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O contrato de compra e venda – art. 874º - tem como principal razão de existência a
transmissão de Direitos, que pelo princípio geral se faz atendendo ao princípio de liberdade de forma
– art. 219º –, salvo algumas excepções: compra e venda de imóveis – art. 875º -, transmissão de quotas
de sociedade – art. 228º CSC – e a alienação de herança – art. 2126º.
Este contrato tem três efeitos – art. 879º – em que dois deles são obrigacionais e um é real:
o obrigacional é o efeito de transmissão da coisa – alínea a – e os obrigacionais são entregar a coisa
– alínea b – e pagar o preço – alínea c. Porém, a regente tem interesse em explicitar que geralmente
se produzem estes efeitos, e talvez não sejam tão essenciais ao contrato de compra e venda por
haverem algumas situações onde eles não se dão com a concretização do contrato.
O efeito real do contrato de compra e venda tem como base legal o art. 408º/1 – princípio
da consensualidade – e o art. 879º/a. Geralmente, este efeito tem como transmissão a propriedade
da coisa – art. 879º/a – e a transmissão do risco do alienante para o comprador – art. 796º/1 –, mas
excepcionalmente a transmissão não se dá por mero efeito do contrato, mas por outro tipo de
acontecimento fáctico, ou seja, as excepções ao princípio da consensualidade constam como
obstáculos ao efeito real. Estas excepções são encontradas no art. 408º/2 – face às obrigações
genéricas, coisas futuras ou indeterminadas, frutos naturais ou partes componentes ou integrantes –,
no art. 543º/2 – face às obrigações alternativas – no art. 880º – coisa futura –, no art. 409º –
dependência do facto futuro e incerto. Para além das excepções ao princípio da consensualidade há
também a excepção no âmbito do risco: o art. 796/2 e 3. Ainda face ao efeito real é necessário atender
a uma caracterização deste no âmbito do Direito Comparado: este insere-se no sistema do título que
tem em máxima consideração o princípio da consensualidade, isto é, para o efeito real se dar basta o
título ou fundamento jurídico de aquisição. Existem outros sistemas como o misto em que em adição
ao do título se exige um acto posterior e o do modo em que o efeito real se dá com a entrega da coisa.
Quanto aos efeitos obrigacionais temos a entrega da coisa e o pagamento do preço – art.
879º alíneas a e b. Cedemos outra vez à razão da regente, temos um lado geral e um outro lado
excepcional. Geralmente face ao efeito de entregar a coisa é preciso atender ao regime do
cumprimento de obrigações – art. 762º e ss –, ao dever de custódia – art. 882º/1 –, a outros deveres
gerais como deveres de assistência e de informação – art. 762º - e o facto de a entrega ter de respeitar
a quantidade e qualidade convencionada em obrigação genérica – art. 400º e 539º e ss.
Excepcionalmente pode também não haver um entrega, pensemos no exemplo de o comprador já
ter a coisa em mão ou até mesmo no constituto possessório – art. 1264º. Face ao efeito de pagamento
do preço, também aplicamos o regime de cumprimento de obrigações com a adição do art. 883º caso
as partes não tenham determinado o preço, o art. 883º para a determinação supletiva do preço, o art.
884º para reduzir o preço por situação de parte viciada, o art. 885º para supletivamente definir o local
e tempo de pagamento do preço, o art. 887º para alteração do preço,
Data: 26/02/18
Matéria: efeito obrigacional de pagar o preço; obrigações pecuniárias; introdução à caracteres-tica do
sinalagma.
Data: 01-02-2018
Matéria: característica do sinalagma.
>É necessário estender o conceito de sinalagma.
>Na cláusula de reserva de propriedade, o comprador recebe imediatamente a coisa sem pagar.
>>A cláusula de reserva de propriedade como condição de suspensiva: arts. 270º ss.
>>>Não é um regime adequado a estes casos em que as partes querem fazer depender o efeito de
um facto.
>>A cláusula de reserva de propriedade como condição resolutiva tem ainda mais críticas.
>>>Tem as mesmas críticas que a condição suspensiva.
>Para ML, o art. 409º limita-se a alterar o montante do pagamento do preço para momento posterior
>Nesta situação o vendedor continua a ser proprietário só que com limitações; o comprador tem um
direito real de aquisição.
>Os três pilares que diferenciam os tipos sociais são a responsabilidades, a transmissibilidade e a
organização.
>Procurar saber distinguir na próxima aula o que é um órgão de administração singular da colectiva;
na colectiva, a diferença entre órgão disjunto e um órgão conjunto; no órgão conjunto, um órgão
conjunto pela maioria e um órgão conjunto pela unanimidade.
CASO 4
A 27 de Fevereiro de 2017, Camila vendeu a Dário um rebanho de ovelhas, a entregar em Fevereiro
do ano seguinte. Chegado o fim do prazo, Dário constata que as ovelhas foram já objecto de tosquia,
contra o preceituado no artigo 882º, pelo que pede também a lã que das ovelhas foi separada. Camila
defende-se, dizendo que os frutos abrangidos pela obrigação de entrega do artigo 882º/2 se limitam
aos existentes ao tempo da venda, não abrangendo os colhidos em momento posterior.
Quid Juris?
CASO 5
No dia 01 de Janeiro de 2018, Ana vendeu a sua mota a Berto, verbalmente, pela quantia de 5.000,00
Euros. Nesse mesmo dia, Ana entregou a viatura a Berto. Este comprometeu-se a entregar um
cheque a Ana, para o pagamento do preço.
No dia 30 de Janeiro de 2018, Berto ainda não tinha procedido ao pagamento, pese embora as
várias insistências de Ana nesse sentido. Berta continuava a conduzir a sua mota considerando-se
proprietária da mesma.
1) Poderá Ana, hoje, resolver o contrato de compra e venda e, consequentemente, reaver o
automóvel que entregou a Berto? Não é possível pelo disposto no art. 886º; uma vez que a
propriedade já se transmitiu e a coisa já foi entregue. Rasteira tendo em conta haver cheque:
840. A obrigação só se extingue
No dia 15 de Março de 2018, a mota incendiou-se espontaneamente, para grande desagrado
de Berto. Berto ligou em seguida a Ana a avisar que certamente não iria entregar o cheque e que já
não queria comprar a mota.
2) Assiste razão a Ana?
Assiste, pois pelo disposto no art. 796º/1 o risco corre por conta do adquirente em situações de causa
não imputável ao alienante.
CASO 6
Bela celebrou com Cláudia um contrato de compra e venda de um elevador, acrescido do serviço de
instalação, havendo aposto no contrato uma cláusula de reserva de propriedade. Meses passados da
entrega sem Cláudia pagar, Bela vem tentar resolver o contrato. Quid Juris?
Não é possível aplicar o regime geral da compra e venda face ao não-pagamento por não ter havido
transferência da coisa. Logo, temos que recorrer ao regime geral da falta de cumprimento. B terá que
interpelar C a cumprir, pelo art. 805º/1, estabelecendo um prazo admonitório, pelo art. 808º. Caso
mesmo assim C não cumpra, B poderá recorrer ao art. 817º + 806º/1, para que se cumpra a obrigação
pecuniária; pode ainda B recorrer ao art. 801º/2 afim de resolver o contrato.
PORÉM, tendo em conta a jurisprudência – acórdão do STJ de 31/01/96; este declara que a cláusula
de reserva de propriedade de fornecimento e instalação de elevadores em prédios urbanos se torna
ineficaz com a respectiva instalação - havendo transmissão e entrega da coisa – art. 886º.
CASO 7
No Verão Quente de 1975, Eulália vendeu um automóvel a Dália, nunca havendo esta pago o preço.
Aquando da entrada no novo milénio, Eulália lembrou-se e quis cobrar a dívida ou resolver o
contrato. Dália invocou a prescrição (art. 309º). Quid Juris?
Prescreveu.
CASO 8
Felisberto vendeu um automóvel a Salomé, reservando a propriedade a favor do Jaime, irmão de
Salomé que pagou o preço.
a) imagine que Salomé está insolvente. Podem os seus credores executar o automóvel?
Não, pois Salomé não tem um direito de propriedade, somente uma expectativa real de aquisição do
bem.
b) imagine que Jaime está insolvente. Podem os seus credores executar o automóvel?
Não, pois ele somente tira o uso da coisa.
c) uma vez que Salomé não paga, Jaime quer instaura uma acção contra Salomé, nomeando o
automóvel à penhora sobre o qual incide a reserva. QJ?
Não pode, pois Salomé só tem uma expectativa real de aquisição do bem. Felisberto pode recorrer
um embargo a terceiro.
d) Teresa, ex namorada do namorado de Salomé, destruiu-lhe o carro. A quem deve Teresa a
indemnização?
A Salomé para que ela pague a Felisberto.
CASO 9
Em Janeiro de 2017, João vendeu a Leonor um automóvel pelo preço de 50.000,00 €.
