Sei sulla pagina 1di 20

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/268799604

Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Article · May 2012

CITATIONS READS

2 900

2 authors:

Luiz Antonio Pereira de Souza Otavio Coaracy Brasil Gandolfo


Instituto de Pesquisas Tecnológicas Instituto de Pesquisas Tecnológicas
22 PUBLICATIONS   75 CITATIONS    41 PUBLICATIONS   26 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Avaliação do comprimento de elementos de fundações por métodos não destrutivos (MND) View project

Integração de métodos geofísicos View project

All content following this page was uploaded by Otavio Coaracy Brasil Gandolfo on 26 November 2014.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


métodos geofísicos em
geotecnia e GEOLOGIA AMBIENTAL

Luiz Antonio Pereira de Souza*


Otávio Coaracy Brasil Gandolfo*
* Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT

RESUMO
Este trabalho faz uma abordagem dos principais méto- na aquisição e no processamento dos dados, bem como
dos geofísicos sob o ponto de vista de sua aplicação em as variadas formas de apresentação dos resultados que
projetos de geotecnia e em estudos envolvendo ques- garantam a plena compreensão dos produtos finais,
tões ambientais. Discutem-se as limitações e as po- em especial pelos profissionais não especialistas em
tencialidades de cada um dos métodos apresentados geofísica. São apresentados estudos de casos que de-
(sísmicos, elétricos, GPR, perfilagem de poços e po- monstram a importância da utilização de métodos ge-
tencial espontâneo) e as principais características dos ofísicos e da interpretação integrada com informações
equipamentos comumente empregados. São aborda- diretas (sondagens).
dos também as técnicas e os procedimentos adotados

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas a geofísica aplicada terrenos investigados. Dos parâmetros definidos,
vem desempenhando um importante papel nos destacam-se: o grau de alteração, a presença de es-
projetos de engenharia, prospecção de bens mine- truturas geológicas, a espessura dos estratos sedi-
rais e em estudos ambientais. Todavia, muito co- mentares, a identificação de contatos geológicos,
mumente, as empresas que gerenciam estes proje- dentre outros, características estas fundamentais
tos desconhecem a diversidade de metodologias para o desenvolvimento de qualquer projeto em
geofísicas disponíveis no mercado, bem como, o geotecnia ou meio ambiente.
correto emprego e as limitações e potencialidades Entre alguns exemplos de projetos nos quais
destas ferramentas de investigação. a geofísica pode efetivamente contribuir, podem
Segundo Orellana (1972) geofísica é a “ciência ser citados: locação de poços para captação de
que se ocupa do estudo das estruturas do interior da Ter- água subterrânea, mapeamento de plumas de
ra e da localização de materiais delimitados pelos con- contaminação e do contato água doce-água salgada,
trastes de alguma de suas propriedades físicas com as do identificação de zonas de fraturamento em maciços
meio circundante, usando, para esta finalidade, medidas rochosos, determinação da profundidade do topo
tomadas na superfície da terra ou da água, no interior de rochoso, mapeamento de utilidades (dutos, galerias,
furos de sondagens ou em levantamentos aéreos”. adutoras), identificação de vazamento em barra-
Por propriedades físicas dos materiais enten- gens, definição do volume de material para draga-
de-se, velocidade de propagação de ondas elás- gem em regiões portuárias ou do volume do mate-
ticas, resistividade elétrica, densidade, potencial rial assoreado em reservatórios ou em hidrovias.
elétrico natural, cargabilidade, suscetibilidade São muitas as vantagens da utilização dos
magnética, entre outras. Ao detectarem os con- métodos geofísicos em projetos de geotecnia e
trastes entre as propriedades físicas dos mate- meio ambiente, quando comparados aos clássicos
riais que compõem a crosta terrestre, os métodos métodos de investigação de subsuperfície. Umas
geofísicos possibilitam a avaliação qualitativa, e das mais importantes é a própria natureza não-
em muitos casos, quantitativa, da natureza dos -invasiva dos métodos geofísicos, característica

9
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

relevante nos dias atuais, já que questões relacio- Neste artigo optou-se por compartimentar a
nadas à preservação do meio ambiente investi- discussão sobre o desempenho dos métodos ge-
gado são prioritárias em qualquer projeto. Outra ofísicos aplicados em geotecnia e meio ambiente
característica a ser destacada é a relativa rapidez sob dois pontos de vista: investigação em áreas
com que são executados os ensaios de campo. Na terrestres e em áreas submersas.
investigação de áreas submersas este fator é ainda Na primeira abordagem, são tratados os mé-
mais relevante, pois uma semana de execução de todos geofísicos aplicados na superfície terrestre
ensaios geofísicos significa a aquisição de dezenas (incluindo poços), que são os métodos sísmicos,
de quilômetros de perfis, o que garante a cobertu- a eletrorresistividade, o potencial espontâneo, o
ra de grandes áreas proporcionando uma excelen- GPR, a perfilagem de poços e a magnetometria,
te relação custo-benefício. com destaque para os dois primeiros. Os concei-
Outra vantagem dos métodos geofísicos é a tos básicos relacionados à geofísica aplicada, bem
amplitude da cobertura dos levantamentos, o que dá como as principais aplicações, estão amplamente
maior representatividade aos dados. Ao contrário discutidos em Griffiths & King, 1983; Dobecki &
Romig, 1985; Telford et al., 1990; Parasnis, 1997;
dos métodos convencionais, como sondagens, trin-
Reynolds, 1997; Souza et al, 1998, Milson, 2003;
cheiras ou amostragens (que são pontuais), perfis ou
Duarte, 2010; Kearey & Brooks, 2009.
linhas geofísicas cobrem grandes áreas e, portanto,
A segunda abordagem deste artigo foca na
geram informações que ampliam o conhecimento
investigação de ambientes submersos rasos (rios,
da área do projeto, tendo como consequência a mi-
reservatórios, lagos e plataforma continental in-
nimização dos riscos inerentes e das ambiguidades
terna) que são ambientes que tem despertado es-
dos modelos interpretativos gerados.
pecial interesse da sociedade, no Brasil e no mun-
Todavia, ressalta-se que a utilização de méto-
do, nestes últimos anos. Os principais métodos
dos geofísicos não implica no abandono dos mé- geofísicos utilizados na investigação destes am-
todos convencionais de investigação. Dados dire- bientes são os métodos acústicos, que englobam
tos, oriundos de sondagens ou amostragens, serão a batimetria, a sonografia e a perfilagem sísmica
sempre importantes para subsidiar o profissional contínua. Outros métodos geofísicos (elétricos e
na interpretação das informações geofísicas, com eletromagnéticos) podem também ser aplicados,
a finalidade de se estabelecer um modelo geoló- porém com restrições.
gico para a área investigada. A utilização de mé-
todos geofísicos num determinado projeto pode
ainda orientar os procedimentos com relação às 2 INVESTIGAÇÃO DE AMBIENTES TERRESTRES
investigações diretas, minimizando a quantidade
Um dos métodos mais clássicos utilizados
e otimizando a localização das mesmas.
na investigação do ambiente terrestre é a sísmica.
Quanto às desvantagens da utilização dos mé-
Este método geofísico lida com a propagação das
todos geofísicos, destacam-se os altos preços dos ondas elásticas nos materiais geológicos, carac-
equipamentos, que são geralmente importados, terística que tem correlação direta com algumas
implicando em investimentos iniciais de dezenas propriedades físicas dos materiais, tais como, grau
ou centenas de milhares de dólares. A necessida- de consolidação/cimentação, alteração, compac-
de de mão de obra especializada para aquisição de tação, saturação do maciço, entre outros. Desta
dados, bem como para a manutenção dos equipa- forma, a sísmica produz informações que podem
mentos, constituem-se fatores que também limi- ser integradas com dados de sondagens mecâni-
tam a utilização ampla dos métodos geofísicos no cas (percussão, rotativa, trado, ensaio CPT, etc.)
Brasil. A crescente utilização de levantamentos em contribuindo efetivamente para a caracterização
ambientes urbanos coloca os métodos geofísicos geológica e geotécnica dos terrenos.
frente a novos desafios, tendo em vista a intensa Dentre os métodos sísmicos, destaca-se a
presença de ruídos eletromagnéticos, tráfego inten- sísmica de refração (Lankston, 1990), que vem
so de veículos, presença de pavimentos e reduzido sendo amplamente empregada há alguns anos
espaço para a aquisição dos dados. na geologia de engenharia e é indicada para a

