Sei sulla pagina 1di 114

Universidade Metodista de Angola

Faculdade de Engenharia
Departamento de Construção Civil

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Mecânica de Solos e Fundações II
Ano: 4ro

Professor: Dr. Silva Pereira Ginga (PhD)


Ano lectivo: 2018
Capítulo II
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DOS SOLOS

2.1 Introdução ao problema da resistência ao cisalhamento dos solos


2.2 Parcelas da Resistência dos Solos
2.3 Estados de tensões e deformações planas
2.4 Critérios de Rupturas

Karl Von Terzaghi é internacionalmente reconhecido como o fundador da


mecânica dos solos, pois seu trabalho sobre adensamento de solos é considerado
o marco inicial deste novo ramo da ciência na engenharia
INTRODUÇÃO
•A resistência de qualquer material é a maior tensão que o mesmo pode
suportar. Se a tensão aplicada excede a sua resistência, a ruptura acontece.

•Na prática, as tensões de trabalho deverão ser substancialmente menores


que as máximas que cada material pode resistir, o que provê o fator de
segurança contra a ruptura.

•Vários materiais empregados na construção civil resistem bem a tensões de


compressão, porém têm uma capacidade bastante limitada de suportar
tensões de tração e de cisalhamento, como ocorre com o concreto e também
com os solos.
•Por causa da natureza friccional dos solos, pode-se mostrar que a ruptura
dos mesmos se dá preferencialmente por cisalhamento, em planos onde a
razão entre a tensão cisalhante e a tensão normal atinge um valor crítico
(Planos de ruptura) e ocorrem em inclinações tais, que são função dos
parâmetros de resistência do solo.
INTRODUÇÃO
•As deformações em um maciço de terra são devidas principalmente
aos deslocamentos relativos que ocorrem nos contatos entre as
partículas do solo, de modo que, na maioria dos casos, as deformações
que ocorrem dentro das partículas do solo podem ser desprezadas,
considerando-se que a água e as partículas sólidas são
incompressíveis.

•As tensões cisalhantes são a principal causa do movimento relativo


entre as partículas do solo. Por estas razões, quando se refere à
resistência dos solos, implicitamente trata-se de sua resistência ao
cisalhamento.

•A resistência do solo forma, juntamente com a permeabilidade e a


compressibilidade, o suporte básico para resolução dos problemas
práticos da engenharia geotécnica.
Conceitos
Resistência ao cisalhamento do solo: define-se como a tensão cisalhante
que ocorre no plano de ruptura no instante da ruptura.
A ruptura em si é caracterizada pela formação de
uma superfície de cisalhamento contínua na massa
de solo.
•Existe portanto, uma camada de solo em torno da
superfície de cisalhamento que perde suas
características durante o processo de ruptura,
formando assim a zona cisalhada

Exemplo de ruptura de solos de encostas


Metodologia seguida na analise da estabilidade de uma
determinada estrutura
Importância da resistência ao cisalhamento dos solos na analise
dos problemas de engenharia:
• Dentre os problemas usuais em que é necessário conhecer a resistência
do solo, destacam-se:

• Capacidade de carga em fundações superficiais e profundas


• Estabilidade de taludes em barragens e aterros
• Pressão lateral (empuxos) de terra em muros de contenção, etc.
• Escavações de túneis e as camadas de pavimentos rodoviários
Importância da resistência ao cisalhamento dos solos na analise
dos problemas de engenharia:
Importância da resistência ao cisalhamento dos solos na analise
dos problemas de engenharia:
Parcelas da Resistência dos Solos
• Diferente do que acontece com a maioria dos materiais, o mecanismo
físico que controla a resistência no solo é muito diferente, pois o solo é
um material particulado. Dessa forma, a ruptura por cisalhamento ocorre
quando as tensões entre as partículas são tais que deslizam ou rolam
umas sobre as outras
• Portanto, se pode dizer que a resistência ao cisalhamento depende da
interação entre as partículas, e esta interação pode ser dividida em duas
categorias ou Parcelas:

a. Resistência friccional (de atrito) e


b. Resistência coesiva (coesão).

• Quer dizer depende de dois parâmetros: atrito e coesão.


Parcelas da Resistência dos Solos
• A resistência friccional (Atrito) é função da interação entre duas
superfícies na região de contato. A parcela da resistência devido ao atrito
pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o problema
de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal

Sendo- N: a força vertical transmitida pelo corpo,


T: a força horizontal necessária para provocar o deslizamento do
corpo, e deverá ser superior a N.μ,
μ: é o coeficiente de atrito na interface entre os dois materiais
onde μ = tan φ φ = ângulo de atrito, o ângulo formado entre
a resultante das duas forças com a normal N. Nos solos, é
denominado ângulo de atrito interno.
Parcelas da Resistência dos Solos
onde μ = tan φ
φ: ângulo de atrito interno (ângulo formado entre a
resultante das duas forças com a normal N)
σ: é a tensão normal
τ: é a tensão de cisalhamento
τ = σ . tg φ

 Atrito
• Enquanto no atrito simples de escorregamento entre os sólidos o
ângulo de atrito “φ” é praticamente constante, o mesmo não ocorre
com os materiais granulares, em que as forças atuantes,
modificando sua compacidade, mudam o ângulo de atrito “φ”, para
um mesmo solo.
• Portanto, o ângulo de atrito interno do solo depende do tipo de
material, e para um mesmo material, depende de diversos
factores (densidade, rugosidade, forma, etc.).
Parcelas da Resistência dos Solos
 Atrito
• Ex.: para uma mesma areia o ângulo de atrito no estado compacto
é maior do que no estado fofo (φ densa > φ fofa).
Parcelas da Resistência dos Solos
A Resistência Coesiva: COESÃO REAL e COESÃO APARENTE
• A resistência ao cisalhamento do solos é essencialmente devido ao atrito,
entretanto, a atração química entre partículas podem provocar a existência
de uma coesão real
• COESÃO REAL (verdadeira): é a parcela da resistência ao cisalhamento de
solos dependendo da mineralogia do solo, da atração química que pode
haver entre essas partículas, e que é capaz de ocasionar uma resistência que
independe da tensão normal actuante no plano de cisalhamento

