito da administração pública, o processo administrativo poderá ser impulsionado de ofício.
CERTO. Nos termos da Lei nº 9.784/99, art. 5º “O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de
interessado”.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: O procurador poderá defender-se pessoalmente, advogando em causa própria, se contra
ele for instaurado processo administrativo disciplinar. Outras categorias de servidores, contudo, necessitariam
contratar advogado, imprescindível para o exercício da ampla defesa no processo administrativo disciplinar.
ERRADO. Art. 3º. O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o
cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
66
competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
Por outro lado, a Súmula Vinculante nº 5. Não é obrigatória a participação de advogado em processo administrativo
(PAD).

JÁ CAIU CESPE: Acerca do recurso administrativo e tendo como base as disposições da Lei n.º
9.784/1999, assinale a opção correta.
a) O recurso não será conhecido quando interposto em órgão incompetente, mas, nesse caso, terá de ser
indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
b) É de trinta dias o prazo para a interposição de recurso administrativo, contado a partir da divulgação da decisão
recorrida em diário oficial.
c) O recurso administrativo terá, como regra geral, efeitos devolutivo e suspensivo.
d) Contra as decisões administrativas cabe recurso que verse sobre a legalidade, mas não sobre o mérito
administrativo.
e) O recurso administrativo tramitará por uma única instância administrativa, devendo ser interposto à autoridade
superior àquela que tiver proferido a decisão.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
recurso.
Diante do exposto, temos que “o recurso não será conhecido quando interposto em órgão incompetente, mas,
nesse caso, terá de ser indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
recurso”.

JÁ CAIU CESPE: A respeito das normas insertas na Lei n.° 9.784/1999, que disciplina o processo
administrativo no âmbito da administração pública federal, assinale a opção correta.
a) O direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que forem praticados, salvo comprovada má-fé.
MANUAL CASEIRO
b) Quem é ouvido na qualidade de testemunha acerca de faltas disciplinares pode ser membro da comissão formada
para apurá-las, se não for apresentada impugnação a tempo e modo.
c) A participação de membro de comissão disciplinar na apuração de fatos que resultarem na pena de suspensão do
servidor impedirá que esse membro integre nova comissão disciplinar em processo para apuração de outros fatos
que possam resultar em nova apenação ao mesmo servidor.
d) O ato administrativo de remoção de servidor público independe de motivação, pois envolve juízo de conveniência
e oportunidade.
e) As normas da lei em apreço não podem ser aplicadas de forma subsidiária no âmbito dos estados-membros, porque
disciplinam o processo administrativo apenas no âmbito da administração pública federal.
A lei estabelece um prazo decadencial de cinco anos para a Administração anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis aos destinatários, contados da data em que forem praticados, salvo comprovada má-fé.67
Nessa linha, nos moldes do art. 54, da Lei nº 9.784/99, “o direito da Administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé”.

JÁ CAIU CESPE: Acerca dos atos administrativos e do processo administrativo, assinale a opção correta
conforme a Lei n.º 9.784/1999.
a) A competência para a edição de atos normativos poderá ser delegada.
b) A revogação do ato administrativo ocorre nas hipóteses de ilegalidade, devendo retroagir com efeitos ex tunc para
desconstituir as relações jurídicas criadas com base no ato revogado.
c) O direito da administração de anular os seus próprios atos decai em cinco anos, ainda que constatada a má-fé do
destinatário do ato.
d) A convalidação dos atos administrativos que apresentem defeitos sanáveis pode ser feita pela
administração, desde que esses atos não acarretem lesão ao interesse público ou prejuízo a terceiros.
e) O ato de exoneração do servidor público ocupante de cargo em comissão e os atos administrativos que decidam
recursos administrativos dispensam motivação.
O art. 55 da Lei n. 9.784/99 disciplina a convalidação: “em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração”.
Em que consiste a CONVALIDAÇÃO?
Segundo o professor Alexandre Mazza, convalidação, sanatória, aperfeiçoamento, convalescimento, sanação,
terapêutica, depuração ou aproveitamento é uma forma de suprir defeitos leves do ato para preservar sua eficácia. É
realizada por meio de um segundo ato chamado ato convalidatório.
Se o interesse público exigir e for sanável o vício, o ato administrativo pode ser convalidado, em razão de
oportunidade e conveniência, desde que a convalidação não cause prejuízo a terceiros.
Assim, contemplamos a existência de dois requisitos necessários a convalidação, a saber: a) que o vício seja sanável;
b) que não cause prejuízo a terceiro.

JÁ CAIU CESPE: Com relação à competência no âmbito do processo administrativo federal, regido pela
Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta.
a) De acordo com rol taxativo inserto na lei em apreço, a edição de atos administrativos restritivos de direitos não
poderá ser objeto de delegação.
MANUAL CASEIRO
b) O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo dispensada, nas decisões
adotadas por delegação, a menção explícita a esta qualidade.
c) Desde que não haja competência específica determinada em lei, o processo administrativo deve iniciar-se perante
a autoridade máxima do órgão.
d) A avocação de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior é permitida em caráter permanente
quando se configurar hipótese de incapacidade do órgão superior em exercer suas atribuições com qualidade.
e) Desde que não haja impedimento legal, é possível a delegação parcial de competência de órgão
administrativo a outro órgão, ainda que este não lhe seja hierarquicamente subordinado, em razão de
circunstâncias de índole social.
Conforme ensina Alexandre Mazza, a delegação é a transferência temporária de competência administrativa de
seu titular a outro órgão ou agente público subordinado à autoridade delegante (delegação vertical) ou fora da68
linha hierárquica (delegação horizontal). Trata-se de transferência sempre provisória porque a delegação pode ser
revogada a qualquer tempo pela autoridade delegante.
A Administração Pública pode delegar sua competência a órgão hierárquico inferior ou a outro órgão ou entidade
mesmo sem relação hierárquica. Assim, a Lei previu a possibilidade de delegação dentro da relação hierárquica
(poder hierárquico) e fora da relação hierárquica (não é poder hierárquico).
Nesse sentido, dispõe o Art. 12 da Lei nº 9.784/99. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
Diante do consignado, temos que desde que não haja impedimento legal, é possível a delegação parcial de
competência de órgão administrativo a outro órgão, ainda que este não lhe seja hierarquicamente subordinado,
em razão de circunstâncias de índole social.

JÁ CAIU CESPE: O princípio que está expressamente previsto na lei que regula o processo administrativo
no âmbito da administração pública federal (Lei n. º 9.784/1999), dispondo que a administração pública deverá
obedecê-lo, é o princípio da
a) razoabilidade.
b) impessoalidade.
c) publicidade.
d) indisponibilidade.
e) precaução.
Conforme dispõe a Lei n. º 9.784/1999, Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Devemos ficar atento ao enunciado da questão, pois ela foi específica ao apontar qual dos princípios estão previstos
de forma EXPRESSA na Lei nº 9.784/99.

JÁ CAIU CESPE: No curso de um processo administrativo, poderá ser arguida a suspeição de servidor que
a) tiver participado como perito.
b) estiver litigando administrativamente com o companheiro do interessado.
c) estiver litigando judicialmente com o interessado.
d) tiver amizade íntima com o cônjuge do interessado.
MANUAL CASEIRO
e) tiver interesse indireto na matéria.
A Lei n. º 9.784/1999, ao teor de seu art. 20, dispõe que “pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que
tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau”.
Assim, temos que no curso de um processo administrativo, poderá ser arguida a suspeição de servidor que tiver
amizade íntima com o cônjuge do interessado.

JÁ CAIU CESPE: A aplicação retroativa de nova interpretação dada a norma administrativa é admitida no
processo administrativo.
CERTO. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,69
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

JÁ CAIU CESPE: A respeito do processo administrativo e dos institutos da delegação e avocação de


competência administrativa, assinale a opção correta.
a) Não se exige que o ato de delegação, que deve especificar as matérias e poderes transferidos, bem como sua
revogação sejam publicados no meio oficial.
b) Nos processos administrativos, devem-se observar, entre outros, os critérios de atendimento a fins de interesse
geral, permitida a renúncia parcial de competências, independentemente de autorização em lei.
c) A delegação e a avocação de competência são atos ligados ao poder de polícia administrativo.
d) A delegação de competência administrativa pode ser realizada ainda que não haja subordinação
hierárquica.
e) Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de
maior grau hierárquico de decisão.
A Administração Pública pode delegar sua competência a órgão hierárquico inferior ou a outro órgão ou entidade
mesmo sem relação hierárquica. Assim, a Lei previu a possibilidade de delegação dentro da relação hierárquica
(poder hierárquico) e fora da relação hierárquica (não é poder hierárquico).
Corroborando ao exposto ensina Alexandre Mazza, a delegação é a transferência temporária de competência
administrativa de seu titular a outro órgão ou agente público subordinado à autoridade delegante (delegação
vertical) ou fora da linha hierárquica (delegação horizontal). Trata-se de transferência sempre provisória porque
a delegação pode ser revogada a qualquer tempo pela autoridade delegante.

JÁ CAIU CESPE: Ao ato jurídico de atração, por parte de autoridade pública, de competência atribuída a
agente hierarquicamente inferior dá-se o nome de
a) deliberação.
b) delegação.
c) avocação.
d) subsunção.
e) incorporação.
MANUAL CASEIRO
Avocar significa chamar o exercício de uma competência fixada por lei para outro. No entanto, o artigo citado acima
exige relação hierárquica.
Lei n. 9.784/99: Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados,
a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
A avocação ocorrerá somente dentro de uma relação hierárquica.
Corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre “em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, será permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior. É fundamental perceber que, enquanto para a delegação não há necessidade de hierarquia entre os órgãos
delegante e delegado, tal aspecto é imprescindível no caso da avocação, uma vez que somente os órgãos
hierarquicamente superiores podem avocar competências originariamente atribuídas a seus subordinados”.

70
JÁ CAIU CESPE: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido do interessado.
CERTO. Conforme ensina Ricardo Alexandre, o processo administrativo pode ser instaurado de ofício (por
iniciativa da autoridade responsável) ou a pedido de interessado (art. 5.º). Assim, diferentemente do que ocorre no
processo judicial, em que a instauração da relação processual depende de provocação da parte, o processo
administrativo pode ser iniciado por ação espontânea da autoridade responsável (ex officio).
Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

JÁ CAIU CESPE: A decisão de recursos administrativos não poderá ser objeto de delegação de
competência.
CERTO. É o que prevê a Lei nº. 9.784/99 ao teor de seu art. 13. Vejamos:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

JÁ CAIU CESPE: Se um agente público delegar a competência para a prática de um ato administrativo a
outro agente, ocorrerá a renúncia à competência.
ERRADO. Não há renúncia a competência na hipótese de delegação, haverá apenas uma EXTENSÃO da
competência.
Segundo ensina o professor Ricardo Alexandre “A delegação de competência é o fenômeno pelo qual um órgão
administrativo ou um agente público transfere a outros órgãos ou agentes públicos a execução de parte das funções
que lhes foram originalmente atribuídas”. Via de regra, a delegação é feita para órgão ou agente de plano hierárquico
inferior. Todavia, a doutrina moderna entende admissível a delegação fora da linha hierárquica, quando
justificadamente necessário.
Ademais, cumpre destacarmos que o ato de delegação não retira a atribuição da autoridade delegante, que
continua competente para o exercício das funções cumulativamente com a autoridade delegada. Assim, não cabe
falarmos em RENÚNCIA à competência.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da
administração pública federal, um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal e
quando conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial, delegar
parte da sua competência a outros órgãos, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados.
MANUAL CASEIRO
CERTO. Conforme dispõe o art. 12 da Lei nº. 9.784/99, um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
social, econômica, jurídica ou territorial.

JÁ CAIU CESPE: O servidor que tenha participado ou venha a participar como perito em um processo
administrativo encontra-se impedido de atuar nesse processo.
CERTO. As causas de impedimento estão catalogadas ao teor do art. 18 da Lei nº 9.784/99, entre elas está a hipótese
do servidor ter participado ou venha a participar em um processo administrativo. Nessa linha, vejamos:
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 71
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

JÁ CAIU CESPE: Não cabe revisão dos processos administrativos sancionatórios, após a decisão da
autoridade julgadora, dada a ocorrência de coisa julgada administrativa.
ERRADO. Conforme ensina Matheus Carvalho, o pedido de revisão não tem prazo, podendo ser feito a qualquer
tempo, desde que haja alegação e fatos novos por parte do servidor público, que possam influenciar na decisão
proferida no processo originário.
O pedido de revisão é levado a própria autoridade que julgou o procedimento administrativo disciplinar, desta vez,
diante de fatos novos que foram considerados para embasar a decisão anterior.
Não posso esquecer! A revisão do processo pode se dar a qualquer tempo, a pedido do interessado ou de ofício
quando surgirem fatos novos ou novas circunstância que justifiquem a inocência do condenado ou a inadequação da
sanção
Na REVISÃO, diferentemente do recurso e do pedido de reconsideração, é vedado a reformatio in pejus.
A lei expressamente determina que, do julgamento da Revisão, NÃO pode haver agravamento da penalidade que
o servidor havia sofrido no processo originário. Nesta situação, a lei veda a reformatio in pejus.
Desse modo, nos termos do art. 65 da Lei nº 9.784/99, os processos administrativos de que resultem sanções poderão
ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

JÁ CAIU CESPE: Considere que, negado o pleito de um indivíduo perante a administração pública, o chefe
da respectiva repartição pública tenha inadmitido o recurso administrativo sob a alegação de que o recorrente não
teria apresentado prévio depósito ou caução, exigidos por lei. Nessa situação hipotética, o agente público agiu de
acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, visto que, segundo entendimento do STF, a exigência de depósito ou
caução pode ser realizada desde que amparada por lei.
ERRADO. O STF já decidiu que a interposição de recurso administrativo não depende de prévio depósito de caução,
sendo este o entendimento consolidado ao teor da Súmula Vinculante 21.
SÚMULA VINCULANTE 21. É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO OU ARROLAMENTO
PRÉVIOS DE DINHEIRO PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.
MANUAL CASEIRO
A súmula visa assegurar o direito ao duplo grau de julgamento, posto que se houvesse necessidade de depósito,
acabaria por restringir o seu acesso. Nessa linha, temos que o direito a interposição do recurso é inerente ao duplo
grau de julgamento.
Nesse sentido, a edição da súmula vinculante de nº 21 reforça a garantia do duplo julgamento.
Analisando este dispositivo, interpreta-se que tal exigência seria inconstitucional por restringir o acesso ao duplo
grau e, consequentemente, inviabilizar o exercício pleno da ampla defesa.
O duplo grau de julgamento é meio de garantir a ampla defesa, restringi-lo seria por via consequencial, restringir
a própria ampla defesa assegurada constitucionalmente.

JÁ CAIU CESPE: O recurso hierárquico impróprio, na medida em que é dirigido a autoridade de órgão não
integrado na mesma hierarquia daquela que proferiu o ato, independe de previsão legal.
72
ERRADO. O chamado recurso hierárquico impróprio é dirigido a um outro órgão ou autoridade estranho aquele
que se originou o ato e depende de previsão legal.
Vejamos os conceitos extraídos de Recurso hierárquico próprio X Recurso hierárquico impróprio.
Conforme ensina o professor Ricardo Alexandre, os recursos hierárquicos próprios são aqueles dirigidos a
autoridade que se encontra numa posição hierárquica superior ao daquela que emitiu o ato contra o qual se está
recorrendo. É o caso de um recurso administrativo dirigido a um chefe de departamento em que se impugna um ato
emitido por um chefe de divisão. Como o recurso hierárquico deriva do controle hierárquico, não há necessidade
de que esteja expressamente previsto em lei.
Noutra banda, os recursos hierárquicos impróprios são aqueles em que o recorrente dirige sua petição a um órgão
ou autoridade estranho àquele do qual se originou o ato impugnado. O adjetivo “impróprio” é utilizado em razão
de não haver uma relação de hierarquia entre o órgão controlado e o órgão controlador, a exemplo de um recurso
dirigido a um Secretário de Estado pleiteando a anulação de um ato do diretor presidente de uma autarquia estadual.
O recurso hierárquico impróprio SÓ É ADMITIDO NOS CASOS EM QUE HOUVER PREVISÃO LEGAL
EXPRESSA a seu respeito, ao contrário do que acontece com o recurso hierárquico próprio.
Vamos ESQUEMATIZAR?!
Recurso hierárquico próprio Recurso hierárquico impróprio
É aquele dirigido a autoridade hierarquicamente É aquele que não se dirige a autoridade
superior dentro do mesmo órgão em que o ato foi hierarquicamente superior, mas sim a autoridade de
praticado. outro órgão, sem relação hierárquica com o que proferiu
NÃO HÁ necessidade de que esteja expressamente o ato.
previsto em lei. Só é admitido se houver previsão legal expressa.

JÁ CAIU CESPE: Os processos administrativos de que resultem sanções podem ser revistos a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício; dessa revisão pode resultar o agravamento da sanção, diferentemente do que ocorre
na esfera judicial.
ERRADO. No julgamento do processo de revisão, diferentemente do julgamento do recurso, não poderá haver
reformatio in pejus.
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos (pedido de revisão), a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. DA REVISÃO DO PROCESSO NÃO PODERÁ RESULTAR AGRAVAMENTO DA
SANÇÃO.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
6. Poderes Administrativos 6.1 Poder regulamentar. 6.2 Poder hierárquico. 6.3 Poder disciplinar. 6.4 Poder de
polícia. 6.5 Dever de agir. 6.6 Dever de eficiência. 6.7 Dever de probidade. 6.8 Dever de prestação de contas. 6.9
Uso e abuso do poder.

Poderes Administrativos

Poder regulamentar ou Poder hierárquico Poder disciplinar Poder de polícia


normativo
É a prerrogativa concedida Trata-se de atribuição É o poder da Considera-se poder de 73
à administração pública de concedida ao Administração Pública polícia atividade da
editar atos gerais para administrador para para apurar infrações e administração pública
complementar as leis e organizar, distribuir e aplicar penalidades em que, limitando ou
permitir a sua efetiva principalmente escalonar relação àqueles sujeitos a disciplinando direito,
aplicação. funções de seus órgãos, ou disciplina interna da interesse ou liberdade,
seja, é o Poder que a Administração, servidores regula a prática de ato ou
“O poder normativo se Administração tem de se públicos ou não. abstenção de fato, em
traduz no poder conferido estruturar internamente O poder disciplinar não razão de interesse público
à Administração Pública determinando uma alcança a coletividade concernente à segurança,
de expedir normas gerais, relação de hierarquia e como um todo, mas um à higiene, à ordem, aos
ou seja, atos subordinação entre seus grupo restrito de costumes, à disciplina da
administrativos gerais e órgãos e agentes. É o indivíduos (aqueles que produção e do mercado,
abstratos com efeitos erga poder que a mantêm com a ao exercício de atividades
omnes. Não se trata de Administração Pública Administração um econômicas dependentes
poder para a edição de possui para distribuir e vínculo/relação jurídica de concessão ou
leis, mas apenas um escalonar as funções de especial de autorização do Poder
mecanismo para edição de seus órgãos, ordenar e sujeição/subordinação). Público, à tranquilidade
complementares à lei”. rever os atos dos seus Em suma, o critério não é pública ou ao respeito à
agentes, estabelecendo a ser servidor público, mas propriedade e aos direitos
relação de subordinação estar sujeito à autoridade individuais ou coletivos.
entre os servidores do seu administrativa (p. ex.: Art. 78, CTN.
quadro de pessoal. aluno de uma escola
pública).

JÁ CAIU CESPE: O abuso de poder consiste em conduta ilegítima do agente público, caracterizada pela
atuação fora dos objetivos explícitos ou implícitos estabelecidos pela lei.
CERTO. Os poderes da administração só serão legítimos enquanto busca alcançar o interesse coletivo, de modo
que se extrapola o caráter da instrumentalidade ocorre o chamado – ABUSO DE PODER. O agente público extrapola
o poder quando o faz fora de suas atribuições (excesso de poder) ou quando o faz buscando finalidade diversa da
prevista para o ato (desvio de poder/finalidade).
Dessa forma, ocorre abuso de poder quando o agente público se utiliza do poder dado a Administração para ir além
do que a lei lhe ordena (seja extrapolando a competência que lhe foi conferida, seja buscando finalidade diversa da
imposta para o ato administrativo).
Assim, se o agente atuou fora dos objetivos houve abuso de poder, na espécie desvio de poder.
MANUAL CASEIRO
Ocorre abuso de poder quando o agente o emprega o poder pelo simples poder, e não como instrumento na busca
do interesse público. Nessa linha, poderá este ser de duas espécies: excesso de poder (extrapola a competência) e
desvio de poder (busca finalidade diversa da proposta pelo ato).

ABUSO DE PODER (Gênero)


Excesso de Poder (espécie de abuso de poder) Desvio de Poder/Finalidade (espécie)
O excesso de poder é o extrapolamento da competência que O desvio de poder se manifesta quando o agente
foi atribuída ao Agente Público, ou seja, a atuação deste vai prática o ato visando outra finalidade que não aquela
além do que lhe foi conferido, constituindo-se em um vício prevista pela lei. O agente busca fins diversos
de competência. daquele previsto na regra de competência.
O excesso de poder é vício sanável. No desvio de poder, ela prática o ato desviando a
finalidade originariamente prevista no ato 74
administrativo.

JÁ CAIU CESPE: No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao controle da
administração, julgue o item seguinte.

A avocação se verifica quando o superior chama para si a competência de um órgão ou agente público que lhe seja
subordinado. Esse movimento, que é excepcional e temporário, decorre do poder administrativo hierárquico.

CERTO. Nos termos do art. 15, da Lei nº 9.784 “será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.
Mas o que significa necessariamente o fenômeno da avocação?
Avocar (busca competência de outro agente) significa trazer para si competência de outro agente, e poderá ser feita
tão somente do agente inferior, ou seja, só se avoca competência de agente subordinado.
Corroborando ao exposto, preleciona o professor Ricardo Alexandre, a avocação “consiste na possibilidade de o
superior hierárquico trazer para si temporariamente o exercício de competências legalmente estabelecidas para
órgão ou agente hierarquicamente inferior. Destacamos que, ao contrário da delegação, não cabe avocação fora da
linha hierárquica, uma vez que a utilização do instituto depende de um poder de vigilância e controle somente
existente nas relações hierarquizadas.
Por fim, cumpre destacar que a avocação é sempre manifestação do poder hierárquico.

JÁ CAIU CESPE: O poder de polícia administrativo é uma atividade que se manifesta por meio de atos
concretos em benefício do interesse público. Por conta disso, a administração pode delegar esse poder a pessoas da
iniciativa privada não integrantes da administração pública.

ERRADO. O entendimento que prevalece nos Tribunais Superiores é no sentido pela inadmissibilidade de
delegação as entidades de iniciativa privada dos atos de polícia (poder de polícia).

Nessa esteira, preleciona Matheus Carvalho (Manual de Direito Administrativo, 2017, pág. 136) “o poder de polícia
é considerado atividade típica de Estado, e portanto, somente pode ser exercido por pessoas jurídicas de direito
público componentes da Administração Pública Direta ou Indireta”.

O Poder de Polícia é considerado atividade típica de Estado e, portanto, somente pode ser exercido pelas pessoas
jurídicas de direitos público componentes da Administração Direta ou da Administração Indireta.
MANUAL CASEIRO
Obs.: Contudo, tem-se admitido a delegação dos chamados “atos materiais”, correspondente há dois ciclos de
polícia, quais sejam: consentimento de polícia e fiscalização de polícia”.

JÁ CAIU CESPE: No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao controle da
administração, julgue o item seguinte.
O fato de a administração pública internamente aplicar uma sanção a um servidor público que tenha praticado uma
infração funcional caracteriza o exercício do poder de polícia administrativo.

ERRADO. O caso apresentado na assertiva é manifestação do Poder Disciplinar.

Cuidado! Existe um uma diferença peculiar entre o poder disciplinar e o poder de polícia. O poder disciplinar é
aplicado àqueles que estão sujeitos à disciplina dos órgãos da Administração. Já o poder de polícia, por sua vez,75
aplica-se à sociedade em geral.

Poder disciplinar É um poder interno, sancionatório, por meio do qual a administração pública pode aplicar sanção
as pessoas sujeitos a sua administração.

Poder de polícia O poder de polícia não é um poder interno, decorre da Supremacia do Interesse Público, não
dependendo para sua manifestação de nenhum vínculo especial.

Atenção!!! O poder disciplinar é um poder sancionatório, mas nem toda sanção configura poder disciplinar, visto
que o poder disciplinar decorre da existência de um vínculo especial entre o Estado e o sujeito que esta sendo punido,
do contrário estará diante da manifestação do poder de polícia.

Assim: Estado punindo pessoas vinculados a ele é manifestação do poder disciplinar, por outro lado, já o Estado
punindo particulares não vinculados é manifestação do poder de polícia.

Ex. sanção aplicada ao servidor público (vinculo específico) poder disciplinar.

Ex. aplicação de multa ao particular (sem vínculo) manifestação do poder de polícia.

O poder disciplinar é um poder específico, posto que só será aplicado aqueles que tiverem uma vinculo especial com
a Administração.

JÁ CAIU CESPE: Insere-se no âmbito do poder hierárquico a prerrogativa que os agentes públicos possuem
de rever os atos praticados pelos subordinados para anulá-los, quando estes forem considerados ilegais, ou revogá-
los por conveniência e oportunidade, nos termos da legislação respectiva.
CERTO. Decorre do poder hierárquico o poder da Administração de controlar e exercer poder de autotutela;
*Autotutela: trata-se de poder de revisão conferido à Administração Pública, para que possam anular seus atos
quando eivados de ilegalidade, ou revogá-los quando inconvenientes ou inoportunos (mérito administrativo).
Aplicação da Súmula 473, do STF.
A autotutela caracteriza-se por permitir que a Administração Pública reveja seus próprios atos, revogando-os por
motivo de interesse público (oportunidade e conveniência), assim como anulando os atos inquinados pela ilicitude.
Ante o exposto, apresenta-se correta a assertiva em análise.
Complementando ainda, vejamos duas súmulas de suma importância quando o tema é “autotutela”.
De Olho na Súmula:
MANUAL CASEIRO
Súmula 346, STF. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473, STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

JÁ CAIU CESPE: A respeito dos poderes da administração pública e dos serviços públicos, julgue o item
que se segue.
A prerrogativa da administração de impor sanções a seus servidores, independentemente de decisão judicial, decorre
imediatamente do poder disciplinar e mediatamente do poder hierárquico.
CERTO. Conforme ensina o Professor Ricardo Alexandre “o poder disciplinar autoriza à Administração Pública
a apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina76
administrativa. Dessa forma, somente está sujeito ao poder disciplinar aquele que possui algum vínculo específico
com a Administração, seja de natureza funcional ou contratual. Quando há vínculo funcional, o poder disciplinar
é decorrência do poder hierárquico”.
Por outro lado, não podemos esquecer que são poderes decorrentes do “poder hierárquico”, a possibilidade que
possui a Administração Pública de aplicar sanções em caso de infrações disciplinares: aplicar sanção disciplinar
ao servidor decorre do poder hierárquico, pois só superior é quem investiga e pune subordinado. Apesar de ser
decorrência do poder hierárquico, cumpre recordamos que a aplicação de sanção é manifestação nítida do poder
disciplinar.
Assim, diretamente a aplicação de sanção é decorrência do poder disciplinar e indiretamente, pela via consequencial,
do poder hierárquico.

JÁ CAIU CESPE: A discricionariedade administrativa fundamenta-se, entre outros elementos, na


incapacidade da lei de prever todas as situações possíveis e regular minuciosamente a maneira de agir do agente
público diante de cada uma delas. Assim, confere-se ao agente a prerrogativa de eleger, entre as condutas viáveis, a
que se apresentar mais conveniente e oportuna à luz do interesse público.
CERTO. A discricionariedade ou como corriqueiramente denominados “poder discricionário” , refere-se à margem
de liberdade que a lei confere a Administração Pública para decidir, ponderar, para apreciar o binômio: oportunidade
e conveniência, observando o que melhor atenda aos interesses dos administrados.
- E quando poderá ocorrer o exercício da discricionariedade?
1º. Quando a lei expressamente reconhecer poder discricionário à Administração. Exemplos: cargos em provimento
de comissão; hipóteses de dispensa do art. 24 da Lei nº 8.666/93. O art. 24 expõe quais as situações que a licitação
será dispensável, ficando a critério da Administração licitar ou não, posto ser dispensável nos moldes da lei.
2º. Quando a lei não é capaz de descrever todas as situações enfrentadas pela Administração Pública: Exemplo: Art.
25 da Lei nº 8.666/93. O art. 25 trata de inexigibilidade. Sendo o rol exemplificativo, resta nítido que é discricionário.
A discricionariedade encontra-se em aferir se a competição é viável ou não, pois o legislador nesse caso foi incapaz
de prever todas as hipóteses de inviabilidade.
3º. Quando a lei atribui uma competência e não descreve o modo de exercê-la.
Nessa linha, corroborando ao exposto, preleciona Ricardo Alexandre “há casos em que a Administração tem
liberdade para decidir como e quando agir. São situações em que é lícito ao administrador decidir sobre a
conveniência e a oportunidade para praticar determinados atos. Nesses casos, afirmamos que a Administração está
fazendo uso do poder discricionário, que é aquele que possibilita à Administração praticar atos administrativos
discricionários.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Os atos decorrentes do poder regulamentar têm natureza originária e visam ao
preenchimento de lacunas legais e à complementação da lei.