10
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

determinação da profundidade do topo rochoso e de solos sob solicitação dinâmica de baixas ampli-
da espessura da cobertura do capeamento (rocha tudes, sobre os quais serão implantadas estruturas
alterada ou solo). Por se tratar de um método que que causem algum tipo de vibração (instalação de
determina, com relativa precisão, as velocidades máquinas ou motores vibratórios, aerogeradores
de propagação das ondas sísmicas nos materiais, de energia eólica, etc.). São diversos os ensaios sís-
tem efetiva aplicação no estudo da escarificabili- micos dos quais podem ser obtidas VP e VS.
dade de maciços e na avaliação da qualidade de Quando estão disponíveis furos de sonda-
maciços rochosos (Sjogren et al.,1979). A sísmica gens, as velocidades poderão ser obtidas por meio
de refração, portanto, tem ampla aplicação em dos ensaios crosshole, downhole ou uphole, técnicas
estudos preliminares de implantação de grandes cuja principal desvantagem está justamente na
obras civis, como barragens e túneis. necessidade de furos, atividade comumente dis-
Os métodos sísmicos comumente utilizam a pendiosa. Embora sejam mais caros, estes ensaios
onda P (compressional, longitudinal ou primá- fornecem os resultados mais precisos e com maior
ria) que pode ser facilmente gerada e identificada resolução na determinação de VP e VS em profun-
em um sismograma. Entretanto, observa-se uma didade, se comparados com aos ensaios realiza-
tendência crescente no emprego da onda S (cisa- dos na superfície (refração, reflexão).
lhante, transversal ou secundária) em geotecnia, Dentre os ensaios em furos, destaca-se o con-
particularmente para a engenharia de fundações, sagrado crosshole (Prado, 1994) que deve ser reali-
tendo em vista que a velocidade de propagação zado segundo a norma técnica ASTM 4428/4428M
da onda S, ao contrário da onda P, não é influen- (2007). A limitação deste ensaio está relacionada ao
ciada pela presença de água no maciço. A onda pequeno volume de maciço amostrado, devido à
cisalhante (onda S) se propaga apenas pela porção pequena distância requerida entre os furos para a
sólida do solo e pode, a priori, identificar mudan- sua realização (dois ou três furos espaçados de três
ças litológicas de maneira mais eficaz do que a metros para solo; e em torno de cinco metros para
onda P. Daí a importância de sua utilização. rocha). Neste tipo de ensaio, os furos devem ser
O conhecimento dos valores de velocidades especialmente preparados (revestidos com PVC,
da onda P (VP) e da onda S (VS), juntamente com a preferencialmente de parede grossa, espaço anelar
densidade dos materiais, permite a determinação preenchido e garantia da verticalidade dos furos).
dos parâmetros elásticos dinâmicos dos maciços: Os resultados deste ensaio podem ser diretamente
módulo de Young, coeficiente de Poisson e módulo correlacionados com as descrições das sondagens
de rigidez ou cisalhamento (Dourado, 1984). O co- que originaram os furos, determinando de forma
nhecimento destes parâmetros é importante para precisa a velocidade das ondas sísmicas (P e S) nos
a previsão do comportamento tensão-deformação diversos estratos encontrados (Figura 1).

Figura 1 – Resultados de um ensaio crosshole correlacionado com informações de sonda-


gem em uma área de arenitos (IPT, 2010).

11
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Em locais onde há a disponibilidade de ape- dos ensaios e sua enorme potencialidade em di-
nas um furo, podem ser realizados ensaios do tipo versas aplicações. Uma das técnicas precursoras
downhole (fonte na superfície e geofones no furo) denominava-se SASW (Spectral Analysis of Surface
ou uphole (fonte no furo e geofones na superfície). Waves). Este método analisa a propagação das on-
Em termos práticos, o downhole (ASTM-D7400, das superficiais (onda Rayleigh, particularmente)
2008) é o mais utilizado, pela maior facilidade da captadas por apenas dois geofones. O resultado
geração de energia sísmica na superfície do que deste ensaio é um perfil da variação de VS com a
no interior do furo. Podem ser realizados utilizan- profundidade, obtido por meio de procedimentos
do-se tanto a onda P como a onda S. matemáticos.
Na ausência de furos de sondagens, uma al- Atualmente o SASW não é muito utilizado e
ternativa para a determinação de VP e VS, é a reali- foi substituído pelo MASW (Multichannel Analy-
zação de ensaios sísmicos em superfície (refração, sis of Surface Waves) que tem a vantagem de uti-
ensaios com ondas superficiais). Por apresenta- lizar múltiplos geofones. A realização do ensaio
rem custo operacional menor que os ensaios em MASW (Park et al, 1999; Xia et al., 1999) é muito
furos, podem gerar produtos com uma relação similar ao ensaio de sísmica de refração. No pro-
custo-beneficio compatível com as necessidades cessamento utilizam-se técnicas de inversão dos
do projeto (Gandolfo, 2011). A refração sísmica, dados que resultam em informações pontuais da
classicamente utilizada para determinação de VP, variação de VS com a profundidade em um perfil
pode também ser utilizada para determinação de 1D (a partir da análise das ondas Rayleigh). Di-
VS, tendo com limitação a dificuldade da geração versos ensaios realizados ao longo de uma linha
da onda S em superfície (o que não ocorre com a podem gerar uma seção com a distribuição espa-
onda P, de fácil geração e identificação nos clás- cial de VS (2D), informação de grande importância
sicos registros sísmicos de refração). As fontes de para a área de geotecnia e engenharia de funda-
onda S, em geral, possuem energia menor que as ções (Figura 2).
fontes de onda P, o que torna difícil a identificação Em complementação aos métodos que uti-
do tempo de chegada da onda S a partir de gran- lizam fontes sísmicas ativas (marreta, queda de
des distâncias entre fonte e receptores (geofones). peso etc.) existe também a possibilidade do em-
Outros ensaios de superfície que permitem prego das ondas superficiais geradas pelo ruído
a obtenção de VS são aqueles que utilizam as on- ambiental (tráfego de veículos, por exemplo), o
das superficiais. São largamente utilizados em que torna o método bastante interessante, pois
investigações geotécnicas em outros países e, atu- possibilita atingir maiores profundidades de in-
almente, vem ganhando mais espaço no Brasil, vestigação. São conhecidos como métodos passi-
devido às facilidades operacionais na execução vos (Park et al., 2005).

