A conservação pelo frio é uma das mais utilizadas no dia-a-dia da população. E
existem dois tipos de conservação a frio, o congelamento e o resfriamento. Os congelados vêm se tornando cada vez mais frequentes na mesa do brasileiro e a refrigeração é a principal arma contra a deterioração dos alimentos e consequente desperdício. Segundo LINO (2014) podemos definir refrigeração como o abaixamento da temperatura de um produto visando manter a qualidade pela diminuição das velocidades das reações de deterioração que possam ocorrer no mesmo. Para manter os alimentos refrigerados utilizam-se temperaturas acima do ponto de congelamento entre 0˚c e 7˚c, não ocorre mudança de fase da água do alimento. As desvantagens do processo de resfriamento são os impactos sobre as propriedades nutricionais e sensórias dos alimentos são mais fracos na refrigeração, estre processo da cadeia de frios encarece o processo, pode ocorrer queimaduras pelo frio, alterações do pigmento e perda de vitaminas. Já as vantagens deste procedimento é a durabilidade dos alimentos, a refrigeração não altera drasticamente o valor nutritivo dos alimentos, uma ótima conservação para alimentos minimamente processados. O processo de congelamento ocorre a formação de gelo necessitando-se de temperaturas mais baixas e conserva por períodos longos. Para o congelamento ser eficiente, necessitamos de temperaturas de -18˚c ou inferiores. Existem microrganismos que ainda crescem a temperaturas de -10˚c o que acarreta um perigo para o congelamento mal monitorado. O maior efeito do congelamento na qualidade do alimento é o dano causado as células pelo crescimento dos cristais de gelo. O congelamento causa mudanças negligenciáveis em pigmentos, aromas ou componentes nutricionais FELLOWS (2006). Existem diferenças na resistência ao dano por congelamento entre tecidos animais e vegetais. A carne tem maior resistência pois possui uma estrutura fibrosa mais flexível que separada durante o congelamento, em vez de ser quebrada. Já as frutas e hortaliças, a estrutura é mais rígida e pode ser danificada pelo cristal de gelo. Quando o produto é congelado, além da temperatura muito baixa prejudicar os microrganismos, a formação do gelo diminui a quantidade de água do produto que poderia ser utilizada para o crescimento dos microrganismos, fazendo com que possa ser conservado por longos períodos de tempo, meses e até anos. As principais mudanças nos alimentos congelados durante a estocagem são: Degradação de pigmentos. Os cloroplastos e os cromoplastos são rompidos e a clorofila é lentamente degradada para feofitina marrom, mesmo em vegetais branqueados. Perda de vitaminas. As vitaminas hidrossolúveis são perdidas a temperatura de subcongelamento. Atividade enzimática residual. Em hortaliças branqueadas inadequadamente ou em frutas, a perda de qualidade mais importante é devida à atividade de polifenoloxidase, que causa escurecimento, e lipoxigenases, que produzem sabores e odores indesejáveis em lipídeos e causam a degradação do caroteno. Oxidação de lipídeos. Essa reação acontece lentamente a -18ºc e causa sabores indesejáveis. Cadeia de Frios Segundo PEREIRA (2011) o transporte de produtos alimentares, quer congelado quer refrigerado, até chegar ao destinatário final ou consumidor, requer o máximo de controlo relativamente às temperaturas, quer de armazenamento no produtor, durante o transporte até um entreposto de distribuição de produtos alimentares, até chegar ao consumidor. A cadeia de frio tem que funcionar de forma segura de maneira a conseguir conservar os produtos alimentares de acordo com as suas características iniciais, sendo muito importante que a cadeia de frio não seja quebrada, que não existem diferenças significativas de temperatura entre transporte, armazenamento e até mesmo na conservação feita pelo consumidor final em sua casa. A cadeia do frio compreende todo processo de armazenamento, conservação, distribuição, transporte e manipulação dos produtos, tendo em vista o controle e manutenção adequada das baixas temperaturas necessárias para garantir a cadeia de frio. Segundo FELLOWS (2006) é importante manter temperatura abaixo de 5ºc para garantir a segurança, qualidade e atendimento aos requisitos legais para o produto de alto risco. Produtos frescos também podem necessitar de de controle da umidade relativa no deposito e, em alguns casos controle da atmosfera de armazenagem Segundo PEREIRA (2011) quando a falhas nesta cadeia pode comprometer a qualidade dos produtos, pois a velocidade das reações químicas, biológicas e microbiológicas está diretamente relacionada com a temperatura. Logística De acordo com CAVALCANTI et al (2010) a cadeia logística do frio consiste em manter a refrigeração adequada do ambiente para os produtos que requerem tratamentos especiais, controlados, durante a realização das etapas logísticas, assegurando a qualidade dos produtos. Durante a ultima década o consumidor tem demandado alimentos com mais qualidade, frescor, disponibilidade e maior variedade. Essa pressão por parte do consumidor resultou em um aumento substancial do volume e da variedade de alimentos que são manuseados pelos grandes varejistas, juntos com padrões mais altos de controle de temperatura de alguns alimentos. A refrigeração em veículos transportadores de produtos alimentícios perecíveis ocorre usualmente pelo equipamento convencional, constituído de