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TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS:
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
Módulo:Terapia/Intervenção Cognitivo
Comportamental nas Perturbações de Abuso
de Substâncias/Comportamentos Aditivos
Fernanda Duarte
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Perturbações Aditivas
Bebia…
Para esquecer os problemas…
Quando ia ter uma reunião com pessoas importantes…
Quando tinha de tomar determinadas decisões…
O termo substância
Classes de refere-se a:
1) Droga de abuso
Substâncias (10) 2) Medicamento
3) Tóxico
Perturbações
Dependência
DSM-V pela Utilização
de substâncias
Intoxicação
Abstinência
Delírium
Perturbações Demência Persistente
Induzidas por Perturbações Mnésicas;
substâncias Psicóticas; Ansiedade;
Humor; Sexuais; Sono
Perturbação pelo Uso de Substâncias
Dependência de
Substâncias
Conjunto de sintomas cognitivos,
comportamentais e fisiológicos
indicativos de que o sujeito
continua a utilizar a substância
apesar dos problemas
significativos relacionados com
esta.
Padrão de auto-administração que resulta geralmente em:
1) Tolerância
2) Abstinência
Critérios específicos
3) Comportamento compulsivo
Perturbação pelo Uso de Substâncias
Critérios de DEPENDÊNCIA de Substâncias
Abstinência de Substâncias
Idade
•Sujeitos entre os 18 e 24 anos maior taxa Prevalência para utilização de todas as
substâncias incluindo álcool.
•Abuso inicio na Adolescência
•Abstinência pode ocorrer em qualquer idade, dependendo da quantidade e tempo
de uso
•Dependência de forma típica aos 20, 30, 40 anos
Evolução
A evolução da Dependência, Abuso, Intoxicação ou Abstinência
varia com a classe de substâncias, vias de administração e outros
factores
Abuso
Inicio recente
Dependência
Variável
Crónica
Exacerbação e remissão parcial ou total
CARACTERIZAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS SEGUNDO O PERIGO DE PROVOCAR DEPENDÊNCIA
Fonte: Portal de Saúde Pública
FÍSICA, PSÍQUICA E TOLERÂNCIA
Tabaco + ++ +
Canabinóides - ++ +
LSD - + -
Inalantes + ++ +++
Benzodiazepinas + ++ +
Ecstasy - + -
Cocaína - ++++ -
Cafeína + ++ +
Legenda: inexistente (-); ligeira (+); média (++); forte (+++); muito forte (++++)
Caracterização das Substâncias Segundo os Efeitos Imediatos e
Tardios do Uso Continuado
EFEITOS IMEDIATOS EFEITOS TARDIOS DO
Substância CONSUMO CONTÍNUO
POSITIVOS NEGATIVOS
Diminuição da coordenação
Elimina a ansiedade e a tensão Emagrecimento, ansiedade,
motora, do equilíbrio,
muscular. Promove a desinibição irritabilidade e agressividade,
Benzodiazepinas hipotensão, bradicardia,
psicológica e o sono "para grande labilidade emocional,
paragem respiratória e
dormir e esquecer" depressão com risco de suicídio
morte
Doenças pulmonares e
Aumento do ritmo cancros
cardíaco e hipertensão, Doenças vasculares
Relaxamento psicológico, facilitador tosse e problemas (enfarte do miocárdio,
Tabaco
da concentração cardíacos e vasculares acidentes vasculares
graves em indivíduos cerebrais, gangrena dos
predispostos membros e impotência
sexual)
Caracterização das Substâncias segundo a sintomatologia do
síndrome de abstinência
Diagnóstico Diferencial
Consumo de Substâncias
Intoxicação
Ansiedade, Depressão, Sintomas psicóticos,
Problemas do Sono, Disfunção Sexual
Abstinência
Dados Epidemiológicos
Prevalência
Consumo Bebidas alcoólicas
Tipo de Substância/comportamento
Quantidade Consumida (ex: álcool)
Tempo em que Consumiu essa
Quantidade /Actividade
Conteúdo Substância
Avaliação
Análise Funcional
Variáveis potenciadoras do
Consumo
•Aptidões Sociais
•Aptidões de Resolução de Problemas
•Existência ou não de Apoio Familiar
•Oportunidade de Reforço através do
Trabalho e de outras Actividades
•Nível de Stress Vivenciado
Avaliação
Instrumentos de Avaliação
•Entrevista Clínica Estruturada para os Distúrbios de Personalidade do Eixo II DSM-IV (Vers. Port. Daniel
Rijo e col.)
