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GUARAPUAVA
2019
Avaliação do Escore Corporal
A avaliação da condição corporal é uma técnica que pode ser utilizada pelos
produtores para corrigir possíveis falhas no plano nutricional de seu rebanho e
consequentemente aumentar os índices produtivos e reprodutivos de seus animais. Entre as
vantagens dessa prática destaca-se a facilidade de aprendizado, a simplicidade, o baixo custo
e o fato de não necessitar nenhum equipamento especializado. Para avaliar a condição
corporal não se usa rotineiramente a pesagem dos animais pela falta de praticidade, então foi
desenvolvido um sistema que classifica os animais pela observação visual, que é um método
prático, que se baseia no grau de cobertura dos tecidos do corpo nas regiões da cauda e
lombo do animal.
Início da lactação: o ideal é que o animal não venha a perder mais do que 1 ponto de
condição corporal, no período inicial de pós-parto. Isto se justifica porque, neste período, é
necessário que a fêmea retorne a ciclicidade e venha a conceber. Sabe-se que animais que
ganham condição corporal nas seis semanas anteriores à inseminação artificial, apresentam
maiores taxas de prenhez na primeira inseminação. Deseja-se que a vaca tenha condição
corporal entre 3 e 4 (3.5) no momento do parto para que, mesmo perdendo peso, sua CC não
seja inferior a 2.5, nos primeiros quatro meses após o mesmo. Neste período a fêmea mobiliza
suas reservas corporais, pois a demanda energética é maior do que a capacidade de consumo
(balanço energético negativo) e perde peso. Fêmeas com CC inferiores a 2,5 ou que estejam
perdendo peso apresentam dificuldades em retomar sua atividade cíclica e de conceber dentro
do período desejado para atingir a meta de 12 meses de intervalo entre partos.
Após a secagem, as vacas devem ser conduzidas para um pasto de boa qualidade
onde possam caminhar e exercitar-se. É recomendado que fêmeas no final da gestação não se
movimentem em demasia e tenham o máximo de conforto animal, evitando a ocorrência de
estresse (calor excessivo, pancadas, traumatismos) e abortos consequentes.
Escore de Locomoção
Escore Descrição
1 A linha do dorso permanece reta em qualquer posição. Todas as
patas são apoiadas firmemente ao chão. (Fig. 05)
2 A linha do dorso fica levemente arqueada quando o animal cama.
O apoio ao chão é anormal. (Fig. 06)
3 A linha do dorso fica arqueada em qualquer posição. Os passos
são mais curtos com uma das patas. (Fig. 07)
4 A linha do dorso fica sempre arqueada. Proteção de uma ou mais
patas, apoiando pouco peso sobre elas. (Fig. 08)
5 A linha do dorso fica sempre arqueada. Praticamente existe
recusa do animal para apoiar-se sobre uma das patas. (Fig. 09)
Fonte: Adaptado de Oliveira (2007) apud Plautz et al. (2013)
São muitas as etiologias das afecções podais, dentre elas, destacam-se fatores
individuais da vaca, tais como estágio da lactação, idade e número de partos, ocorrência de
infecção sistêmica, conformação dos membros e herança genética. Em relação aos fatores de
rebanho, destacam-se a nutrição, o manejo, nível de atividade física, conforto e ambiente.
Escore Fecal
As fezes e como elas se apresentam (forma e consistência) podem dizer um pouco
sobre a ocorrência de alterações no trato gastrointestinal e suas implicações na saúde e
desempenho dos animais. Se as fezes estão moles, podem indicar que está ocorrendo
excesso nitrogênio (proteína) no rúmen ou baixa degradabilidade, e que talvez haja acelerada
taxa de passagem do amido no rúmen devido às fontes alimentares. Por outro lado, se as
fezes são muito firmes, sugere-se que há excesso fibras na dieta.
O escore de condição fecal pode ser um bom indicativo para auxiliar a avaliação de
como uma mudança na dieta possa esta afetando os animais. Certamente, em curtos períodos
uma pequena variação é aceitável, porém os animais devem apresentar consistência de fezes
adequadas, normalmente pastosas ao firme, sem grandes variações de semana para semana.
As fezes podem ser avaliadas e pontuadas com base em sua consistência, o que pode
indicar desequilíbrios da dieta e suas fontes alimentares e sinalizar potenciais problemas.
Desta forma, a caracterização fecal de bovinos constitui uma ferramenta auxiliar para técnicos,
produtores e pessoal de lida no campo na tomada de decisões em relação à nutrição e manejo
no dia a dia da fazenda, como no aspecto sanitário relacionado à criação de bovinos. A Tabela
03 descreve de modo sucinto o escore de condição fecal de bovinos com pontuação de 1 a 5.
Tabela 03 - Escores de consistência fecal, descrições e exemplos.
Outra maneira é o escore adotado por Walker et al. (1998), o qual varia de uma escala
de 0 a 3, descrito na Tabela 04.
O sistema de pontuação adotado por Litherland (2007) é o mesmo que Looper et al.
(2001), contudo este enfatiza a importância de se adotar esta simples metodologia. Como
segue o sistema de pontuação do escore fecal: escore fecal 1: o estrume é muito líquido
(diarreia), indicando excesso de proteína ou amido; escore fecal 2: o estrume aparece solto,
não forma uma pilha diferente, muitas vezes causados por uma falta de fibra efetiva na dieta;
escore fecal 3: esta é a pontuação ideal, este estrume vai empilhar entorno de 5,08 centímetros
de altura, com vários anéis concêntricos com um pequeno depressão da covinha no meio;
escore fecal 4: este estrume é mais espesso e forma pilhas de mais de 5,08 centímetros, vacas
secas devem ter essa pontuação; escore fecal 5: este estrume aparece como espessas bolas
fecais.