Convencionaram que Leonor pagaria 25.000,00 € no momento da celebração do contrato e o preço
restante em vinte e cinco (25) prestações mensais, de 1.000,00€ cada. As prestações venciam-se no
primeiro dia útil de cada mês, devendo a primeira prestação ser paga no dia 01 de Fevereiro de 2017
(quinta-feira).
Convencionaram ainda que João reservava para si a propriedade do automóvel até integral e efetivo
pagamento do preço convencionado. A cláusula de reserva de propriedade foi devidamente registada.
Leonor, no momento da celebração do contrato entregou a João os 25.000,00 € devidos, em notas, e
este entregou-lhe as chaves da viatura.
a) No dia 15 de Fevereiro Leonor ainda não tinha pago os 1.000,00 € correspondentes à primeira
prestação. O que pode João fazer no dia 15 de Fevereiro? Nada, pois para se activar o art. 934º face
à possível reacção face ao não pagamento, pois para se verificar a condição do 1/8 Leonor teria que
incumprir no valor de 6250 euros para perfazer um sexto.
b) Em Fevereiro desse ano, para grande surpresa de Leonor, João havia vendido o automóvel a
Natália, que se encontrava no estrangeiro, sem reserva de propriedade e pelo preço de 25.000,00 €.
Natália pretende, hoje, reivindicar o bem a Leonor. Quid iuris?
905 – direito real menor….venda de bens lahios Não.
07-02-18 – prática.
Matéria: casos.
Data: 08-09-18
Matéria: CV a prestações.
Data: 13-02-18
Matéria: Venda de bens alheias.
>A opção da nossa lei é de a considerar nula.
>Em termos históricos e geográficos não é a única opção. Em alguma opções entende que ela é
válida simplesmente se traduz na obrigação de transmitir o bem e assim haveria responsabilidade.
>desvios gerais:
>>Invocabilidade/legitimidade para arguir a legitimidade: há uma limitação quanto às partes: a parte
que está de má fé não pode invocar contra a parte de boa fé.
>>Doutrina querela: pode ser invocada por terceiros? Duas opiniões.
>>>A opinião mais restritiva é a única capaz de salvaguardar os interesses inerentes á lei. [aquela que
obsta que os terceiros possam invocar a nulidade]. Isto, pois, com a invocação da nulidade surge a
obrigação do art. 897º.
>Art. 894º: Afasta o regime do art.
>art. 895º: Estabelece o regime geral da convalidação.
>Art. 896º: estabelece o regime geral em que não há convalidação.
>Imposição de uma obrigação de convalidação: art. 897º.
>O regime da convalidação afasta o regime de nulidade da CV.
>Só há convalidação em caso de boa fé do comprador.
>A obrigação de convalidação em caso de não ser cumprida implica uma obrigação de indemnizar
do vendedor.
>Art. 898: não se aplicam aos casos em que ambos estão de boa fé. Indemnizado pelo interesse
contratual positivo. Se o contrato for convalidado é indemniza-se pelo interesse contratual positivo,
se não for é pelo interesse contratual negativo. (?????? Confundiu-se??????)
>Art. 899º: [solução exclusiva do vendedor] o venedor é obrigado a vender mesmo sem culpa; tem
que obrigar no sentido das
>O confronto do art. 898 e o art. 899: o primeiro impõe um dever de indemnizar à parte que agiu
dolosamente; o segundo impõe o mesmo dever à parte que agiu sem culpa. Implicação: qual é o
conceito de dolo perfilhado aqui? Significa igual ao do art. 253º.
>No art. 900: calculada pelo interesse contratual positivo. Não estabelece qualquer desvio. A parte
final do número não permite uma indemnização dupla pelo mesmo dano.
>Para a próxima aula começamos a estudar a compra e venda de bens onerados.
Data: 14-03-18
Matéria: feitura de casos práticos.
CASO 11
Sandro comprou a Tiago um imóvel que este dizia ter 1000m2, mas veio a verificar-se ter apenas 890m2.
Qj?
Estamos perante a verificação dos pressupostos para a aplicação do art. 888º, uma vez que
estamos uma situação de preço determinado em função do valor global da coisa determinada – uma
situação que impõe que se paguei o preço declarado mesmo que a realidade difira. Porém, o número
dois do mesmo artigo estabelece um limite a essa realidade explanando que se a realidade e o
convencionado se distinguirem mais do que um vigésimo o sofre pode ser reduzido ou aumentado.
Tal era o caso, pois um vigésimo de 1000 é 50 e a diferença entre o valor estipulado e o valor
real era de 110. Isto implica duas soluções: se o tamanho for irrelevante para o comprador este pode
simplesmente pedir a redução do preço – art. 888º/2; se o tamanho for relevante, pois era necessária
uma determinada medida para se edificar um prédio então consta a aplicação do cumprimento
defeituoso para o Professor Romano Martinez – art. 913º.
Podia ser reduzido o preço art. 888º/2 ou resolvido pelo art. 891º/1.
CASO 12
Aníbal (A) pretende comprar a sua primeira viatura. Dirige-se a “Bruno e filhos, Lda.” (B), sociedade
comercial que se dedica à venda de automóveis. Após longa negociação, A decide-se pela compra do único jipe de B, da
marca “BMV”, pelo preço de € 50.000,00.
A não tem disponibilidade financeira para comprar o automóvel a pronto, pelo que B sugere que A celebre
um contrato de financiamento com “Crédito bom” (C), sociedade com o qual B mantêm longas relações e que financia
as compras de grande parte dos seus clientes. B alerta ainda que caso A recorra ao financiamento de C, a compra e
venda do automóvel estaria sujeita a reserva de propriedade, até integral e efetivo pagamento do financiamento de C.
Seguindo a indicação de B, A dirigiu-se às instalações de C para negociar o seu financiamento. C acorda
mutuar a A os €50.000,00, num empréstimo a 10 anos, com a taxa de juro anual de 10 %. A aceitou.
A dirigiu-se novamente ao stand de B para celebrar o contrato de compra e venda, com reserva de propriedade,
nos termos previamente indicados por B. A procede, imediatamente, ao pagamento dos € 50.000,00 devidos pela
compra do automóvel, e B à entrega do automóvel, tendo ambos assegurado, no próprio dia, as demais obrigações legais
impedientes sobre a venda.
Uma semana mais tarde, Aníbal foi beber umas imperiais com Duarte para lhe mostrar o novo automóvel.
Este, que sabia bastante do mercado dos contratos de crédito a consumidores, alertou-o para o facto de que, só em juros,
pagaria o mesmo que o valor do carro.
a) Aníbal reuniu com a família, reuniu perto de 60.000€ e quer agora proceder ao
pagamento antecipado. C não levanta problemas, contanto que Aníbal pague os juros
por inteiro (artigo 1147º).
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b) Chocado com o valor dos juros, Aníbal quer desvincular-se do contrato.
Este poderá fazê-lo nos termos do art. 17º/1 – direito ao arrependimento/livre resolução –
que faculta um tempo e reflexão de 14 dias pelo qual o consumidor pode revogar o contrato sem
qualquer fundamento. Porém, Aníbal deve pagar ao credor o capital e os juros vencidos a contar da
data de utilização do crédito até à data de pagamento do capital – art. 17º/4.
>Figura híbrida presente no art. 17º/1 e 4.
>Ver 133/09 DL: regime da usura [MUITOI IMPORTANTE]: art. 28º/6 ou 1(???).
CASO 13
Em 2015, Edgar comprou um café na Avenida dos Aliados para explorar um novo conceito de café à moda
do Porto. Nessa senda, contratou com Filipe que lhe compraria uma máquina de café no valor de 72.000€ em várias
prestações. Todavia, Filipe tinha algumas dúvidas quanto à capacidade de Edgar cumprir com o contratado, pelo que
em vez de lhe vender a máquina, acordou com este que lha alugaria por 3 anos, e no final do aluguer, a máquina
passaria a ser propriedade de Edgar.
Acordaram as partes que, em caso de incumprimento do dever de pagamento do preço, o vendedor faria suas
as importâncias já recebidas a título de cláusula penal.
Imagine que, ao fim de ano e meio, Edgar falha duas prestações no valor de 2.000€ cada uma, pelo que
Filipe quer agora resolver o contrato e ser indemnizado por via da cláusula penal acordada.
Estamos perante a situação de venda-locação em que se trata de uma locação em que foi
aposta uma cláusula da qual o locatário se poderá tornar proprietário do bem depois de satisfeitas
todas as rendas ou alugueres pactuados – art. 936/2. Este regime é um regime excepcional face ao
disposto no art. 434º/2, pois geralmente a resolução implica a restituição de todas a prestações já
efetuadas – art. 934º/2. Havendo resolução o vendedor deve ser indemnizado nos termos gerais,
visto que o bem pode ter desvalorizado.
CASO 14
Miguel decide vender o tablet que pertence ao seu irmão, Nuno, contra a vontade deste, na sequência de uma
grande discussão e como forma de retaliação. Para tal, Miguel anunciou numa plataforma online as suas condições de
venda: “preço: € 300.00, não negociável; motivo de venda: falta de utilização”.
Uma semana depois encontrou-se com Olga, num local público, utilizadora que havia aceite os termos do
negócio, para receber o preço e entregar o bem, o que veio a acontecer.