Figura 2 – Resultados de um ensaio MASW, mostrando a variação de VS com a profundidade em um


perfil 1D (esquerda) e seção 2D (direita). Modificado de http://www.geotomographie.de

12
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Embora os métodos que utilizam ondas super- estudo do traçado de túneis (Danielsen & Dahlin,
ficiais sejam de simples execução e possuam gran- 2009), na identificação de matacões (Taioli et al.,
de potencial de emprego na engenharia geotécnica, 2009) e no mapeamento de zonas anômalas em
ainda demandam estudos mais aprofundados de- terrenos cársticos (Kruse et al., 2006). Neste últi-
vido à ambiguidade presente na interpretação dos mo caso, a interpretação dos dados deve ser feita
dados. Produtos mais confiáveis de um levanta- de forma muito criteriosa, com amplo controle das
mento de MASW podem ser obtidos quando seus condições hidrogeológicas e estruturais, uma vez
resultados são calibrados com ensaios em furo(s) que os alvos podem apresentar tanto anomalias
de sondagem (crosshole ou downhole) que são aque- condutivas como resistivas. Em estudos de escor-
les que fornecem as informações mais precisas do regamentos, a eletrorresistividade pode ser apli-
perfil de velocidade com a profundidade, confor- cada juntamente com o método sísmico (Caris &
me já explicitado anteriormente. Van Asch, 1991; Israil & Pachauri, 2003). O méto-
Por fim, vale destacar o uso da sísmica de re- do também encontra grande aplicação em estudos
flexão rasa (ou de alta resolução) que é uma técni- ambientais (caracterização hidrogeológica, identi-
ca que evoluiu muito nos últimos anos (Steeples ficação e mapeamento de anomalias relacionadas
& Miller, 1990). A disponibilidade atual de sis- à presença de plumas de contaminantes, etc.).
mógrafos cada vez mais portáteis e com elevado Com relação à identificação de cavidades,
número de canais possibilita a realização de en- além dos métodos elétricos, podem também ser
saios de boa qualidade e a custos mais reduzidos, aplicados, preferencialmente de forma conjunta,
tornando este método uma excelente ferramenta o método da micro-gravimetria (Baradello et al.,
de investigação em ambientes urbanos. A sísmi- 2001; Debeglia et al., 2006), que permite a iden-
ca de reflexão alcança maiores profundidades de tificação das pequenas anomalias gravimétricas
investigação do que a sísmica de refração. Atual- oriundas dos vazios e cavidades em subsuperfí-
mente, vêm sendo realizados estudos que, além cie. A aplicação deste método exige cuidados es-
da onda P, utilizam a onda S (Bokhonok, 2011). peciais no processo de aquisição e processamento
Profundidade do embasamento rochoso e a detec- dos dados, tendo em vista a reduzida amplitude
ção da presença de matacões (Taioli et al., 1993) das anomalias geradas pelos alvos.
estão entre os principais produtos da aplicação Na eletrorresistividade, além da clássica téc-
deste método geofísico. nica do caminhamento elétrico, existe também a
Embora os produtos oriundos dos métodos sondagem elétrica vertical (SEV), que se constitui
sísmicos tenham alta relevância na investigação numa técnica que pode também ser aplicada em
geológico-geotécnica dos terrenos emersos, cum- questões geotécnicas e ambientais, preferencial-
pre destacar-se o papel, não menos importante, mente em terrenos com homogeneidade lateral,
dos métodos elétricos. Destaca-se entre eles, a com camadas aproximadamente plano-paralelas.
eletrorresistividade, em especial a técnica do ca- Estudos estratigráficos em bacias sedimentares
minhamento elétrico, que encontra grande apli- são bons exemplos de ambientes nos quais esta
cação, pois investiga um parâmetro (resistivida- técnica geofísica tem sido aplicada com sucesso.
de elétrica) que responde diretamente à presença Atualmente existem equipamentos denomi-
de água nos maciços rochosos e terrosos (Ward, nados de multi-eletrodos que realizam aquisição
1990). A eletrorresistividade pode alcançar gran- de dados de maneira automatizada. Possuem a
des profundidades de investigação, dependendo vantagem de realizar um enorme número de me-
do espaçamento utilizado entre os eletrodos e da didas em reduzido intervalo de tempo e com a
potência do equipamento de medida. Enquanto capacidade de empregar diversos tipos de arran-
a sísmica de refração limita-se à determinação da jos em uma mesma linha de investigação, produ-
profundidade do topo rochoso, a eletrorresistivi- zindo uma grande amostragem espacial e de alta
dade é capaz de identificar anomalias relacionadas resolução. Entretanto, alguns cabos destes equi-
a zonas e/ou estruturas de maior ou menor per- pamentos não permitem a utilização de grande
meabilidade no interior do maciço. A eletrorresis- espaçamento entre eletrodos, o que acarreta me-
tividade é um método que encontra aplicação no nor profundidade de investigação, o que pode

13
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

não comtemplar os objetivos de um determinado modelo geológico-geotécnico do local investigado,


projeto (Gandolfo, 2007). A escolha do arranjo a em termos da geometria e profundidade dos alvos.
ser utilizado depende do tipo de alvo, geometria e A análise integrada de dados de eletrorresis-
profundidade em que o mesmo se encontra. tividade (caminhamento elétrico) e dados sísmi-
Outro aspecto importante a ser destacado nos cos (refração) conduzem comumente a uma inter-
métodos elétricos é a atual disponibilidade de téc- pretação mais confiável, encorajando o emprego
nicas modernas de processamento dos dados, o conjunto destes dois métodos de investigação geo-
que possibilita a construção de modelos geoelétri- física (Figura 3).
cos correlacionáveis de forma mais confiável com o

Figura 3 — Seção sísmica interpretada, sobreposta a uma seção geoelétrica, obtida em um aterro
de inertes. O aterro, parte superior, apresenta altas resistividades elétricas (tonalidades amarelas e
vermelhas) e velocidades sísmicas baixas; na base deste, encontra-se o solo natural, possivelmente
saturado, com resistividades elétricas baixas (tonalidades azuladas) e velocidade sísmica igual a
1,6 m/ms). (IPT, 2011).

Uma alternativa ao método da eletroressisti- alta impedância de entrada, fios de ligação e ele-
vidade é o método eletromagnético (EM) que in- trodos especiais. O método SP mede as voltagens
vestiga o mesmo parâmetro físico (condutividade elétricas naturais existentes no terreno (da ordem
elétrica/resistividade elétrica). Encontra aplica- de mV). O levantamento é realizado por meio de
ções em estudos ambientais (mapeamento de plu- perfis distribuídos numa grade, de modo a com-
mas de contaminação) e de forma mais restrita, por uma malha de investigação sobre a área de
em geotecnia. Trata-se de um método indutivo, interesse. Os mapas gerados permitem a interpre-
cuja interpretação dos dados não é trivial, além tação de direções preferenciais de fluxos de flui-
de ser mais suscetível a ruídos eletromagnéticos, dos subterrâneos.
comumente presentes em áreas urbanas. Desta O SP é um método onde a quantificação dos
forma, a eletrorresistividade, que utiliza contato dados não é trivial. Entretanto, interpretações
galvânico (não indutivo) entre eletrodos e o solo, qualitativas, com base nos mapas confeccionados,
permite aquisição de dados com melhor razão si- podem fornecer excelentes resultados.
nal/ruído, constituindo-se, portanto, no método Por ser um método de fácil aplicação e de
geofísico recomendado para investigação de am- custo reduzido deve, sempre que possível, ser
bientes urbanos. utilizado em conjunto com outros métodos geo-
Outro método elétrico que tem aplicação físicos (por exemplo, a eletrorresistividade) desde
especial, principalmente em questões hidrogeo- que as condições locais assim permitam e seus re-
lógicas e ambientais, é o método do potencial es- sultados contribuam para os objetivos do projeto.
pontâneo (SP, do inglês “Self Potential”). Trata- Encontra grande aplicação nos estudos de
-se de método geofísico de simples aplicação no fluxos de água subterrânea, seja para uma carac-
que se refere aos equipamentos utilizados e aos terização hidrogeológica (determinação de dire-
procedimentos de aquisição de dados (Gallas, ções de fluxos preferenciais e de divisores de água
2005). O SP utiliza apenas um multímetro com subterrânea) ou em estudos de fugas d´água em