Deve-se a atração iônica + cimentação + tensões residuais  influenciam


bastante nos solos pedologicamente evoluídos

• Várias fontes podem dar origem à coesão em um solo. A cimentação entre


partículas proporcionada por carbonatos, sílica, óxidos de ferro, dentre outras
substâncias, responde muitas vezes por altos valores de coesão.

• O efeito é análogo à existência de uma cola entre duas superfícies em contacto.


Parcelas da Resistência dos Solos

Transmissão de forças entre partículas de solos coesivos.


Parcelas da Resistência dos Solos
• COESÃO APARENTE: é uma parcela da resistência ao cisalhamento de
solos húmidos, não saturados, que não tem sua origem na cimentação e
nem nas forças intrínsecas de atração.

• Esse tipo de coesão deve-se ao efeito de capilaridade na água intersticial.


A pressão neutra negativa atrai as partículas gerando novamente um
fenômeno de atrito, visto que ela origina uma tensão efetiva normal entre
as mesmas. Saturando-se totalmente o solo, ou secando-o por inteiro,
esta parcela desaparece, dando o nome de aparente. A sua intensidade
cresce com a diminuição do tamanho das partículas. A coesão aparente
pode ser uma parcela bastante considerável da resistência ao
cisalhamento do solo, principalmente nos solos argilosos e/ou siltosos

• Segundo Vargas (1977), de uma forma intuitiva, a coesão é aquela


resistência que a fração argilosa empresta ao solo, pelo qual ele se torna
capaz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou pode ser
cortado em formas diversas e manter esta forma. Os solos que têm essa
propriedade chamam-se coesivos. Os solos não-coesivos, que são areias
puras e pedregulhos, desfazem-se facilmente ao serem cortados ou
escavados.
Parcelas da Resistência dos Solos
• Coesão
Suponha que a superfície de contato entre os corpos, na Figura abaixo
esteja colada. Na situação quando N = 0, existe uma parcela da
resistência ao cisalhamento entre as partículas que é independente
da força normal aplicada. Esta parcela é definida como coesão
verdadeira

• A coesão é uma característica típica de solos muito finos (siltes


plásticos e argilas) e tem-se constatado que ela aumenta com: a
quantidade de argila e atividade coloidal (Ac); relação de pré-
adensamento; diminuição da humidade.
Resistência dos Solos
• Nos solos estão presentes os fenômenos de atrito e coesão,
portanto, Determina-se a resistência ao cisalhamento dos solos (τ),
levando em consideração a parcela referente ao atrito e a coesão.

onde “τ” é a resistência ao cisalhamento do solo, "c" a coesão ou intercepto


de coesão, "σ" a tensão normal vertical e "φ" o ângulo de atrito interno
do solo

• Como princípio geral, deve ser fixado que o fenômeno de cisalhamento é


basicamente um fenômeno de atrito e que, portanto, a resistência ao
cisalhamento dos solos depende, predominantemente, da tensão
normal ao plano de cisalhamento.
Tensões no Solos
Em qualquer ponto da massa do solo existem três planos ortogonais onde
as tensões cisalhantes são nulas. Estes planos são chamados “planos
principais de tensões”. Portanto, as tensões normais recebem o nome de
tensões principais, onde a maior das tensões atuantes é chamada tensão
principal maior (σ1), a menor é chamada tensão principal menor (σ3), e a
terceira é chamada tensão principal intermediária (σ2).
Tensões no Solos

A maior parte dos problemas de Mecânica dos Solos permitem


soluções considerando um estado de tensões no plano, isto é,
trabalha-se com um estado plano de tensões ou estado duplo de
tensões. Admitindo-se esta simplificação, trabalha-se somente com
as tensões atuantes em duas dimensões. Mais especificamente
procura-se o estado de tensões no plano que contêm as tensões
principais σ1 e σ3.
Critérios de Ruptura dos Solos
• São formulações que visam refletir as condições em que ocorre a ruptura
dos materiais

Ruptura: poderia definir – se como a máxima tensão a qual um determinado


material pode suportar, ou, a tensão apresentada pelo material para um nível
de deformação suficientemente grande para caracterizar uma condição de
ruptura do mesmo
Pode-se dizer que um critério é satisfatório quando ele reproduz com certa
fidelidade o comportamento do material em consideração (Sousa Pinto,
2003).
A análise do estado de tensões que provoca a ruptura de um terreno é o
estudo da resistência ao cisalhamento dos solos.

Principais critérios empregados na engenharia geotécnica:

 Critério de Coulomb
 Critério de Mohr
 Critério de Mohr-Coulomb
Critérios de Ruptura dos Solos
I. Critério de Coulomb: “não há ruptura se a tensão de cisalhamento não
ultrapassar um valor dado pela equação c + σ. μ, sendo c (coesão) e μ
(coeficiente de atrito) são constantes do material, σ a tensão normal
atuando no plano de cisalhamento e φ ângulo de atrito interno do solo ”.
Donde μ = tan φ

I. Critério de Möhr: “não há ruptura enquanto o círculo representativo do


estado de tensões se encontrar no interior de uma curva, que é a
envoltória dos círculos relativos a estados de ruptura, observados
experimentalmente para o material”.
Critérios de Ruptura dos Solos

• Observe: o círculo A se encontra num estado de tensão tangente à envoltória,


em que há ruptura.

