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Objectivos
Ademais, quando alguém com mais de vinte ou trinta anos permanece solteiro, quer por
opção ou circunstâncias, muitos começam a tentar diagnosticar o problema (orientação
sexual, aparência física, capacidade intelectual, inaptidão social, padrões excessivamente
elevados, ou outros fatores) que condenou a pessoa àquele estado civil “não natural e
indesejável” de solteiro. Provavelmente não é exagero dizer que muitas pessoas em nossas
igrejas hoje sequer consideraram a possibilidade de que seja aceitável permanecer solteiro.
E parece que o único chamado de Deus que os cristãos ocidentais temem mais do que a
vocação para missões é a vocação para uma vida de celibato.
No tempo do Antigo Testamento, era raro encontrar solteiros entre os indivíduos com idade
suficiente para casar, ou seja, de 12 a 13 para as moças e 15 a 16 anos para os rapazes. Na
verdade, devido, em grande parte, à ordem de Deus para procriar (Gn 1.28), não havia na
cultura do Antigo Testamento nada equivalente ao conceito actual de adolescência ou que
fosse correspondente ao período extenso de maturidade adulta sem cônjuge e filhos. A
maior parte das pessoas considerava que permanecer solteiro era viver de modo contrário à
natureza. No período veterotestamentário, os solteiros geralmente se encaixavam em uma
das seguintes categorias.
6. Rapazes e moças que ainda não haviam se casado: em geral, o pai era
responsável por arranjar o casamento dos filhos com cônjuges adequados (Gênesis
24; Juizes 14). Ele esforçava-se para proteger as filhas de aproveitadores do sexo
oposto e garantir que ela se casaria virgem (cf. Êx 22.16-17; Dt 22.13-21) e provia
um dote que era devolvido para a filha se o casamento não desse certo.
Não obstante, João Batista, Jesus e o apóstolo Paulo eram solteiros e, apesar de haver
comparativamente poucas informações sobre o solteirismo no Novo Testamento, tanto
Jesus quanto Paulo mencionam que determinada forma de celibato é um “dom da parte de
Deus” (lCo 7.7),19 ou, como Jesus disse, há “eunucos por causa do reino dos céus” (Mt
19.12). Tanto Jesus quanto Paulo indicam que esse chamado para o solteirismo permite
que as pessoas não casadas dediquem atenção maior e exclusiva ao serviço religioso.
(lCo 7.32-35).
Um levantamento dos comentários de Jesus e Paulo sobre o solteirismo leva a fazer duas
observações. Primeiro, em contraste com a interpretação judaica tradicional do Antigo
Testamento (porém não necessariamente com o próprio Antigo Testamento), nos ensinos de
Jesus e Paulo o solteirismo é um conceito positivo. Enquanto no período
veterotestamentário o estado solteiro costumava ser considerado sob uma óptica negativa
(senão totalmente contrário à natureza), tanto Jesus quanto Paulo asseveram e também
exemplificam que, apesar de não ser a norma, o solteirismo é aceitável (1Co 7.8; lTm 4.1-
3). Segundo, o solteirismo é considerado um dom concedido por Deus. É provável que esse
fosse um ensinamento revolucionário para os ouvintes do primeiro século, envoltos nas
tradições do Antigo Testamento, todavia benéfico e vantajoso.
Aplicado ao contexto contemporâneo, o solteirismo deve ser visto como um dom concedido
a uns poucos escolhidos que apresenta vantagens consideráveis para o ministério, mas que
não é intrinsecamente superior nem inferior à instituição do casamento. Embora Paulo
pressuponha que os oficiais da igreja sejam, em regra, casados (lTm 3.2,12; Tt 1.6) e
considere o casamento e a família o campo de treinamento e prova para os candidatos à
liderança na igreja (lTm 3.4-5; 3.15), suas considerações não devem ser interpretadas como
requisitos. A igreja precisa de membros solteiros e casados.
Ainda que, na maioria das igrejas, os casais com filhos constituam a parte mais substancial
da congregação, os casados devem tratar os solteiros como membros plenos e legítimos da
congregação.Trata-se de algo ainda mais imperativo pelo facto de os solteiros terem o
privilégio de se dedicar de modo mais completo ao serviço do reino, inclusive ao estudo das
Escrituras, à oração pelas necessidades de outros e à atuação em várias funções estratégicas
(inclusive como missionários).
CONCLUSÃO
Infelizmente, respeitante ao tratamento dado aos casados e solteiros, temos visto no seio
cristão, duas visões antagônicas: em primeiro lugar, os casados são tratados como
privilegiados por poderem desfrutar do sexo (chegando até a idolatrá-lo), como mais
crescidos, responsáveis e até, preparados para o ministério, como se o casamento fosse o
único e mais importante requisito. Daí os solteiros olharem para o casamento como o maior
alvo a atingir, chegando até a desejar que Jesus não volte ainda, porque ele quer provar o
sexo e chegar a ministro, chegando muitas vezes a casar sem uma formação académica ou
técnico-profissional, sem emprego e sem preparação adequada para a vida conjugal; por
outro lado, encontramos os que são casados a olharempara o celibato como uma marca de
imaturidade, irresponsabilidade, incompetência, vida clandestina de promiscuidade ou
atémesmo, de homossexualidade. Daí a pressão de casar mais cedo e rápido.
Mas o que estou tentando esclarecer é que tanto o estado de solteiro ou de casado devem
servir para a glória de Deus (1 Co 10.31).
Portanto, amado irmão solteiro: de que adianta apressar-se para casar, quando não houve
preparação suficiente e adequada para tal? De que adianta viver atormentado pela ideia do
casamento, se como solteiro posso ser um instrumento útil nas mãos de Deus? Que adianta
pensar que casamento é a glória da terra para os jovens, sem estar preparado para as
responsabilidades que implicam o estado de casado? Se há vantagens em ser solteiro, por
que não desfrutar deste momento e servir de bênção como obreiro na igreja, para a glória de
Deus? Todavia, se não conseguires conter as emoções, é melhor casar do que abrasar, desde
que seja no Senhor.
BIBLIOGRAFIA