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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0005451-38.2014.8.05.0248

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S A

Recorrido(s) : FLORISVALDO DA SILVA FERREIRA

Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - SERRINHA


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. COBRANÇA INDEVIDA DE


SEGURO. E ANUIDADE NÃO CONTRATADOS. INEXISTÊNCIA DE
PROVAS ACERCA DA CONSTITUIÇÃO REGULAR DA RELAÇÃO JURÍDICA
PELO RÉU.(ART.373, INCISO I DO NCPC). FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS. RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. COMPROMENTIMENTO EXPRESSIVO DA RENDA DA
PARTE AUTORA, TTULAR DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. QUANTUM
ARBITRADO DE ACORDO COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE
E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


procedente em parte a ação, nestes termos: “Pelo exposto, na forma do art. 487, I,
do CPC, com base no artigo 5º, X, da Constituição Federal, combinado com o art. 6º,
inciso VI do Código de Defesa do Consumidor e art. 186, 927 e 944, todos do Código Civil,
JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a ação para condenar as acionada, de forma
solidária, a indenizar a autora, a título de danos morais, a quantia de R$ 2.000,00 (dois mil
reais), quantia esta que deverá ser acrescida de juros de 1% ao mês e correção monetária
pelo INPC, incidentes a partir desta decisão, na forma da súmula 362, do STJ...”.

2. Alega a parte autora que vinha sofrendo descontos em seu benefício


assistencial, consistente em anuidade e seguro de vida,o qual nunca contratara.
Requereu a restituição em dobro dos valores descontados bem como indenização
pelos danos morais sofridos.

3. A recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, que não


houve ato ilícito, que o contrato Ra impugnado fora validamente celebrado entre as
partes, estando os descontos lastreados em causa jurídica legítima, não havendo
que se falar, portanto, em ilicitude; que não foram provados os requisitos
ensejadores do dano moral.
4. A despeito das alegações da acionada sobre a legalidade da anotação
realizada, não apresenta documentação que corrobore suas alegações. Com
efeito, tendo a parte autora alegado a ilegitimidade dos descontos, embasados em
suposta contratação por ele negada, incumbia à parte ré não somente a prova
acera da existência da relação jurídica, através da juntada do instrumento
contratual com a assinatura da parte autora, , o que todavia não fora feito na
hipótese.
5.
6. A despeito das alegações da acionada acerca da regularidade da
contratação do seguro que vinha sendo cobrado , a mesma não faz prova da
regular contratação, como lhe incumbia fazer, nos termos do art.373 do NPC, tendo
o magistrado sentenciante julgado corretamente ao reconhecer a prática abusiva, e
ao determinar a restituição em dobro dos valores cobrados indevidamente a título
de seguro.
7. O conjunto probatório demonstrou cabalmente a ocorrência do dano moral
que muito mais que aborrecimento e contratempo, resultou em situação que por
certo lhe trouxe intranqüilidade e sofrimento, máxime diante do fato de que os
descontos havidos indevidamente comprometeram parcela de natureza alimentar,
sendo patente que houve o comprometimento da renda da parte acionante,
portadora de parcos recursos por ser titular de benefício assistencial, o que fora
agravado pela prática reiterada dos descontos, sendo portanto patente a violação a
direitos da personalidade.
8. O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos
morais, guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a
repercussão do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com
os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantida.
9. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO
AO RECURSO INTERPOSTO, para manter a sentença objurgada pelos
próprios fundamentos. Custas processuais e honorários advocatícios pelo
recorrente, que arbitro em 20% sobre o valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 02 de Fevereiro de 2016.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0005451-38.2014.8.05.0248

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S A

Recorrido(s) : FLORISVALDO DA SILVA FERREIRA

Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - SERRINHA


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
1. Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia,
MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA
SANTOS LAGO e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão : RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. UNÂNIME, de acordo com a
ata do julgamento. Custas processuais e honorários advocatícios pelo recorrente,
que arbitro em 20% sobre o valor da condenação

Salvador, Sala das Sessões, 02 de Fevereiro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora

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