14
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

barragens. Pode também ser utilizado para iden- a frequente ocorrência de espesso capeamento in-
tificação de anomalias relacionadas à presença de tempérico em muitas regiões do país. Relembra-se
contaminantes em subsuperfície. que as ondas eletromagnéticas são fortemente ate-
O último método a ser destacado na investi- nuadas em locais eletricamente condutivos, como
gação de superfícies terrestres é o GPR (Ground por exemplo, solos silto-argilosos úmidos/satu-
Penetrating Radar). Trata-se de um método geofísi- rados. Por outro lado, em terrenos eletricamente
co de alta resolução, pois opera com altas frequên- resistivos (por exemplo, solos arenosos secos),
cias, na faixa de MHz (Davis & Annan, 1989). Esta maiores profundidades podem ser alcançadas.
característica, aliada à natureza elétrica geralmen- Desta forma, o conhecimento prévio das caracte-
te condutiva dos terrenos, faz com que na maioria rísticas elétricas da área de interesse pode ser um
das vezes, não sejam alcançadas a profundidades indicativo do sucesso ou não da aplicação do mé-
de investigação almejadas pelo projeto. Tal fato todo GPR. A Figura 4 apresenta um exemplo de
torna limitada a aplicação do GPR quando da ne- seção de excelente qualidade obtido por meio do
cessidade de determinação do topo do embasa- GPR aplicado em ambiente favorável.
mento rochoso, principalmente se considerarmos

Figura 4 – Seção GPR obtida em um estudo de assoreamento (acima). Na seção interpretada


(abaixo), o refletor assinalado em amarelo corresponde ao fundo da lagoa, preenchida por
sedimentos arenosos (IPT, 2006).

O GPR apresenta bons resultados no mapea- Outra aplicação onde o GPR apresenta um
mento e identificação de dutos, galerias e interfe- bom desempenho é na inspeção de estruturas de
rências em geral, que comumente se encontram a concreto em obras civis e na investigação de pa-
pequenas profundidades. Neste tipo de aplicação, vimentos. Neste caso, são utilizadas antenas com
costuma-se utilizar antenas de frequências maio- frequências da ordem de GHz (1000 MHz).
res ou iguais a 200 MHz, o que, na prática, permi- Uma das vantagens da utilização do método
te profundidade de investigação raramente supe- GPR está na praticidade operacional, já que se tra-
rior a 4 metros. Recomenda-se ainda, para estas ta de ferramenta geofísica leve e de rápida evolu-
aplicações a utilização complementar de outras ção nas operações de campo. Em algumas situa-
técnicas como as do tipo “piper locators”. ções as antenas podem até mesmo estar acopladas

15
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

a veículos, o que possibilita a aquisição de grande INVESTIGAÇÃO GEOFÍSICA DE AMBIEN-


quantidade de dados cobrindo-se uma grande TES SUBMERSOS RASOS
área num curto intervalo de tempo.
Finalmente, cumpre destacar o importante A investigação de terrenos submersos visan-
papel desempenhado pela perfilagem geofísica de do a construção de portos, barragens, marinas, hi-
poços, que constitui um conjunto de distintas fer- drovias, pesquisa mineral ou implantação de du-
ramentas que medem diferentes propriedades fí- tos, cabos e emissários submarinos, têm requerido
sicas do meio ao longo de um furo de sondagem. mais informações de subsuperfície do que aquelas
Nesta discussão destacam-se duas ferramentas de geradas pelos métodos convencionais de investiga-
imageamento: borehole televiewer - BHTV (acústica) ção (sondagens, testemunhagens ou amostragens).
e optical televiewer - OPTV (ótica). Ambas as ferra- As áreas costeiras, em especial, constituem
mentas fornecem uma imagem de alta resolução ambientes altamente complexos, pois representam
das paredes do furo e devem ser aplicadas quan- fisicamente uma interface tripla: atmosfera, conti-
do se faz necessária a caracterização detalhada de nente e oceano. Geologicamente, o substrato que
fraturas, mergulhos estratigráficos e estruturais do compõe este ambiente originou-se a partir das osci-
maciço rochoso. Estas ferramentas permitem a ob- lações do nível do mar no Quaternário. A interação
tenção de medidas precisas das orientações espa- dos processos naturais atuantes nestas áreas com
ciais, das profundidades e das características das aqueles resultantes do expressivo incremento da
feições imageadas. Um sistema constituído por um ocupação humana leva a transformações na paisa-
acelerômetro e um magnetômetro triaxial, permite gem costeira, muitas vezes indesejáveis e que aca-
a correta orientação da imagem (Figura 5). bam por exigir, da sociedade, intervenções (muros,
molhes, quebra-mares, guia-correntes, regeneração
de praias erodidas etc.). Quando não executadas
com bases sólidas de conhecimento geológico ou
geotécnico, essas intervenções contribuem para o
aumento dos riscos de degradação destes ambien-
tes, além de causarem prejuízos incomensuráveis à
sociedade. (Trainini, 1994; Mansor, 1994; Morais et
al., 1996; Castilhos & Gré, 1996; Tessler & Mahiques,
1996; Pereira et al., 1996; López & Marcomini, 1996;
Neumann et al., 1996; Lima et al., 2002; Maia et al.,
2002 e Abreu et al., 2005).
No caso das áreas submersas interiores, como
rios, lagos naturais ou artificiais, vários são os as-
pectos que despertam o interesse da sociedade nos
dias atuais, a se destacar água e energia (Klessig,
2001). Ainda neste contexto, cumpre salientar o
gargalo tecnológico existente na questão hidrovi-
ária, que prejudica, por exemplo, o escoamento da
safra agrícola oriunda do centro oeste brasileiro.
Os levantamentos geofísicos têm muito a con-
tribuir na busca de soluções para as demandas des-
critas, em especial por se tratarem de métodos de
investigação não-invasivos, já que as informações
são obtidas a partir da superfície d’água, sem a ne-
cessidade da penetração física no meio investigado.
São vários os exemplos na literatura que ilus-
Figura 5 – Imagem da parede de um poço, obtidas por perfi-
tram as diversas vantagens de utilização de méto-
lagem BHTV (acima) e OPTV (abaixo). dos geofísicos na investigação de áreas submersas.

16
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Souza (1988) e Tóth et al. (1997) apresentam vários de superfície e de subsuperfície. O primeiro diz
exemplos que ratificam a excelente relação custo-be- respeito à caracterização geológica das super-
nefício quando da aplicação desses métodos. fícies submersas e envolve o mapeamento de
Na investigação geofísica de ambientes sub- afloramentos rochosos, feições sedimentares ou
mersos rasos destacam-se os métodos sísmicos ou estruturais e até mesmo a temas relacionados à
acústicos, que englobam a batimetria, a sonogra- arqueologia subaquática ou a operações de bus-
ca e salvamento, na localização de embarcações
fia e a perfilagem sísmica contínua (Souza, 2006).
naufragadas, por exemplo. A delimitação do tra-
A magnetometria e os métodos geoelétricos tam-
çado de dutovias (Souza et al., 2006), o monito-
bém contribuem na investigação de ambientes ramento de emissários submarinos (Souza et al.
submersos, porém, sob o ponto de vista mais qua- 2011), a delimitação de áreas de descarte (Mansor
litativo que quantitativo (Souza et al., 2007). 1994; Souza et al., 2010a), o estudo de hidrovias
(Souza, 2008), são exemplos de projetos nos quais
a prioridade de investigação é a caracterização
COMPARTIMENTAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO
de superfícies submersas. Nestes projetos, comu-
SÍSMICA DE ÁREAS SUBMERSAS mente não existe a necessidade da investigação
de subsuperfície. Assim, com estes objetivos, os
A investigação sísmica de áreas submersas
métodos sísmicos utilizados são aqueles que em-
pode ser compartimentada em dois grandes blo-
pregam fontes acústicas que emitem preferencial-
cos: investigação rasa e investigação profunda. mente espectros de altas frequências, comumente
Esta compartimentação ocorre tendo em vista a superiores a 30kHz. Destacam neste contexto a
tecnologia envolvida na investigação propria- ecobatimetria (simples, dupla frequência ou mul-
mente dita, em cada caso. tifeixes) e sonografia de varredura lateral (Figura
A primeira envolve o uso de equipamentos 6 e Figura 7). A Figura 8 mostra imagens da su-
geofísicos de menor porte (fontes acústicas que ra- perfície de fundo do rio Araguaia, obtida em pro-
ramente possuem potência superior a 1000 Joules) jeto de estudos hidroviários. A Figura 9 mostra
e meios flutuantes também de menor porte. imagem do sonar de varredura lateral ilustrando
Na segunda, utilizam-se navios de grande o potencial desta ferramenta no mapeamento de
porte e equipamentos geofísicos que lidam com emissários submarinos (Souza, 2011).
fontes acústicas de alta potência (comumente mi- Os sistemas digitais existentes atualmente
permitem que estas imagens sejam automatica-
lhares de Joules). Esta última não é foco da abor-
mente justapostas lateralmente, compondo um
dagem deste artigo, pois está relacionada à indús-
mosaico que possibilita o desenvolvimento de
tria do petróleo e à investigação geológica básica uma análise global de várias características geoló-
de bacias sedimentares. gicas da área investigada tais como, lineamentos,
A primeira, que é o foco desta discussão, re- falhas, contatos litológicos (Figura 10). Os siste-
fere-se à investigação rasa em projetos de enge- mas atuais permitem ainda a utilização de fontes
nharia e de geologia básica (mapeamento) e pode multifrequenciais, o que garante resolução e al-
ser subdividida em dois subgrupos: investigação cance lateral, simultaneamente.