ERRADO. O poder regulamentar também denominado de poder normativo, é o poder que a administração tem para
a expedição de normas gerais e abstratas, inferiores a lei para sua fiel execução.
O Estado não inova no Ordenamento Jurídico (se não inova, não tem natureza originária) criando direitos e
obrigações, o que Administração faz é expedir normas que irá assegurar a fiel execução da lei, sendo esta última
inferior. “O poder normativo se traduz no poder conferido à Administração Pública de expedir normas gerais, ou
seja, atos administrativos gerais e abstratos com efeitos erga omnes. Não se trata de poder para a edição de leis, mas
apenas um mecanismo para edição de complementares à lei”.
Assim, temos que o poder regulamentar não tem natureza originária, mas secundária, sendo criadas para77
complementar a lei, garantindo a sua fiel execução.

JÁ CAIU CESPE: Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante recebeu notificação na


qual constava a determinação de que a obra que havia sido irregularmente realizada na calçada do referido
estabelecimento, para a colocação de mesas, teria de ser demolida. Assertiva: Nesse caso, decorrendo o prazo sem
cumprimento da ordem, a administração poderá promover a demolição sob o manto da autoexecutoriedade dos atos
administrativos e do poder de polícia.

CERTO. Os atos praticados pela administração pública, em decorrência de sua supremacia possuem por atributo a
autoexecutoriedade, e o que significa essa autoexecutoriedade? É o poder que a administração pública tem de utilizar
meios diretos de cumprimento do ato por ele imposto. Dessa forma, a administração pública executa o ato
diretamente, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.

A autoexecutoriedade afasta o controle prévio do Poder Judiciário, não há necessidade do Estado ir ao judiciário
para a realização do ato.

Ademais, o referido ato é manifestação nítida do poder de polícia.

Nessa esteira, nos moldes do art. 78 do CTN, considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

JÁ CAIU CESPE: Determinada autoridade sanitária, após apuração da infração, em processo administrativo
próprio, aplicou a determinada farmácia a pena de apreensão e inutilização de medicamentos que haviam sido
colocados à venda, sem licença do órgão sanitário competente, por violação do disposto nas normas legais e
regulamentares pertinentes.
Nessa situação hipotética, a autoridade sanitária exerceu o poder
a) hierárquico, em sua acepção de fiscalização de atividades.
b) hierárquico, em sua acepção de imposição de ordens.
c) disciplinar, em razão de ter apurado infração e aplicado penalidade.
d) regulamentar, em razão de ter constatado violação das normas regulamentares pertinentes.
e) de polícia, em razão de ter limitado o exercício de direito individual em benefício do interesse público.
MANUAL CASEIRO
PODER DE POLÍCIA, conforme visto na questão anterior, considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.

Conforme conceito legal (art. 78, CTN), o poder de polícia tem entre suas finalidades a limitação de direito na busca
do interesse público. Assim, ao tomar a medida descrita na questão, a Administração Pública o faz no exercício de
seu poder de polícia.

JÁ CAIU CESPE: A interdição de restaurante por autoridade administrativa de vigilância sanitária constitui
exemplo de manifestação do exercício do poder de polícia. 78

CERTO, com fundamento no art. 78 do CTN, já explicitado nas questões anteriores. Inserimos a questão como
forma de reforçar o conhecimento do candidato a quantidade de vezes que o exemplo da vigilância sanitária estar
atrelada ao exercício do poder de polícia e isso foi demasiadamente cobrado pela Banca Examinadora.

JÁ CAIU CESPE: O poder de polícia, decorrente da supremacia geral do interesse público, permite que a
administração pública condicione ou restrinja o exercício de atividades, o uso e gozo de bens e direitos pelos
particulares, em nome do interesse público.
CERTO. Conforme ensina o professor Ricardo Alexandre “podemos afirmar que o poder de polícia consiste na
faculdade conferida ao Estado de estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício de direitos e
garantias individuais, tendo em vista o interesse público”. Ante a conceituação exposta, temos que encontra-se
correta a assertiva.
O poder de polícia tem esse víeis, qual seja, condicionar ou restringir o exercício de atividades, bem como, o uso e
gozo de bens e direitos em detrimento de um bem maior, a busca do interesse público.

JÁ CAIU CESPE: Configura-se desvio de poder ou de finalidade quando o agente atua fora dos limites de
suas atribuições, ou seja, no caso de realizar ato administrativo não incluído no âmbito de sua competência.
ERRADO. O caso descrito na assertiva corresponde ao abuso de poder na modalidade excesso de poder, e não
desvio de poder (finalidade).

Abuso de Poder

ABUSO DE PODER (gênero): excesso de poder e desvio de poder (finalidade).


Excesso de poder é o extrapolamento da competência que foi atribuída ao Agente Público, ou seja, a atuação
deste vai além do que lhe foi conferido, constituindo-se em um vício de competência.
O excesso de poder é vício sanável.
Desvio de Poder se manifesta quando o agente prática o ato visando outra finalidade que não aquela prevista
pela lei. O agente busca fins diversos daquele previsto na regra de competência.
No desvio de poder, ela prática o ato desviando a finalidade originariamente prevista no ato administrativo.

JÁ CAIU CESPE: Configura-se abuso de poder por desvio de poder no caso de vício de finalidade do ato
administrativo, e abuso de poder por excesso de poder quando o ato administrativo é praticado por agente que
exorbita a sua competência.
MANUAL CASEIRO
CERTO. O abuso de poder conforme estudado, é gênero do qual são espécie o excesso de poder e desvio de
finalidade. O desvio de poder corresponde a um vício de finalidade, pois o agente atua buscando finalidade diversa
da prevista para o ato.Por outro lado, o excesso de poder é vício de competência, pois o agente o faz exorbitando a
sua competência.
Desvio de poder vício na finalidade.
Excesso de poder vício na competência.

JÁ CAIU CESPE: Configura excesso de poder a prática, por servidor público, de ato administrativo que vise
finalidade diversa da finalidade prevista em lei, mesmo que o servidor não extrapole os limites de sua competência.
ERRADO. Quando o agente público atua de forma diversa da finalidade prevista em lei ocorre o chamado desvio
de poder ou de finalidade, espécie do gênero abuso de poder, e não excesso de poder. Conforme explicado79
anteriormente, o excesso de poder ocorre quando o agente extrapola as suas atribuições, ou seja, os limites que foram
impostos a sua competência.
Se busca finalidade diversa é desvio de poder!
Se atua além de suas atribuições é excesso de poder!
Vale a pena ver de novo!
Excesso de poder quando a autoridade atua extrapolando os limites da sua competência.
Desvio de Poder quando a autoridade pratica um ato que é de sua competência, mas o utiliza para uma finalidade
diversa da prevista ou contrária ao interesse público.

JÁ CAIU CESPE: Determinado servidor público efetivo do setor de recursos humanos de um tribunal
regional eleitoral, no âmbito de sua atuação e amparado por lei, proferiu, entre duas opções cabíveis, decisão
a respeito de determinado caso concreto. Após o decurso de todos os prazos legais para recurso, esse servidor
determinou o imediato cumprimento da referida decisão, não havendo outro posicionamento a ser adotado.
Nessa situação, o primeiro e o segundo ato do agente resultaram, respectivamente, do exercício dos poderes
a) vinculado e disciplinar.
b) discricionário e vinculado.
c) disciplinar e discricionário.
d) hierárquico e discricionário.
e) hierárquico e vinculado.
PODER DISCRICIONÁRIO e PODER VINCULADO, respectivamente. Quando a lei confere margem de
escolha na atuação da Administração Pública, ela o faz pelo uso do chamado poder discricionário. De modo diverso,
quando a lei já pré-determina todo os elementos do ato, constitui-se em manifestação do poder vinculado. Assim,
quando o Poder Público tem duas opções cabíveis e opta por uma delas, é exemplo de poder discricionário e quando
o faz sem que tenha outro modo de executá-lo, é manifestação do poder vinculado.
Vamos REFORÇAR!
Inicialmente, é preciso recordarmos que toda atuação do Estado está vinculado a lei (princípio da legalidade), o que
distingue a forma vinculada da discricionária é a forma como a lei prevê a prática do ato administrativo.
Em algumas situações, a lei estabelece todos os critérios objetivos da prática do ato, neste caso, a forma de exercício
do poder é vinculada, fale-se então em “poder vinculado”.
Exemplo.1: autorização/licença.
MANUAL CASEIRO
Exemplo.2: o agente público que faltar mais 30 dias no serviço ensejará na demissão. Assim, se o agente público
falta 30 dias não será demitido, todavia, se faltar mais de 30 não poderá deixar de ser demitido, pois o critério
definido em lei é objetivo, é vinculado.
Não há margem de escolha no caso concreto, pois todos os elementos do ato administrativo são vinculados.
Já no Poder discricionário, a lei determina a forma de atuação, porém confere a administração em algum
ponto/critério uma determinada margem de escolha, que terá como elemento norteador a oportunidade e
conveniência.
Por exemplo, a aquisição de bem móvel adquirido por decisão judicial poderá ser feita das modalidades de licitação
leilão OU concorrência.
Denota-se que existe uma margem de escolha, que deverá ocorrer dentro dos limites da lei, tendo como parâmetro
o mérito administrativo – a escolha será feito com base na oportunidade e conveniência.
80
Vamos APROFUNDAR?
Poder vinculado Poder discricionário
A lei não reconhece à Administração Pública A lei reconhece à Administração Pública liberdade para
liberdade para decidir. No poder vinculado, a decisão decidir, a partir de critérios de oportunidade e conveniência
é legislativa. O legislador decide – positiva na norma (mérito). No poder discricionário, a decisão é
– de modo a não deixar qualquer margem decisória administrativa, pois, por motivos legislativos, o legislador
para a Administração, a qual, diante do caso concreto, entende que a melhor decisão será tomada por quem aplica
se limitará a aplicar a lei. Exemplo: ato administração a lei e não por quem elabora a elabora. Exemplo:
de licença - ato administrativo vinculado. autorizações – atos administrativos discricionários (portar
armar, exercer atividade profissional, utilizar bem público).

JÁ CAIU CESPE: O poder discricionário permite que o agente público pratique atos totalmente dissociados
da lei.
ERRADO. O poder discricionário, admite uma maior margem de liberdade na atuação entre as opções proposta
pela lei, mas não totalmente dissociada da lei. Nessa linha, temos que toda atuação do Estado está vinculado a lei
(princípio da legalidade), o que distingue a forma vinculada da discricionária é a forma como a lei prevê a prática
do ato administrativo.

JÁ CAIU CESPE: A autoexecutoriedade é atributo de todos os atos administrativos.


ERRADO. Auto-executoriedade é o poder que os atos administrativos têm de serem executados pela própria
Administração independentemente de qualquer solicitação ao Poder Judiciário, trata-se de um dos atributos do ato
administrativo. É algo que vai além da imperatividade e da exigibilidade. ATENÇÃO!!! Esse atributo NÃO se
encontra presente em todos os atos administrativos, dependendo sempre da previsão de lei ou de uma situação de
urgência, na qual a prática do ato se impõe para garantia do interesse público.

JÁ CAIU CESPE: O STF entende ser constitucional a atribuição, pelo município, do exercício do poder de
polícia de trânsito a guardas municipais, inclusive no que se refere à imposição de sanções administrativas
legalmente previstas.
CERTO. Trata-se de entendimento proferido pela Suprema Corte ao teor do Informativo 793, STF. Nessa linha,
vejamos.
As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito?
SIM. As guardas municipais, desde que autorizadas por lei municipal, têm competência para fiscalizar o
trânsito, lavrar auto de infração de trânsito e impor multas.
MANUAL CASEIRO
O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia de
trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de trânsito).
STF. Plenário. RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 6/8/2015 (Info 793).

JÁ CAIU CESPE: Exerce o poder de polícia o ente da administração pública que, no desempenho de suas
funções institucionais, realiza fiscalização em estabelecimento comercial, lavrando auto de infração e impondo
multa por descumprimento de normas administrativas.
CERTO. O desempenho de atividades relacionadas a fiscalização estão atreladas ao exercício do poder de polícia.
Nessa linha, o art. 78 do CTN propõe considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do81
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Poder de polícia: situações em que se manifesta
Podemos citar alguns exemplos que demonstram a dimensão da multiplicidade de situações em que o poder de
polícia é empregado:
Apreensão de mercadoria estragada em depósito alimentício;
Suspensão de atividades lesivas ao meio ambiente;
Fiscalização exercida sobre pessoas físicas ou jurídicas pelos conselhos de fiscalização
profissional;
Apreensão de mercadoria ilegal na alfândega;
Interdição de um estabelecimento que viole normas sanitárias;
Aplicação de uma multa a restaurante que infringiu normas ligadas à proteção da saúde pública;
Lavratura de auto de infração contra empresa que violou normas relativas à vigilância sanitária;
Demolição de edifício particular que ameaçava ruir;
Expedição de porte de arma de fogo.

JÁ CAIU CESPE: No exercício do poder regulamentar, é conferida à administração pública a prerrogativa


de editar atos gerais para complementar a lei, em conformidade com seu conteúdo e limites, não podendo ela,
portanto, criar direitos e impor obrigações, salvo as excepcionais hipóteses autorizativas de edição de decreto
autônomo.
CERTO. Sobre o poder regulamentar, também denominado de poder normativo, trata-se da prerrogativa concedida
à administração pública de editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação.
Vamos pontuar:
O poder que a administração tem para a expedição de normas gerais e abstratas, inferiores a lei para sua fiel
execução.
O Estado não inova no Ordenamento Jurídico, criando direitos e obrigações, o que Administração faz é expedir
normas que irá assegurar a fiel execução da lei, sendo esta ultima inferior.
MANUAL CASEIRO
Dessa forma, temos que o poder normativo se traduz no poder conferido à Administração Pública de expedir normas
gerais, ou seja, atos administrativos gerais e abstratos com efeitos erga omnes. Não se trata de poder para a edição
de leis, mas apenas um mecanismo para edição de complementares à lei”.

JÁ CAIU CESPE: O rodízio de automóveis estabelecido pela administração pública configura exercício do
poder de polícia.
CERTO. Ver comentários do Info 793, STF.
As guardas municipais podem exercer atividades de fiscalização de trânsito uma vez que as guardas municipais
são órgãos municipais estruturados em carreira e criados por lei. Logo, enquadram-se na previsão do inciso II.
Desse modo, os Municípios podem criar órgãos de trânsito específicos ou, então, submeter esse serviço de
fiscalização de trânsito às guardas municipais. 82
Nessa linha, a fixação do rodízio de automóveis também se apresenta como manifestação do poder de polícia.

JÁ CAIU CESPE: Foi editada portaria ministerial que regulamentou, com fundamento direto no princípio
constitucional da eficiência, a concessão de gratificação de desempenho aos servidores de determinado ministério.
Com referência a essa situação hipotética e ao poder regulamentar, julgue o próximo item.
A portaria em questão poderá vir a ser sustada pelo Congresso Nacional, se essa casa entender que o ministro
exorbitou de seu poder regulamentar.
CERTO. Trata-se de medida prevista ao teor do art. 49 da Constituição Federal e tem por finalidade precípua realizar
um controle dessa atividade regulamentadora, posto que são criadas para a fiel execução da lei, não podendo inovar,
via de regra, no ordenamento jurídico (exceção: Decretos autônomos).
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

JÁ CAIU CESPE: A administração pública, considerando o interesse público e com fundamento no poder
discricionário, pode atribuir nova lotação a servidor público, hipótese em que se admite que a motivação do ato seja
posterior à remoção.
CERTO. A assertiva encontra-se em consonância ao que decidiu o STJ, ao teor do Informativo 529. Vejamos!

JÁ CAIU CESPE: O fenômeno da deslegalização, também chamada de delegificação, significa a retirada,


pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio da lei, passando-as para o domínio de regulamentos de
hierarquia inferior.
CERTO. Conforme ensinamentos do Professor Ricardo Alexandre, em face da complexidade das atividades
técnicas da Administração, modernamente, embora haja controvérsias quanto ao aspecto da constitucionalidade, a
doutrina majoritária tem aceitado que as competências para regular determinadas matérias sejam transferidas pelo
próprio legislador para órgãos administrativos técnicos. Trata-se do fenômeno da deslegalização, pelo qual a
normatização sai da esfera da lei para a esfera do regulamento autorizado.

Info 650. Cabe fazer, neste passo, uma nota conceitual. É que, muito embora o campo de liberdade de conformação
do Executivo, segundo a Lei em pauta, seja manifestamente reduzido, nem por isso se pode afirmar que a hipótese
não se amoldaria ao fenômeno da deslegalização, estudada com maestria pelos Professores do Direito
MANUAL CASEIRO
Administrativo. Com efeito, consiste a deslegalização “na retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias, do
domínio da lei (domaine de la loi) passando-as ao domínio do regulamento (domaine de lordonnance)” (MOREIRA
NETO, Diogo de Figueiredo. Agências reguladoras, In: Mutações do direito administrativo, Rio de Janeiro: Ed.
Renovar, 2007, p. 218).

JÁ CAIU CESPE: O desvio de finalidade é uma espécie de abuso de poder em que o agente público, apesar
de agir dentro dos limites de sua competência, pratica determinado ato com objetivo diverso daquele pautado pelo
interesse público.
CERTO. O desvio de poder (ou desvio de finalidade) se manifesta quando o agente público pratica o ato visando
outra finalidade que não aquela prevista pela lei.
O agente busca fins diversos daquele previstos para o ato administrativo.
83
No desvio de poder, o agente pratica o ato desviando da finalidade originariamente prevista no ato administrativo.
Por exemplo, a remoção do servidor público deve ocorrer em virtude do interesse da administração para organizar
melhor o serviço, de modo que não posso deslocar um servidor público como forma de “puni-lo”, pois estaria
praticando o ato buscando uma finalidade diversa daquela prevista na lei.
Nessa esteira, nos termos da Legislação (art. 2º, “e”, da Lei nº 4.717/65) o desvio de finalidade se verifica quando
o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explica ou implicitamente, na regra de competência.

JÁ CAIU CESPE: A relação entre a administração direta e as entidades que integram a administração
indireta pressupõe a existência do poder hierárquico entre ambas.
ERRADO. Não há manifestação do poder hierárquico, mas tão somente vinculação. Dessa forma, é errônea a
afirmativa ao mencionar que existe hierarquia entre a administração pública direta e a administração pública indireta.
Vamos REFORÇAR?
Não há que se falar em hierarquia entre a administração pública direta e administração pública indireta, isso porque
o poder hierárquico tem por caraterística o fato de manifestar-se apenas internamente, ou seja, entre órgãos e agentes
de uma mesma pessoa jurídica.
O denominado controle finalístico exercido pela administração pública direta em face da administração pública
indireta em nada se confunde com manifestação de hierarquia, o que há em verdade, entre a administração pública
direta e indireta é uma espécie de vinculação em virtude da qual é exercido uma supervisão/tutela para fins de
assegurar o cumprimento dos objetivos que foram estipulados quando da criação daquele ente.
Segundo o professor Ricardo Alexandre, o controle finalístico se destina a verificar se a entidade vem atuando de
acordo com a finalidade para a qual foi criada, o que inclui a aferição de seu desempenho.
Hierarquia Controle Finalístico/Supervisão Ministerial/Tutela
Trata-se de manifestação do poder hierárquico; Não é manifestação do poder hierárquico;
Se materializa dentro de uma mesma pessoa jurídica; é de É feita entre entes/pessoas jurídicas diversas; é de
natureza interna; natureza externa.
Tem por finalidade averiguar se o ente estar
cumprindo a finalidade para qual foi criada.
Ocorre no âmbito da Administração Pública Direta Ocorre no âmbito da Adm. Pública Indireta

JÁ CAIU CESPE: A administração, quando aplica sanção administrativa a uma pessoa que descumpre as
normas de vigilância sanitária, atua no exercício do poder disciplinar, que se baseia na ideia de supremacia geral e
se dirige a todos os administrados de forma indistinta.
MANUAL CASEIRO
ERRADO. Trata-se de manifestação do poder de polícia. Só haverá manifestação do poder disciplinar no
direcionamento de aplicação de sanções quando essa imposição for feita sob pessoas sujeitas à sua administração,
ou seja, possuam um vínculo especial com a administração, do contrário, tudo nos leva ao caminho de ser hipótese
de manifestação do poder de polícia, como no exemplo tratado na assertiva.

O poder disciplinar é um poder sancionatório, mas nem toda sanção configura poder disciplinar,
visto que o poder disciplinar decorre da existência de um vínculo especial entre o Estado e o sujeito que estar sendo
punido, do contrário estará diante da manifestação do poder de polícia. Logo: Estado punindo pessoas vinculados a
ele é manifestação do poder disciplinar, por outro lado, já o Estado punindo particulares não vinculados é
manifestação do poder de polícia.
O Poder Disciplinar trata da atribuição pública de aplicação de sanções àqueles que estejam sujeitos à disciplina
interna do ente estatal. 84

JÁ CAIU CESPE: O presidente da República, os governadores e os prefeitos podem estabelecer, por decreto,
medidas que disciplinem a organização e o funcionamento da administração pública em suas respectivas esferas,
desde que isso não enseje aumento de despesa nem a criação ou extinção de órgãos públicos.
CERTO. Trata-se dos chamados “decretos autônomos”.
O Superior Tribunal de Justiça, ao analisar o REsp 584.798/PE '"- Primeira Turma, julgado em 04/11/2004 e
publicado no DJ de 06/12/2004, estabeleceu que são “os regulamentos autônomos vedados no ordenamento jurídico
brasileiro, a não ser pela exceção do art. 84,VI da Constituição Federal”. Dessa forma, em consonância com o
entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência brasileira, só são admissíveis duas espécies de Regulamentos
Autônomos no ordenamento jurídico pátrio, quais sejam, as duas situações previstas no art. 84, VI da Carta Magna.
Vide ainda os arts. 47 XIX CF e art. 84, VI da CF.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

JÁ CAIU CESPE: Decorrente do poder hierárquico, a avocação, por um órgão, de competência não
exclusiva atribuída a outro órgão que lhe seja subordinado é excepcional e exige motivos relevantes e devidamente
justificados.
CERTO. Conforme ensina Ricardo Alexandre, a avocação consiste na possibilidade de o superior hierárquico
trazer para si temporariamente o exercício de competências legalmente estabelecidas para órgão ou agente
hierarquicamente inferior.
Nos termos da Lei nº 9.784/99, art. 15 “será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Assim, temos que:
A medida deve ser adotada em caráter excepcional;
Deve ser tomada por motivos relevantes, devidamente justificadas;
Será temporária;
Manifestação em uma relação hierárquica: Órgão hierarquicamente inferior.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: O exercício do poder de polícia é delegável a pessoas jurídicas de direito privado.
ERRADO. O Poder de Polícia é atividade típica de Estado e por isso não pode ser delegado a pessoa jurídica de
direito privado, ainda que a pessoa jurídica de direito privado da Administração Indireta.

JÁ CAIU CESPE: No Brasil, apenas excepcionalmente se admite ato normativo primário no exercício do
poder regulamentar da administração pública.
CERTO. Essa exceção materializa-se nos chamados “decretos autônomos”.
O Superior Tribunal de Justiça, ao analisar o REsp 584.798/PE '"- Primeira Turma, julgado em 04/11/2004 e
publicado no DJ de 06/12/2004, estabeleceu que são “os regulamentos autônomos vedados no ordenamento jurídico
brasileiro, a não ser pela exceção do art. 84,VI da Constituição Federal”. 85

JÁ CAIU CESPE: O poder de polícia administrativa tem como uma de suas características a
autoexecutoriedade, entendida como sendo a prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
CERTO. Nesse sentido, ensina Ricardo Alexandre “a autoexecutoriedade consiste na possibilidade de os atos
administrativos serem postos em execução diretamente pela Administração, por meios coercitivos próprios, sem
que haja necessidade de intervenção prévia do Poder Judiciário”.

JÁ CAIU CESPE: O exercício do poder de polícia administrativa é sempre discricionário, caracterizando-


se por conferir ao administrador liberdade para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal de duas ou mais sanções para determinada
infração.
ERRADO. A discricionariedade é efetivamente uma das características do poder de polícia, contudo é equivocado
afirmar que SEMPRE será discricionário, há manifestação do poder de polícia de forma vinculada, por exemplo,
concessão de licença.
NÃO VAI ESQUECER! A discricionariedade é característica marcante do poder de polícia, contudo isso não
significa que o exercício do poder de polícia seja sempre discricionário!
Vamos REFORÇAR!
O poder de polícia é discricionário?
Para a doutrina tradicional, encampada por Hely Lopes Meirelles, uma das características do poder de polícia é a
discricionariedade.
De fato, entende-se que a discricionariedade é a regra apresentada nos atos decorrentes do exercício do poder de
polícia. Ou seja, a princípio, os atos de polícia são praticados pelo agente público, no exercício de competência
discricionária, podendo definir a melhor atuação nos limites e contornos autorizados pela lei. Nesse sentido, a
maioria das bancas de concurso adota A IDEIA DA DISCRICIONARIEDADE COMO CARACTERÍSTICA DO
PODER DE POLÍCIA.
ATENÇÃO:
Com efeito, NÃO SE PODE DIZER QUE O PODER DE POLÍCIA É SEMPRE DISCRICIONÁRIO, porque
ele também se pode manifestar por atos vinculados, como, por exemplo, as licenças para construção.
Nesses casos, a lei estabelece requisitos objetivos para a concessão da licença e, uma vez cumpridos os requisitos
legais, o particular terá direito subjetivo à concessão do alvará pleiteado, sem que o agente público tenha qualquer
margem de escolha.
MANUAL CASEIRO
Ante o exposto, contemplamos que o poder de polícia pode se manifestar tanto por atos vinculados quanto por atos
discricionários.

JÁ CAIU CESPE: O poder de polícia administrativa, que incide sobre as atividades, os bens e os próprios
indivíduos, tem caráter eminentemente repressivo.
ERRADO. O poder de polícia manifesta-se tanto de forma preventiva quanto repressiva. Dessa forma, errônea a
assertiva por apontar que tem caráter apenas repressivo.
É possível que o poder de polícia se manifeste de forma preventiva ou repressiva.
a) Preventiva, quando trata de disposições genéricas e abstratas como, por exemplo, as portarias e regulamentos que
se materializam nos atos que disciplinam horário para funcionamento de determinado estabelecimento, proíbem
desmatar área de proteção ambiental, soltar balões, entre outros. 86
b) Repressiva, ao praticar atos específicos observando sempre a obediência à lei e aos regulamentos, como por
exemplo, dissolver passeata tumultuosa, apreender revistas pornográficas, aplicação de multa etc.
c) Fiscalizadora, quando previne eventuais lesões, como, por exemplo, vistoria de veículos, fiscalização de pesos e
medidas entre outros.

JÁ CAIU CESPE: O excesso de poder, espécie de abuso de poder, ocorre quando o agente público ultrapassa
os limites impostos a suas atribuições.
CERTO. Conforme já estudado, o excesso de poder é o extrapolamento da competência que foi atribuída ao Agente
Público, ou seja, a atuação deste vai além do que lhe foi conferido, constituindo-se em um vício de competência.

Excesso de poder Desvio de poder


Vício na competência Vício na finalidade do ato
Ocorre quando a autoridade atua extrapolando os limites Ocorre quando a autoridade pratica um ato que é de sua
da sua competência. competência, mas o utiliza para uma finalidade diversa da
prevista ou contrária ao interesse público.

JÁ CAIU CESPE: O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a capacidade de aplicar
penalidades.
ERRADO. A descrição da assertiva corresponde ao poder disciplinar.
O Poder Disciplinar trata da atribuição pública de aplicação de sanções àqueles que estejam sujeitos à disciplina do
ente estatal. É um poder interno, sancionatório, por meio do qual a administração pública pode aplicar sanção as
pessoas a este vinculado.
Por outro lado, o Poder Hierárquico é aquele conferido à autoridade administrativa para distribuir e escalonar funções
de seus órgãos, estabelecendo uma relação de coordenação e subordinação entre os servidores sob sua chefia
(Ricardo Alexandre).

JÁ CAIU CESPE: Suponha que, em razão de antiga inimizade política, prefeito do município X desaproprie
área que pertencia a Cleide, alegando interesse social na construção de uma escola de primeiro grau. Nessa situação
hipotética, a conduta do prefeito caracteriza desvio de poder.
CERTO. No caso em comento, resta nítido que o procedimento desapropriatório foi feito com base finalidade
diversa da que deve fundamentar sua realização. In casu, a desapropriação foi feita para atingir pessoa determinada
decorrente de uma inimizade, restando clarividente o desvio de poder.
MANUAL CASEIRO
E quando ocorrer mesmo o desvio de poder?
Ocorre desvio de poder quando a autoridade pratica um ato que é de sua competência, mas o utiliza para uma
finalidade diversa da prevista ou contrária ao interesse público.

