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ESBOÇO DE AULA

ASSUNTO: HERMENÊUTICA PARA PREGADORES

Roney Cozzer1

TEXTO BÍBLICO BASE

"Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se
entendesse a leitura" (Neemias 8.8 - ARA2).

INTRODUÇÃO

A Hermenêutica precisa fazer parte da vida do pregador de forma constante. Na verdade,


precisa ser uma atividade inseparável de seu ministério. O pregador ou a pregadora é, num
certo sentido, um(a) hermeneuta, e portanto, altamente responsável por transmitir a Palavra
com fidelidade.

I. PRESSUPOSTOS FUNDAMENTAIS DA HERMENÊUTICA

Para que se entenda a Hermenêutica, seu papel e lugar na Teologia, bem como sua
utilidade à Igreja, é preciso considerar alguns pressupostos básicos com que ela opera.

1.1. O autor

Quais circunstância envolveram a vida do autor daquele dado texto bíblico? Quais as suas
peculiaridades enquanto autor? Essas e outras perguntas importantes sobre o autor
precisam ser consideradas no processo interpretativo.

1
Presbítero na Assembleia de Deus Vida Abundante em Cariacica / ES (Pr. Paulo Cesar). Gestor
Educacional e Professor de Teologia no Instituto de Educação Cristã DOCEO. Possui formação no Curso
Médio de Teologia da EETAD (Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus), é graduado em
Teologia, licenciado em Pedagogia e mestrando em Teologia pelas FABAPAR (Faculdades Batista do
Paraná) na Linha de Pesquisa Leitura e Ensino da Bíblia.
Contatos: roneycozzer@hotmail.com e roneyricardoteologia@gmail.com
Site Teologia & Discernimento
2
Versão adotada como padrão neste texto, salvo indicação em contrário.
1.2. O leitor/intérprete

A eisegese é, num certo sentido, um fenômeno sempre constante. Ela sempre ocorrerá em
certa medida. É preciso perguntar pelas circunstâncias que envolvem o leitor/intérprete
contemporâneo da Bíblia e como isso interfere na sua compreensão do texto bíblico.

1.3. O meio

Em outras palavras, o veículo utilizado para a transmissão da mensagem. No caso da


Hermenêutica Bíblica, o veículo em loco é a Bíblia, isto é, o texto bíblico. As línguas e
outros fatores linguísticos precisam assim ser observados no que tange à este meio/veículo
utilizado.

II. DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS CONCERNENTES À HERMENÊUTICA


BÍBLICA

1.1. O que é?

Ciência que se ocupa da interpretação bíblica. Ela tanto fornece princípios e indica
ferramentas, como consiste de métodos para que se chegue ao sentido correto do texto.
Exemplo: o Método Histórico-Gramatical.

1.2. A necessidade de se interpretar o texto bíblico

Se não há interpretação, não há compreensão da mensagem. Entender é fundamental. É


possível ler e não entender absolutamente nada. Considere-se o caso do analfabetismo
funcional.

1.3. A intencionalidade de se comunicar um sentido presente nos textos bíblicos

A Hermenêutica Bíblica de matriz protestante, reformada, assumindo-se como


essencialmente comprometida com a Bíblia enquanto Palavra de Deus, reconhece que
houve intencionalidade na comunicação da mensagem por escrito. Em outras palavras, o
autor do texto quis comunicar uma mensagem clara, que num certo sentido, independe da
compreensão do autor contemporâneo. Compete à este último buscar "chegar" ao sentido
primário.
1.4. A "localização" da Hermenêutica na Teologia

A Hermenêutica localiza-se na Teologia Exegética e esta, por sua vez, abarca outras
disciplinas como Exegese, o estudo das línguas originais (Filologia Sacra), dentre outras.

III. ESTILOS LITERÁRIOS PRESENTES NO TEXTO BÍBLICO

Conquanto se admita que a Bíblia é uma obra harmônica e completa, ela emprega diversos
estilos literários diferentes e conhecê-los é fundamental para que se compreenda, por
exemplo, o porque do emprego de determinadas expressões presentes na Bíblia
(idiomatismos bíblicos), ou ainda, o porque daquele determinado texto estar estruturado
daquela forma (paralelismo na poesia).

3.1. História ou narrativa

Descrição de fatos ocorridos no passado bíblico com vistas à instrução e ensino para os
leitores. Lembre-se: sempre há uma teologia presente por trás das narrativas bíblicas.

3.2. Poesia

A poesia hebraica difere da nossa em vários aspectos e deve ser considerada em suas
especificidades. Digno de nota ainda é que todo texto poético é um texto de sabedoria, mas
nem todo texto sapiencial é poético.

3.3. Profecia e apocalíptica

Gêneros literários que empregam muitas imagens, símbolos, visões e conteúdo


escatológico. A literatura apocalíptica floresceu nos dois séculos que antecederam ao
nascimento de Cristo, se estendendo algumas décadas depois.