Nuno conseguiu localizar o seu tablet, via GPS, através da conta de utilizador que tinha no equipamento.
Confrontando Olga, afirmou ser o proprietário do equipamento, para o qual apresentou o talão de compra. Afirmou
ainda que o seu irmão tinha vendido o tablet sem o seu consentimento. Olga afirmou nada saber da compra inicial do
equipamento e que nada tinha a ver com os problemas familiares dos irmãos. Acrescentou ainda que Nuno poderia ter
doado o seu tablet ao irmão e agora este estava a tentar enganá-la.
1) Poderá Nuno reaver o equipamento?
Sim; através de uma acção de reivindicação – art. 1311º do CC –, uma vez que este nunca
pára de ser proprietário da coisa em virtude de a compra e venda ser nula – art. 892º - por o seu
irmão não ter legitimidade para a fazer.
Podia também impor uma acção possessória – arts. 1276º e ss.
2) Que tutela legal assiste a Olga? Pronuncie-se, designadamente, sobre a problemática das
pretensões indemnizatórias.
A Olga por estar de boa fé tem a seu favor:
>O facto de Miguel ter agora uma obrigação de convalidar o negócio jurídico infectado com uma
nulidade atípica pelo art. 897º/1; só se indemnizará, nos termos do art. 900º, se este não demonstrar
que razoavelmente tentou convalidar a venda.
>O facto de Olga puder invocar a nulidade do negócio, procurando assim a restituição do preço –
art. 894º/1; pedir uma indemnização por dolo de Miguel pelo interesse contratual positivo se houver
convalidação, e pelo interesse contratual negativo caso não haja.
3) Suponha que Olga reparou o vidro do tablet, que se encontrava rachado no canto do
ecrã. Olga tem direito a ser ressarcida por esta despesa?
Olga seria indemnizada pelo vendedor nos termos do art. 901º, em conjugação com o art.
1273º, por ter realizado uma benfeitoria útil – art. 216º/3.
Ver o direito de retenção.
4) Imagine, agora, que Miguel, aquando da venda, lhe havia dito que já não se lembrava de
onde tinha adquirido o equipamento, pelo que não podia garantir a legitimidade nem
responder pela evicção, visto que o mundo é uma aldeia e nunca se sabe onde é que as
coisas já estiveram antes de pararem nas nossas mãos.
Miguel opõe a Olga uma cláusula de exclusão de responsabilidades por danos que implica a
derrogação parcial do número anterior – art. 903 – para somente se aplicar o art. 894º, porém esta
cláusula não chega a concretizar-se por Miguel ter agido com dolo: o dolo é um pressuposto negativo
da validade/existência da cláusula.
Seria abuso de Direito haver a convenção não
CASO 15
Olga utiliza o automóvel dos seus pais há mais de 10 anos para se deslocar para o seu
trabalho. Seus pais haviam cedido a utilização do automóvel, para sua prudente utilização, no dia em
que Olga tirou a carta de condução.
O automóvel em causa é um carro antigo, de coleção, que se valoriza com o passar dos anos.
Por cuidar do carro há tantos anos, e utilizá-lo em exclusividade, Olga considera-se honestamente
proprietária do automóvel. Olga decidiu então vender o veículo a Pedro, mecânico de profissão.
Pedro sabia que o carro pertencia aos pais de Olga. Afinal, era ele que tratava das reparações dos
automóveis da família. Olga vendeu o carro a Pedro por € 50.000,00, tendo Pedro pago o preço
imediatamente e Olga entregue as chaves do carro. Os pais de Olga acharam ultrajante esta venda.
Olga, preocupada, dirigiu-se a Pedro e propôs resolverem o negócio, prontificando-se a devolver os
€ 50.000,00. Pedro recusa-se a fazê-lo. Aliás, Pedro já tinha incorrido em despesas com o automóvel,
trocando os pneus do veículo.
1) Poderão os pais de Olga reaver o automóvel?
Sim; através de uma acção de reivindicação – art. 1311º do CC –, uma vez que este nunca
pára de ser proprietário da coisa em virtude de a compra e venda ser nula – art. 892º - por o seu
irmão não ter legitimidade para a fazer.
2) Suponha agora que o carro pertencia a Olga e aos pais, em compropriedade. Quid Juris?
Estaríamos perante uma situação de compra e venda de bens alheios pela remissão tácita do
art. 1408º/2.
Preço:
>Pedro como estava de má fé só pode receber uma indemnização pelo aquilo que Olga
enriqueceu nos termos do regime do enriquecimento sem causa.
>Indemnizações:
>>DOLO DE PEDRO: Indemnizaria Olga pelo interesse contratual negativo, pois não
haverá sanação.
>>OLGA: Indemnizaria Pedro pelos danos emergentes da sua benfeitoria útil – art. 216º/2.
>>Incumprimento pela convalidação: Responsabilidade obrigacional nos termos do art.
801º sem qualquer concurso, pois é o comprador que é doloso e não o vendedor.
Data:15-03-18 – prática.
Matéria: ----
>A opção do legislador em considerar a venda de bens alheios nula não é assim tão singular, pois ele
também considerou a convalidação.
>Conjugação do art. 897 e do art. 900: obrigação de convalidar.
>Validade da compra e venda de coisa alheia em situações de venda comercial: regime comercial:
obrigação de adquirir a coisa: interesse contratual positivo.
>Arts. 905 e ss. : venda de bens onerados.
>>primeiro direito: direito de anular o contrato. 1º opção
>>>1º parte do art. 905º: ónus e limitações: produto de regras jurídicas que vão comprimir o
conteúdo do direito adquirido pelo comprador: ónus [direitos atribuídos que confinam o direito de
propriedade – usufruto e afins…direitos reais menores e também a locação (também constitui como
uma limitação; em caso de alienação de um imóvel locado a posição do arrendatário permanece e a
do senhorio muda; limitações que excedam os limites normais dos direitos da mesma categoria [e.g.
o dever de pagar o IMI .
>este regime é aplicável em situações em que se adquire um direito com a expecativa ou noção de se
adquirir um direito adicional [e.g. comprar um terreno à espera de beneficiar de uma servidão de
passagem]: deve ser aplicado analogicamente a estas situações.
>Compra e venda de acções sociais: quando adquire acções uma participação no património:
aplicação analógica do regime dos arts. 905 e ss.
>É necessário que esteja em erro.
>anulabilidade: solução destrutiva.
>remissão do art. 907º/2 para o art. 910º.
>Art. 910: indemnização pelo interesse contratual positivo.
Data: 16-02-18
Matéria:
Data:20-03-18
Matéria:
CASO 16
Em Janeiro de 2017, Rui vendeu a Samuel um apartamento pelo valor de €. 500.000,00. No
momento da celebração do contrato, Samuel pagou o preço, mediante cheque visado, e Rui entregou-
lhe as chaves do imóvel.
Quando Samuel se dirigiu ao apartamento constatou que Tomé encontrava-se a habitar o
imóvel, alegando que o tinha arrendado a Samuel em Dezembro de 2016, pelo prazo de um ano.
Samuel constatou ainda que o imóvel se encontrava hipotecado a favor do Banco “Colina
devota”. Veio ainda a saber que a hipoteca garantia um financiamento bancário que Rui contraíra
para comprar o apartamento em 2010, e cuja dívida ainda ascendia ao montante de € 200.000,00.
Quid iuris?
Data: 21-03-18
Matéria: -------
CASO 17
Zacarias, advogado, comprou à livraria jurídica, Mondego Editora os dez volumes da
primeira edição do “Novo Código Civil Anotado”, que ainda se encontrava em produção (e teria
sido posto à venda dois meses mais tarde), tendo pago, de imediato, a totalidade do preço.
Dois meses depois, Zacarias recebe, no seu escritório, os livros adquiridos, mas constata que
alguns volumes têm várias páginas em branco (que deveriam estar impressas) e outros têm
deficiente impressão, não sendo possível a correta leitura de algumas páginas. Quid Juris?
A situação verificada comporta de vem da coisa defeituosas por:
>A coisa tem um vício: uma característica que leva a que ela seja valorada negativamente.
>exclui-se o consumidor da ideia de consumidor se agir como profissional.
>Art. 913º e 918º
>Art. 914 e 915
>Em caso de recusa de substituição ou de reparação: indemnização
>Questão de denúncia do defeito.
>Defende-se que pelo o art. 309º o regime da prescrição face ao direito de reparação e de substituição.
>Questão dos usos comerciais – art. 921/4.
>
Data: 23-03-18
Matéria: …
Data: 02-04-2018
Matéria: Eu ter sido estúpido ao ter posto a mão no ar para participar num trabalho de grupo com
mandriões.
>Conceito:
>>Contrato de compra e venda acompanhado de uma promessa de revenda futura, em que as partes
estabelecem, de forma precisa, quando e em que termos terá a recompra lugar.
>Partes:
>>Lender/Buyer/Cash Provider: a parte que adquire os bens na primeira transmissão.
>>Borrower/Seller/Cash Receiver: a parte que promete (re)adquirir o bem na segunda transmissão.
