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4 DESTAQUE Quinta-feira

21 de Fevereiro de 2019

FERNANDO OLIVEIRA | EDIÇÕES NOVEMBRO|BENGUELA


cracia e 84% considera-as
perigosas, porque podem
manipular as opiniões. Mas
o coordenador do estudo
revela que não dispõe de
dados que associem as notícias
falsas aos resultados e efeitos
JORNALISMO PARECE CORRER PERIGO na política, na Alemanha.

"Bom jornalismo”
deve ser a vacina

Uma ameaça Nuno Artur Silva, da Produ-


ções Fictícias, de Portugal,
defendeu que é preciso olhar
as 'fake news' como "doença
da democracia" que ameaça

chamada as populações e recorrer ao


"bom e velho jornalismo"
como vacina para proteger
a sociedade.
"A maneira de se olhar para

“fake news” as 'fake news' é como se fosse


uma campanha pela saúde.
Temos de olhar para este fenó-
meno como uma doença da
democracia, em que as popu-
lações estão ameaçadas por
O que um dia a equipa de Donald um vírus", afirmou.
Trump chamou "factos alternativos" "Os jornalistas deviam
parece ganhar espaço ao jornalismo encarar isto como se encara
uma epidemia. Tem de haver
sério e à credibilidade dos jornalistas, u m a a t i t u d e d o g é n e ro
que são o último bastião de uma 'vacine-se, os vírus estão aí'.
E a única maneira de proteger
informação verídica, sujeita ao a sociedade é com um sistema
contraditório e aos processos de de vacinação que é o bom e
verificação que regem a profissão. velho jornalismo", argumen-
tou Nuno Artur Silva.
"O que chamamos desin-
formação é o canário na mina
de ouro do digital, um sinal
de aviso para o ecossistema
informativo das nossas demo-
cracias", afirmou, no mesmo
sentido, o deputado português
José Magalhães.
O deputado recordou que
antigamente o canário nas
minas de carvão servia para
alertar para a presença de um
gás venenoso, da mesma forma
que agora as 'fake news' aler-
Num mundo onde há cada cesso de polarização da esfera na indignação, no ódio e na Christian Reuter, coor- tam para um perigo iminente.
vez mais informação, os pública, onde as opiniões não aceitação da posição do denador do estudo, revelou A propósito da necessidade
cidadãos estão, contradi- políticas estão concentradas adversário”, argumentou. que quase metade dos entre- de se recuperar o "bom e velho
toriamente, cada vez menos em dois pólos (…) Isto acon- Ortellado salientou ainda O que acontece vistados (48%) já teve con- jornalismo", Luísa Meireles,
bem informados ou mesmo tece nos Estados Unidos, na que o fenómeno da desin- neste cenário é que tacto com notícias falsas. No directora da agência Lusa,
mal informados, com uma Argentina, na Venezuela, no f o r m a ç ã o é u m d e sa f i o entanto, apenas um em cada frisou que até se costuma
estes dois pólos
torrente de notícias que Brasil e também na Europa, muito grande para o jorna- quatro admitiu ter apagado dizer que as agências de notí-
surge literalmente do nada. como é o caso da França e lismo profissional, porque começam a ou reportado notícias falsas cias exercem "o jornalismo
Com a crise dos meios tra- da Inglaterra”, afirmou. quanto mais bem feito é o produzir sites que e somente 2% revelou ter canónico", "o que não exclui
