Sei sulla pagina 1di 41

1.

Em primeiro lugar, identificar o tipo legal preenchido pelo facto penalmente relevante:
e.g. homicídio – art. 131º.
2. Em segundo lugar, verificar se há concurso:
a. Concurso efectivo: situação real onde vários crimes lutam para serem aplicados
[crimes esses que têm como origem a mesma conduta ou condutas diferentes],
mas só o mais gravoso o é – ver as regras constantes dos números 1 a 4 do art.
77.º. Temos ainda diferentes tipos de concurso efectivo:
i. Concurso ideal: mediante uma só acção se violam diferentes tipos
[concurso ideal heterogéneo] ou se viola várias vezes o mesmo tipo
[concurso ideal homogéneo].
ii. Concurso real: quando à pluralidade de crimes cometidos corresponde a
uma pluralidade de acções.
b. Concurso aparente ou concurso de normas: situação em que superficialmente
parece que se aplicam vários crimes.
i. Situação de especialidade: conflito entre tipos gerais x especiais; e.g.
num conflito entre o art. 131.º e o 132.º ganha aquele.
ii. Situação de subsidiariedade: prioridade entre certos tipos legais; art.
293.º, 298.º e 215.º.
iii. Situação de consumpção: um tipo legal é incluído noutro; e.g. art. 143.º
e 131.º, ganha o último.
3. Identificar a posição do agente em causa.
a. Tipo de comparticipação.
i. É autor? Isto é; é aquele produz total ou parcialmente o fenómeno que
preenche o tipo de ilícito? É aquele, que segundo a teoria do domínio do
facto, pode-se precisar que é autor aquele que tem o domínio do facto
e pode decidir se ele ocorrerá ou não? Se X quem tem domínio sobre
o facto, ele é o autor – art. 26º. É, também aquele que segundo o próprio
enunciado jurídico – art. 26º: executa o facto por ele próprio, ou toma
parte directa na sua execução ou juntamente com outros, ou convence
dolosamente outro à prática de um crime desde que esse crime tenha sido
ou tenha começado a ser executado. [DOMÍNIO DO SE E DO COMO]
1. É autor imediato? É aquele que executa o facto por si mesmo?
Se sim, art. 26º.
2. É autor mediato? É aquele que executa por intermédio de
outrem? Isto é; é um caso em que o executor tem falta de
domínio de acção [ter sido aquele utlizado como instrumento
destituído de capacidade de acção e.g. vis absoluta; actuar sem
dolo]? É um caso e que o executor carece de domínio ético-social
[actua sem culpa]? É um caso em que se perfilam crimes
organizados dentro de e por um aparelho de pressão ou de força
[caso em que os chefes de tais aparelhos são verdadeiros
senhores do facto, realizado por intermédio do aparelho
organizatório]? É um caso em que o agente imediato, apesar de
ter o domínio do facto, é um extraneus que não reúne as
qualidades exigidas pelo específico que cometeu? É um caso em
que a tipicidade exige uma intenção específica que não está
presente no agente imediato, o qual, não obstante, tem domínio
do facto? Se sim, art. 26º.
3. É co-autor? Houve uma decisão conjunta de execução do
fenómeno penalmente ilícito? Mas houve mesmo uma decisão
conjunta ou acordo prévio entre todos os comparticipantes?
Tipo, expresso ou tácito? É que a decisão implica consciência de
colaboração. Eu vou repetir: vou pôr isto em pressupostos.
a. Há execução conjunta? Isto é; todos os autores
participam na execução do plano do crime – têm que
praticar um acto de execução: art. 22º. Já agora, se um
dos membros apenas participar na fase preparatória é
cúmplice. Se estiver concretizado este pressuposto, bora
nessa Vanessa para o próximo pressuposto.
b. Há uma decisão conjunta? Ou seja; todos nós
decidimos fazer isto? Se sim, há co-autoria.
ii. É instigador? É aquele que cria no executor a decisão de atentar
contra um certo bem jurídico através da comissão de um concreto
ilícito típico? Isto é; é aquele que dolosamente determina outra pessoa à
prática do facto e este foi ou começou a ser executado? Se sim: art. 26º/1,
4º parte. ATENÇÃO NA LINGUAGEM: para alguns autores ele é
punido como autor-em-si e outro como instigador-em-si.
iii. É cúmplice? É aquele dá auxílio material ou moral ao autor para
praticar um crime? Se sim, art. 27º; mas também os arts. 72º e 73º afim
da pena ser especialmente atenuada. Face à tentativa: a de cumplicidade
não é punida, mas a cumplicidade na tentativa é duplamente atenuada. E
que requisitos temos?
1. Prestação de auxílio material ou moral à prática de outrem de um
facto dolo: critério de o autor ter sido facilitado ou não à prática
do crime; ideia da facilitação.
2. Dolo: o elemento subjectivo tem de abranger o auxílio doloso e
a prática do facto principal por parte do autor [não existe
cumplicidade negligente].
3. Inespecificidade do meio inutilizado: o auxílio tanto pode
consistir num conselho, como em colaboração psíquica ou
actuação material.
b. Distinções dos tipos comparticipantes.
i. Confusão entre co-autoria e cúmplice; X é cúmplice ou co-autor?
1. Critério da essencialidade: X é parte essencial ou acessória
para a concretização do resultado/plano? Se é parte essencial
é co-autor, se é parte acessória é cúmplice – respectivamente:
art. 26 e 27º.
ii. Confusão entre autoria mediata e instigação; X é autor mediato ou
instigador?
1. Critério da responsabilidade plena: X está a ser instrumenta-
lizado ou instruído? Isto é; X é plenamente responsável pelo
que está a fazer, ou seja, tem conhecimento do facto que pratica?
Se for plenamente responsável, é-se instigador; se não for plena-
mente responsável, é-se autor mediato.
4. Há acção ou omissão penalmente relevante?
a. Há acção típica? Quer dizer; há uma acção cibernética? Ou seja; há um
comportamento livre e voluntário ligado a um fim? Sim? Fixe. Próximo ponto.
b. Há omissão? É aquela situação em que a omissão faz parte do tipo – omissão
própria – ou aquela situação em que a omissão podia ser equiparada a uma acção
por não se ter evitada um certo resultado – omissão imprópria.
i. Nesta última é necessário que existam deveres particulares de garante.
ii. Pode haver tentativa de omissão; pode haver desistência; pode haver co-
autoria e autoria; pode haver cumplicidade por acção num crime de
omissão.
c. É um acto preparatório? Então, regra geral – art. 21º - não é punível, salvo as
excepções do art. 271º e 275º.
d. É uma tentativa? É aquela situação em que a realização do tipo de ilícito objectivo
que se representou intelectualmente e intentou não atingiu perfeitamente o
objectivo? É aquela situação que tem os seguintes elementos:
i. Decisão de cometer o facto.
ii. Actos de execução – art. 22º/2:
1. Através da teoria objectiva: todos os factos típicos são actos de
execução – art. 22º/2/a.
2. Os actos típicos vistos através da teoria objectiva são idóneos à
realização do resultado típico – art. 22º/2/b.
3. Os actos que antecedem os actos idóneos e típicos à realização
do resultado típico.
iii. Não consumação.
e. Há uma desistência voluntária da tentativa? O agente deixa de procurar a
execução do crime antes de estarem cumpridos todos os passos? Se sim, art.
24º/1, opta pela não punição da tentativa.
5. Imputação objectiva do resultado à acção.
a. Teorias-em-si
i. Teoria da Causalidade Adequada
1. A acção do agente podia ser tida como uma causa provável,
através das máximas de experiência e de normalidade, na
óptica do homem médio, para aquele resultado? Se sim, a
causa é adequada, e por isso, é susceptível de ser imputado ao
agente o tipo objectivo. É também atendível os conhecimentos
especiais do agente – agente médio com aqueles conhecimentos
especiais! [NÃO SERVE PARA CASOS DE OMISSÃO]
ii. Teoria do Risco
1. A acção do agente criou ou aumentou um risco proibido de se
concretizar e esse risco proibido está abrangido pelo âmbito da
norma violada [caso não haja norma aplica-se o critério da
previsibilidade]? Se sim, imputa-se. A MFP entende que a
resolução parte da teoria da causalidade adequada e que se a
resolução se mostrar insuficiente então partimos para a teoria do
risco. [SERVE PARA CASOS DE OMISSÃO]
a. Excepção: teoria do comportamento lícito alterna-
tivo. A acção do agente criou ou aumento um risco, mas
mesmo que tivesse agido preceptivamente o resulta-
do seria o mesmo? Não se imputa coisa nenhuma por
via do princípio da igualdade: tanto o comportamento
ilícito e o comportamento lícito estão aptos a produzir o
resultado.
b. Situações relevantes.
i. Interrupção do nexo causal; há uma situação de transformação de uma
possível causa em causa hipotética por consequência de uma causa
efectiva? Se sim; quais das seguintes:
1. A interrupção deu-se por via de causas cumulativas? Ou seja;
existem duas causas que por si não eram suficientes para
produzir o resultado, mas que conjuntamente uma com a outra
produziram esse resultado? Não se vai imputar neste caso, pois
somente haverá tentativa; porém, se havia probabilidade por-
que se se sabia, então imputa-se. Aqui somente há tentativa.
2. A interrupção deu-se por via das causas alternativas? Isto é;
estamos perante uma situação em que qualquer das causas é
suficiente para produzir o resultado? Se sim, então imputa-se,
pois seria previsível para qualquer dos agentes que a sua causa
produzisse o resultado.
3. A interrupção deu-se por via de uma causa real? Por outras
palavras; a causa de verificação posterior inutiliza a primeiro e
por isso transforma-a em virtual porque não produz o resultado?
Se sim, não há imputação à primeira porque é tentativa.
4. A interrupção deu-se por via de uma situação de relevância
negativa da causa virtual? Ou seja; existe aquela situação em
que há uma causa que vai produzir um resultado e
posteriormente alguém realiza uma causa e concretiza? Se sim,
é-lhe imputável.
5. Em qualquer das situações mencionadas nesta ordem, caso não
se saiba qual a causa in concretum, opta-se através do in dúbio
pro réu para a sujeição à tentativa, ERGO não há imputação
objectiva.
6. Imputação subjectiva face ao resultado.
a. Elemento cognitivo; o agente conhece todas as circunstâncias de facto que
pertencem ao tipo legal? Se sim, não há erro. Se não, há erro.
i. Erro fáctico; o agente representa mentalmente uma falsa realidade?
Se sim, de que maneira:
1. Há erro sobre a factualidade típica? Ou seja; o agente faz uma
representação errada ou nem representa a verificação de um
elemento constitutivo do tipo legal? Então, há efectivamente
erro, não há dolo, mas pode haver negligência – art. 16º/1.
Porém, isto também se aplica ao número 3: aos casos em que o
agente pensa que está a salvo por uma causa de exclusão de
ilicitude.
2. Há erro sobre o processo causal? Há divergência entre o
processo causal representado pelo autor da acção e o processo
causa efectivo? Se o desvio causal for provável ele é irrele-
vante. Se o desvio causal for improvável ele exclui o dolo.
a. Há ainda um tipo de erro sobre o processo causal
chamado dolus generalis: estamos perante uma situação
em que o agente erra sobre qual dos diversos actos
produz o resultado? Isto é; o dolo era dirigido a um
determinado acto que não produz o resultado e perante
o facto que concretiza o resultado não há dolo. É
previsível que o acto concretiza-se a consumação? Se
sim, não há erro.
3. Há a aberractio ictus vel impetus? Ou seja; há um erro na
execução de modo a que se atinja um objecto diferente do
pretendido? Se sim, então quanto ao alvo há tentativa, e quanto
ao outro resultado há negligência.
4. Há o error in persona vel objectus? Id est; há um erro sobre a
identidade da vítima? Mesmo que haja imputa-se. É irrelevante.
Aqui o que importa é a verifica-se dos elementos constitutivos
do tipo.
5. Há um erro sobre a proibição legal? Por outras palavras; está-se
perante o desconhecimento da proibição legal e uma situação
de comportamento axiologicamente neutro? Se estamos fixe:
art. 16º/1, última parte. Mas verifica antes os seguintes
pressupostos:
a. Há ignorância de cariz intelectual sobre o significado
da conduta? Isto é; a própria posição do agente perante
o conhecimento é de distância face ao meio onde
tipicamente se conhece o significado daquela conduta?
b. Há ignorância de cariz intelectual sobre os elementos
constitutivos do ilícito típico? Se sim, parece que há
erro sobre a proibição.
ii. Erro sobre a ilicitude; há aqui uma divergência com o legislador sobre
a valoração da conduta? Se sim, art. 17º. Fácil.
b. Elemento volitivo: o agente tem vontade dirigida à concretização do resulta-
do? Se sim, e caso haja elemento cognitivo há dolo; se sim, e caso não haja
elemento cognitivo há erro; se não, então há negligência:
i. Negligência; há aqui por acaso a violação de um dever de cuidado? Se
sim, muito provavelmente há negligência.
1. Está no tipo? – art. 13º. Se sim, próximo ponto.
2. O tipo verifica-se? Se sim, adiante.
3. Há uma violação de um dever de cuidado? BINGO, há negli-
gência.
c. Há ambos os elementos? Então seguramente há dolo.
i. Mas que tipo de dolo? Com que grau estão os elementos referidos?
1. Há dolo directo? Ou seja; a concretização do tipo objectivo é o
verdadeiro fim da conduta? Então, art. 14º/1 com isso.
2. Há dolo necessário? Isto é; a densificação fenomenológica do
tipo surge meramente como efeito colateral do fim-em-si?
Amigo, art. 14º/2.
3. Há dolo eventual? Isto é, o agente conformou-se com a
possibilidade do resultado? Se sim, bora nessa art. 14º/3.
a. Como é que sei se há conformação? Através da teoria da
conformação.
i. Teoria da conformação; o agente representa
essa probabilidade e toma a mesma a sério?
Se si, já conformação. Há também o critério do
lucro/razões objectivas da MFP.
7. Ilicitude; o enunciado base é o art. 31.º.
a. Legítima defesa; existe uma situação com uma agressão actual e ilícita, e uma
defesa necessária, com intenção defensiva, proporcional e com impossibilidade
de recurso à força pública? Se sim, art. 32.º CP e art. 21.º CRP. Mas como se
preenchem esses pressupostos? [se falhar algum destes pressupostos estamos
perante legítima defesa putativa: art. 16.º/2.]
i. Agressão; é um comportamento humano que figura uma ameaça a
interesses protegidos [pessoais ou patrimoniais] pela ordem jurídica?
1. Actual; está em curso? [MFP usa o art. 22º/2/c afim de explicar
o que é a actualidade]
2. Ilícita; contraria uma norma geral e abstracta e viola um interesse
geral protegido?
ii. Defesa; é um comportamento humano que figura uma reacção a uma
ameaça a interesses protegidos pela ordem jurídica?
1. Necessidade; é indispensável para a salvaguarda de um interesse
jurídico do agredido ou de terceiro?
2. Animus deffendendi; há intenção ou vontade de defesa?
3. Proporcionalidade; o meio de defesa é legítimo afim de tutelar o
bem jurídico?
4. Impossibilidade de recurso à força pública; há efectiva grande
dificuldade em recorrer à polícia?
b. Excesso de legítima defesa; existe uma situação de desproporcionalidade no
âmbito da execução do comportamento pretendido como legítima defesa e essa
desproporcionalidade é dolosa? Se sim, art. 33.º.
c. Direito de necessidade; é uma situação onde o agente é colocado perante a
alternativa de ter que escolher entre ter que cometer um crime ou deixar que,
como consequência de não o cometer, ocorra outro mal maior ao crime que terá
de cometer?
i. Situação de perigo; não foi criada voluntariamente criada pelo agente [a
situação de perigo foi criada voluntariamente pelo terceiro]?
ii. Actual; é um perigo eminente?
iii. Necessidade; o bem a proteger é sensivelmente superior?
d. Estado de necessidade desculpante; é um acto ilícito, mas não culposo, por se
entender que, nas circunstâncias em que o agente actuou não se pode imputar
uma censura ético-penal?
i. O interesse a salvaguardar não é superior, mas pelo cumprimento dos
pressupostos, a culpa pode ser excluída? Isto é; seria inexigível um
comportamento diferente?
1. Critério da inexigibilidade [MFP];
a. Conflito interior; o agente está numa situação de
turbilhão axiológico, id est, na sua cabeça chocam duas
ordens de comandos?
b. Relevância do conflito interior; será que este conflito é
existência, isto é, é um conflito que põe em causa as
condições essenciais da pessoa?
2. Critério da inexigibilidade [Figueiredo Dias];
a. Critério do homem fiel ao direito; há uma inexigibili-
dade seja de uma dimensão tal que ultrapasse as forças
e as capacidades de resistência de um homem
normalmente fiel ao Direito?
e. Conflito de deveres; aquela situação em que o agente é confrontado com a
concorrência de deveres jurídicos e se lhe põe a opção de escolher entre eles?
i. O dever protegido é de valor superior ao valor sacrificado?
f. Obediência indevida desculpante;
g. Consentimento; situação de pretensão de realizar um facto ilícito ser subjectiva-
mente permitido.
i. Objecto; nos crimes de resultado tem de abranger tanto a acção como o
resultado típico.
ii. Pressupostos;
a. Materiais.
i. Carácter pessoal e disponibilidade do bem
jurídico lesado.
ii. Não contrariedade aos bons costumes.
iii. Autodeterminação.
iv. Conhecimento do consentimento; se ele existir
mas não for conhecido pelo agente há punição
por tentativa.
b. Pressupostos formais.
i. Capacidade de consentir.
ii. Seriedade e liberdade de consentimento.
h. Consentimento presumindo; aquele em que se equipara a um consentimento real
e eficaz de um facto que o lesado teria presumivelmente consentido se tivesse
conhecido. [art. 39º]
i. Requisitos;
1. Recair sobre bens jurídicos disponíveis.
2. Não ofender os bons costumes.
3. Ser a decisão necessária naquele momento.
4. Conformar-se com a vontade normal e razoável de uma pessoa.
i. Distinções relevantes entre os tipos de exclusão de ilicitude.
i. Direito de necessidade vs. legítima defesa.
1. Naquele há um conflito entre bens jurídicos; neste há um ataque
ou ameaça de lesão a um ou vários bem jurídicos.
2. Naquele o bem perigo é exposto a perigo (actual ou eminente);
neste o bem jurídico sofre uma agressão.
3. Naquele o perigo pode advir de conduta humana, força da
natureza ou de ataque irracional; nesta a defesa é contra uma
agressão humana.
4. Naquele o necessitado pode dirigir a sua conduta contra terceiro
alheio o facto; neste o agredido deve dirigir o seu
comportamento contra o agressor.
5. Naquele pode ocorrer a hipótese de duas hipóteses, titulares de
bens juridicamente protegidos, causarem lesões recíprocas;
neste a agressão deve ser injusta.
Data: 20/02/18
Matéria: Escolas face ao facto punível/acção [concepção de crime]
>O teoria do crime como disciplina que procurar definir o crime.
>Escola clássica [Belling]: o conceito de crime é de uma acção típica, ilícita e culposo.
>Belling é influenciado pelo positivismo [ciências naturais]; essas ciências caracterizavam-se
pela divisão e classificação em categorias.
>A acção é um comportamento causado pela vontade, que modifica o mundo exterior; a vontade
não era preciso estar ligado a um fim.
>Uma acção típica é uma acção que corresponde a um tipo legal de crime.
>Uma acção ilícita é uma acção integrada num conceito de desvaloração.
>Uma acção culposa é aquela que é predicada de um juízo qualificativo de um facto.
>O conceito de crime da escola clássica tem como elemento básico a acção.
>A crítica que se faz ao conceito de crime da escola clássica é de que este é demasiado
mecanicista.
>A acção é definida por disciplinas fechadas: por disciplinas das ciências exactas – a acção é
definida numa lógica positivista.
>A escola clássica procura a objectividade e a cientificidade.
>A omissão seria a retenção dos músculos.
>A escola clássica é predicada pelo naturalismo: descrição através das ciências naturais.
>Na escola escola neo-clássica o crime seria preenchido pelo entendimento cultural.
>A acção seria o produto das estruturas do sujeito que permitem a materialização no espaço e
no tempo.
>Na escola neo-clássica não se procura estudar o que é a realidade, mas sim estudar as
estruturas humanas.
>O crime é um algo valorativo que espelha o conjunto de valores de uma dada época.
>A escola neo-clássica desvaloriza a acção em detrimento da violação da norma; o conceito de
anti-normatividade ganha importância no entendimento do que é crime.
>As noções de “aspectos subjectivos” ganham também relevância, pois o conceito de anti-
normatividade é compreendido pela intenção/vontade.
>A escola finalista é uma escola contemporânea da escola neo-clássica.
>As estruturas da realidade são fórmulas comuns a vários aspectos da realidade.
>A acção é aquilo que exprime um comportamento humano e livre [humanidade e liberdade].
>A acção implica uma actividade direcionada/com um fim.
>A acção tem de ser cibernética: governada pelo agente.
Data: 26/02/18
Matéria: Aprofundamento das escolas que estudam a concepção de facto punível/acção