• Enquanto que o estado de tensões que gera o círculo B não provoca a ruptura
do material.

• Como envoltórias curvas são de difícil aplicação, as envoltórias de Möhr são


frequentemente substituídas por rectas que melhor se ajustam à envoltória.

• Dessa maneira, o critério de Möhr se assemelha ao de Coulomb, fazendo com


que ele passasse a ser denominado critério de Möhr-Coulomb.
Critérios de Ruptura dos Solos
O critério de Möhr-Coulomb: indica a forte influência da tensão normal
actuando no plano de ruptura.
Observando-se a Figura abaixo, verifica-se que a tensão normal representada
pelo segmento AD propicia uma resistência ao cisalhamento maior que a
proporcionada pelo segmento AB. Por essa razão, a ruptura acontece para uma
tensão cisalhante menor (representada pelo segmento BC) do que a tensão
cisalhante máxima (segmento DE).
Geotecnia II Critérios de ruptura mohr-coulomb

27
CÍRCULO DE MOHR
É possível determinar as Tensões em qualquer plano; desde que
se conheças as duas Tensões Principais (σv e σh) ou as Tensões
Normais e de Cisalhamento em dois planos quaisquer

Raio  Máx. τ  α = 45º

Coordenadas do Centro
Geotecnia II

α  ângulo que forma o Plano Considerado e o Plano


Principal maior (σ1)
28
CÍRCULO DE MOHR – Trajetória de Tensões

Curva I: confinante constante e axial crescente. Curva III: confinante decrescente e


Curva II: confinante decrescente e axial axial crescente com iguais valores
constante. absolutos.
Curva IV: confinante e
axial crescentes numa razão
Geotecnia II

constante.
Curva V: confinante e
axial variáveis em razões diversas.

29
Critérios de Ruptura dos Solos
• Na análise de estabilidade de um maciço de terra natural ou
compactado (Ex: uma barragem de terra) interessa o estudo da
acção das forças activas e reativas (lei da ação e reação)

• Forças activas: são decorrentes de ações externas, tais como o peso


próprio, o empuxo da água ou uma sobrecarga qualquer.

• Forças reactivas: estão intimamente ligadas à capacidade que um solo


tem de reagir quando solicitado pelas forças externas, que deriva de suas
propriedades geotécnicas.

• A reação do solo é uma resposta de sua resistência ao cisalhamento


(τ), expressa pela Lei de Möhr-Coulomb:
Critérios de Ruptura dos Solos
• Como resultado, para que não ocorra a ruptura, é necessário que a
tensão de cisalhamento que actua (τatua) seja inferior à resistência ao
cisalhamento do solo (τ).

Para que não ocorra a ruptura: τatua ˂ τ


• A relação entre ambas representa o coeficiente de segurança contra a
ruptura por cisalhamento, F:

• OBS: Quanto mais próximo de 1,0 estiver F, mais próximo o maciço


estará da ruptura.
• Comumente, em obras de terra, tais como barragens, muros de arrimo e
taludes em geral, se adota para F valores entre 1,3 e 1,5.
Critérios de Mohr-Coulomb
• O diagrama de Mohr, apresenta o estado de tensões em torno de
um ponto da massa de solo.

• A resistência ao cisalhamento do solo (τ), é determinada realizando


ensaios com diferentes valores de σ3, levando-se σ1 até a ruptura
Critérios de Mohr-Coulomb
• Cada círculo de Mohr representa o estado de tensões na ruptura
de cada ensaio. A linha que tangência estes círculos é definida
como envoltória de ruptura de Mohr. A envoltória de Mohr é
geralmente curva, embora com freqüência ela seja associada a
uma reta. Esta simplificação deve-se a Coulomb, e permite o
cálculo da resistência ao cisalhamento do solo conforme a
expressão já definida anteriormente:
Critérios de Mohr-Coulomb
• Para melhor compreensão do conceito de envoltória de ruptura,
apresenta-se quatro estados de tensões associados a um ponto

.
Critérios de Mohr-Coulomb

.
Critérios de Mohr-Coulomb

.
Critérios de Mohr-Coulomb

.
Ensaios de Cisalhamento
• São três os mais comuns ensaios empregados para determinação
da resistência ao cisalhamento dos solos:

 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRECTO,


.
 ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES E O

 ENSAIO TRIAXIAL
Ensaios de Cisalhamento

 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRECTO


• Constitui-se no mais antigo procedimento empregado para a estimativa
da resistência ao cisalhamento dos solos, e é um procedimento
inteiramente baseado no critério de Coulomb.
• O princípio do ensaio é extremamente simples: aplica-se inicialmente
uma tensão normal (vertical), P/A, à amostra e verifica-se o valor da
.
tensão de cisalhamento (T/A) que provoca a ruptura, onde A é a área da
amostra
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRECTO
• Para realizar o ensaio, um corpo de prova circular (diâmetro de 60 mm ou
100 mm) ou quadrado (largura de 60 mm ou 100 mm), com 25 mm de
espessura, é colocado parcialmente numa caixa de cisalhamento,
bipartida.
• Aplica-se inicialmente uma força vertical P e a seguir, sob uma
determinada velocidade imposta pela parte inferior da caixa, é medida a
força horizontal,. T. O valor de T vai crescendo, e, simultaneamente
também é medido o deslocamento horizontal da parte superior da caixa
em relação à inferior

• A tensão de cisalhamento (τ) é geralmente representada em função do


deslocamento horizontal (δH), medido no sentido do cisalhamento.
• O deslocamento vertical durante o ensaio é também registrado, cujo
parâmetro indica se a amostra de solo está se deformando positivamente
(compressão) ou se ocorre expansão, deslocamento negativo
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRECTO
• Uma das questões que gera críticas ao ensaio diz respeito ao
controle da drenagem do corpo de prova, que é muito difícil de
realizar, pois não há como impedi-la.
• Dessa forma, admite-se que ensaios feitos com amostras de areias
são sempre de forma que as pressões neutras se dissipem, ou
seja, ensaios drenados. Neste caso, as tensões são sempre
efetivas. .