dicionais de comunicação O académico, que desen- trabalho jornalístico, mais veiculam opinião na criado alguma. os chamados erros jornalís-
social e o desenvolvimento volveu projectos de análise dificuldade existe em con- forma de factos “As respostas mostram ticos, mas que são diferentes
das redes sociais, a disse- do debate político no meio correr com conteúdos que noticiosos. Esse que a grande maioria dos de 'fake news'", frisou.
minação da s chamada s digital nas últimas eleições apelam ao sentimento de excesso de participantes admite os riscos A directora da Lusa subli-
notícias falsas (fake news) presidenciais do Brasil, dis- indignação. produção de das ‘fake news’. Mais de 80% nhou também a importância
espalharam-se ao ponto de putadas em Outubro do ano “Quando o público está opinião apresentado c o n c o rd a ra m q u e e sta s que assume a verificação da
intervirem directamente passado, considera que a polarizado, ele é muito cha- como se fosse representam uma ameaça e informação, "o jornalismo
em todos os sectores da so- expressão ‘fake news’ não mado a cumprir um papel de investigação que podem ser usadas para que faz o contraditório que
ciedade, nomeadamente, é a mais adequada para rebaixar o jornalismo”, des- manipular a opinião da vai 'checkar' uma, duas, três
jornalística é a
na política, segurança ou classificar o fenómeno da tacou o investigador, consi- população. Mas quase o fontes para verificar uma notí-
saúde. O jornalismo sério desinformação. derando que os actores po- essência do mesmo número de partici- cia", algo que "muitos não
e a credibilidade dos jor- “O que acontece neste líticos também não têm inte- fenómeno tanto pantes no estudo acredita fazem na corrida para serem
nalistas é o último bastião cenário é que estes dois pólos resse em melhorar o ecos- no Brasil como que os decisores e actores os primeiros a dar a notícia".
de uma informação verí- começam a produzir sites sistema mediático. noutros países políticos também podem ser "Às vezes é preciso perder
dica, sujeita ao contraditório que veiculam opinião na As ‘fake news’, comum- manipulados”, revela o pro- uma notícia para dar uma
e aos processos de verifi- forma de factos noticiosos. mente conhecidas por notícias fessor e investigador. notícia que é verdadeira",
cação que regem a profissão. Esse excesso de produção falsas, desinformação ou A maioria dos participantes argumentou Luísa Meireles,
Os jornalistas estão cons- de opinião apresentado informação propositadamente neste estudo, realizado na sublinhando que é preciso
cientes de como é difícil, como se fosse investigação falsificada com fins políticos Alemães defendem acção Alemanha, concorda com "romper" o que considerou
a t é p a ra e l e s m e s m o s , jornalística é a essência do ou outros, ganharam impor- Um estudo conduzido pela todas as formas sugeridas para ser a "bolha informativa" das
detectar uma notícia falsa fenómeno no Brasil como tância nas presidenciais dos universidade alemã de Darms- lidar com notícias falsas: 80% 'fake news', através do prin-
