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PROCESSO DE RETIFICAÇÃO:
SELEÇÃO E CUIDADOS
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34.1. Introdução
Para obter uma boa operação de usinagem em retificação, alguns cuidados devem ser tomados:
Escolha da retificadora e das suas características técnicas; cuidados na instalação e manutenção;
rigidez, sistema de guias e mancais.
Escolha do tipo de rebolo e da especificação.
Determinar corretamente o momento de dressagem do rebolo; nunca deixar este momento ser
ultrapassado sem que a dressagem seja realizada.
Escolha do tipo de fluido lubrirrefrigerante.
Forma da peça, material e sobremetal.
Todos os itens citados estão relacionados entre si e são critérios importantes a considerar em cada
análise. Atualmente, os cuidados na preparação e no setup são igualmente importantes. Um bom
planejamento das operações pode proporcionar garantia de qualidade, menor tempo de setup e
flexibilidade de produção de vários modelos de peças.
A empresa Saint-Gobain Abrasivos (multinacional especializada na produção de lixas, rebolos e
discos de corte), através da metodologia System Approach, procura entender a retificação como um
sistema. Desta forma, o abrasivo passa a ser mais uma variável do processo, que depende também de
máquinas adequadas, operadores com conhecimento técnico, dressadores, fluidos lubrirrefrigerantes
adequados e um ciclo de usinagem bem desenhado.
Tipo de Abrasivo. Aços em geral e suas ligas devem ser retificados usando o óxido de alumínio
(Al2O3) como abrasivo ou, se a escolha recair sobre superabrasivos, o CBN. Já o carboneto de silício
(SiC) é apropriado para a retificação do ferro fundido, metais não-ferrosos (principalmente o metal-
duro) e não-metálicos.
Tamanho de Grão. Materiais frágeis de alta dureza, que tendem a formar cavacos curtos, devem ser
retificados com rebolos de grãos finos. A retificação de materiais dúcteis de baixa dureza, que tendem
a formar cavacos longos, deve ser feita com rebolos de grãos grossos.
Dureza do Rebolo. Materiais duros que já receberam o tratamento térmico final devem ser retificados
com rebolos de baixa dureza, que geram menos calor e, por isso, fazem com que o risco de se danificar
a estrutura superficial da peça seja menor. Materiais moles, nos quais o dano gerado pelo calor é
pequeno e não causa perda do tratamento térmico, devem ser retificados com rebolos duros.
Como já citado na Aula 16, o acabamento da superfície usinada pode ser quantificado através de
irregularidades micrométricas (sulcos) que se formam na superfície da peça durante o processo de
usinagem, chamadas de rugosidades. Na retificação, as rugosidades podem ser causadas por folgas nos
eixos, irregularidades no movimento da mesa, desbalanceamento do rebolo e granulação do abrasivo,
entre outras causas. Observe na Tabela 34.1 a relação entre rugosidade média (R a), granulação do
abrasivo e a profundidade de corte do rebolo.
6,3
80 a 100 5 a 15 m
0,8
200 a 300 1 a 8 m
A taxa de remoção de material da peça (MRR = material removal rate), que está diretamente
ligado ao acabamento da superfície usinada, influi na seleção do tamanho de grão e da liga aglomerante.
A MRR representa o volume de material removido por unidade de tempo. Calcula-se MRR pelo
produto entre a profundidade de corte [mm], a largura de corte [mm] e o avanço [mm/min] do rebolo.
Tamanho de Grão. Quanto maior o grão, maior a remoção de material da peça e pior o acabamento
da superfície usinada (Tab. 34.1). Então, rebolos com grãos grossos são recomendados para operações
de desbaste, enquanto rebolos com grãos finos para operações de acabamento.
Liga Aglomerante. A liga vitrificada (V) deve ser utilizada quando se deseja um acabamento médio
da peça, enquanto a liga resinoide (B) para alta qualidade. Para obter ótimo acabamento, necessita-se
de grande velocidade periférica do rebolo, que pode ser obtida somente com a liga B. Por outro lado,
estes podem também ser usados em operações onde se deseja retirar grande quantidade de material.
proporcionando, consequentemente, melhor equilíbrio do processo, o que reduz o custo total da operação
e aumenta a produtividade.
A velocidade de um rebolo é limitada pela resistência da liga aglomerante. Como já citado, ligas
vitrificadas trabalham normalmente até 33 m/s e algumas ligas vitrificadas especiais até 45 ou 60 m/s.
Acima disso, torna-se insegura a utilização do rebolo. Já os rebolos com ligas resinoides operam
normalmente até 48 m/s, sendo que alguns tipos especiais podem chegar até 100 m/s. Vale salientar que
quanto maior a velocidade periférica do rebolo, mais duro será seu comportamento.
A área de contato é definida pelo tamanho do grão e pela dureza do rebolo. Quanto maior a área
de contato rebolo-peça, maior deve ser o grão e o rebolo deve ser mais macio e mais poroso.