• Com argilas, podem-se realizar ensaios drenados, aplicando-se


uma baixa velocidade à máquina, ou não drenados, com alta
velocidade de cisalhamento.
• No caso de amostras de areias, o ensaio é lento (tipicamente
0,1mm/min) e
• No caso de argilas , o ensaio é rápido (ou não drenado), com
velocidades tipicamente na faixa de 0,5 a 1 mm/min. As tensões
neste caso são totais
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRECTO
• O ensaio de cisalhamento direto pode, em principio, ser do tipo: ensaio
rápido, ensaio adensado rápido e ensaio lento

 Ensaio de cisalhamento direto rápido - esse se caracteriza pela aplicação


simultânea inicial da tensão normal (σ) constante e cisalhante (τ) que
deverá aumentar gradativamente até a ruptura do corpo de prova.

 Ensaio de cisalhamento
. direto adensado rápido - aplica-se a tensão
normal (σ) e após a estabilização das deformações verticais devido à essa
tensão que será mantida constante sobre o corpo de prova, aplica-se a
tensão cisalhante (τ), crescente até a ruptura.

 Ensaio de cisalhamento direto lento - a tensão normal (σ) é aplicada e,


após o adensamento da amostra, a tensão cisalhante (τ) é aplicada,
gradativamente, até a ruptura (permitindo dissipação das pressões
neutras), com uma diferença fundamental dos ensaios rápido e adensado
rápido, a velocidade de aplicação da tensão cisalhante (τ) e/ou a
velocidade de deformação do corpo de prova devem ser mínimas, da
ordem de 10 mm/min.
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRECTO

.
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES (NÃO CONFINADA)
• O ensaio de compressão simples visa a determinação da resistência
à compressão não confinada (ou simples) de corpos de prova
constituídos por solos coesivos, mediante aplicação de carga axial
com controle de deformação.

• Tais corpos de prova podem ser indeformados ou obtidos por


compactação ou mesmo por remoldagem.
• Os valores resultantes da aplicação deste ensaio correspondem à
resistência de solos coesivos em termos de tensões totais. Este
tipo de ensaio se aplica a solos coesivos que não expulsam água
durante a fase de carregamento do ensaio e que retém uma
resistência após o alívio das pressões confinantes de campo, tais
como argilas ou solos cimentados saturados.
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES (NÃO CONFINADA)
• O equipamento de compressão pode ser uma prensa hidráulica, de
engrenagem ou qualquer outro equipamento de compressão com
capacidade e controle suficientes para fornecer a velocidade de
deslocamento necessária

O carregamento deve ser aplicado de maneira a


se obter uma velocidade de deformação axial
específica constante. Os valores de carga,
deslocamento e tempo devem ser registrados,
com intervalos adequados para definir a forma
da curva tensão-deformação. O carregamento
deve prosseguir até que os valores de carga
aplicada diminuam com a evolução dos
deslocamentos ou então até se obtenha 15% de
deformação axial específica.
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO SIMPLES (NÃO CONFINADA)
• O resultado do ensaio de compressão simples indica a resistência ao
cisalhamento do solo para baixas tensões totais, considerada
simplificadamente como a metade da tensão desviadora máxima
Esta resistência é
devida à eventual
cimentação, que
geralmente varia
pouco com a
humidade, e à sucção
(no caso de solos não
saturados
– compactados,
colapsíveis ou
expansivos
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
• É o ensaio mais completo e versátil, do ponto de vista teórico (com
relação à aplicação de tensões e ao controle de drenagem), e o mais
utilizado para a determinação dos parâmetros de resistência ao
cisalhamento dos solos.

• O ensaio de compressão triaxial tem alguma semelhança com o ensaio de


compressão simples, porém, difere daquele por causa da amostra ser
inicialmente submetida a um estado de pressão hidrostática.
• Para isso, um corpo de prova cilíndrico é envolto por uma membrana
impermeável (de látex) e colocado no interior da câmara triaxial, que, por
sua vez é completamente preenchida com água, o que permitirá através
de um sistema pneumático a aplicação de uma pressão confinante
• Em seguida, é imposto um carregamento axial sobre o corpo de prova
(Δσ1), o qual aplicado de maneira crescente até atingir-se a ruptura.

• A pressão hidrostática inicialmente aplicada à amostra é comumente


denominada pressão confinante ou de confinamento, representada por
σc (= σ3).
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)

Inicialmente, o corpo de prova é submetido a uma tensão confinante (σc)


igualmente distribuída em toda a superfície do corpo de prova (solicitação
isotrópica de tensão). A seguir, aplica-se um incremento de tensão desviadora
(Δσd), através de um pistão metálico, até a ruptura da amostra (solicitação axi-
simétrica de tensão, σ2 = σ1 ou σ2 = σ3).

