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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
... '
hoje é mais premente do que outrora,
visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrárias à fé católica. Somos
assim incitados a procurar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.
Eis o que neste sita Pergunte e
Responderemos propoe aos seus leitores:
aborda questOes da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristão a fim de que as dúvidas se
.' dissipem e a vtvênda católica se 1011aleça
.-J ... no Brasil e no mundo. Queira Deus
abellÇOar este trabalho aSSim como a
equipe de Verilatis Splendor que se
encarrega do respectivo site.
Rio de Janeiro, 30 da julho da 2003.
Pe. Estevlo Bett.ncoUI1, OSB
Fa:o IIIfâl101
CRISE NA IGREJA ... OUE SIGNIFICA?
N~ e,coll da hlsl6rll:
Os ANTI GOS CRISTÃO S DA TtZAVAM CRIANÇAS'? ' 71
CAR TAS AOS AMIGOS .. ... .. 262 271)
• • •
NO PROXIMO NOMERO:
A Cris to com Igreio ou sem Igreja? O .terceiro no·
mim ., Evange lho li! d ig nidar!.e do mulher . ('rael.
quem es após o vinrlo de CriJlo? Jetuso lêm, (I; Cidade
do POI, e os nossos d ias.
- - - -x---
" PERGUNTE E RESPONDEREMOS »
Assinatura :anual . . CrS 30.00
Kúmcro o.vulso de qu" lqucr mês . ..... . .... ,.. . . . .. CI~ 1,00
EDITORA LAUDES S. A .
RE DACAO DE PR AD:\lINISTUAÇAO
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ZCO, 20000 Rio de Janei ro (08)
2000n lUa de Janeiro (OH) T el". : 268.0081 c 268·2796
HOMEM DE PALAVRA
HOMEM DA PALAVR~
HOMEM -PALA VRA
Quando SE" diz 8 alguém cSeja homem !:D, o interpelado ime-
diatamente compreende que se trata de assumir as suas res<-
ponsabilidades e enfrentar problemas e desafios com denodo.
a té as últimas conseqüências . O brio. a honra, a lealdade da
pessoa humana são assim intel'pelados, levando-a a reagir de
pronto.
Quem não responde ao apelo «Seja homem! :., refugiando-
' 5e na covardia, nas semiatltudes, nos c:arranjos:. amblguos ou
traiçoeiros, é vulgarmente tido como «banana, Marla-vai-com-
-as-outras •... (o leitor desculpar! os ecos da giria) .
Estas observações nos ajudam a ver profunda verdade : hé
uma atitude que car acteriza o homem pela base . Tal é o «ir
até o fim., a coerência que não tem medo do sacrlftclo, o amor
à verdade ainda que esta exija renúncia, o horror à Indefinlção
covarde ... Quem cultiva tal atitude, de certo modo reconhece
qu~ existe algo maio I' rio QUe! o próprio .r.u: esse algo é a Ver-
dade e o Bem . Tol pessoa é capaz de se dobrar para servir a
um ideal; ela não se faz centro do universo .
Mais: se tal pessoa tem fé em Deus, ela encontrari mais
e mais a Deus, pois Deus é a VERDADE e o BEM . - Se tal
pessoa não tem fé, sua atitude humana ainda lhe serA. de gran-
de valia: admitindo bens maiores do que o próprio eu. ela se
vai encaminhando para Deus . E ssa pessoa aceita 80 menos,
como ditame superior, a V02 de SUB consciência reta, sincera,
aberta para a verdade . .. : ora a voz da consciência destituida
de preconceitos vem a ser, em última análise, a voz de Deus
para o respectivo Individuo . Diz multo sabiamente Henry
Bordeaux: cUm coração sincero está mais próximo da verdade-
do que o mais rico cérebro, .
A mais lamentável de todas as situações em que se possa
achar alguém, é a de se faze r centro do mundo, ou seja, a de
identificar a Verdade e o Bem com o que serve aos seus Interes-
ses particulares, evitando assim dobrar-se e servir . T al ressoa
é realmente «amorfa:. ou sem definicAo. Esta aus ~n cla df:
compromisso pode talvez parecer cOmoda; todavia vem a ser
motivo .de tormento e angústia . Pode-se afirmar que O relati-
vismo nã o é atitude humana propri amente dita, pois o homem
(qu elra~ ou não) (oi (eito para o Absoluto, para algo maior
do que ele mesma ou, ainda, para sair de si rr..esmo . l!: (!m
- 233 -
Outro, em Deus, que o homem encontra sua verdadeira razão
de ser e sua realização.
f:: na base destus l'erJexões que lIescjamos l'omunicar aos
nossos leitores um feliz jogo de palavras, através do qual se
exprime gradativamente o ideal do homem e - mais amda -
o do crlSlão: HOMEM DI!: PAl.AVRA, HOMEM DA PAl.A-
VRA, HOMEM·PALAVRA.'
HOIUDI DE PALAVRA .. , Estamos no plano básico,
Ho~m de palavra é o homem .de QUe falávamos atrás: sJncero,
Clotado da eoragem devida pal'a tirar as ultimas conseqüências
de suas a.titudes e opções. '. Homem para quem Sim é Sim,
Nao ê Nio (cf. Mt 6,37) .