>Escola clássica: causal, objectivista, positivista, descritivista.


>Acção como materialização humana; meramente descritivista.
>Tipicidade como tendo uma função indiciadora de uma forma-externa.
>Ilicitude como produto de juízo de valor objectivo – normativo.
>Objectividade como noção de ordem jurídica.
>Subjectividade como conexão psicológica entre a acção e o seu comportamento.
>Culpa como juízo de censura tendo em conta o dever-ser normativo.
>Escola neoclássica: social, objectividade assente na ideia de dano social.
>Acção como materialização socialmente significativa definida através de critérios normativos
bens jurídicos.
>Cria através das normas o comportamento punível.
>A tipicidade e a ilicitude são a mesma coisa.
>Tipo como descrição de um ser; preenchimento desse tipo resulta em ilicitude.
>Culpa como censurabilidade/exigibilidade ético-social.
>Escola finalista: não é meramente causal, precisa do conceito de fim.
>Acção cibernética: livre e voluntária, que é conduzida pelo próprio a produzir um determinado
efeito.
>Aspecto objectivo: Comportamento concreto anti-jurídico; aspecto subjectivo: condução do
comportamento a fim de produzir algo ilícito.
>Tipicidade: comportamento concreto indicia um fim fortemente anti-jurídico.
>Ilicitude: tem um conteúdo de valoração certas conduções – dever de evitar determinados
resultas.
>Culpa: ideia de censurabilidade ético-social. Julgar se a orientação do comportamento é
reprovável.

Data: 27-02-18
Matéria: Resumo das três primeiras escolas.
Temos no Direito Penal do facto três escolas: a escola clássica, a escola neoclássica e a
escola finalista.
A primeira escola é a escola clássica, que tem como reinado o séc. XIX, e que tem como
fundamentais características as suas influências positivistas no âmbito da procura da
cientificidade do Direito recorrendo às ciências naturais para descrever o que é a acção criminosa
– as ideias centrais são cientificidade e naturalismo. Como tal, dentro da perspectiva descritiva, a
acção seria um movimento corporal ligada à vontade humana que reproduz uma modificação na
realidade. Esta conceptualização era imensamente criticada por ser mecanicista e despromovida
de uma integração contextual, o que a tornava vaga, ou seja, um tipo vago implica a dificuldade
em distinguir um cirurgião e um esfaqueador. A tipicidade reportava-se a uma ideia de forma-
externa com uma função de indicar a prática de acto possivelmente ilícito. A ilicitude resultaria
de uma ponderação atendendo ao dever-ser da norma – id est, através da razão do intérprete ver-
se o comportamento é errado. Finalmente, a culpa traduzia-se num juízo de censura atendendo ao
dever-ser normativo.
A segunda escola é a neoclássica que é contemporânea da escola finalista e caracterizada
principalmente pelo seu pendor neokantiano, ou seja, axiológico. Esta escola repetia em alguns
aspectos o que era defendido pela escola clássica; nomeadamente o conceito de acção:
comportamento humano causalmente determinante de uma modificação do mundo exterior ligada
à vontade do agente – as críticas a este conceito eram as mesmas que eram feitas ao conceito de
acção da escola clássica. Porém, este conceito de acção seria integrado num contexto de
danosidade social. A tipicidade e a ilicitude são nesta escola a mesma coisa, pois o tipo é a
descrição de um Ser e a ilicitude é a situação de o preenchimento/integração dos pressupostos
necessários para se verificar o tipo, ou seja, o tipo era uma descrição formal-externa de
comportamentos lesivos de bens jurídicos e a verificação desse tipo seria a própria formalização
de contrariedade. Finalmente, a culpa seria uma ideia de censurabilidade ético-social do
comportamento do agente.
A escola finalista caracteriza-se ter um pendor de rerum natura, isto é, um enfoque no
Direito Material por ser ontológica-fenomenológica, ou seja, ver a acção como uma causa ligada
a um fim. A acção nesta escola define-se como um comportamento dirigido a um fim – esse
comportamento tem que ser cibernético [voluntário e livre]. A acção nesta escola pode-se dividir
em aspecto objectivo e aspecto subjectivo: o primeiro significa um comportamento concreto anti-
jurídico e o segundo uma condução desse comportamento a fim de produzir algo ilícito. O tipo
manifesta essencialmente a vertente objectiva de acção denunciando o que é o comportamento
concreto que é anti-jurídico. A ilicitude traduz-se num dever de evitar determinados resultados.
Finalmente, a culpa seria mais uma vez um juízo de censura que implicaria uma censura aquando
houvesse exigibilidade de um outro comportamento. A critica feita a esta escola tem como objecto
a culpa por se considerar esta demasiada arbitrária por não ter critérios objectivos como tinha a
escola neoclássica.