Como não existem tensões de cisalhamento na superfície do corpo de prova, as


tensões axiais (σc + Δσd) e de confinamento (σc), são respectivamente as tensões
principais maior "σ1 " e menor "σ3". O incremento de tensão Δσd = σ1 - σ3 é
chamado tensão desviadora.
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
• a deformação vertical (diminuição de altura) do corpo de prova,
que ao ser dividida pela altura inicial dá origem à deformação
vertical específica (ε1). A tensão causada pelo carregamento axial é
denominada tensão desviadora ou tensão desvio (σd = σ1 – σ3),
sendo σ1 e σ3 as tensões principais maior e menor,
respectivamente.
ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
• Cada uma das fases deste ensaio pode ser realizada permitindo-se ou não a
drenagem do corpo de prova. Existem três formas clássicas de se realizar o
ensaio triaxial, conforme as condições de drenagem
Dependendo das condições de drenagem, os ensaios podem ser classificados como:
 Ensaio adensado e drenado (CD ou CID) - consolidated drained, ou
ensaio S (Slow – lento)
• Neste ensaio há permanente drenagem do corpo de prova. Aplica-se a
tensão confinante (σc) e espera-se o corpo de prova adensar (24 a 48 horas).
A seguir, a tensão axial (σd) é aplicada lentamente, permitindo a dissipação
do excesso de pressão neutra (u) gerada pelo carregamento (até uma
semana). Desta maneira a pressão neutra durante o carregamento
permanece nula e as tensões totais medidas são às tensões efetivas.
• Na fase de adensamento, são apresentadas as curvas tensão confinante,
pressão neutra e variação de volume por tempo. Na fase de cisalhamento,
são apresentadas as curvas tensão desviadora, pressão neutra e variação
volumétrica por deformação axial (εa). Sendo "εa" a razão entre a variação
de altura da amostra (εh) e sua altura inicial (hi).
Curvas típicas do ensaio
adensado, drenado.
Ensaios de Cisalhamento
 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
 Ensaio adensado não drenado (CU ou CIU ) - consolidated
undrained, ou ensaio R (rapid - rápido -pré-adensado)
• Aplica-se a tensão de confinamento permitindo-se a drenagem do
corpo de prova (adensamento), até a completa dissipação do
excesso de pressão neutra gerada pela aplicação da tensão
confinante. Fecham-se os registros do canal de drenagem e aplica-
se a tensão axial (desviadora) até a ruptura, medindo-se as
pressões neutras geradas pelo carregamento (o teor de humidade
permanece constante na fase de cisalhamento).
• As pressões medidas são as tensões totais (σ), e com a obtenção da
pressão neutra (u), determina-se as tensões efetivas pela
expressão: σ' = σ – u.
Ensaios de Cisalhamento
• ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)

 Ensaio não adensado não drenado (UU) - unconsolidated


undrained, ou ensaio Q (quick - rápido)
• Neste ensaio aplica-se a tensão confinante e o carregamento axial até a
ruptura do corpo de prova sem permitir qualquer drenagem. O teor de
humidade permanece constante e pode-se medir as pressões neutras
(tensões totais e efetivas).
Ensaios de Cisalhamento
• ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
 Ensaio não adensado não drenado (UU) - unconsolidated
undrained, ou ensaio Q (quick - rápido)

• OBS: Se o solo está saturado, a geração de poropressão terá o


mesmo valor da tensão confinante aplicada, não havendo,
portanto, variação no valor da tensão efetiva antes do
cisalhamento.
Ensaios de Cisalhamento
• ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)
 Ensaio não adensado não drenado (UU) –

• Na etapa de cisalhamento, os círculos de tensão total serão


diferentes, pois se iniciam em níveis de tensão diferentes.
Entretanto os círculos efetivos serão coincidentes
Ensaios de Cisalhamento
• ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL (CONFINADA)

 Ensaio não adensado não drenado (UU) - unconsolidated


undrained, ou ensaio Q (quick - rápido)
• Neste ensaio aplica-se a tensão confinante e o carregamento axial até a
ruptura do corpo de prova sem permitir qualquer drenagem. O teor de
humidade permanece constante e pode-se medir as pressões neutras
(tensões totais e efetivas).

• Os ensaios CD, CU e UU têm finalidades específicas.


• Nas areias, cujo comportamento “in situ” é quase sempre drenado, é
utilizado o tipo CD.
• Os ensaios não drenados nas areias visam simular casos de solicitação
transiente, como os terremotos.
• Nas argilas são realizados os três tipos, dependendo da situação que se
quer analisar. O ensaio de cisalhamento direto, como deve ser conduzido
em condições drenadas, deverá ser sempre CD.
Resistência ao cisalhamento das areias e argilas
• SOLICITAÇÕES
Solicitações drenadas :
DRENADAS : Areias
• O objetivo do ensaio de laboratório é estudar o comportamento do solo em
condições similares aquelas encontradas no campo e obter parâmetros que
possam descrever este comportamento.
• Como as areias são materiais muito permeáveis, o excesso de poro-pressão (Δu)
gerado por um carregamento é facilmente dissipado. Por este motivo, a
resistência ao cisalhamento das areias é geralmente investigada por meio de
ensaios adensados drenados (CD).