HOI\IEM DA PALAVUA . '. Geralmente o ul·tig;o definido
anteposto a . Palavra» significa li PALAVRA de Deus, que é
li palavra por excelência., .. aquela que, tendo ressoado atra-
vés dos Profetas e de Jesus Cristo. se acha hoje viva nas Es-
crituras Sagl'8das e na S . Igreja . O homem da Pal avra é aque-
le que, atingido pelo Evangelho e pela regeneL'1l~ão batismal,
se torna arauto dessa Palavra . De modo especial, o apóstolo
_ leigo, Religioso ou Sacerdote - vem a ser homem da Pala-
vra.
HOl\IEl\I-PALAVnA ... Caiu a parUcula intermediária, .,.
parecem coincidir homem c Pa lavra! Esta nova expressão de-
signa o máximo grau possivel de identil'lcação <-'Om a Palavra
de Deus, ... com aquela Palavra. que se fez carne e habitou
entre nôs: Jesus Cl'isto. Homem-Palavra é o cristão (ou a
cristã ) que viva ató as ultir.la5 conse-lü~ncias .. sua filiação
divina , de modo a fedal' I'Calmellte (s~m ufeta(,,'ão co com humil-
dade) por todo o seu too1' de vida. Penetrado profundamente
pela graça divina, tal cristão em tudo irradia o Cristo . - O
sacerdote, que @m sua alma recebeu o caráter (ou a marca sa-
cramental) de Cristo Sacerdote, ê, de modo especial, chamadc.o
a ser HOMEM-PALAVRA.
Ao leitor amigo fica entregue neslas poucas Iinhus todo o
programa de construção do homem (Homem de palavra) e do
cristão (Homem da Palavra e Homem-Palavra) .
O mês de junh o é tradicionalmente devotado ao Cristo
Jesus, cujas riquezas intimas sâo simbolizadas pelo Coração, ...
Coração manso e forte como nenhum outro. Que o Coração de-
Cristo, especialmente celebrado nestes dias. se torne modelo
c penhor de plena realização humano. c cristã para todos quan-
tos nele contemplarem o seu ideal!
E . R.
I Esta trilog ia ja tem ~ido {;~r.olan"óa em Retiros Esplriluais .
- 234-
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XIV - N' 162 _ Junho de. 1973
- 235-
• .. PERGUNTE E HESPONDE Il E~IOS~ IH21/973
- 236 -
A VIDA ETERNA
- 237-
6 -: PERGUNTE E R ESPON DEREMOS~ 162/1973
3) Amor o Deu,
AI Complocénejo e de lelle
- 238 -
A VIDA ETERNA 7
5) Perenidade
"Todos .qu.I.. qui lomlm parte ftC e.rlame, .b.'........ de tltdo . Eln.
p .... obter um. coro. cOrNpllvelõ n6" 1)110 co"trtrlo, uml core. Incorrup-
11'181" (1 Cor 9,25) .
3. O testemunho do Magistério
O Papa Bento xn promulgou em 1336 a Constituição
eBenedlctus Deus., em que aflnnava:
UVI
"o. be"......,.nlur.do. viram e vlem I . . . .nel. divina .m v'''o
ou 1ec..I.", sem que I vlalo d. algum. orIlltUra .e Interponhl; •
'"tu'"
...tncla dlYlnl se Ih" inollrar' Imlell.l.... nla • .." VMl, cl.r. e abert.
- 239-
9 'PERGUNTE E RESPONDEREMOS:. 162/ 1973
5. Questões complementares
- 242-
A VIDA ETERNA 11
- 243-
12 • PERGUNTE E RESPONDEREMOS.. l G2.' 1973
- 244 -
A VIDA ETERNA 13
permaneça eu! Se me dissolvo em uma realidade neutra «super·
consciente. , nãa permaneço eu, mas deixo de existir eu ,
Conservando sua consciência pessoal, o justo no céu con-
servar-J. os vlnculos de! amor e afin idade! espiritual Que o pren-
dem a seus familiares, amigos, mestres, disclpulos, etc.
Eis, em grandes linhas, o que eorresponde à afirmação de
São Paulo : cO olho não viu, o ouvido não ouviu, jamaIs passou
pelo pensamento .do homem o Que Deus preparou para aqueles
que O amam. (1 Cor 2,9) .
Eal as p6glnas multo de\lem eo estudo de C . Pozo: "Teologia de i m As
ali''', em "Biblioteca de Autores CrbUanos" n9 282 . MilIdrld, 1968, pp .
136- 172 .
Cf. tembém E. Be llancoutt, " A vida q ue comaça com a m or te " . Alo
de Janeiro 1958, pp. 131-79.
x ---
- 245-
Fato Inédito?
• • •
Comentário: São muito freqüentes as observações de
pessoas surpresas em vista da situação religiosa de nossos dias,
:'\'í1O poucas mostra m-se perplexas c acabam por abandonar a
S, Igreja. Outras procuram luz e fOl'Ça para prosseguir no ca-
minho encetado e viver com alegre convicção a sua vocação
cl'islã .
