Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Coronelzinho
ADRIANO MARINI
ii
Copyright © 2015 Adriano Marini
ISBN: 1516930061
ISBN-13: 978-1516930067
.
.
.
CONTEUDO
Agradecimentos i
1 Abertura 3
2 Maria 6
3 Bandoleiros 14
4 Ciganos 17
5 Andrea, o italiano 25
6 O baile 29
7 Pedro 43
8 O gado 54
9 A cidade 63
AGRADECIMENTOS
i
CORONELZINHO
CAPITULO I
ABERTURA
3
ADRIANO MARINI
...
- Bem vindos, meus filhos. Como foi a viagem? Encontraram o
compadre Américo por lá?
- Não papai, mas conseguimos vender o café ao senhor Barão de
Cocais e trouxemos dois carros de bois com mercadorias que
compramos com o dinheiro.
- Vocês fizeram um bom trabalho, meninos.
- O Alexandre viu um homem na estrada.
- E o que ele queria?
- Ele viu, eu não vi.
- É papai, ele tinha uma grande capa preta e um enorme chapéu
sobre a cabeça, caminhou na estrada e passou através do carro de
boi.
- Estranho, mas um dia a gente descobre o que foi isto. Bom, eu
vou à cidade levar estas mercadorias para nossa mercearia.
- Mas logo vai anoitecer Egidio, não acha melhor esperar até
amanhã?
- Não Angela, vou aproveitar para abastecer a mercearia com
calma. – e se foi.
- O pai de vocês é muito trabalhador, vocês devem sempre seguir o
exemplo de homem que ele é.
Ao amanhecer Egidio retorna todo desarrumado e com uma
mancha de batom na gola da camisa branca de linho.
- Por que está todo desarrumado assim, Egidio? – pergunta Angela,
que vai recebe-lo no portão da sede da fazenda.
4
CORONELZINHO
5
ADRIANO MARINI
CAPITULO II
MARIA
Maria era a filha do meio, mais nova que Isabel e mais velha que
Adelair.
Um grupo de bandoleiros chega à cidade. Passam a cavalo
vagarosamente pelas ruas de Rio Preto, observando a tudo e a
todos e ao mesmo tempo sendo observados e comentados por
todos. Continuam andando pela rua principal até saírem
calmamente, pegando a estrada boiadeira de Talhados, indo sempre
na mesma direção. Chegam as margens de um grande lago e sob
uma árvore montam acampamento.
João, o líder do bando, ao ir lavar o corpo no grande lago vê em
uma das margens uma linda moça, bem vestida, dando água para
beber ao cavalo, que teima em não abaixar a cabeça para beber.
João sai da água e caminha pela margem até aproximar-se da
moça.
- Se colocar um pouco de água na boca dele ele saberá que é água
e beberá.
Maria assusta-se.
- Quem é o senhor?
João ri.
- Sou apenas um forasteiro que costuma tomar banho neste lago.
Nunca a vi por aqui, você mora aqui perto?
- Aqui perto? Não senhor. Eu moro aqui.
6
CORONELZINHO
7
ADRIANO MARINI
8
CORONELZINHO
- Lola, você não vai acreditar no que vi. Eu estava no lago tentando
dar água aquele cavalo novo quanto apareceu um homem que
tomava banho na água.
- Meu Deus! Um homem dentro das nossas terras. Papai já sabe?
- Sabe do que menina?
As meninas assustam-se com a entrada repentina do pai no quarto
delas.
- Nada não papai – desconversa Maria.
- A Maria encontrou um homem tomando banho em nossa lagoa –
diz Adelair
- Um homem na nossa propriedade? E quem é ele?
- Eu não sei papai, eu o vi na lagoa enquanto passeava a cavalo.
- Entendo, - diz Egidio. Vamos, terminem de arrumar-se senão
vamos perder a procissão na cidade.
As meninas terminam por colocar sobre as cabeças os véus pretos
e saem do quarto.
- Vamos meninas, estamos atrasados para pegar a procissão do
Senhor Morto, afinal hoje é sexta feira da paixão. Já vestiram os
véus pretos? – pergunta Angela.
- Sim mamãe, já estamos todas prontas, podemos ir – responde
Isabel.
E saem da casa grande e tomam seus assentos na charrete que as
levaria a cidade. Ao lado sobre cavalos vão o pai Egidio e os filhos
homens, Pedro e Alexandre.
Chegam na cidade, amarram os cavalos ao lado da Catedral
enquanto as senhoras descem da charrete, ajudadas por Egidio.