Data: 28-02-18 – teórica.


Matéria: Escola funcionalista; funcionalismo; estruturalismo; estruturalismo-funcionalista;
funcionalismo-estruturalista.
>Estruturalismo: descrição da estrutura em elementos; determinadas características; descrição
externa.
>Funcionalismo: descrição com base na função; a função é o principal; descrição interna.
>A análise funcionalista caracteriza-se por haver uma função inerente a um sistema.
>Teoria da sociedade: Parsons [estruturalista-funcionalista: subsistemas de acção: subsistemas
dentro de subsistemas; os sistemas têm uma lógica de auto-preservação e equilíbrio]; Luhman
[funcionalista-estruturalista: autopoieses; o Direito tem uma função de reduzir a complexidade
das sociedades; o Direito não serve para criar consenso axiológico; cada sistema tem como fim
fazer com que ele funcione; o crime é algo que ofenda os fins/compromissos dos subsistemas com
as normas; as normas são simplificadoras das relações interpessoais; procura a neutralidade
axiológica]
>A acção funcionalista é todo o comportamento [inclui-se os inconscientes, actos involuntários,
por hipnotização, por sonambulismo, incapacidades – existe um dever de respeitar/assegurar ao
máximo estes eventos: ideia da ética de responsabilidade] evitável que ponha em causa o
compromisso com o sistema.
>Na próxima aula irá-se aprofundar o conceito de acção e as opções (?).

Data: 28-02-18 – apontamentos de Introdução à Filosofia do Direito e à Teoria do Direito


Matéria: Estruturalismo-funcionalista e funcionalismo-estruturalista.

>Parsons pressupõe sistemas sociais com determinadas estruturas e só depois coloca a questão
sobre prestações funcionais.
>Sistema pessoal: agente com motivos e valores.
>Sistema social: relações interpessoais entre vários agentes numa determinada situação.
>sistema cultural: valores e símbolos obrigatórios de padrões culturais de comportamentos de
acção típica de um sistema social.
>A acção é delimitada pela estrutura.
>Quatro funções: adaptação, atingir objectivos, integração, padronização.
>As perturbações do sistema são crimes.
>Luhmann crítica a primazia da estrutura sobre as funções.
>Procura a simplificação do sistema.
>Direito: programa de decisão.
>O sistema procura inerentemente a sua estabilidade.
> A legitimidade da decisão advém de ser um produto do sistema.

Data: 02-03-18 – prática.


Matéria: Escolas da matéria do facto em Direito Penal

>Por finalidade não se deve entender por “fim”, mas antes como uma antecipação do agente do
comportamento a produzir.
>A escola clássica é causal, a escola neoclássica é social, a escola finalista é final.
>Estudar as funções da acção.

Data: 05-03-18 – teórica.


Matéria: Direito Penal do Facto; Funções da acção

>O conceito de acção serve para responder à questão de se saber a que realidade se refere ao que
consiste o crime.
>O conceito de acção é o “quid” que é valorável de que resulta a codificação desse quid como
crime.
>O Quid de acção é a base de um conjunto de qualificações de que resultará depois o conceito de
crime.
>O quid a que se reportam as qualificações/valorações.
>Qual é a importância do quid de acção? Qual é a importância de conceptualizar esse quid?
>Funções do conceito de acção.
>Função de classificação: conseguimos classificar os vários tipos de acção. E.g. as omissões e as
acções activas. É uma função de organização do pensamento; sistemática. É uma função
organizativa da estruturação da realidade jurídico-penal.
>É ainda problemática por não se consegue classificar todos os factos através do conceito de
acção.
>Função sistemática: ser um quid referencial; é a base de todo o Direito penal do Facto. A função
agregadora, determinante do conteúdo das valorações.
>A escola NC não dá grande importância à função sistemática, mas dá grande importância à
função classificatória.
>Na escola NC tudo o que viola a norma é comportamento ilícito.
>Na escola NC a função sistemática é fraca, pois não há referente/objecto, uma vez que a
valoração é a base e o objecto é o produto da valoração.
>No finalismo existe a ideia de finalidade potencial; as acções reais e possíveis: a potencialidade
é alguma coisa não é algo que não exista; é algo possível que é. Ideia de concepção possível e
concepção impossível. Nas omissões não há nenhuma acção efectiva, na negligência não há
nenhuma acção final. Distinção entre acção final e acção final potencial. A acção final potencial
é lícita. Estas acções potenciais são critérios sistemáticos de demarcação do que é o ilícito.
>Função garantística: disciplina a criação de tipos criminais. Procura a objectividade do que é o
ilícito. Uma função de prova. O conceito de acção tem uma vertente processual em questão de
prova para conseguir delimitar o fenómeno causado pelo agente.
>Na escola funcionalista está associada à ideia de inevitabilidade.
>Função delimitadora: função de fronteira entre o que é ou não relevante. Mesmo os NC
reconhecem a função delimitadora do conceito de acção os comportamentos relevantes e
irrelevantes.
>Concorda-se que os actos reflexos não são acções.
>Os actos reflexos são comportamentos congénitos e/ou voluntário.
>Automatismos: são sempre distinguíveis dos actos reflexos. Há uma dirigibilidade do
comportamento: escrever, conduzir e etc. Comportamentos automáticos. Os automatismos não
são controlados; invadem o comportamento a adequar automaticamente o comportamento a
situações já vividas. É um comportamento dirigível a um fim que o corpo assume por uma questão
de eficiência. Há automatismos impulsivos. Há a ideia de não ser suficientemente livre, por o
corpo do agente seguir um guião pré-realizado para actuar determinada maneira em determinada
circunstância. Todo automatismo é uma resposta involuntária a um determinado fim.
>Há duas ideias contemporâneas: a ideia de que nos automatismos há uma dirigibilidade
inconsciente; a ideia de que nos automatismos …?
>Há automatismos que não são acções.
>Ler o caso da mosca: uma mosca entrou no automóvel, entrou no olho da pessoa, a pessoa fez
um movimento brusco e conduziu o camião para a outra faixa.
>Até que ponto as consequências desses actos [“voluntários” – afugentar a mosca] não são partes
de automatismos?
>Os efeitos do automatismo são partes dele ou constituem acções-em-si?
>Teoria da acção social: se um condutor médio agiria ou não assim; ideia de um tipo de pessoa
média agiria ou não daquela maneira.
>Esta teoria serve para ver se deve haver ou não ilícito.

Data: 06-02-18
>Para Jakobs o cumprimento da norma era o verdadeiro bem-jurídico [ideia de juridicidade como
bem jurídico].
>Para Jakobs a função do Direito Penal estaria ligada à ideia de prevenção.
>Para Roxin existe um dever de evitar o que é evitável; acção como fenómeno de manifestação
da personalidade; teoria da barreira do carácter.
>Função de categorização: organizar o género de acção em vários tipos de acção: acção activa,
omissão – exemplos. Procura uma precisão metodológica. CRÍTICA DE FD: a função de
categorização quase que acabam por ser a mesma coisa FC [quid pré-jurídico] FS [quid jurídico].
Função sistemática [MFP]: procura-se ???? /função de ligação [FD]: ???
Função garantística: procura situações objectivas, procurar estabelecer o que se deve provar.
>Para a próxima aula ler o caso da mosca.
>Ver a diferença entre automatismos e actos reflexos.
>O que são automatismos?
>Ver os casos 12 e 13.
>Perceber as considerações de sonambulismo, hipnose, embriaguez de facto vs caso 15; ver o art.
20º/4 do CP; ler a opinião da MFP.
> Comparar o caso 15 ao seguinte:
>>>A é sensível aos cheiros de perfume e entra numa perfumaria e fica mal-disposta, mas
prossegue a cheirar por querer escolher um perfume para ela: acaba por desmaiar e parte uma
série de frascos de perfume.
>>>B sempre que bebe bate na mulher; porém ele não quer bater na mulher, mas apesar de tudo
fica bêbado.
>Atendendo ao exposto que se considere a opinião da MFP sobre isto e atender ao art. 295º e
20º/4.

Data: 07-02-2018
Matéria:

>Já excluímos os autos reflexos para se imputar no conceito de acção penal relevante.
>Nos automatismos já foi falado.
>As lições aprofundam bem estes pontos.
>Nos automatismos havia dois opiniões mais pertinentes:
>>Vê o automatismo está dependente da complexidade de uma acção dirigido pela vontade. Linha
de stratenberg: o que conta é a globalidade do comportamento; acto como segmento; se estiver
num complexo comportamento dirigível pela vontade adequado à experiência/ ex-pressão da sua
pessoa. Não é acção se for aleatório e imprevisível. O ponto de apoio ético-jurídico é a expressão
de uma decisão pessoal: mesmidade é o ponto relevante para haver comportamento penalmente
relevante. Há um quid de mesmidade no comportamento do agente?
>Linha de Jakobs: evitabilidade pessoal; relaciona com o complexo comportamental; questiona-
se se a consciência poderia naquele tempo poderia retomar o controlo;
>Acciones libere in causa/acções livres da causa: o momento relevante é a colocação em
movimento do comportamento; só são fundamentalmente relevantes penalmente quando são
deliberadas – quando se programa a si mesma a reagir de certa forma por causa de um dado
mindset. A situação em que a pessoa se coloca dolosamente ou negligentemente em dada situação
de facto ou de mindset.
>O código penal adopta uma questão de culpa (?).
>O código penal retira qualidade de crime às acciones libere in causa EXCEPTO quando o agente
DOLOSAMENTE ou NEGLIGENTEMENTE se coloca nessa situação.
>MFP tem uma opinião intermédia face aos automatismos [Jakobs vs Stratenberg]: as duas
soluções não são assim tão antagónicas, pois sem tempo não há devido lugar para a expressão da
pessoa. A tese unitária de stratenberg parece ser mais adequada à natureza dos comportamentos.
>Nos casos mais automáticos é relevante observar o conjunto comportamental.
>Sobre a consciência: a neurociência têm sido bastante relacionados com um conjunto de
experiências realizadas por Benjamin (?). Na experiência tinham que carregar no botão quando
tinham consciência que tinha decidido levantar o dedo para carregar no botão. Resultado: o corpo
tem a origem da iniciativa, mas a consciência tem o poder de veto. Existe “livre-arbítrio” limitada.
>Quando falamos da consciência falamos de causa, de fonte, de origem. Ainda que não tenha um
papel e causa original.
>Nas situações de inconsciência não há acção relevante.
>Sonambulismo e hipnose: não é possível, por norma, aceitar que isto são comportamentos penais
relevantes.
>Drogas e embriaguez ao ponto de afectar a sua capacidade de controlo: o código do penal – art.
20º/4 – não responde ao problema face á acção.
>Art. 292 [condução sob influência] e 295 []: o nosso código não faz distinção entre diferentes
graus de embriaguez. O art. 295º coloca uma resposta relevante: o que está em causa é a
capacidade de culpa. Apenas é responsável pelo crime de embriaguez SÓ. Não há imputabilidade
para além do crime de embriagues.
>Só os casos de embriaguez completa ou de quase coma alcoólico se pode e deve considerar
relevante.
>Uma embriaguez ligeira é mais do que irrelevante. É muito perceber o grau de embriaguez.
>Tem que haver uma incapacitação absoluta de modo que o comportamento e agente se
descaracterize.
>O art. 26º trata de situações em que os crimes são praticados por vários agentes.
>Não confundir a instrumentalização de um incapaz vs instigação da prática de um crime.
>O art. 27º trata da cumplicidade.
>Nas situações de instrumentalização do incapaz é o autor mediato que é o verdadeiro autor.