Figura 6 – Sonar de Varredura Lateral Klein em operação na Praia Grande, litoral de São Paulo, Brasil; a) foto a
esquerda, a fonte acústica de dupla frequência (100/500 kHz) denominada de “peixe”; b) foto a direita, equipe
do IPT em operação de lançamento do peixe.

17
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Figura 7 – Ilustração mostrando como é construída a imagem do sonar de varredu-


ra lateral à medida que a embarcação se locomove ao longo da seção. Modificado
de Mazel (1985).

Figura 8 – Exemplos de imagens do sonar de varredura lateral mostrando: a esquerda, contato entre afloramento
rochoso e sedimentos; a direita, contato entre cascalhos (área sem estruturas sedimentares) e sedimentos arenosos.
Registros obtidos no rio Araguaia. Souza et al. 2010b.

Figura 9 – Imagem do sonar de varredura lateral de alta resolução obtido com um Sonar Klein 3000 de du-
pla frequencia pertencente ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Nesta imagem
observa-se ainda, e com detalhes, a estrutura de suporte do emissário. Souza et al., 2011.

18
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Figura 10 – Exemplo de mosaico construído a partir de imagens do sonar de varredura lateral. A imagem superior representa
os dados de campo justapostos formando mosaico e a imagem inferior, representa o mosaico interpretado com base nas dife-
rentes texturas observadas na imagem. Imagens cedidas pelo Serviço geológico do Japão.

O segundo subgrupo refere-se à investigação finalidade se destacam os métodos sísmicos que


de subsuperfície, e neste caso, o objetivo é dar su- utilizam fontes acústicas do tipo boomers, sparkers
porte a projetos em que são fundamentais infor- e chirps que emitem sinais acústicos com espectros
mações sobre a espessura da coluna sedimentar de frequências inferiores a 20kHz e que são deno-
ou a profundidade do embasamento rochoso. A minados, de forma genérica, de métodos de perfi-
determinação da espessura das camadas sedi- lagem sísmica contínua (Figura 11).
mentares visando cálculos de cubagem de mate- A Figura 12 ilustra uma tentativa de compar-
rial para dragagem, e da profundidade do emba- timentar a investigação sísmica de ambientes sub-
samento rochoso, em projetos de pontes, túneis, mersos rasos tomando como referência as dife-
portos e barragens, são exemplos de estudos que rentes fontes acústicas existentes e suas principais
exigem informações de subsuperfície. Com esta características e aplicações (Souza, 2006).

Figura 11 – Exemplo de fonte acústica de baixa freqüência e alta energia: a esquerda, um boomer; a direita, um sparker.

19
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Figura 12 — Compartimentação da investigação sísmica de áreas submersas ra-


sas. INVESTIGAÇÃO DE SUPERFÍCIE: batimetria - utiliza fontes acústicas que
emitem frequências a partir de 30kHz; imageamento - utiliza fontes acústicas
que emitem sinais de frequências geralmente superiores a 100kHz. INVESTI-
GAÇÃO DE SUBSUPERFÍCIE: perfilagem sísmica - utiliza fontes acústicas que
emitem frequências geralmente inferiores a 20kHz. Pode ser subdividida em
dois grupos: métodos que priorizam a resolução (>2kHz) e os que priorizam a
penetração (<2kHz) (Souza, 2006).

O MÉTODO GEOFÍSICO ADEQUADO de tomada de decisões equivocadas com relação


PARA INVESTIGAÇÃO DE AMBIENTES ao método geofísico a ser empregado numa de-
SUBMERSOS terminada investigação geológica ou geotécnica.
Destes casos decorrem enormes prejuízos finan-
Os métodos sísmicos se destacam quando se ceiros e técnicos aos empreendimentos, além de
trata da investigação de áreas submersas. Outros
um prejuízo maior que é o conceitual, de expor,
métodos geofísicos (elétricos, eletromagnéticos e
negativamente, o método geofísico que foi empre-
magnetométricos) têm sido aplicados em estudos
gado com objetivo para qual não foi configurado.
destes ambientes, todavia têm aplicação restrita
As fontes acústicas possuem propriedades
e apresentam resultados mais qualitativos que
que as caracterizam, tais como espectro de fre-
quantitativos, e assim, oferecem produtos que
quências e energia (potência), que as credenciam
não necessariamente satisfazem as solicitações
de projetos de engenharia. Todavia, mesmo con- para serem aplicadas a objetivos distintos. De for-
siderando o excelente e consagrado desempenho ma geral pode-se afirmar que fontes acústicas de
dos métodos sísmicos em investigações desta na- freqüências superiores a 2kHz oferecem melhor
tureza, a decisão pela utilização de um ou outro resolução, mas com prejuízo da penetração. Ao
método sísmico, dentre as várias possibilidades contrário, fontes acústicas com frequências infe-
existentes, depende de algumas variáveis e, esta riores a 2kHz favorecem o melhor desempenho
decisão não constitui um procedimento trivial. no item penetração. O gráfico da Figura 13 mostra
Diferentes métodos sísmicos utilizam diferentes um exemplo das limitações de penetração de uma
fontes acústicas, que por sua vez possuem carac- fonte acústica do tipo 3,5kHz, que diminui dras-
terísticas específicas e oferecem produtos distin- ticamente com o aumento da granulometria dos
tos. São vários os exemplos na literatura nacional sedimentos.

20
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Figura 13 – Desempenho da fonte acústica modelo GeoPulse Pinger 3,5kHz, da Geoacous-


tics: penetração esperada (em azul) e a variabilidade possível (em vermelho) para a relação
penetração do sinal acústico x tipo de fundo. Modificado de: <http://www.geoacoustics.
com> (Souza, 2006).