JÁ CAIU CESPE: Constitui exemplo de poder de polícia a interdição de restaurante pela autoridade
administrativa de vigilância sanitária.
CERTO. O poder de polícia pode utilizar-se de medidas repressivas ao. E o que são essas medidas? As medidas
repressivas empregadas pelo poder de polícia objetivam obrigar o infrator a cumprir a lei, a exemplo da interdição
de estabelecimentos comerciais, apreensão de mercadorias estragadas, dissolução de reunião, demolição de prédio
que ameaça desabar ou internação de pessoa com doença contagiosa. (Ricardo Alexandre).
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva ao apontar a interdição de um restaurante pela autoridade como87
exemplo de manifestação do poder de polícia.

JÁ CAIU CESPE: O exercício dos poderes administrativos não é uma faculdade do agente público, mas
uma obrigação de atuar; por isso, a omissão no exercício desses poderes poderá ensejar a responsabilização do agente
público nas esferas cível, penal e administrativa.
CERTO. Os poderes da administração funcionam como poderes-deveres. Assim, sempre que o Estado “pode” atuar
para alcançar o interesse público, ele na verdade, deve atuar! Não são faculdades, mas instrumentos conferido a
Administração para alcançar o interesse da coletividade.
Deste modo, verifica-se que são PODERES INSTRUMENTAIS, “instrumentos necessários a alcançar o interesse
coletivo”, ou seja, ela tem esse poder como forma/meio/instrumento de se alcançar as necessidades coletivas.
Nessa linha, a doutrina enfatiza o caráter instrumental dos poderes administrativos para diferencia-los dos poderes
estruturais do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário).
Possui natureza instrumental, pois são prerrogativas reconhecidas a Administração para que esta use na busca do
bem comum.
Diante do exposto, podemos conceituar os poderes da administração da seguinte forma, “são prerrogativas que a
ordem jurídica reconhece em favor da Administração Pública como instrumentos para garantir a supremacia o
interesse público e a preservação do bem comum”.

JÁ CAIU CESPE: Suponha que, após uma breve discussão por questões partidárias, determinado servidor,
que sofria constantes perseguições de sua chefia por motivos ideológicos, tenha sido removido, por seu superior
hierárquico, que desejava puni-lo, para uma localidade inóspita. Nessa situação, houve abuso de poder, na
modalidade excesso de poder.
ERRADO. No caso em tela, houve efetivamente o abuso de poder, porém na modalidade desvio de poder também
denominado de desvio de finalidade. Nessa linha, contemplamos que a autoridade praticou um ato que é de sua
competência, mas o utiliza para uma finalidade diversa da prevista ou contrária ao interesse público.
O excesso de poder ocorre quando o agente atua para além do permitido, ou seja, fora de suas atribuições legais.

JÁ CAIU CESPE: O poder de polícia administrativa é prerrogativa conferida à administração pública que
lhe permite condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, independentemente de
ordem judicial, visando ao interesse público. Esse poder é exercido pela polícia civil, no âmbito dos estados e do
Distrito Federal, e pela polícia federal, em se tratando de interesses da União.
ERRADO. Esse poder descrito na assertiva corresponde ao poder de polícia e é exercido pela chamada “Polícia
Administrativa”. Nessa esteira, é de suma importância a separação dos conceito de polícia administrativa e polícia
judiciária.
MANUAL CASEIRO
Vamos REFORÇAR!
A polícia administrativa se manifesta por atos de prevenção e repressão, bem como, fiscalização. Assim, quando
exige a licença para construir, exerce ato de prevenção.
Por outro lado, quando aplica multa, reveste-se de um ato de repressão.
A polícia administrativa incide sobre bens e direitos, condiciona o exercício de direitos e uso de bens.
A polícia judiciária, por sua vez, incide sobre pessoas.
Vamos APROFUNDAR?
A polícia administrativa incide sobre bens e direitos, condiciona o exercício de direitos e uso de bens.
A polícia judiciária incide sobre pessoas.
88

Polícia administrativa Polícia judiciária


Incide sobre bens, direitos ou atividades; Atua apenas sobre as pessoas
É inerente e se difunde por toda a Administração.
É privativa de órgãos especializados, por
exemplo, polícia civil, polícia militar ou polícia
federal.
Age predominantemente de forma preventiva, mas Age predominantemente de forma repressiva, mas
também pode atuar de maneira repressiva. também pode atuar de maneira preventiva.
Atua na área do ilícito administrativo. Atua no caso de ilícitos penais.

JÁ CAIU CESPE: A aplicação de multa pela administração pública a restaurante que violou norma de
vigilância sanitária inclui-se no âmbito do poder disciplinar.
ERRADO. Trata-se de manifestação do poder de polícia.

JÁ CAIU CESPE: O poder discricionário diz respeito à liberdade de atuação que possui a administração
pública, podendo valorar a oportunidade e a conveniência da prática de ato administrativo, desde que sejam
respeitados os limites legais.
CERTO. No exercício do poder discricionário, a lei determina a forma de atuação, porém confere a administração
em algum ponto/critério uma determinada margem de escolha, que terá como elemento norteador a oportunidade e
conveniência.
Por exemplo, a aquisição de bem móvel adquirido por decisão judicial poderá ser feita das modalidades de licitação
leilão OU concorrência.
Denota-se que existe uma margem de escolha, que deverá ocorrer dentro dos limites da lei, tendo como parâmetro
o mérito administrativo – a escolha será feito com base na oportunidade e conveniência.
Essa margem de escolha conferida ao agente público é denominada de mérito administrativo (conveniência e
oportunidade).
Vamos REFORÇAR!
- O que significa poder discricionário (ou discricionariedade)? Trata-se da liberdade que a lei confere a
Administração Pública para decidir, ponderar, para apreciar o binômio: oportunidade e conveniência, observando o
que melhor atenda aos interesses dos administrados.

JÁ CAIU CESPE: O poder discricionário confere ao administrador público a faculdade de valer-se do juízo
de conveniência e oportunidade para praticar ato, o qual não comporta controle pelo Poder Judiciário.
MANUAL CASEIRO
ERRADO. Muita atenção na assertiva em comento. O judiciário controla os atos discricionários no que tange aos
aspectos de legalidade. Assim, mostra-se equivocada a afirmativa de que o poder judiciário não exerce controle face
aos atos discricionários.
O Judiciário pode analisar os limites do mérito administrativo em sede de controle, ou seja, pode controlar o mérito,
verificando se o mérito encontra-se dentro dos limites da lei.
O poder discricionário é limitado: primeiramente, pelo dever de observância ao princípio da legalidade; em
sequência, a razoabilidade e da proporcionalidade, fica submetido ao controle judicial; responsabilização.

JÁ CAIU CESPE: O poder de polícia administrativa, que se manifesta, preventiva ou repressivamente, a


fim de evitar que o interesse individual se sobreponha aos interesses da coletividade, difere do poder de polícia
judiciária, atividade estatal de caráter repressivo e ostensivo que tem a função de reprimir ilícitos penais mediante
a instrução policial criminal. 89

CERTO. A assertiva expõe a conceituação correta de polícia administrativa e polícia judiciária. Vejamos o quadro
esquematizado abaixo:
ESQUEMATIZANDO

JÁ CAIU CESPE: Decorre do poder disciplinar a prerrogativa de aplicação de penalidade ao servidor pelo
critério da verdade sabida, sem a necessidade de instauração de processo administrativo, desde que o administrador
tenha conhecimento da infração e acesso a provas que atestem a sua veracidade.
ERRADO. O Ordenamento Jurídico Brasileiro não admite mais a chamada “verdade sabida”.
E em que consiste a verdade sabida no âmbito da aplicação das penalidades?
Na verdade sabida, a autoridade competente para punir, toma conhecimento direto e imediato do ocorrido e praticará
o ato punitivo – não processamento do processo administrativo disciplinar: supressão do contraditório, ampla defesa
e devido processo legal. Portanto, a verdade sabida não é admitida no direito brasileiro.
Ressalte-se que o processo administrativo é indispensável para aplicação de quaisquer penalidades
administrativas. Antes da CF/88 existia a figura da “verdade sabida”, na qual se aplicavam penalidades sem
processo; contudo, modernamente, isso não é mais possível.

JÁ CAIU CESPE: As licenças são atos vinculados por meio dos quais a administração pública, no exercício
do poder de polícia, confere ao interessado consentimento para o desempenho de certa atividade que só pode ser
exercida de forma legítima mediante tal consentimento.
CERTO. O poder de polícia também se manifesta por meio dos atos vinculados, como, por exemplo, as licenças
para construção.
Nesses casos, a lei estabelece requisitos objetivos para a concessão da licença e, uma vez cumpridos os requisitos
legais, o particular terá direito subjetivo à concessão do alvará pleiteado, sem que o agente público tenha qualquer
margem de escolha.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Se, ao editar um decreto de natureza regulamentar, a Presidência da República invadir a
esfera de competência do Poder Legislativo, este poderá sustar o decreto presidencial sob a justificativa de que o
decreto extrapolou os limites do poder de regulamentação.
CERTO. A referida possibilidade encontra-se estampada ao teor do art. 49 da CF.
Trata-se de medida prevista ao teor do art. 49 da Constituição Federal e tem por finalidade precípua realizar um
controle dessa atividade regulamentadora, posto que são criadas para a fiel execução da lei, não podendo inovar, via
de regra, no ordenamento jurídico (exceção: Decretos autônomos).
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Informativos 90

A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela poderia atuar com base
em seu poder de polícia

Um dos atributos do poder de polícia é a autoxecutoriedade. Isso significa que a Administração Pública
pode, com os seus próprios meios, executar seus atos e decisões, sem precisar de prévia autorização judicial.
A Administração, contudo, pode, em vez de executar o próprio ato, ingressar com ação judicial pedindo que
o Poder Judiciário determine essa providência ao particular. Ex: diante de uma irregularidade grave, a
Administração Pública poderia, em tese, interditar o estabelecimento. Se ela, em vez de executar esta ordem
diretamente, ajuíza ação pedindo que o Poder Judiciário determine essa providência, tal ação não pode ser
julgada extinta por falta de interesse de agir. A autoexecutoriedade não retira da Administração Pública a
possibilidade de valer-se de decisão judicial que lhe assegure a providência fática que almeja, pois nem
sempre as medidas tomadas pelo Poder Público no exercício do poder de polícia são suficientes. STJ. 2ª
Turma. REsp 1651622/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/03/2017.

Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, o IBAMA pode exercer o seu poder de polícia
administrativa

Havendo omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, o IBAMA
pode exercer o seu poder de polícia administrativa, porque não se pode confundir competência para licenciar
com competência para fiscalizar. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1484933/CE, Rel. Min. Regina Helena
Costa, julgado em 21/03/2017.

Se não houver lei estadual ou municipal prevendo o prazo prescricional da sanção de polícia, este prazo será
de 5 anos, com base no art. 1º do Decreto 20.910/32

A legislação de cada ente deverá prever o prazo prescricional da sanção de polícia. No âmbito federal o prazo
é de 5 anos, com fundamento na Lei n.º 9.873/99. Caso não haja lei estadual ou municipal sobre o assunto,
deverá ser aplicado o prazo prescricional de 5 anos por força, não da Lei n. 9.873/99, mas sim do art. 1º do
Decreto 20.910/32; As disposições contidas na Lei n.º 9.873/99 não são aplicáveis às ações administrativas
punitivas desenvolvidas por Estados e Municípios, pois o seu art. 1º é expresso ao limitar sua incidência ao
plano federal. Assim, inexistindo legislação local específica, incide, no caso, o prazo prescricional previsto
no art. 1º do Decreto 20.910/32. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1409267/PR, Rel. Min. Assusete Magalhães,
julgado em 16/03/2017.

Não cabe ao Banco Central fiscalizar o Serasa


MANUAL CASEIRO
O Banco Central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade das instituições
financeiras. O Serasa não é uma instituição financeira, considerando que não exerce coleta, intermediação
nem aplicação de recursos financeiros, nem a custódia de valor de propriedade de terceiros, seja como
atividade principal ou acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do
Serasa. STJ. 4ª Turma. REsp 1.178.768-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 1/12/2016 (Info
595).

O IBAMA possui interesse jurídico e pode exercer poder de polícia administrativa ambiental dentro de área
cuja competência para o licenciamento seja do Município ou do Estado.

A atividade fiscalizatória das atividades nocivas ao meio ambiente concede ao IBAMA interesse jurídico
suficiente para exercer seu poder de polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado em área cuja
competência para o licenciamento seja do Município ou do Estado. Nos termos da legislação federal de91
regência, a competência concorrente não inibe a atuação do IBAMA, ainda mais não tendo havido a
interferência de órgão ambiental local. STJ. 2ª Turma. REsp 1560916/AL, Rel. Min. Francisco Falcão,
julgado em 06/10/2016.

O PROCON possui poder de polícia para impor sanções administrativas relacionadas à violação do CDC

O PROCON detém poder de polícia para impor multas (art. 57 do CDC) decorrentes de transgressão às regras
ditadas pela Lei n.º 8.078/90. Assim, a sanção administrativa aplicada pelo PROCON reveste-se de
legitimidade, em virtude de seu poder de polícia (atividade administrativa de ordenação) para cominar multas
relacionadas à transgressão do CDC. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1594667/MG, Rel. Min. Regina Helena
Costa, julgado em 04/08/2016.
Atribuição para classificar como medicamento produto importado

Se a ANVISA classificou determinado produto importado como "cosmético", a autoridade aduaneira não
poderá alterar essa classificação para defini-lo como "medicamento". Incumbe à ANVISA regulamentar,
controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública (art. 8º da Lei nº 9.782/99).
Assim, é da Agência a atribuição de definir o que é medicamento e o que é cosmético. STJ. 1ª Turma. REsp
1.555.004-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/2/2016 (Info 577).

Poder de polícia de trânsito e guardas municipais

As guardas municipais podem realizar a fiscalização de trânsito? SIM. As guardas municipais, desde que
autorizadas por lei municipal, têm competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de
trânsito e impor multas. O STF definiu a tese de que é constitucional a atribuição às guardas municipais do
exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas legalmente
previstas (ex: multas de trânsito). STF. Plenário. RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015 (repercussão geral) (Info 793).

Guardas municipais Desde que autorizados por LEI, possuem


COMPETÊNCIA
Fiscalizar o trânsito Lavrar Auto de infração Impor multas

Incompetência do INMETRO para fiscalizar balanças gratuitamente disponibilizadas por farmácia

O Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO) não é competente


para fiscalizar as balanças de pesagem corporal disponibilizadas gratuitamente aos clientes nas farmácias.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.384.205-SC, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 5/3/2015 (Info 557).
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
7. Intervenção do Estado na propriedade. 7.1 Limitação administrativa. 7.2 Servidão administrativa. 7.3
Ocupação temporária. 7.4 Requisição administrativa. 7.5 Tombamento. 7.6 Desapropriação.

JÁ CAIU CESPE: Um policial andava pela rua quando presenciou um assalto. Ao ver o assaltante fugir, o
policial parou um carro, identificou-se ao motorista, entrou no carro e pediu que ele perseguisse o criminoso.
Nessa situação, conforme a CF e a doutrina pertinente, tem-se um exemplo típico da modalidade de intervenção do
Estado na propriedade privada denominada
a) limitação administrativa, cabendo indenização ao proprietário, se houver dano ao bem deste.
92
b) requisição administrativa, cabendo indenização ao proprietário, se houver dano ao bem deste.
c) desapropriação, não cabendo indenização ao proprietário, independentemente de dano ao bem deste.
d) servidão administrativa, não cabendo indenização ao proprietário, independentemente de dano ao bem deste.
e) ocupação temporária, não cabendo indenização ao proprietário, mesmo que haja dano ao bem deste.
No caso em tela, em decorrência de uma situação de emergência (assalto e fuga do criminoso) o policial, de forma
unilateral, apresentou-se ao particular, entrou em seu carro e pediu que ele perseguisse o mesmo. Da situação descrita
podemos extrair algumas características que apontam para uma espécie de limitação administrativa em específico.
Quais sejam:
Situação emergencial vivenciada pelo policial;
Uso da autoexecutoriedade, posto que o policial não precisou de autorização para atuar.
Pelo exposto, restará caracterizado a espécie de limitação administrativa “requisição administrativa”. Para melhor
compreensão, vejamos as definições abaixo expostas.
- O que é a requisição administrativa? Características e possibilidade de indenização.
A requisição é intervenção restritiva na propriedade privada que visa a solucionar situações de iminente perigo,
mediante a utilização de bens privados pelo ente estatal, enquanto durar a situação de risco.
O especial requisito para que seja configurada a requisição administrativa é a urgência.
Trata-se de aplicação do princípio da função social da propriedade, regulamentado no art. 5°, XXIII, da Constituição
da República, submetendo os bens privados à utilização pelo Estado em casos de necessidade pública.
CF, Art. 5°, XXV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Nessa linha, segundo Ricardo Alexandre, a requisição é a modalidade de intervenção estatal na propriedade
mediante a qual o Poder Público, por ato unilateral e autoexecutório, utiliza bens móveis, imóveis e serviços de
particulares para enfrentar situações transitórias de perigo público imediato ou iminente, sendo assegurada ao
proprietário, se houver dano, indenização posterior.
Uma das características da requisição é seu caráter transitório, devendo se extinguir quando cessar a situação de
perigo público. Como se trata de medida tomada em situações emergenciais, a requisição não depende de prévia
manifestação do Poder Judiciário. Trata-se, portanto, de procedimento unilateral do Poder Público (independe da
concordância do particular) e autoexecutório (não requer autorização judicial).
Fundamento: Iminente perigo público
Indenização: ulterior, em caso de dano. A indenização na requisição será ulterior e somente será paga mediante
comprovação de prejuízo.
MANUAL CASEIRO
Cumpre destacar ainda que a requisição pode recair sobre bens móveis, imóveis e até sobre serviços. No caso da
questão, o policial utilizou-se de um bem móvel.
Vamos APROFUNDAR?
Limitação Administrativa Desapropriação Servidão Ocupação temporária
Trata-se de limitação de A desapropriação é A servidão administrativa, É a intervenção do Estado
caráter geral (incide sobre modalidade de limitação diferentemente da na propriedade de bens
uma quantidade supressiva, que é aquela limitação, possui caráter particulares em apoio à
indeterminada de bens) e em que o Estado utiliza da individual. realização de obras
abstrata (aplica-se à todos sua supremacia para É direito real incidente públicas ou à prestação de
que incidam naquela transferir coercitivamente sobre bens imóveis. serviços públicos.
circunstância para si a propriedade de A servidão administrativa O Estado pode ocupar
indistintamente). algum bem de terceiro. pode ser compreendida temporariamente os 93
Desse modo, as limitações como restrição imposta terrenos vizinhos as obras,
administrativas são em pelo ente estatal a bens como forma de dá suporte
regra obrigação genérica privados, determinando a estas, de forma
de não fazer, possuindo as que seu proprietário temporária (prazo
seguintes características: suporte a utilização do determinado).
- Trata-se de uma restrição imóvel pelo Estado, o qual Trata-se de instituto
geral e abstrata; deverá usar a propriedade autônomo que não se
- Atingem um número de forma a garantir o confunde com a servidão,
indeterminado de interesse público. haja vista o caráter
propriedades particulares; Na servidão perpétuo desta última
- É exercido pelo poder de administrativa, o Estado medida.
polícia administrativa; coloca o bem privado para
(manifestação do Poder de utilização de serviços
Polícia); públicos.
- Atingem o caráter
absoluto da propriedade.
Trata-se de restrição de
caráter geral, não
atingindo um bem
especificamente, mas sim
todos os proprietários que
estiverem na situação
descritas na norma.
A limitação administrativa
tem efeitos ex nunc (não
retroage). Assim, a
imposição de determinada
limitação administrativa
imposta na norma só terá
aplicação daquele
momento em diante.
Podemos citar como
exemplo de limitação
administrativa uma
obrigação de não fazer
(limite de altura de
prédio).
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: A CF, em seu artigo 5.º, XXII, garante o direito de propriedade; no inciso XXIII do
mesmo artigo, condiciona o exercício desse direito ao atendimento da função social. Acerca da intervenção do
Estado na propriedade privada, assinale a opção correta.
a) A ocupação temporária é direito real, uma vez que só incide sobre a propriedade imóvel.
b) A limitação administrativa enseja ao pagamento de indenização em favor dos proprietários.
c) As modalidades de intervenção supressiva incluem a desapropriação e a ocupação temporária.
d) A requisição é modalidade de intervenção em que o Estado utiliza propriedade particular no caso de perigo
público iminente.
e) É exemplo de servidão administrativa a utilização temporária de terrenos particulares contíguos a estradas em
construção ou em reforma, para, por exemplo, a alocação transitória de máquinas de asfalto. 94
A requisição é modalidade de intervenção em que o Estado utiliza propriedade particular no caso de perigo público
iminente, efetivamente.
Nesse sentido, conceitua o Professor Ricardo Alexandre a requisição é a modalidade de intervenção estatal na
propriedade mediante a qual o Poder Público, por ato unilateral e autoexecutório, utiliza bens móveis, imóveis e
serviços de particulares para enfrentar situações transitórias de perigo público imediato ou iminente, sendo
assegurada ao proprietário, se houver dano, indenização posterior.
Por outro lado, dispõe a Constituição Federal:
CF, Art. 5°, XXV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
O dispositivo constitucional transcrito trata da “requisição administrativa”.
Ademais, conforme já fora destacado anteriormente, uma das características peculiares da Requisição
Administrativa é o perigo público eminente.

JÁ CAIU CESPE: Assinale a opção correta, segundo a qual a modalidade de intervenção na propriedade
privada sujeita o bem, cuja conservação seja de interesse público, por sua importância histórica, artística,
arqueológica, bibliográfica ou etnológica, a restrições parciais, mediante procedimento administrativo.
a) tombamento
b) ocupação temporária
c) servidão administrativa
d) limitação administrativa
e) desapropriação.
Nas lições de Matheus Carvalho, o tombamento configura uma espécie autônoma de intervenção na propriedade
privada, com a intenção específica de proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural, não se confundindo
com a servidão ou a limitação administrativa.
O tombamento poderá incidir sobre bens móveis ou imóveis, materiais ou imateriais, públicos ou privados.
Visa a proteção do:
Patrimônio histórico,
Patrimônio artístico;
Patrimônio cultural.
MANUAL CASEIRO
Assim, temos que o tombamento é um dos instrumentos utilizados pelo poder público para a proteção do
patrimônio cultural brasileiro, constituído por bens de natureza material e imaterial, tomados como
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, conforme menciona o art. 216, caput, da CF.
O tombamento de um bem não significa que o proprietário não possa mais dispor desse bem, ele não se torna um
bem indisponível. Em verdade, o tombamento de um bem apenas impõe ao seu proprietário algumas regras de como
utilizá-lo, ou seja, impõe restrições ao seu uso.

JÁ CAIU CESPE: Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta.


a) Limitações administrativas são determinações de caráter individual por meio das quais o poder público impõe aos
proprietários determinadas obrigações, positivas, negativas ou permissivas, com o fim de condicionar as
propriedades ao atendimento da função social. 95

b) Compete à União e aos estados desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e
justa indenização em títulos da dívida agrária, o imóvel rural que não estiver cumprindo a sua função social.
c) Segundo entendimento do STF, a desapropriação-confisco, prevista no art. 243 da CF, incide sobre a
totalidade da propriedade em que forem cultivadas plantas psicotrópicas, e não apenas sobre a área
efetivamente plantada.
d) A servidão administrativa instituída por acordo com o proprietário do imóvel, ao contrário daquela instituída por
sentença judicial, prescinde da declaração de utilidade pública do poder público.
e) A instituição de requisição administrativa, quando recair sobre bens imóveis, não dispensa o prévio e necessário
registro na matrícula do imóvel.
Antes de adentramos especificadamente sobre o entendimento da Suprema Corte, mostra-se necessário
compreendermos a chamada “desapropriação-confisco”.
A desapropriação confisco também denominada de expropriação, trata-se de modalidade de desapropriação que não
dá ensejo a indenização. Na desapropriação confisco o constituinte supriu o direito ao recebimento de indenização.
Segundo Matheus Carvalho, trata-se de desapropriação específica, na qual a lei não prevê o pagamento de qualquer
espécie de indenização. Com efeito, esta desapropriação NÃO É INDENIZÁVEL e, por isso, parte da doutrina
designa esta retirada da propriedade do particular de expropriação, diferenciando das desapropriações
propriamente ditas que sejam sempre mediante indenização.
A desapropriação confisco encontra-se prevista ao teor do art. 243 da Constituição Federal. Vejamos:
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas c destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no arr. 5°.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei.
O Supremo Tribunal Federal vem decidindo no sentido de que todo o terreno será desapropriado, ainda que a
plantação se restrinja a uma parcela da propriedade.
Dessa forma, temos que ainda que o proprietário utilize apenas parte da propriedade para a plantação proibida, ela
será desapropriada em sua integralidade.
Todo terreno será desapropriado, ainda que a plantação se restrinja a uma parcela da propriedade. (Fonte:
@manualcaseiro de D. Administrativo II).
MANUAL CASEIRO
Extensão da expropriação (STF): a expropriação irá recair sobre a totalidade do imóvel, ainda que o cultivo ilegal
ou a utilização de trabalho escravo tenham ocorrido em apenas parte dele. Nesse sentido: STF. Plenário. RE 543974,
Rel. Min. Eros Grau, julgado em 26/03/2009 (Dizer o Direito)
Diante do consignado, temos como correta a assertiva apontada na Letra C.

Informativo
A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário comprove
que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo. STF. Plenário. RE 635336/PE, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 14/12/2016 (repercussão geral) (Info 851).

JÁ CAIU CESPE: Assinale a opção correta relativamente às formas de intervenção do Estado na


96
propriedade privada.
a) Em regra, a desapropriação de imóveis urbanos deve ser realizada mediante prévia e justa indenização, a ser
adimplida com títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal.
b) As limitações administrativas são medidas fundamentadas no poder de polícia do Estado, incidem sobre bens
individualizados discriminados em ato administrativo e geram obrigações para o proprietário de cada um desses
bens.
c) A extinção da servidão administrativa pode ocorrer em razão da perda da coisa gravada ou da desafetação
da coisa dominante.
d) O tombamento somente poderá ter como objeto bens imóveis e pode incidir sobre imóveis públicos ou privados.
e) A ocupação temporária é a utilização transitória pelo Estado de bens imóveis de propriedade particular para fins
de interesse público, uso que não suscita direito a indenização ante a efemeridade da limitação do uso do bem.
Apesar do seu caráter de perpetuidade, conforme lição da Professora Di Pietro, as servidões administrativas podem
ser extintas nos seguintes casos:
perda da coisa gravada (ou seja, desaparecimento do bem gravado);
transformação da coisa gravada por fato que a torne incompatível com seu destino;
desafetação da coisa dominante (desinteresse do Poder Público na utilização do bem imóvel); e
incorporação do imóvel serviente ao patrimônio público (porque não há servidão sobre coisa própria).
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva que aponta que a extinção da servidão administrativa pode ocorrer
em razão da perda da coisa gravada ou da desafetação da coisa dominante.

JÁ CAIU CESPE: No que tange às limitações administrativas da propriedade e aos bens públicos, julgue o
item seguinte.
As limitações administrativas são determinações de caráter geral por meio das quais o poder público impõe a
determinados proprietários obrigações de caráter negativo, mas não positivo, que condicionam a propriedade ao
atendimento de sua função social.
ERRADO. As limitações administrativas podem constituir-se em obrigações de caráter positivo, negativo e
permissivo ainda, e não apenas negativo como propõe a assertiva.
Nessa linha, conceitua Ricardo Alexandre “as limitações administrativas são determinações do poder público, de
caráter geral, unilateral e gratuito, veiculadas por meio de lei ou regulamento das diversas esferas de Governo,
que impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas (fazer), negativas (não fazer) ou permissivas
(permitir fazer), para fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao cumprimento de sua função
social”.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: A desapropriação para fins de reforma agrária, prevista na CF, incide sobre imóveis rurais
que não estejam cumprindo sua função social, sendo o expropriante exclusivamente a União Federal, e a indenização
paga por meio de títulos, e não em dinheiro.
CERTO. Trata-se da chamada “desapropriação rural”, espécie de desapropriação especial, assim denominada pelo
fato de que o pagamento da indenização ocorrerá por uma forma “especial”, atípica da comum.
Vamos REFORÇAR?!
Na hipótese de o proprietário não cumprir a função social do imóvel rural, competirá à União desapropriar por
interesse social, para fins de reforma agrária, o referido imóvel, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo
ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
97
A desapropriação rural é outra modalidade de desapropriação especial, sendo a sua indenização paga mediante
emissão de títulos da dívida agrária.
Inobstante a regra do pagamento por meio de emissão de títulos da dívida agrária, as benfeitorias úteis e necessárias
são pagas em dinheiro (atenção para exceção!).
A desapropriação rural para fins de reforma agrária é uma espécie de desapropriação por interesse social, incidindo
sobre imóveis rurais que não estejam cumprindo sua função social, conforme disposto no art. 184 da CF.
CF, Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.