Nas pâginas que se se~ u cm, proporemos algumas conside-
I'a ções ao problema, que poderão contribuir para se configurar
uma resposta à prob lemática religiosa de nossos tempos . Não
pretendemos abord a r o assunto sol' todos os aspectos, mas
apc-nas propor algumas reflexões a ptas a orientar o comporta-
mento dos fiéis católicos ,
- 246-
CRISE: E SANTIDADE NA IGREJA 15
2. Um apelo de Deus
1, Precisamente Quando tanto ~ fala de csinais dos tem-
pos:. e de _saber ler os sinais dos tempo$», ~ lícito perguntar se
a crise atual da Isreja (alem de ter outros significados) não
pode ser entendida tambêm como um convite do Senhor não
ao des!i.nlmo e à perplexidade, mas à santidade mais consciente-
mente procurada e vivida .
t; interessante notnr a ênfase com que, justamente nesta
época agitada, o Concilio do Vaticano II quis lembrar a todos
os cristãos o dever de tender à Mntidnde:
"O Senhor Jesus, Mestre e Modelo DivIno de toda pe:telç;io, a lodos
... cad. um dos ...... dlsclpulol da ql.lalquar condlçlo plogOl.l . . . nlld.d ..
de vld., da qU'1 Ela mllmo , o Autor a Consumador. dizendo: 'Sede per·
fellos como '10110 Pai CIlula é perfeito' (Mt 5,45) .. .
Todol os 1161. crl. lios do qualquer ulado ou ordem sio chamado I à
plenllude d. vida Cllstl o • perlelçio da cllldade" (Const o " Lumen 08n-
lIum" "' <CO).
-248 -
CRISE E SANTIDADE NA IGREJA 17
- 250-
________~C~R~[S~E~~E~S~A~N~T~[D~A~D~E~~N~A~[~C~R~EJ~A~______~[9
- 251-
Re8pelto à consciência alheia a mlssílo:
• • •
Comentário: Tem-se verificado um arrefecimento da têm-
pera missionâ rlR em certos ambientes ou, ao menos, em certos
porta-vozes do Catolicismo. A nova atitude é talvez sugerida
por dec lara ~õC$ (mal interpr etadas) do Concílio do Vaticano II
referentes à liberdade rcli~iOSll e ao ecumenismo; o tão reco-
mt>ndndo respeito à consciência ttlheia possivelmente vem sus-
citando o esmorecimento do zelo missionário católico .
t no problema assim esbo::ado Que dedkaremos as páginas
s"g'~tlntes .
- 252 -
1. A pMblemátiea
- 254-
A IGREJA Ê MISSIONÁRIA? 23
2. Igreta e evangelização
1 . O Concilio do Vaticano II r~onh~u Que Deus pode
salvar os homens por vias a nós desconhecidas, de sorte Que
quem vjve tle boa. ré no erro religioso pode estar-se encaml.
nhando para o unico Deus, do qual nos Cala o Evangelho . Note-
-se, porém, que esse encaminhar-se não se faz sem o auxilio da
graça de Deus, como diz o Concilio nos textos citados à p. 353
p. 21 deste lasciculo. Isto quer cJjzer ; . .. não se faz sem aplicação
dos mêl"itos redentores de Cristo; não se faz portanto senão
por Cristo, e não porqUe o homem tenha cm si mesmo os meios
de se salvar.
Tais verdades são de Importância capital. Reconfortam-
-nos quando consideramos os milhões e milhões de homens qtse
hoje em dia não professam a fé catOlica por Ignorarem o Cristo,
enqua'nto outros são educados sob regime ateu .
2, Não obstante, o Concilio do Vaticano 11 Incute Instan-
temente a necessidade de se pregar a te a todos os homens.
Não é licito à Igreja e aos seus membros cruzar os braços
di ante do mundo que não conhece o Evangelho, pois o Evange-
lho e a Eucarist ia são os meios normais que o Senhor instituIu
para a salvação da humanidade , Eis o contexto (quadro com-
pleto) da passagem do decreto cAd Gentes_ atrás cit ada:
" O moU vo da atividade ml•• loNirl. d. Igreja • • vonl.d, da O.us,
q ue quer que todo. OI homaM "Iam ••Ivos • venham .0 cOMe cimento d.
Yllrdade , ,. f: OIIc..drlo que pela pr.gaçlo da IGT'):I todo. rlCOnheç.-n
Crt.to • li E" a. conv.rtam I pilo blllsmo .e' . . Incorporadot nllle • nll
Itl rel" .... Corpo .. , Embora Deu. po•••• por "Ia. qua s6 E" conhece,
I.v.r' ,. o. homeM ~U ••• _ culpe d . lUII patte. Ignoram o En...,lho, .. ,
cabe' Igrela o davlr e 11mb,," o dlrello • • grado de .....nll.llllr. Por Isso
• allvldade mlnlonl "_, hole como . empre. COmlfV. Integra I UI torçl I
neces.ldade" (mo 7) ,
-256 -
A IGREJA Ê MISSIONÁRIA? 25
3. A mil: da missão
1. O Concilio nos diz. que a Igreja tem o dever de evan·
gellzar, " Esse dever hA de ser entendJdo como uma necessI-
dade espontânea ou vital, que brota do intimo de todo cristão
que tenha o senso de Deus ,
Com efeito, O cl'istão pal'a quem Deus não seja uma pa-
lavras, mas, sim, urna realldade viva, não pode debcar de amar
a Dcus c de sofrer por verificar qUe Deus não é devidamente
conhecido e amado, O cora~ão Que ama, sofre por ver que o
Amor não é amado. Ê essa dor que suscita e aUmenta o apos-
tolado; era ela que movia São Paulo quando e::.,:clamava: cAi
de mim, se eu não evangelizar! .. (l Cor 9,16) , Foi ela que
moveu Francls(:o de Assis, Francisco Xavier, Vicente de Paulo.