9
ADRIANO MARINI
10
CORONELZINHO
11
ADRIANO MARINI
12
CORONELZINHO
13
ADRIANO MARINI
CAPITULO III
BANDOLEIROS
14
CORONELZINHO
Na fazenda.
- Onde esteve minha filha?
- Estive visitando a velha da floresta.
- Cruz credo, Maria – arrepia-se Isabel – Aquela velha parece mais
uma bruxa do que um ser humano.
- E ela vai começar a fazer bruxaria agora. - diz Pedro
- Olha o respeito, Pedro- chama atenção o pai.
- E o que você foi fazer lá, filha?
Maria hesita um pouco.
- Eu estava apenas cavalgando e quando vi já estava perto da casa
dela, então resolvi entrar.
15
ADRIANO MARINI
16
CORONELZINHO
CAPITULO IV
CIGANOS
17
ADRIANO MARINI
18
CORONELZINHO
19
ADRIANO MARINI
20
CORONELZINHO
21
ADRIANO MARINI
22
CORONELZINHO
- O que é isto?
- Isto é algo que esperamos nunca usar. Esta matraca imita o som
de uma metralhadora.
- E para que serve?
- Serve para espantar os getulistas quando ficarmos sem munição.
- Sim, corremos o risco. – diz outro voluntário. Você viu que todos
temos nossas armas, porém muito pouco munição nos foi dada.
Alexandre bebe mais um pouco de cachaça para ter coragem,
talvez.
Ouve-se um tiro no meio da floresta e pouco depois vê-se um
cavalo cavalgando solitário. Em sua sela lê-se: Martins. Junto ao
corpo do jovem que saiu de Rio Preto está o exército getulista
observando-o.
- Ele estava seguindo para a divisa de Minas, então é para lá que
nós vamos.
E uma extensa tropa segue pelas estradas.
No acampamento estão todos embriagados.
- Estou com fome – diz Alexandre.
- Estamos quase sem comida. Vem comigo até a mata, vamos ver
se caçamos algum animal para a refeição.
Quando estão no meio da mata ouvem os vários tiros das
tropas getulistas.
As tropas de Rio Preto, embriagadas, não tiveram tempo de
revidar ou se proteger. Os dois voltam correndo, mas somente a
tempo de ver o sangue escorrendo de seus amigos. Estão todos
mortos.
23
ADRIANO MARINI
24
CORONELZINHO
CAPITULO V
ANDREA, O ITALIANO
Na fazenda
- Vocês conhecem o italiano que abriu uma mercearia para os
colonos? - pergunta Alexandre
- Não, mas se é italiano não deve ser boa coisa. – comenta Adelair
- Ora, deixe de implicância – corrige Isabel – se é uma mercearia
nova, pode ter alguns tecidos diferentes para nossos vestidos.
- É, até que você pode estar certa. – fala Maria
- Se tiver tecidos novos deve ser de muito mau gosto. Se ao menos
fossem franceses – diz Adelair olhando para fora da janela e
sonhando.
- Para vestir esta dai qualquer pano de saco de café serve. – diz
Pedro.
- Pedro, você precisa aprender a respeitar suas irmãs, apesar de
serem meninas são de toda forma mulheres e você o homem. – diz
Egidio e, virando-se para as meninas. – Acho que não custa vocês
darem uma olhada por lá, afinal como nós também temos uma
mercearia, é bom fazermos amizade com os concorrentes. – e
olhando para Pedro – e saber o que eles estão vendendo que nós
possamos não ter.
As três meninas cavalgam pela estrada da fazenda, passando
pelo pasto e por sob a copa de arvores até chegarem ao vasto e
denso bambuzal.
25
ADRIANO MARINI
26
CORONELZINHO
27
ADRIANO MARINI
28
CORONELZINHO
CAPITULO VI
O BAILE
- Vamos meninas, seu pai não quer que atrasem – avida a mãe
Angela. Tão logo acabem de almoçar vocês vão ao rio tomar banho
para depois de arrumarem.
- Sim mamãe, nós não nos atrasaremos
A mãe sai do quarto e as meninas ficam conversando.
- O Italiano não veio falar com o papai, não é Lola? – pergunta
Isabel
- Ele não deve ter tido tempo, chegou agora da Itália, mal acabou
de abrir o armazém. Deve ter muitas coisas para fazer ainda.
- Espero que ele não ouse lhe tirar para dançar no Baile, senão
papai vai ficar muito furioso – comenta Maria.
- Principalmente porque nossos irmãos também vão estar
presentes, e eles podem não gostar.