>Evolução histórica:
>>Origem norte-americana.
>>Mercado norte-americano como mercado mundial.
>>três fases:
>>>Surgimento até ao segundo quartel do séc. XX.
>>>>Surgiu no início do séc. XIX.
>>>>Tinha propósitos mutuários: transmissão do bem tinha, como objecto imediato, acautelar a
posição jurídica do mutuário (comprador), quer em caso de insolvência do mutuante (vendedor), quer
contra possíveis incumprimentos contratuais.
>>>>Reconduzia-se isto à compra e venda [consensual entre a doutrina e a jurisprudência].
>>>>Conceptualiza-se como um contrato de compra e venda acompanhada de um acordou ou
cláusula em que o vendedor se comprometia a recomprar o bem numa data determinada.
>>>Entre 1925 até 1975.
>>>>Ganhou importância no espaço no Direito Societário.
>>>> Contribuiu para a aceitação do princípio da aquisição de acções próprias o que permitiu a
criação de dois tipos de promessas de recompra:
>>>>>Promessa de recompra de acções celebrada entre a sociedade e os seus trabalhadores; tinha
como objectivo principal a capitalização e a potenciação de lealdade existente entre os trabalhadores
e a empresa onde trabalham – os funcionários também são donos da sociedade – assim como a sua
eficiência.
>>>>>Promessa de recompra de acções celebrada entre a sociedade e os seus sócios; tinha como
propósito incentivar a aquisição de acções da sociedade. A obrigação assumida pela sociedade opera
como uma garantia adicional do capital investido.
>>>De 1975 até hoje.
>>>>Teve o seu boom de utilização e a sua cristalização tendo como função principal o
financiamento a curso prazo. Obteu aqui a denominação de short-term repo.
>Linhas gerais:
>>contrato legalmente atípico, mas socialmente típico
>>Regulado em termos de soft law através de três contratos-padrão: Global Master Repurchase
Agreement ISMA/PSA; TBMA/ISMA Global Market Repurchase Agreement, SIFMA/ICMA
Global Master Repurchase Agreement.
>>Igualdade no âmbito do recorte conceptual em todas as fórmulas.
>>Tem como elementos característicos: contrato de compra e venda; acompanhado de cláusula de
recompra que pode assumir duas modalidades [a data da recompra é fixa e predeterminada; pode ser
determinada pelo comprador, mediante o pagamento de preço de recompra].
>>O GMRA 2011 (o último citado) regula a promessa de recompra (repurchase agreement) e o
reporte (buy and sell back transaction).
>Tipos e modalidades
>>Face à duração: over-night; com termo certo (term repo); sem termo certo (open repo).
>>>A primeira tem um prazo de duração de 24 horas ou inferior; visa garantir que os valores das
reservas exigidas pelas entidades reguladoras, para os bancos e outras instituições de crédito, são
cumpridos. Id est, procura-se o repo para se evitar sanções.
>>>No segundo a data da transmissão é expressamente estabelecida pelas partes no texto negocial.
Nessa data, o buyer compromete-se a transmitir um conjunto de valores mobiliários que irá
corresponder ao seu valor de mercado, nas operações com haircut, ou ao seu valor de mercado mais
uma percentagem, nas operações sem haircut.
>>>Na terceira, não é estabelecida qualquer prazo contratual.
>>Face ao tipos de contrato: bilateral ou trilateral.
>>>Nos primeiros os bens readquiridos permanecem na posse do vendedor que se compromete
para com o comprador a segregar os valores mobiliáros, constituindo uma contra interna própria.
Esta modalidade acarreta riscos para o comprador: terá de confiar na palavra do vendedor de que irá
proceder à autonomização dos bens transmitidos; isto apesr de ser a menos dispendiosa.
>>>Nos segundos, é a modalidade mais usada – às duas modalidades clássicas o vendedor e o
comprador – junta-se uma outra entidade (clearing bank) que actua como intermediária, em todo o
processo. A operação desenrola-se de forma quase mecanizada: o vendedor deposita os valores
mobiliários numa conta que tenha aberta num clearing bank e o comprador deposaita o montante
correspondente numa outra conta; o clearing bank confirma que os valores e a quantia depositadas
correspondem aos montantes acordados entre as partrs; sendo esse o caso, transfere os valores
mobiliários para a conta do comprador e as quantias pecuniárias par aa conta do vendedor; à data do
termo do contrato, e dependendo do depósito dos valores combinados o clearing bank retransfere
os bens mobiliários para a conta do vendedor e as quantias por este depositadas para a conta do
comprador..
>>Natureza jurídica: natureza translativa; insere-se perfeitamente no âmbito do art. 874º;
>>Diferença face à venda a retro: no RP a retransmissão acontece por mútuo consenso formalizado
por uma declaração de vontade conjunta; na venda a retro a transmissão acontece por mero exercício
de um poder potestativo de forma unilateral e discricionário que resolve o contrato. As partes não
podem acordar um juro ou benefício económico na venda a retro.
>>Diferença entre reporte e RePo: [há semelhanças; há um sujeito, reportado, que passa a dispor de
uma quantia monetária, transmitindo um conjunto de valores mobiliários de que não se pretende
desfazer em definitivo; e um outro sujeito, o reportador, que adquire a titularidade desse mesmo
conjunto de valores mobiliários, a títuo provisório, como garantia do cumprimento atempado das
obrigações assumidas pelo reportado] o reporte é no fundo um instrumento financeiro que tem um
propósito de satisfação de necessidades de financiamento, porém não tem laivos de translatividade,
pois a titularidade é meramente transitória. Ou seja, tem como natureza uma alienação em garantia
com propósitos mutuários. No reporta a transmissão é automática, e tem um efectivo direito real e
não meramente um direito obrigacional. Na recompra, o vendedor é titular de um direito meramente
obrigacional. È condição essencial do reporte a fectiva entrega dos títulos, ou seja, o reporte é um
contrato real quod constitutionem, exige para além do consenso contratual a entrega da coisa ou de
algo que a represente. O repurchase agreement resulta do mero acordo entre as partes; a entrega
material de valores ou equivalente é dispensada.
>>Elementos do reporte: (maior deles) simultaneidade das duas transmissões [a compra e a
(re)compra são concluídas conjuntamente].
>>Funções diferentes do reporte e do repurchase agreement: no reporte da banca, pretende-se-tão-
só obter dinheiro ou assegurar a disponibilidade de um conjunto de títulos a favor do reportador; no
reporte de bolsa, visa diferenr-se uma venda de títulos a prazo, em regra mais alongado quando na
altura não estejam as privesões sobre a alta ou baixa dos títulos. O primeiro tem como função de
liquidez interbancária, o segundo apenas a especulação.
>> ???: O RePo é uma operação desmaterializada destinada adar corpo aos fluxos financeiros
correntes que suportam a um sistema bancário consistente e cuja a duração pode ser efémera; a sua
função não se confunde com a do reporte, operação mais pesada, não necessariamente ligada a fluxos
financeiros, com uma possível dimensão especulativa, e tradicionalmente mais prolongada.
Calvão
>Diferença estrutural e identidade funcional do reporte.
>>O reporte acaba por ser uma junção de contratos: dessa operações distintas acordadas entre as
mesmas entidades ao mesmo tempo e sobre valores mobiliários equivalentes, mas que a compra é
feita nesse momento presente e a (re)venda ou retrovenda realizada em data futura : GMRA;
enquanto que no CCOM a revenda é feita em simultâneo com a compra – art. 477º CCOM. Apesar
destas pequenas diferenças , a função ou finalidade é a mesma: obtenção de financiamento pelo
vendedor; a função do reporte financeiro é a de o reportado (vendedor de valores mobiliários) obter
crédito do reportador (comprador dos valores mobiliários) a quem dá em garantia esses valores
vendidos com acordo de recompra e de títulos equivalentes, no qual, no fundo,m o diferencial entre
o preço de venda e o preço de recompra será o juro do empréstimo concedido pelo
comprador/reportador ao vendedor/reportado. Ou seja, este diferencial de preço é o montante
obtiudo pela aplicaç~ºao diária da taxa de juro de transacção (reporte) ao preço de venda durante o
período de tempo da sua duração – desde a venda até á data do cálculo ou data da recompra art. 2 al
kk do GMRA.
Data: 03-04-2018
>Matéria: Regime de contratos de compra e venda entre profissionais e consumidores.
Data: 03-02-18
Matéria: História do reporte.
>A origem do reporte estaria ligada a uma outra designação que seria o contrato de mohatra: aquele
negócio jurídico compraria certo bem ou mercadoria a outrem, por um preço determinado de
imediato, mas que só seria pago em data futura. Este comprador de seguida revenderia o mesmo bem
ao seu vendedor, mas por um preço inferior que este entregaria imediatamente àquele. Este montante
entregue ao comprado constituía um empréstimo, permitindo ao comprador inicial satisfazer a
necessidade do dinheiro que o motivara a contratar. Para mais tarde ficaria o preço da compra
inicialmente acordado que seria superior ao recebido na revenda.