Assim, para a investigação de depósitos sedi-


mentares compostos basicamente de sedimentos
arenosos (areias e cascalhos) comuns em aluviões
de rios, com espessuras superiores a 8-10m, se faz
necessário o emprego de fontes acústicas de maior
energia e que emitam espectros com frequências
inferiores a 2kHz. Fontes do tipo boomer e chirp
(preferencialmente os de alta potência) estão entre
as mais indicadas para se atingir estes objetivos.
Os exemplos ilustrados na Figura 14 mostram ex-
celentes perfis de subsuperfície obtidos com uma
fonte acústica do tipo boomer. O primeiro, obtido
no canal de Santos, permite observar a extensão
do afloramento rochoso em profundidade, assim
como a camada sedimentar sobreposta com espes-
sura superior a 15m. O segundo, obtido no lago
Guaraciaba, Santo André (SP) mostra uma cama-
da de sedimentos com cerca de 25m de espessura
depositada sobre a topografia irregular do emba-
samento local, assim configurada como resultado
das atividades pretéritas de extração de areia.
A Figura 15 ilustra um registro obtido com
o emprego de fonte acústica do tipo chirp mos-
trando, por outro lado, a importância do uso des- Figura 14 – Registros obtidos por meio do emprego da per-
ta fonte acústica de alta resolução na identificação filagem sísmica contínua com fonte acústica do tipo boomer.
a) à esquerda, registro obtido no canal de São Sebastião, SP
da espessura das camadas subsuperficiais de se- (Souza et al., 2006); b) à direita, registro obtido no Lago Gua-
dimentos. raciaba, Santo André (SP). Souza (2006) e IPT (2003).

21
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Figura 15 – Registro obtido com emprego de perfilador sísmico de fonte acústica do tipo chirp (2-8kHz).
Registro cedido pelo Prof. Dr. M. M. de Mahiques do IO/USP.

O exemplo ilustrado na Figura 14 mostra a


potencialidade do método de perfilagem sísmi-
ca com o uso de fonte tipo boomer, em projeto de
dragagem de aprofundamento e de derrocagem
submarina, na área do canal de São Sebastião,
SP. Este método tem a potencialidade de indicar
com grande precisão, o contorno do topo do em-
basamento rochoso sotoposto por sequências se-
dimentares com dezenas de metros de espessura.
Não raramente, projetos de engenharia em
áreas submersas rasas devem ser elaborados com
base de dados em todos os níveis discutidos ante-
riormente, a saber: espessura da coluna sedimen-
tar rasa, profundidade do embasamento rochoso e
imageamento das feições estruturais aflorantes na
superfície de fundo. Em projetos desta natureza
se faz necessário o emprego de sistemas de aqui-
sição de dados mais complexos com capacidade
de administrar, simultaneamente, várias fontes
sísmicas, inclusive o sonar de varredura lateral.
Exemplos de produtos obtidos de sistemas com
capacidade de aquisição multifrequencial estão
ilustrados nas Figura 16 e 17, onde se observa ni- Figura 16 – Perfil sísmico executado com emprego simultâ-
tidamente a natureza diferenciada, sob ponto de neo de três fontes acústicas (A) pinger (24kHz); (B) chirp (2-
8kHz) e (C) boomer (0,5-2kHz). Observa-se nitidamente o de-
vista da resolução e da penetração, dos produtos sempenho diferenciado das fontes, com relação à penetração
de cada uma das três fontes acústicas utilizadas do sinal nos estratos sedimentares subjacentes. No perfil A e
no perfil B se evidencia na superfície de fundo uma anomalia
simultaneamente (pinger 24kHz, chirp 10-18 kHz, topográfica que somente no perfil C, pode ser correlacionada
chirp 2-8kHz e boomer 0,5-2kHz). com a existência de um corpo rochoso em subsuperfície, per-
mitindo inclusive seu dimensionamento (Souza, 2006).

22
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Figura 17 – Exemplo de produto obtido do emprego simultâneo de três fontes acústicas


(A) chirp (10-18kHz); (B) chirp (2-8kHz) e (C) boomer (0,5-2kHz). Observa-se nitidamente
o desempenho diferenciado das fontes, com relação à penetração do sinal nos estratos
sedimentares subjacentes. De cima para baixo observa-se o aumento do poder de pe-
netração da fonte acústica empregada. Dados obtidos pelo autor no golfo da Finlândia
Registros cedido pela Meridata.

CONCLUSÕES outras), tem um excelente desempenho em inves-


tigações ambientais, tendo em vista que as pro-
A discussão desenvolvida neste artigo per- priedades elétricas dos terrenos sofrem grande
mite concluir sobre a importante contribuição dos influência quando da ocorrência de eventos que
métodos geofísicos na investigação de terrenos alterem as condições naturais dos terrenos (vaza-
emersos e submersos, em projetos de engenharia mentos, percolação de contaminantes, etc.).
e em estudos ambientais. Conclui-se ainda que a utilização do método
Em ambientes terrestres, destacam-se os mé- SP (potencial espontâneo) poderia ser mais ex-
todos sísmicos e os métodos elétricos. Na sísmica, plorada pelo meio técnico devido às facilidades
além dos consagrados ensaios de sísmica de re- operacionais na coleta de dados e pela natureza
fração e reflexão, os ensaios que utilizam ondas dos dados adquiridos, permitindo interpretações,
superficiais vêm, a cada dia, ganhando mais rele- mesmo que qualitativas, sobre a direção do fluxo
vância no meio técnico. de fluidos em subsuperfície, informação extrema-
Por outro lado, ressalta-se que os ensaios sís- mente relevante na exploração de temas ambien-
micos do tipo crosshole e downhole, realizados em tais, como monitoramento de plumas de contami-
furos de sondagens, constituem-se em ferramen- nação e vazamento em barragens.
tas indispensáveis e devem ser conduzidos em ca- O GPR, embora seja o método de alta resolu-
ráter prioritário quando da necessidade de maior ção, tem aplicações restritas devido ao baixo po-
precisão nas medidas de velocidades (VP e VS) em der de penetração do sinal eletromagnético de alta
profundidade. frequência. Tem como aplicação principal a iden-
A eletrorresistividade, por outro lado, além tificação de utilidades em subsuperficies (cabos,
das aplicações em geotecnia (mapeamento do dutos, estruturas etc.).
embasamento rochoso, estruturas, zonas de fatu- A magnetometria e micro gravimetria encon-
ramento, contatos litológicos, nível d’água, entre tram aplicações mais restritas em geotecnia, porém