3.4. Provérbios

Sentenças curtas que registram verdades e ensinamentos que são direcionados


essencialmente para a vida.
3.5. Epístolas

Textos de cunho doutrinário, instrutivo, que surgem como resultado das demandas que
surgiam nas igrejas. São em número de 21 no Novo Testamento e algumas são
direcionadas à indivíduos. Abordam temas os mais variados possíveis. Algumas são
altamente teológicas (Romanos e Efésios), enquanto outras são absurdamente práticas
(Tiago).

3.6. Evangelhos

Narram parte da vida e do ministério de Jesus. Estas narrativas, evidentemente, tem por
objetivo demonstrar quem é Jesus sob diversos ângulos: como Homem (Lucas), como
Divino (João), como Rei (Mateus) e como Servo (Marcos).

3.7. Sapiencial

São os textos de sabedoria presentes no Antigo Testamento. Tocam em temas que


interessam à humanidade inteira (Jó, por exemplo, abordando a questão do sofrimento).

3.8. Salmos

Gênero literário poético, com vários subgêneros (salmos didáticos, salmos imprecatórios,
etc.) que registram a hinódia do povo judeu.

IV. DISTANCIAMENTOS PRESENTES NO TEXTO BÍBLICO

4.1. Cultural: a cultura bíblica é absurdamente diferente da nossa.

4.2. Histórico: a História bíblica passa por várias etapas e cada uma delas influi
diretamente na produção do texto.

4.3. Temporal: estamos distantes do texto bíblico muitos séculos. O que mudou?

4.4. Circunstancial: as circunstâncias que envolviam os autores bíblicos e seus leitores


imediatos são diametralmente opostas às que nos cercam, em muitos aspectos. Exemplo:
wi-fi.
4.5. Linguístico: as línguas bíblicas (hebraico para o AT e grego para o NT) são muito
diferentes da nossa língua portuguesa; sua construção frasal, por exemplo, difere da nossa,
mudando a colocação do sujeito e do verbo em relação ao que se faz em português (Gn 1.1
onde o verbo vem antes do sujeito, quando em português seria o contrário).

4.6. Autorial: estamos distantes dos autores bíblicos.

4.7. Moral: somos pecadores, e isso embaça nossa correta compreensão da mensagem
bíblica para nós, hoje.

CONCLUSÃO

Como se pode notar, a Hermenêutica presta relevante serviço ao cristão, ao pregador, à


Igreja. O presente texto é esquemático, apenas, e portanto, mui limitado. Nas referências
bibliográficas abaixo indicadas, o leitor encontrará ferramentas preciosas sobre a disciplina
que lhe permitirão aprofundar seus estudos sobre a ciência da interpretação bíblica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS INDICADAS

BENTHO, Esdras C. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. 3ª ed. Rio de Janeiro:


CPAD, 2005.

BENTHO, Esdras Costa. Da história à Palavra: a teologia da Revelação em Paul


Ricoeur. São Paulo: Editora Reflexão, 2016.

COZZER, Roney R. Hermenêutica: interpretando as Sagradas Escrituras. ES: [s.n.],


2012, 111p.

FEE, Gordon D. STUART, Douglas. Entendes o que lês? Um guia para entender a
Bíblia com auxílio da exegese e da hermenêutica. 2ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova,
1997.

FILHO, José Adriano. ZABATIERO, Julio. FILHO, José Adriano. SANCHEZ, Sidney.
Para uma hermenêutica bíblica. São Paulo: Fonte Editorial, Faculdade Unida, 2011.
LOPES, Augustus Nicodemus. A Bíblia e seus intérpretes. 3ª ed. São Paulo: Cultura
Cristã, 2013.

OSBORNE, Grant. A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação


bíblica. Trad.: Daniel de Oliveira. Robinson N. Malkomes. Sueli da Silva Saraiva. São
Paulo: Vida Nova, 2009.

RICOEUR, Paul. Hermenêutica e ideologias. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

SCHOLZ, Vilson. Princípios de interpretação bíblica: introdução à hermenêutica com


ênfase em gêneros literários. Canoas: Ed. ULBRA, 2006.

SCHOTTROFF, Luise. As parábolas de Jesus: uma nova hermenêutica. Traduzido por


Nélio Schneider. São Leopoldo: SINODAL, 2007.

SILVA, Moisés. KAISER Jr, Walter C. Introdução à Hermenêutica Bíblica: como ouvir
a Palavra de Deus apesar dos ruídos de nossa época. Trad.: Paulo César Nunes dos
Santos. Tarcízio José Freitas de Carvalho e Suzana Klassen. São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2002.

VANHOOZER, Kevin J. Há um significado neste texto? Interpretação bíblica: os


enfoques contemporâneos. Trad.: Álvaro Hattnher. São Paulo: Editora Vida, 2005.

VIRKLER, Henry A. Hermenêutica avançada: princípios e processos de interpretação


bíblica. Trad.: Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1987.

WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia. São Leopoldo:


Sinodal; São Paulo: Paulus, 1998.

ZUCK, Roy B. A interpretação bíblica: meios de descobrir a verdade bíblica. São


Paulo: Vida Nova, 1994.

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