O, Bosco, D, Orione, Teresa de Ávila, Teresa de Lisieux . "
4. Evangeli%oção e desenvolvimento
- 258-
A IGnEJA E MISSIONÁRIA? Z7
5. Cristãos anônimos
Sobre a tese dos «cristãos anOntmos:t, podem·se fazer as
seguintes ponderações:
Tal tese é fruto de equivoco cu de otimismo excessivo: Em
todo homem exIste, sim, uma natureza racional apta a receber
a graça de Deus através do Evangelho (trata-se de mera apti-
dão: a natureza racional ó capaz de receber a graça ou a fUla-
ção dIvina) . A graça, porém, não é simplesmente a natureza
aperfeiçoada ou levada ao seu auge natural; a graça é de ordem
sobrenatural. O Que quer dizer: ela implica uma elevação da
natureza acima de si mesma; ela tprna o homem participante
da vida divina (cf . 2 Pe 1,4) e .desfinado a ver a Deus face--a-
-face (cf. 1 Cor 13,12: 1 Jo 3,2).
De resto, notam os comentadores da tese dos cristãos
anônimOS:t c;uc os seu arautos carecem de base escriturlstlca;
não tentam mes mo fornecer argumentação biblica para as suas
irlélas; partem apenas do que lhes parece ser «principias tecr
lóglcos:t .
Em sumo, pois, pode-sc dizer que evangelização é mais do
que descoberta de um nome, é mais do que . tornar os homens
conscientes de uma realidade que eles jã possuem inconsclente-
mente:t. E'Inn~elizaç50 é um principio de elevação ontológica;
c a comunicação de uma nova natureza ou de um novo ser à
criatura humana : . Vede com que amor nos amou o Pai, ao
Querer que fôssemos chamados filhos .de Deus. E de fato o
somos!~ (1 Jo 3,1) ,
Bibliografia:
A revl~til '·La Çhrlst au monde", que aparece em quatro adições (Ir.o·
cesa, inglesa. aspll nhola e lIallana). vim trala ndo do assunto (mlaslo hoje)
com ~otAvor rlQ uez.a de documontos e dados históricos . Aparece blmes·
tralmente, lendo por endereço: Via G. Nlcolera, 31, 00195 Roma, 116na.
, a llamen te Instrutivo o matlrla' apresentado nos .rtlgos disse p&llód lco
com relo rência tanto aos palses de mlsslo como t.. naçOes tradicional·
men:. crlstDs .
Sobre os ·'crlstlos a nônimos'·. lela'le:
K. Rahne" "Schrlllen IUf Theologle" I. VI. Elnsiedeln 1965 (Iavor'-
vat .. tlsa) .
Hendrlk Nys. "La talul sans t·'v. ngU ... . Paris 1965 {tavor'vtll ... l .
F. X. Durrwall, "La lalut p.r t"vangUe" (réplica ao livro anterior) na
revista "Splrllus" vai . 32, dezembro 1967, pp . 380·395.
P. SI85...', "lei Chrétlanl a nonymos", em "La Chllsl au monde" vai .
XIII, 19118, p . 2545 (o aulor faz reservas A teu dos c. an.).
- 261-
30 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS ~ 162/1973
Jean Aennes, em " lhe Internatlonal Re'llew 01 Mlsslons", vol. 57. lan .
1968. p . 128 (recenlio e critica do livro de Nys),
Aqui no Brasil, sej_ mencionada a poslçi o lavorável assumida por
Leon.rdo Bolf no 11"" 0 "Jeaul Cri sto Libertado r " , Petró polis 1972. pp .
2õS-285.
•
carta aos amigos
Jerusalém, 12 de maio de 1973
uaros leitorc...,
Os amigos permU.lriío 'Iue. em lugar da ha.bitua.1 resenha
de livros que encerra. cada lascícuio de PR, seja. aqui colocada.
uma resenha de Rconteelmcntos e impressões desta. Terra. Santa.,
onde, por graça de Deus, me encontro dcs:tle marco I'P., num
cstâ.gio de reciclagem necessária e altamente profícull.
HeaJmente viver com ealma e profundlda.de na Terl'a em
que se desenrolaram os bFf'andes reitos da Redencão do gênero
humano, é presente (]o céu, I,reeloso, inestlmã.\'el. '. Solldando
as riquezas dess-e presente, va.mos hoje continuar as reflexões
iniciadas em PR de maIo pp. Quatro pontos muito me têm
Impressionado ultimamente:
1) Como ó óbvio, na. Terra Santa. a Bíblia fala. com ênfase
I)artlcular. Os cenários geográficos, os :reinos, as cidades, os
I)ersonagens que ela menciona., tomam-se como que redivivos
30 peregrino e estudioso; os nomes complicados e de sabor orien-
tai que ela encerra? perdem todo possível eolorido mitológico ou
lendârlo, para tornar-se rulidade pujante e pugente: os qua-
dros bibliCOSt com sua mensagem, entram pelos ornos e os sen-
tidos do obsenoador,
Ao norte u. GRlllélD, assinalada. por seu lago grandioso, suas
monta.nhas de traçados suaves, seus monumentos e santuários,
fala. muito da infância. traqüila do Senhor Jcsus em Nu.ré,
onde 1\18.rla e José lhe BS.lõlstlam. como também comunica de
no\'o modo a alegria. que a Boa~Nova. velo despertnr nos homens
I!ua.ndo Jesus a. anunciou em Ca.fa.rnaum, em Caná, em Naím,
(: rn <.:esaréla de FlUpe .. , _ Ao sul, & Judéia, com 8. sua. grande
cidade de Jerusalém, fl\7. contraste, pois se reveste de austeri-
dade . .. O deserto está I)(!rto e, com ele, o lUar Morto, a quase
-t00 m a.baixo do nlvel do mar, região de calor lJe8ado e Inós-
!)ito, JenlsaJém é mnrcn,l& pelos sinais da disputa e dos vai-e·vem
da história. Sente-se bem que os PO\'OS afluíram Incessnntemen~
(ConUnu" nl1 plÍg. Z'ltt)
- 262-
Na atual renovaçio da tgraJa :
-. -
Comentário: Após o Concilio do Vaticano n (1962-65). os
mestres têm procurado dar fundamentação maJs sólida à pie-
dade cristã, Em conseqüência, a leitura e meditação da Blblia
têm tomado grande Incremento entre os fiéis católicos. Ao
contrário, as formas de piedade de Indole mais popular t@m sido
postas à margem em alguns ambientes (às vezes, de maneira
um tanto rlrâsUca. de modo a deixar os fiéis mais simples desti-
tuldos de alimento espiritual) _
Entre as expressões clássicas da fé cristã, estão as rama.