•Inventário Clínico Multiaxial de Millon-III (MCMI – III, Theodore Millon.PhD)
•Questionário de Esquemas de Young – YSQ S3 (Jeffrey Young, Ph.D.; tradução e adaptação de J. Pinto
Gouveia, D. Rijo e M.C. Salvador, 2005, revista)
•Symptom Checklist–90–R (SCL–90–R)
•Escala de Medo de Avaliação Negativa (FNE; Watson & Friend, 1969; aferição portuguesa: Pinto
Gouveia, Fonseca, Robalo, Allen, Matos & Gil, 1986)
•Inventário de Estado-Traço de Ansiedade (STAI-Y; Spielberg, 1983; estudos portugueses: Silva, 1998,
2000, 2003)
•Escala de Beck de Auto-Avaliação da Depressão (BDI)
•Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11) (Patton, Stanford, & Barratt, 1995)
Avaliação
Instrumentos de Avaliação
•Questionário de Hábitos de Bebida (J. Pinto Gouveia e Fernanda Duarte, 1995)
•Questionário de Razões para Beber (Fernanda Duarte e J. Pinto Gouveia, 1995)
•Questionário de Situações de Bebida (Fernanda Duarte e J. Pinto Gouveia, 1995)
•Inventário de Expectativas e Crenças Pessoais Acerca do Álcool (Pinto Gouveia, J.; Costa Borges, J.; Rocha
Almeida, J.; Ramalheira, C. E Robalo, M.; 1988.)
•Teste de Adição à Internet (IAT, Internet Addiction Test; Young, 1998; VP: Conti et al., 2012)
•Escala de Auto-eficácia para não beber (DiClemente, C. C., Carbonari, J. P., Montgomery, R. P., & Hughes, S.
O. , 1994; tradução de Marques , C., Martins, M.J., Martins, I., Marques, I., Raposo, V., Duarte,F., 2012)
•Escala de Tentação para consumir substâncias ilícitas (DiClemente, C. C., Carbonari, J. P., Montgomery, R. P.,
& Hughes, S. O. , 1994; tradução de Marques , C., Martins, M.J., Martins, I., Marques, I., Raposo, V., Duarte,F
•Escala de Tentação para beber (DiClemente, C. C., Carbonari, J. P., Montgomery, R. P., & Hughes, S. O. ,
1994; tradução de Marques , C., Martins, M.J., Martins, I., Marques, I., Raposo, V., Duarte,F., 2012)
•Questionário de Expectativas e crenças acerca dos consumos (adap. do QRB, Duarte, F. e al., 2012)
•URICA (DiClemente, C., Hughes , S., 1990; tradução e adaptação em PT do Brasil , Souza, C.C.)
Modelos Explicativos
Modelo Moral
Modelo Espiritual (Enlightment Model)
Modelo Médico/Doença
Modelo Bio-Psico-Social ou Modelo
Compensatório (Marlatt e col., 1985)
Premissa base
Atribui à pessoa toda a responsabilidade quer pela
existência do problema, quer pelas acções tendentes à
sua solução
Premissa base
O Sujeito sem poder de auto-regulação face ao consumo,
sendo considerado ao mesmo tempo responsável pelo
problema e vítima pelo facto de não ter capacidade de o
controlar
Individuo não responsável pela mudança
Modelos Explicativos
Modelo Médico/Doença
Perspectiva que considera a perturbação aditiva uma
doença progressiva, centrada no primado da dependência
fisiológica;
Os mecanismos biofisiológicos e genéticos seriam a causa
subjacente do desejo compulsivo de consumir, o que
impossibilita o exercício de qualquer controlo voluntário
face ao consumo.
