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Sete lições espirituais do Rabino Avraham Chachamovits, Cabalista, inspirado pelo patriarca Avraham como um modelo ético e espiritual do povo judeu, tendo ele questionado toda uma sociedade na sua busca por D-us.
Sete lições espirituais do Rabino Avraham Chachamovits, Cabalista, inspirado pelo patriarca Avraham como um modelo ético e espiritual do povo judeu, tendo ele questionado toda uma sociedade na sua busca por D-us.
Sete lições espirituais do Rabino Avraham Chachamovits, Cabalista, inspirado pelo patriarca Avraham como um modelo ético e espiritual do povo judeu, tendo ele questionado toda uma sociedade na sua busca por D-us.
O patriarca Avraham não foi apenas o primeiro judeu, mas
um protótipo histórico do povo judeu. Ele é um modelo ético e espiritual, tendo ele questionado toda uma sociedade na sua busca por D-us. Ele se ligou à santidade abandonando seu local de nascimento e costumes errados, e veio a se identificar posteriormente com a terra santa. Avraham muito vagou, foi um professor nato, um iconoclasta solitário, um mestre do sacrifício, um cavaleiro da fé e um estranho em sua sociedade que o hospedava. Ele foi Avraham ha-Ivrí – o judeu que ficava de um lado do rio, enquanto o mundo todo de outro. Em seu exílio profundo ele conheceu a D-us e buscou ensinar a todos sobre Ele. De fato ele era muito conhecido por sua bondade. E sobre isso, afirmou o grande Rav Yosef Soloveitchik: “Conhecer a D-us também significa ter um desejo de repartir o conhecimento do indivíduo com outros, de ter uma vontade de ensinar as pessoas, de trazer a mensagem ao ignorante e insensível ou para aqueles desafortunados que não tiveram a oportunidade de aprender e estudar. Um homem que é feliz e não deseja ensinar os outros não é necessariamente cruel e egoísta. Mas ele não é um estudioso e erudito da Torá. Um verdadeiro estudioso da Torá não pode conter o que ele conhece dentro dele mesmo; ele explode. Conhecimento implica em um elemento dinâmico; o conhecedor se torna irrequieto, a verdade chora para fora das entranhas de sua personalidade, ele simplesmente precisa contar para os outros”.
E é inspirado neste grandioso paradigma que eu busco viver
minha vida, a cada momento precioso que D-us me permite.
12 de Tishrêi, 5771
Rabino Avraham Chachamovits
LEI ESPIRITUAL 1
O Povo Judeu está acima das Mazalót
No Gênesis 15:5, Hashem faz Avraham “sair para
fora”. Nossos Sábios explicam que Hashem aqui ensinou a Avraham que para se tornar um judeu, ele precisava renunciar completamente às suas práticas de Astrologia. Pela Cabalá, até mesmo a palavra astrologia é muito negativa, não devendo ser pronunciada (usa-se o termo mazalót) ou jamais usada quando se referindo à origem dos conceitos semelhantes como ensinados no livro santo de Cabalá de Avraham Avínu (“nosso pai”), o Sêfer Ietsirah. O mestre maior da Cabalá, o Ari"zal explica no Etz Chayim que a astrologia não-judaica somente alcança o nível baixo das doze constelações ou signos astrológicos, mas que existem muitos outros níveis acima deste. O nível mais alto de todos os níveis de influência na criação são as doze permutações do Shem Havayah (“Nome de D-us”). Entretanto, somente o Povo Judeu é conectado a este grau tão sublime. E ser conectado a este nível implica no poder intrínseco do Povo Judeu de “re-criação”, pois o Nome Havayah significa “criação contínua”. LEI ESPIRITUAL 2 A bondade acelera a evolução espiritual
Através do pensamento científico, aprendemos
que salvo nas equações teóricas avançadas, o tempo se adianta sempre, e nada pode afetá-lo ou controlá- lo. Entretanto, a Cabalá explica as possibilidades de controle da dimensão do tempo há milênios. Como é trazido pelo Ari"zal, existem de um modo geral, quatro mundos (ou dimensões) espirituais: Atsilut, Beriyah, Ietsirah, e o nosso mais baixo e físico chamado de Asiyah. Os grandes mestres cabalistas conhecem bem as possibilidades de saltos espaços- temporais (através de "dobras" no espaço) como descritos na Torá como Kefitzat Hadérech ("encurtamento do caminho"), quando viagens muito longas e em grandes distâncias foram realizadas em frações do tempo necessário (Rashi no Gênesis 24:42, Ramban no Gênesis 28:17, Números 10:33, Bereshit Rabah 68:8, Talmud – Sanhedrin 95a-b, etc.). Ou da possibilidade de visionar os avanços nos eventos futuros, o assunto das profecias e seus inúmeros graus. Cada um destes “controles”, entre outros não mencionados, implica na conexão com um mundo espiritual distinto, e cada uma destas dimensões tem o seu tempo relativo. No nosso grau de realidade, o mundo de Asiyah, também é possível obter um controle da dimensão do tempo, trazendo resultados verdadeiramente significativos.