Data: 13-03-18
Matéria: preparação par
a a aula prática.

1. Divergência doutrinária entre MFP e FD.


Para a Professora Maria Fernanda Palma o conceito de acção deve ser enquadrado naturalís-
ticamente, id est, só há acção quando há um dispêndio efectivo de energia e omissão quando
não haja tal dispêndio de energia – tudo enquadrado perante uma ideia de judiciridade.
Para o Professor Figueiredo Dias o conceito de omissão é simplesmente a violação de impo-
sições de legais que exijam determinada acção.
2. Casos
a. A empurra B contra uma montra, daí resultando a destruição da montra e lesões
corporais em B. Há comportamento penalmente relevante de A? E de B?
Há um comportamento penalmente relevante de A por ter dirigido o seu comportamento
à violação das estruturas do sistema – funcionalismo. Não há comportamento penalmente
relevante de B por este ter sido apenas um objecto da conduta de A – não há comportamento
voluntário e livre.
b. A coage B, apontando-lhe uma pistola à cabeça, a falsificar um documento. Há
comportamento penalmente relevante de B?
Não, pois o comportamento de B não poderia ser ilícito e por isso penalmente relevante
por não ser uma acção voluntária e livre.
c. A perde os sentidos. Ao desfalecer parte quatro jarras antigas. Há comportamento
penalmente relevante de A? A, numa crise epiléptica, pontapeia B. Há
comportamento penalmente relevante de A?
Não, pois não há uma acção cibernética – vontade e liberdade.
d. A, médico, bate com um “martelo” no joelho de B, no contexto de uma consulta
médica. B estica a perna e bate em C, enfermeiro. Há comportamento penalmente
relevante de B?
Não, pois os automatismos não são acções cibernéticas censuráveis.
e. A injuria B. À luz do conceito de acção da escola clássica, A pratica uma acção
para efeitos do disposto no artigo 181.o do CP? E de acordo com a escola
neoclássica?
Sim, pois havia um movimento corporal ligado à vontade humana – escola clássica. Sim,
pois havia um movimento corporal voluntário e humano predicado de censura social – escola
neoclássica.
f. A vê o seu filho B de 5 anos a afogar-se numa praia deserta e nada faz para o
socorrer, apesar de ser um nadador medalhado. À luz do conceito de acção da
escola clássica, A pratica uma acção para efeitos do disposto no artigo 131.o (cf.
132.o, n.os 1 e 2, alínea a)) do CP? E à luz da escola neoclássica?
Sim, A pratica uma acção de passividade que resulta no homicídio qualificado por não
ter agido como era suposto que agisse – escola clássica; Sim, A pratica uma omissão que resulta
no homicídio qualificado por não ter respeitado o Dever Ser de uma acção socialmente exigida –
escola neoclássica.

g. Bento vê que Abel se está a afogar. Lança uma corda para salvar Abel, mas, no
último momento, resolve retirá-la. Acção ou omissão (Bento)?
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 200º/1.
i. Abel já agarrou a corda salvadora; Bento arranca-a da mão de Abel.
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 10º/2.
ii. Abel já podia agarrar a corda salvadora sem ajuda alheia; Bento retira a
corda.
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 10º/2.
iii. Bento – que está num navio muito alto – lança uma escada de corda a
Abel, que se está a afogar e, quando o Abel já subiu até metade solta-a,
fazendo com que Abel caia na água e morra afogado.
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 10º/2.
iv. Abel está a afogar-se, Carlos quer salvá-lo com o único barco disponível,
pertencente a Bento. Contudo, Bento impede que Carlos se faça ao mar,
retendo o barco com a consequência, por ele prevista, de que Abel se
afoga, sendo certo que de contrário se teria salvo.
[C] Para a Professora MFP seria uma omissão, pois não há um dispêndio positivo de
energia; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal de
agir de determinada maneira – art. 200º/2.
[B] Não é penalmente relevante.
v. Carlos vê que Abel se está a afogar e quer salvá-lo com o seu próprio
barco (o único disponível). Contudo, Bento impede violentamente Carlos
de realizar o seu propósito de salvar Abel.
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 200º/2.
vi. Bento consegue violentamente fazer afundar o seu próprio barco com o
qual Carlos se aproximava de Abel, impossibilitando desse modo o
salvamento.
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 10º/2.
vii. Bento destrói com dolo de homicídio o seu barco, que é o único existente
para a acção de auxílio, antes que dele se aproxime Carlos disposto a
empreender o salvamento, com o objectivo de o subtrair do alcance deste.
Para a Professora MFP seria uma acção – visão naturalística, porém seria equiparada a
uma omissão; para o Professor FD seria uma omissão pois haveria a violação de um dever legal
de agir de determinada maneira – art. 10º/2.
viii. Na mesma situação que nas als. d)-g), existem vários barcos.

Data: 13-02-18
Matéria:

>O CP nas situações em que o agente se coloque no estado de propósito a praticar o crime é
punido por se ter posto num estado de inimputabilidade dolosamente ou negligentemente: ver o
art. 292 e art. 295º.
>Situações limite são os casos em que há uma certa inimputabilidade e a pessoa faltosamente não
cumpre o dever exigível.
>As situações em que e.g. um sonâmbulo se põe antes de dormir uma arma na sua mesa de
consciente são integradas no art. 20º/4 através do dolo eventual.
>Ver o código penal anotado para saber quais as omissões puras e as omissões impuras [nestas
últimas falamos de crimes de resultado]
>O art. 10º/2 vem restringir a tipicidade das posições de garante de agir.
>Se houver um crime de omissão: A praticou um crime de omissão art. 10º/2 [e.g. homicídio art.
131º].
>Critério Arthur Kaufmann: princípios da liberdade….
>Critério Mende: a forma que temos de verificar que estamos perante uma acção ou omissão –
social.
>Critério do FD: estamos perante uma acção quando agente aumentar o perigo; estamos perante
uma omissão quando aumentar
>Ver os casos 8 e 9; ver o caso do médico e terceiro; e caso 17º.
>Roxin: casos omissão por fazer; critério pela introdução na esfera da vítima.
Data: 14-03-18
Matéria: concurso.

>Duas bases normativas essenciais: art. 29º/6 CRP [nebis nem idem*] e art. 30º CP.
>>*quando alguém pratica um crime há uma série de crimes associados, o que implica a questão
dos crimes cometidos quantas penas aplicar? E.g. se matar uma mãe pratico quatro crimes, é-se
punido quatro vezes.
>Ver o que o Prof. Figueiredo Dias diz sobre o art. 30º; ver o manual do Prof. Cavaleiro Ferreira
– este última é a perspectiva clássica.
>Perspectiva clássica: concurso aparente* e o concurso efectivo.
>>é um concurso que na verdade não existe; não precisamos de olhar para o caso concreto: da
relação lógica entre normas consegue-se ver que numa lógica de tudo ou nada normativa que não
há concurso de normas para a aplicação: especialidade [a regra especial integra a regra geral
adicionando mais alguns elementos – e.g. crimes simples vs crime complexo, art. 130º vs 131º],
subsidiariedade [duas formas: expressa (aquela que está expressamente prevista na norma – e.g.
150º/2, parte final – estes artigos não se aplica quando houver um outro aplicável ao caso que seja
mais grave) e implícita (CF: e.g. roubo [subtracção e violência]; existe uma situação que
convoque dois tipos legais e estejamos numa situação e intercepção: uma vez que convocamos os
dois e por isso há subsidiariedade implícita e por isso aplica-se o crime mais grave); FD: o bem
jurídico como protegido por muralhas, as muralhas completementam-se, se a muralha mais
próxima da povoação é partida é por essa que é partida que se pune, e não pelas anteriores – e,g.
condução perigosa, crime de dano e finalmente homicídio (esta última barreira é que é tutelada]
ou consunção [há invocação de duas normas, mas uma delas consome todo o desvalor; não se
resolve pela comparação lógica como na especialidade; para FD a consunção não existe no
concurso aparente mas sim no concurso efectivo (a consunção depende do facto concreto), para
CF existe].
>perspectiva actual: concurso de normas [especialidade e subsidiariedade] e concurso de crimes
[efectivo – concurso de três crimes (art. 30 + 57 – 3 homicídios), e.g. sequestro e roubo, mas para
roubar ando 4 horas com ele no porta-bagagens de carro: já há dois desvalores pois houve um
sentido próprio do sequestro e do roubo (ambos tiveram um fim próprio); aparente – consunção
(uma absorve as outras; critério de sentido de ilicitude prevalecente – existe concurso de crimes
aparentes quando apenas conseguimos encontrar um sentido de desvalor com força própria, e.g.
um sequestro seguido de roubo, o sequestro é acessório do roubo: só há um desvalor que é o
roubo-em-si)]
>Especialidade vs Generalidade: ganha a especial.
>Subsidiariedade: norma mais gravosa é aplicada.
>Consunção impura: vamos punir por burla por ser um sentido de desvalor próprio com a
estatuição…..ver isto no FD.
Data: 16-03-18
Matéria: ida à biblioteca.

Análise do art. 10º CP.


>Remissões: art. 73º, art. 200º, art. 245º, art. 250º, art. 284º, art. 372º, art. 373º, art. 381º.
>Engloba os crimes de omissão impuros: dependem da cláusula de equiparação do art. 10º/1 e da
verificação de um dever de garante – art. 10º/2.
>O dever de garante consiste na relação fáctica de proximidade existencial entre o omitente e
certas pessoas, ou na relação de domínio fáctico do omitente sobre certas fontes de perigo.
>O dever de garante é um elemento normativo do tipo que remete para uma valoração global
sobre a ilicitude da conduta (elemento valorativo global) bastando para a afirmação do dolo do
tipo o conhecimento dos pressupostos fácticos da valoração.
>O dever de garante supõe uma relação de dependência entre o obrigado e o beneficiário deste
dever, no sentido de que o obrigado ao dever de garante deve evitar a concretização de perigos
em lesões do bem jurídico do beneficiário do dever de garante:
>>Deveres familiares de garante: fundamento o art. 1672º.
>>Deveres contratuais, profissionais ou funcionais de garante.
>>Deveres de garante derivados da ingerência: aqueles derivados de um facto ilícito prévio do
obrigado ao dever de garante.
>>Deveres de garante derivados da disposição sobre coisas móveis ou imóveis.
>>Não há dever de garante quando o agente se coloca voluntariamente numa situação de perigo.
>Explicita um dever particular de garante.
Análise do art. 200º
>Remissões: art. 10º, artº 138º.
>Explicita um dever geral de garante – fundamento: solidariedade humana que deve vincular todo
e qualquer membro da sociedade.
>A causa de justificação para não haver omissão é o art. 36º/1, primeira parte.
Acabar de ler: código conimbricense comentado – art. 200º; Manuel e Oliveira Leal, código penal
anotado: arts. 10º e 200º.
Data: 16-03-18
Matéria: Fazer os casos.

>O critério é se estamos perante uma tentativa ou perante um consumação [estar ou não dentro
da esfera da vítima].
>Basta que haja um processo de ajuda em curso efectivo e possível de ajudar é que já há omissão.
>Impedir que alguém salve outra é acção.
>Estudar Palma para a acção e omissão.
>Casos 10-16.

Data: 19-03-18
Matéria: resolver os casos.