rias ou peregrinações . Estas costumam ser realizadas até hoje
com freqüência e notória participação dos riéis; em grande nú-
mero e com fervor as caravanas se dirigem aos principais san-
tuários do Brasil, destacando--se em primeiro lugar- o de Apare-
cida do Norte (SP) _
t: evidente que tais romarias têm beneficiado profunda-
mente os fiéis católicos e poderão continuar a fazê-Io, Todavia,
já que tais atos de piedade hão de ser considerados em pers-
- 263-
:32 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 162/ 1973
1. Fundamento doutrinário
A E.'iCritura Sagrada dá a ver Que Deus Quis, desde re-
motas épocas, tornar-se presente de maneira sensivel aos hQoo
mens, assinalando certos lugares com testemunhos de sua
presença e sua misericórdia. Tais foram os santuárIos do
Ant!go Testamento: Jerusalém, Betel, Dã ...
No Novo Testamento ou após a vinda de Cristo, continua
haver lugares em que n ação de Deus parece patentear· se de
fi
maneira mais flagrante: tais são
_ as terras e cidades em que Jesus Cristo realizou sua
obra de Encarnação, pregação e Redenção: a Terra Santa e
<reus santuâl'los;
_ as cidades em que viveram ou labutarnm os grandes
S<lntos: Assis, Ars, Lisieux, Avila ... ;
_ as cidndes em que se n~hem famosos despojos ou reli-
quins dos santos: Roma, Compostela;
_ os locais em que, com <:erto Cundamento (embora não
ccrte7J\ dr fé), se crê que apareceu o Senhor J esus ou a VIl'-
gem SS.: Paray-Le--Monlal, Aparecida do Norte, Fãtima, Lour-
des , La S..... lctte . ..
Em tais lugares (cidades ou santuários) Deus se deu uma
vez. a reconhecer em termos mais evidentes, visto QU~ o hQoo
mem, sendo criatura psicossomática, necessita de maniresta-
ções, a fim de que pela percepção dos elementos visíveis se eleve
a contemplação dos bens Jnvlsl veis, Pode-se crer que Deus con-
tinue a. se patentear ní, derramando graças sobre as pessoas
Que lã vão orar: graças principalmente de ordem espiritual
(conversõ<>s do pecRdo à autêntica vida cristã, afervoramento
de almas tlbias ... ) e também graças de teor material (cura
de doenças, paralisias, êxito em determinado empreendimen-
to ... ) .
- 264-
_ _--"AS PEREGRINACOES NA PIEDADE CRISTA. 33
- 268-
E nollt-Ie qu. foi ule Pascal ptregrlno quem procJamou qu. 'Ioda •
de.gr.ç. cios homen, prov6m cI, uma .6 coisa: nio .abem ptrmlnecet em
repoulIG num qUI.,o'" ("Pele,lna;,,", col . "J, .ahoJe crol''' . Parti UI5'.
p . 15) .
Engelmann, no texto acima, sugere a falta de humildade
como uma das causas que detém os homens de empreender pe-
regrinações aos lugares santos . .. Na verdade, o espirlto dos
inte~ectuals (Engelmann cita Pascal, Montaigne, Descartes),
como o esplrito <1a gente simples, precisa de expansões rellglo·
sas viva.c; e espontâneas pois o ser humano quer naturalmente
vibrar diante de Deus com uma afetividade sadia. 1; impossível
(Iuerer reduzir a piedade dos fiéis em geral apenas a atos da
Liturgia oficial da Igreja (sacramentos e alguns sacramentais);
essa redução sufocaria simplesmente a vida de oração de mui·
tos católicos . O que importa, é suprimir os desvios que se
tenham Introdu21do nas peregrinações (entre os quais. uma
comercialização exagerada), e tornar os fiels cada vez mais
conscientes. do prOfundo significado religioso CJue tem uma
au~ritlca romaria. Quem assim Instrui o pOvo de Deus, pode
<!.judâ-lo a ser autêntico peregrino ou a Ir visitar os lugares
sagrados para ai ornr mais devotamente.