ou evitar ser instrumenta- noutros países”, frisou. EUA que elegeram Donald tadt revela que 81 por cento, defendem “reacções rápidas cípio do contraditório, do ques-
lizados. As notícias falsas O investigador explicou Trump, no referendo sobre o num total de 1023 inquiridos, das autoridades” e 72% gos- tionamento e da verificação.
podem ser crime, mas ainda que informação enviesada ‘Brexit’ no Reino Unido e nas defendem uma resposta rápida tariam que fossem estabele- “Vamos contraditar, vamos
não têm castigo. tem uma forte presença presidenciais no Brasil, ganhas das autoridades para lidar cidos “centros de defesa de perguntar, vamos 'checkar'.
numa sociedade polarizada pelo candidato da extrema- com notícias falsas, as cha- segurança informática”. Se duas fontes dizem a mesma
Polarização política como a brasileira, onde as direita, Jair Bolsonaro. madas "fake news". Obrigações por parte dos coisa, tem mais força do que
no Brasil pessoas estão comprometi- O Parlamento Europeu O estudo “Percepção de operadores ou reforço dos só uma o dizer”, frisou.
O investigador Pablo Ortel- das com causas. quer tentar travar este fenó- notícias falsas na Alemanha: regulamentos penais também Catarina Carvalho, direc-
lado, professor da Univer- “É muito difícil saber o meno nas europeias de Maio Um estudo representativo foram aprovados, “a quanti- tora do “Diário de Notícias”,
sidade de São Paulo (USP), que é causa e o que é efeito e, em 25 de Outubro de 2018, das atitudes das pessoas e dade de respostas neutras varia sublinhou, por seu turno,
considera que a situação da do fenómeno da desinfor- aprovou uma resolução na abordagens para combater entre 14% a 21%, enquanto que se o objectivo é “com-
desinformação no Brasil mação. As pessoas estão qual defende medidas para a desinformação” pretende apenas 3 a 7% dos participantes bater as 'fake news' é preciso
resulta da polarização da polarizadas e, portanto, con- reforçar a protecção dos responder a três perguntas: não concordam com as abor- perceber que a informação
esfera pública e do extre- somem notícias muito enga- dados pessoais nas redes Que atitude têm as pessoas dagens sugeridas”, esclarece não é gratuita”, que o trabalho
mismo dos actores políticos. jadas, que consolidam a sua sociais e combater a mani- perante as “fake news”? Já Christian Reuter sobre a rea- dos jornalistas “tem de ser
“A situação das ‘fake posição já polarizada. São pulação das eleições, após viram ou já lidaram com lidade das ‘fake news’. remunerado e não pode dei-
news’ no Brasil não é muito coisas que se retroalimentam. o escândalo do abuso de notícias falsas? Como avaliam 68 por cento dos inqui- xar de o ser” e que o fenó-
diferente das de outros países Isto no Brasil é um senti- dados pessoais de milhões possíveis abordagens para ridos acreditam que as “fake meno das 'fake news' começa
que estão a sofrer um pro- mento muito forte, baseado de cidadãos europeus. as combater? news” prejudicam a demo- e acaba no negócio.
DESTAQUE Quinta-feira
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"As 'fake news' começam
a existir por uma questão
comercial e enquanto os jor-
O erro jornalístico e a mentira ARÃO MARTINS| EDIÇÕES NOVEMBRO