A dureza do rebolo é o ponto chave na escolha da potência da máquina: rebolos duros, que
resistem às forças de usinagem e não soltam os grãos do rebolo, devem ser especificados para máquinas
de alta potência. Vale dizer que quando os grãos se soltam do rebolo, este perde sua agressividade e as
forças de usinagem aumentam.
Esses diferentes tipos de desgaste levam aos seguintes efeitos sobre o grão: formação de desgaste
em forma de platôs, lascamento, rompimento de grãos inteiros do ligante e quebra do ligante quando as
forças são superiores à resistência do ligante. A resistência do grão ao desgaste depende de suas
propriedades físicas como: dureza, tendência ao lascamento, resistência química, resistência a altas
temperaturas, resistência à erosão e resistência à pressão.
Um rebolo pode sofrer desgaste sem perder sua afiação (ou agressividade) e vice-versa (Fig. 34.3).
Quando o grão sofre atrito inerente ao processo, ele pode fraturar e depois se desprender do rebolo,
causando desgaste, ou ter suas arestas arredondadas (alisamento do grão), causando perda de afiação.
O acontecimento de um ou outro fenômeno depende de diversos fatores, mas principalmente da
dureza do rebolo. Um rebolo mais duro consegue segurar o grão por mais tempo e, com isso, a perda de
afiação acontece mais rapidamente. Com o rebolo menos duro (mais macio), o aglomerante não consegue
suportar as tensões geradas pelo processo e, assim, solta o grão, gerando o desgaste. Quando o desgaste é
nulo, logo ele perderá a afiação. Quando o desgaste é grande, ele sempre se encontra agressivo.
Com a usinagem, os grãos vão se desgastando, o rebolo vai perdendo a agressividade, as forças
crescem, até que os grãos se desprendem, dando lugar a novos grãos afiados da camada mais interna do
rebolo. Este seria o mecanismo ideal na utilização, isto é, uma combinação de perda de afiação e de
desgaste do rebolo. Normalmente, não é isso que acontece, pois sempre um predomina sobre o outro.
Se a perda de afiação é o fenômeno predominante, os esforços de corte crescem e, se estes maiores
esforços não forem capazes de retirar o grão desgastado da liga (isto é, causar perda diametral), o rebolo
precisa ser também “dressado”, a fim de que não ocorra a “queima” da peça (danificação da estrutura
superficial) ou prejuízo ao seu acabamento.
O macrodesgaste é definido como sendo a quantidade de rebolo consumida durante um
determinado ciclo de operação, causando perda volumétrica ou diametral do mesmo (Fig. 34.4).
34.3.1. Dressagem
(a) (b)
Figura 34.5 – (a) Dressadores de rebolos com diamante natural tipo ponta única, lapidados, conglomerados,
múltiplos e lâmina (Rediam); (b) Dressagem de um rebolo (Zema)
Afiação é a operação que tem objetivo remover o ligante entre os grãos abrasivos; é geralmente
utilizada após a dressagem em rebolos com ligantes resinoides.
Outras operações comuns são a limpeza (desobstrução dos poros do rebolo) e o perfilamento (dar
forma geométrica ao rebolo).
Os rebolos devem ser acondicionados em locais livres de umidade excessiva ou sem incidência
direta da luz solar em almoxarifado dotado de armários e prateleiras adequadas para cada tipo. Deve-se
observar se o rebolo não sofreu nenhum dano durante seu transporte ou armazenamento.
Se não forem observados diversos cuidados na utilização e montagem nas afiadoras e retificadoras,
os rebolos podem causar acidentes sérios. A segurança no emprego dos rebolos depende em geral de três
fatores condicionais: ferramenta, máquina e montagem da ferramenta. Os rebolos devem, portanto:
ser inspecionados visualmente quanto à existência de danos e testados por ultrassom para constatar a
ausência de trincas internas;
ser balanceados – evita vibrações e permite a obtenção de superfícies de acabamento fino;
ser montados adequadamente;
girar concentricamente, sem batimentos.
Deve-se observar que a velocidade máxima de giro do rebolo especificada no rótulo corresponda à
velocidade periférica do rebolo com o diâmetro inicial.
As vibrações na ferramenta fazem com que a precisão nos processos, principalmente nos abrasivos,
seja imprópria para uma determinada peça.
Os elementos que compõem as máquinas, em geral, interagem entre si e, devido à presença de
atrito, ação de forças cíclicas, dentre outras dissipam energia na forma de calor, ruído e vibrações. Os
sinais de vibração carregam muita informação relativa à condição da máquina, e é a base para o uso
regular da medida e da análise de vibração. Um sistema balanceado e livre de vibração permite:
reduzir o desgaste do rebolo e a frequência de dressagem;
reduzir a quebra de abrasivos;
melhorar a geometria da peça;
melhorar o acabamento;
reduzir a queima;
reduzir as marcas (Fig. 34.6);
eliminar as variações do processo;
reduzir a manutenção;
aumentar a produtividade.