23
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

podem ser utilizadas em problemas específicos, finas). Desta forma, os levantamentos deverão ser
tais como no mapeamento de diques básicos e de- executados por meio dos métodos sísmicos que
tecção de cavidades, respectivamente. utilizam fontes acústicas que emitem sinais com
Por fim, a perfilagem geofísica de poços, que frequências entre 2 e 30kHz. SBP 3,5kHz, 7kHz,
constitui um conjunto de ferramentas geofísicas, 10kHz, 15kHz, chirp de baixa potência 2-10kHz
das quais se destacam as referentes ao imagea- ou pinger 24kHz são exemplos de fontes acústicas
mento (BHTV e OPTV), oferecem produtos de com essas características que fornecem informa-
alta resolução que muito contribuem em projetos ções comumente uteis em projetos de dragagem
que necessitam informações geológico-estruturais de manutenção em áreas portuárias, hidrovias, de
de detalhe (mapeamento estrutural de aquíferos, lagoas de decantação e a estudos de assoreamento
planejamento de lavras). de reservatórios.
Na investigação de ambientes submersos, a Se a prioridade do projeto é a penetração nos
análise desenvolvida neste artigo permite con- estratos sedimentares arenosos, ou seja, dados so-
cluir que para um adequado desenvolvimento de bre a espessura da coluna sedimentar ou da pro-
estudos geológicos e/ou geotécnicos é fundamen- fundidade do embasamento rochoso constituem
tal proceder primeiramente uma análise criteriosa informações fundamentais, os levantamentos geo-
com relação aos objetivos do projeto. A melhor so- físicos a serem solicitados envolvem também en-
lução para o problema geológico-geotécnico será saios de perfilagem sísmica contínua. Neste caso,
encontrada se três questões básicas forem devida- todavia, deverão ser empregadas fontes acústicas
mente avaliadas: 1) Qual é o objetivo do empreen- de alta potência e que emitem sinais com frequên-
dimento? 2) Quais são as profundidades a serem cias abaixo de 2kHz. Sparkers, boomers e chirps de
investigadas? 3) Qual é o natureza do material a alta potência, estão entre as principais fontes acús-
ser atravessado pelos sinais acústicos? ticas utilizadas para estes objetivos. As Figuras 15,
As respostas a estas questões vão indicar se 16 e 17 ilustram produtos da utilização de fontes
a prioridade do projeto é a investigação da super- acústicas desta natureza. Em alguns casos onde
fície (1) ou da subsuperfície (2), e neste segundo resolução e penetração são requeridas, o emprego
caso, se a prioridade é resolução (3) ou a penetra- simultâneo de várias fontes acústicas é recomen-
ção (4) ou até mesmo se todas essas informações dável, para obtenção de resultados semelhantes
são importantes. Com estes dados, o empreen- aos ilustrados nas Figura 16 e 17.
dedor poderá emitir solicitações de levantamen- Ressalta-se finalmente que a investigação geo-
tos geofísicos que basicamente irão prever, para física em terra e em água, não prescinde de informa-
o caso (1), levantamentos ecobatimétricos e/ou ções geológicas oriundas de sondagens ou amostra-
sonográficos que envolverão a utilização de eco- gens. Observa-se ainda que o emprego de duas ou
batímetros de uma ou duas frequências, sistemas mais técnicas de investigação geofísica, sempre con-
multifeixes e/ou sonar de varredura lateral. Neste duzirão à minimização das inerentes ambiguidades
caso o objetivo do projeto será caracterizar a mor- dos métodos geofísicos, tendo como consequência a
fologia da superfície de fundo, através da iden- obtenção de um modelo geológico-geotécnico final
tificação de feições como afloramentos rochosos, da área investigada mais consistente.
contatos litológicos, estruturas sedimentares, fa-
lhas e lineamentos ou, até mesmo, a localização
BIBLIOGRAFIA
de embarcações naufragadas, dando suporte a
operações de busca ou salvamento. Abreu J.G.N, Klein A.H.F, Diehl F.L, Menezes J.T,
Para o caso (2), os levantamentos geofísicos Santos M.I.F. 2005. A experiência da alimentação
solicitados deverão ser aqueles relacionados à artificial de praias no litoral centro-norte do esta-
perfilagem sísmica contínua. Neste contexto, se do de Santa Catarina. In: Congresso Brasileiro de
a prioridade for a resolução (3), o projeto neces- Oceanografia, 2. Vitória-ES. Anais. CD-ROM.
sitará de dados referentes à espessura camadas
subsuperficiais (métricas a submétricas) de se- ASTM-D4428/D4428M. 2007. Standard Test Me-
dimentos finos inconsolidados (lamas ou areias thods for Crosshole Seismic Testing, 11 p.

24
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

ASTM-D7400. 2008. Standard Test Methods for Gallas, J. D. F. 2005. O método do potencial es-
Downhole Seismic Testing, 11 p. pontâneo – uma revisão sobre suas causas, seu
uso histórico e suas aplicações atuais. Brazilian
Baradello, L. Bratus, A., Nieto, Y.D., Paganini, P., Journal of Geophysics, 23, n.2: 133-144.
Palmieri, F. An interdisciplinary geophysical ap-
proach to detect cavities in a karst region. 2001. In: Gandolfo, O.C.B. 2007. Um estudo do imagea-
SBGF, International Congress of the Brazilian Geo- mento geoelétrico na investigação rasa. Tese de
physical Society, 7, Expanded Abstracts. CD-ROM. Doutorado. Instituto de Geociências, Universida-
de de São Paulo. 215 p.
Bokhonok, O. 2011. Sísmica de Reflexão Rasa Mul-
ticomponente: Aquisição e Inversão de Tempos Gandolfo, O. C. B. 2011. Ensaios sísmicos (refração
de Trânsito e Amplitudes. Tese de Doutorado. utilizando ondas P e S e ensaio com ondas super-
IAG-USP. 162p. ficiais) na caracterização geotécnica de um aterro.
In:12th International Congress of the Brazilian Ge-
Caris, J.P.T.; Van Asch, T.h.W.J. 1991. Geophysi-
ophysical Society, Expanded Abstracts. SBGf, Rio
cal, geotechnical and hydrological investigations
de Janeiro, CD-ROM.
of a small landslide in the French Alps. Enginee-
ring Geology, 31: 249-276,
Griffiths, D.H. & King, R.F. 1983. Applied geo-
Castilhos J.A & Gré J.C.R. 1996. Erosão costeira physics for geologists & engineers. 3ed. Perga-
nas praias da ilha de Santa Catarina. In: Congres- mon Press, 230 pp.
so Brasileiro de Geologia, 39. Salvador-BA. Anais,
IPT-Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Esta-
4: 417-420.
do de São Paulo. 2003. Levantamento batimétrico
Danielsen, B.E; Torleif Dahlin, T. 2009. Compari- no lago do parque Guaraciaba e caracterização
son of geoelectrical imaging and tunnel documen- geológico-geotécnica das encostas marginais –
tation at the Hallandsås Tunnel, Sweden. Engi- município de Santo André, SP. Relatório Técnico
neering Geology, 107: 118–129. 66.080.

Davis, J. L., Annan, A. P. 1989. Ground-penetrat- IPT-Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Esta-


ing radar for high-resolution mapping of soil and do de São Paulo. 2006. Avaliação dos processos
rock stratigraphy. Geophysical Prospecting, 37, erosivos na bacia hidrográfica do córrego da La-
n.5: 531-551. goa Seca, município de Brotas, SP. Parecer IPT
10.724-301.
Debeglia, N.; Bitri, A.; Thierry, P. 2006. Karst in-
vestigations using microgravity and MASW; Ap- IPT-Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Esta-
plication to Orléans, France. Near Surface Geo- do de São Paulo. 2010. Ensaio crosshole em área da
physics, 215-225. Eldorado Celulose e Papel, município de Três La-
goas, MS. Relatório Técnico 117.483-205.
Dobecki, T.L., Romig, P.R. 1985. Geotechnical
and groundwater geophysics. Geophysics, v.50, IPT-Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Esta-
n.12:2621-2636. do de São Paulo. 2011 Levantamentos geofísicos
no entorno das células de armazenamento na
Dourado, J.C. 1984. A utilização da sísmica na área da rua Cápua, município de Santo André-SP.
determinação de parâmetros elásticos de maci-
Relatório Técnico 120.311-205.
ços rochosos e terrosos “in situ”. Publicações de
artigos técnicos da ABGE, n.8. São Paulo, 12 p. Israil M.; Pachauri, A.K. 2003. Geophysical char-
acterization of a landslide site in the Himalayan
Duarte, O.O. 2010. Dicionário enciclopédico
foothill region. Journal of Asian Earth Sciences.
inglês-português de geofísica e geologia. 4aed.
v.22, n.3: 253-263.
SBGf , Rio de Janeiro, 388p.

25
Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental

Kearey, P., Brooks, M., Hill, I. 2009. Geofísica de Neumann V.H, Leitão S.N, Queiróz C.M, Maia
exploração. Oficina de Textos, 438 pp. L.P. 1996. Estudos sedimentológicos, geomorfo-
lógicos e impactos ambientais causados pela im-
Kruse, S.E.; Grasmueck, M.; Weiss, M., Viggiano, plantação do porto na Laguna de Suape – PE. In:
D. 2006. Sinkhole structure imaging in covered Congresso Brasileiro de Geologia, 39. Salvador-
Karst terrain, Geophysical Research Letters, 33.16. -BA. Anais, 4: 496-499.