nais estiverem na situação O s j o r n a l i sta s ta mb é m quem "for atingido ou lesado" que não é apenas para o
periclitante em que estão, cometem erros, mas "uma pelo erro jornalístico tem ao negócio da informação, a
as notícias gratuitas podem coisa é o erro jornalístico, seu dispor instrumentos para ameaça é muito mais global,
ser falsas ou verdadeiras e outra coisa é uma mentira", se defender, como direito de a ameaça é para a sociedade
a rapidez pode ser falsa ou distingue o director da rádio resposta, entidades regula- onde vivemos e essa ameaça
verdadeira", alertou. TSF, reconhecendo que "as doras, tribunais. hoje em dia está organizada".
"Não sermos os primeiros pessoas não têm capacidade, "As pessoas hoje con- E explicou: "Há 'hackers'
a dar a notícia é sinónimo ainda, para as distinguir". fundem, de alguma forma, (piratas informáticos) pro-
de perder os cliques e é per- "Hoje é frequente ouvir aquilo que é a produção de fissionais que são contra-
der a publicidade e é perder as pessoas dizerem 'não, não, trabalho jornalístico com tados e bem pagos, quer para
a liberdade e o rigor", lamen- é verdade, porque eu ouvi algumas das informações atacarem pessoas, empresas
tou Catarina Carvalho. na net', que é uma coisa que circulam livremente e e instituições e tentarem
O deputado José Maga- muito difícil de desmontar. sem cumprirem qualquer destruí-las, quer para esta-
lhães, por sua vez, referiu As pessoas acreditam pia- critério jornalístico, no mun- rem ao serviço de políticas
que estamos perante "um mente naquilo, não perce- do 'online', em particular de grandes países".
problema intrincadíssimo", bendo que ler na 'net' no site nas redes sociais, como sabe- Para o patrão da SIC e do
sublinhando que "o pro- da TSF ou ler na 'net' num mos, mas também nalguns Expresso, as 'fake news' são
blema da desinformação é 'post' de Facebook são rea- sites, e em alguns delibe- "uma ameaça global" e uma JOÃO MELO *
só o pico do iceberg", que lidades completamente dife- radamente", aponta. "ameaça para o jornalismo,
tem por trás, nomeadamente,
"problemas de erosão da con-
rentes", realça Arsénio Reis.
"O grande problema é
Perante isto, só há uma
solução: "voltar aos princí-
porque é uma concorrência
completamente desleal". “Hoje, o bom jornalismo
fiança nos media", a perda
de rendimentos para os media
noticiosos, a crise dos ser-
que, de facto, as pessoas não
têm capacidade, ainda, para
as distinguir", lamenta, assi-
pios básicos", identifica.
"Não é verdade que tenha-
mos mudado (os procedi-
"Essa é, portanto, uma
grande ameaça para o jor-
nalismo e também uma
implica apurar melhor”
viços públicos, entre outros. nalando a "iliteracia" mediá- mentos internos). Admito grande oportunidade de "As chamadas 'fake news' são que, por ser recente, explica
Neste sentido, Luísa Mei- tica dos cidadãos. que tenhamos hoje mais cui- separar o trigo do joio e como um fenómeno e um problema a ingenuidade de muita gente,
reles referiu que na "luta das O responsável editorial dado com o contraditório do o joio é cada vez mais volu- a que Angola, obviamente, que "acredita em tudo o que
'fake news' e no combate às da rádio privada detida pelo que tínhamos. Admito que moso, mais mal cheiroso, não poderia estar imune. vê nas redes". O défice de edu-
notícias falsas ou falseadas Global Media Group diz que tenhamos hoje mais atenção está por toda a parte, é pior Nenhum país escapa hoje a cação da sociedade também
os jornalistas estão na pri- a discussão sobre o assunto a algum tipo de 'notícias' que as ilhas de plástico a essa realidade, que na verdade não ajuda. Temos, pois, muito
meira linha como alvos a "é diária" na redacção, mas menos 'normais', prevendo serem encontradas cada vez sempre existiu, na história trabalho a fazer para usar cor-
abater e como vítimas". tal não significa que as a possibilidade de elas serem, maior número nos oceanos", da humanidade, mas hoje é rectamente as novas tecno-
empresas e os jornalistas se efectivamente, uma anor- apontou, salientando que "o elevada à potência éne por logias de comunicação.
DR tenham sabido proteger de malidade. Mas a prática que joio é cada mais pestilento" força das incríveis alterações Concordo com aqueles
"um problema muito com- temos, jornalística, não e cresce em Estados que têm tecnológicas em curso, em que dizem que a melhor res-