De acordo com as várias fases de produção das vacas leiteiras, correlacionaram cada
fase com um escore fecal adequado, e sugeriram os seguintes escores fecais: 3,5 para vacas
secas; 3,0 para vacas secas em fim de gestação (pré-parto de 3 semanas); 2,5 para vacas
recém paridas (pós-parto de 3 semanas); 3,0 para vacas de alta produção e 3,5 para vacas em
fim de lactação.
Escore de Rume
O escore de rúmen é uma maneira de verificar a ingestão de alimentos e a velocidade
em que ele está se movendo no trato digestivo do animal. Para avaliar o escore de rúmen é
necessário posicionar atrás da vaca e olhar para o flanco esquerdo do animal. O
preenchimento indica o consumo de alimento, a velocidade de fermentação e a taxa em que o
alimento passa através do sistema digestivo do animal. A fermentação e a velocidade
passagem dependem da quantidade e das propriedades dos alimentos, como quantidade de
fibra e tamanho de partículas.
Tabela 05 - Escores de rume, características e ilustração
Escore Características
1 Um vazio profundo no flanco esquerdo. A pele
sob as curvas da região lombar voltada para
dentro das vértebras. A fossa paralombar atrás
da última costela é mais do que uma mão
largura de profundidade. Visto de lado, esta
parte do flanco tem uma aparência retangular.
A vaca come pouco ou nada, o que poderia ser
devido a doença súbita, alimentação
insuficiente ou intragável.
2 A pele sob as curvas da região lombar voltada
para dentro das vértebras. A fossa paralombar
atrás da última costela é uma mão largura de
profundidade. Visto de lado, esta parte do
flanco tem uma aparência triangular. Esta
pontuação é visto frequentemente em vacas
na primeira semana após o parto. Mais tarde,
em lactação, este é um sinal de ingestão
alimentar insuficiente, ou uma taxa de
passagem muito elevada.
3 A pele sob as vértebras da região lombar vai
verticalmente para baixo e em seguida para
fora. A fossa paralombar atrás da última
costela ainda é visível. Esta é a pontuação
correta para vacas leiteiras bem alimentadas.
É indício que o rúmen está recebendo
alimento em quantidade correta e com boa
taxa de passagem pelo trato digestivo.
4 A pele sob as curvas da região lombar para
fora das vértebras. Sem fossa paralombar
visível por trás da última costela. Esta é a
pontuação correta para as vacas se
aproximando do final da lactação, e para vacas
secas.
A maioria dos animais confinados no Brasil é que recebem ração por livre acesso aos
cochos ou por sistema de cochos limpos (escore de cocho). Para esses dois métodos, a
quantidade de ração fornecida é determinada por: 1) estimativa da quantidade de alimento
comestível que sobra no cocho em períodos de tempo específicos após o fornecimento de
ração dos animais, 2) avaliação da voracidade dos animais e 3) registro histórico do
fornecimento e consumo da ração. Como um método padrão de escore, pode servir de
exemplo o sistema de escala de Pritchard (1998), demonstrado a seguir.
Escore Descrição
0 Cocho vazio ou com presença esporádica de material não comestível (paus, pedras).
½ Presença esparsa de comida no cocho e fundo do mesmo bem visível.
1 Cocho com linha de alimento. Fundo facilmente visível. Desejável.
2 Sobra de 25% a 50% do último trato do dia anterior.
3 Sobra de 50% ou mais do último trato do dia anterior.
4 Ração praticamente intocada.
Fonte: Pritchard (1998)
Quando se pretende fornecer livre acesso ao alimento para animais alimentados uma
vez por dia durante a manhã, um escore de 2 durante a noite e 1 ou ½ pela manhã é desejado;
os fornecimentos diários de ração são ajustados para manter esses níveis, com aumentos de
no máximo 10% do trato prévio. Os decréscimos diários no fornecimento de ração podem
exceder 10%. Para restringir o consumo de forma branda e empregar um sistema de cocho
liso, um escore de 1 a 2 à noite e de 0 pela manhã, imediatamente antes do trato, é preferível.
Se o escore do cocho é 0, mas os animais não estão procurando com voracidade o alimento, a
quantidade fornecida não precisa ser aumentada. Mas com consecutivos escores 0 por vários
dias e animais vorazes, a quantidade fornecida dever ser aumentada. Com esse sistema, a
quantidade de alimento sobrando antes do próximo trato é a medida mais crítica. Se a ração é
fornecida duas vezes no dia , aumentos nos suprimento de alimento e mudanças de ração
devem ser feitos sempre à noite e com animais que não estão com fome ou vorazes.
Referências
COOK, N.B.; REINEMANN, D.J. Ferramenta para avaliação da higiene do úbere e tetos da
vaca. University of Wisconsin-Madison, Wisconsin, USA.
FLOWER, F.C.; WEARY, D.M. Effect of hoof pathologies on subjective assessments of dairy
cow gait. Journal of Dairy Science, v. 89, p. 139-146, 2006.
SOUZA, D.; OLIVEIRA, R. Efeito das afecções de casco sobre o comportamento no estro e
desempenho reprodutivo de vacas leiteiras. 2004. Tese (doutorado) Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, – Universidade de São Paulo, SP.
WALKER, et al. A reliable, practical, and economical protocol for inducing diarrhea and severe
dehydration in the neonatal calf. Canadian Journal of Veterinary Research, v.62, n.3, p.205-
213, 1998.