>O reporte deriva do francês reporter que significa prolongação, continuação, transferência de uma
coisa a um tempo futuro: etimologicamente há “a ideia de que algo vem trazido de novo”, id est, uma
tradução na ideia de venda e de recompra: uma das partes recompra efectivamente à outra o que lhe
havia vendido num primeiro momento
>>Portare: aquilo que vem trazido de novo, pela segunda vez.
>semelhanças entre o reporte e o mohatra: em ambos o comprador revende ao seu originário
vendedor o que este lhe havia entregue num primeiro momento; há uma operação que se realiza a
pronto e outra a prazo, sendo uma execução de uma delas diferida no tempo no que toca ao
pagamento de um preço ou, simplesmente, à entrega de fundos.
>diferenças “”:na mohatra há um ficção jurídica, pois não há um efectivo movimento de mercadorias
ou de qualquer outro bem. O vendedor não entrega em venda qualquer mercadoria nem este lhe
restitui tal mercadoria. Ambas as partes se limitam a ficcionar um venda e uma revenda de modo a
que o vendedor-recomprador” possa entregar uma quantia ao comprador-revendedor que sob a capa
do preço da revenda, mais não é, na verdade, do quem um empréstimo simulado. Ou seja, no mohatra
não há transferência alguma de propriedade, pertencendo sempre o objecto do contrato ao inicial
vendedor, que ficcionando tê-lo transferido e seguidamente readquirido dá por ele um pretenso
preço; A provável origem do reporte seria a vontade jurídica de pôr fim a esta simulação jurídica. A
entrega da coisa serve para evitar que se disfarcem sob aquela designação contratos diveros em que
se prescinda dessa entrega. MUITA DOUTRINA a origem do repore teria nascido no séc. xVII no
mercado de Bruges, França, , o reporte relaciona-se com especificidades próprias da soperações
bolsitas típicas, tendo sido inserido no tronco das operações a prazo, e entre elas, no grupo especial
das designadas operações diferenciais. Pouco a pouco nessa bolsa o reporte vai-se distintuingo destas
operações afirmando a sua individualidade e especifidade face aos demais negócios de bolsa, até
assumir a forma autónoma e bem delineada que hoje lhe reconhecemos. Também se afirma que o
reporte surgiu como instrumento que se destinava a prorrogar ou prolongar uma operação já vencida,
em liquidação. O reporte pressuporia assim a existência de uma operação anterior, cujo o prazo de
vencimento teria por fim prorrogar. Das prolongações, tiraria o reporte os seus traços essenciais,
assumindo nesse contexto a designação específica de reporte-prorrogação, ou como também se
designou vendas a termo com reporte.
>Na compra e venda destina-se a proporcionar a alguém o gozo de uma como proprietário ou o
lucro da revenda da dita coisa. O reporte não se destina ao primeiro fim, pois a compra é logo seguida
duma revenda, nem tampouco ao segundo, pois então seria inexplicável a vantagem que levaria a
outra parte a aceitá-lo e inadmissível o deporte, em que a revenda é feita a prejuízo. Na fixação de
poreços, no reporte: o valor do título não importa, tanto que em muitos casos o preço é fixado antes
que a liquidação tenha precisaod o valor dos titutlos dados em reporte. No reporte, o que importa
não é o valor do titulo, é o preço ou taxa de reporte. Pelo contrao, numa venda o valor do título é o
únicro critério a que se atende para a determinação do preço.
>natureza: I - Negócio fiduciário é o negócio atípico pelo qual as partes adequaram através de um pacto - pactum
fiduciae - o conteúdo de um negócio típico a uma finalidade diferente da que corresponde ao negócio instrumental por
elas usado.
II - O dono do negócio, que é quem confere os poderes, e o fiduciário a quem são conferidos, querem celebrar o negócio,
não existindo assim simulação, mas não querem o negócio com todas as consequências jurídicas, todos os seus efeitos
típicos, mas tão só para certo fim específico; o fiduciário fica obrigado a usar os poderes apenas para o fim tido em vista
pelo dono do negócio.
III - A doação feita a um neto do doador comprometendo-se o donatário a não usar dos poderes a não ser para transferir
para o pai esse mesmo direito é um exemplo da fiducia cum amico.
IV - Em princípio, os negócios fiduciários são admissíveis.
V - A exigência de escritura pública estabelecida nas als. a) e b) do art.º 89 do CN aplica-se a todos os contratos, típicos
ou atípicos e, portanto, também aos negócios fiduciários.
O código de Seabra proibia a venda a retro: dedicando-lhe três preceitos: um com a noção, outro proibindo a celebração
para o futuro de vendas com a cláusual a retro, e em último em que se ressalvavam as vendas a aretro anteriores ao
início da vigência do Código.
A razão da proibiçõa residia no risco de a figura constituir um instrumento para a celebração de negócios usurários;
suspeitava-se assim que a venda a retro poderia ser celebrado com fins especulativos, permitindo a aquisição
temporároa de um bem para, em momento ulterior, o revender a preços inflacionados. Para além de que a venda a retro
poderia encobrir um mútuo com estipulação de pacto comissóio. Galvão teles defendia a aceitação da VR pela criação
de uma norma proibitiva face aos negócios usurários.
A venda a retro pode ser caracterizada ocmo um negócio indirecto na eventualidade de se demonstrar que é celebrado
com a finalidade primordial de garantia e não de permuta. Assim sucederá na medida em que as partes se socorram do
tipo legla compra e venda dissociado ga sua função típica, portanto, para prosseguir uma finalidade de garantia.
A venda a retro é um negócio fiduciárioa seria então uma garantia inominada caracterizada
pela transferência provisória de um bem destinado em caso de cumprimento a satisfazer o
crédito.
O negócio fiduciároo caracteriza-se por o adquirente ser investido numa propriedade
limitada pois não tem faculdade de uso e de fruição do bem e só admite o respctivo exercício
para a satisfação do seu c´redito.
Compromete-se somente em caso de incumprimento a exercer o direito subjacente à rleção
creditícia.
Data: 06-04-18
Matéria: Continuação do trabalho.
Data: 06-04-18
Matéria: resolução do casos.
Data: 11-04-2018
Matéria: Casos de CV de bens com defeito.
Caso 19
Adalberto comprou ao seu vizinho Beltrão, colecionador de relógios, um relógio de parede
que, no momento de compra, estava parado. Nesse momento, Adalberto pensou que o relógio
apenas teria falta de pilhas.
Porém, quando Adalberto instalou o relógio na parede de sua casa, após ter-lhe colocado
pilhas novas, constatou que, afinal, o relógio não funcionava.
Que direitos poderá Adalberto fazer valer contra Beltrão?
Estamos numa situação de venda de coisas defeituosas, pois atendendo ao art. 913º/1 a coisa
vendida tem um vício que efectivamente desvaloriza a coisa e impede a realização do seu fim.
Como tal, Adalberto tem como possibilidade – art. 914º/1 – a reparação ou a substituição, a
redução – art. 911º - e a anulabilidade nos termos do art. 905º por simples erro – art. 251º e 247º.
Estas permissões normativas são possíveis de serem activadas através da denúncia do defeito nos
termos do art. 916º: implica que pelo número 2, Adalberto terá 30 dias para denunciar o defeito
assumindo que estamos dentro do espaço de 6 meses subsequentes à descoberta do defeito.
Caso 20
Salvador acordou com Tiago que este lhe venderia um conjunto de acções da Sociedade x
durante 1 ano e que, terminado o prazo, este as restituiria, ou equivalentes, contanto que da mesma
sociedade. Entretanto, a sociedade distribuiu a totalidade dos lucros em dividendos.
1) Quid Juris?
Estamos perante um contrato de venda a retro por subsunção do caso à noção legal – art. 927º -
de acções que produziram frutos. Estes frutos são do possuidor de boa fé que neste caso é Salvador
– art. 1270º/1.
Ver. Art. 468º do CCom. O reportador fica com os deveres acessórios. Atribui-se ao vendedor
os lucros. Estávamos aqui no
2) Imagine que Salvador se recusa a retransmitir as acções e entretanto fica insolvente.
Relativamente à insolvência do comprador a retro, nenhuma norma do CIRE abrange a hipótese
em questão. Assim, a situação que nos parece razoável será a de o vendedor a retro poder readquirir
o bem mediante o exercício do direito de resolução do contrato e o pagamento do preço, que será
integrado na massa insolvente, não sendo nem a massa insolvente prejudicada nem o vendedor a
retro.
Se estivermos perante uma venda a retro de bem móvel não sujeito a registo, a situação é
bastante diferente, pois a cláusula não é oponível a terceiros, logo o vendedor a retro não está
protegido, não podendo opor essa cláusula a terceiros e não estando protegido em caso de
declaração de insolvência do comprador a retro ou acção executiva intentada pelos credores
deste último.
No entanto, há quem entenda que, no caso de declaração de insolvência em que o bem é
integrado na massa insolvente do comprador a retro, o vendedor poderá reaver o seu bem
mediante a resolução do contrato e pagamento do crédito, sendo a quantia integrada na
massa insolvente.