plicado de resolver". mudou. E, aliás, acho que o poder e utilizam as novas especial a Internet. A verdade posta às 'fake news' é o bom
Recuando ao passado, um dos segredos da profissão tecnologias em campanhas. é que as novas tecnologias jornalismo. O problema é que,
Arsénio Reis não tem dúvidas é voltar aos princípios bási- Deu o exemplo da Repú- de comunicação, se, como se no mundo inteiro, o jornalismo
em dizer que o jornalismo cos. Se conseguirmos res- blica Democrática do Congo, diz, permitem que o conhe- tradicional ou não sabe como
perdeu crédito e que os pró- peitar esses, correremos que cortou o acesso à Internet cimento esteja hoje ao alcance enfrentar as redes ou, pior
prios jornalistas têm nisso menos riscos”, defende. para controlar o sistema polí- de um clique, também fazem ainda, está a reboque delas.
alguma responsabilidade. “O contraditório é, para tico e social, ou "como é o com que as falsas informações A tentação de concorrer com
"Devíamos ter-nos preocu- mim, a grande missão do jor- caso da China, que faz isso circulem planetária e instan- a velocidade das redes não
pado há mais tempo", admite. nalismo. Nós não defendemos quase abertamente", para taneamente. Recordo aqui dá certo. Hoje não basta noti-
Arsénio Reis assume que causas, ou raramente defen- explicar que a evolução tec- Umberto Eco, quando disse ciar os factos, pois todo o mun-
prefere falar em "intoxicação" demos causas, mas devemos nológica, que até inclui reco- que 'patetices' sempre houve, do, até diletantes e mesmo
do que em "fake news" sim- fornecer às pessoas as armas nhecimento facial, permite mas, agora, contam com uma verdadeiros criminosos o fa-
plesmente, porque é o mais para que elas possam tomar condicionar a actividade audiência global. zem, sejam eles verdadeiros
utilizado, mas que não deve as suas decisões. Isso implica política, a liberdade das pes- A crença nas 'fake news' ou falsos. Basta, para isso, ter
ser traduzido como "notícias ouvir versões opostas, ouvir soas, a liberdade de opinião e em todas as 'patetices', um telemóvel na mão. Hoje,
falsas", porque uma notícia várias opiniões e depois per- e até o acesso à informação. invencionices e perversões o bom jornalismo implica apu-
não pode, por natureza, ser mitir que as pessoas possam, No combate às 'fake news', que circulam no mundo vir- rar melhor, não ignorar o con-
falsa, mas como "notícias efectivamente, retirar as suas o presidente da Impresa teceu tual é tanto maior quanto traditório, enquadrar e explicar
falsificadas", o que já pres- conclusões”, sustenta. ainda críticas ao comporta- mais fechada e menos edu- correctamente os aconteci-
supõe uma intenção de Por outro lado, é hoje mais mento dos jornalistas nas cada for uma sociedade. O mentos. A sociedade tem
desinformar ou manipular. difícil para os órgãos de infor- redes sociais. nosso país está a viver um tempo para isso ou quer viver
"Não há notícias menti- mação "ter os meios essen- "Os jornalistas têm de período de abertura infor- em permanente estado de
rosas, as notícias mentirosas ciais para, em cada um dos ter um comportamento tal- mativa, inaugurado com a euforia e excitação social?"
são mentiras. Nem sequer casos, (...) apurar a veraci- vez um pouco diferente e eleição do Presidente João *Ministro da Comunicação
aceito o conceito e acho que dade de uma determinada deixar de se apresentarem Lourenço em Agosto de 2017, Social
Investigador Pablo Ortellado ninguém na profissão o informação", admite. constantemente nas redes
deveria aceitar", contesta o sociais, como se aquilo fosse
E a directora da Lusa co- director da TSF. Código de conduta uma espécie de clube de TEIXEIRA CÂNDIDO
mentou também que consi- As "notícias mentirosas" O fundador do Expresso, amigos", considerou.
dera "uma contradição o
termo 'fake news', porque se
é falsa não é notícia", mas
são "perigosas", porque "põem
todos os dias em causa" o tra-
balho dos jornalistas e das
Francisco Pinto Balsemão,
considerou que as 'fake news'
são uma ameaça global e não
Questionado se consi-
d e rava n e c e s s á r i o u m
código de conduta, Fran-
Fake News não é jornalismo
reconheceu o termo inter- empresas de informação, apenas para os 'media' e cisco Pinto Balsemão afir- Teixeira Cândido, secretário- fim, no actual contexto domi-