motor, compressor, condensador e evaporador; outros processos principalmente para pescados, são utilizados usando salmouras resfriadas, bolsas carregadas com salmouras resfriadas e gelo seco EVANGELISTA (2008). Produção As perdas de alimentos referem-se à diminuição da massa comestível em a parte de corrente de alimentação que leva especificamente aos alimentos comestíveis para consumo humano. As perdas de alimentos efetuados nas fases de produção, pós- colheita e processamento na cadeia de abastecimento alimentar OTTERDIJK et al (2011). O termo Cadeia do Frio é utilizado há três décadas, e refere-se à integração dos elos de produção e logística de um produto, preservando suas condições de refrigeração e consequentemente sua boa conservação para uso. A cadeia inclui ambientes refrigerados e climatizados, o controle de temperaturas em transporte e também na estocagem. Para que possa garantir a eficiência dos processos para que toda a cadeia do frio esteja assegurada é preciso ter um controle e monitoramento constantes, gestão, método e infraestrutura, integração, sincronização e visibilidade na cadeia do frio e atender as normas e regulamentos da legislação. Contaminação de alimentos Segundo EVANGELISTA (2008) a causa de contaminação é caracterizada pela falta de asseio, a exposição ao ar livre de alimentos preparados para servir, a manutenção de produtos em sítios onde se tornam corruptos, a permanência de sujidades e de lixos nos locais e imediações de recintos de produção e guarda de comestíveis, a presença de animais e de portadores de ferimentos e enfermidades infecciosas e por fim instalações deficiência e mal cuidado. Contaminação biológica Em condições normais, quando seu estado in natura os alimentos apresentam ausência ou reduzida carga de microrganismos prejudiciais. Como perigos microbiológicos destacam-se: vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos que venham contaminar os alimentos em sua origem ou durante seu processamento. Vale salientar, que os perigos microbiológicos são as principais causas de contaminação dos alimentos e que os manipuladores de alimentos constituem a origem do problema e são grandes responsáveis pela contaminação microbiológica dos alimentos, (SILVA, 2012). Para se multiplicar os micro-organismos necessitam de calor, principalmente fungos e bactérias, a temperatura ideal para as bactérias se multiplicarem se situa entre 5°C e 65°C; alimento e umidade, as bactérias preferem alimentos com alto teor de proteínas como carnes e também com muita água livre, ou seja, sem a presença de sal, açúcar, ácidos ou outros conservantes. Contaminação física Segundo SILVA (2012) os perigos físicos são aqueles provocados por materiais que podem machucar o consumidor do alimento, são exemplos: pregos, pedaços de plástico, fragmentos de ossos, pedaços de vidros, pedras, fragmentos de utensílios utilizados na preparação do alimento e fragmentos das embalagens dos alimentos, entre outros. Este tipo de contaminação é bem comum no manuseio dos alimentos, onde a impureza no meio em que os produtos estão sendo processados. Esta impureza pode vim a danificar o alimento assim abrindo espaço para a contaminação. Contaminação química Os perigos químicos são aqueles advindos da adição de substâncias tóxicas, em excesso, utilizadas na higienização e sanitização de equipamentos e utensílios usados, da utilização de diluições em desacordo àquelas recomendadas pelo fabricante e pela incorporação de aditivos, metais pesados, antibióticos e praguicidas às matérias-primas, (SILVA, 2012). A contaminação química está ligada aos produtos químicos utilizados na cadeia do produto. Esses produtos muitas vezes são utilizados para combater outro meio de contaminação, e para os alimentos que foram utilizados produtos químico deve se ter um cuidado maior para que não venha a prejudicar a qualidade do produto.
Cadeia logística do frio: um estudo da qualidade em portos secos brasileiros. 2011. Disponível em <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_WIC_113_741_16040.pdf>. Acesso em: 29 de março de 2019. EVANGELISTA. José. Tecnologia de alimentos. Ed. Atheneu, 2008. FELLOWS, P.J. Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e práticas. Tradução florencia Cladera Oliveira [et al.] – 2. Ed. Artmed – Porto Alegre 2006. LINO, Gessica Cristina de Lima; LINO, Thiago Henrique de Lima. Congelamento e refrigeração. 2014. Disponível em <http://paginapessoal.utfpr.edu.br/lopesvieira/operacoes- unitarias/trabalhos/turma-2013-2/refrigeracao-e- congelamento/refrigeracao%20e%20congelamento.pdf/at_download/file>. Acesso em: 29 de março de 2019. OTTERDIJK, Robert van; MEYBECK, Alexandre. Global food losses and food waste. 2011. Disponível em <http://www.fao.org/3/mb060e/mb060e00.pdf>. Acesso em 30 de março de 2019. PEREIRE, Daniela. Importância da cadeia de frios na segurança alimentar de produtos congelados e resfriados. 2011. Disponível em <http://www.esac.pt/noronha/MEAL_Seg_Alimem/10_11/Trabalho%20Daniela_Exame.pdf> Acesso em: 29 de março de 2019. SILVA, Gerson Brião da. Entendendo a cadeia do frio. Disponível em <http://cadeiadofrio.com.br/entenda/>. Acesso em 30 de março de 2019. SILVA, Rosalina Aparecida da. Ciência do alimento: contaminação, manipulação e conservação dos alimentos. 2012. Disponivel em <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2526/1/MD_ENSCIE_III_2012_67.pdf>. Acesso em 30 de março de 2019.