Agora, um mestre deste controle do tempo foi
Avraham Avínu. Afinal, como pôde Avraham Avínu avançar tanto em conhecimento espiritual? Veja que, para educar membros de sua geração, Avraham escreveu um livro de 400 capítulos a fim de ensinar a todos sobre os parâmetros da espiritualidade cashér. Organizado mais tarde pelo grande Rabi Akíva, o que restou deste livro é hoje em dia conhecido como Sêfer Ietsirah. Apesar de que este livro é considerado uma obra prima da literatura cabalística, o seu propósito original foi o de ensinar não-judeus como vivenciar D-us. Este livro extraordinário em todos os sentidos ensinava como cada um individualmente pode e deve se ligar a D-us em kedusha (“santidade”), quebrando assim a força primitiva, imatura, e impura das idolatrias. Avraham conhecia todos estes segredos e muito mais! Seu conhecimento avançado obteve grande sucesso, pois junto com sua esposa Sara, eles fizeram muitos guêrim (“convertidos”), as “almas que haviam adquirido em Harán” (Gênesis 12:5). E tudo isso por amor a Hashem e desejo que as Suas criaturas pudessem conhecê-Lo. Portanto, ainda que com uma sabedoria gigantesca sobre a espiritualidade, a força que o movia era sua bondade única. E por isso nossos Sábios ensinaram que, “O atributo da Bondade no mundo foi diante de D-us para reclamar que, desde que Avraham estava no mundo, ele [a Bondade] não tinha o que fazer, pois Avraham era o canal completo deste atributo” (Sêfer HaBahír).
Assim, de Avraham Avinu aprendemos que existe
uma relação entre a bondade e o conhecimento espiritual. De fato, o Ba'al HaTanya ensina que através de atos materiais ou espirituais de bondade para outros, a mente e coração da pessoa se refinam 1.000 vezes! Atos de bondade constantes controlam o tempo no mundo de Asiyah, fazendo com que a pessoa verdadeiramente acelere muitas vezes o seu crescimento e entendimento espiritual!
Podemos entender isso do seguinte verso: “A menor
tribo crescerá 1.000 vezes mais, e a mais jovem se tornará uma nação forte. Eu, o Eterno, farei isto a seu tempo, ou o apressarei [se o merecerem]” (Isaías 60:22). No meio do processo natural do tempo (“a seu tempo”), entrará o elemento milagroso de “o apressarei”, possibilitando com que qualquer um, mesmo “A menor tribo crescerá 1.000 vezes mais, e a mais jovem se tornará uma nação forte”. E assim como este é um processo cósmico da bondade infinita de Hashem para o mundo, quando a pessoa O emula com a bondade, ela, por menor que seja, acelera o seu crescimento, e fortifica suas compreensões das verdades espirituais, literalmente causando sua própria redenção, amém. LEI ESPIRITUAL 3
Cuide do próximo assim como Hashem
cuida de você
Quando D-us visitou Avraham Avinu depois de sua
circuncisão (Gênesis 18:1), a Torá usa a palavra vayerá, que significa “aparecer”, de guemátria 217. Se adicionamos as 4 letras do próprio termo (de acordo com a regra de guemátria chamada de Im Ha'otiót) e depois adicionamos 1 (de acordo com a regra de guemátria chamada de Im Ha'kolel) temos então o valor numérico de 222, que é a guemátria de Berách, “abençoar”. O aparecer de D-us foi uma bênção para Avraham, certamente necessária para o seu processo de cura após o brit milah (“circuncisão”). Isto nos ensina uma importante lição sobre visitar os doentes, a mitsvá de bikúr cholím. Assim como D-s visitou Avraham, nós devemos visitar os doentes, pois isto remove parte da doença, literalmente 1/60 dela! (Talmud, Nedarim 39b).