JÁ CAIU CESPE: O tombamento pode ocorrer no âmbito federal, estadual ou municipal, sendo um de seus
principais efeitos a impossibilidade de modificação do bem. Ele pode, ainda, acarretar restrições quanto à destinação
e à alienabilidade do bem.
CERTO. O tombamento configura uma espécie autônoma de intervenção na propriedade privada, com a intenção
específica de proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural, não se confundindo com a servidão ou a
limitação administrativa.
O tombamento de um bem não significa que o proprietário não possa mais dispor desse bem, ele não se torna um
bem indisponível. Em verdade, o tombamento apenas impõe ao seu proprietário algumas regras de como utilizá-lo,
ou seja, impõe restrições ao seu uso.
A intervenção atinge o caráter absoluto da propriedade, definindo algumas limitações ao exercício do direito de
propriedade, definindo regras de forma a evitar que a destruição deste bem resulte na perda de informações
relevantes à história do país ou cause prejuízos a obras artísticas de valor cultural inestimável para a identidade de
um povo (Matheus Carvalho).
O mesmo bem poderá ser tombado mais de uma vez.
É possível que um único bem seja ao mesmo tempo de interesse nacional, regional e local, ensejando a possibilidade
de realização de mais de um tombamento.
Dessa forma, pode-se definir que:
- Bem de interesse local: será tombado pelo município.
- Bem de interesse regional: deve sofrer tombamento efetivado pelo estado.
- Bem de interesse nacional: o tombamento é de competência da União.
Em decorrência do ato de tombamento, surgem algumas obrigações para o proprietário.
MANUAL CASEIRO
As obrigações podem ser de:
Fazer: haverá um dever de conservação – o proprietário tem a obrigação de conservar o bem. Se não tiver
condições de fazer a conservação, deverá justificar informando ao Poder Público.
Direito de Preferência: caso o particular queira alienar o bem tombado, deverá, primeiramente, oferecer, em
preferência, ao Poder Público.
Não fazer: Não destruição: o proprietário do bem tombado não pode modificar (proceder alterações no bem) nem
destruir, mutilar ou demolir o bem tombado.
O proprietário não pode destruir ou modificar o bem tombado.
Não retirada do país: não é possível tirar o bem do país, salvo, por curto período de tempo para fim de intercâmbio
cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Tolerar: o proprietário deve tolerar a fiscalização do Poder Público. 98

Diante do consignado, temos que o tombamento de fato gera a impossibilidade de modificação, sendo-lhe imposta
uma obrigação de não fazer.
Ademais, há restrições quanto a sua alienabilidade pois conforme exposto acima, deverá ser observado o direito de
preferência.
Nessa linha, preceitua Ricardo Alexandre “a alienação de bens tombados é permitida (ou seja, não há
inalienabilidade do bem tombado), desde que observado o direito de preferência em favor do Poder Público”.
Desse modo, a assertiva apresenta-se correta!

JÁ CAIU CESPE: A requisição administrativa caracteriza-se por ser ato administrativo autoexecutório,
independente de autorização judicial e de natureza transitória, podendo abranger, além de bens móveis e imóveis,
serviços prestados por particulares. Seu pressuposto é o perigo público iminente.
CERTO. Em consonância ao enunciado da assertiva, conceitua o professor Ricardo Alexandre, “a requisição é a
modalidade de intervenção estatal na propriedade mediante a qual o Poder Público, por ato unilateral e
autoexecutório, utiliza bens móveis, imóveis e serviços de particulares para enfrentar situações transitórias de
perigo público imediato ou iminente, sendo assegurada ao proprietário, se houver dano, indenização posterior”
Noutra banda, conforme propõe o texto constitucional:
Art. 5.º, XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

JÁ CAIU CESPE: Assinale a opção que indica a modalidade interventiva do Estado na propriedade que
tenha como características natureza jurídica de direito real, incidência sobre bem imóvel, caráter de definitividade,
indenização prévia e condicionada à existência de prejuízo e constituição mediante acordo ou decisão judicial.
a) requisição
b) tombamento
c) servidão administrativa
d) ocupação temporária
e) desapropriação
A servidão administrativa é o meio de intervenção estatal na propriedade mediante o qual é estabelecido um direito
real de uso sobre a propriedade alheia, em favor do Poder Público ou de seus delegatários, de modo a garantir a
execução de um serviço público ou de obras e serviços de interesse coletivo. É possível citar como exemplos de
MANUAL CASEIRO
servidão administrativa a obrigação do proprietário em consentir a passagem de fios elétricos ou telefônicos por sua
propriedade ou a colocação de placas indicativas de ruas em edifícios privados.
As servidões administrativas podem ser constituídas de três maneiras diferentes:
Decorre da lei, por exemplo, a servidão sobre as margens de rios navegáveis e a servidão ao redor dos aeroportos;
Por acordo entre as partes; ou
Por decisão judicial, quando não houver acordo entre o Poder Público e o particular.

JÁ CAIU CESPE: Acerca da requisição administrativa, assinale a opção correta.


a) A requisição administrativa é definitiva, e deve ser precedida de indenização paga em dinheiro.
b) A requisição administrativa é direito pessoal da administração pública, incidindo sobre bens móveis,99
imóveis e serviços.
c) A indenização é devida somente no caso de requisição administrativa de bens imóveis, condicionada à existência
de prejuízo ou dano.
d) Da requisição administrativa, cujo pressuposto é unicamente o interesse público, resulta indenização, sempre
ulterior.
e) Para a ocorrência da requisição administrativa, um direito real da administração pública, basta o interesse público.
A requisição administrativa é intervenção restritiva na propriedade privada que visa a solucionar situações de
iminente perigo, mediante a utilização de bens privados pelo ente estatal, enquanto durar a situação de risco.
O especial requisito para que seja configurada a requisição administrativa é a urgência.
Trata-se de aplicação do princípio da função social da propriedade, regulamentado no art. 5°, XXIII, da Constituição
da República, submetendo os bens privados à utilização pelo Estado em casos de necessidade pública.
CF, Art. 5°, XXV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano
Nesse contexto, mostra-se necessário ainda o conhecimento acerca das características da Requisição Administrativa,
é direito pessoal da Administração;
é efetivada por ato unilateral;
é medida autoexecutória;
seu pressuposto é o perigo público imediato ou iminente;
incide sobre bens imóveis, móveis ou serviços;
possui natureza transitória;
a indenização depende da existência de dano e é paga posteriormente.

JÁ CAIU CESPE: Como regra, o tombamento pela administração pública não confere ao proprietário direito
a qualquer indenização.
CERTO. Conforme ensina o professor Ricardo Alexandre, por implicar apenas uma restrição parcial ao direito de
propriedade, o tombamento, em regra, não cria obrigação de indenizar por parte do Estado. Contudo, em algumas
situações excepcionais, caso o tombamento importe em esvaziamento econômico do bem tombado, a jurisprudência
tem se manifestado favorável à obrigação de indenizar por parte do Estado.
Dessa forma, temos que:
- Via de REGRA: Não cabe indenização.
MANUAL CASEIRO
- Excepcionalmente: é admissível.

JÁ CAIU CESPE: As servidões administrativas são perpétuas, isto é, perduram enquanto houver interesse
público na utilidade da coisa dominante.
CERTO. A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro aponta que incide sobre as servidões administrativas o
princípio da perpetuidade, que significa dizer que a servidão perdura enquanto subsiste a necessidade do Poder
Público e a utilidade do prédio serviente.
Conforme já fora objeto de estudo, a servidão administrativa pode ser compreendida como restrição imposta pelo
ente estatal a bens privados, determinando que seu proprietário suporte a utilização do imóvel pelo Estado, o qual
deverá usar a propriedade de forma a garantir o interesse público.
Na servidão administrativa, o Estado coloca o bem privado para utilização de serviços públicos. 100
Nas lições de Matheus Carvalho, o instituto (da servidão administrativa) se configura na utilização de um bem
privado pelo ente estatal para a prestação de um determinado serviço público ou execução de atividade de interesse
público.

JÁ CAIU CESPE: Assinale a opção correta no que tange às formas de intervenção do Estado na propriedade.
a) A requisição, modalidade de intervenção estatal que ocorre em situação de perigo público iminente,
abrange tanto bens móveis quanto bens imóveis e serviços particulares.
b) Legislar sobre desapropriação compete, concorrentemente, à União, aos estados e ao DF.
c) Todos os entes federativos dispõem de competência para promover expropriação confiscatória mediante a qual
as glebas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão
retiradas do particular, com direito a indenização apenas das benfeitorias.
d) A servidão administrativa é direito de caráter não real que incide sobre bens móveis e imóveis.
e) As limitações administrativas são atos singulares que alcançam indivíduos determinados e possuem caráter de
transitoriedade.
Segundo ensina o Professor Ricardo Alexandre a requisição é a modalidade de intervenção estatal na propriedade
mediante a qual o Poder Público, por ato unilateral e autoexecutório, utiliza bens móveis, imóveis e serviços de
particulares para enfrentar situações transitórias de perigo público imediato ou iminente, sendo assegurada ao
proprietário, se houver dano, indenização posterior.
Por outro lado, dispõe a Constituição Federal:
CF, Art. 5°, XXV. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva delineada na letra A, pois, de fato: a requisição administrativa
É modalidade de intervenção do Estado na propriedade;
Tem por fundamento o iminente perigo púbico; e
Poderá incidir sobre bens móveis, imóveis e serviços de particulares.

JÁ CAIU CESPE: A União publicou decreto expropriatório por utilidade pública de imóvel urbano. No
decreto, declarou-se o interesse de instalar, no referido imóvel, a sede de determinado órgão público federal. A
administração pública imitiu-se na posse do bem e realizou as reformas necessárias. Em seguida, as atividades do
órgão público foram inauguradas no imóvel. O prazo do decreto expropriatório caducou sem que a administração
propusesse acordo para o pagamento da indenização nem ajuizasse, para esse fim, a ação judicial.
MANUAL CASEIRO
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das normas e precedentes jurisprudenciais a respeito
da desapropriação.
a) A ação de indenização tem natureza pessoal e deve ser proposta pelo proprietário no foro de domicílio da pessoa
jurídica expropriante.
b) Conforme o entendimento atual do STJ, o prazo para a interposição da ação indenizatória, pelo proprietário, é de
vinte anos, contados da imissão na posse.
c) O proprietário poderá obter a restituição do bem mediante a propositura de ação reivindicatória contra a União.
d) Ocorreu desapropriação indireta, que, comparada à desapropriação comum, caracteriza-se pela inversão
entre as fases de pagamento da indenização e apossamento do bem desapropriado.
e) Não houve ilegalidade na imissão na posse ocorrida, visto que o ato administrativo é dotado de autoexecutoriedade
e decorreu dos poderes transferidos à administração pelo decreto expropriatório. 101

Para melhor compreensão do tema, é imprescindível entendermos o que é “desapropriação indireta”. Certo?!
Nos ensinamentos do professor Ricardo Alexandre, a desapropriação indireta é a aquela que se processa sem
observância do procedimento legal, ou seja, quando o Poder Público se apropria de bem particular, sem observar
a fase declaratória e sem que haja indenização prévia.
Denota-se que há uma inversão de fases, isso porque em um primeiro momento o Estado já se apodera do bem, para
em seguida, proceder com eventual indenização.
Vamos REFORÇAR?!
Desapropriação indireta: ocorre nas situações em que o Estado invade o bem privado sem respeitar os procedimentos
administrativos e judiciais inerentes à desapropriação.
A desapropriação indireta tem fundamento no art. 31 do Decreto-Lei 3.365/41.
A desapropriação indireta configura verdadeiro esbulho ao direito de propriedade do particular perpetrado pelo ente
público.

JÁ CAIU CESPE: Caso um governador resolva desapropriar determinado imóvel particular com o objetivo
de construir uma creche para a educação infantil e, posteriormente, com fundamento no interesse público e em
situação de urgência, mude a destinação do imóvel para a construção de um hospital público, o ato deve ser anulado,
por configurar tredestinação ilícita.
ERRADO. O exemplo proposto na questão trata-se de hipótese de tredestinação LÍCITA. Mas o que se entende por
tredestinação e qual a diferença entre elas (tredestinação lícita versus tredestinação ilícita)?
Vamos REFORÇAR?!
Imaginemos a seguinte situação hipotética: foi efetivada uma desapropriação com a finalidade declarada de
construção de uma escola pública no local. Sucede-se, porém que, após a execução do ato expropriatório, o poder
público, em vista de interesse coletivo devidamente justificado, decidiu alterar o destino do bem, determinando a
construção de um hospital público no terreno, para atendimento de pessoas carentes. Nessa hipótese, ocorreu o
fenômeno da tredestinação.
Assim, fala-se que houve tredestinação quando o Estado declara uma finalidade no momento do ato expropriatório
e confere destinação diversa daquela declarada, como no exemplo acima, a desapropriação era para a construção
de uma escola, porém foi feito um hospital.
A doutrina tem entendido e se manifestado no sentido de que, embora alterado a finalidade específica da
desapropriação, caso seja mantido o interesse público (finalidade genérica), a tredestinação será considerada
lícita. Corroborando, aduz Matheus Carvalho “nas hipóteses em que há a mudança de destinação específica,
somente, mantendo-se a finalidade genérica, qual seja a busca do interesse público, a tredestinação será lícita”.
MANUAL CASEIRO
Pode ocorrer também a hipótese de além não ser conferida a destinação específica declarada, a qual embora diversa
atingiria o interesse público, o bem expropriado não receba nenhuma destinação. Nessa hipótese, estaremos diante
do que a doutrina denomina de “tredestinação ilícita” ou adestinação.
Assim:
Nas hipóteses em que há a mudança de destinação especifica, somente, mantendo-se a finalidade genérica, qual
seja, a busca do interesse público, a tredestinação será lícita.
Porém, quando a expropriação é efetivada e o ente público não dá o aproveitamento adequado à propriedade, por
exemplo, não faz nenhuma construção e vendeu o bem à terceiros. Nessa situação ocorre a Tredestinação ilícita,
também designada pela doutrina como adestinação.
No caso proposto pela questão, houve a desapropriação com fundamento de que o imóvel particular teria por
destinação, construir uma creche para a educação infantil, ocorre que com fundamento no interesse público e em
102
situação de urgência, houve uma mudança na destinação do imóvel para a construção de um hospital público.
Verifica-se que embora tenha sido dada uma destinação diversa, ainda assim fora para atender o interesse público,
dessa forma, trata-se de tredestinação lícita!
Vamos APROFUNDAR?
Tredestinação
A tredestinação ocorre quando é dada ao bem expropriado destinação em desconformidade com o plano inicialmente
previsto. A doutrina distingue a tredestinação lícita da ilícita. (Ricardo Alexandre).
Tredestinação LÍCITA Tredestinação ILÍCITA (adestinaçãço)
A tredestinação lícita é aquela em que, apesar da A tredestinação ilícita é aquela em que há mudança da
mudança de destinação, persiste o interesse público na destinação do bem expropriado em relação à previsão
nova destinação dada ao bem. É o caso, por exemplo, de inicial, e a nova destinação não atende ao interesse
o Poder Público desapropriar um bem para construir uma público. É o que acontece, por exemplo, quando o Estado
escola e, em vez disso, construir um hospital público desapropria um terreno para construir uma escola e, em
(Ricardo Alexandre). vez disso, permite que uma empresa particular se instale
no local. A tredestinação ilícita pode acarretar a
decretação da nulidade do ato de desapropriação (com a
consequente retrocessão do bem, conforme será visto a
seguir) e a condenação do Poder Público a indenizar os
prejuízos suportados pelo proprietário do bem(Ricardo
Alexandre).
ADMISSÍVEL.

JÁ CAIU CESPE: O prefeito de determinado município realizou a desapropriação de um imóvel para fins
de implantação de um parque ecológico, tendo a prefeitura instalado posteriormente, na área expropriada, um
conjunto habitacional popular. Nesse caso hipotético,
a) como a área expropriada não foi utilizada para a implantação do parque ecológico, cabe indenização dos
expropriados por perdas e danos sofridos, desde que devidamente comprovados.
b) não houve desvio de finalidade, dado o atendimento do interesse público, estando configurada a
tredestinação lícita.
c) embora tenha ocorrido desvio de finalidade, o bem expropriado foi incorporado ao patrimônio público, o que
torna inviável a retrocessão, cabendo, entretanto, indenização por perdas e danos.
d) houve desvio de finalidade, dado o descumprimento dos objetivos que justificaram a desapropriação, cabendo a
retrocessão.
e) houve desvio de finalidade, devendo ser decretada a nulidade do ato expropriatório com a reintegração dos
expropriados na posse do imóvel e indenização em lucros cessantes.
MANUAL CASEIRO
Conformo estudado em comentários na questão anterior, a tredestinação ocorre quando há desvio de finalidade no
uso do bem desapropriado.
Faz-se necessário destacarmos que há duas modalidades de tredestinação: a lícita- que se dá quando o desvio é de
uma finalidade pública para outra finalidade pública, como ocorre no enunciado acima- e a ilícita- quando se desvia
da finalidade pública para a finalidade particular.
No caso em tela, ainda foi mantido a finalidade do interesse público. Dessa forma, a tredestinação é lícita.
Vamos REFORÇAR?!
A tredestinação ocorre quando é dada ao bem expropriado destinação em desconformidade com o plano inicialmente
previsto. A doutrina distingue a tredestinação lícita da ilícita.
A tredestinação lícita é aquela em que, apesar da mudança de destinação, persiste o interesse público na nova
destinação dada ao bem. É o caso, por exemplo, de o Poder Público desapropriar um bem para construir uma escola103
e, em vez disso, construir um hospital público.
O STJ já decidiu que não há desvio de finalidade quando o órgão expropriante dá outra destinação de interesse
público ao imóvel expropriado. Assim, não há falar em retrocessão (instituto analisado no tópico subsequente) se ao
bem expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, sendo legítima a desapropriação (REsp
968.414/SP, 1.ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, j. 11.09.2007, Informativo 0331 STJ, set. 2007).
Noutra banda, tem a tredestinação ilícita, que é aquela em que há mudança da destinação do bem expropriado em
relação à previsão inicial, e a nova destinação não atende ao interesse público. É o que acontece, por exemplo,
quando o Estado desapropria um terreno para construir uma escola e, em vez disso, permite que uma empresa
particular se instale no local. A tredestinação ilícita pode acarretar a decretação da nulidade do ato de desapropriação
(com a consequente retrocessão do bem, conforme será visto a seguir) e a condenação do Poder Público a indenizar
os prejuízos suportados pelo proprietário do bem. (Ricardo Alexandre, Direito Administrativo Esquematizado).

JÁ CAIU CESPE: Considere que o prefeito de um município tenha determinado a desapropriação de uma
fazenda de seu adversário político, como forma de retaliação. Nesse caso, fica configurado o desvio de finalidade
do ato.
CERTO. O caso apresentado na questão deixa nítido que a desapropriação não fora feita com a finalidade principal
de alcançar o interesse público, mas atingir seu desafeto.

JÁ CAIU CESPE: A. Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a opção correta.


a) A caducidade da declaração de utilidade pública refere-se à perda da validade dessa declaração pelo
decurso de tempo sem que o poder público promova atos concretos destinados a efetivá-la.
b) Desapropriação é o direito que a administração tem de utilizar propriedade imóvel alheia para possibilitar a
execução de obra ou serviço de interesse coletivo.
c) Os municípios são competentes para legislar sobre desapropriação.
d) Pode-se desapropriar dinheiro (moeda corrente do país).
Desde a declaração o proprietário fica sujeito a determinadas restrições, em virtude disso é que se submete a
declaração a um prazo de caducidade. Assim, para que o cidadão não viesse a ficar por prazo indeterminado, sujeito
a força expropriatória do Estado, foi-se estabelecido um prazo de caducidade do ato declaratório.
Nesse sentido, conceitua Ricardo Alexandre, a caducidade é a perda dos efeitos jurídicos de um ato em razão da
ocorrência de alguma situação descrita na lei, via de regra, o passar do tempo.
Conforme previsto no art. 10 do Decreto-lei 3.365/1941, o prazo de caducidade do decreto expropriatório na
desapropriação por necessidade ou utilidade pública é de cinco anos, contados da data de expedição. Nesse prazo,
o expropriante deverá firmar acordo ou ajuizar a ação de desapropriação, providenciando a citação do expropriado.
MANUAL CASEIRO
Se não adotar as providências citadas no prazo previsto, o decreto se tornará caduco e o bem somente poderá ser
objeto de nova declaração expropriatória depois de decorrido um ano (Decreto-lei 3.365/1941, art. 10).

JÁ CAIU CESPE: Acerca de limitações administrativas, direito de construir, desapropriação e


tombamento, julgue o item a seguir.
As limitações administrativas, modalidade de intervenção do Estado na propriedade privada, caracterizam-se por
serem imposições gerais e abstratas que visam a um número indeterminado de propriedades, tendo por fundamentos
a função social da propriedade e a supremacia do interesse público sobre o particular.
CERTO. As limitações administrativas são limitações de caráter geral (incide sobre uma quantidade indeterminada
de bens) e abstrata (aplica-se à todos que incidam naquela circunstância indistintamente).
Desse modo, as limitações administrativas são em regra obrigação genérica de não fazer, possuindo as seguintes104
características:
Trata-se de uma restrição geral e abstrata;
Atingem um número indeterminado de propriedades particulares;
É exercido pelo poder de polícia administrativa; (manifestação do Poder de Polícia);
Atingem o caráter absoluto da propriedade.
Refere-se a uma restrição de caráter geral, não atingindo um bem especificamente, mas sim todos os proprietários
que estiverem na situação descritas na norma.
A limitação administrativa tem efeitos ex nunc (não retroage). Assim, a imposição de determinada limitação
administrativa imposta na norma só terá aplicação daquele momento em diante.
Podemos citar como exemplo de limitação administrativa uma obrigação de não fazer (limite de altura de prédio).
Exemplo: proibição de construir além de determinado número de pavimentos.
Em princípio, a limitação administrativa não ensejará direito a indenização. Por outro lado, caso fique comprovado
a existência de um dano específico, anormal e extraordinário em virtude da limitação, o proprietário poderá
ser indenizado.

JÁ CAIU CESPE: Com a finalidade de garantir a preservação ambiental em áreas rurais, determinada
autoridade competente editou decreto que estabeleceu a proibição de corte, exploração ou supressão de vegetação
em áreas caracterizadas como componentes da mata atlântica.
Nessa situação hipotética, o ato descrito
a) ensejará indenização apenas se provocar prejuízo ao proprietário e desde que a aquisição da propriedade
se tenha dado antes da intervenção do Estado.
b) ensejará ação de indenização que, no caso, será classificada como real e terá prazo prescricional de vinte anos,
contados a partir da data em que se iniciar a intervenção do Estado na propriedade.
c) constituiu uma limitação administrativa, a qual se caracteriza pela restrição ao caráter exclusivo da propriedade e
por ser promovida por meio de ato geral de efeitos abstratos que atinge um número indeterminado de bens que se
encontrem na situação descrita.
d) constituiu uma servidão administrativa; por essa razão, o direito a indenização ocorre excepcionalmente e
restringe-se aos casos de grave redução do valor econômico do bem.
e) constituiu uma desapropriação indireta; diante disso, o Estado deve indenizar o proprietário pelo valor da terra
nua e das benfeitorias nela existentes.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
8. Improbidade administrativa. 8 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações. 8.2 Disposições doutrinárias aplicáveis.
Elementos constitutivos do ato de improbidade
Para que se configure o ato de improbidade administrativa e, por consequência, venham a ser aplicadas as sanções
mencionadas no art. 37, § 4.º, da CF/1988, devem estar presentes os seguintes requisitos:
Sujeito passivo Sujeito ativo Conduta ímproba Elemento subjetivo
Deve ser uma das O agente público ou É a conduta comissiva ou é o dolo ou a culpa, que
entidades mencionadas no terceiro, que induza, omissiva do sujeito ativo, deve obrigatoriamente
art. 1.º, caput e parágrafo concorra ou dele se praticada contra o sujeito estar presente na conduta 105
único, da Lei 8.429/1992; beneficie sob qualquer passivo, de que resulte: do sujeito ativo.
forma direta ou indireta 1.º) enriquecimento ilícito
(arts. 2.º e 3.º da Lei do sujeito ativo;
8.429/1992); 2.º) prejuízo ao erário; ou
3.º) violação de princípios
da Administração Pública.

É ímproba, portanto, a
conduta que se inclua em
qualquer das citadas
hipóteses, sendo comum o
enquadramento em ao
menos duas delas.

JÁ CAIU CESPE: Um empresário, proprietário de determinada empresa que firmou contrato com o poder
público, contribuiu para a prática de ato de improbidade administrativa levado a efeito por servidor público de
determinado órgão estatal.
Nessa situação hipotética,
a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se pertencer a órgão da
administração direta.
b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o ato de improbidade lhe
tiver beneficiado.
c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver sido nomeado para o
cargo mediante concurso público.
d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que exerça suas
funções de forma transitória.
e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

A questão exigia do candidato conhecimento acerca de quem pode ser sujeito ativo nos atos de improbidade
administrativa. Nessa esteira, o sujeito ativo do ato de improbidade é bem amplo, conforme dispõe a lei.

Sujeito ativo é a pessoa física ou jurídica que:

Pratica o ato de improbidade administrativa;


MANUAL CASEIRO
Concorre para a sua prática;
Ou dele se beneficia.

O sujeito ativo do ato de improbidade será réu na ação de improbidade. Os sujeitos ativos podem ser de duas espécies

Agentes públicos (art. 2°);


Terceiros (art. 3°).

Agente Público

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 106

Terceiros

A lei de improbidade, também será aplicada aos particulares que de alguma foram concorreram/induziram ou se
beneficiaram para a prática do ato de improbidade.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Desse modo, terceiro é a pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo agente público, induziu ou concorreu para
a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiou direta ou indiretamente.

Assim, o papel do terceiro no ato de improbidade pode ser o de:


Induzir (instigar, estimular) o agente público a praticar o ato de improbidade;
Concorrer para o ato de improbidade (auxiliar o agente público a praticar);
Ser beneficiário do ato de improbidade (obter vantagem direta ou indireta).

Vamos lembrar!
A Lei de Improbidade Administrativa aplica-se ao agente público e ao particular coautor ou partícipe, que induza
ou seja beneficiário do ato improbo.
Diante do consignado, temos que o servidor ficará sujeito ao ato de improbidade ainda que exerça as funções de
forma transitória, conforme prevê o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa, sendo o nosso gabarito a letra D.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

JÁ CAIU CESPE: Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia por ato de
improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser considerada, conforme o disposto na Lei n.º
8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.
MANUAL CASEIRO
A situação descrita na questão trata-se de crime nos moldes previsto no art. 19 da Lei de Improbidade Administrativa.
Nesse sentido, vejamos o dispositivo legal.

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado.

Diante do consignado, nossa assertiva correta é a letra A.


107

JÁ CAIU CESPE: A respeito de atos de improbidade administrativa, julgue o item que se segue de acordo
com o disposto na Lei de Improbidade Administrativa. A referida lei é aplicável, no que couber, ao particular que
concorrer para a prática de ato ímprobo ou que dele se beneficie.

CERTO. O sujeito ativo é aquele que pratica o ato de improbidade administrativa, concorre para sua prática ou
aufere alguma vantagem indevida em razão desse ato. A Lei 8.429/1992 identifica duas espécies de sujeito ativo:
1.ª) agentes públicos; e 2.ª) terceiros.

Agente Público: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Terceiros: A lei de improbidade, também será aplicada aos particulares que de alguma foram concorreram/induziram
ou se beneficiaram para a prática do ato de improbidade.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Dessa forma, mostra-se correta a assertiva ao apontar que a Lei de Improbidade Administrativa é aplicável, no que
couber, ao particular que concorrer para a prática de ato ímprobo ou que dele se beneficie.

JÁ CAIU CESPE: A respeito de atos de improbidade administrativa, julgue o item que se segue de acordo
com o disposto na Lei de Improbidade Administrativa. O herdeiro do agente que causar lesão ao patrimônio público
não estará sujeito às cominações da referida lei, isto é, a responsabilização encerra-se com o falecimento do acusado.

ERRADO. Nos termos do art. 8º da Lei de Improbidade Administrativa, o sucessor daquele que causar lesão
ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança.

No caso de morte daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente, seus
herdeiros (sucessores) estão sujeitos ao ressarcimento do dano, até o limite do valor da herança recebida
(art. 8.º da Lei 8.429/1992).

Dessa forma, contemplamos que a responsabilização não se encerra com o falecimento do acusado,
atingindo sim os seus sucessores, tendo como limite o valor da respectiva herança.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Constitui ato de improbidade administrativa perceber vantagem econômica para
intermediar a liberação de verba pública de qualquer natureza.
CERTO. Nesse sentido, o art. 9º da Lei de Improbidade Administrativa:

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
108
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de
mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou
aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade
ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Para a configuração de ato de improbidade administrativa praticado por agente público,
é necessária a comprovação do recebimento direto de vantagem indevida pelo agente.
ERRADO. Nos moldes do art. 3°, as disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer
forma direta ou indireta.
Desse modo, temos que não é necessário que o recebimento da vantagem seja direto, podendo também ser indireto,
conforme dispõe a legislação.

JÁ CAIU CESPE: Ana é a servidora responsável pela aquisição de livros para as escolas de determinado
município. Em uma compra, no valor de R$ 80.000,00, ela optou pelo procedimento licitatório na modalidade
convite. Apesar da existência de várias empresas interessadas e aptas a fornecer os livros, foram escolhidas e109
convidadas apenas duas empresas previamente cadastradas para participar do certame. Ao final do procedimento,
sem que tenha havido, comprovadamente, dano ao erário, dolo ou má-fé de Ana, foi contratada para o fornecimento
dos livros a empresa de um sobrinho do vice-prefeito do município. O Ministério Público, ao tomar conhecimento
dos fatos, ingressou com ação de improbidade contra Ana, sob o argumento de que a servidora violou princípios da
administração pública.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item com fundamento na Lei n.º 8.666/1993 —
Lei de Licitações e Contratos — e na Lei n.º 8.429/1992, que trata da ação de improbidade.