As omissões puras são subsidiárias às omissões impuras [as omissões impuras são mais gravosas
em termos de pena].
>Tipo de crime
>Verificação acção ou omissão.
>>Omissão
>Tem de ser um jurídico e não um dever legal.
>Crime de omissão
>Imputação objectiva.
>capacidade
>omissão de resultados
>impugnação obj~
>omissão
As omissões puras são subsidiárias: não há dever de garante.
>è necessário verificar qual o bme jurídico para que haja omissão.
>tem que ser um perigo substancial.
>o tipo é exemplificativo
>Tem de ser um auxílio adequado e indispensável.
>Têm de ser capaz.
>ver o critério de monopólio do professor FD.
>Temos que explicar ambas as doutrinas.
>relação de dependência; relação de vínculo especial.
CASO 10 (JOÃO MATOS VIANA)
Num jardim, Abel repara que Berta, de três anos de idade, está a afogar-se num pequeno
lago de trinta centímetros de profundidade. Nada faz, e a criança acaba por morrer. Imagine
que Abel é:
a) um estranho que passeia acidentalmente por aquele local;
Art. 200º/1
b) O pai de Berta;
Art. 10º
c) um primo afastado de Berta;
Art. 200º/1
d) um segurança contratado pelos responsáveis pelo jardim;
Art. 10º/1
e) o funcionário encarregue de zelar pela higiene e limpeza do lago;
Art. 200º/1
f) agente da PSP;
Art. 10º/1
g) a pessoa que, inadvertidamente, empurrou Berta para dentro do lago;
Art. 200º
h) um educador infantil encarregue da vigilância do grupo de crianças a que pertence
Berta;
Art. 10º
i) um baby-sitter contratado pelos pais de Berta que, para furtar-se à eventual
responsabilidade emergente da sua morte, invoca a nulidade do contrato de prestação de serviços;
Art. 10º

A ingerência para FD no art. 200/1 tem que ser objectivamente ilícita: e.g. legítima defesa
defendendo com uma facada. Excp. Direito de necessidade.
MFP: para algumas sit

CASO 11 (JOÃO MATOS VIANA)


Abel jaz inanimado na berma de uma estrada de pouca circulação. Passadas algumas
horas, acaba por morrer, provando-se que se teria salvo caso Berta, automobilista que por ali
passou, o tivesse socorrido. Imagine que:
a) Abel jazia inanimado em consequência de um enfarte de que foi acometido quando
atravessava a estrada;
Art. 200º
b) Abel tinha sido dolosamente atropelado por Carlos e que Berta é uma recém-
licenciada em medicina dentária;
Art. 200º
c) Abel tinha querido suicidar-se, atravessando-se de rompante em frente do carro de
Berta;
Art. 10º
d) Berta é mãe de Abel, que não se apercebeu de que se tratava do filho;
Art. 200º
e) Berta alega não ter parado para socorrer Abel por ter julgado tratar-se de um ardil
montado com a finalidade de roubá-la.
Art. 200º
CASO 12 (ANTÓNIO NEVES)
Irnério passeia com Lili, o seu pastor alemão, pela trela. A dada altura, resolve comprar
dois cornetos de sabores diferentes – e larga a trela para poder segurá-los e comê-los ao mesmo
tempo. Enquanto Irnério saboreia os seus cornetos, nota que Lili começa a ficar nervoso com o
aproximar de um estranho que ali passeia. Querendo, porém, saborear tranquilamente os seus
cornetos, Irnério ignora o ladrar de Lili, que acaba por fugir e morder a perna do passeante.
Art. 10º

CASO 13 (ANTÓNIO NEVES)


César e David, amigos de curta data, combinaram ir praticar montanhismo para a
Arrábida. César começou a escalada em grande velocidade, apesar dos protestos de David, que
não conseguia acompanhá-lo. A certa altura da escalada, David deu um passo em falso, perdeu o
equilíbrio e caiu numa ravina, sofrendo, em consequência disso, ferimentos graves que lhe
provocaram uma intensa hemorragia. César, que já ia bastante mais acima, apercebeu-se da queda
de David mas decidiu prosseguir a escalada e acudir ao amigo apenas quando descesse. Quando
regressou, porém, era já tarde demais: David morrera em consequência da hemorragia.
Art. 10º
CASO 14 (ANTÓNIO NEVES)
Num dia em que se realizava uma corrida de barcos no rio Tejo, os primos Ernesto e Fred
deslocaram-se com o seu barco para o local da corrida, apesar de não estarem inscritos. A sua
intenção, previamente acordada entre ambos, era estar lá para o caso de alguém precisar de ajuda.
A dada altura, Gualter, um dos participantes, teve um acidente e o seu barco começou a ir ao
fundo. Percebendo de quem vinham os gritos de socorro, Ernesto e Fred ignoraram os apelos,
pois sempre haviam odiado a “Rua Sésamo” e recusavam-se a salvar alguém chamado Gualter.
Este morreu afogado.
Art. 200º
Caso 15 (ANTÓNIO NEVES)
Hermengarda e Inês são colegas de quarto numa residência para estudantes em Lisboa.
Certa manhã, Inês escorrega e bate com a cabeça no chão. Hermengarda, ao sair da casa-de-banho,
vê-a ali estendida desmaiada e nota uma pequena poça de sangue junto da cabeça. Imaginando
que algo sério se passava, mas não querendo chegar atrasada à sua aula de Direito Penal,
Hermengarda abandona a residência. Inês vem a morrer mais tarde, fruto de hemorragia
provocada pela queda.
Art. 10º
Caso 16 (ANTÓNIO NEVES)
Adérito, bandido de meia na cabeça, tenta assaltar Bianca, sua irmã, com uma arma. Bianca, perita
em Shorinji Kempo, rapidamente aplica alguns golpes marciais em Adérito, deixando-o
inconsciente. Bianca repara que Adérito está bastante maltratado e que, porventura, corre mesmo
perigo de vida, mas, considerando que ele só tinha o que merecia, abandona-o. Adérito acaba por
morrer dos ferimentos.
Art. 200º/3

Data: 21-03-2018
Matéria: teoria da decisão penal (?)

>Primeira questão: o comportamento tem relevância penal?


>Segunda questão: é acção ou omissão?
>>Diferenciação entre acção ou omissão.
>>Há acção? Ver se a acção é equiparável à omissão – art. 10º.
>>>Há dever de garante?
>Terceira questão/ponto: verificação dos pressupostos fácticos: confirmação do tipo.
>>Tipo objectivo: características do sujeito, verificação do resultado, circunstâncias, et cetera.
>>>Verificação do nexo da causalidade: necessidade de verificação do resultado ou da mera
actividade. [imputação objectiva]
>>Tipo subjectivo:
…. [dispersa-se e muda de tema] …
>Os crimes de perigo concreto são crimes de resultado: POR NORMA.
>Os crimes de perigo abstracto são crimes de mera actividade: POR NORMA.
>Teoria da conditio sine qua non:
>>Teoria da comprovação da causalidade e não uma teoria explicativa do que é a causalidade.
>>Não é uma teoria que afirma uma lei causal, mas sim que a presume.
>>Permite apenas se a causa agiu ou não.
>>Críticas:
>>>Expande o resultado a uma conduta.
>>>Pode ser ridicularizada: uma pessoa adulta que mata outra teria a sua mãe culpada, pois foi a
mãe que pariu o homicida.
>>>Outros casos de exageros ad aeternum.
>>>Umas vezes restringe demais e outras vezes estende demais.
>Teoria da causalidade adequada:
>É uma teoria aceitável, pois integra a conditio sine qua non e restringe-a.
>O juiz terá que fazer um juízo prognose [vai-se colocar na posição de homem média na posição
que o agente tinha antes de actuar e ver se era possível prever o percurso e o nexo causal]: juízo
póstumo e ex ante; juízo de prognose; o essencial é o elemento do “ver através dos olhos de uma
pessoa média se o resultado da sua acção era previsível”.
>>Críticas
>>>Não resolve os problemas das causas hipotéticas e etc. [ver manual: enumera]
>>>Casos em que X vai disparar sobre Y e Z parte o braço ao X [comportamento de diminuição
de risco]: teoria do risco.
>>>No tipo de pergunta do julgador face à previsibilidade:
>>>Permite ser manipulada.

Data: 03-04-18
Matéria: caso de penal.

Classifique os seguintes crimes:


1. Violação (art. 164.º CP)
a. Crime geral.
b. Crime comissivo.
c. Crime de resultado.
d. Crime de dano.
e. Crime complexo.
f. Crime pluriofensivo.
g. Crime permanente.
h. Crime plurisubsistente.
2. Violação de domicílio ou perturbação da vida privada (art. 190.º)
a. Crime geral.
b. Crime comissivo.
c. Crime de mera actividade.
d. Crime de dano.
e. Crime complexo.
f. Crime pluriofensivo.
g. Crime permanente.
h. Crime plurisubsistente.
3. Condução em estado de embriaguez ou sob a influência de estupefacientes ou substâncias
psicotrópicas (art. 292.º)
a. Crime geral.
b. Crime comissivo.
c. Crime de mera actividade.
d. Crime de perigo: presumido.
e. Crime complexo.
f. Crime pluriofensivo.
g. Crime permanente.
h. Crime plurisubsistente.
4. Falsidade de depoimento ou declaração (art. 359.º)
a. Crime geral.
b. Crime comissivo.
c. Crime de mera actividade.
d. Crime de dano.
e. Crime simples.
f. Crime pluriofensivo.
g. Crime instantâneo.
h. Crime unisubsistente.
5. Homicídio (art. 131.º)
a. Crime geral.
b. Crime comissivo.
c. Crime de resultado.
d. Crime de dano.
e. Crime complexo.
f. Crime pluriofensivo.
g. Crime instantâneo.
h. Crime unisubsistente.
6. Ofensa à integridade física simples (art. 143.º)
a. Crime geral.
b. Crime comissivo.
c. Crime de mera actividade.
d. Crime de dano.
e. Crime simples.
f. Crime uniofensivo.
g. Crime instantâneo.
h. Crime unisubsistente.
7. Exposição ou abandono (art. 138.º)
a. Crime geral.
b. Crime omissivo.
c. Crime de mera actividade.
d. Crime de dano.
e. Crime simples.
f. Crime pluriofensivo.
g. Crime permanente.
h. Crime unisubsistente.
Faça a imputação objectiva nos seguintes crimes:
1) Amélia, convencida da eficácia mortal das aspirinas, deita, com intenção de matar, um
aspegic no café de Bernardo, que vem a morrer por padecer de uma rara alergia ao
acetilsalicilato de lisina que Amélia desconhecia.
a. Pela teoria da causalidade adequada, admitiríamos que pelas regras da
experiência comum, isto é, o homem médio não suporia sequer a probabilidade
de que o fenómeno de tomar uma aspirina induziria em morte. Logo, a causa real
proporcionada por Amélia não seria punida, pois não teve um comportamento
adequado a realizar o evento material aos olhos da razão média.
b. Pela teoria do risco, também não seria Amélia punida, pois o seu comportamento
não foi ilícito. Para que esta teoria se aplique é preciso que haja a criação de um
risco através de um comportamento ilícito.
Amenda: crença de amélia é uma tentativa impossível; criou
2) Carlos, em dia de chuva, não obstante cumprir todas as regras rodoviárias e de
manutenção e conservação do veículo, perde o controlo do seu carro devido a um
inesperado lençol de água na estrada e embate violentamente no automóvel de David, que
seguia em sentido contrário e acaba por morrer em consequência do acidente.
a. Pela teoria da causalidade adequada, admitiríamos que pelas regras da
experiência comum, isto é, o homem médio saberia que era provável atendendo
às condições de baixo atrito na estrada de perder o controlo do carro e de
possibilitar danos para alguém. Logo, é entendível que esta teoria impõe a
imputação objectiva do tipo a Carlos, com fundamento na razão média.
b. Pela teoria do risco, também seria imputada à conduta de Carlos a concretização
do tipo objectivo, pois a sua conduta aumentou o perigo para os demais e o
comportamento era ilícito.
3) Marcos aponta uma arma ao peito de André e dispara. Celestino empurra André,
conseguindo que o tiro disparado por Marcos apenas lhe acertasse no ombro.
a. Não estamos perante a concretização de um crime de resultado, logo não há
imputação objectiva através de teorias de compreensão de delimitação do
resultado.
4) Eduardo arranha Filipe. Filipe sofre de hemofilia e acaba por morrer.
a. Pela teoria da causalidade adequada, admitiríamos que pelas regras da
experiência comum, isto é, o homem médio não veria como probabilidade que
que um arranhão colhesse a vida de um sujeito. Por estas razão, não seria
imputável à conduta de Eduardo o tipo legal inerente ao homicídio.
b. Pela teoria do risco, a conduta do Eduardo foi lícita (?) e apesar de ter criado
perigo, não seria punido.