Cuidar de um doente tem também um efeito
espiritual em sua condição. Nossos Sábios explicam que, ao realizarmos guemilút chassadim (“atos de bondade”), nós nos ligamos a Shechiná (“Presença Divina” no mundo). Isto é assim, pois deste modo nós emulamos os caminhos de D-us, que afinal, constantemente oferece Sua benevolência para as Suas criaturas (Talmud, Sotah 14a). Misticamente, despertado por nossas ações generosas, o aspecto da bondade Divina vem a existir dentro de nós mesmos. E este fluxo de benevolência alivia a doença daquele que cuidamos, pois como a doença é um aspecto de din, “julgamento”, a infusão de nossa ação bondosa mitiga e assim, “adoça” este julgamento!
O santo Zohar explica que “o mal [em qualquer
espécie] adoenta a luz” (49b, Tazria). Por isso, é preciso ter cuidado com os nossos pensamentos, falas, e ações, pois mesmo que inadvertidamente negativas, elas destroem mundos espirituais inteiros! No grau físico, esta é a dor que uma pessoa sente quando ela é machucada por outra, pois seus sentimentos foram ignorados, etc. Portanto, o segredo é buscar refinar o caráter e tratar a todos sempre de forma doce e agradável. E assim como é uma grande mitsvá ajudar a outros a se recuperaram de suas doenças, também é uma grande mitsvá não causar mal algum ao próximo! Faça isso “reconhecendo que o Nome Havayah [YKVK] está verdadeiramente inscrito na face de cada pessoa. Ou seja, quando você olha para um judeu, veja a letra Hei em um de seus olhos, o outro Hei de Havayah no outro olho, o Yud no seu nariz, e a letra Vav na sua boca. Veja a sua néfesh elokít [‘alma santa’] assim se revelando em sua face” (R' Chachamovits, Etz L'Shliach, Chesed). LEI ESPIRITUAL 4
A recompensa da humildade é a conexão
com D-us
Está escrito: Ve-anochi afar va-efer, “E eu sou pó e
cinza” (Gênesis 18:27). Sobre isso explicam os mestres que, como resultado deste pronunciamento, os descendentes de Avraham Avínu mereceram as duas mitsvót envolvendo as cinzas da parah adumah (“vaca vermelha”, Números 19:2) e o pó (ou seja, “a terra”) usada para a sotah [a mulher acusada de adultério, Números 5:12]. Mais ainda, a guemátria das palavras afar va-efer também alude as estas mitsvót, pois a guemátria de afar (“pó”) é 350, e é igual a le’sotah (“para a mulher acusada”), e a guemátria de va-efer (“e cinza”) é 287, é igual à palavra ba’parah (“sobe a vaca”).
Avraham Avínu ensina aqui que através do extremo
refinar do caráter, em particular, no desenvolver da humildade e assim, da aceitação dos desígnios de Hashem, a pessoa merece uma elevação espiritual tão grande, que como recompensa ela se conecta ainda mais a D-us! Por isso nossos mestres ensinaram: “A recompensa por uma mitsvá é uma outra mitsvá” (Pirkê Avót 4:2). Crescer em compreensão sobre as verdades espirituais implica em crescer mais ainda, pois quando a pessoa percebe a que exatamente ela estava ligada neste mundo antes de sua ascensão, a saber, às ilusões efêmeras, ela entende realmente que tudo é “pó e cinza”. Ou nas palavras do Rei Salomão: Havel havalim hakol hevel, “Tudo é vão e fútil”, e hevel é uma palavra sempre usada para descrever algo inconseqüente, um vento, e assim a vaidade e a tolice. É por esta razão que os sábios ensinaram que, “Este mundo é como uma antecâmara do Mundo Vindouro; prepara-te na antecâmara para que possas entrar no salão”. Se prepare com as mitsvót e os atos bondosos, pois a Cabalá (Zohar 211b, Vayak'hel) ensina que no mundo vindouro, somente elas “vestem” a pessoa para entrarem no “salão”. LEI ESPIRITUAL 5 Correndo para cima!