nacional como identificativo. reconhece. defendeu um código de con- mou: "Penso que sim, cada geral do Sindicato dos Jorna- nado pelas “fake news”, a
Fernando Esteves, director Porém, importa assinalar duta para os jornalistas nas vez mais acho que os jor- listas Angolanos (SJA) começa imprensa tradicional tem campo
do Polígrafo, comentou, por que todos cometemos erros, redes sociais. nalistas não devem intervir por recordar que, antes de tudo, para reforçar a sua utilidade e
sua vez, que o cérebro huma- incluindo os jornalistas. "Mas Questionado sobre se as nas redes sociais, muito “as fake news não são notícias servir de 'espelho corrector'
no está feito para acreditar, uma coisa é o erro jornalístico 'fake news' ameaçam os menos acerca de assuntos jornalísticas, mas informações das informações disponíveis
mesmo quando sabe que não e outra coisa é uma mentira media, o presidente do Con- que eles próprios tratam diversas, disponibilizadas pelos nas redes sociais”.
é verdade, antecipando que ou uma 'fake news'", dis- selho de Administração da nas redacções. Acho que se mais diversos cidadãos, movi- Acrescenta que o jorna-
"a dificuldade de distinguir tingue. No primeiro caso, Impresa afirmou: "Eu acho devem coibir disso". dos pelos mais diversos inte- lismo não devia concorrer
a realidade da ficção, que se resses. É, por assim dizer, uma com as redes sociais, arris-
vai massificar no futuro, vai demarcação necessária”. cando por isso o seu capital.
dificultar a tomada de deci-
sões informadas".
ERCA, enfrentar o fenómeno é um exercício desafiador Por outro lado, acrescenta,
"o espaço no qual mais cir-
“É necessário dar a consumir
ao cidadão uma informação
Para o director do Polí- A ERCA (Entidade Reguladora da comunicação no contexto mentos legais vigentes e a culam as 'fake news' não são jornalística, quer dizer, devi-
grafo, cabe às redes sociais da Comunicação Social Ango- deste fenómeno novo das adopção de legislação ade- órgãos de comunicação social damente tratada, observando
intervir para evitar a escalada lana) faz nota que o seu Con- 'fake news'. quada ao enfrentamento do (imprensa no sentido lato), os cânones deontológicos”.
do fenómeno e as suas con- selho Directivo entrou em Divisamos a necessidade de fenómeno (fake news) . mas as redes sociais e outras
MOTA AMBRÓSIO| EDIÇÕES NOVEMBRO
sequências negativas, mas funções num período em que um trabalho transversal e pro- Tendo em vista contribuir plataformas digitais”. Como
também aos cidadãos, que se observam novos desafios fundo que englobe de forma para o conhecimento real do terceiro elemento Teixeira
devem ser "mais responsáveis na Comunicação Social, com comum todos os sujeitos activos fenómeno 'fake news', miti- Cândido avança que "a notí-
e não podem partilhar con- a proeminência da imprensa e passivos do trabalho da Comu- gando os seus efeitos com a cia jornalística tem caracte-
teúdos de qualquer forma". online e do activismo nas Redes nicação Social na salvaguarda literacia mediática do cidadão rísticas próprias, que não
"Partilhar acriticamente Sociais, nem sempre coerente do respeito escrupuloso e defesa comum, a ERCA programou podem nem devem ser con-
é mais uma machadada na com os princípios éticos e deon- dos direitos de personalidade, para este ano um colóquio fundidas com as 'fake news'.
democracia", considerou tológicos que devem reger a nomeadamente o bom nome, sobre a matéria, em que par- Quarto à intensidade das
Fernando Esteves, acres- comunicação social. a honra, a imagem e intimidade ticiparão actores angolanos “fake news”, o responsável sin-
centando que os jornalistas, Por isso, vemos que é um da vida privada, protegidos e dos países membros da Pla- dical acredita ser uma conse-
por seu turno, "têm de ser exercício desafiador para a constitucionalmente e na legis- taforma das Entidades Regu- quência da necessidade de
corajosos e continuar a publi- ERCA, enquanto entidade lação ordinária. l a d o ra s d a C o m u n i ca çã o maior transparência dos actos
car o que os outros não que- reguladora que tem que fazer Em suma, torna-se neces- Social dos Países de Língua de gestão dos Estados. “Por Jornalista pede mais rigor
rem que se publique". a supervisão e a regulação sário a aplicação dos instru- Portuguesa.

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