- Vamos almoçar para podermos começar a nos arrumar – termina
a conversa Adelair.
Na mesa já se encontravam o pai e os irmãos das meninas,
Alexandre e Pedro.
- Ora, ora, veja papai que resolveu aparecer: as três patinhas.
- Mais respeito com suas irmãs Pedro.
...
29
ADRIANO MARINI
30
CORONELZINHO
31
ADRIANO MARINI
de Angela.
- Posso saber quem é o senhor?
- Eu sou Andrea, cheguei há pouco da Itália e abri um humilde
armazém nas proximidades dos limites de suas propriedades, na
colônia dos italianos.
- Ah, o nosso concorrente. – fala Angela.
- Por favor, sente-se senhor Andrea – convida Egidio
- Obrigado.
Maria cutuca Adelair.
- Quais são suas perspectivas para a cidade, Sr. Andrea?
- Bom Senhor Egidio, o armazém aqui na colônia é apenas meu
ponto de chegada, mas não pretendo ficar por muito tempo. Após
me estabelecer, pretendo mudar-me para Campinas.
- Pois bem. Campinas é uma cidade de muito progresso nestes
tempos, faz uma escolha acertada. Se um dia desejar vender o
armazém, eu terei muito gosto em adquiri-lo.
- Será um prazer vende-lo ao Coronel. Com certeza o avisarei.
- Estas são minhas filhas, Senhorita Adelair, Senhorita Maria e
Senhorita Isabel. E este é meu filho Pedro. Minha esposa Angela
acho que já conhece.
- Encantado senhoritas. Já tinha ouvido falar da família. As
meninas já havia conhecido na estrada quando foram visitar meu
armazém.
- É mesmo? – olhando para as meninas – Não sabia que já haviam
se conhecido. Mas em todo caso, vi que está só em sua mesa. Se
não estiver esperando alguém, gostaria que nos fizesse companhia.
32
CORONELZINHO
33
ADRIANO MARINI
34
CORONELZINHO
35
ADRIANO MARINI
no meio deles.
- O que está acontecendo aqui? – grita Egidio
- Alguns jagunços apenas riem.
- Acho que seus homens estão todos bêbados Coronel. – diz um
jagunço de outra família.
- E quem foi o responsável?
- Foi ele. – apontando para Alexandre. Seu filho trouxe a bebida
escondida nos cavalos.
- Miserável, maldito miserável. – e tira o cinturão e começa a bater
em Alexandre, que acorda bêbado gritando.
As mulheres da família ouvem a gritaria e correm para fora
ver, quando encontram Alexandre encolhido em um canto da
igreja.
Angela corre para conter Egidio antes que mate o filho.
- Você está louco, Egidio? Vai matar nosso filho, é?
- Este maldito imbecil trouxe a bebida para todo esse povo ai
jogado nas escadas – e aponta ao menos 15 jagunços , entre os seus
e os dos outros coronéis.
- E Maria, onde está? – pergunta Angela.
- Não sei. Com este desgosto enorme nem lembrei dela.
- Ela pode estar no meio da praça respirando um pouco. Diz
Adelair.
- Não está não, senhorita. – interrompe o jagunço novamente.
- Então onde ela está? – pergunta Egidio
- Eu a vi sendo levada pelos bandoleiros que assaltaram o banco.
- Levada? Mas levada como?
36
CORONELZINHO
37
ADRIANO MARINI
38
CORONELZINHO
39
ADRIANO MARINI
40
CORONELZINHO
41
ADRIANO MARINI
42
CORONELZINHO
CAPITULO VII
PEDRO
43
ADRIANO MARINI
44
CORONELZINHO
Guapiaçu que vai pelo lado direito da praça e outro pela boiadeira
de Barretos, que nasce ao lado esquerdo.
- E como pode mandar todos para o mesmo lado, senhor Andrea,
deixando a zona Sul totalmente descoberta?
- Quando fomos atrás da senhorita Maria ainda na noite de ontem,
apesar de não termos a encontrado nos deparamos com uma
fogueira ainda acesa pelos lados do Córrego dos Macacos, por isso
eu acredito que, cercando estes lados, nossas chances de
encontrarmos algo são maiores.
- Eia, meus homens, sigam-me. – disse Sr Samir, dirigindo-se a
estrada boiadeira de Barretos.
- Eia, vamos homens. – agora o coronel Godoi, seguindo na estrada
de Guapiaçu.
- Quem vem comigo, senhores? Vamos iniciar nossa caçada. – e
Andrea segue na estrada da esquerda.