• utiliza-se dois corpos de prova com diferentes índices de vazios, sendo um no


estado fofo e outro no estado compacto.

para ocorrer o
No estado deslizamento deve-se vencer apenas o atrito entre os grãos
fofo entre partículas

o entrosamento entre as partículas


para ocorrer o levará a um esforço adicional para
No estado provocar um deslizamento, sendo
Compacto deslizamento
necessário um aumento de volume para
entre partículas
que este possa ocorrer (dilatância).
Resistência ao cisalhamento das areias e argilas
• SOLICITAÇÕES DRENADAS : Areias

• A variação de volume do corpo de prova (compressão ou dilatância)


também pode ser representada pela variação do índice de vazios
com a deformação axial
• índice de vazios critico (ecrit): Índice de vazios no qual a areia não
sofre variação de volume (redução ou expansão) com o cisalhamento
Curvas típicas obtidas em ensaios
adensados drenados (CD):

(a) curvas tensão desvio por


deformação axial,

(b) curvas variação de volume por


deformação axial,

(c) curvas índice de vazios por


deformação axial.
Resistência ao cisalhamento das areias e argilas
• Solicitações drenadas : Areias
• A experiência tem demonstrado que a envoltória de resistência de
areias fofas é praticamente uma recta passando pela origem.
• Para areias compactas, a envoltória é curva, mas, para fins
práticos, é possível substituí-la por uma recta, adotando-se o
ângulo de atrito médio para o nível de tensões envolvido em um
problema prático.

•A resistência ao cisalhamento
pode ser expressa na forma:
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - AREIAS
RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DAS AREIAS

 Resistência de areias puras ou com teor muito pequeno de finos


(< 12%)  resistência ao cisalhamento devido contato entre os
grãos minerais.

 Materiais permeáveis (não são geradas pressões neutras nas


solicitações)  condições drenadas  termos de tensões
efetivas

 Areias puras (sem presença de finos ou agentes cimentantes) 


inexiste coesão real.

 Pode ocorrer coesão aparente em areias não saturadas (castelo


de areia).
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - AREIAS
ÍNDICE DE VAZIOS CRÍTICO DAS AREIAS
 Índice de vazios no qual a areia não sofre variação de volume
(redução ou expansão) com o cisalhamento
 ecrit.  Inicialmente redução
de volume; seguido de
aumento de volume; instante
de ruptura (D v = 0)

 Após Ruptura  todas as


amostras tendem ao ecrit
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - AREIAS
FATORES DE INFLUÊNCIA NO ÂNGULO DE ATRITO
a) Compacidade relativa
φ compacta =7 a 10 ͦ ˃ φ fofa
•O entrosamento entre os grãos pode ser caracterizado pela
compacidade ou pelo índice de vazios inicial (e0) da amostra:

•Areia fofa apresentará maior valor de “e0” que o de uma areia


compacta ou densa
e0 a.fofa ˃ e0 a. compacta

b) Forma e rugosidade das partículas


•As parcelas de atrito devidas ao deslizamento e ao rolamento
dependem da forma e rugosidade das partículas que são propriedades
intrínsecas do material ensaiado.
•A dilatância, ao contrário, depende da compacidade, que é função do
estado em que o material está no momento - fofo ou denso.
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - AREIAS
FATORES DE INFLUÊNCIA NO ÂNGULO DE ATRITO

e) Rugosidade dos grãos (maior atrito  maior resistência)

f) Resistência dos grãos  f(composição mineralógica, nível de tensões e


forma e tamanho do grão)

A resistência dos grãos interfere na resistência da areia embora a ruptura


seja concebida como um processo de deslizamento e rolagem dos grãos.

g) Presença de água
Areias saturadas  muito pequena
Areia não saturadas  ganho de resistência – coesão aparente
Resistência dos solos - areias
Fatores de influência no ângulo de atrito

A compacidade de solos granulares

onde “GC” é o grau de compacidade e “e” o índice de vazios.

Correlação entre compacidade de solos granulares, o número de golpes obtidos em


sondagens de percussão e o ângulo de atrito interno.
Outros fatores influenciam na resistência das areias
h) O tamanho das partículas (areias grossas possuem um ângulo de atrito
maior que areias finas),
φ a.grossa ˃ φa. fina
i) A forma dos grãos (areias com grãos angulares apresentam maior
resistência que aquelas que possuem grãos de forma regular),

φ g. angulares ˃ φg. arredondados


j) A distribuição granulométrica (quanto mais bem distribuídas
granulometricamente as areias melhor o entrosamento existente e
consequentemente maior o ângulo de atrito).

φ a.bem graduada ˃ φa. uniforme


Resistência dos solos - areias

71
Resistência dos solos - argilas
Os ensaios CD em argilas simulam problemas de engenharia
analisados a longo prazo, como fundações, escavações, aterros, etc.

Em análises a longo prazo, os parâmetros de resistência serão função


das tensões efetivas finais obtidas após a completa dissipação do
excesso de poro-pressão gerado pelo carregamento

72
Resistência dos solos - argilas
•Analisando-se as curvas tensão por deformação, verifica-se que o
pré-adensamento aumenta a resistência ao cisalhamento dos solos e
diminui sua compressibilidade.

(a) (b)

Resultados de ensaios triaxiais adensados drenados em argilas: (a) curvas tensão desvio
por deformação axial, (b) curvas variação volumétrica por deformação axial.

Para argilas normalmente adensadas, a envoltória de resistência e uma reta passando pela
origem,

73
Resistência dos solos - argilas
Para argilas normalmente adensadas (NA), a envoltória de resistência e
uma reta passando pela origem, a resistência ao cisalhamento calculando-
se segundo a expressão

Para argilas pré-adensadas (PA), a envoltória é curva, podendo ser


substituída por uma recta na solução de problemas práticos, utilizando-se a
expressão

74
Resistência dos solos - argilas
Em argilas normalmente adensadas (NA) o ângulo de atrito efetivo é
muito variável, não existindo boas correlações, mas verifica-se que o
ângulo de atrito tende a ser menor quanto mais plástico e o solo.

