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O preço do petróleo e o futuro da energia


Notícia - 24 - fev - 2016

A volatilidade do valor do barril não altera uma certeza: as energias renováveis seguirão em alta. E o Brasil não
pode mais perder tempo

A forte queda do preço do petróleo em mercados internacionais, observada no


último ano e meio, tem trazido dúvidas sobre o futuro das energias renováveis.
Desde meados de 2014, o valor do barril de petróleo caiu de US$ 100 para US$
30. E pode cair mais. Nesse cenário, muitos se perguntam se fontes como a
solar e a eólica manterão sua competitividade e o impressionante ritmo de
expansão observado em anos recentes.

Juntas, as fontes solar e eólica viram sua capacidade instalada crescer cerca
1.000% no mundo ao longo da última década. Felizmente, há plenas condições
para esse ciclo virtuoso continuar, e diversas razões para isso podem ser
destacadas.
Parque Eólico de Aracati, no Ceará.
©Greenpeace/Otávio Almeida
Na maioria dos países, as novas energias renováveis ainda crescem sem
competir tão diretamente com o petróleo. Enquanto mais de metade do petróleo produzido no mundo é consumido como
combustível para os transportes e outra grande fatia vai para atividades industriais, as novas renováveis ganham espaço com
mais força na geração de eletricidade –na qual a competição central é com carvão, gás natural e energia nuclear. O preço de
petróleo pode até exercer alguma influência, mas não é determinante.

Com o avanço das tecnologias, é esperado que as novas renováveis passem a competir mais diretamente com o petróleo. Os
veículos elétricos, que ainda não ganharam grande escala mas devem fazê-lo em alguns anos, são um exemplo. Contudo, a
redução de preços das fontes mais modernas de energia também tem sido notável: desde a década de 1980, o custo de
painéis solares vem caindo cerca de 10% ao ano. E deve seguir nessa tendência, segundo estudo de pesquisadores da
Universidade de Oxford publicado neste ano.

É importante ressaltar que, enquanto os preços das renováveis só tendem a cair, a história nos mostra que o preço do petróleo
é oscilante, sendo muito difícil dizer em qual patamar estará daqui a poucos anos ou até mesmo meses. Investir em petróleo,
portanto, é um negócio arriscado. Mas apostar nas novas renováveis é uma estratégia cada vez mais segura, especialmente no
longo prazo, que é para onde governos e empresas do setor geralmente olham.

Outra razão para manter o otimismo com relação às novas renováveis é a consolidação do setor. Seu crescimento na última
década superou as expectativas mais otimistas. Uma das principais barreiras à popularização das energias solar e eólica, o
armazenamento de energia em baterias compactas para momentos em que o sol não brilha ou o vento não sopra, já está
sendo superada por produtos lançados recentemente.

Além disso, a previsibilidade dessas fontes de energia vem sendo estudada e equacionada há muito tempo, e é uma área de
conhecimento avançada. Para citar um exemplo, em 2014, temia-se o risco de um eclipse desestabilizar a rede elétrica da
Alemanha, que conta com participação significativa de energia solar. O impacto, no entanto, foi mínimo e pontual, reforçando a
confiança na matriz.

Fim da era do petróleo

Para além de aspectos econômicos e técnicos, as esferas política e socioambiental da discussão também apontam cada vez
mais na direção de energias como a solar e a eólica. A nível global, as renováveis são a principal saída para o desafio das
mudanças climáticas, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis como o petróleo.

No final do ano passado, governos de 195 países assinaram o importante Acordo de Paris, assumindo os compromissos de
evitar um aquecimento global superior a 1,5°C e, na segunda metade do século, neutralizar emissões de gases de efeito
estufa. Em termos práticos, a única forma realista de atingir esses objetivos é zerando o consumo de combustíveis fósseis até
2050. Ou seja, o mundo já assinou o fim da era do petróleo.

Existe ainda espaço para governos aproveitarem os baixos preços do petróleo e removerem subsídios ao seu consumo. Com a
drástica queda dos preços, esses subsídios simplesmente perdem sentido. Diversos países como Índia, Indonésia e Malásia já
fizeram isso, e muitos outros podem seguir o exemplo.

Os recursos que iriam para as grandes empresas petrolíferas podem, então, ser direcionados justamente para as novas
renováveis, acelerando a transição para uma matriz energética mais moderna e limpa. E se os preços do petróleo voltarem a
subir, o mercado já estará operando sob novas condições. E se reequilibrará, sem contar com um apoio que custa caro à
sociedade e perpetua o grave problema das mudanças climáticas.

Em resumo, o cenário continua notavelmente favorável às renováveis, e cada vez mais desfavorável para o petróleo. Não à toa
o investimento em renováveis quebrou um novo recorde em 2015, chegando a US$ 329 bilhões, com China e Estados Unidos
na liderança. Enquanto isso, cresce exponencialmente um movimento internacional de retirada de investimentos em petróleo,
que já conta com o apoio de organizações como o Rockefeller Brothers Fund, a Universidade de Glasgow e o Conselho Mundial
de Igrejas.

O Brasil tem tudo para se tornar um dos protagonistas dessa revolução energética. Poucos países contam com condições tão
favoráveis às energias solar e eólica. Alguns de nossos governantes já começam a perceber isso. Um deles é José Fortunati,
prefeito de Porto Alegre, que há menos de um mês assumiu o compromisso de ter 100% dos prédios municipais gerando ou
consumindo energias limpas e renováveis até 2050.

1 de 2 25/10/2016 09:04
O preço do petróleo e o futuro da energia | Brasil http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/O-preco-do-petroleo-e-o-...

Ainda assim o governo federal continua olhando para o passado. E destinará aos combustíveis fósseis cerca de 70% dos
investimentos públicos em energia previstos para a próxima década. Outro exemplo dos equívocos cometidos é o fato da
presidente Dilma ter vetado uma séria de medidas favoráveis às energias renováveis no Plano Plurianual para 2016-2019,
sancionado há poucas semanas.

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Está totalmente ao alcance de Dilma e sua equipe mudar de postura e investir de fato no futuro. Basta abrir os olhos para os
enormes benefícios econômicos, sociais e ambientais oferecidos pelas renováveis.
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Pedro Telles é coordenador de Clima e Energia do Greenpeace. Esse artigo foi originalmente publicado no site UOL Notícias.)

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