O Ministério Público agiu corretamente ao propor a ação de improbidade contra Ana, pois não é necessária a
comprovação de dano ao erário, dolo ou má-fé na situação narrada.

ERRADO. No caso em tela, houve violação aos princípios da administração pública. Nesse caso, é necessário a
demonstração do dolo, o que não restou configurado/demonstrado no caso, conforme enunciado. Dessa forma,
apresenta-se a mesma errada.
É necessária a comprovação do dolo!
Corroborando ao exposto, o STJ já se manifestou nos seguintes termos:
A inobservância dos princípios somente se configurará em ato de improbidade, quando estiver acompanhada de
carga de desonestidade, intenção desonesta. É preciso que tenha ocorrido dolo (para alguns doutrinadores, dolo ou
culpa), essa é a posição do STJ: RESP 480.387; RESP 269.683 e RESP 534.575.

JÁ CAIU CESPE: A condição necessária para que lesão ao patrimônio público resulte na obrigação de
ressarcimento integral é que o dano seja praticado por ação positiva e dolosa do agente.
ERRADO. Nos termos do art. 5º da Lei de Improbidade Administrativa o dano pode ser decorrente de ação positiva,
mas também negativa. Dessa forma, não é correto afirmarmos que é condição necessária que a lesão decorra de ato
comissivo (ação), pode ser também omissivo. Ademais, pode ser também culposa, e não estritamente dolosa.
Vejamos:
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro,
dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

JÁ CAIU CESPE: Não dar publicidade a ato oficial configura ato de improbidade administrativa.
CERTO. A assertiva encontra-se em consonância ao disposto ao teor do art. 11 da Lei de Improbidade, vejamos:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições,
e notadamente:
MANUAL CASEIRO
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
(...).

JÁ CAIU CESPE: O administrador público que cometer ato de improbidade administrativa poderá ser
punido com a suspensão de seus direitos políticos.
CERTO. A assertiva encontra-se em consonância com o texto constitucional (art. 37, §4º da CF e art. 12 da Lei de
Improbidade). Vejamos:
110
A improbidade administrativa tem base constitucional ao teor do art. 37, §4º da Constituição Federal.
Art. 37. § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Possíveis “punições”
Suspensão dos direitos Perda da função pública Indisponibilidade de bes Ressarcimento ao erário.
políticos

Lei de Imobilidade Administrativa:


Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do
dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito
anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo
agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8
(oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela
Lei Complementar nº 157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim
como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Dois agentes públicos de um tribunal de justiça — um ocupante exclusivamente de cargo
em comissão e o outro em cargo de caráter efetivo — foram presos em flagrante em uma operação da Polícia Federal,
por terem cometido desvio de verba pública em um processo licitatório do tribunal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item com base na Lei de Improbidade Administrativa —
Lei n.º 8.429/1992. Assim como a administração direta e indireta, os órgãos do Poder Judiciário podem ser sujeitos
passivos de atos de improbidade administrativa.

CERTO. A questão aborda os sujeitos passivos do ato de improbidade. In casu, ainda que pertencentes ao Órgão
do Poder Judiciário, ficam sujeitos sim a lei de improbidade administrativa, nesse sentido, inclusive, o art. 1º da Lei
em estudo. Vejamos:
111
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios,
de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na
forma desta lei.

JÁ CAIU CESPE: O entendimento do STF de que é prescritível a ação de reparação de danos à fazenda
pública decorrente de ilícito civil não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa, devido
ao fato de estar previsto, na CF, que são imprescritíveis as ações de ressarcimento por ilícitos que forem praticados
por agentes públicos e que causem prejuízos ao erário.
CERTO. Trata-se de entendimento recente do STF, exarado no Informativo 813, vejamos:
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro modo, se o
Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, ele deverá ajuizar a
ação no prazo prescricional previsto em lei.
E quais foram os argumentos?
A prescritibilidade é a regra no Direito brasileiro, ou seja, em regra, as pretensões indenizatórias estão sujeitas a
prazos de prescrição. Para que uma pretensão seja imprescritível, é indispensável que haja previsão expressa neste
sentido.
O § 5º do art. 37 da CF/88 deve ser lido em conjunto com o § 4º, de forma que ele, em princípio, se refere apenas
aos casos de improbidade administrativa.
Se fosse realizada uma interpretação ampla da ressalva final contida no § 5º, isso faria com que toda e qualquer
ação de ressarcimento movida pela Fazenda Pública fosse imprescritível, o que seria desproporcional.
A prescrição é um instituto importante para se garantir a segurança e estabilidade das relações jurídicas e da
convivência social. É uma forma de se assegurar a ordem e a paz na sociedade.
Desse modo, a ressalva contida na parte final do § 5º do art. 37 da CF/88 deve ser interpretada de forma estrita e
não se aplica para danos causados ao Poder Público por força de ilícitos civis. (@dizerodireito).
Atenção!!!
A tese acima fixada não vale para improbidade administrativa
É possível que uma pessoa cause prejuízo ao erário por meio da prática de um ato de improbidade administrativa.
Ex: um administrador público que compra, por meio de licitação fraudulenta, mercadorias por preço superfaturado.
MANUAL CASEIRO
Neste caso, será possível o ajuizamento de ação de improbidade contra este agente público pedindo que ele seja
condenado às sanções previstas no art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa - Lei n.º 8.429/92 (perda de bens
e valores, ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, entre outras).
O prazo para ajuizamento da ação de improbidade administrativa é de 5 anos (art. 23). No entanto, a doutrina e
jurisprudência entendem que, no caso de ressarcimento ao erário, a ação é imprescritível por força do § 5º do art.
37 da CF/88.
Em síntese:
A ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil = PRESCREVE.
Os prejuízos que decorram de ato de improbidade administrativa = IMPRESCRITÍVEIS.

112

JÁ CAIU CESPE: De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o foro especial por prerrogativa de
função não se estende ao processamento das ações de improbidade administrativa.
CERTO. Não há foro privilegiado nas ações de improbidade administrativa, nesse sentido tem sido a orientação do
STJ.

Ação de improbidade contra agentes políticos é de competência do juízo de 1ª instância


Para o STJ, a ação de improbidade administrativa deve ser processada e julgada nas instâncias ordinárias,
ainda que proposta contra agente político que tenha foro privilegiado no âmbito penal e nos crimes de
responsabilidade. STJ. Corte Especial. AgRg na Rcl 12.514-MT, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em
16/9/2013 (Info 527).
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE:
Acerca de improbidade administrativa, assinale a opção correta de acordo com o entendimento do Superior Tribunal
de Justiça (STJ).

a) A contratação de servidores públicos sem concurso público, mesmo que fundada em legislação local, configura
improbidade administrativa prevista na Lei de Improbidade Administrativa.

b) A tortura praticada por policial contra preso custodiado em delegacia pode configurar ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

c) O fato de o agente ter sido condenado pela justiça eleitoral ao pagamento de multa por infringência às disposições
contidas na Lei das Eleições impede sua condenação em quaisquer das sanções de improbidade administrativa,113
inclusive da multa civil, sob pena de bis in idem.

d) Ensejará o reconhecimento de ato de improbidade administrativa o abuso perpetrado por agente público durante
abordagem policial, mesmo que o ofendido pela conduta do policial seja particular que não esteja no exercício de
função pública.

e) Não é possível, em ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de membro do Ministério
Público à pena de perda da função pública prevista na Lei de Improbidade Administrativa.

O STJ decidiu que a situação de tortura praticada por policiais, além das repercussões nas esferas penal, civil e
disciplinar, configura também ato de improbidade administrativa, porque, além de atingir a pessoa-vítima, alcança
simultaneamente interesses caros à Administração em geral, às instituições de segurança pública em especial, e ao
próprio Estado Democrático de Direito.

Em consonância com o exposto, o Informativo 577 do STJ. Vejamos:


A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública.
Diante do exposto, apresenta-se correta a assertiva B, que declina “A tortura praticada por policial contra preso
custodiado em delegacia pode configurar ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública”.

Caracterização de tortura como ato de improbidade administrativa


A tortura de preso custodiado em delegacia praticada por policial constitui ato de improbidade administrativa
que atenta contra os princípios da administração pública. STJ. 1ª Seção. REsp 1.177.910-SE, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 26/8/2015 (Info 577).
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
9 Agentes públicos. 9.1 Disposições doutrinárias. 9.1.1 Espécies. 9.1.2 Cargo, emprego e função
pública. 9.1.3 Provimento. 9.1.4 Vacância. 9.1.5 Efetividade, estabilidade e vitaliciedade. 9.1.6 Remuneração.
9.1.7 Direitos e deveres. 9.1.8 Responsabilidade. 9.1.9 Regime de previdência.
Vamos REFORÇAR?!
Agentes Públicos
É qualificado como agente público qualquer pessoa que age em nome do Estado, independentemente de vínculo
jurídico, ainda que atue sem remuneração e transitoriamente.
Toda e qualquer pessoa que age em nome do Poder Público. 114
A expressão agente público é ampla, todavia, para melhor compreensão do tema, vejamos a definição trazida pela
Lei nº 8.429/92, ao teor do art. 2º:

“Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.

Dessa forma, podemos extrair duas conclusões, para que determinado individuo possa ser considerado agente
público NÃO é necessário que a sua atuação tenha caráter definitivo, será considerado agente público ainda que atue
de forma transitória, por exemplo, os mesários em dia de eleições.
Ademais, para se configurar como agente público não há necessidade de pagamento de remuneração (mesmo sem
remuneração), por exemplo, os jurados, podem ser considerados agentes públicos.

Complementando ainda, o Código Penal expõe ao teor do art. 327 a definição de funcionário público para fins de
caracterização do sujeito ativo nos crimes praticados contra a administração pública por “funcionários públicos”.
Nessa esteira, proclama o dispositivo legal “Considera-se funcionário púbico para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”.

Denota-se, mais uma vez, a preocupação do legislador em enfatizar a desnecessidade de atividade de cunho
permanente e remuneração, expondo justamente em sentido contrário “embora transitoriamente ou sem
remuneração”.
Agente público é todo aquele que exerce:
ainda que transitoriamente ou sem remuneração
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no art. 1° da Lei de Improbidade.

Uma vez superado a análise do conceito de agente público.


Cargo, emprego e função: há diferença?
Nessa esteira, cumpre distinguirmos bem, no regime estatutário o servidor ocupa cargo, no celetista ele ocupa
emprego e no contrato temporário o servidor não ocupa nem cargo nem emprego, pois é contratado por prazo
determinado para exercer uma função pública.
• Estatutário ocupa cargo.
• Celetista ocupa emprego.
MANUAL CASEIRO
• Temporário exerce função pública (não ocupa cargo e nem emprego).

Formas de Provimento
Provimento é o fato administrativo que retrata o preenchimento de um cargo ou função pública. Há dois tipos de
provimento: originário e derivado.
• Provimento originário;
• Provimento derivado.

Súmula vinculante 43-STF: É INCONSTITUCIONAL toda modalidade de provimento que propicie ao servidor
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual anteriormente investido.
115
STF. Plenário. Aprovada em 08/04/2015 (Info 780).

Acessar: http://www.dizerodireito.com.br/2015/04/nova-sumula-vinculante-43-do-stf.html

Estabilidade: quando se adquire?


No tocante a estabilidade, prevista ao teor do art. 41 da Constituição Federal, essa será adquirida pelos titulares de
cargos públicos. Nesse sentido, o texto constitucional.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público.
Assim:
• Os detentores de emprego não adquirem estabilidade.
• Somente os detentores de cargos públicos podem adquirir estabilidade.

Cumpre ressalvar ainda que, os servidores detentores de cargo podem ser de “cargos efetivos” e de “cargos em
comissão”. Desse modo, nos termos da Constituição apenas os detentores de CARGO EFETIVO podem vim a
adquirir estabilidade, isso porque os cargos em comissão são de livre nomeação e livre exoneração.
Desse modo, esquematizando:
• Cargos efetivos: aprovados mediante concurso público e são passíveis da aquisição de estabilidade.
• Cargos em comissão: não adquirem estabilidade, pois são cargos de livre nomeação e exoneração, assim
definidos pela Constituição.

Requisitos
Para aquisição da estabilidade, é indispensável a comprovação de dois requisitos cumulativos, quais sejam:
a) 3 anos de exercício;
b) aprovação na avaliação especial de desempenho.
Cumpre ressalvar ainda que, o STF tem entendido que passados três anos e não realizado pela administração a
avaliação, presume-se que este foi avaliado e aprovado (presunção de aprovação).
Nesse sentido, Matheus Carvalho “a doutrina e a jurisprudência vêm-se firmando no sentido de que a avaliação
pode ser expressa ou tácita. Isso porque, passados os três anos de exercício, se a avaliação não foi realizada pelo
poder público, presume-se que o servidor foi avaliado e aprovado”.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte, a respeito de
provimento de vagas no serviço público e direitos e vantagens do servidor público.

A posse no serviço público ocorrerá no prazo máximo de quinze dias, contados da publicação do ato de provimento.

ERRADO. Conforme dispõe o Estatuto do Servidor Público (Lei nº 8.112), após ser nomeado, o servidor deverá
tomar posse no prazo máximo de 30 dias (e não 15 como discorre a assertiva) sob pena do seu ato de nomeação ficar
sem efeito.
30 dias para tomar posse após ser nomeado.
Vejamos:
116
Art. 13. § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
Agora que já tomou posse deverá entrar em exercício em quanto tempo?
Uma vez efetivada a posse, no prazo legal, o servidor público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para
começar a exercer as funções do cargo, nos moldes do art. 15, §1° do estatuto dos servidores civis da União, sendo
que o desrespeito a este prazo enseja a exoneração do agente.
VAMOS ESQUEMATIZAR?
Nomeação 30 dias Posse 15 dias Exercício.

JÁ CAIU CESPE: Nos concursos para provimento de vagas no serviço público, no mínimo, 25% das vagas
oferecidas são reservadas às pessoas portadoras de deficiência.

ERRADO. O percentual assegurado é de 20%, e não 25 como propõe a questão. Vejamos:


Art. 5º. § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas
serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

JÁ CAIU CESPE: Conforme entendimento atual do STF, é dever da administração pública nomear
candidato aprovado em concurso público dentro das vagas previstas no edital, em razão do princípio da boa-fé e da
proteção da confiança, salvo em situações excepcionais caracterizadas pela necessidade, superveniência e
imprevisibilidade.
CERTO. O candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital tem direito subjetivo à nomeação no
prazo de validade do certame.
STF e STJ - Candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no edital tem direito subjetivo a nomeação.
Por outro lado, o candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previsto no edital tem mera
expectativa de direito à nomeação (STJ MS 17.147/DF).

JÁ CAIU CESPE: Recondução é o retorno do servidor público, estável ou não, ao cargo anteriormente
ocupado e decorre de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou de exoneração do anterior
ocupante.
ERRADO. A recondução nos termos do art. 29 da Lei nº 8.112/90 é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorrerá de duas situações:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
MANUAL CASEIRO
II - reintegração do anterior ocupante.
Além disso, deverá tratar-se de retorno de servidor ESTÁVEL.
Vamos APROFUNDAR?
Conforme ensinamentos do professor Ricardo Alexandre, a recondução é a forma de provimento derivado por
reingresso que consiste no retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em razão dos seguintes fatos:
• Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; ou
• Reintegração do anterior ocupante.
Aproveitaremos o estudo da recondução para revisar os tipos e outras formas de provimento. Vejamos o quadro
esquematizado abaixo:
Originário Independe de prévia vinculação do servidor com a administração. 117

Derivado Depende de prévio vinculo


Nomeação Provimento originário
Promoção Progressão na carreira do servidor
Readaptação Decorrente da limitação física ou mental sofrida pelo servidor
Recondução Retorno do servidor estável em virtude de inabilitação em estágio
probatório ou reintegração.
Reintegração Retorno do servidor demitido ilegalmente
Reversão Retorno do servidor aposentado
Aproveitamento Reingresso do servidor em disponibilidade.

JÁ CAIU CESPE: A vacância de cargo público pode decorrer da exoneração de ofício de servidor, quando
não satisfeitas as condições do estágio probatório.
CERTO. A Vacância ocorre nas hipóteses em que o cargo que estava ocupado retorna ao status de vago. Refere-se
ao fato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo.
São as hipóteses de desocupação do cargo público. Nessa linha, nos moldes do art. 33 da Lei 8.112/90, são hipóteses
de vacância:
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
I - exoneração;
II - demissão;
III - promoção;
VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento.
Por outro lado, são hipóteses ensejadoras da exoneração nos moldes do art. 34 da Lei nº 8.112/90. Vejamos:
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
MANUAL CASEIRO
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

JÁ CAIU CESPE: Empregado público é o agente estatal, integrante da administração indireta, que se
submete ao regime estatutário.
ERRADO. Emprego público, conforme explica Matheus Carvalho, trata-se de expressão que designa o vínculo
profissional entre a Administração Pública e os seus agentes regidos pela CLT, mediante a celebração de contrato
que definirá todos os direitos e obrigações do particular sujeito à disciplina administrativa e também dos entes
estatais, na relação ajustada.
Dessa forma, apresenta-se errônea a assertiva por apontar ser decorrente de regime estatutário, quando em verdade,
refere-se a vínculo regido pela CTL.
Corroborando ao exposto, preleciona ainda Ricardo Alexandre: 118
Os servidores estatutários são aqueles que ocupam cargo público, sendo regidos pelo regime estatutário, enquanto
os empregados públicos são aqueles contratados sob o regime da CLT e que ocupam empregos públicos. Por fim,
têm-se os servidores temporários, que são os contratados por tempo determinado para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público.
Vamos REFORÇAR?!
Servidor Celetista Servidor Estatutário
É aprovado em concurso. É aprovado em concurso.
Após o concurso, celebra CONTRATO de emprego. Não celebra contrato de emprego, sua relação será
regida pelo Estatuto.
Seus direitos e obrigações estão previstos no contrato. Seus direitos estão previstos no estatuto. Vínculo legal.
Vínculo contratual.
Ocupam emprego público. Ocupam cargo público.

JÁ CAIU CESPE: A posse no serviço público ocorrerá no prazo máximo de quinze dias, contados da
publicação do ato de provimento.
ERRADO. A posse deverá ocorrer no prazo máximo de 30 dias.
Art. 13. § 1° A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de provimento, prorrogável
por mais 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado.
Vamos REFORÇAR?!

Da análise do quadro esquematizado acima, contemplamos que a posse deverá ocorrer em 30 dias, sendo o prazo de
15 dias o estipulado para que o referido entre em exercício. Tomar posse e entrar em exercícios são fatos distintos,
a posse devendo ocorrer em 30 dias e a entrada no exercício em 15 dias.
MANUAL CASEIRO
• Posse 30 dias.
• Entrar em exercício 15 dias.

JÁ CAIU CESPE: Será exonerado de ofício o servidor que, tendo tomado posse, não entrar em exercício
no prazo estabelecido em lei.
CERTO. Nos termos da Lei nº 8.112/90, a exoneração ocorrerá dentre outras hipóteses, nos casos de quando, tendo
tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
Nessa esteira, vejamos o teor do art. 34 da Lei em comento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: 119

I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;


II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

JÁ CAIU CESPE: De regra, é permitida a acumulação remunerada de cargos públicos, ressalvadas as


exceções constitucionais.
ERRADO. É justamente o inverso, em regra, a acumulação remunerada de cargos públicos é vedada, sendo admitida
em caráter excepcional nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição Federal.
Nessa linha, corroborando ao exposto preleciona Ricardo Alexandre:
A Constituição Federal proíbe a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas (art. 37, XVI e
XVII). A proibição de acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas abrange, além da
Administração Direta, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
A acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas somente é considerada lícita nas hipóteses
previstas expressamente na Constituição Federal. Contudo, mesmo nos casos em que se admite a acumulação
remunerada, ela só é possível se houver compatibilidade de horário entre os dois vínculos, o que significa que nem
em parte poderá haver sobreposição de jornada de trabalho. Além disso, a Constituição Federal deixa claro que as
remunerações acumuladas não poderão ultrapassar o teto constitucional de remuneração.
Assim, desde que haja compatibilidade de horário, de acordo com o art. 37, XVI, “a”, “b” e “c”, da Constituição
Federal, a acumulação remunerada é permitida nos seguintes casos:
a) dois cargos de professor;
b) um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Informativo
Impossibilidade de acumulação de cargos se a jornada semanal ultrapassar 60h — precedente envolvendo
cargo técnico e de professor
Não é possível a acumulação de dois cargos públicos quando a soma da carga horária referente aos dois cargos
ultrapassar o limite máximo de 60 horas semanais. Assim, é vedada a acumulação de um cargo de professor com
outro técnico ou científico quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de 60 horas
semanais. STJ. 2ª Turma. REsp 1.565.429-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 24/11/2015 (Info 576).
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: É possível a concessão de equiparação de remuneração de servidores públicos.
ERRADO. Conforme prevê o art. 37, XIII da Constituição Federal “é VEDADA a vinculação ou equiparação de
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público”.
Nesse sentido, corroborando ainda dispõe o Info 755 do STF. Vejamos:
Vedação à vinculação ou equiparação de espécies remuneratórias
É incompatível com a CF/88 (art. 37, XIII e art. 39, § 1º) a lei estadual que equipara a remuneração de uma carreira
à de outra distinta. STF. Plenário. ADPF 97/PA, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 21/8/2014 (Info 755).

JÁ CAIU CESPE: Os vencimentos dos cargos do Poder Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo. 120

ERRADO. Conforme prevê o art. 37, XII da Constituição Federal “os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
e do Poder Judiciário NÃO PODERÃO ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo”.
Ante o exposto, apresenta-se equivocada a assertiva que aponta ser possível que o Poder Judiciário tenha
vencimentos superiores as pagos pelo Executivo, pois não podem conforme a regra constitucional declina.

JÁ CAIU CESPE: Como regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos
são irredutíveis.
CERTO. A remuneração goza da característica da irredutibilidade. Assim, conforme disposto no art. 37, XV da
Constituição da República a remuneração do servidor público, é irredutível. Trata-se de prerrogativa decorrente da
natureza alimentar da qual se reveste a verba remuneratória.
Além disso, o inciso X, do art. 37 da Constituição Federal expõe que “a remuneração dos servidores públicos e o
subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices”.
Desse modo, buscando assegurar o poder econômico do servidor é garantido não apenas a irredutibilidade nominal
do valor recebido, mas também a revisão deste como forma de evitar que a inflação e o decurso de tempo corroam
o valor real do pagamento.

JÁ CAIU CESPE: A relação jurídica estatutária não tem natureza contratual, tratando-se de relação própria
de direito público.
CERTO. Os servidores estatutários são aqueles que ocupam cargo público, sendo regidos pelo regime estatutário.
Conforme explica Matheus Carvalho (Manual de D. Administrativo, 2017, pág. 786) “tais agentes se vinculam ao
poder público sem a celebração de contrato de emprego, com vínculo decorrente diretamente do texto da lei, o que
confere mais garantias as servidores”.
Nessa esteira, apresenta-se correta a assertiva ao apontar que a relação estatutária não tem natureza contratual.

JÁ CAIU CESPE: Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma
assertiva a ser julgada, a respeito da organização administrativa e dos atos administrativos.
Em razão de incorporações legais, determinado empregado público recebe uma remuneração que se aproxima do
teto salarial constitucional. Nessa situação, conforme o entendimento do STF, a remuneração do servidor poderá ser
superior ao teto constitucional se ele receber uma gratificação por cargo de chefia.
ERRADO. As gratificações não estão incluídas entre as verbas que admitem, de forma excepcional, ultrapassarem
o teto.
MANUAL CASEIRO
#MomentoDizeroDireito
A CF/88 prevê, em seu art. 37, XI, o chamado “teto remuneratório”, ou seja, o valor máximo que os agentes públicos
podem receber no país. O objetivo do constituinte foi o de evitar que alguns agentes públicos recebessem os
chamados “supersalários”, que são incompatíveis com o serviço público.
Além de um teto geral (nacional), o dispositivo constitucional prevê limites específicos para o âmbito dos Estados
e Municípios (chamados de subtetos).
O teto geral do serviço público no Brasil é o subsídio dos Ministros do STF que, atualmente, está em cerca de R$
37.476,93 mil (bruto).
Quais são as parcelas que estão limitadas ao teto?
Regra: o teto abrange todas as espécies remuneratórias e todas as parcelas integrantes do valor total percebido,
incluídas as vantagens pessoais ou quaisquer outras. 121
Exceções:
Estão fora do teto as seguintes verbas:
a) parcelas de caráter indenizatório previstas em lei (§ 11 do art. 37);
b) verbas que correspondam aos direitos sociais previstos no art. 7º c/c o art. 39, § 3º da CF/88, tais como 13º salário,
1/3 constitucional de férias etc. (posição da doutrina. Ex: Fernanda Marinela);
c) quantias recebidas pelo servidor a título de abono de permanência em serviço (§ 19 do art. 40);
d) remuneração em caso de acumulação legítima de cargos públicos (RE 612975/MT).

O STF tem decisão recente envolvente a temática, teto remuneratório – Info 862, STF. Vejamos:
Se a pessoa acumular licitamente dois cargos públicos ela poderá receber acima do teto

Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37,
XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. Ex: se determinado Ministro do STF for
também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral como Ministro e mais a remuneração decorrente do
magistério. Nesse caso, o teto seria considerado especificamente para cada cargo, sendo permitido que ele receba
acima do limite previsto no art. 37, XI da CF se considerarmos seus ganhos globais. STF. Plenário. RE 612975/MT
e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).

A jurisprudência entende que, nos casos de acumulação, os cargos devem ser considerados isoladamente para
efeitos do teto. Assim, a remuneração de cada cargo não pode ser superior ao teto, sendo possível que a soma dos
dois ultrapasse esse limite.
Fonte: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/06/info-862-stf1.pdf

JÁ CAIU CESPE: Com base no disposto nas súmulas do Supremo Tribunal Federal relativas a direito
administrativo, julgue o item subsequente.
Tratando-se de processo administrativo disciplinar, se o acusado não tiver advogado, deve ser providenciado um ad
hoc para formulação da sua defesa técnica, sob pena de nulidade do procedimento, por cerceamento de defesa.
ERRADO. Nesse sentido, vejamos o teor da Súmula Vinculante.
MANUAL CASEIRO
Súmula Vinculante nº 5. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar NÃO
OFENDE A CONSTITUIÇÃO.
Não há nulidade no processo se o particular não tiver advogado por vontade própria, ou seja, deve-se dar
oportunidade a este em constituí-lo, e caso esse “abra mão” da referida prerrogativa não cabe se falar em nulidade.
Todavia, caso seja negado esse direito, haverá nulidade, por estar restringindo o indivíduo de uma das formas de
exercício do seu direito a ampla defesa, qual seja, a defesa técnica.

JÁ CAIU CESPE: Com relação a acúmulo remunerado de cargo público, emprego ou função pública,
assinale a opção correta.
a) Por observância do princípio constitucional da eficiência, o STJ tem entendido que seja vedada a
acumulação de dois cargos públicos quando a jornada de trabalho semanal ultrapassar o limite máximo de
sessenta horas. 122

b) Não é permitida a acumulação de proventos de duas aposentadorias relativas a cargos de professor que tenham
sido exercidos pelo servidor em escolas públicas.
c) A proibição de acumular não se estende aos empregos públicos das sociedades de economia mista.
d) Segundo entendimento do STJ, não é possível a cumulação de proventos de aposentadoria de emprego público
com remuneração proveniente de exercício de cargo temporário, contratado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público.
e) Segundo o STJ, o conceito de cargo técnico ou científico previsto na Constituição Federal de 1988 (CF) remete,
essencialmente, a um cargo de nível superior.
A questão em comento encontra-se em consonância ao que decidiu o STJ. Nesse sentido, vejamos o teor da decisão
exarada no Info 549 do STJ.

JÁ CAIU CESPE: É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, salvo os casos previstos na
Constituição Federal de 1988, condicionados à comprovação de compatibilidade de horários.
CERTO. Conforme explica o professor Márcio André (@dizerodireito), A CF/88 proíbe a acumulação remunerada
de cargos ou empregos públicos. Contudo, a própria CF/88 prevê exceções a essa regra.
Vejamos o que dispõe o art. 37, XVI:
MANUAL CASEIRO
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
Desse modo, temos que inobstante a regra seja a não cumulação, a CF contempla algumas exceções se verificada a
compatibilidade de horários.

JÁ CAIU CESPE: A estabilidade do servidor habilitado em concurso público é garantida imediatamente


após sua posse, haja vista a sua aprovação em concurso público.
123
ERRADO. A estabilidade não é adquirida de forma imediata após a posse, mas tão somente após 3 anos. Nesse
sentido, o texto constitucional.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
em virtude de concurso público.
Mas afinal, o que se entende por ESTABILIDADE? Conforme explica o professor Ricardo Alexandre, a
estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor que, nomeado
por concurso público para cargo de provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio probatório e
aprovado numa avaliação especial de desempenho (CF, art. 41 e seu § 4.º).