5) Gertrudes inicia uma manobra de ultrapassagem sobre Hélder. No decurso da


manobra, Hélder, sem reparar que está a ser ultrapassado, vira à esquerda e embate no
automóvel de Gertrudes, que já se encontrava na outra faixa de rodagem. Do acidente
resulta a morte de Inês, acompanhante de Hélder.
a. Pela teoria da causalidade adequada, admitiríamos que pelas regras da
experiência comum, isto é, o homem médio deveria ter que ter cuidado e saber
que seria provável que estivesse lá um carro, pois as ultrapassagens são algo
comum. Aplicabilidade da imputação.
b. Aplicabilidade.
Violam a norma de dever e confiam que os outros irão cumprir. Quando a violação é muito grave
perdem a possibilidade de se defender através do princípio da confiança.
6) João e Lúcio lançam-se, por aposta, uma corrida perigosíssima de motos na estrada.
Lúcio, em virtude de um erro de condução, perde o domínio do veículo e sofre lesões
físicas graves.
a. Aplicabilidade.
b. Aplicabilidade.
Aqui, no 7 e 8 poderia haver resultado à conduta dos agentes: mas o Professor Roxin procura
limitar o escopo do âmbito. Para o prof. Figueiredo Dias não se pode reduzir o âmbito da
generalidade.
7) Manuel, a pedido do passageiro Nuno, aumenta de forma proibida a velocidade do
automóvel. Em consequência, despista-se, sofrendo Nuno lesões físicas graves.
a. Aplicabilidade.
b. “”
8) Olga provoca um incêndio na sua habituação e Pedro, um dos bombeiros chamados, sofre
lesões físicas graves, para salvar outro habitante da casa.
a. “”
b. “”
9) Sem conhecimento um do outro, Raquel e Santiago deitam, cada um, uma dose de
veneno na bebida de Zacarias.
a. Cada dose de veneno não é, por si só, mortal. Zacarias morre da conjugação das
duas doses de veneno.
i. Não aplicabilidade da teoria da causa adequada.
ii. Aplicabilidade da teoria do risco.
>Causalidade cumulativa: uma situação com várias causas que por si não densificariam
o tipo legal penal.
>dever tão grave não justifica a alegação do princípio da confiança.
>duas excepções: negligência e direito penal secundário/sociedade de risco e sociedade de
consumo.
>não há imputação objectiva nas situações de causalidade objectiva.
b. Cada dose de veneno é mortal. Zacarias tem morte instantânea.
i. Aplicabilidade.
ii. Aplicabilidade.
>Situações de causas paralelas.
c. Zacarias morre pela actuação de apenas um dos venenos, mas não se sabe qual.
i. Princípio in dúbio pro reo: não se sabe qual é a causa virtual e por isso
julgam-se ambos por tentativa.
d. Zacarias ingere a bebida com o veneno. Humberto dispara sobre Zacarias,
matando-o antes de o veneno fazer efeito.
i.
10) Engrácia atropela mortalmente João quando conduzia em excesso de velocidade. Imagine
que:
a. João vem a morrer num acidente da ambulância que o transportava para o
hospital.
b. A ambulância chega ao seu destino, mas Jivago, o único cirurgião do hospital
capaz de efectuar a cirurgia requerida, está de férias. Contactado para realizar a
operação, Jivago, que goza o seu dia de folga em casa, a 15 minutos de distância,
faz questão de ver os “Ídolos”, seu programa preferido, até ao fim, antes de sair,
vindo João a falecer. Conclui-se mais tarde que João talvez pudesse ter sido salvo
se Jivago tivesse saído de casa quando foi contactado.
Só as omissões impuras interrompem as causas: art. 10: dever de garante.
Requisitos: art. 10/1 – legal.
>Que fazer uma não-omissão aumentasse a probabilidade de se salvar.
>Exigir-se que o juízo de diminuição o risco de verificação do resultado não seja verificado
numa perspectiva ex ante e ex post: rever imputação objectiva.
11) André deixa uma arma carregada em local onde Bernardo e Cláudio travam violenta
discussão. Bernardo pega na arma e dispara sobre Cláudio, matando-o.
É provável.
12) Bruna dispara de longe sobre David, que se encontrava a dar um passeio pela montanha,
e que tem morte imediata. Segundos depois e uns metros à frente, cai um enorme rochedo,
facto que teria com certeza vitimado David, se este tivesse podido prosseguir o seu
passeio. (ANTÓNIO NEVES)

13) Amaro está atrasado para um encontro com o seu rabugento namorado e conduz em
excesso de velocidade numa estrada movimentada. Subitamente, aparece à sua frente
Liliana, uma menina que quis atravessar a estrada a correr, aproveitando a distracção de
Rita, sua mãe, ocupada a tentar seduzir um vendedor de farturas. Liliana morre em
consequência do atropelamento.

14) Fábio, camionista, ultrapassa o ciclista Diogo sem guardar a distância devida e atropela-
o. Posteriormente comprova-se que Diogo circulava com oscilações devidas ao estado de
embriaguez em que se encontrava, de modo que seria provável que ele tivesse sido
atropelado na mesma se Fábio tivesse respeitado a distância de segurança.
15) Nivaldo, director de uma fábrica de pincéis de barbear, adquire pêlos de cabra chinesa como
matéria-prima para a sua empresa, sem ter ordenado uma desinfecção a esse material, como estava
legalmente prescrito. Posteriormente, quatro trabalhadores são infectados por bacilos de
carbúnculo e morreram. Investigado o caso, prova-se que mesmo que se tivesse procedido à
desinfecção o resultado teria sido o mesmo, por se tratar de um bacilo até aí desconhecido na
Europa e resistente a qualquer processo de desinfecção

Data: 03-04-18
Matéria: Completar anotação ao art. 10º.
>Imputação objectiva:
>>>adequação tem de ser determinada pelo julgador ex anta atendendo a um critério adequação
geral e objectivo e uma critério de previsibilidade que será individual e subjectivo.
>>>atender às regras gerais da experiência comum.

Data: 04-04-18
Matéria: Código Penal de Maria Gonçalves; CP Simas Santos e Leal-Henriques
Art. 10º
>Dever de garante tem como fonte uma proximidade fáctica.

Art. 13º
>Exposição do princípio de nulla poena sine culpa e da lógica de prevenção geral limitada pela
culpa.
>Traduz-se no princípio da culpa: a pena criminal só pode fundar-se na constatação do que deve
reprovar-se o autor pela formação da vontade que o conduziu a decidir o facto e nunca pode ser
mais grave do que o autor mereça segundo a sua culpabilidade.
>No juízo de culpabilidade a valoração é feita da seguinte maneira: o sujeito DEVIA agir de
acordo com a norma porque PODIA agir de acordo com ela. ISTO PRESSUPÕE: liberdade de
decisão [só assim se poderá considerar responsável o agente por ter praticado o facto em vez de
dominar os impulsos criminais] e decisão correcta [à liberdade de querer deve andar associada
a capacidade para os valores, uma vez que sem ela as decisões humanas não poderão ser
determinadas por normas de dever] – ligada à liberdade de decisão está o art. 19º e o art. 20º;
ligada à decisão correcta está o artigo 16º e o art. 17º.
>A ideia de culpabilidade pode se manifestar como culpabilidade pelo facto individual
[reprovação pela maneira de como o agente agiu imediatamente] ou culpabilidade pela condução
da sua vida [reprovação do agente-em-si em termos de personalidade e de o desenvolvimento que
tem e toma].
Art. 14º
>Mais uma situação de afloramento do princípio da culpa.
>O dolo tem dois elementos essenciais: elemento intelectual e o elemento emocional.
>O elemento intelectual é o conhecimento material dos elementos e circunstâncias do tipo legal
e o conhecimento do seu sentido ou significação; o elemento emocional é uma especial direcção
de vontade cujo conteúdo varia.
>Temos três tipos de dolo: directo, necessário e eventual.
>Dolo directo: o agente teve como fim, como intenção, produzir a realização do facto criminoso
– art. 14º/1.
>Dolo necessário: o agente tendo porventura outro fim diferente, reconhece o facto criminoso
como consequência necessária da sua conduta e, no entanto, não se abstém da sua prática – art.
14º/2.
>Dolo eventual: o agente ao actuar conformou-se com a possível realização do facto criminoso
como consequência da conduta – art. 14º/3.
>Dolo de perigo: vontade conscientemente dirigida à ameaça concreta de um bem jurídico.
>Dolo de dano: vontade conscientemente dirigida de um dano.
>Dolo inicial: vontade consciente de cometer o facto, que se altera posteriormente.
>Dolo subsequente: vontade de perpetrar o facto que sobrevém posteriormente.
>Dolo genérico: intenção de cometer o facto.
>Dolo específico: intenção de cometer o facto, verificando-se um determinado fim do agente.
>Nunca se exigem para o dolo quaisquer actos de consciência ou vontade reflexivos ou
secundário, isto é, actos de consciência ou de vontade pelos quais o agente reflicta sobre os seus
dados psíquicos primários, os duplique, os intensifique. A consciência reflexiva é desnecessária
quer para a afirmação do dolo, quer para a firmação de quaisquer outros dados psíquicos que a lei
considere relevantes.
>Para afirmar o dolo, basta a consciência marginal, não é necessária a consciência focal; basta a
consciência liminar ou difusa, não é necessária consciência clara ou de atenção; basta consciência.
Não é preciso que, no momento do facto, a atenção incida clara e precisamente sobre o elemento
da situação considerado. É suficiente para o dolo que se possa dizer que o agente dispõe de
informação correspondente. Para se afirmar o dolo, basta que se prove que em algum momento
anterior, o agente adquiriu informação relevante. Para existir dolo relativamente a elementos
normativos do tipo, não se requerem conhecimentos técnico-jurídicos; são suficientes os
conhecimentos correspondentes do cidadão comum.
>Situações de exclusão do dolo:
>>Inimputabilidade: pela idade; por anomalia psíquica.
>>Inexigibilidade: estado de necessidade desculpante [quando estão em perigo a vida, integridade
física a honra ou liberdade do agente ou de terceiro]; excesso asténico de legítima defesa;
obediência devida desculpante.
>>Falta de consciência da ilicitude não-censurável.
>>Erro sobre as circunstâncias do facto.
>Situações que atenuam a culpa: erro censurável sobre a ilicitude; excesso de legítima defesa;
estado de necessidade desculpante [quando estão em perigo outros valores que não a vida, a
integridade física, a honra ou a liberdade do agente ou de terceiro].
Art. 15º
>Mais um afloramento do princípio da culpa.
>A negligência é subsidiária face ao dolo.
>A negligência poe ser consciente [o agente previu a realização do crime e confiou em que ele
não teria lugar ou mostrou-se indiferente a essa produção – alínea a] ou inconsciente [o agente
não previu – como podia e devia – aquela realização do crime – alínea b].
>O critério de orientação na situação de negligência consciente é a de previsibilidade do resultado:
existe previsibilidade quando o agente nas circunstâncias em que se encontrou, podia, segundo a
experiência geral, ter-se representado, como possíveis, as consequências do seu acto. É previsível
o acto cuja possível ocorrência não escapa à perspicácia comum, quando a sua previsão podia ser
exigida ao homem médio; para além de que também se devia partir do que seria razoavelmente
de esperar de um homem com as qualidades e capacidades do agente.
>A capacidade de cumprimento do dever objectivo de cuidado é um elemento essencial da
censurabilidade.
>Dever objectivo de cuidado: a culpabilidade tendo em conta as condições de razoabilidade em
que o agente procedeu, consideradas as circunstâncias da pessoa, do tempo, do modo e lugar.
>Critério de distinção entre dolo eventual e negligência: critério da conformação.
>A conformação é a situação em que o agente tome a sério possibilidade de violação dos
respectivos bens jurídicos e, apesar disso, se decida pela execução do facto, não bastando a
previsão do resultado como possível.
>Negligência grosseira: situação em que está ausente aquele cuidado e diligência, aquele atenção
que é de exigir ao menos cuidadoso, atento ou diligente. Está-se perante uma conduta de manifesta
irreflexão ou ligeireza, ou a falta das precauções exigidas pela mais elementar prudência ou das
aconselhadas pela previsão mais elementar a observar nos factos correntes da vida.
>A negligência consciente vive próxima do dolo eventual. Nela, o agente admite, prevê como
possível a realização do resultado típico, mas confia, podendo e devendo não confiar, em que o
mesmo se não realiza. Não se conforma, porém coma realização desse resultado, pois, se se
conformasse haveria dolo eventual. Na conformação ou não conformação com o resultado está o
diferenciador entre dolo eventual e negligência consciente.
>Em qualquer das modalidades a) e b) se exige a capacidade do agente para proceder com os
cuidados que segundo as circunstâncias estariam indicados.
>Caso de negligência grosseira: art. 137º/2.
Art. 16º
>É pois necessário que o agente conheça todas as circunstâncias de facto que pertencem ao tipo
legal, para que a sua actuação se deva considerar dolosa. Daí que o erro sobre uma dessas
circunstâncias exclua o dolo; erro sobre:
>>os elementos que já existem no momento em que o agente inicia a sua conduta.
>>os elementos produzidos pela sua conduta.
>>o processo causal quando elemento constitutivo do crime.
>>os elementos jurídicos utilizados pela lei – erro sobre os efeitos práticos usuais ligados aos
elementos normativos empregados pelo legislador.
>>os elementos modificativos agravantes: mas só em relação ao crime qualificado e não ao crime
fundamental.
>>a posição de garante do agente no crime de omissão imprópria.
>>os pressupostos de facto ou de direito, de uma causa de exclusão de ilicitude ou culpa – art.
16º/2.
>Já não exclui o dolo, o erro sobre o objecto da conduta criminosa, o error in persona vel objecto,
se os objectos da conduta – o que efectivamente se atingiu e o que se queria atingir – são
tipicamente idênticos: e.g. o agente queria matar A mas vem a matar B, convencido de que era A:
há aqui um erro de conhecimento.
>O número 1 é uma situação de falta de conhecimento que deve ser imputada a uma falta de
informação ou de esclarecimento e que por isso, quando censurável, conforma o específico tipo
de censura da negligência. Pelo contrário, no segundo caso, estamos perante uma deficiência da
própria consciência ético-jurídica do agente, que não permite apreender correctamente os valores
jurídico-penais, e que por isso, quando censurável conforma o específico tipo de censura do dolo.
Art. 17º
>Resulta deste artigo que á afirmação do dolo não basta o conhecimento e vontade de realização
do tipo, concebido no conjunto da sua factualidade e circunstâncias; é ainda necessário o
conhecimento ou consciência do carácter ilícito, imoral ou anti-social da sua conduta.
>Este erro é a situação em que havendo conhecimento de todas as circunstâncias típicas, mas
faltando a consciência da ilicitude, a culpa e a censura fundam-se em falta da própria consciência
ética, na deficiente qualidade para apreender os valores que ao direito penal cumpre proteger e,
assim, em uma desconformidade da personalidade do agente com a suposta pela ordem jurídica.
>Ver sistema de Figueiredo Dias face ao erro sobre a ilicitude.
Art. 19
>Ver o regime especial a aplicar.
Art. 20º
>A determinação da inimputabilidade ficou condificonada à existência de dois pressupostos:
>Biológico.
>Psicológico/normativo [incapacidade para avaliar a ilicitude do facto ou se determinar de
harmonia com essa avaliação]: incapacidade do agente para ser influenciado pelas normas.
>O número quatro refer-se às actio libera in causa, áquela acção do qual o agente pôs a causa
decisiva em estado de imputabilidade, embora a conduta corpórea se tenha realizado em estado
de fala de imputabilidade. A actio não é livre in actu, mas é-o in causa. Deve fazer-se uma
limitação deste dispositivo, que abrange só o caso de pré-ordenação, o mesmo é dizer, da actio
libera in causa.