-269 -
3K .. PI~!.~ ~~~~T~'; _ .!'!2V"::'I) I'O~!~IU~:IC~.~": _}~~~I !)J~__ _ _
H. Engelmll.n n, "P~ la ,i nagas", col. "Ja sais.Je crols" n9 .(3, Paris 195;.
- 270-
Na escola da história:
• • •
Comentário: Jé. em PR 129/ 1970, pp. 382-397 e 140/1971,
pp . 347-356, abordamos a questão da oportunidade de batizar
crianças. Depois de ter exposto os textos do Novo Testamento
concernentes ao assunto, propomos asora os testemunhos dos
antigos escritores da Igreja: têm valor especial, porque fazem
eco imediato a quanto disseram e fizeram os Apóstolos e o
próprio J esus. :e óbviO' que os escritos do Novo Testamento,
referindo 00 primeiro anúncio do Evangelho a judeus e pagãos,
não podiam supor famiUas cristãs e o batismo dos respectivos.
filhos. Somente nas gerações posteriores ao âmbito do Novo
Testamento é que se pode esperar encontrar testemunhos de
ba.~smo de crianças .
- 273-
42 <:PERCUNTE E RESPONDEREMOS ~ Hi2/1973
Till lIul a ClSa normll . TodlVla, desdi que haja nece.sldade urgente,
ullllzlr·'I·' a i!lua que SI e"cantlL O.. candldalo....e de,poJario de .. UII
" ...1151, e .. rio tlaUudOl prlmetrament.e o .. pequeninos . TodOl lIquelel que
pud.r."" '.Iu por el m..moe. 1.1.,io OUllllo àquele. que nio o pud.,.m.
o
MUI pai. 'a'arlo por e'.', ou algum de aeuI lam llla,.•. " lagulr, Nrio
batlzadOI OI hom.n., e por 11m .. mulher • • o . o"
A «Tradição Apostólica. prevê o batismo de crianças que
ainda não possam falar por não ter O uso da razão. Note-se
também que na cT radição Apo~t6Ilca . se trata do batismo s0-
lene conferjdo na noite de Páscoa e nãG do batismo adminis·
trado em perigo de morte Assim se depreende Que o costume
o
"NO loeanla u erilnl;lS, db:es que nlo devem ser baUZld.. no Mlu~
do ou no t"celfo dia, ma. qua "rill nICl.. ',1o lomar como mod.lo I Itl
'nU;1 di clrcunc"lo e, por ccftHguln'., nlo balizar n..., lanl"lcar o ,ecfrn~
·nascldo InlH do allavo dia. NouI auembl6l1 p.MOU do modo 101allMnt.
dlw.,.o . O procedimento <tu. preconllu, 1110 obtave um lulrllglo; lodol
lomol di oplnl.o d. que Alo le d.vem '.CUI', • mllerlcórdle e • 9~'
dI OIUI I algu6m qUI vInha li .xlstlnell . O Senhor dlJ: no Eu"galho:
'O Filho do homem nlo velo para pelder I. almas. "' .. pll' ••lvé.lu'
eLc 9. SI) . Por consellulnte, n. mldlda em que de nós depende, rtIo da.
V8mOl perder .Ime .fgum• ...
Numl p.I.... ,.. I Escrllufl Otvlna nol motll. qlUl lodos. pequ.nlnos ou
PIIlO.. Idolls. ,.c.bem Igu.lmante o dom de D.uI . . . As dll./enÇII de
Idlld •• de e"alur. corpor.r ....,.m dl.nt. dOI homenl lpen... nlo diante
d. DtuI .. . O Elpirlto Slnlo é dldo IGullment• • lodol, nlo .egundo me.
dld, proporcionai a cado um. r.la~ segundo bondlde e bentvollncla pIler.
nll . Pois Deu. nlo '17. .cçep~lo n.m d. Idade n.m da plaloa (AI 10.34;
1 Pe 1.17). m.s. Ia dl.lrlbulr • gllÇI celea'_ • ., plre todo. ~ Plt que
repa"t de modo Igual.
ACt'.se.ntu, pOltm, que o p' d. um. crlln~., not prLm.lrol di..
::Ip6a o I.U nueimenlo. 1'110 , pUro. CIU"I ,epugnlncl. I quem o OIIcul• .
- N.m l.to d..... .. r obl16culo 11 que le lhe confira a greç. divina . N.
v.rdad•••• Ui .scrllo: 'Tlldo • puro pare OI qu. lia pUlOS' (TI 1.15) , NI,..
gu,," d ..... ler horror .0 que D,u$ se dignou da fazlr . .. A CI'lnçl nlo 6
tal qUe t. deva . . . ter horror dI I oleuler: e::ld. IJm de n6 •••0 belJ., o
Plqu.nlno, de .... pensar ... nu mias d. Deus, cf" qual ••Ie aç.b. d, a."
• que nó. b.tl.mot d. carta modo ne,.. ser humano r.c6m-lormado.
vindo 11 luz.. pai. Ib,Olçamo. li obra de O."s .
Quanto lO r'lo d. qu• • circuncido Judllca . e tdllllnl.tr...,1 no oitavo
di., era IsllO um slmbolo • c:Gmo que 11m esboço. uma IIgura. que s. d ....ia
cumprIr qu.1Ml0 via ... O Crllto .. . E... figura cellOU qUlndo V610 . . . .n·
dadl pl.nl, a qu.1 no. foi .ntr.gu. com e clrcunclllo "plrltull.
Por 1110 cremos que nlo se dav. Impedir e'gu'm d. receb.r a graça
seg.ndo a lei que foi . ,I.b.lecld.; JulGamos que • elrcunelllo .spltllull
nlo deve ser Impedld. pel. clrcuftClslo carnal, "'I' ou • • pr.clso admtttr
todo hom.m .. g'lça d. Cristo, porquanto P.dro ob..rv. nOl Ato. dOI
ApÓllaI4S: '0 Senho, ma di". que homem "gum d.vtl .. r ch.....ado .uJo
• Impuro' (10,21) , . .