JÁ CAIU CESPE: No cômputo do limite remuneratório (chamado de teto constitucional), devem ser
consideradas todas as parcelas percebidas pelo agente público, incluídas as de caráter indenizatório.
ERRADO. Os valores pagos à título de indenizações não são considerados para fins do teto remuneratório.
Nessa esteira, vejamos o texto constitucional:
Art. 37, §11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

JÁ CAIU CESPE: Não se admite que a posse em cargo público seja realizada mediante procuração
específica.
ERRADO. Nos moldes da Lei nº 8.112, art. 13.§ 3o a posse poderá dar-se mediante procuração específica. Dessa
forma, apresenta-se equivocado a afirmativa que declara não ser possível.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com o princípio da segurança jurídica, ao servidor público é garantido o
direito adquirido quanto ao regime jurídico-funcional pertinente à composição de seus vencimentos ou à
permanência do regime legal de reajuste de vantagem.
ERRADO. O STF possui entendimento consolidado no sentido de que o servidor público não tem direito adquirido
de manter o regime jurídico existente no momento em que ingressou no serviço público.

JÁ CAIU CESPE: Ao servidor público é garantido o direito ao recebimento de auxílio-alimentação no


período de férias.
CERTO. Nesse sentido, o Info 525 do STJ. Vejamos:
Auxílio-alimentação e recebimento durante as férias
MANUAL CASEIRO
O servidor público tem direito de continuar recebendo o auxílio-alimentação mesmo durante o período em que
estiver de férias. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.360.774-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/6/2013
(Info 525).

JÁ CAIU CESPE: Dada a independência entre a esfera administrativa e a penal, é vedada, na instrução do
processo disciplinar, a utilização de prova emprestada do inquérito policial ou do processo criminal.
ERRADO. A jurisprudência do STJ e do STF são firmes no sentido de que É ADMITIDA A UTILIZAÇÃO NO
PROCESSO ADMINISTRATIVO DE “PROVA EMPRESTADA” DO INQUÉRITO POLICIAL OU DO
PROCESSO PENAL, DESDE QUE AUTORIZADA PELO JUÍZO CRIMINAL E RESPEITADOS O
CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA. STJ. 1ª Seção. MS 17.472/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
julgado em 13/6/2012. Este “empréstimo” da prova é permitido mesmo que o processo penal ainda não tenha
transitado em julgado? SIM. É possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada124
validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não repercute na
instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias. STJ. 2ª Turma. RMS 33.628-
PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013 (Info 521).
Dessa forma, temos que não é vedada a utilização da chamada prova emprestada para fins de instruir o PAD.

JÁ CAIU CESPE: A denominada avaliação especial de desempenho não é condição obrigatória para que o
servidor adquira a estabilidade, por ser uma faculdade atribuída ao poder público, e, não, um dever.
ERRADO. Inicialmente, cumpre recordarmos em que consiste a estabilidade do servidor. Nessa linha, preceitua
Ricardo Alexandre “a estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao
servidor que, nomeado por concurso público para cargo de provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio
probatório e aprovado numa avaliação especial de desempenho (CF, art. 41 e seu § 4.º)”.
E o que é necessário para se adquirir a estabilidade?
Nos termos do §4, art. 41 da Constituição Federal “Como condição para a aquisição da estabilidade, É
OBRIGATÓRIA a avalição especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade”. Dessa fora,
apresenta-se errônea a assertiva ao apontar ser uma faculdade, quando, em verdade, é de cunho obrigatório.
Assim, temos que para aquisição da estabilidade, é indispensável a comprovação de dois requisitos cumulativos,
quais sejam:
a) 3 anos de exercício;
b) aprovação na avaliação especial de desempenho.
Cumpre ressalvar ainda que, o STF tem entendido que passado três anos e não realizado pela administração a
avaliação, presume-se que este foi avaliado e aprovado (presunção de aprovação).
Nesse sentido, Matheus Carvalho “a doutrina e a jurisprudência vêm-se firmando no sentido de que a avaliação pode
ser expressa ou tácita. Isso porque, passados os três anos de exercício, se a avaliação não foi realizada pelo poder
público, presume-se que o servidor foi avaliado e aprovado”.

JÁ CAIU CESPE: Teobaldo, servidor público do estado do Piauí, adquiriu sua estabilidade em 27/1/2012.
Em novembro de 2012, ele foi nomeado para o cargo de técnico judiciário no TRE/PI. Dentro do prazo legal,
Teobaldo tomou posse e entrou em exercício em seu novo cargo, após solicitar vacância por posse em outro cargo
inacumulável. Na avaliação de seu estágio probatório, no tribunal, Teobaldo foi reprovado, ou seja, foi considerado
inapto para o exercício do cargo ocupado no TRE/PI.
Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar, em relação a Teobaldo, o instituto denominado
a) recondução.
MANUAL CASEIRO
b) aproveitamento.
c) exoneração.
d) demissão.
e) readaptação.
A recondução é a forma de provimento derivado por reingresso que consiste no retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado em razão dos seguintes fatos:
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
b) reintegração do anterior ocupante.
No caso da questão em análise, o servidor foi reprovado no estágio probatório, ou seja, considerado inabilitado.
Dessa forma, uma vez sendo reprovado, deverá sofrer a recondução. 125

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, tendo sofrido limitação em sua capacidade física
ou mental, verificada em inspeção médica, o servidor público estará sujeito a readaptação, que consiste na
investidura em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as do cargo por ele anteriormente
ocupado.
CERTO. Segundo leciona Ricardo Alexandre, a readaptação é a forma de provimento derivado horizontal que
consiste na investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. A readaptação será efetivada em
cargo de atribuições afins, respeitados a habilitação exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos,
e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência
de vaga. Se o readaptando for julgado incapaz para o serviço público, será aposentado.

JÁ CAIU CESPE: Rafael, médico de um tribunal de justiça, foi submetido a processo administrativo
disciplinar devido a denúncias de que ele estaria acumulando mais de dois cargos públicos. Na ocasião, foi-lhe dada
a oportunidade de optar por duas de três ocupações médicas e, como não se manifestou, o servidor foi demitido.
Rafael recorreu do processo administrativo que resultou em sua demissão e solicitou o seu retorno ao serviço público,
com base no argumento de que não era razoável a aplicação da referida penalidade. Em sua defesa, alegou, ainda,
que atuava como médico nas três instituições e havia compatibilidade de horários, pois a carga horária combinada
não ultrapassava sessenta horas semanais; que ocupava apenas dois cargos públicos, no tribunal e em hospital
municipal; e que o exercício da sua terceira atividade, em uma fundação pública de saúde, era legítimo, uma vez que
o vínculo com a fundação de saúde era celetista e a vedação legal estaria restrita à acumulação de cargos públicos
estatutários.
Considerando essa situação hipotética e as regras relativas ao processo administrativo e aos agentes públicos, julgue
o item que se segue.
Caso a demissão seja invalidada por decisão administrativa ou judicial, o retorno ao serviço público solicitado por
Rafael corresponderá à recondução do servidor efetivo ao cargo anteriormente ocupado.
ERRADO. A hipótese narrada na questão ensejaria a reintegração do Servidor Rafael, e não a recondução.
Nos ensinamentos do Professor Ricardo Alexandre, a reintegração é o reingresso do servidor estável no cargo
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial. Na hipótese de o cargo anterior já estar ocupado por outro servidor estável, o seu eventual
ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo, ou, ainda,
posto em disponibilidade. Já no caso de o cargo de origem do servidor a ser reintegrado tiver sido extinto, o
reintegrando será posto em disponibilidade.
A assertiva queria saber qual seria a hipótese incidente sobre o servidor Rafael, no caso, a reintegração. A recondução
irá manifestar-se quanto ao servidor que substituiu o referido.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de
determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem
econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso
regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi
aplicada a pena de demissão.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, com base na legislação aplicável ao caso.
Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença judicial, Maria deverá ser
reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.
CERTO. Conforme já exposto em outra assertiva, a reitegração acontecerá quando comprovada a ilegalidade da
desinvestidura do servidor (exemplo: ilegalidade da demissão). O retorno pode ocorrer por processo judicial ou
administrativo para cargo de origem. 126

JÁ CAIU CESPE: Assegurada a vitaliciedade, a perda do cargo pode se dar mediante processo
administrativo ou judicial em que seja assegurada a ampla defesa.
ERRADO. Aos agentes que ocupam cargos vitalícios é garantida a permanência no serviço público, somente sendo
possível a perda do cargo mediante sentença judicial transitada em julgado.
Só poderá perder o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado. Dessa forma, apresenta-se errada a
assertiva por admitir a perda do cargo e decorrente de processo administrativo.
As demais hipóteses de perda do cargo público aplicada aos servidores estáveis não se estendem aos vitalícios.
Vamos Reforçar?!
A vitaliciedade é parecida com a estabilidade, pois ambas consistem em garantia de o servidor permanecer no quadro
funcional. A principal diferença entre os dois institutos está no fato de que o servidor que gozar de vitaliciedade só
perderá o cargo em razão de sentença judicial transitada em julgado, diferentemente da estabilidade, que admite a
perda do cargo por outras formas (Ricardo Alexandre).
A vitaliciedade encontra-se previsto na Constituição Federal para apenas algumas carreiras, entre elas:
membros da Magistratura;

CF, Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I – vitaliciedade.


- ingresso mediante aprovação em concurso. A vitaliciedade nessa hipótese é adquirida após dois anos.
- ingresso mediante indicação política. Nesse caso, a vitaliciedade é adquirida de forma imediata.

membros do Ministério Público;


membros do Tribunal de Contas.

Para aqueles que ingressam na carreira da magistratura mediante nomeação direta, nos moldes da Constituição,
como ocorre com os desembargadores nomeados pelo quinto constitucional ou os ministros do Superior Tribunal de
Justiça, por exemplo, a vitaliciedade é adquirida no momento da posse, não sendo necessária a observação do prazo
de dois anos. O mesmo ocorre com os ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas.
Esquematizando
Aquisição da vitaliciedade
Quando o ingresso ocorre por meio de concurso. Quando o ingresso ocorre por meio de indicação
política
A vitaliciedade é adquirida após 2 anos. A vitaliciedade é adquirida imediatamente com a
posse.
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
10. Bens públicos. 10.1 Classificação. 10.2 Características. 10.3 Espécies. 10.4 Afetação e desafetação. 10.5
Aquisição e alienação. 10.6 Uso dos bens públicos por particular.
O que são considerados bens públicos? A doutrina tradicional defendia que são bens públicos os bens de pessoa
jurídica de direito público e também os bens de pessoas jurídicas de direito privado, desde que atrelados a prestação
de um serviço público.
Assim, eram considerados bens públicos:
• Os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público;
• Bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado, mas que estivessem atrelados ao serviço público. 127

Corroborando, Matheus Carvalho, doutrina tradicional, em um primeiro momento, adotava o entendimento de que
seriam bens públicos os bens das pessoas jurídicas de direito público, bem como aqueles bens pertencentes a
pessoas de direito privado, desde que estivessem afetados à prestação de determinado serviço público.
Todavia, o art. 98 do Código Civil trouxe nova compreensão do se entende por bens públicos. Nesse sentido, o texto
legal:
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno;
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Assim, o Código Civil utilizou como critério para definição de bens públicos a sua titularidade.
Desse modo, não se consideram como bens públicos os bens pertencentes às pessoas de direito privado, ainda que
estejam atrelados à prestação de serviços de interesse da coletividade. Cumpre ressaltar, embora sejam considerados
privados, gozarão das prerrogativas inerentes aos bens públicos.
Nessa linha, preconiza Matheus Carvalho “muito embora não constem como bens públicos para a lei civil, os bens
das pessoas jurídicas de direito privado que estejam sendo utilizados na prestação de determinado serviço público
também devem gozar das prerrogativas de direito público, tais como as garantias de impenhorabilidade e não
onerabilidade”.

JÁ CAIU CESPE: A inalienabilidade é característica tanto dos bens de uso comum do povo como dos bens
dominicais e dos de uso especial.
ERRADO. A inalienabilidade não é uma característica dos bens dominicais (aqueles não afetados), mas dos bens
de uso especial e os de uso comum que são afetados.
Corroborando ao exposto, preleciona Matheus Cavalho “a doutrina costumava enumerar a inalienabilidade como
característica básica de bens públicos. Tal regra, modernamente se aplica aos bens de uso especial e os de uso comum
são afetados, logo insuscetíveis de alienação”.
Vamos APROFUNDAR?
Os bens públicos gozam de determinadas prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público que lhes é
peculiar. Tais garantias podem ser divididas em quatro regras básicas.
Nessa linha, os bens públicos gozam da seguintes características:
• Impenhorabilidade;
• Não-onerabilidade;
• Imprescritibilidade;
• Alienabilidade condicionada.
MANUAL CASEIRO
Impenhorabilidade Não-onerabilidade Imprescritibilidade Alienabilidade
condicionada
Os bens públicos não Os bens públicos não Trata-se da prescrição Entendimento mais
podem ser penhorados em podem ser objetos de aquisitiva {usucapião) e moderno é no sentido de
juízo para garantia de uma direito real de garantia, ou sua inoponibilidade ao que os bens públicos
execução contra a fazenda seja, um determinado bem Poder Público. Nesse podem ser alienados,
pública, por exemplo. público não fica sujeito à sentido, os bens públicos desde que atendidos os
instituição de penhor, não podem ser adquiridos requisitos estampados no
anticrese ou hipoteca para pela posse mansa e artigo 17 da Lei 8666/93.
garantir débitos do ente pacífica por determinado O primeiro requisito é
estatal. espaço de tempo estar o bem desafetado da
continuado, nos moldes da destinação pública, haja
legislação civil. vista os bens afetados 128
Importante salientar que a terem a característica de
imprescritibilidade atinge inalienabilidade. A
inclusive os bens não segunda exigência é a
afetados, não sendo estes, demonstração do interesse
também, passíveis de público na alienação deste
usucapião. bem. Ademais, se faz
necessária a avaliação
prévia do referido bem e,
por fim, indispensável a
realização de regular
procedimento licitatório,
prévio à alienação.
Fala-se em alienabilidade
condicionada pois
somente é admissível se
observado as condições
acima elencadas.

JÁ CAIU CESPE: A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
Situação hipotética: A associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasileira decidiu realizar os
bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Assertiva: Nessa situação, a referida associação poderá fazer
uso da praça pública, independentemente de autorização, mediante prévio aviso à autoridade competente.
ERRADO. Conforme ensinamentos do professor Ricardo Alexandre, a autorização de uso é o ato administrativo
unilateral (não é contratual), discricionário (facultativo) e precário (pode ser revogado a qualquer tempo), pelo qual
a Administração consente que um particular utilize bem público com exclusividade, em regra por um período curto
de tempo, podendo ser gratuita ou onerosa. Como exemplo de autorização de uso, é possível citar a autorização de
uso de rua para festas populares, passeios ciclísticos ou eventos desportivos.
Dessa forma, temos que é necessário autorização para que o bem público pode ser utilizado de forma anormal.

JÁ CAIU CESPE: Determinado órgão da administração pública pretende disponibilizar, mediante contrato
por prazo determinado, uma área do prédio de sua sede — um bem público — para um particular instalar refeitório
destinado aos servidores desse órgão.
Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se disponibilizar o uso
privativo do bem público por particular é a
a) concessão de uso.
b) cessão de uso.
MANUAL CASEIRO
c) autorização de uso.
d) concessão de direito real de uso.
e) permissão de uso.
CERTO. Nos ensinamentos do professor Ricardo Alexandre, a concessão de uso é o contrato administrativo pelo
qual a Administração Pública transfere ao particular a utilização privativa de bem público, por tempo determinado,
conforme a finalidade estabelecida.
A concessão de uso de bem público possui as seguintes características:
1) contrato administrativo (bilateral);
2) por prazo determinado;
3) discricionariedade (facultativa); 129
4) não há precariedade (estabilidade relativa);
5) precedida de licitação (exceto nos casos de dispensa e inexigibilidade);
6) pode ser gratuita ou remunerada.
Como exemplos, podemos citar a concessão de uso de loja em aeroporto, de boxes em mercados públicos, de espaço
destinado à instalação de lanchonete ou restaurante em prédio em que funciona repartição pública. Sendo
contrato administrativo, a concessão se submete ao regime jurídico de Direito Público e se formaliza por meio de
acordo de vontades, consubstanciadas na assinatura, por ambas as partes (concessionário e Poder Público
concedente), do termo contratual.

JÁ CAIU CESPE: Se os membros de uma comunidade desejarem fechar uma rua para realizar uma festa
comemorativa do aniversário de seu bairro, será necessário obter da administração pública uma permissão de uso.
ERRADO. No exemplo elencado na questão, é necessário uma AUTORIZAÇÃO DE USO, e não permissão de uso
como propõe.
Vamos Reforçar?!
Autorização de Uso Permissão de Uso
É ato discricionário e precário, independente de É ato discricionário e precário, dependente de licitação
licitação prévia, por meio da qual o Estado permite a prévia, por meio da qual o Estado permite a utilização
utilização anormal ou privativa de um bem público pelo anormal ou privativa de um bem público pelo particular,
particular, concedida eminentemente no interesse deste, concedida eminentemente no interesse público. Os
desde que, por óbvio, não cause prejuízos ao interesse exemplos a serem citados passam por Stands em feiras
da coletividade. Podem ser citados, como exemplos, o de artesanatos ou bancas de revistas em calçadas, em
fechamento de uma rua para eventos festivos ou a que estão presentes os interesses de difusão de cultura
utilização da praia para realização de casamento ou ou direito à informação.
festa privada.

JÁ CAIU CESPE: As terras devolutas são bens públicos que não possuem afetação pública nem foram
incorporados ao domínio privado.
CERTO. As terras devolutas podem ser definidas POR EXCLUSÃO, isto é, seu conceito é RESIDUAL. Assim,
são terras vagas, abandonadas, não utilizadas quer pelo Poder Público quer pelos particulares. Seu conceito é residual
justamente porque não se encontram destinadas a qualquer uso público (ou seja, não possuem afetação), nem estão
incorporadas ao domínio privado.
MANUAL CASEIRO
DL 9.7690/46, Art. 5º São devolutas, na faixa da fronteira, nos Territórios Federais e no Distrito Federal, as terras
que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual ou municipal, não se incorporaram ao
domínio privado:
a) por força da Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, Decreto nº 1.318, de 30 de janeiro de 1854, e outras leis e
decretos gerais, federais e estaduais;
b) em virtude de alienação, concessão ou reconhecimento por parte da União ou dos Estados;
c) em virtude de lei ou concessão emanada de governo estrangeiro e ratificada ou reconhecida, expressa ou
implicitamente, pelo Brasil, em tratado ou convenção de limites;
d) em virtude de sentença judicial com força de coisa julgada;
e) por se acharem em posse contínua e incontestada com justo título e boa-fé, por termo superior a 20 (vinte) anos;
f) por se acharem em posse pacifica e ininterrupta, por 30 (trinta) anos, independentemente de justo título de boa-130
fé;
g) por força de sentença declaratória nos termos do Art. 148 da Constituição Federal, de 10 de novembro de 1937.
Parágrafo único. A posse a que a União condiciona a sua liberalidade não pode constituir latifúndio e depende do
efetivo aproveitamento e morada do possuidor ou do seu preposto, integralmente satisfeitas por estes, no caso de
posse de terras situadas na faixa da fronteira, as condições especiais impostas na lei.

JÁ CAIU CESPE: A afetação e a desafetação dizem respeito ao regime de finalidade dos bens públicos, no
sentido da destinação que se lhes possa dar.
CERTO. Os institutos da afetação e desafetação de bens públicos decorrem do fato de que um bem desafetado pode
passar a ter destinação pública especifica e, da mesma forma, um bem que tem destinação específica pode deixar
de ostentar a qualidade de bem afetado (mediante desafetação).

Afetação Desafetação
Quando um bem estiver sendo utilizado para um Quando o bem público deixa de ser utilizado com
determinado fim público, diz-se que está afetado (ou finalidade pública, ocorre a sua desafetação. Os bens
consagrado). Consideram-se afetados a um fim público públicos dominicais são bens desafetados (ex.: sucata
os bens de uso comum do povo (ex.: mares, estradas e de veículo oficial ou prédio público abandonado),
praças) e os bens de uso especial (ex.: prédio onde Ricardo Alexandre.
funciona um hospital público ou uma escola pública),
Ricardo Alexandre.

JÁ CAIU CESPE: Nas hipóteses em que a alienação de bens públicos imóveis depender da realização de
procedimento licitatório, em regra, a modalidade será o leilão.
ERRADO. No que tange aos bens imóveis, a modalidade licitatória concorrência é obrigatória, para fins de
alienação.
Dessa forma, a modalidade de licitação não será o leilão, tornando a assertiva errada.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: São bens públicos de uso comum do povo aqueles especialmente afetados aos serviços
públicos, como, por exemplo, aeroportos, escolas e hospitais públicos.
ERRADO. A assertiva consagra a definição dos chamados bens de uso especial.
E o que são bens de uso especial? São bens públicos usados para a prestação de serviço público pela administração
ou conservados pelo poder público com finalidade público.
Corroborando ao exposto, Ricardo Alexandre preceitua:
Os bens de uso especial são aqueles destinados à execução dos serviços públicos. São exemplos: os edifícios públicos
em que estão instalados hospitais e universidades públicas, bem como os utensílios móveis (birôs, cadeiras,
computadores, impressoras etc.) que guarnecem tais unidades.
Por outro lado, os bens de uso comum do povo são aqueles que, por determinação legal ou em razão de sua própria131
natureza, podem ser utilizados por qualquer indivíduo, sem necessidade de consentimento individualizado por parte
do Poder Público, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças.

JÁ CAIU CESPE: Devido ao fato de os bens públicos de uso comum se destinarem à utilização geral pelos
indivíduos, é vedada a cobrança de remuneração pela utilização desse tipo de bem.
ERRADO. Os bens de uso comum do povo podem ser de uso gratuito ou mediante o pagamento de taxas. Dessa
forma, é equivocado falar que é vedada a cobrança da remuneração para utilização dessa espécie de bem.
Corroborando ao exposto, preceitua Matheus Carvalho “os bens de uso comum do povo são bens que a
Administração Pública mantém para uso normal da população, de uso livre, gratuito ou mediante a cobrança de taxas
(no caso de utilização privativa ou anormal).”

JÁ CAIU CESPE: É inadmissível a doação de bens públicos, mesmo em caráter excepcional, dada a
indisponibilidade desses bens em nome do interesse público.
ERRADO. A doação de bens públicos é admitida excepcionalmente, nos moldes previsto no art. 17 da Lei nº
8.666/93, sem a necessidade de realização de procedimento licitatório. Com efeito, é dispensada a licitação para
doação de bens, o que é admitido exclusivamente para outra entidade ou órgão da Administração Pública, de
qualquer esfera de governo (Matheus Carvalho, 2017, pág. 1.097).

JÁ CAIU CESPE: Os bens dominicais são aqueles pertencentes ao Estado e afetados a uma finalidade
específica da administração pública.
ERRADO. Os bens dominicais são aqueles que não possuem qualquer destinação pública. Desse modo,
contemplamos que apesar de constituírem o patrimônio público, não possuem uma destinação pública. Assim, é
equivocada a assertiva que apontar serem bens afetados.
Vamos Reforçar?!

Afetação e Desafetação
Todos os bens que possuem destinação pública são denominados de bens afetados. Em sentido oposto, os que não
possuem afetação, são os bens desafetados.
• Bens afetados: bens que tem destinação pública (bens de uso comum do povo e especial)
• Bens desafetados: bens que não possuem destinação (bens dominicais).

Segundo ensina Matheus Carvalho, os institutos da afetação e desafetação de bens públicos decorrem do fato de que
um bem desafetado pode passar a ter destinação pública específica (mediante afetação) e, da mesma forma, um
MANUAL CASEIRO
bem que tem destinação pública específica pode deixar de ostentar a qualidade de bem afetado (mediante
desafetação).
Assim, comtemplamos ser possível que o bem que não tinha afetação passa a ter, assim como, ser retirada a afetação
de um bem que outrora possuía.
Os fenômenos da afetação e desafetação são também denominados de “consagração” e “desconsagração”,
respectivamente.
A afetação poderá ocorrer por várias formas, inclusive, pelo simples uso. Assim, para a doutrina majoritária a
afetação é livre, ou seja, não depende de lei ou ato administrativo específico, pelo que, o simples uso do bem, com
finalidade pública já pode lhe conferir esse status. Por outro lado, a desafetação depende de lei específica ou
manifestação do Poder Público mediante ato administrativo expresso.
• Afetação: forma livre.
132
• Desafetação: lei especifica ou ato administrativo específico (ato formal).

Assim, contemplamos que a afetação pode ocorrer independentemente de qualquer conduta estatal, como ocorre
com os bens que são naturalmente afetados como rios ou mares; por lei ou ato administrativo (Coleção Sinopses
para Concursos, Direito Administrativo, 2016).
A desafetação, por sua vez, depende, via de regra, de lei ou de ato administrativo.
Afetação Desafetação
Transformação do bem de dominical em uso comum ou Não é desafetado pelo simples não uso. Tem que ser lei
especial. Pode ser feita de qualquer maneira: lei, ato ou ou ato administrativo autorizado por lei. Obs. pode ser
simples uso. também desafetado por um evento da natureza. Ex.
chuva que derruba a escola.

Classificação quanto a sua destinação

Bens de uso comum do povo Bens de uso especial Bens dominicais


São bens que a Administração São bens usados para a prestação de São bens que não têm qualquer
Pública mantém para o uso normal serviço público pela Administração destinação pública.
da população, de uso livre, gratuito ou conservados pelo Poder Público
ou mediante a cobrança de taxa (no com finalidade pública. Esses
caso de utilização anormal ou
privativa). Alguns doutrinadores
designam esses bens como bens do
domínio público. Essa nomenclatura
não é adotada nesta obra, uma vez
que se consideram de domínio
público todos os bens pertencentes
às pessoas de direito público.

JÁ CAIU CESPE: É possível a alienação de bens móveis desafetados da administração pública direta se
houver demonstração de interesse público, avaliação prévia do bem e prévia licitação.
CERTO. A alienação de bens públicos é a transferência de sua propriedade a terceiros. Nessa linha, cumpre
recordarmos que os bens públicos são sujeitos à alienabilidade condicionada, o que significa dizer que podem ser
alienados desde que desafetados e observados os requisitos legais.
Vamos Reforçar?!
MANUAL CASEIRO
É possível alienar bens públicos, desde que observadas as condições estabelecidas em lei.
1ª condição – bens desafetados.
Segundo Matheus Carvalho, tais bens somente poderão ser alienados no caso de serem desafetados, quando, então,
deixam de ser bens de uso especial (ou comum) e passam a ostentar a qualidade de bens dominicais.
2ª condição – declaração de interesse público.
Deve haver declaração estatal de que há interesse público na alienação.
3ª condição – avaliação prévia do bem.
Deve ser feita a avaliação prévia do bem, que servirá de parâmetro para definir o valor da venda.
4ª condição – procedimento licitatório regular.
Em se tratando de bem imóvel, deverá possuir além das condições acima delineadas, uma lei específica prevendo e133
autorizando a alienação daquele bem.
A alienação poderá ser feita mediante leilão ou concorrência, quando se tratar de bens móveis. Por outro lado, em
se tratando de bens imóveis, a modalidade de licitatória em princípio, será a concorrência.
No que tange aos bens imóveis, a modalidade licitatória concorrência é obrigatória, para fins de alienação. Porém,
se o imóvel foi adquirido em dação em pagamento ou por decisão judicial, a licitação pode ser mediante concorrência
ou leilão.
Assim: a modalidade licitatória é a concorrência. Exceção: quando o imóvel for decorrente de decisão judicial ou de
dação em pagamento, a modalidade poderá ser o LEILÃO ou pela própria concorrência (artigo 19).
MANUAL CASEIRO

JÁ CAIU CESPE
11. Responsabilidade civil do Estado. 11.1 Responsabilidade por ato comissivo do Estado. 11.2 Responsabilidade por
omissão do Estado. 11.3 Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado. 11.4 Causas excludentes e
atenuantes da responsabilidade do Estado. 11.5 Reparação do dano. 11.6 Direito de regresso. 11.7 Responsabilidade
primária e subsidiária. 11.8 Responsabilidade do Estado por atos legislativos. 11.9 Responsabilidade do Estado por atos
judiciais.

JÁ CAIU CESPE: No exercício da função administrativa, o Estado responde objetivamente tanto no caso
de danos morais quanto no de danos materiais causados a terceiros por seus agentes.
CERTO. Atualmente, conforme se pode extrair da redação do art. 37, §6º da Constituição Federal trabalha-se com134
a responsabilidade objetiva, que é aquela que independe de comprovação de dolo ou culpa. Ademais, o constituinte
não faz distinção entre o dano moral ou material indenizável. Dessa forma, ambos podem ensejar a responsabilidade
civil do Estado. Vejamos:
Art. 37. § 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Corroborando ao exposto, ensina o Professo Ricardo Alexandre “A conjugação do art. 37, § 6.º, com o art. 5.º, X,
ambos da CF/1988, induz à conclusão de que a responsabilização estatal abrange tanto o dano material como o dano
moral”.
O dano deve ser a um bem jurídico protegido pelo direito, ainda que exclusivamente moral.