Data: 09-05-2018
>Qual é a diferença da perspectiva da imputação objectiva de uma teoria da causalidade?
>Na imputação objectiva procura-se se saber se o comportamento tido é possível de ser
subsumido ao comportamento da norma: lógica de subsunção entre facto concreto e facto
abstractamente-descrito.
>Na teoria da causalidade procura apenas de saber qual a causa do resultado: um juízo de
explicabilidade do facto.
>Art. 26º CP: situações de comparticipação – 1º parte, facto por si mesmo ou intermédio de
outrem [situação de hipnose, situações de erro por domínio da vontade do exequente
(correspondem às situações de intermédio)]; 2º parte, situações em que um autor contrata um
assassínio para o seu cônjuge [prevalece a vontade do autor material, que pagar para que seja
cometido o crime].
>Na comparticipação é difícil de distinguir entre a situação da imputação objectiva da situação
da imputação subjectiva.
>Situações de co-autoria: há uma obra conjunta; e.g. num trabalho de grupo: um exerce a
violência e o outro furtava: como estão no empreendimento conjunto, a cada um é atribuído o
facto global: cada um deles contribuiu para a consumação do crime, todos com um facto que vai
preencher um facto no seu todo; o acordo entre eles torna possível a imputação objectiva, ou seja,
é importante a imputação subjectiva para a consumação da imputação objectiva; há aqui uma
combinação dos dois níveis.
>Art. 27º: definição de cumplicidade.
>Existe uma diferença material entre cumplicidade [apenas contribui para elever o risco: é uma
relação acessória; só indirectamente se vai verificar se se aumentou o risco] e co-autoria [].
>Imputação subjectiva: é a identidade do facto típico à vontade do agente.
>Imputação objectiva: é a identidade do facto típico ao comportamento do agente.
>Art. 14º CP: define os vários tipos de dolo.
>O dolo é a consciência / representação e vontade da realização do facto típico.
>elemento intelectual do dolo: consciência e vontade: para que isto exista é preciso três aspectos:
representação da realização do facto como possível, uma consciência actual do facto típico e uma
representação do perigo concreto.
>>como possível: basta que o agente REPRESENTE mesmo que MÍNIMA, já está preenchido
este requisito.
>>consciência [certa vivência psicológica] actual: tem que ser ACTUAL, não pode ser algo que
JÁ TENHA SABIDO, tem que ter uma mesmidade que revela possibilidade de ter conhecimento
>>representação do perigo concreto: ????
>O dolo é sempre uma decisão.
>As situações em que falta o elemento intelectual é a situação do erro.

Data: 16-04-2018
Matéria: erro e etc

>Erro e comparticipação criminosa: erro do actor material: como é responsabilidade o instigador


ou o autor imediato: o instigador deve ser punido como se fosse um erro [o autor material era
como se fosse uma arma que falhava].
>A Professora discorda: a ficção da tentativa não é adequada.
>Erro: art. 16º/1
>erro e comparticipação: o agente erra sobe o seu papel na comparticipação: pensa que é mero
cúmplice e afinal é co-autor: ou pensa que está a ajudar a fortalecer a prática do crime, mas afinal
está criar a vontade de prática do crime.
>O erro pode afectar o dolo.
>A tentativa de instigação não é punível.
>Só podemos punir QUANDO PELO MENOS CONCRETIZOU A TENTATIVA.
>Art. 26º última parte: executou parcialmente ou executou o acto: só aqui há punibilidade.
>Art. 16º/1: é o tradicional erro de facto: é sobre os elementos essenciais do facto típico.
>Os erros sobre as posições de direito têm que incidir sobre a acção proibida.
>É difícil distinguir este erro sobre o erro do art. 17º.
>Art. 16/1: elementos essenciais da acção proibida: ela é uma acção proibida e o agente pensa
que não: o agente não está intelectualmente capaz de perceber a situação: esta ignorância impede-
o actualmente, o agente nem sequer tem possibilidade de suscitar na sua consci~encia o choque
entre o preceptivo e o proibido.
>Elementos volitivo e o elemento intelectual: problema de falta de consciência.
>consciência potencial da ilicitude: ver.
>A relevância axiolóigica é um critério doutrinal.
>A pré-condição da consciência da ilicitude: ver.
>consciência potencial vs consciência actual.
>o critério do axiologicamente: é um grande encargo para o juiz.
>erros sobre os elementos de direito: art. 16ª/1: aqui cabem também os erros normativos do tipo.
>animal: elemento descritivo; animal de companhia: elemento normativo.
>Próxima aula: erro e comportamento lícito alternativo.

Data: 20-04-18
Matéria: comportamento lícito alternativo.

>Parece que está tudo bem, mas que não se deve imputar ao agente. Numa circunstância com a
possibilidade de um comportamento lícito alternativa iria verificar a mesma coisa, então não é
imputável.
>Caso 14: caso mais difícil:
>>Roxin: quando há dúvida imputa-se ao agente.
>>MFP: in dúbio pro reo: não se imputa.
>Só há tentativa em caso de dolo.
>Só importa a verificação do tipo.
>3 requisitos da negligência: só há negligência se estiver no tipo; verificação do tipo objectivo;
existência de negligência: violação de um dever de cuidado.
1. A conduz em excesso de velocidade e atropela B, peão, por não poder travar a tempo.
Caso de negligência consciente: art. 15º/a. Falta de conformação.
2. C passa um sinal vermelho, no escuro da noite, numa estrada frequentada e em alta
velocidade, provocando um acidente.
Caso de dolo eventual: art. 14º/3: conformação do resultado.
3. A e B decidem roubar C, apertando-lhe o pescoço com uma correia de couro até que ele
perca a consciência. Propondo-se evitar a morte de C, que previram como possível,
resolveram golpeá-lo antes na cabeça com um saco de areia até que perdesse um
conhecimento. No acto, porém, o saco de areia rebentou e A e B reverteram ao plano
inicial, aplicando a correia de couro que tinham levado e apertando o pescoço de C até
que este se imobilizou, para em seguida se apoderarem dos seus pertences. Após o que,
receando que C já não respirasse, levaram a cabo procedimentos de reanimação; no
entanto C, já havia morrido.
Caso de dolo eventual: art. 14/3. Conformação do resultado.

Data: 23-04-18
Matéria: Imputabilidade objectiva.
Dolo eventual/negligência consciente

1. A conduz em excesso de velocidade e atropela B, peão, por não poder travar a tempo.

2. C passa um sinal vermelho, no escuro da noite, numa estrada frequentada e em alta


velocidade, provocando um acidente.

3. A e B decidem roubar C, apertando-lhe o pescoço com uma correia de couro até que ele
perca a consciência. Propondo-se evitar a morte de C, que previram como possível,
resolveram golpeá-lo antes na cabeça com um saco de areia até que perdesse um
conhecimento. No acto, porém, o saco de areia rebentou e A e B reverteram ao plano
inicial, aplicando a correia de couro que tinham levado e apertando o pescoço de C até
que este se imobilizou, para em seguida se apoderarem dos seus pertences. Após o que,
receando que C já não respirasse, levaram a cabo procedimentos de reanimação; no
entanto C, já havia morrido.

4. E, portador do vírus da SIDA e conhecedor do seu estado, mantém contactos sexuais não
protegidos com F, movido pela atracção que nutre por esta. E prevê como possível a
doença/morte do parceiro, mas resolve continuar. F não sabe que E está infectado. F é
infectada e acaba por morrer.

5. História de Guilherme Tell.


6. J e M, mendigos, mutilam R, S e T, crianças, para conseguir maior compaixão das pessoas
a quem estas pedem esmola. R morre em consequência dos ferimentos. J e M arrependem-
se de a ter mutilado, pois agora obtêm menos dinheiro.

7. Numa feira popular, D e E fazem uma aposta para ver qual deles consegue atingir a bola
que F, menina da barraca de tiro, segura na mão. D acaba por acertar em F, provocando-
lhe graves ofensas à integridade física.

8. Para receber o dinheiro do seguro, Arnaldo faz arder um prédio seu que não utilizava há
muito. No incêndio morre Bruno, um velhote que vinha habitando o prédio há uns meses
e que não conseguiu fugir por causa da embriaguez em que se encontrava. Arnaldo nunca
quis mal a Bruno, mas, durante a semana que antecedeu o incêndio, todas as suas
tentativas para convencer o velhote a deixar o prédio saíram frustradas.