Correlação entre o ângulo de atrito interno efetivo e o índice de plasticidade em argilas


normalmente adensadas

75
Resistência dos solos
SOLICITAÇÕES NÃO DRENADAS :
Quando um carregamento é aplicado em uma massa de solo saturada,
ocorrem variações de tensões totais nas vizinhanças do local de aplicação da
carga. Estas variações de tensões totais geram excessos de poro-pressão.

•Para solos de alta permeabilidade (areias), a drenagem ocorre rapidamente,


dissipando o excesso de poro-pressão tão logo o carregamento é aplicado.

•Para solos de baixa permeabilidade (argilas), é comum que quase nenhuma


dissipação ocorra durante a aplicação da carga.

Em carregamentos não drenados, tudo se passa como se a aplicação da


carga fosse instantânea, não havendo variação de volume devido à drenagem
de um elemento genérico da massa do solo
Em obras de duração relativamente curta (aterros construídos rapidamente,
escavações, aterros de barragens homogêneas, etc.) com drenagem
impedida, caracteriza uma solicitação representada pelos ensaios adensados
não drenados (CU) e por ensaios não adensados não drenados (UU).
76
Resistência dos solos
SOLOS ADENSADOS NÃO DRENADOS (CU)
Argilas normalmente adensadas (NA) (OCR = 1,0)
Uma amostra de argila saturada cisalhada em condições não drenadas
deforma-se sem variação de volume, devido à incompressibilidade dos
materiais que compõem a amostra (água e grãos)

Curvas típicas do
ensaio CU para solos
normalmente
adensados

77
Resistência dos solos
SOLOS ADENSADOS NÃO DRENADOS (CU)

78
Resistência dos solos
SOLOS ADENSADOS NÃO DRENADOS (CU)
Argilas Pré- adensadas (PA) (OCR > 1,0)
ume (compressão), uma dilatação, ou seja, uma absorção de água pela
amostra. Portanto, em carregamentos não drenados é razoável esperar que
surjam poro-pressões negativas, devido a tendência de aumento de volume
do corpo de prova.

Curvas típicas do ensaio CU


para solos pré-adensados:
(a) tensão desviadora por
deformação axial, (b) pressão
neutra por deformação axial,
(c) variação de volume por
deformação axial. 79
Resistência dos solos
SOLOS ADENSADOS NÃO DRENADOS (CU)
Argilas Pré- adensadas (PA) (OCR > 1,0)
A envoltória em termos de tensões efetivas é praticamente igual à
obtida em ensaios CD.
Ou

80
Resistência dos solos
SOLOS ADENSADOS NÃO DRENADOS (CU): Argilas Pré- adensadas (PA) (OCR > 1,0)

81
Resistência dos solos
SOLOS NÃO DRENADOS (ENSAIO UU)
•É um método simplificado para se verificar o comportamento de solos de
baixa permeabilidade e saturado (argilas), quando submetidos a uma
solicitação quase instantânea, através de tensões totais denominado método
φ = 0 (SKEMPTON, 1948).

•O ensaio UU (não drenado não adensado) é realizado sem permitir a


drenagem em qualquer estágio do carregamento (fase de adensamento e
cisalhamento).

•Portanto, determina-se a resistência ao cisalhamento não-drenado (Su ou


Cu), mantendo-se inalteradas as condições de campo do solo no ínicio do
ensaio (índice de vazios e teor de umidade).
•Em solicitações não drenadas, as tensões efetivas em uma amostra saturada
permanecem constantes após a aplicação da tensão confinante,
independente do seu valor, pois qualquer aumento na tensão confinante
resulta em igual acréscimo de poro-pressão .

83
Resistência dos solos
SOLOS NÃO DRENADOS (ENSAIO UU)
•Conforme a formulação de Skempton

Para uma solicitação isotrópica (Δσd = 0) e em solos saturados B é igual


a 1,0, portanto:

84
Resistência dos solos
SOLOS NÃO DRENADOS (ENSAIO UU)
•Como as tensões efetivas são independentes da tensão confinante,
uma bateria de ensaios realizados a diferentes valores de tensão
confinante (σc) resultam nos mesmos valores de tensão desviadora na
ruptura.

•Sendo a envoltória de resistência horizontal (envoltória fictícia), isto e,


φu = 0 e a resistência ao cisalhamento, S = Su .

85
APLICAÇÕES DOS ENSAIOS DE CISALHAMENTO NA PRÁTICA)

89
APLICAÇÕES DOS ENSAIOS DE CISALHAMENTO NA PRÁTICA)

90
CAMINHOS DE ESTADOS DE TENSÕES DE UM SOLO
(Trajetória de tensões )

91
(Trajetória de tensões )
Define-se por:

Caminho de tensões: o lugar geométrico dos pontos do plano p’


x q’ que representa a história dos estados de tensão a que um
elemento de solo se submeteu durante um carregamento.

Como existem os estados de tensões efetivas e totais, existem,


como consequência, os caminhos de tensões efetivas e os caminhos
de tensões totais.

Para detalhar os caminhos de tensões totais e tensões efetivas


podem-se utilizar os parâmetros p, p’, q e q’. Tais parâmetros dão as
componentes de tensão num plano inclinado de 45° em relação às
direções principais, o que permite “visualizar” melhor o estado de
tensões.
92
Para recordar …
As tensões de cisalhamento em qualquer plano são independentes da
poro-pressão, pois a água não transmite esforços de cisalhamento. As
tensões de cisalhamento são devidas somente à diferença entre as tensões
normais principais e esta diferença é a mesma, tanto quanto se consideram
as tensões efetivas como as tensões totais
Caminho ou Trajetória de tensões
Quando as duas tensões principais variam juntas, esta representação torna-se
confusa em alguns casos.