Caso 21
Beatriz estipulou com Carlos que este lhe comprava agora uma salva de prata e se lhe
comprometia a vender nos 3 anos seguintes, caso ela juntasse o dinheiro suficiente para tal. Ao fim
de ano e meio, Beatriz quis aceitar a proposta de Carlos por declaração extrajudicial. Quid Juris?
Por via de subsunção entendo que estamos perante uma venda a retro – nos termos do art.
927º -, pois há uma venda que se pode resolver por mero poder potestativo do vendedor.
A questão essencial aqui é a não realização da resolução como a norma preceptiva do art.
930º/1 descreve.
Estamos perante aqui a situação da retrovenda e não perante uma venda a retro. Era uma
maneira manhosa para fugir aos pactos comissórios. Temos dois limites na retrovenda o art. 929º,
não se aplica os outros artigos vai seguir o regime da compra e venda, logo segue-se o regime da
compra e venda: a proposta de resolução por proposta.
Caso 22
Em 2005, Sílvia estava numa situação financeiramente complicada, pelo que teve de se
desfazer de uma casa arrendada, da qual era proprietária, por 200.000€ para pagar as suas contas.
Mas porque tinha ainda o sonho de um dia a recuperar, estipulou uma cláusula de resolução a exercer
nos 6 anos seguintes com o Senhor Jacob, pela qual pagaria 500 euros por cada mês, que só se
venceriam no final do prazo. As partes registaram a cláusula no Registo Predial.
Passados 5 anos, Sílvia resolveu o contrato, oferecendo-se para pagar os mesmos 200.000€
que havia contratado. Jacob exigiu o pagamento dos custos do serviço da cláusula e das
benfeitorias que entretanto realizou na casa, a título de despesas. Em resposta, Sílvia disse que
o Senhor Jacob deveria era ter vergonha, que há 5 anos que a "andava a roubar", uma vez que
recebia a renda da casa e não lha dava.
1) Quid Juris?
Por lógica subsuntiva estamos perante uma venda a retro nos termos do art. 927. No regime da
venda retro encontramos os seguintes conflictos atendendo ás normas do regime:
-Violação do prazo máximo estipulado no art. 929º/1 – o prazo máximo para imóveis são 5 anos
e o estipulado foram 6.
-Violação da característica do contrato, pois não podia haver contrapartida nos art. 928º/1 – 500
euros por mês. Por interpretação extensiva aplicaria-se o art. 282/1 que tornaria esta cláusula
nula.
-Art. 931º: benfeitorias.
-Art. 1270º
2) Imagine que, entretanto, a casa era esmagada por um meteorito. Em que esfera é que se
verificariam os danos?
A questão essencial no âmbito desta pergunta era a classificação da natureza da venda a retro
afim de se perceber por conta de quem corria o risco. A favor do art. 796/3, primeira parte [cláusula
resolutiva]:
>Pedro Romano Martinez
>Antunes Varela
>Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 24/06/1999
O risco corre por conta do adquirente, isto é, por conta de Jacob.
3) Imagine que ao fim de dois anos Jacob havia vendido a casa a um terceiro.
Art. 932: poder opor o direito real.
>Data:11-04-18
Matéria:
Caso 23
Em Novembro de 2014, António comprou um computador portátil na loja de informática
XPCO, com a possibilidade de livre troca (pela qual pagou mais 30€). Depois do dia dos
namorados, o aparelho começou a desligar-se subitamente. No espaço de semanas tornou à loja
para tentar reparar o problema. Bento, funcionário da loja, informou-o que poderiam enviar o
computador para o fornecedor para reparação, pelo valor de 40€ a título de despesas de envio.
Quid Juris?
A situação enunciada insere-se no âmbito material do DL 67/2003 por via do art. 1º-A/1,
sendo António o consumidor – art. 1º-B/a – e o empregado do qual não sabemos nada o vendedor
– art. 1º-B/b.
Face às questões de direitos: poderia a loja ligar à livre troca ao pagamento de um valor
adicional? Poderia António ser incomodado com um encargo face ao seu direito como consumidor
se obter um bem desconforme? Poderia António fazer uso de seus direitos como consumidor?
Face à primeira questão, se por livre troca entendermos que se estende para além das
situações de desconformidade material, então sim, pois a lei não veda essa situação. Se porém,
estivermos a tratar de uma situação encarada como um encargo por via do art. 4º/1 e 3, então essa
cláusula seria nula.
Face à segunda questão, respondemos com os mesmos artigos.
Face à terceira questão, atendemos que pelo art. 5º/1 percebemos que António tem um
prazo de 2 anos de garantia do produto e deve nesse espaço realizar a denúncia para puder substituir
a coisa, isto é, descobrindo o defeito oculto tem no prazo de dois meses o ónus de denunciar o defeito
para que possa realizar o seu o direito – art. 5º-A/2.
Referir a desconformidade.
1) Suponha que António recebeu um computador da empresa no Natal, pelo que resolveu vender
o seu aparelho ao amigo. Quid Juris?
Não verifica o âmbito material – art. 1º-A/1.
Aplicamos o regime civil normal ao terceiro.
2) Imagine que, em vez de cobrar pelo envio, o vendedor dizia que não lhe cabia nenhum direito,
uma vez que tinha assinado um documento no qual aceitava comprar o computador no
estado em que se encontrasse.
Este documento é nulo nos termos do art. 10º/1 por verificação da limitação dos direitos de
consumidor previsto no art. 4º.
Só tem legitimidade o comprador e os seus representantes: nulidade atípica.
Caso 24
Camila, lojista da Esquentadores Lda., vendeu um esquentador a Daniel. No momento
da venda, a vendedora tentou vender também o serviço de instalação do aparelho, o que o
Daniel recusou porque o esquentador vinha com um livrinho de instruções. Acontece que Daniel
seguiu à risca o que vinha nas instruções de montagem e a água continua fria. Quid Juris?
A situação enunciada insere-se no âmbito material do DL 67/2003 por via do art. 1º-A/1,
sendo Daniel o consumidor – art. 1º-B/a – e Camila a vendedora – art. 1º-B/c.
Face às questões de direito: a situação de má instalação pode ser equiparada à falta de
conformidade do bem?
Depende. O art. 2º/4, segunda parte que se as instruções de instalação estiverem incorrectas
ou forem ineficientes que o produto desta situação se equipara a desconformidade. Se considerarmos
que as instruções estavam realmente incorrectas, então teríamos uma situação de desconformidade e
poderia assim Daniel fazer uso dos direitos do art. 4º; se atendermos que Daniel é incompetente e
que as instruções são perfeitas, então não há desconformidade.
1) Pode Daniel resolver o contrato?
Sim, nos termos do art. 4º/5. Pode-se admitir que se se falha uma coisa tão básico como um
livro de instruções que é indicador da estrutura da coisa, então podia-se admitir uma situação legítima
de falta de confiança que legitimasse uma lógica de proporcionalidade afim de permitir a resolução.
Temos uma livre escolha entre os remédios o art. 4º/4.
O substrato da lógica é o de
Caso 25
Edgar comprou uma máquina de lavar a loiça em Setembro de 2015. Em Março, a
máquina começou a apresentar problemas, pelo que foi à loja para reparação. Pelo Natal de 2016,
deixou de filtrar a água, pelo que teve de ser substituída. No Natal de 2017, Edgar voltou à
loja com problemas nas hélices da máquina, mas desta vez o vendedor já não estava
disponível para ajudar, dado que havia passado o prazo dos dois anos.
A situação enunciada insere-se no âmbito material do DL 67/2003 por via do art. 1º-A/1,
sendo Edgar o consumidor – art. 1º-B/a – e Y a vendedora – art. 1º-B/b.
Face às questões de direito: o prazo de garantia é renovável? Id est, o exercício do direito de
consumidor nos termos do art. 4º tem alguma influência no prazo?
A resposta é positiva. Nos termos do art. 5º/6, o exercício do direito de substituição e a sua
respectiva concretização levam à renovação do prazo. Ou seja, como a coisa foi substituída em
Dezembro de 2016 o seu prazo de garantia legal só caducaria em Dezembro de 2018, o que implicaria
que o prazo ainda estaria a favor de Edgar [comprador].
Caso 26
Em Março, Filipa ganhou 10.000€ no Euromilhões, pelo que foi a um Stand de carros
usados e comprou um Seat Ibiza a preço de aldo, porque aceitou reduzir a duração da garantia
para um ano apenas. Acontece que, com o sol de Julho, o carro sobreaqueceu e explodiu. Filipa
quer resolver o contrato, enquanto o vendedor se recusa, porque esta já não tem o carro com ela.
A situação enunciada insere-se no âmbito material do DL 67/2003 por via do art. 1º-A/1,
sendo Filipa a consumidora – art. 1º-B/a – e Y a vendedora – art. 1º-B/b.
Face às questões de Direito: poderia a cláusula de garantia ser reduzida para um ano? Poderia
o vendedor recusar a resolução?