EI. por qllO, 1""10 carl,. lmo, nOl' o eoncl1lo tol do alvll,. d. que
nlngdm da.....er por nó. at,slado do balllmo • d. graça de OeuI. que
p.r. com todos • mlse,lcol'd lo.o. b.ntvoto li mlnso" (.plIL 14).
...... crl.nçu 110 bellllda. para o plrdio dos pecado, . OI qUI PI-
cadoa .. Irltl1 OUlndo pudlrlm 11111. plclr? Como .. podl lu.Ul/ca, o
b.Uamo d.. crll",a.. •• nlo a• •dmlla a InlarprltlçJo que acabamos de
álr: 'Hlngu'm , l'lnto di maneh., mumo qUI a IUI vida na tlrra dure
lpan .. um di.'? (el . J6 14,4). li porque a mancha com qUI nuclmos •
Iplgade pelo "'11I'rlo do bltls",~, que.. bltlzam mesmo IS crllnç.. ,
vlala que 'nlnllu6m podlrA enlr.r no Reino de Deu. s. nlo ren.lce: di
'!lua e do E.plrlto' (Jo 3,5)" (In I.c h . ,.,.
"Aqui ra!>ou.. Fortúnla, qlJ8 viveu cerca de quatro anos. Seu-t. genl-
lorn mandaram colocar ( e.ta aplt6flo) em mem6"a da- .ua dulclh lma Inlla.
AacaMlu fo batismo) no elIIO dll . .. • 101 I ltfIuUalla no oItavo, dia di'
ealanda, de a"I,.lo, l ob c con. ullllo de (Jtaclano (t egunda "a1l:) e d4
Probo" (C'pu': ano da 371).
"Aejul Jaz Mauro, menino d. cinco anClI e Irll mesa.; r.C41bou [o ba.
IIsma I nl Idada de doi, GU IrIs anos, .,.., dia dI) nonall do 3,,~IO" (Aoma)_
10 vi4llco ou a S. ComunhAo.
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46
----«PERGUN TE E RESPON DEREMOS.. 11;2/1973
.....qul Ju Aur'Uo Mal/cio, menino c,l.tio, fiei, pe reg. IPle, que ,,'veu
QUllro InOl fi doi, dl.,. Morreu na nolle de P' lcoa, no decorrer d. '1lfi1i.
lia, durlnte e quinta ora çl o . Entregou a alma e 101 lepult ado no dIa 00
101, .exlo da. ca'and ll de abril" (Chlull, 21 de março d e 3 54 ou 363 0\1
376) .
• • •
Eis Quanto se pode coJi~ir de mais eloqüente na documen-
Inçilo cristã dos sé-c. n / IV a respeito do batismo .das crianças.
Tais textos revelam suficiente mente que se t ra ta de costum~
nnti!']U!ssim o, a trlbuivel mesmo à época dos Apóstolos. Não
[XXI.t' !ic:!áo corresponder à mente do Senhor J esus, !']ue. à guisa
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ANTICOS CRISTAOS BATIZAVAM CRIANCAS? 41
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Lamentações, onde vão orar com fervor, a"gitando todo o seu
corpOj no sábado de manhã, pelas ruas tranqüíl8B da. cidade,
veenNle numerosos homem, com a Biblia. envolvida. em bolsa
de veludo bordado, a. dirigir-se para a sinagoga (existem 600
slnagogu em J CMlsaltim ; na.turalmenle muitas são pequenas, são
salões de uma reshlêncla); não raro, pa.i e filho assim caminham
apressados para a assembléia. de ora~o . ' . - O que importa.
LO observador neste contexto, é apreciar a presença viva, mar-
cante, dO!! vnlore." rellgtosos numa. cidade que atingiu o nível de
clvilimção e CORrO Mo de qualquer outra grande cidade cosmo·
palita..
S) Depois de Pã,sCOIl, de 24/ fV a 2/ V, tive a oca.sião de
participar de uma vlngem bíblica. à lIenimuJa do SlnlÚ. ~ramos
42 1)C,<l'WM, qUDSfl todo" esblllio"o."I de S. E~critllr~ que d('~eja
vam reviver um pouco as etapas da. caminhada do povo de Deus
narradas pela. Biblia. em hodo, Números e Deuteronômio. A
experiência. do deserto é urna escola.. . Entre outra! eolsas,
ensina a Ilpreclar a água (apllrentemente tão banal) como ele-
mento vital, do qual cada. gotB. então se poupa e cobiça; o de-
serto faz sentir também a. neccssldade da solidariedade absoluta
dos homens entre si, pois mostra de !lerto como todos devem
poder contar eom todos; faz outrossim experimentar o perigo
(menCionado pela Blblla) da murmuração, do de1contentamen-
to, da impaciência. (prlncil.almente quando o ônibus atola na.
areía, o que é qUo.lJC lnevitá.,·el; quando o Ilróprio guia hesita.
entre dlvel'SllS passagens lucõnlcs.JI através de areias e monu.
nhos; quando se atrasa o h ~)I'árlo em conseqüência de Impre-
"istos. quando o. poeira se acumula. sobre 85 faces, 88 roupas,
a comido. ... ). lUas, mals partleularn:ente, o deserto fu sentir
11 presença de Deus: o silêncio, a solidão, a pujança das Unhas
de montanhas e e6rregos secos, a luta da mIsera. vegetação que
tenta brotar ou ,"obrcvivcr onde e quando possi\'cl, um ou outro
raro t ronco de l)lllmelra atirado no solo por violenta temTJcstn.de
de verão ... tudo isto eontll:nlamente faz que o espírito do vian-
dante se volte -para. o Eterno, o Definitivo, em suma, para o
flue o rICa depois que se deixam para trás fantasias e varled&-
dcs .. . Deus parece defrontar-se ent§o mais pujante e eloqüen-
temente. ft-Ias por que não dizer também que a face do d~rto
lembra. bastante '" face da. Lua rnhrderl05a., vista em foto~ra
fias? .. 'No dia 30fIV. as 8 h da. manhã.. concelebramos a S.