Está escrito, “Depois destas coisas, a palavra do
Eterno manifestou-se a Avram, numa visão” (Gênesis 15:1). E a Cabalá explica que, “Esta é a visão através da qual todas as aparências celestiais são vistas, assim como um espelho de vidro no qual imagens são refletidas. A Torá usa o termo visão [mareh] e aparências [machazeh], um em Aramaico, e o outro em Hebraico. Para Avram, a palavra usada é em Aramaico... Por que Hashem falou em Aramaico com Avraham? A razão é que esta língua não é compreendida pelos anjos, e isto era necessário uma vez que ele ainda não tinha se circuncidado [e seu nome ainda era Avram e não Avraham]. Assim, os anjos não poderiam reclamar que Hashem veio falar a um incircunciso, um que é ligado à impureza... E quando então que Hashem se revelou abertamente [em Hebraico] para Avraham? Somente quando ele fez o brit milah, assim como está escrito: “’E Elokim lhe falou, dizendo’, e Elokim é um nome santo... e revelado” (Zohar 88b, Lech Lechá).
Assim como explicado (na segunda lei espiritual), a
bondade de Avraham permitiu com que ele “acelerasse” o seu conhecimento espiritual. Isto significa que dentro da fase que ele se encontrava, com o uso da bondade, ele pôde sim ir mais a frente de seu tempo, ganhando novos insights espirituais. Agora, ainda que ele avançasse deste modo em sua ligação com D-us, a fase que ele se encontrava era limitada pela falta de cumprimento das mitsvót físicas, que conectam a pessoa ‘diretamente’ com o desejo de D-us, e têm uma original espiritual sublime e incompreensível. Por isso que neste estágio espiritual de Avraham, Hashem ainda falava com ele em Aramaico, uma língua mais “baixa”, por assim dizer, que protegia Avraham de acusações celestiais, evitando também as reclamações angelicais para com D-us. Entretanto, Hashem desejou que Avraham ganhasse mais mérito e pudesse ir para a próxima fase de sua evolução espiritual. Para isso, Avraham cumpriu a única mitsvá física que ele podia (uma vez que a Torá ainda não havia sido outorgada no mundo): o pacto sagrado em sua carne. Agora, através desta mitsvá, Avraham muito se elevou espiritualmente, mudando de nome e se comunicando com Hashem na língua santa, o Hebraico.
Os atos de bondade funcionam como uma nave
espacial que percorre as dimensões físicas do vasto universo em uma velocidade extraordinária, ganhando assim muito terreno. Certamente, esta é uma maneira de viajar no universo. Mas, as mitsvót são como túneis no espaço-tempo, que permitem viajar diretamente para outros universos, para as dimensões mais elevadas acima da nossa. O judeu precisa destas duas ferramentas vitais para que ele tenha o mérito de receber a ‘visão’ multidimensional do seu real papel neste mundo que urge em ser revelado. LEI ESPIRITUAL 6 A paz é o recipiente das bênçãos
Para poder enterrar sua querida esposa Sara Imênu
(“Nossa Mãe”) em um lugar ideal, na caverna de Machpelah, Avraham Avínu aceitou até mesmo o preço exorbitante que Efrón o maldoso Hitita havia determinado. A guemátria de Efrón (que é soletrado na Torá sem o Vav, um sinal de defeito) é 400, a mesma de rá áin, traduzido como avaro, ou literalmente como “olho ruim”. E de fato, 400 é o número de shekalim (moedas de prata) que Efrón recebeu de Avraham. Cada moeda serviu para anular a raiz deste mal, que mais tarde se expressou novamente. Veja que, o reshit tavót (o “acróstico”) do verso Vayakam sede Efrón, “E confirmou-se o campo de Efrón” (Gênesis 23:17) soletra o nome Esáv, o ministro do mal (literalmente o representante maior do mal no mundo), e quem trouxe seus 400 homens para prejudicar Ya'cov Avínu (Gênesis 32:7)!