Uma forma simplificada de se representar as diversas fases de carregamento,


consiste em escolher exclusivamente os pontos de maior tensão de cada círculo,
pontos 1, 2 e 3.

Estes pontos, que tem como coordenadas p e q, ao serem ligados constituem a


representação gráfica do caminho de tensões.

a) b)

94
Caminho ou Trajetória de tensões

a) b)

p: tensão normal e q: tensão cisalhante no plano de máxima tensão


cisalhante.
95
Círculo de mohr – Trajetória de Tensões

Curva I: confinante constante e axial Curva III: confinante decrescente e


crescente. axial crescente com iguais valores
Curva II: confinante decrescente e axial absolutos.
constante. Curva IV: confinante e
axial crescentes numa razão
constante.
Curva V: confinante e
axial variáveis em razões diversas.
Representação de alguns caminhos de tensões
96
(Trajetória de tensões )
Caminhos de tensões efetivas (ESP) típicos em ensaios triaxiais
adensados não drenados de compressão (CIU – C) em argilas com
diferentes histórias de tensões

97
(Trajetória de tensões )
De modo simplificado, um estado de tensões pode ser definido pelos
parâmetros p, p’, q e q’. Os quais são caracterizados por
Estes parâmetros definem a posição
das coordenadas do “topo” do
círculo de Möhr das tensões efetivas
e das tensões totais.

98
(Trajetória de tensões )
Traçados os caminhos de tensão de uma série de ensaios é
possível demonstrar sua envoltória correspondente, representada
pela reta FDI, que é expressa pela equação:

Os coeficientes desta reta, d e β, podem ser correlacionados com os


coeficientes da envoltória de resistência, c e φ

Esquema para
correlação entre a
envoltória aos
círculos de Mohr e
a envoltória aos
caminhos de
tensão (SOUZA
PINTO, 2006)

99
(Trajetória de tensões )

As retas GCH e FDI encontram-se no ponto A. Sendo assim, pela geometria dos triângulos ABD
e ABC obtém-se as relações:

100
(Trajetória de tensões )

101
(Trajetória de tensões )
Nos ensaios a Compressão triaxial (confinados), Inicialmente, o corpo de prova é
submetido a uma tensão confinante (σc) igualmente distribuída em toda a superfície do
corpo de prova (solicitação isotrópica de tensão). A seguir, aplica-se um incremento de
tensão desviadora

1º parte da trajectoria : adensamento hidrostático (q’ = 0)

2 º parte da trajectoria: Cisalhamento

102
CAMINHOS DE ESTADOS DE TENSÕES DE UM SOLO
(Trajetória de tensões )

Frequentemente, são utilizados três caminhos de tensões elementares


(LAMBE, 1967):.

103
(Trajetória de tensões )
Através do método de caminho de tensões também podem ser obtidos
os parâmetros c’ e ϕ’ do solo

104
Resistência dos solos - argilas
Curvas tensão x deformação:

 AREIAS
 independentes para cada (e0)
 carregamentos não resultam em elevadas reduções do (e)
 compactação por meio de vibrações
Geotecnia II

107
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
Curvas tensão x deformação:

 ARGILAS
 Formam-se com elevados (e)
 (e) baixos  f (tensão de pré-adensamento)
 (e0)  f(tensões no solo)
Geotecnia II

108
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
Resistência das Argilas  Baixa permeabilidade
(carregamento drenado ou não drenado)

Carregamento Drenado (CD)


( D volume ≠ 0 e D u = 0)

Carregamento não drenado (CU)


(D volume = 0 e D u ≠ 0)
Geotecnia II

109
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
RESISTÊNCIA DAS ARGILAS  TENSÕES
EFETIVAS

 Ensaios triaxiais drenados (CD)

 Resistência acima das tensões de


Pré Adensamento (reta virgem)

 Resistência abaixo das Tensões de


Pré Adensamento

110
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
ENVOLTÓRIAS DE RESISTÊNCIA

 Até a tensão de PA  comportamento curvo; ganho de resistência


 transformação em reta pelo (c’)

 Após tensão de PA  comportamento reto (prolongamento passa


pela origem)

c‘  intercepto de coesão efetiva

(σPA) elevado  (c‘) elevado

111
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
Valores típicos de resistência das Argilas

Ângulo de atrito  f(constituição)  inverso ao teor de argila

c‘  situa-se entre 05 a 50 kPa

112
COMPARAÇÃO
Comportamento entre AREIA e ARGILAS

Argilas NA  Areias FOFAS


 Lento acréscimo de tensão axial com a deformação
 Diminuição de volume no carregamento

(σ < σPA)
Argilas CONFINADAS  Areias COMPACTAS
 Acréscimos mais rápidos de tensão axial
 Resistência de pico para pequenas deformações
 Queda de resistência após atingir valor máx.
 Aumento de volume no processo de cisalhamento

Razão de Pré Adensamento  e_crítico


 Variação de volume = zero (na ruptura)
113
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
RESISTÊNCIA DAS ARGILAS  TENSÕES
TOTAIS

 Ensaios triaxiais (CU)

 Resistência acima das tensões de


Pré Adensamento (reta virgem)

 Resistência abaixo das Tensões de


Pré Adensamento

114
RESISTÊNCIA DOS SOLOS - ARGILAS
ARGILAS NORMALMENTE ARGILAS PRÉ ADENSADAS
ADENSADAS

115

Potrebbero piacerti anche