Face à primeira questão o art. 10º responde-nos à questão enunciando a natureza do dos
direitos inerentes ao diploma como injuntivos: logo reconhecendo a garantia como uma estrutura
permissiva do funcionalmente do direito um direito-em-si entendo que este não pode ser limitado.
Face à segunda questão,
Data:19-04-18
Matéria: Locação…
>Art. 1078º CC
>art. 1036-1046
>arrendamento urbano: 1074/5: regra especial.
>1074º:1273º
>1073: !!!!!!!!!!!!
>Obrigação de dar de preferência: só existe arrendimento urbano: 1091
>art. 1410:!!!!!!!!!!
>obrigações do locatário : art. 1038º
>Art. 1075/2
>Art. 1076
>1037/1
Data: 20-04-18
Matéria:
1) Beatriz foi à loja de electrodomésticos do centro comercial da sua cidade. À venda havia a
nova Torradeira 3000. Beatriz perguntou ao vendedor se dava para fazer tostas mistas na
torradeira, ao que este respondeu que achava que sim, mas não tinha a certeza. No momento
do pagamento, Beatriz optou por pagar com dados pessoais, em vez de numerário. Quid
Juris?
Art. 939º: faz remissão para o RGIC – neste caso do art. 2º/2.
2) Dia 5 de Março, Amílcar viu um anúncio de carros da marca Carx, no qual descreviam que
o modelo J8 era o carro mais confortável no qual se poderia andar, e que bastava nele
entrar para se sentir transportado para outra dimensão. Assim que viu o anúncio, dirigiu-se
ao Stand mais próximo e comprou o carro; mas quando o experimentou, não sentiu
nenhuma das sensações descritas, além de que o banco de trás era feito de madeira
com alcatifa, o que o tornava muito desconfortável para viagens longas. Quid Juris?
A situação enunciada insere-se no âmbito material do DL 67/2003 por via do art. 1º-A/1,
sendo António o consumidor – art. 1º-B/a – e o empregado do qual não sabemos nada o vendedor
– art. 1º-B/b.
Referir o art. 2º/2/D. Têm que ser situações têm ser vistas por elementos objectivos e
subjectivos: At. 236º.
O preço não é elemento objectivo do contrato atendendo ao entendível pela bitola expressa do
que o consumidor pode razoavelmente esperar.
a) Imagine que, embora o anúncio tivesse passado em todos jornais e revistas da região Norte
do País, Amílcar, por viver no Alentejo, nunca havia visto o reclame.
O vendedor vincula-se pelas suas declarações.
b) Suponha que, em vez dos problemas descritos por Amílcar, a falha era no motor, pelo que
Bento, o dono do Stand, teve de proceder à reparação, no valor de 1000€, querendo agora
exercer direito de regresso.
3) No final de Janeiro, a loja Electrodomésticos S.A. anunciava que qualquer compra entre dia
25 de Janeiro e 10 de Fevereiro, conferiria ao comprador direito de arrependimento. Assim
que Daniel se inteirou do anúncio, foi comprar uma máquina de lavar a loiça nova. Passado
uma semana, sem que a máquina houvesse alguma vez apresentado problemas, João decidiu
exercer o seu direito de arrependimento. O dono da loja não quer aceitar a máquina de volta,
uma vez que esta está impecável. Quid Juris?
!!!!!!!!!!!!!
1. Dejanira tinha cinco filhas: Alpha, Beta, Gama, Delta e Dejanira (com o mesmo nome
da mãe, dado ser a filha favorita). Sentindo que estava a ficar velha e que muito não faltava
para conhecer Caronte, mandou chamar a sua mais nova, que corria pelos prados verdejantes
com o seu respectivo. Chegada à presença da senhora sua mãe, Dejanira tomou
conhecimento da proposta de negócio que a sua mãe lhe oferecia: que Herácles lhe comprasse
os dois imóveis que ainda detinha na Rua de Nesso por 5.000€. Perante uma oferta tão tentadora, o
casal não resistiu e tornou-se proprietário dos ditos imóveis.
Factos:
5 filhas.
Mãe vende ao esposo da sua filha preferida dois imóveis.
Formalmente, ou por interpretação meramente exegética, não seria aplicável o disposto no art.
877º; porém através do princípio da materialidade subjacente, isto é, a partir de uma interpretação
teleológica impõe-se a necessidade de verificar as consequências materiais que pretende evitar ou
que se produzam. O art. 877º/1 tem como fim-em-si evitar a ocorrência de prejuízo para a legítima
dos sucessores legitimários, podendo também evitar a situação e simular uma compra e venda para
realizar uma doação. Como tal, apesar da previsão não prever esta situação é imperioso estender a
previsão a esta situação senão ofende-se o fim da norma.
2. Orfeu, depois da morte da sua mulher Eurídice, tornou a casar com Ermelinda, que lhe quis
comprar a lira porque já não suportava o infernal barulho do marido a "tocar todo o santo
dia".
Factos: contrato de compra e venda entre cônjuges.
Atendendo ao princípio da imutabilidade do regime de bens de casamento, em que se procura
responder às exigências de protecção dos interesses de cada um dos cônjuges face ao ascendente do
outro; como tal, por via da combinação do art. 1714º/2 e do art. 939º se percebe a nulidade do
contrato de compra e venda entre cônjuges.
3. Amélia, filha de Berta, neta de Clara, e bisneta de Dália, comprou ao seu bisavô um autógrafo
do Eusébio dos anos 60 por 100€, sem pedir autorização a ninguém.
Necessidade de uma interpretação extensiva do elemento exegético: avós.
4. Jorge acordou com Belarmino que lhe compraria o carro, se este agradasse à sua mulher.
Levou o carro para casa e a mulher achou-o hediondo, pelo que Jorge voltou à casa de
Belarmino para o informar que o contrato não se celebra. Todavia, Belarmino quer ser
indemnizado pelo aumento do número de kms do carro e pelo desgaste dos pneus.
Factos: contrato de compra e venda com condição suspensiva.
Terá Jorge que suportar os custos nos termos do art. 878º.
a. Imagine que as partes acordavam na sujeição à condição de agradar a mulher de
Jorge, e como tal Belarmino recusava-se a entregar porque sabia que a mulher do
comprador odiava verde: a cor do carro.
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1. Em 2002, António, proprietário de um imóvel em Carnide, arrendou-o a Beatriz por 50€
por mês. Ao fim de 16 anos, o locado está a precisar de obras, uma vez que chove dentro de
casa e as paredes começam a apresentar grandes fissuras. Após instado para proceder à
reparação pela inquilina, António recusa-se a reparar a casa, uma vez que ela não paga
renda suficiente para tal, além de que se queria uma casa em condições não seria por
50€ de certeza. Quid Juris?
Estamos perante um contrato de locação – art. 1022º. Este tem como elementos constitutivos a
obrigação de proporcionar a outrem o goza da coisa locada – art. 1022º -, o carácter temporário –
art. 1025º - e a retribuição – art. 1038º/a. Para além de que o objecto desta locação é um
arrendamento – art. 1023º.
Art. 1038/h: vai para a situação de 1036º (despesas urgentes) ou
Art. 1044: o locatário assume o risco.
1094: prazo supletivo.
A proporcionalidade no art. 1040º é um requisito.
Art. 1051º/e
2. Em 2009 Dalila e Eládio celebraram um contrato promessa pelo qual este lhe arrendaria o
4ªEsquerdo de um edifício na Avenida de Berna por 100€ a partir de 2016. Em virtude da
alteração do mercado, o senhorio perdeu o interesse no negócio. Quid Juris?
Só tem de ser celebrado por escrito quando tal for obrigatório para o contrato definitivo 410/2,
como no arrendamento urbano 1069. Não é aplicável o 410/3, porque o arrendamento não constitui
um direito real. No caso de não ser cumprida a promessa, fica sujeita à execução específica
830 que pode, no entanto, ser afastada pelas partes 830/1 e 3 a contrario, o que se presumirá se
tiver sido estipulado sinal ou fixada uma pena para o não.
Dever de renegociação: ambos estarem aberto à renegociação do contrato.
Caso 1:
Em Janeiro de 2008, Filipe contratou com Guilherme que este lhe arrendaria a casa por 15
anos. Dado o facto de o inquilino ter uma grande família, a casa estava permanentemente
desarrumada, motivo pelo qual Guilherme saía sempre furioso da casa após as suas visitas
semanais. Ao fim de 9 anos de relação contratual, Guilherme já não pode com Filipe, além de que
já tem 68 anos e começa a sofrer de hipertensão, pelo que resolveu vender a casa. Assim, informou
o inquilino que queria proceder a uma atualização da renda, uma vez que esta se mantinha
inalterada desde 2008 - com vista a valorizar o locado, já que o vendia onerado -, e que no fim-de-
semana queria a casa arrumada e lavada para tirar fotografias para publicitar o objeto da venda. Além
disso, exigia-lhe que nas próximas semanas mantivesse sempre tudo ordenado, uma vez que
tencionava mostrar a casa a potenciais compradores. Quid Juris?