Assim, Avraham muito se preocupou em “adoçar” ao
máximo este mal que estava diante dele, e deste modo pagou um preço muito alto para garantir que as gerações futuras pudessem ter paz também. De fato, tudo dentro da Lei Divina vale para a paz. E Avraham conhecia bem o segredo místico deste princípio que devemos muito emular e que mais tarde os nossos sábios ensinaram: “Hashem não encontrou recipiente algum que poderia conter a bênção para Israel salvo a paz” (Mishná, Uktzim 3:12). E “Paz é algo realmente precioso, uma vez que de todas as ações e atos meritórios que Avraham Avínu realizou a única recompensa dada a ele foi a paz” (Bamidbar Rabá 11:7). LEI ESPIRITUAL 7 O fim é ligado ao início
O Midrash pergunta: “Qual a razão que está escrito
lech lechá érets ha-moriyah [‘Saia para a terra de Moriah’], assim como tinha sido escrito lech lechá meartsecha [‘Saia da sua terra’]”. E o próprio Midrash responde sobre o significado da repetição da famosa expressão lech lechá: “Isto nos ensina que o teste final é relacionado como o primeiro teste. Imediatamente após estas palavras, Avraham despertou cedo para cumprir o desejo de Hashem” (Tanchuma, Gênesis 22:1).
O Sêfer Ietsirah (1:7), obra extraordinária de Avraham
Avinu, declara exatamente que: “O fim é ligado ao início, e o início é ligado ao fim”. Existem inúmeras lições sobre este conceito metafísico fundamental. De modo simples e direto, isto significa que, aquilo encontrado no fim de uma “estrada”, já está lá no seu início. Muitos querem estudar as coisas profundas da Torá e ignoram as partes reveladas e simples. Este é um grande erro! De fato, os ensinamentos mais profundos de toda a Torá são encontrados nas suas seções mais simples e fáceis de entender. Por esta razão que o maior e mais profundo “livro” de Cabalá é o Chumash, a própria Torá! Isto significa que uma pessoa pode conhecer os maiores segredos da Cabalá sem nunca ter estudado um livro de Cabalá. A base da Torá são as lições dos profetas. O nosso Templo Sagrado foi destruído, pois o povo não ouviu a mensagem dos profetas. Veja, as lições dos profetas são as palavras do D-us Vivo, literalmente preservadas para nós para nos instruir moralmente. As palavras dos profetas não são filosóficas e passíveis de debate sem fim. Elas são reais e diretas, sempre aplicáveis. Estas mensagens são direcionadas ao coração, não a mente.
De fato, existem muitos que se intoxicam pela
profundidade da Cabalá, pelo desafio intelectual, mas que se esquecem que a Cabalá não existe em um vácuo fora do Judaísmo. É absolutamente impossível estudar Cabalá sem conhecimento de toda a Torá, o que inclui o Tanach, Halachá, e Talmud. Somente com equilíbrio apropriado, qualquer estudo de Cabalá pode ser de fato entendido. Toda a Torá, com todas as suas partes de níveis de compreensão diferentes nos foi oferecida com a razão específica de promover a união entre o Céu e a Terra, ou na linguagem da Cabalá, a unificação do Sagrado, abençoado seja Ele, e Sua Shechiná (“Presença Divina”). Quando os cabalistas verdadeiros falam sobre a retificação dos mundos superiores, eles estão de fato falando sobre os domínios profundos da psique humana. A Cabalá existe para ajudar o homem no árduo e vital trabalho de retificar o seu caráter. E quando falamos de domínios espirituais na Cabalá, estamos falando da mente, que é afinal, o plano aonde a alma se une com D-us. Todo estudo de Torá e assim, de Cabalá, aponta para o objetivo do fim, que é a retificação do caráter. O fim se liga ao início, pois ao iniciar no caminho da Torá a pessoa termina ela mesma mais refinada e preciosa. E assim como disse o profeta: “Tornarei os homens mais raros que o ouro mais fino” (Isaías 13:12) e a Cabalá ensina que o protótipo desta preciosidade “Foi Avraham, quem Hashem ergueu e apreciou mais do que qualquer outra pessoa no mundo” (Zohar 107b, Vayerá).