J\Dssa. no cume do Djebel ~{OllSa. (Monte de ltloisés) a 2'.200 m
ele altura. on'de se julga que Moisés recebeu as tábuas da Lei;
o. ascensão, em parte por degraus dispostos na. rocha, tôrll. á.r-
dua, mas teve magnIfica compe~o pela vista. ampla, maTCada.
por montanhas ondulantes C jogo de luzes que a. cwnlada. orere-
cio. ao espectador. Durante as preces comunitárias dn Llturftla,
um dos companheiros elevou a V02: pa.ra nos convidar a dar
graças ao Senhor pelM montanhas, pelo sol, pela. luz, pelo de-
serto. em suma. pclM obras de Deus que se expandiam aos nos-
505 olhos . . . l\Ja.ls do que nunca tal III'COO me parecia. ,'ir a. pro-
ImitO! - .Allãs, desde os sec. I11/ 1V o Sinai é um lugar ininter·
ruptamente habitado por monges, cujas ermidas e mansões ,(das
qua1es.a principal ê o ,Mosteiro de S. Catarina;) ainda. se podem
ve~ esparsas na região em pequenos Quis. A história do Cris-
tlan15mo mostra que no Slnai os 'homens sempre Ilrocuraram
ouvir a. voz de Deus (que desenoodeou o povo bíblico) e res-
ponder com generosidade a. essa. voz.
4) Aos 1/ V/ 1973. o Estado de Israel celebrou com solenl·
dade e grande exuJ~o o 25' anh'ersárlo de sua existência:
houve imponente de.,fIIe mlllta.r c suces.o;.lvas demonstrações de
autoattrmação, em meio a fortes tensões no Próximo Oriente.
i\lesmo abstraindo do I,onto d~ vista, politleo, as celebrações da.
ln:delHmdência eram aptas a lembrar no observador a.lguns fa-
tos slgnUlcaUvos do. história passado.. Com efeito, Jerusalém,
eonstltuida. por Da\'1 capital de Israel no séc. X a. C., rol arre-
batada aos judeus em .)81 a. C. por Nabucodonosor da Babilô-
nl~ que destruiu Q cidade. Recoustnóda a Ilartlr de 588 a. C.,
Jerusalém foi de IU)VO arrancatla. 805 judeus, desta vez pelos
romanos, em 70 e 185 d. C. - Ora o povo de Israel sempre viu
nesses reveses ou nas quedas de Jerusalém em mãos alheias um
sinal religioso: de tal maneiro. Deus visitava. o seu I)OVO, ' exor-
tando-o ·1\. conversão. diziam os mestres de lsro.el. .. Em 1973
Israel se sente senhor, de novo, em Jerusalém e o afirma !iole-
nemente. Deus pa.rece sorrir ao seu antigo 1)0\'0, atendendo a
uma. de su85 mai.s proCundas BSl1iraCÔes. Por que niio dar ao
acontecimento tombem um significado religioso? Os judeus te-
rio sua. maneira de intu~retar a data. Nós, cristãos, os acom-
panhamos,' fazendo votos para que Israel possa comllrecnder o
sentido de sua misteriosa história, possa. reoonhecer que o por-
tento de Israel é, em última análise, obra. de DCWI, que quer
assim oroporelonar a Israel mesmo e ao mundo um dos mai~
eloqüentes sinais em (avor do Cristo Jesus, pois, na verdade,
parece que não se pode ent.ender a realidade de Isra(!1 senão
.em (unção do Cristo ,Jesus. 1; ,lIU"'U prr.llanlr a vinda. do !\1e.'t'!Ia,c.;
e pa..... ·dar-Ihe testemUJlho atravé" dos séculos que Israel existe.
Por hoje é preciso terminar aqui uma nR.l'ração que Iria
longe. Pouam ao menos estas linhas ou breves memórlWJ sentir
de lIa.me Craterno entre todos os que labutam em torno de PR!
Aos amigos que me proporcionaram o presente de.lIte contato
com' a Terra. Santa atualmente, mais uma vez a. minha IlroCun-
da. gratidão. A toelos 05 leitores de PR agradecemos a colabora-
ção em prol da J"e\'lsta; pOSSA. ela, por Intermédio de seus amigos,
ajudar ft. multa gentel Aqui ficam 8.S 5aud~ões eCush'U e 8
promessa de ora(!ões deste Irmão, que em julho espera estar de
novo ,no Brasil, levando para aí uma grande porc.ão do céu de
Jerusalém. que é um céu sempre azul, céu d e paz e de sorriso
Il\Jptrn:do pela fé ou' pela consciência de que Deus está. presente
em melo aos homens!
Estê\'ão Bettencourt O.S.B.