Estamos perante um contrato de locação face à verificação das suas características:
1. Proporcionar à parte gozo de uma coisa.
2. Gozo a título temporário – art. 1025º.
3. Gozo mediante retribuição.
É permitido que Filipe tenha a sua grande família sob o contrato de locação – art. 1093º/1/b.
Face à desarrumação não existe qualquer obrigação do locatário afim de o obrigar a manter
arrumada.
Face à actualização de renda – prevista no art. 1077º; seria possível, assumindo que não foi
estipulado o quer que seja, esta podia ter sido actualizada nos termos das alíneas a) e b), e comunicada
com 30 dias de antecedência: alínea c).
Caso 3:
Sónia arrendou uma casa a Tiago, divorciado de Bruna, que havia ficado com um imóvel
na Avenida dos Aliados. Todos os meses, com a desculpa de que vivia apenas com o filho e era
complicado para uma mãe trabalhar e ao mesmo tempo educar o filho sozinha, vinha atrasando-se
no pagamento da renda. Nos primeiros meses a mora cessava ao fim de 4/5 dias, com uma chamada
do dono da casa. Com o passar do tempo, Sónia foi pagando cada vez mais tarde, pelo que Tiago
começou a ter cada vez menos tolerância, e quis exigir todas as rendas em atraso, acrescidas das
indemnizações a que tem direito por todos os atrasos. Idos para tribunal, Sónia finalmente paga o
que tinha em falta. Porém, quando Tiago tenda resolver o contrato, Sónia opõe-lhe que tal não será
possível porque ela purgou a mora.
>art. 1038º/a
>Art. 1075.º/2: combate o regime geral: art. 1039º/1.
>Em caso de resolução de pagamento: juros moratórios comuns do regime geral: art. 804.º.
>Art. 1084.º: como opera a resolução: ver art. 9.º do NRAU.
>Art. 1084º/2: falta de pagamento de rendas,
>A execução específica fica afastada com o incumprimento.
>o regime da caducidade ver o 1081/1
>1053º: 6 meses até ter de restituir a coisa.
>1091º/2 -prazo dos 6 meses: de quererer voltar a arrendar.
>1081:
>1038º
>
Caso n.º 1
António é arrendatário de um apartamento pertencente a Sara. Dado momento,
precisando Sara de dinheiro, solicita a António o pagamento antecipado das rendas correspondentes
a seis meses, ao que este anui, entregando-lhe os 600€, 100€ por cada mês. Posteriormente,
intensificando-se as necessidades de financiamento de Sara, esta decide vender o andar a Tomás. Já
na qualidade de proprietário, Tomás informa António que as rendas passarão a ser pagas a ele, ao
que este responde que nos próximos seis meses nada deve a título de rendas, invocando o passado
acordo com Sara. Quid iuris?
1. Tempo do cumprimento da obrigação pecuniária.
A situação aqui é o conflito entre a antecipação de rendas dos seis meses posteriores quando,
pelo art. 1076.º, só se pode antecipar não mais do que três meses de renda. Não é presumível pelo
caso em mão, que exista um acordo por escrito a título de antecipação de rendas. Como tal, tal pedido
não é válido com a lei.
2. Transmissão da posição do locador.
A situação de Tomás suceder nos direitos e obrigações de Sara, e, como tal, este tem direito
a que o locatário satisfaça a sua devida obrigação nos termos do art. 1038.º/1/a. Tendo em conta a
invalidade do pedido de Sara, António tem que efectivamente que realizar a obrigação pecuniária
inerente ao contrato de locação, ou ocorrerá em mora, como tal, o que este deve fazer é recorrer
ao instituto de consignação em depósito – art. 17.º/1 NRAU – afim de fazer cessar a mora
ou fazer caducar o direito à resolução do contrato, por falta de pagamento de renda, nos
termos, respectivamente, dos artigos 1041, nº 2 e 1048 do Código Civil.
Por sua vez; Tomás ao se recusar aceitar a renda ocorre ele em mora nos termos do art. 813.º.
Se entendermos que Tomás está a recusar a renda, então não é o locatário obrigado a depositá-la nem
a voltar a oferecê-la nem mesmo as posteriores enquanto o senhoria não demonstrar por um acto
concreto o seu desejo de as receber.
Porém; por motivos de segurança é aconselhável que este – António – nos termos do art.
842.º/b consigne em depósito as rendas.
>Art. 1058.º: repetição do indevido.
a) Suponha que Sara tinha celebrado um contrato-promessa de arrendamento com Miguel
dois meses antes de vender o imóvel.
Art. 410.º/1 e 2 mais art. 830.º/1.
b) Imagine que António subarrendava, por contrato oral, o espaço à filha de um rico
banqueiro, Hélia, por 500€.
O subarrendamento (e tem de ser comunicado – art. 1038.º/1g – deve ser por escrito – art.
1088º. Pode pelo art. 1083.º/1/e ser resolvido.
Excesso da renda: 1062.: resolução.
Falta de forma:
Caso fosse um subarrendamento total: art. 1090 + art. 1083.º
>Art. 1083.º: qualquer violação da lei.
>Art. 1061.º: falta de comunicação.
>Não pode resolver
c) Suponha que, no lugar de um apartamento, Sara tinha celebrado oralmente um contrato
de sublocação de estabelecimento (uma mercearia), de que era a locatária. António, locatário, optou
por lá abrir um bar. Que é que o proprietário pode fazer?
O subarrendamento pressupõe o consentimento do senhorio (art.1088). Daí que apenas após
a comunicação ou o reconhecimento do subarrendatário pelo senhorio é que o subarrendamento se
considera eficaz em relação ao senhorio (art.1061). Não sendo a sublocação eficaz em relação ao
senhorio, este goza de direito de resolução do contrato (art 1083/2/e).
Art. 1112.º/3: A transmissão deve ser celebrada por escrito e comunicada ao senhorio.
Art. 1112.º/5: Quando, após a transmissão, seja dado outro destino ao prédio, ou o
transmissário não continue o exercício da mesma profissão liberal, o senhorio pode resolver o
contrato; art. 1083º.º: O uso do prédio para fim diverso daquele a que se destina, ainda que a alteração
do uso não implique maior desgaste ou desvalorização para o prédio.
Não era um trespasse, logo é preciso autorização (para além da comunicação): é um
subarrendamento para fins não-habitacionais.
Caso nº2
Alice, trabalhadora por conta própria, levou uma vida de trabalho até ao dia em que decidiu
tirar três meses de férias. Como gosta muito de praia, decidiu ir para a Costa Alentejana, onde
arranjou uma casa por uma renda muito em conta. Acordou com o proprietário, Samuel, que entraria
no dia 1 de Julho e sairia no dia 30 de Setembro. Sucede, porém, que Alice não entregou a casa
no dia 30 de Setembro. Instada, por Samuel, no próprio dia a fazê-lo, Alice recusa devolver a
chave, invocando ter o direito de habitar a casa por pelo menos mais três meses, pagando a renda,
evidentemente. Quid iuris?
Houve renovação, pois o locador não se opôs no devido prazo: art. 1097.º/1/d.
Caso n.º 3
Ângelo é arrendatário de uma vivenda pertencente a Simão. Em pleno verão, o sistema de
ar condicionado instalado na vivenda avaria-se e deixa de funcionar.
a) Suponha que Ângelo, por não suportar o calor, contrata imediatamente uma empresa
especializada que conserta os aparelhos, exigindo, de seguida, o reembolso da despesa feita
a Simão. Simão recusa o pagamento e pretende pôr termo ao contrato. Quid iuris?
O arrendatário só tem direito a ser indemnizado pela realização de benfeitorias em causa de
reparações urgentes – art. 1038.º/h e art. 1074.º/1 e 3 [o número dois clarifica que pode ser
indemnizado noutras situações quando devidamente autorizado pelo locador. Assumindo que não
houve autorização pelo senhorio ou que o contrato facultava essa faculdade: não terá Ângelo direito
a uma indemnização.
Art. 1074.º/5: art. 1273.º/1 ; art. 1083º/5!!!
b) Suponha que, em vez disso, Ângelo exige a Simão a reparação do sistema de ar condicionado,
o que este último recusa, alegando (e demonstrando) que a avaria não lhe é imputável e que
se deve a alterações bruscas na corrente eléctrica, que têm danificado aparelhos desse género
por todo o país. Quid iuris?
Ângelo pode resolver o contrato: art. 1083.º/5!!!!!!!!!!!!!!
Caso nº4
Joel, de 90 anos, é arrendatário há 40anos de um apartamento pertencente a Ruben, pagando
a módica quantia de 5€ mensais de renda. De há dois anos para cá que a sua filha mais velha, de
65anos, começou a frequentar a casa do pai, havendo mudado para lá a sua morada fiscal e a sua
correspondência. Entretanto o pai morre e os senhorios estão mortinhos por ter finalmente a casa
livre.
[Imagine que, ao abrigo do artigo 30º da Lei 6/2006, as partes acordaram transitar para o NRAU,
aplicando-se-lhes o regime atual]
Por gravidade do art. 1083.º/2 refere-se à violação da tutela da confiança ou violação base
da tutela jurídica.
Resoluções: art. 1074º, 1090…