Premissa base
Ênfase primária colocada em processos fora do
controlo volitivo num organismo passivo
Premissa base
Não sendo responsável pelo início e desenvolvimento
do problema, o sujeito tem capacidade de
“compensar”, de exercer controlo sobre o mesmo,
sendo responsável pelos processos de mudança.
• Auto-determinação comportamental
• Proactividade
• Envolvimento activo do sujeito no tratamento
Modelos Explicativos
Em síntese…
Modelo Responsabili// Responsabili//
do sujeito do sujeito
pela origem pela mudança
Moral
+ +
Espiritual
+ -
Médico/
Doença - -
Bio-Psic-
Social - +
Modelos Explicativos
Teoria da Aprendizagem Social Bandura(1977)
Comportamentos Perceber:
aditivos como • Antecedentes situacionais e ambientais
hábitos adquiridos • Crenças e expectativas
• História familiar (de consumo)
• Experiências prévias de aprendizagem com a
Podem ser substância
modificados
• Consequências do comportamento aditivo
• Efeitos reforçadores que potenciam e aumentam
o consumo
• Consequências negativas que o poderão inibir
Modelos Explicativos
Teoria da Aprendizagem Social Bandura(1977)
•A Investigação e os modelos
teóricos-interventivos dos últimos
anos, apontam para uma maior
eficácia das intervenções cognitivo
comportamentais nas pert. aditivas.
•A motivação para a mudança
constitui um factor fundamental
para o sucesso do tratamento
•Face à “baixa motivação”, à
“resistência à mudança” ou à
“ambivalência” – a entrevista
Motivacional é uma estratégia
fundamental
Motivação
Explicações
circulares:
… não vale a pena
porque não está
motivado!
Motivação
Processos de mudança…
Modelo Transteórico da Mudança
Pré-
Recaída
contemplação
Saída
Manutenção Contemplação
Acção Determinação
Um sujeito que recai não se encontra nas mesmas condições do que se encontrava
quando começou pela primeira vez a modificação da sua conduta aditiva. A sua
experiência prévia (de recaída) pode servir para aumentar novamente a sua
motivação até atingir a estabilidade da mudança.
Intervenção Psicoterapêutica
Processo psicoterapêutico
Evitar a ocorrência de recaída;
Abordar e gerir psicoterapêuticamente os “lapsos” e a recaída
Lapso VS Recaída
Intervenção Psicoterapêutica
Modelo Transteórico da Mudança
A Intervenção Prevenção
da recaída
Avaliação e Estádio
Dar Tratamento Manutenção
informação/feedback Pôr em
Aumentar consciência prática
Balancear no Perceber o
sentido da melhor
mudança curso de Estádio
Estratégias acção Prevenção e Manutenção
Motivacionais Gestão da
Rever estádios
Recaída prévios. Diminuir
a culpa
De Volta ao António…
•Identificar o estado de mudança
•Reflectir acerca do consumo na sua vida e dos aspectos que podem estar a
ser comprometidos pelo consumo identificar dificuldades e motivos de
preocupação:
1 - “ouvir a versão da doente” (ex: o que acha da preocupação da
sua mulher e do seu patrão acerca do seu consumo de álcool? E você está
preocupado?)