Klessig L.L. 2001. Lakes and society: The contri- Orellana, E. 1972. Prospeccion geoelectrica en
bution of lakes to sustainable societies. Lakes Re- corriente continua. Madrid, Paraninfo, 523pp.
serv. Res. Manage., 6: 95-101.
Parasnis, D.S. 1997. Principles of Applied Geo-
Lankston, R.W. 1990. High-Resolution Refraction physics. 5.ed. Chapman and Hall, London, 429pp.
Seismic Data Acquisition and Interpretation. In:
Geotechnical and Environmental Geophysics, Park, C.B., Miller, R.D., Ryden, N., Xia, J., Ivanov,
Serie Investigations in Geophysics. Ed. Stanley J. 2005. Combined use of active and passive sur-
H. Ward - Society of Exploration Geophysicists, face waves. Journal of Engineering and Environ-
Tulsa, v.I: Review and Tutorial, p.45-73. mental Geophysics, 10, (3):323-334.

Lima R.C.A, Coutinho P.N, Maia L.P. 2002. Estu- Park, C.B., Miller, R.D., Xia, J. 1999. Multichan-
do da erosão marinha na praia do Pontal da Barra nel analysis of surface waves. Geophysics, v. 64,
– Maceió, AL. In: Congresso Brasileiro de Geolo- n.3:800-808.
gia, 41. João Pessoa-PB. Anais, 1: 101.
Pereira L.C.C, Medeiros C, Freitas I.C, Carvalho
López R.A & Marcomini S.C. 1996. Impacto am- P.V.V.D.B.C. 1996. Morfologia e hidrodinâmica
biental generado por asentamientos urbanos en da praia de Casa Caiada. In: Congresso Brasileiro
zonas costeras. In: Congresso Brasileiro de Geolo- de Geologia, 39. Salvador-BA. Anais, 4: 472-476.
gia, 39. Salvador-BA. Anais, 4: 484-488.
Prado R.L. 1994. O ensaio sísmico entre furos
Maia L.P, Carvalho A.M, Monteiro L.H.U. 2002. (“crosshole”) no estudo de maciços terrosos e ro-
Projeto de recuperação da praia de Iracema-CE. chosos. Dissertação de mestrado. IAG-USP. São
In: Congresso Brasileiro de Geologia, 41. João Pes- Paulo, 123 p.
soa-PB. Anais, 1:102.
Reynolds, J.M. 1997. An introduction to applied
Mansor L.M. 1994. Disposição final de resíduos and environmental geophysics. John Wiley &
sólidos em áreas costeiras: avaliação geoambiental Sons, New York, 796pp.
preliminar da planície costeira do RS. In: Congres-
so Brasileiro de Geologia, 38. Balneário de Cambo- Sjogren, B., Ofsthus, A., Sandberg, J. 1979. Seismic
riú-SC. Boletim de Resumos Expandidos, p.27. classification of rock mass qualities. Geophysical
Prospecting, 27:409-442.
Mazel, C. 1985. Side Scan Sonar training manual.
New York, Klein Associates. Inc. Undersea Search Souza L.A.P. 1988. As técnicas geofísicas de Sís-
and Survey. 144p. mica de Reflexão de Alta Resolução e Sonogra-
fia aplicada ao estudo de aspectos geológicos e
Milson, J. 2003. Field Geophysics. 3ed. Wiley. 227 geotécnicos em áreas submersas. In: Congresso
pp. Brasileiro de Geologia, 35. Belém-PA. Anais, 4:
1551-1564.
Morais J.O, Magalhães S.H.O & Rodrigues A.C.B.
1996. Processos de erosão e assoreamento no lito- Souza L.A.P, Gandolfo O.C.B., Cordeiro R.P, Tess-
ral a oeste de Fortaleza–CE. In: Congresso Brasi- ler MG. 2006. A investigação geofísica em projetos
leiro de Geologia, 39. Salvador-BA. Anais, 4: 413- de dutovias. In: II Simpósio Brasileiro de Geofí-
416. sica, Natal-RN. Resumos Expandidos. CD-ROM.

26
Métodos geofísicos em geotecnia e geologia ambiental

Souza L.A.P. 2006. Revisão crítica da aplicabilida- Exploration Geophysicists, Tulsa, v.1: Review and
de dos métodos geofísicos na investigação de áre- Tutorial, p.1-29.
as submersas rasas. Tese de Doutorado. Instituto
Oceanográfico, Universidade de São Paulo. 311p. Taioli, F., Dourado, J.C., Cordeiro, R.P. 1993. De-
terminação de matacões por sísmica de reflexão
Souza L.A.P., Bianco R, Tessler M.G. & Gandol- de alta resolução. In: ABGE, Congresso Brasileiro
fo O.C.B. 2007. Investigações geofísicas em áreas de Geologia de Engenharia, 7, Anais, v.1, p.219-
submersas rasas: qual o melhor método?. In: 10º 226.
Congresso Internacional da Sociedade Brasileira
de Geofísica, Rio de Janeiro-RJ. Resumos Expan- Taioli, F; Marchioreto, A; Machado, R.;  Gallas,
didos. CD-ROM. J.D.F. 2009. Boulders mapping by using resistivity
imaging survey. In: SBGF, International Congress
Souza, L.A.P, Miranda Filho, O.F. & Mahiques, of the Brazilian Geophysical Society, 11, Expanded
M.M. 2008. Perfilagem Sísmica em águas rasas: Abstracts. CD-ROM.
qual a melhor fonte acústica? In: III simbgf, Be-
lém. Anais, CD-ROM. Telford, W.M., Geldart, L.P., Sherif, R.E. 1990. Ap-
plied Geophysics. 2ed. Cambridge University
Souza, L.A.P.; Silva, R. F.; Iyomasa, W. S. 1998. In- Press, Cambridge, 770pp.
vestigações geofísicas. In: Oliveira, A. M. S., Brito,
S. N. A. (Ed.). Geologia de Engenharia. São Pau- Tessler M.G & Mahiques M.M. 1996. Processos
erosivos e deposicionais no litoral paulista. Estu-
lo: Associação Brasileira de Geologia de Engenha-
do de caso no sistema Cananéia-Iguape. In: Con-
ria (ABGE),. Métodos de investigação. p.165-183.
gresso Brasileiro de Geologia, 39. Salvador-BA.
Souza, L.A.P., Tessler, M.G. & Yassuda, E.A. Anais 4: 456-459.
2010a. Importância dos métodos geofísicos no es-
Tóth T, Vida R & Horváth F. 1997. Shallow-water
tudo de áreas de descarte. In: Congresso Brasilei-
single and multichannel seismic profiling in a riv-
ro de Geologia, 35. Belém-PA. Anais. CD-ROM.
erine environment. Lead. Edge, p.1691-1695.
Souza, L.A.P., Alameddine, N & Iyomasa, W. S.
Trainini D.R. 1994. Diagnóstico preliminar de as-
2010b. Aplicação de métodos sísmicos em estudos
pectos ambientais do litoral norte do Rio Grande
de dinâmica fluvial: o exemplo do rio Araguaia.
do Sul. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 38.
In: Congresso Brasileiro de Geologia, 35. Belém-
Balneário de Camboriú-SC. Boletim de Resumos
-PA. Anais. CD-ROM.
Expandidos, 1: 26.
Souza, L.A.P., Alameddine, N. & Yassuda, E.A.
Ward, S.H. 1990. Resistivity and induced po-
2011. Geophysical methods to support ocean out-
larization methods. In: Geotechnical and Envi-
fall monitoring: a side-scan application. In: In-
ronmental Geophysics. Society of Exploration
ternational Symposium on Outfall Systems, May
Geophysicists, Tulsa, v.1: Review and Tutorial,
15-18, 2011, Mar del Plata, Argentina. Anais, CD-
p.147-189.
ROM.
Xia, J.; Xia, J.; Miller, R.D.; Park, C.B. 1999. Estima-
Steeples, D.W., Miller, R.D. 1990. Seismic Reflec- tion of near-surface shear-wave velocity by inver-
tion Methods Applied to Engineering Environ- sion of Rayleigh waves. Geophysics, 64, n.3:691-700
mental and Groundwater Problems. In: Geotech-
nical and Environmental Geophysics. Society of

27
View publication stats

Potrebbero piacerti anche