JÁ CAIU CESPE: Segundo a atual posição do STF, é subjetiva a responsabilidade de empresa pública
prestadora de serviço público em relação aos danos causados a terceiros não usuários do serviço.
ERRADO. O entendimento que tem prevalecido é no sentido de que, é objetiva a responsabilidade das empresas
públicas prestadoras de serviço público tanto em relação aos usuários quanto aos não usuários do serviço público
(terceiros).
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, §6º da CF. Assim, é
irrelevante se a vítima do dano é usuário ou não para fins de responsabilização do dano causado, sendo relevante
tão somente se dano foi causado duramente a prestação do serviço.
Vamos REFORÇAR?!
No caso de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade objetiva é
aplicada tanto em relação aos danos causados aos usuários quanto àqueles causados aos não usuários do serviço.

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a jurisprudência consolidada do STF, a responsabilidade objetiva do


Estado aplica-se a todos os atos do Poder Judiciário.
ERRADO. A regra, conforme entendimento do STF é no sentido de que o Poder Judiciário não responde pelos atos
praticados no exercício da função jurisdicional. Contudo, a Constituição Federal contém situações excepcionais em
que se admite.
Dessa forma, é equivocado apontar que responde por TODOS os atos do poder judiciário.
E quando o Poder Judiciário responde?
MANUAL CASEIRO
EM REGRA, o Estado, no exercido da atividade jurisdicional, não pode ser responsabilizado por seus atos.
EXCEPCIONALMENTE, conforme previsto na CF, ele poderá ser responsabilizado objetivamente em razão de
erro judiciário ou de prisão além do tempo fixado, conforme previsão no inciso LXXV do Art. 5° da CF.
Vamos REFORÇAR?!
O entendimento adotado, em regra, é de que o Estado não é responsável por decisões judiciais. Não obstante a regra
há uma exceção expressa no texto constitucional.
CF, Art. 5º, LXXV, determina que “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar
preso além do tempo fixado na sentença”.
Assim, poderá ocorrer em três hipóteses:
a) erro judiciário.
b) prisão além do tempo fixado na sentença. 135

c) demora na prestação jurisdicional.


No caso em apreço, a autoridade judicial não possui responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados,
devendo a ação ser proposta contra o Estado, o qual tem direito de regresso contra o magistrado responsável, nas
hipóteses de dolo ou culpa.

JÁ CAIU CESPE: A responsabilidade civil da administração pública por atos comissivos é objetiva,
embasada na teoria do risco administrativo, isto é, independe da comprovação da culpa ou dolo.
CERTO. A responsabilidade civil do Estado objetiva foi introduzida no OJ Brasileiro com o advento da CF de
1946. Atualmente, é prevista ao teor do art. 37, §6º da CF (1988).
O Ordenamento Jurídico Brasileiro, desde a Constituição de 1946 adota a responsabilidade Civil do Estado Objetiva
sob a teoria do risco administrativo, o que significa dizer que admite a incidência de hipóteses excludentes da
responsabilidade.
Na fase da responsabilidade civil objetiva não se preocupa com o elemento subjetivo (dolo ou culpa). Para a
comprovação da responsabilidade será suficiente a mera relação causal entre o comportamento do agente público e
o dano. Assim, são elementos da responsabilidade civil a conduta, o dano e o nexo causal.
Nesse sentido, ensina Matheus Carvalho, a responsabilidade civil objetiva do Estado, apontada pelo texto
constitucional, em seu art. 37, §6°, conforme entendimento da doutrina majoritária, na teoria do risco
administrativo.
A teoria do risco administrativo se contrapõe a teoria do risco integral, está última não admite hipóteses de exclusão
da responsabilidade civil do Estado.

JÁ CAIU CESPE: O servidor público responderá por atos dolosos e culposos que causem danos ao
administrado, e essa responsabilidade será apurada regressivamente em litígio que envolva o servidor e o ente
público ao qual está vinculado, em caso de obrigação do Estado de ressarcir o dano causado ao lesado.
CERTO. A responsabilidade civil do servidor público face a pessoa jurídica a qual faz parte é de natureza subjetiva,
o que significa que dependerá da comprovação da culpa ou do dolo.
Art. 37. § 6.º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Da análise do art. 37, §6° da Constituição Federal, pode-se concluir que a responsabilização do ente público se
configura objetiva, mas que seus agentes respondem somente de forma subjetiva - ou seja, após a análise de dolo
ou culpa do mesmo – perante o Estado em ação de regresso.
MANUAL CASEIRO
Vamos ESQUEMATIZAR?!
Responsabilidade do Estado Responsabilidade do Agente
Responsabilidade OBJETIVA Responsabilidade SUBJETIVA
É necessário apenas: conduta + dano e nexo causal. - Dolo;
- Culpa.
Ação Regressiva.

JÁ CAIU CESPE: A responsabilidade civil do Estado por atos legislativos incide nos mesmos termos da
responsabilidade da administração pública, bastando que o ato legislativo produza danos ao lesado para que surja o
dever de indenizar.
ERRADO. Prevalece a regra de que o Estado não possui responsabilidade pelo exercício de sua atribuição típica de
elaborar lei (função legislativa). Dessa forma, não é correto afirmar que acontece nos mesmos termos. 136

Cumpre destacarmos que há duas circunstâncias em que o Estado será responsabilizado, e quais são elas?
a) no caso de leis de efeitos concretos, causando dano a um grupo restrito de administrados; e
b) leis inconstitucionais que causem danosa população, seja assim declaradas pelo STF.
Vamos REFORÇAR?!
Regra: irresponsabilidade do Estado por atos legislativos.
Exceção: haverá responsabilidade por ato do legislativo, se a lei causar dano direto ao administrado e que seja
declarada inconstitucional.
Nesse sentido, preleciona Matheus Carvalho, “parte da doutrina entende que excepcionalmente é possível a
responsabilidade por atos legislativos desde que presentes dois requisitos. Nesses casos, a responsabilização estatal
estaria configurada; se, cumulativamente, diretamente da lei, decorrer dano especifico a alguém e o ato normativo
for declarado inconstitucional. Exige-se o dano específico porque, do contrário, qualquer lei inconstitucional
geraria a responsabilidade do Estado”.
Diante do exposto, apresenta-se equivocada a assertiva que aponta que a responsabilidade civil decorrente dos atos
legislativo incide nos mesmos termos, porque não é. Somente haverá nos casos excepcionais elencados acima.

JÁ CAIU CESPE: O Estado responde, pelos atos jurisdicionais, nos casos de condenação errônea do
jurisdicionado em processo criminal, prisão por prazo superior ao previsto no título condenatório, prisão preventiva
seguida de posterior absolvição em processo criminal e dolo do magistrado na prática de ato jurisdicional danoso à
parte.
ERRADO. O Estado não responderá na hipótese de “prisão preventiva seguida de posterior absolvição em processo
criminal”. A prisão preventiva é medida cautelar que visa preservar o trâmite regular do processo, posterior
absolvição não é causa de responsabilidade civil do Estado.
Na jurisprudência do STF predomina a posição de que prisão provisória não enseja responsabilidade civil do Estado,
conforme se observa na ementa do seguinte julgado:
Constitucional. Administrativo. Civil. Responsabilidade civil do Estado: Atos dos juízes. CF, art. 37, § 6.º. I – A
responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos dos juízes, a não ser nos casos expressamente declarados
em lei. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. II – Decreto judicial de prisão preventiva não se confunde com o
erro judiciário (CF, art. 5.º, LXXV) mesmo que o réu, ao final da ação penal, venha a ser absolvido. III – Negativa
de trânsito ao RE. Agravo não provido (RE-AgR 429518/SC, Rel. Min. Carlos Velloso, 2.ª Turma, j. 05.10.2004).
Ademais, cumpre recordarmos que as hipóteses de responsabilidade por atos jurisdicionais são excepcionais:
O Estado não é responsável por decisões judiciais. Não obstante a regra há uma exceção expressa no texto
constitucional.
MANUAL CASEIRO
CF, Art. 5º, LXXV, determina que “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar
preso além do tempo fixado na sentença”.
Assim, poderá ocorrer em três hipóteses: erro judiciário; prisão além do tempo fixado na sentença e demora na
prestação jurisdicional.
Por fim, cumpre destacar que o CPC prevê a responsabilidade pessoal do magistrado e do membro do Ministério
Público quando ambos causarem de forma dolosa dano à parte (arts. 133 e 85).

JÁ CAIU CESPE: A responsabilidade objetiva do Estado, pela teoria do risco administrativo, indica ser
suficiente a concorrência da conduta do agente público, do dano ao terceiro e do nexo de causalidade, não havendo
causas excludentes da responsabilidade estatal.
ERRADO. A teoria do risco administrativo admite as chamadas causas excludentes da responsabilidade estatal.137
Dessa forma, a referida teoria responsabiliza o ente público, objetivamente, pelos danos que seus agentes causarem
a terceiros, contudo, ADMITE A EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE em determinadas situações em que haja
a exclusão de algum dos elementos desta responsabilidade.
Teoria do Risco Administrativo Responsabiliza o ente público, objetivamente, pelos danos que seus agentes
causarem a terceiros, contudo, admite a exclusão da responsabilidade em determinadas situações em que haja
a exclusão de algum dos elementos desta responsabilidade.
O Ordenamento Jurídico Brasileiro ADOTA a Teoria do Risco Administrativo.
Teoria do Risco Integral O ente público é garantidor universal e, sendo assim, conforme esta teoria, a simples
existência do dano e do nexo causal é suficiente para que surja a obrigação de indenizar para a Administração,
pois NÃO admite nenhuma das excludentes de responsabilidade.
É adotada de forma excepcional.
Vamos REFORÇAR?!
Aplica-se a teoria do risco integral em situações excepcionais, entre elas, destacam-se três hipóteses:
1. Danos nucleares
A atividade nuclear é potencialmente danosa, e os danos decorrente dessa atividade ensejam prejuízos a longo prazo,
em virtude disso é que se tem entendido que os danos nucleares dão ensejo a denominada responsabilidade objetiva
com base no risco integral.
Dano decorrente de atividade nuclear exercida pelo Estado ou autorizada pelo mesmo, a responsabilidade é objetiva
e o risco integral abarca os danos comissivos e omissivos, neste caso.
2. Dano ao meio ambiental
O dano causado ao meio ambiente por conduta ou omissão do Estado.
Nesse sentido, Matheus Carvalho ensina que dano ao meio ambiente, quanto aos atos comissivos do agente público
baseia-se no risco integral. Em relação a atos omissivos, o Superior Tribunal de Justiça vem se posicionando a favor
de que a teoria do risco integral ainda se aplica. No entanto, cumpre observar que a responsabilidade objetiva do
Estado, no caso de omissão será de execução subsidiária, sendo necessário o prévio esgotamento das tentativas de
cobrança de indenização do poluidor direto.
3. Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam sobrevoando o espaço aéreo brasileiro e danos decorrentes
de ataques terroristas.
Diante do exposto, pode-se concluir o Ordenamento Jurídico constitucional brasileiro adota a teoria do risco
administrativo como justificadora da responsabilização objetiva do Estado pelos danos que seus agentes causarem,
nessa qualidade, a terceiros, com algumas ressalvas de aplicação da teoria do risco integral. Porém, a teoria do risco
integral é admitida no ordenamento jurídico brasileiro em situações excepcionais!
MANUAL CASEIRO
Vamos ESQUEMATIZAR?
Teoria do Risco Administrativo Teoria do Risco Integral
Adotada, em de regra. Adotada, excepcionalmente
Situações:
1. Danos nucleares;
2. Dano ao meio ambiental;
3. Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam
sobrevoando o espaço aéreo brasileiro e danos
decorrentes de ataques terroristas.

JÁ CAIU CESPE: Uma pessoa absolutamente incapaz foi internada em hospital psiquiátrico integrante da138
administração pública estadual, para tratamento de grave doença psiquiátrica. Um mês depois da internação, durante
o período noturno, foi constatado que essa pessoa faleceu, após cometer suicídio nas dependências do hospital.
Com base nessa situação hipotética e nos elementos da responsabilidade civil por danos a terceiros, assinale a opção
correta.
a) Caso os servidores do hospital estivessem em greve, sendo mantido o percentual necessário para a continuidade
do serviço público, e o servidor responsável pela fiscalização do quarto do paciente tivesse aderido ao movimento
paredista, este agente público responderá pelo dano causado aos familiares do interno.
b) O estado poderá ser acionado e condenado a ressarcir os danos morais causados aos genitores do interno,
já que tinha o dever de garantir a vida e a saúde do paciente, respondendo objetivamente pelas circunstâncias
do óbito.
c) O estado não tem obrigação de indenizar danos causados a terceiros, diante da inexistência de risco da atividade
exercida e de nexo de causalidade entre a conduta omissiva estatal e o dano sofrido pelos familiares do interno.
d) Os pais do interno, para ingressar com demanda indenizatória em desfavor do estado, devem provar o dano moral
sofrido, demonstrando a existência de sofrimento em decorrência do falecimento do filho.
e) A obrigação do estado de indenizar é afastada se invocada a reserva do possível, caso fique demonstrado que a
verba disponível em orçamento somente permitia a manutenção de um terço dos servidores necessários ao
funcionamento do hospital.
O estado poderá ser acionado e condenado a ressarcir os danos morais causados aos genitores do interno, já que
tinha o dever de garantir a vida e a saúde do paciente, respondendo objetivamente pelas circunstâncias do óbito.
Vamos aos comentários? Entendo que o caso em análise se aplica o mesmo entendimento do caso do detento preso,
posto que em ambas as situações o sujeito encontra-se sob a tutela/custódia do Estado.
Nos casos de custódia, a responsabilidade do Estado é mais acentuada do que nas relações de sujeição geral, à
medida que o ente público tem o dever de garantir a integridade das pessoas e bens custodiados.

Info, 819 STF: Responsabilidade civil do Estado em caso de morte do detento: em caso de inobservância do dever
específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF de 1998, o Estado é responsável pela morte do detento.

JÁ CAIU CESPE: João, preso em estabelecimento prisional distrital, foi encontrado enforcado com seus
próprios lençóis em sua cela, e a perícia concluiu que o detento cometeu suicídio. Nessa situação, o Estado não deve
ser responsabilizado pelos danos diante do reconhecimento de culpa exclusiva da vítima.
MANUAL CASEIRO
ERRADO. No caso em comento, a responsabilidade civil do Estado prevalece e ainda é de natureza OBJETIVA.
Nesse sentido, vejamos o entendimento proferido no Informativo de nº. 520 do STJ.
A administração pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais no caso de morte
por suicídio de detento ocorrido dentro do estabelecimento prisional mantido pelo Estado.
Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração Pública. Na verdade, a
responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidiários é OBJETIVA. Info 520, STJ.
O Estado tem o dever de proteger aqueles que estão sob sua custódia, sendo objetiva sua responsabilidade nos
casos de mortes de presos, inclusive por suicídio.

139
INFORMATIVO 520, STJ
Responsabilidade civil do estado em caso de suicídio de preso é objetiva. A Administração Pública está obrigada
ao pagamento de pensão e indenização por danos morais no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro
de estabelecimento prisional mantido pelo Estado. Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da
Administração Pública. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidiários é OBJETIVA.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/4/2013 (Info 520).
INFORMATIVO 819, STJ
Responsabilidade civil do Estado em caso de morte de detento: Responsabilidade Objetiva. Em caso de
inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável
pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral)
(Info 819).

JÁ CAIU CESPE: Ênio foi condenado a dezessete anos de prisão por meio de sentença penal condenatória
transitada em julgado. Sob a custódia do Estado, deparou-se com um sistema prisional inepto para tutelar os direitos
fundamentais previstos no texto constitucional: celas superlotadas, falta de preparo dos agentes carcerários,
rebeliões, péssimas condições de higiene, doenças, violências das mais diversas. Agregaram-se a isso problemas
pessoais: além de ter contraído doenças, sua esposa pediu-lhe o divórcio e seus filhos e amigos não quiseram mais
contato algum com ele. Após um ano de prisão, Ênio entrou em depressão e se suicidou dentro da cela, durante a
noite. Em razão desse fato, seus herdeiros ajuizaram ação de indenização por danos materiais e morais contra o
Estado.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta acerca da responsabilidade extracontratual, ou
aquiliana, do Estado, com base no entendimento jurisprudencial do STF e do STJ.
a) O Estado não pode ser responsabilizado pelo suicídio de Ênio, uma vez que não tem o dever de guardião universal
das pessoas sob sua custódia. No caso narrado, não há sequer nexo de causalidade entre omissão e dano, visto que
concorreram para o suicídio fatores da vida pessoal de Ênio; afinal, todo o seu sofrimento originou-se de sua conduta
criminosa. Assim, com base no princípio da razoabilidade, o Estado não tinha como evitar o evento danoso e não
deve indenizar.
b) Trata-se de hipótese de responsabilidade subjetiva do Estado por omissão, cabendo aos autores da demanda
demonstrar em juízo a falha estatal e o dano, o nexo causal entre eles, bem como a culpa da administração pública.
c) Não é necessário demonstrar a culpa da administração pública, visto que a responsabilidade civil estatal
pela integridade dos presidiários é objetiva em face dos riscos inerentes ao meio em que eles estão inseridos
por conduta do próprio Estado.
d) Em que pese não haver, nessa hipótese, nexo de causalidade, visto que concorreram para o suicídio circunstâncias
pessoais da vida do preso, subsiste a obrigação do Estado de indenizar, haja vista tratar-se de responsabilidade
objetiva.
MANUAL CASEIRO
e) É necessário demonstrar a culpa da administração pública, mas não o nexo de causalidade, uma vez que tal nexo
é presumido quando o lesado está sob custódia do Estado.
No caso de suicídio do detento, que encontra-se sob a custódia do Estado, os Tribunais (STF e STJ) já se
manifestaram no sentido de que a Responsabilidade Civil do Estado de natureza objetiva.
Nesse sentido, os Informativos 520 do STJ e 819 do STF.
Se um detento é morto dentro da unidade prisional, haverá responsabilidade civil do Estado?
SIM. A CF/88 determina que o Estado se responsabiliza pela integridade física do preso sob sua custódia:
Art. 5º (...) XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
Logo, o Poder Público poderá ser condenado a indenizar pelos danos que o preso venha a sofrer. Esta
responsabilidade é objetiva.
140
Assim, a morte de detento gera responsabilidade civil objetiva para o Estado em decorrência da sua omissão
específica em cumprir o dever especial de proteção que lhe é imposto pelo art. 5º, XLIX, da CF/88.
O Estado pode ser responsabilizado pela morte do detento mesmo que ele se suicide?
SIM. Existem precedentes do STF e do STJ nesse sentido: STF. 2ª Turma. ARE 700927 AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 28/08/2012.
O Min. Luiz Fux exemplifica seu raciocínio com duas situações:
- Se o detento que praticou o suicídio já vinha apresentando indícios de que poderia agir assim, então, neste caso, o
Estado deverá ser condenado a indenizar seus familiares. Isso porque o evento era previsível e o Poder Público
deveria ter adotado medidas para evitar que acontecesse.
(@dizerodireito).

JÁ CAIU CESPE: Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.


a) Para que se configure a responsabilidade civil objetiva do Estado, o dano deve ser causado por agente público,
não abrangendo a regra a categoria dos agentes políticos.
b) Embora seja cabível a responsabilidade do Estado por atos praticados pelo Poder Judiciário, em relação a atos
judiciais que não impliquem exercício de função jurisdicional, não é cabível responsabilização estatal.
c) Segundo a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange prejuízos causados pelas pessoas jurídicas de direito
público e as de direito privado que integram a administração pública indireta, não abarcando atos danosos praticados
pelas concessionárias de serviço público.
d) Segundo entendimento do STJ, é imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral
decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção.
e) De acordo com a jurisprudência do STJ, é objetiva a responsabilidade civil do Estado nas hipóteses de omissão,
devendo-se demonstrar a presença concomitante do dano e do nexo de causalidade entre o evento danoso e o
comportamento ilícito do poder público.
Via de regra, é de cinco anos, o prazo da ação de Indenização contra a Fazenda Pública e pessoas jurídicas de direito
privado, prestadoras de serviço público, em sede responsabilidade civil do Estado (STJ - REsp 295729/GO),
conforme art. 1 do Decreto no 20.910/32 e Lei 9.494/97. Todavia, vem entendendo o STJ que são imprescritíveis as
ações para recebimento de indenização por dano moral, decorrente de motivação política (STJ - AgRg no REsp nº
146.370/PR ) e atos de tortura, perseguição ou prisão ocorridos durante o regime militar (STJ – RECURSO
ESPECIAL Nº 529.804/PR).
Diante do exposto, temos que é imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral
decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção. Vide Inf0 523, STJ.
MANUAL CASEIRO

Info 523. STJ: Danos morais decorrentes de tortura no regime militar: imprescritível. As ações de indenização
por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar de Exceção são imprescritíveis.

JÁ CAIU CESPE: A respeito da responsabilidade civil do Estado, julgue os itens seguintes.


Considere que o Poder Judiciário tenha determinado prisão cautelar no curso de regular processo criminal e que,
posteriormente, o cidadão aprisionado tenha sido absolvido pelo júri popular. Nessa situação hipotética, segundo
entendimento do STF, não se pode alegar responsabilidade civil do Estado, com relação ao aprisionado, apenas pelo
fato de ter ocorrido prisão cautelar, visto que a posterior absolvição do réu pelo júri popular não caracteriza, por si
só, erro judiciário. 141
CERTO. O STF no AHE 770931 AgR, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Primeira Turma. julgado em 19/08/2014,
firmou-se no sentido de que, salvo nas hipóteses de erro judiciário e de prisão além do tempo fixado na sentença
previstas no art. 5°. inciso LXXV, da Constituição Federal-, bem como nos casos previstos em lei, a regra é a de que
o art. 37, § 6", da Constituição não se aplica aos atos jurisdicionais quando emanados de forma regular e para o
fiel cumprimento do ordenamento jurídico.

JÁ CAIU CESPE: A respeito da responsabilidade civil do Estado, julgue os itens seguintes.


Segundo o ordenamento jurídico brasileiro, todas as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que
integrem a administração pública responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros.
ERRADO. A assertiva aponta que são todas as de direito público e de direito privado, contudo não serão todas as
pessoas jurídicas de direito privado que respondem de forma objetiva, mas somente aquelas que forem “prestadoras
de serviço público”, nesse sentido, inclusive, o disposto ao teor do art. 37, §6º da Constituição Federal. Vejamos:
Art. 37, §6º, da CF: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Vamos REFORÇAR!
A responsabilidade objetiva, prevista no artigo 37, § 6° da Constituição Brasileira, não inclui as sociedades de
economia mista e empresas públicas que desenvolvem atividade econômica.
De acordo com o artigo 173, § 1°, li da Carta Magna, tais empresas se submetem às regras do código civil. Logo,
respondem subjetivamente.

JÁ CAIU CESPE: Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.


a) De acordo com a teoria do risco integral, o Estado responde integralmente quando houver danos a terceiros, desde
que não esteja presente nenhuma das causas excludentes de responsabilidade.
b) Nas situações que caracterizem conduta omissiva do Estado, deve-se adotar a teoria da irresponsabilidade
administrativa.
c) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
em decorrência dos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
d) No Brasil, não se admite a responsabilidade civil do Estado por atos da administração pública no caso de dano
moral.
MANUAL CASEIRO
e) Caso o Estado seja condenado a indenizar vítima de prejuízos provocados por servidor público, será possível a
busca da compensação de suas despesas mediante o ajuizamento de ação regressiva em face do servidor responsável,
mesmo que este não tenha agido com culpa ou dolo.
Nos termos do art. 37, §6º, da CF: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva que afirma “a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviço público é objetiva em decorrência dos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros”

JÁ CAIU CESPE: A responsabilidade civil da administração pública por atos comissivos é objetiva,
embasada na teoria do risco administrativo, isto é, independe da comprovação da culpa ou dolo. 142

CERTO. O Ordenamento Jurídico Brasileiro, desde a Constituição de 1946 adota a responsabilidade Civil do Estado
Objetiva (independe da comprovação dos elementos subjetivos – dolo e culpa) sob a teoria do risco administrativo,
o que significa dizer que admite a incidência de hipóteses excludentes da responsabilidade.
Nesse sentido, ensina Matheus Carvalho, a responsabilidade civil objetiva do Estado, apontada pelo texto
constitucional, em seu art. 37, §6°, conforme entendimento da doutrina majoritária, na teoria do risco
administrativo. A teoria do risco administrativo se contrapõe a teoria do risco integral, está última não admite
hipóteses de exclusão da responsabilidade civil do Estado.

JÁ CAIU CESPE: Para a caracterização da responsabilidade civil do Estado, basta a comprovação da


qualidade de agente público, não se exigindo para isso que o agente esteja agindo no exercício de suas funções.
ERRADO. Não é necessário que seja apenas o agente causador do dano agente público, mas principalmente que
esteja na ocasião nessa condição, ou seja, agindo no exercício de suas funções. Nessa linha, explica o professor
Ricardo Alexandre:
Para que o Estado possa ser responsabilizado é necessário que o agente público aja nessa condição, caso contrário,
não haverá nexo causal entre a função pública e o dano gerado pelo agente, de forma a não existir responsabilidade
estatal.

JÁ CAIU CESPE: A aplicação da responsabilidade objetiva independe da verificação do elemento culpa,


de modo que, demonstrados o prejuízo pelo lesado e a relação de causalidade entre a conduta estatal e a lesão sofrida,
o dever de indenizar poderá ser reconhecido mesmo que decorra de atos lícitos estatais.
CERTO. Na fase da responsabilidade civil objetiva não se preocupa com o elemento subjetivo (dolo ou culpa), seja
por parte do agente ou por parte do serviço da administração. Assim, para a comprovação da responsabilidade será
suficiente a mera relação causal entre o comportamento do agente público e o dano. Assim, são elementos da
responsabilidade civil a conduta, o dano e o nexo causal. Ademais, haverá responsabilidade seja o dano decorrente
de atos lícitos ou ilícitos.
Nesse sentido, preleciona Ricardo Alexandre “A responsabilidade objetiva do Estado abrange os danos resultantes
de atos lícitos (regulares ou legais) e ilícitos (irregulares ou ilegais). Justamente em função do princípio de que os
ônus e encargos sociais devem ser repartidos igualmente por todos é que o Estado também indeniza os danos
decorrentes de atos lícitos”.
Para efeito da responsabilidade civil objetiva do Estado, não importa se a conduta do agente público foi lícita ou
ilícita, basta apenas que esta provoque um dano a uma terceira pessoa, hipótese em que o Estado será
responsabilizado.
MANUAL CASEIRO
JÁ CAIU CESPE: Em nenhuma circunstância será o Estado responsabilizado por danos decorrentes dos
efeitos produzidos por lei, uma vez que a atividade legislativa é fundamentada na soberania e limitada somente pela
Constituição Federal de 1988.
ERRADO. É admissível, ainda que de forma excepcional, a responsabilização do Estado por danos decorrente dos
efeitos produzidos por determinada lei. Assim, é errônea a assertiva ao apontar que em nenhuma circunstância será
o Estado responsabilizado por atos oriundos de efeitos produzidos pela lei.
Assim, prevalece a regra de que o Estado não possui responsabilidade pelo exercício de sua atribuição típica de
elaborar leis, regra esta excepcionada em duas circunstâncias:
a) no caso de leis de efeitos concretos, causando dano a um grupo restrito de administrados; e
b) leis inconstitucionais que causem danosa população, seja assim declaradas pelo STF.
143
Nesse sentido, preleciona Matheus Carvalho, “parte da doutrina entende que excepcionalmente é possível a
responsabilidade por atos legislativos desde que presentes dois requisitos. Nesses casos, a responsabilização estatal
estaria configurada; se, cumulativamente, diretamente da lei, decorrer dano especifico a alguém e o ato normativo
for declarado inconstitucional. Exige-se o dano específico porque, do contrário, qualquer lei inconstitucional
geraria a responsabilidade do Estado”.

JÁ CAIU CESPE: O município que for condenado a indenizar particular por dano causado por servidor
público municipal poderá cobrar regressivamente do servidor o valor da condenação, desde que ele tenha agido com
dolo ou culpa e na qualidade de servidor público municipal.
CERTO. Nos termos do art. 43 do Código Civil, as pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo
contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Noutra banda, com base a leitura do texto constitucional, art. 37, §6º da Constituição Federal, podemos extrair que
a responsabilidade Civil do Estado é objetiva, ao passo que a do agente em face da pessoa jurídica a qual está
vinculado é de natureza subjetiva, dependendo da demonstração de dolo ou culpa para que esse último seja
responsabilizado civilmente.
Vamos ESQUEMATIZAR?!
Responsabilidade do Estado Responsabilidade do Agente
Responsabilidade OBJETIVA Responsabilidade SUBJETIVA
É necessário apenas: conduta + dano e nexo causal. - Dolo;
- Culpa.
Ação Regressiva.