2 - “abrir espaço” para os efeitos indesejáveis/áreas de pior
funcionamento (ex: “sente algum desconforto pela manhã?”; “sente que
consumo de álcool o está a prejudicar o no trabalho?”);
3 - relacionar os efeitos indesejáveis com o consumo álccol:
“algumas pessoas que alguns desses problemas”;
4 - fornecer informações (não de forma aversiva e/ou
confrontativa);
De Volta ao António…
De Volta ao António…
Vantagens de Mudar Desvantagens de Mudar
Resposta Diminuição
Aumento
de da
da
Coping Probabilidade
Auto - Eficácia
de Recaída
Situação
de
Efeito da Violação
Alto-Risco da
Abstinência
Diminuição
da Auto-Eficácia Conflito de Aumento
Ausência Dissonância Da
De Expectativas Comportamento e Auto-Atribuição Probabilidade
Resposta de Resultado Inicial (culpa e perda De
Coping Positivas de controlo Recaída
(para os efeitos percepcionada)
imediatos do Cº)
Adaptado de Marlatt, 2008
Intervenção Psicoterapêutica
Ingestão TOTAL
SITUAÇÃO DE RECAÍDA Alcoolismo Tabagismo Heroína Jogo
Compulsiva( (N=311
(Factores de Risco) (N=70) (N=64) (N=129) (N=29)
N=29) )
DETERMINANTES INTRAPESSOAIS
Auto-Eficácia
Diminuída
Situação Ausência de + Efeito de
De Resposta de Expectativas Delize Violação da
Coping Positivas acerca Abstinência
Alto Risco
do
Efeito do Cº
Racionalização
Auto - Negação
Desiquilíbrio Impulso (urge) Situaçãoão
Indulgência Decisões
do Desejo Intenso de
Facilitadora do Aparentemente
(craving) Alto Risco
Estilo de Vida Cº.(é só hoje) Irrelevantes
Identificação
Das Decisões
Aprender a
Desenvolver Aparentemente
Identificar Estratégias de
Comportamentos Irrelevantes
+ Evitamento
Funcionais Como Sinais
Distanciamento
De Perigo
A “escorregadela” do António...
Caso Clínico B
Maria tem 63 anos, é casada e reside com o marido (64 A, reformado) no Distrito de Coimbra.
Possui o 9º ano de escolaridade e desempenhou funções profissionais como escriturária numa
cooperativa agrícola, estando actualmente reformada.
Foi encaminhada para o Serviço de Consulta Externa de Psicologia Clínica do HSC, pelo seu
Médico Psiquiatra, com um quadro clínico de Jogo Patológico associado a sintomatologia
depressiva.
Apresenta como principais áreas de dificuldade o relacionamento conjugal e o “vício no jogo”,
nomeadamente a dificuldade de controlar o impulso de ir ao Casino (apostas em slotmachines)
Situa o inicio do seu problema a 2007, como fuga à intensificação das discussões com o
marido. Foi pela primeira vez ao casino com 34 anos, acompanhada pelo marido “passamos
um bom bocado (…) apostei 500 escudos”. Depois começaram a ir todos os Domingos: “o meu
marido via a bola e eu jogava e acabávamos por lá lanchar (…) nessa altura já apostava
5€”.Concomitantemente à relação disfuncional com o marido, os problemas alcoólicos do
irmão, levaram-na a ir cada vez mais vezes ao casino, a permanecer em jogo durante mais
tempo e a apostar quantias mais elevadas. Também os seus sintomas depressivos – que
começaram, segundo a mesma, em 1996 – alimentaram a sua necessidade de ir ao casino para
de distrair dos seus problemas e evitar contacto com o marido “quero deixar de pensar nos
problemas que tenho com o meu marido…ele massacra-me” ; “sinto-me só”; “sinto-me em
baixo”.
Enquanto estou a jogar sinto-me bem…aquelas luzes, o movimento…fico eufórica”; “é como se
esquecesse os problemas…sinto-me aliviada”.
Matriz de Decisão
Não Jogar Jogar
Consequências a curto prazo Consequências a curto prazo
positivas negativas positivas negativas
www.motivationalinterview.org
http://www.patologiadual.es
http://www.patologiadual.pt
http://www.health.gov.au/internet/wcms/Publishing.nsf/Content/health-pubhlth-strateg-
comorbidity-index.htm
http://www7.health.gov.au/pubhlth/publicat/document/comorbid_brief.pdf
http://www.emcdda.eu.int
http://www.umbc.edu/psyc//habits/content/ttm_measures/index.html
http://www.nice.org.uk/nicemedia/live/13476/54520/54520.pdf
www.idt.pt/PT/IDT/RelatoriosPlanos/
OBRIGADA
mfernandaduarte@gmail.com