- Vamos senhores. – diz Pedro de modo inseguro, olhando para
Andrea e seguindo pela etrada da direita.
Após uma curta cavalgada.
- Senhor Pedro, devemos tomar cuidado. Por estes lados ficam os
locais de morada das onças.
- É, você tem razão. Vamos andar mais unidos e tomar maiores
cuidados a respeito disto. – e continuam cavalgando floresta
adentro.
- Que fumaça é aquela no meio da floresta? – pergunta Andrea a
um dos jagunços.
- É a cabana da velha feiticeira.
45
ADRIANO MARINI
46
CORONELZINHO
47
ADRIANO MARINI
48
CORONELZINHO
49
ADRIANO MARINI
50
CORONELZINHO
51
ADRIANO MARINI
52
CORONELZINHO
53
ADRIANO MARINI
CAPITULO VIII
O GADO
54
CORONELZINHO
55
ADRIANO MARINI
- Sim, sim, podem ir. Eu quero que minha filha fique linda para o
seu casamento.
- Egidio, meu esposo, nossa filha pediu para falar-lhe que seu
desejo é fazer a festa de recepção dos convidados no Automóvel
Club da cidade.
--É minha esposa, eu até concordaria com este pedido, porém
vamos ter muitos coronéis como convidados e suas famílias, que
virão de charretes ou a cavalo e terão dificuldades em achar
espaços para deixarem os animais. Aqui em nossa fazenda
poderão sentir-se mais à vontade em deixar as montarias.
- Tens razão meu esposo. Vou falar com nossa filha.
...
56
CORONELZINHO
57
ADRIANO MARINI
58
CORONELZINHO
59
ADRIANO MARINI
60
CORONELZINHO
- Ora, já que o pasto é de seu pai, nada melhor que ser ocupado
pelo gado dele.
- O que? – assusta-se Egidio.
- O seu gado está ai no meio, meu sogro. Junto com os bois de os
seus vizinhos.
- Vocês roubaram? – pergunta Andrea irado
- Não, nós só íamos passando pelas propriedades e, quando víamos
as casas desprotegidas a gente recolhia o gado.
- Meus convidados. – surpreende-se Egidio.
- Mas e os convidados, o que vamos fazer com eles? – pergunta
Adelair
João ouve e vai na ponta das escadarias.
- A festa acabou pessoal. O coronel Egidio agradece a todos pela
presença, mas agora os bois precisam dormir – e gritando mais alto
ainda e dando tiros para cima – Vamos pessoal, vamos ajudar os
convidados de meu sobro a irem embora.
Os bandoleiros que estavam na porteira entram atirando e os
jagunços começam a trocar tiros quando o bispo entra no meio do
fogo cruzado, gritando:
- Parem, parem. Estão ficando loucos? Aqui há senhoras e
crianças. Parem com isto.
Os jagunços guardam as armas sob as ordens de seus coronéis
e deixam a propriedade.
O Bispo volta para despedir-se de Egidio.
- Senhor coronel, vou me retirar com a madre. Se precisar de algo,
por favor avise.
61
ADRIANO MARINI
62
CORONELZINHO
CAPITULO IX
A CIDADE
63
ADRIANO MARINI
64
CORONELZINHO
65
ADRIANO MARINI
66
CORONELZINHO
hoje.
- Aqui estão, obrigado pela compra. – agradece Isabel.
Ela passa por uma praça e vê um homem com uma garrafa de
bebida nas mãos, sentado em um banco, bêbado como de costume.
Roupas sujas, barba comprida. Ao ver a aproximação de Isabel
fica de pé.
- Oh, oh, oh. Olha quem está aqui, minha irmãzinha Isabel. – e
passa as mãos na cabeça da menina, brincando com ela.
Os outros bêbados prestam atenção na conversa. Quase todos
são os ex-jagunços de Egidio.
- Pega Alexandre, é isto que tenho hoje e tira da cesta alguns pés
de moleque, coloca em um papel e dá ao irmão.
- Obrigado irmãzinha. – diz Alexandre feliz pela pequena refeição.
67
ADRIANO MARINI
68
CORONELZINHO
69
ADRIANO MARINI
70
CORONELZINHO
71
ADRIANO MARINI
As relações de mercado
existentes para os principais
frutos produzidos na região do
Salgado Paraense pela
agricultura familiar permitirá
estabelecer linhas norteadoras
ao desenvolvimento rural,
procurando estabelecer uma
maior integração entre aqueles
produtores e o mercado final de
seus produtos
72
CORONELZINHO
73