JÁ CAIU CESPE: Marcos, motorista de um ônibus de transporte público de passageiros de determinado


município, ao conduzir o veículo, por sua culpa, atropelou e matou João. A família da vítima ingressou com uma
ação de indenização contra o município e a concessionária de transporte público municipal, que administra o serviço.
Citada, a concessionária municipal denunciou à lide Marcos, por entender que ele deveria ser responsabilizado, já
que fora o causador do dano. O município alegou ilegitimidade passiva e ausência de responsabilidade no caso.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta conforme o entendimento doutrinário e jurisprudencial
relativamente à responsabilidade civil do Estado.
a) A denunciação à lide, no caso, não será obrigatória para se garantir o direito de regresso da concessionária
contra Marcos.
b) A culpa exclusiva ou concorrente da vítima afasta a responsabilidade civil objetiva da concessionária.
MANUAL CASEIRO
c) A reparação civil do dano pelo município sujeita-se ao prazo prescricional de vinte anos.
d) A responsabilidade civil da concessionária, na hipótese, será subjetiva, pois João não era usuário do serviço
público de transporte coletivo.
e) A responsabilidade civil do município, no caso, será objetiva, primária e solidária.
É subsidiária e não solidária.
A denúncia à lide é um instrumento posto à disposição do processo civil e ocorre quando o autor ou réu de uma ação
judicial, nesse caso de indenização, chame um terceiro, denominado de denunciado, para o processo. Conforme
ensinamentos do professor Matheus Carvalho, doutrina majoritária entende que não é possível essa intervenção nas
ações propostas pelo Estado buscando a responsabilização pelo dano causado, isso porque o procedimento geraria
uma ampliação subjetiva do mérito da ação acarretando ao autor-vítima manifesto prejuízo na celeridade da
prestação jurisdicional. 144
Nesse contexto, o professor Ricardo Alexandre aponta há efetivamente controvérsias na doutrina e na jurisprudência
sobre a possibilidade de a Administração Pública denunciar à lide o agente responsável quando da ação de
responsabilização civil. Contudo, ainda que se admita a denunciação à lide não é correto afirmar que ela é
obrigatória.
Desse modo, temos que a denunciação à lide, não será obrigatória.

JÁ CAIU CESPE: Se determinado agente de uma sociedade de economia mista estadual, concessionária do
serviço de energia elétrica, causar, durante a prestação de um serviço, dano à residência de um particular,
a) a concessionária responderá objetivamente, de acordo com a teoria do risco integral, caso fiquem comprovados o
dano causado ao particular, a conduta do agente e o nexo de causalidade entre o dano e a conduta.
b) a concessionária de serviço público poderá responder pelo dano causado ao particular, independentemente
da comprovação de culpa ou dolo do agente.
c) haverá responsabilidade subjetiva do estado federado, caso a concessionária de serviço público não tenha
condições de reparar o prejuízo causado.
d) será excluída a responsabilidade da concessionária e a do estado federado, caso o particular tenha concorrido para
a ocorrência do dano.
e) a concessionária não responderá pelo dano, por não possuir personalidade jurídica de direito público.
A concessionária é pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, e como tal, possuem
responsabilidade civil objetiva, que significa dizer, responderá independentemente de comprovação do dolo ou culpa
do agente.
Nessa esteira, temos que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos
danos que seus agentes causarem a terceiros: empresas públicas, sociedades de economia mista, concessionários e
permissionários.
Diante do exposto, apresenta-se correta a assertiva que aponta que a concessionária de serviço público poderá
responder pelo dano causado ao particular, independentemente da comprovação de culpa ou dolo do agente.

JÁ CAIU CESPE: Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.


a) Se ato danoso for praticado por agente público fora do período de expediente e do desempenho de suas funções,
a responsabilidade do Estado será afastada.
b) Os danos oriundos de ato jurisdicional ensejam a responsabilização direta e objetiva do juiz prolator da decisão.
c) Em razão do princípio da supremacia do interesse público, são vedados o reconhecimento da responsabilidade e
a reparação de dano extrajudicial pela administração.
MANUAL CASEIRO
d) A responsabilidade objetiva de empresa concessionária de serviço público alcança usuários e não usuários
do serviço público.
e) A responsabilidade objetiva do Estado não alcança atos que produzam danos aos seus próprios agentes, hipótese
em que sua responsabilidade será subjetiva.
A responsabilidade civil da prestadora de serviço público aplicar-se-á da mesma forma, ao usuário ou não usuário
do serviço, vejamos o exemplo para melhor compreensão.
Exemplo: ônibus – transporte público.
Um passageiro sofre um acidente dentro do transporte em decorrência da alta velocidade empregada pelo motorista,
o qual freia bruscamente, causando a queda do passageiro que bate com a cabeça na escada do ônibus e vem a óbito.
Nessa situação hipotética, a responsabilidade é objetiva.
Questiona-se: se o mesmo motorista, empregando velocidade acima da permitida, atropela um pedestre, haverá145
responsabilidade civil objetiva? Mesmo não sendo o pedestre usuário do serviço que está sendo prestado? A resposta
é positiva, nesse sentido já se manifestou o STF no RE 591874.
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, §6º da CF. Assim, é
irrelevante se a vítima do dano é usuário ou não para fins de responsabilização do dano causado, sendo relevante tão
somente se dano foi causado duramente a prestação do serviço.
Dessa forma, apresenta-se correta a assertiva que afirma ser a responsabilidade objetiva de empresa concessionária
de serviço público alcança usuários e não usuários do serviço público.
STF passou a aplicar a responsabilidade objetiva das empresas que prestam serviços públicos tanto para os danos
causados aos usuários como para aqueles que atingissem os não usuários dos serviços, sem fazer qualquer distinção.

JÁ CAIU CESPE: Acerca da organização administrativa da União, da organização e da responsabilidade


civil do Estado, bem como do exercício do poder de polícia administrativa, julgue o item que se segue.

Situação hipotética: Considere que uma pessoa jurídica de direito público tenha sido responsabilizada pelo dano
causado a terceiros por um dos seus servidores públicos. Assertiva: Nessa situação, o direito de regresso poderá
ser exercido contra esse servidor ainda que não seja comprovada a ocorrência de dolo ou culpa.

ERRADO. A responsabilidade civil do agente perante o Estado é de natureza subjetiva, o que significa que necessita
da comprovação do elemento subjetivo, qual seja, a ocorrência do dolo ou da culpa. Nesse sentido, inclusive, o texto
constitucional. Vejamos:

Art. 37, §6º, da CF: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Corroborando ao exposto, o professor Ricardo Alexandre declina, o art. 37, § 6.º, da Constituição Federal prevê a
responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. O mesmo
dispositivo assegura ao Estado (ou prestadores de serviços públicos) o direito de regresso contra o agente
responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa.

JÁ CAIU CESPE: Considerando a responsabilidade civil do Estado, julgue o item seguinte.


MANUAL CASEIRO
De acordo com a teoria do risco administrativo, é vedado considerar a culpa exclusiva da vítima como hipótese de
exclusão da responsabilidade civil do Estado.

ERRADO. Conforme ensina Ricardo Alexandre, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado adotada no
ordenamento jurídico brasileiro, como regra, insere-se na modalidade do risco administrativo, ou seja, a
responsabilidade é objetiva, mas o Estado pode deixar de responder ou ter a responsabilidade diminuída se
estiverem presentes as excludentes ou atenuantes da responsabilidade: força maior, caso fortuito, culpa de terceiro
ou culpa da vítima.

Dessa forma, temos que pela teoria do risco administrativo NÃO É vedada considerar a culpa exclusiva da vítima
como hipótese de exclusão de ilicitude, pois a referida teoria admite as chamadas causas excludentes da
Responsabilidade civil do Estado, diferentemente da teoria do risco integral.
146
A teoria do risco administrativo se contrapõe a teoria do risco integral, está última não admite hipóteses de
exclusão da responsabilidade civil do Estado.

Vamos Esquematizar?!
Teoria do Risco Administrativo Teoria do Risco Integral
Responsabiliza o ente público, objetivamente, pelos O ente público é garantidor universal e, sendo assim,
danos que seus agentes causarem a terceiros, contudo, conforme esta teoria, a simples existência do dano e do
admite a exclusão da responsabilidade em nexo causal é suficiente para que surja a obrigação de
determinadas situações em que haja a exclusão de indenizar para a Administração, pois NÃO admite
algum dos elementos desta responsabilidade. nenhuma das excludentes de responsabilidade.

JÁ CAIU CESPE: A respeito de responsabilidade civil do Estado por danos, abuso de poder e má gestão
de serviços públicos, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Um ônibus de determinada concessionária de serviço público envolveu-se em acidente com
vítima fatal, porém havia indícios de embriaguez da vítima, de que o condutor do ônibus atuara com diligência no
momento do acidente e de que, no momento do acidente, o veículo trafegava com velocidade abaixo do máximo
permitido na via. Assertiva: Nessa situação, a empresa de ônibus não precisará indenizar a família da pessoa que
morreu no acidente, pois a pessoa jurídica de direito privado não responde com responsabilidade objetiva diante de
danos causados a terceiros não usuários de serviços públicos.
ERRADO. Muita atenção agora!
A primeira questão que deve ser analisada é a responsabilidade civil pelos danos causados pelas concessionárias:
qual a natureza dessa responsabilidade? Em segundo plano, essa responsabilidade alcança os não usuários do
serviço público?
As concessionárias, pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público possuem responsabilidade
objetiva. Ademais, a responsabilidade objetiva é aplicada tanto em relação aos danos causados aos usuários quanto
àqueles causados aos não usuários do serviço.
Desse modo, é equivocado apontar que não haverá responsabilidade em face de terceiros não usuários, tornando a
assertiva errada.
Por fim, complementando, o professor Ricardo Alexandre propõe em sua obra:
A título de exemplo, seguindo a atual orientação do STF, pode-se imaginar a situação em que um ônibus pertencente
a uma empresa concessionária de serviço público de transporte coletivo abalroa um veículo de um particular. Em
relação aos danos provocados ao particular, que é não usuário do serviço, a concessionária responde
objetivamente, ou seja, a vítima para receber a indenização tem que demonstrar apenas o nexo causal entre a
conduta do motorista do ônibus e o dano sofrido, não necessitando mais provar a culpa (imprudência, imperícia ou
negligência) ou dolo do agente causador. Do mesmo modo, se no acidente algum passageiro (usuário do serviço)
MANUAL CASEIRO
ficar ferido, a empresa concessionária responderá perante este de forma objetiva, sem haver também necessidade
de prova da culpa ou dolo do motorista do ônibus.

JÁ CAIU CESPE: A respeito da responsabilidade civil do Estado e das licitações, julgue o item
subsequente. A responsabilidade do Estado inclui o dever de indenizar as vítimas quando de ação ou omissão, ainda
que lícita, resultar-lhes danos.
CERTO. Diferentemente do que poderíamos pensar, o Estado é responsável pelos danos causados não só advindo
de condutas ilícitas, mas também de condutas LÍCITAS.
Nessa linha, corroborando ao exposto, ensina o professor Ricardo Alexandre:
A responsabilidade objetiva do Estado abrange os danos resultantes de atos lícitos (regulares ou legais) e ilícitos
(irregulares ou ilegais). Justamente em função do princípio de que os ônus e encargos sociais devem ser repartidos147
igualmente por todos é que o Estado também indeniza os danos decorrentes de atos lícitos. No exemplo anterior,
pode-se dizer que a construção do viaduto foi um ato lícito, mas, como provocou dano a terceiro, gerou a obrigação
do Estado de indenizá-lo.
Portanto, para efeito da responsabilidade civil objetiva do Estado, não importa se a conduta do agente público foi
lícita ou ilícita, basta apenas que esta provoque um dano a uma terceira pessoa, hipótese em que o Estado será
responsabilizado.

JÁ CAIU CESPE: As empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos
respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

CERTO. A responsabilidade objetiva é o regime aplicado aos atos dos agentes de pessoas jurídicas de direito
público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas de direito público) e de
direito privado prestadoras de serviço público (empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas de direito privado, permissionárias, concessionárias ou autorizatárias). Nessa linha, o professor Ricardo
Alexandre destaca que em relação aos agentes das pessoas jurídicas de direito privado, deve ser ressalvado que
somente haverá responsabilidade objetiva se esta for prestadora de serviços públicos.

JÁ CAIU CESPE: As sanções penais, civis e administrativas são independentes entre si, o que justifica a
eventual responsabilização civil e administrativa do servidor, mesmo quando absolvido criminalmente pela ausência
de autoria.

ERRADO. No tocante a responsabilidade civil e as diversas sanções, explica o professor Ricardo Alexandre:

Uma mesma conduta lesiva pode ter como consequência a responsabilização do agente público em três diferentes
esferas: a civil (obrigando-lhe a reparar o dano causado); a administrativa (impondo-lhe as penalidades
decorrentes do descumprimento do seu estatuto funcional); e a penal (aplicando-lhe as sanções penais decorrentes
da configuração do fato como crime).

A princípio, as responsabilidades administrativa, civil e penal do agente público são independentes, de forma que
a decisão condenatória ou absolutória em uma das esferas não traz necessariamente como consequência decisões
no mesmo sentido nas demais esferas.

Via de regra, vigora a independência entre as instancias. Contudo, em dois casos haverá a comunicabilidade das
instâncias, entre as quais a hipótese de absolvição por ausência de autoria.

A absolvição criminal por negativa de autoria ou ausência de materialidade também repercute nas demais esferas.
MANUAL CASEIRO
Nessa linha, expõe Ricardo Alexandre “há casos em que determinado conjunto probatório, considerado insuficiente
para uma condenação criminal, pode transmitir segurança suficiente para sustentar legitimamente uma condenação
administrativa ou civil. Podemos afirmar, portanto, que a absolvição criminal por insuficiência de provas da
existência do fato ou da sua autoria não vincula as esferas administrativa e civil, que ficam livres para chegar às
suas conclusões de acordo com suas peculiaridades. A mesma liberdade estará presente para qualquer outro motivo
que fundamentar a decisão absolutória criminal, salvo, conforme analisado acima, a negativa de autoria ou de
existência do fato”.

Ante o exposto, temos que no caso de ser absolvido com base a ausência de autoria haverá comunicação entre as
instâncias, diferentemente do que propõe assertiva, o que justifica seu erro.

148

JÁ CAIU CESPE: Considerando que tenha sido apurada a prática, em tese, de ato ilícito por Marcos, contra
quem foi ajuizada ação penal e aberto procedimento administrativo disciplinar, julgue o item a seguir.
A sentença penal absolutória que conclui que o fato imputado a Marcos não configura crime repercutirá,
necessariamente, no processo administrativo disciplinar contra ele instaurado para, igualmente, absolvê-lo.
ERRADO. Pela prática de uma única infração, o servidor público poderá sofrer penalidades em três esferas
diferentes. Assim, poderá ser submetido à sanções de natureza penal, civil e administrativa.
Dessa forma, conforme declina Matheus Carvalho “é possível que, pela prática de um único ato indevido, o servidor
sofra sanções diversas, sendo admitida a cumulação destas sanções sem que se considere a ocorrência de bis in
idem, uma vez que cada uma das instâncias de apuração do fato tem seu fundamento diverso das demais”.
A regra é que as esferas sejam independentes entre si, não havendo interferência da decisão de uma instância, no
julgamento das demais.
MANUAL CASEIRO
Inobstante a regra seja a independência das esferas, a legislação consagra uma exceção na hipótese de o servidor ser
absolvido na esfera penal por inexistência do fato ou negativa de autoria, necessariamente deverá ser absolvido
na esfera civil e administrativa.
A hipótese elencada na questão que fora fundamento para absolvição penal “o fato não configurar crime” não
encontra entre as hipóteses de comunicação necessariamente nas demais esferas (inexistência do fato ou negativa de
autoria), ante o exposto, apresenta-se errada a assertiva.

JÁ CAIU CESPE: Pedro, servidor público distrital estável, sofreu processo administrativo disciplinar em
razão da prática de infração funcional assemelhada ao crime de corrupção passiva. Ele foi devidamente intimado do
procedimento, durante o qual foram descritas as condutas a ele imputadas e apontado o enquadramento legal
pertinente. A Pedro foi concedido prazo para apresentar defesa e indicar as provas que reputasse imprescindíveis a
essa defesa. Concluído o processo administrativo com dois meses de atraso, a comissão processante emitiu parecer149
favorável à condenação de Pedro à pena de demissão a bem do serviço público.
Nessa situação hipotética,
a) se Pedro tivesse sido absolvido na esfera criminal sob a fundamentação de que sua conduta constituía infração
penal, seria vedada a aplicação de qualquer punição por infração disciplinar a Pedro por este mesmo fato, ainda que
a comissão processante verificasse que tal conduta violava dever funcional.
b) o processo administrativo contra Pedro será nulo se a sua defesa não tiver sido subscrita por advogado.
c) ainda que ocorra o trânsito em julgado de sentença absolutória de Pedro em processo criminal por
insuficiência de provas, será permitido à autoridade administrativa competente condenar o servidor e
aplicar-lhe a pena de demissão pelos mesmos fatos.
d) caso a autoridade administrativa competente demita Pedro nos termos propostos pela comissão processante, o
atraso no encerramento do processo administrativo contra Pedro implicará a nulidade do ato demissório.
e) se tivesse havido indeferimento das provas requeridas por Pedro, mesmo se a comissão processante tivesse
demonstrado sua desnecessidade para o esclarecimento do feito, seria nulo o processo por violação aos princípios
da ampla defesa e do contraditório.
Pela prática de uma única infração, o servidor público poderá sofrer penalidades em três esferas diferentes. Assim,
poderá ser submetido à sanções de natureza penal, civil e administrativa.
Vigora a regra da independência entre as instâncias (civis, penais e administrativas). Assim, as sanções civis, penais
e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Mas a responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Dessa forma, temos que a regra é incomunicabilidade das instâncias, de modo que uma não interferirá na outra,
havendo duas exceções, ou seja, duas hipóteses em que a absolvição criminal repercutirá nas demais instâncias,
quais sejam, quando a absolvição tenha por base:
Inexistência do fato;
Negativa de autoria.
Vamos REFORÇAR?! A absolvição criminal por negativa de autoria ou ausência de materialidade também repercute
nas demais esferas.
Em sentido contrário, concluímos que se a absolvição não for com base os fundamentos acima delineados, é
plenamente admissível que mesmo que seja absolvido na esfera criminal e ainda seja apurado o fato na esfera cível
ou administrativa.
Ante o exposto, concluímos estar correta a alternativa C, que aponta “ainda que ocorra o trânsito em julgado de
sentença absolutória de Pedro em processo criminal por insuficiência de provas, será permitido à autoridade
administrativa competente condenar o servidor e aplicar-lhe a pena de demissão pelos mesmos fatos”.
MANUAL CASEIRO
A absolvição com fundamento insuficiência de prova não repercute nas demais esferas.
Corroborando ao exposto, declina o professor Ricardo Alexandre:
“Não obstante, há casos em que determinado conjunto probatório, considerado insuficiente para uma condenação
criminal, pode transmitir segurança suficiente para sustentar legitimamente uma condenação administrativa ou
civil. Podemos afirmar, portanto, que a absolvição criminal por insuficiência de provas da existência do fato ou da
sua autoria não vincula as esferas administrativa e civil, que ficam livres para chegar às suas conclusões de acordo
com suas peculiaridades. A mesma liberdade estará presente para qualquer outro motivo que fundamentar a decisão
absolutória criminal, salvo, conforme analisado acima, a negativa de autoria ou de existência do fato”.
Vamos ESQUEMATIZAR?!
REGRA EXCEÇÃO
Não haverá comunicação entre as instâncias Haverá comunicação entre as instâncias 150
Não vincula as esferas administrativa e civil, que ficam Absolvição criminal com base:
livres para chegar às suas conclusões de acordo com - Negativa de autoria;
suas peculiaridades. - Inexistência do fato;

JÁ CAIU CESPE: A responsabilidade objetiva do Estado dispensa a demonstração de nexo de causalidade


entre a conduta do agente administrativo e o dano sofrido pela vítima.
ERRADO. A responsabilidade objetiva do Estado necessita também do elemento “nexo causal”, não dispensando-
o. Nessa esteira, temos a responsabilidade civil objetiva baseia-se em três elementos apenas, quais sejam conduta
de agente público, dano e nexo de causalidade.
Conduta do Agente Público
Dano
Nexo de Causalidade
Para fins de responsabilidade civil do Estado são desnecessárias a comprovação de alguns elementos que são
indispensáveis na responsabilidade civil, tais como, dolo ou culpa.
- não precisa demonstrar que o agente atuou de forma dolosa.
- não precisa demonstrar que o agente atuou de forma culposa.
De igual, não precisa haver a comprovação da ilicitude. Assim, a responsabilidade do Estado será a mesma, sendo
a conduta do agente lícita ou ilícita, diferenciando-se tão somente o seu fundamento.
A responsabilidade civil decorrente de ato ilícito baseia-se no princípio da legalidade, ao passo que do ato lícito
decorre do princípio da isonomia.
Vamos REFORÇAR?!
Requisitos para que haja a responsabilidade civil do Estado
Quando se fala que a responsabilidade do Estado é objetiva, isso significa que a pessoa que sofreu um dano causado
por um agente público terá que provar apenas três elementos:
a) conduta praticada por um agente público, nesta qualidade;
b) dano;
c) nexo de causalidade (demonstração de que o dano foi causado pela conduta).

JÁ CAIU CESPE: De acordo com a teoria do risco integral, é suficiente a existência de um evento danoso
e do nexo de causalidade entre a conduta administrativa e o dano para que seja obrigatória a indenização por parte
do Estado, afastada a possibilidade de ser invocada alguma excludente da responsabilidade.
MANUAL CASEIRO
CERTO. A teoria do risco integral consiste em uma exacerbação da responsabilidade civil do Estado. Para essa
teoria, basta a existência do evento danoso e nexo causal para que surja a obrigação de indenizar para o Estado,
sem possibilidade de que este alegue excludente de responsabilidade. Ela tem como regime de responsabilização a
responsabilidade objetiva (sem necessidade, para a vítima, de comprovação de culpa).
O ente público é garantidor universal e, sendo assim, conforme esta teoria, a simples existência do dano e do nexo
causal é suficiente para que surja a obrigação de indenizar para a Administração, pois NÃO admite nenhuma das
excludentes de responsabilidade.
Vamos ESQUEMATIZAR?

Teoria do RISCO ADMINISTRATIVO Teoria do RISCO INTEGRAL


A responsabilidade do Estado é objetiva A responsabilidade do Estado é objetiva 151
(a vítima lesada não precisa provar culpa). (a vítima lesada não precisa provar culpa).
O Estado poderá eximir-se do dever de indenizar caso Não admite excludentes de responsabilidade.
prove causa excludente de responsabilidade: Mesmo que o Estado prove que houve caso fortuito, força
a) caso fortuito ou força maior; maior, culpa exclusiva da vítima ou culpa exclusiva de
b) culpa exclusiva da vítima; terceiro, ainda assim será condenado a indenizar.
c) culpa exclusiva de terceiro.
É adotada como regra no Direito brasileiro. É adotada no Direito brasileiro, de forma excepcional, em
alguns casos. A doutrina diverge sobre quais seriam estas
hipóteses.
Para fins de concurso, existe um caso no qual o STJ já
afirmou expressamente que se acolhe o risco integral:
dano ambiental (REsp 1.374.284).

JÁ CAIU CESPE: Acerca da responsabilidade civil do Estado e da responsabilidade administrativa, civil e


penal do servidor, assinale a opção correta.
a) Se um servidor público federal que responda a processo por crime de corrupção passiva for absolvido por
insuficiência de provas quanto à autoria desse crime, ele não poderá ser processado e punido por esse crime na esfera
administrativa.
b) A administração pública não pode aplicar ao servidor a pena de demissão em processo disciplinar se ainda estiver
em curso a ação penal a que ele responda pelo mesmo fato.
c) Como regra, as pessoas jurídicas de direito privado que desenvolvam atividades econômicas não se submetem à
responsabilidade civil objetiva, exceção feita apenas às empresas públicas, sejam elas prestadoras de serviços ou
promotoras de atividades econômicas.
d) A responsabilidade das concessionárias e permissionárias de serviços públicos será objetiva,
independentemente de a vítima ser usuário ou terceiro.
e) A ação de ressarcimento proposta pelo Estado contra o agente que, agindo com culpa ou dolo, for responsável
por dano causado a terceiro prescreve em três anos, conforme dispõe o Código Civil para toda e qualquer pretensão
de reparação civil.
Conforme ensina o Professor Ricardo Alexandre, a responsabilidade objetiva é o regime aplicado aos atos dos
agentes de pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias e
fundações públicas de direito público) e de direito privado prestadoras de serviço público (empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas de direito privado, permissionárias, concessionárias ou
autorizatárias).
Ademais, conforme já decidiu o STF, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviço público é também objetiva relativamente aos não usuários.
MANUAL CASEIRO
Diante do consignado, temos que a responsabilidade das concessionárias e permissionárias de serviços públicos
será objetiva, independentemente de a vítima ser usuário ou terceiro.

JÁ CAIU CESPE: As pessoas jurídicas de direito público responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável apenas nos casos de dolo.
ERRADO. Não é apenas nos casos de dolo que se admite a ação regressiva, mas também nos casos de culpa. Nessa
esteira, vejamos o dispositivo constitucional.
Art. 37, §6º, da CF: § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
A responsabilidade do agente público em ação regressiva é de natureza subjetiva, ou seja, depende da comprovação152
de que ele agiu com culpa ou dolo.
Estado cobra do agente Responsabilidade subjetiva (depende de comprovação do DOLO ou da CULPA).

JÁ CAIU CESPE: Rafael, agente público, chocou o veículo que dirigia, de propriedade do ente ao qual é
vinculado, com veículo particular dirigido por Paulo, causando-lhe danos materiais.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o seguinte item
Rafael pode ser responsabilizado, regressivamente, se for comprovado que agiu com dolo ou culpa, mesmo sendo
ocupante de cargo em comissão, e deve ressarcir a administração dos valores gastos com a indenização que venha a
ser paga a Paulo.
CERTO. Na leitura do art. 37, §6º da Constituição Federal podemos concluir que o Estado responde de forma
objetiva frente ao sujeito que fora vítima do dano, mas que seus agentes respondem de forma subjetiva, ou seja, após
a comprovação do dolo e da culpa desse perante o Estado em ação de regresso.
Dessa forma, temos que inobstante a responsabilidade civil seja atribuída a Pessoa Jurídica, o agente que ensejou o
dano não se exime de ressarcir os prejuízos que foram causados ao ente público, contudo deverá ficar demonstrado
o dolo ou a culpa.
Assim:
Vítima cobra do Estado Responsabilidade Objetiva.
Estado cobra do agente Responsabilidade subjetiva.
Vamos Esquematizar?

Responsabilidade Objetiva Responsabilidade Subjetiva


Vítima cobra do Estado Estado cobra do Agente
A responsabilidade do Estado, estampada no tempo constitucional, é objetiva, mas a responsabilização do
agente, perante o Estado, é subjetiva, decorrendo de comprovação de dolo ou de culpa.

JÁ CAIU CESPE: Segundo decisão recente do STF, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviço público é também objetiva relativamente aos não usuários.
CERTO. O entendimento que tem prevalecido é no sentido de que, é objetiva a responsabilidade das empresas
públicas prestadoras de serviço público tanto em relação aos usuários quanto aos não usuários do serviço público
(terceiros).
MANUAL CASEIRO
A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público é objetiva
relativamente a terceiros usuários e não usuários do serviço, segundo decorre do art. 37, §6º da CF. Assim, é
irrelevante se a vítima do dano é usuário ou não para fins de responsabilização do dano causado, sendo relevante
tão somente se dano foi causado duramente a prestação do serviço.
Vamos REFORÇAR?!
No caso de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade objetiva é
aplicada tanto em relação aos danos causados aos usuários quanto àqueles causados aos não usuários do serviço.

153
Info 819, STF: Responsabilidade civil do Estado em caso de morte do detento – 9 Em caso de inobservância de
seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de
detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral).

Info 520, STJ: Suicídio do preso – A administração está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos
morais no caso se morte por suicídio de detento ocorrido dentro do estabelecimento prisional mantido pelo Estado.
Nessas hipóteses, não é necessária perquirir eventual culpa da Administração Pública. Na verdade, a
responsabilidade civil estatal pela integridade pro presidiários é OBJETIVA.
Info 581, STJ: Indenização por danos morais a anistiado político – O anistiado político que obteve, na via
administrativa, a reparação econômica prevista na Lei nº 10.559/2002 (Lei de Anistia) não está impedido de pleitear,
na esfera judicial, indenização por danos morais pelo mesmo episódio político. Inexiste vedação para a acumulação
da reparação econômica com indenização por danos morais, porquanto se tratam de verbas indenizatórias com
fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição patrimonial (danos emergentes e lucros cessantes),
ao passo que esta tem por escopo a tutela da integridade moral, expressão dos direitos da personalidade. Nas
hipóteses de condenação imposta à Fazenda Pública, como regra geral, a atualização monetária e a compensação
da mora devem observar os critérios previstos no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº
11.960/2009.

Info 854, STF: Estado deve indenizar preso que se encontre em situação degradante – Considerando que é dever
do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos
no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de
ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki,
red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

Info 556, STJ: Termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de tortura e morte de preso
– Determinada pessoa foi presa e torturada por policiais. Foi instaurado inquérito policial para apurar o ocorrido.
Qual será o termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais?
- Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição será o trânsito em julgado
da sentença penal.
- Se o inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial da prescrição da ação de
indenização é a data do arquivamento do IP.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.443.038-MS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 12/2/2015 (Info 556).

Potrebbero piacerti anche