9. A, adepto de um clube de futebol, foi ao estádio ver o jogo e resolveu disparar foguetes,
prevendo que estes sobrevoassem a bancada em frente, reservada aos adeptos rivais. O
primeiro foguete sobrevou as bancadas, tal como A tinha previsto. Ao efectuar este
segundo lançamento do foguete “very-light”, A previu que tal instrumento se dirigisse na
direcção norte, sendo sua intenção que o mesmo sobrevoasse a bancada de espectadores,
confiando que seguisse uma trajectória idêntica ao primeiro. Quando o disparou,
verificava-se no respectivo grupo de espectadores uma grande agitação, havendo abraços,
empurrões, saltos, gritos e outras exaltações. Em virtude do seu estado de euforia e da
permanente agitação das pessoas que se encontravam junto a si, envolvendo-o, A, no
momento em que empurrou a patilha que accionava a respectiva propulsão, inclinou mais
o foguete do que havia feito aquando do primeiro lançamento. Por conseguinte, o segundo
foguete atingiu um adepto da bancada em frente, causando a sua morte. Nessa noite, ao
ver as imagens na televisão em companhia de um seu amigo, o arguido ficou emocionado
e chocado, não contendo o incómodo que as mesmas lhe causavam.
Erro e casos análogos
10. Num campo de treino de tiro, A dispara sobre B, pensando que se tratava de um
boneco.
Situação no âmbito do art. 16º/1: A estava em erro face à representação dos elementos
normativos; isto exclui o dolo. Estamos também no âmbito do art. 15º/b – negligência
consciente – pois realizamos esta está no tipo legal de homicídio – art. 137º -, o tipo verifica-
se, pois é provável a causa de morte através de uma bala e há a violação de uma regra de
cuidado.
11. A, caçador, quer matar B, que também anda no campo a caçar. Vendo movimento
num arbusto, supõe que é B que lá está e dispara. No entanto, B estava noutro lugar
e a bala perdeu-se.
Tentativa impossível – art. 23º/2.
12. A não consegue dormir por causa de L, cão do seu vizinho G, que está sempre a
ladrar. Desesperado, vai para a janela do seu quarto e dispara para um vulto que
está no quintal do vizinho, que julga ser L. No entanto, o vulto que atinge era G, que
tinha ido ao quintal tentar acalmar L. G tem morte imediata.
Art. 16º/1.
13. C dispara, de longe, sobre D. D morre de imediato. Imagine que:
a. C dispara porque pensa que trata de E, seu inimigo.
Estamos perante uma situação de erro sobre a identidade da vítima – art. 16º/1 – apesar
de tal, isto somente exclui o dolo, e como tal este seria punido nos termos do art. 137/1.
b. C dispara sem perceber que a vítima é, na verdade, seu pai.
Estamos perante uma situação de erro sobre a identidade da vítima – art. 16º/1 – apesar de
tal, isto somente exclui o dolo, e como tal este seria punido nos termos do art. 137/1.
14. F atira G de uma ponte, prevendo que ela morra ao cair no rio. No entanto, G bate
com a cabeça no pilar da ponte, o que causa a sua morte.
Estamos perante uma situação de erro sobre o processo causal – art. 16º/1 -, nestes termos
cabe questionar se o desvio causal é previsível ou não. É, porém, previsível que G batesse com a
cabeça no pilar, e como tal o erro é irrelevante, pois o elemento cognitivo representou o facto.
15. H pretende matar I. Imagine que:
a. H pensa ter morto I com uma pancada na cabeça, tentando depois simular
um suicídio, enforcando-a. No entanto, I estava apenas inconsciente, vindo
a morrer com o enforcamento.
Estamos perante uma situação de erro sobre o processo causal – art. 16º/1. “”
b. H anestesia I para depois a enforcar. No entanto, I é alérgica à anestesia,
morrendo logo com esta.
“”
16. Bernardina, uma jovem muito ciumenta, aponta, de uma janela, uma arma ao ex-
companheiro, Anacleto, que passeia com o seu novo namorado. Por causa dos tremores
e da excitação, porém, erra o tiro e mata o namorado de Anacleto.
Erro sobre o objecto – art. 16º/1.
17. M quer afastar de uma competição hípica o seu rival desportivo N. Assim, dispara para
atingir N ou o cavalo deste. Quid juris se atingir o cavaleiro? Quid juris se atingir o
cavalo?
Negligência cavalo; tentativa cavaleiro.
CASO PRÁTICO DE QUID IURIS SOBRE IMPUTAÇÃO
1. Responsabilidade penal de Aurélio.
a. Crime de furto.
Face ao crime de furto de Aurélio, este é o autor imediato – art. 26º, primeira parte –, pois
este age por si na concretização do facto ilícito – subtracção de coisa móvel.
Face à acção deste é uma acção típica, isto é, há um comportamento livre e voluntário de
subtrair a coisa móvel – art. 203º/1. Ainda dentro da acção, ela é predicável de tentativa pelo art.
22º/1 e 2/c, pois este agente foi impedido por Custódio de consumar o crime na sua plenitude.
Face à imputação subjectiva, este facto ilícito foi realizado com um dolo directo – art. 14º/1
–, pois demonstrou vontade dirigida a um fim de concretizar a subtracção – elemento volitivo – e
demonstrou representar os elementos constitutivos da subtracção – elemento cognitivo – através
da concretização psíquica de perceber que está a roubar. Aqui o erro é inútil, e por isso não exclui
o dolo, pois é um erro sobre a identidade e não sobre os elementos constitutivos do tipo legal.
b. Crime de homicídio.
Temos aqui dois possíveis crimes: um crime de homicídio – art. 131º – e um crime de recusa
de médico. Como tal, estamos perante um concurso efectivo de crimes, e como tal somente o mais
gravoso em termos de penal terá relevância na imputabilidade: o crime de homicídio prevalece
sobre a recusa de médico.
Face ao crime de homicídio de Aurélio, este é o autor imediato – art. 26º, primeira parte –,
pois não age quando devia contribuindo assim para a morte do Barão.
Face à omissão; estamos perante uma omissão impura, sita no art. 10º/2, que por via da
cláusula de equiparação será tida como uma acção para fins de imputação num tipo legal que
requeira omissão o que neste caso seria o acto de matar no art. 131º. A justificação para se referir
que estamos perante uma omissão impura seria pelo facto de Aurélio como médico contratado
para assegurar a saúde do barão incumpre com o seu dever de garante – art. 10º/2 – que advém
do contrato que tinha para com o Barão e também pela sua própria função como médico.
Face à imputação objectiva; pela teoria da causalidade adequada, nos é permitido perceber
pelo texto que o Barão iria morrer dentro de pouco tempo sem devido apoio médico, talvez se
traduza na situação em concreto que talvez fosse bastante provável que para o homem médio com
os conhecimentos médicos de Aurélio que o Barão iria morrer, id est, há uma alta
previsibilidade na perspectiva ex ante do homem médio com aqueles conhecimentos
especiais perceber que o Barão iria morrer – imputa-se ao Aurélio o crime de homicídio por
se previsível que a sua omissão iria produzir aquele resultado.
Face à imputação subjectiva; ponderamos pela via de haver um dolo eventual – art. 14º/3 –,
pois presumimos que devido à situação de Aurélio ser médico, que este muito provavelmente se
conformou com o resultado e optou fugir: por conformação queremos dizer que representou essa
probabilidade e a tomou como séria e mesmo assim nada vez. DOLO NECESSÁRIO
>Omissões = teoria do risco = não há causas na acção: aplicar somente os critérios do risco.
>Acção = ambas.
c. Crime de ofensa à integridade física simples.
Face à autoria, esta é pelo art. 26º, primeira parte, imediata, uma vez que ele age por si afim
de concretizar os factos penalmente relevantes.
Face à acção; ela é típica, uma vez que há um comportamento livre e voluntário dirigido ao
fim de criar ofensa à integridade física de Aurélio – art. 143º.
Face à imputação objectiva; pela teoria da causalidade adequada, julgamos o homem médio
numa perspectiva acharia provável que tal resultado se consumasse: independentemente da marca
do telemóvel assumimos que um mordomo –provavelmente velho e por isso frágil – seria fácil de
criar moça. Como tal, imputaríamos o crime de ofensa à integridade física a Aurélio, por atirar o
telemóvel ser uma causa idónea a ofender a integridade física de Custódio.
Face à imputação subjectiva; este fê-lo como dolo directo – art. 14º/1 –, pois:
>Elemento volitivo: tinha vontade dirigida àquele resultado.
>Elemento cognitivo: representou a concretização do telemóvel acertar no mordomo.
2. Responsabilidade penal de Custódio.
a. Crime de homicídio tentado.
Face à autoria; Custódio é o autor imediato, pois age por si na consumação do facto ilícito
– art. 26º/1.
Face à acção é típica; há um comportamento livre e voluntário dirigido ao homicídio de
Aurélio – art. 131º. Porém, não se consome no resultado, por isso é só uma tentativa de homicídio
– art. 22º/1 e 2/c.
Face à imputação subjectiva; há dolo directo, tanto o elemento cognitivo como o elemento
volitivo estão preenchidos, pois este representou a verificação do disparo do tiro para matar
alguém e agiu de maneira afim – art. 14º/1.
A. Crime de homicídio negligente.
Face à autoria; Custódio é o autor imediato, pois age por si na consumação do facto ilícito
– art. 26º/1.
Face à acção é típica; há um comportamento livre e voluntário dirigido de alguém– art.
131º. Porém, este somente não configura a real identidade desse alguém, o que nos permite crer
a existência de um erro sobre a identidade que exclui o dolo – art. 16ª/1.
Face à imputação objectiva; na teoria da causalidade adequada, é importante
questionarmo-nos se era provável para o agente médio que tal comportamento fosse originar
aquele resultado. Presume-se que sim, seria bastante provável, e como tal, imputa-se.
Face à imputação subjectiva; estamos perante negligência inconsciente – art. 15º/b.
Face à imputação subjectiva; há dolo, pois a este falta aqui o elemento cognitivo, visto
que nada apresenta o caso de ter representado a mera possibilidade de a bala acertar em alguém,
o que nos leva a crer que estamos perante uma negligência inconsciente – art. 15º/a.
Art. 38º/4.
Art. 31, 32. 33, 34, 36 e 38º/4
As causas de supra-legais.

>Art. 38º/4:!!!!!!!!!!!

>tentativa há desvalor da acção e não desvalor do resultado.


>38º/4: aplicar analogicamente às situações de legítima defesa em falta um dos elementos das
causas de exclusão de ilicitude.
>Limites de manipulação:
>Um animus agressivo vem limitar a exclusão de ilicitude.
>16/2 vs 17: primeiro erro-facto, segundo erro-ilicitude.
>Excesso:
>>primeira hipótese: caso 1 dos casos sobre ilicitude Bento e António: caso do excesso: se não
existisse erro haveria erro: Mesmo que Bento o fosse agredir; é proporcional que António lhe
desse um tiro? O Excesso é independente do erro: há um excesso que é indepente do erro: excesso
e erro 16/2; art. 33º. Quando o excesso for independente do erro não faz sentido aplicar o art.
16/2, mas sim o art. 33. O excesso pode não ser censurável, mas se o erro o for: dupla analogia
do art. 33 e o art. 16/3. Sou punida por negliência. Excesso punido por negligência. Art. 33: por
analogia em vez de aplicar o 16/2 (excesso é indie); o excesso é censurável: art.
>duas fases: !!!!!!!!!!!!!!!!
>Caso 2 (só ajo excesso extensivo: continua a disparar, porque estava enganado porque o agressor
ia continuar agredi.lo); se não houvesse erro haveria excesso? A resposta é não. Só há excesso
porque há erro, é o erro que motiva o excesso nesta circunstâncias diz que o erro consome o
excesso: art. 16º/2 e 3.
>uma fase;!!!!!!!!!!!!!!!!
>era exigível que agisse de outra maneira?
>Direito de necessidade e conflito de deveres!!!!!!!!!!!
>

Nótulas de exames:
Está preenchida a dimensão quantitativa da acessoriedade limitada (houve pelo menos inicio da
execução), bem como da respectiva dimensão qualitativa (F praticou um facto típico e ilícito,
sendo certo que tais qualificativos não são afastados ainda que se entenda que F atuou numa
situação de artigo 38.º, n.º 4, do CP);
uma situação de impossibilidade fáctica de acção
Está cumprido o requisito da acessoriedade, tanto na vertente quantitativa (pois Otelo iniciou e
até consumou a execução do facto), como na vertente qualitativa (o facto de Otelo é típico, doloso
e ilícito).
uma vez que o instigador apenas poderia ser punido a título doloso e por determinação à prática
de um facto doloso. Logo, em virtude do erro do regime do erro do artigo 16º/2 (exclusão do
dolo), José não poderá ser responsabilizado como instigador das ofensas à integridade física de
Daniel
(interrupção do nexo de imputação objectiva em virtude do comportamento ilícito de terceiro)
AUTORIA IMPLICA DOLO.
um conceito unitário ou extensivo de autor nos crimes negligentes, Diamantino só poderá
responder pela ofensa grave negligente de Gaspar como autor imediato (artigo 26.º, 1.ª
proposição), e não como autor mediato de um crime negligente. a ação tenha sido desvaliosa, o
resultado não o foi.
artigo 27.º, n.º 1, a cumplicidade só é punida quando haja dolo.
Estão verificados os elementos objectivos do conflito de deveres. Sobre Jivago recaíam dois
deveres na situação concreta, sendo ambos igualmente vinculativos. O cumprimento de ambos
era impossível, pois nenhum podia esperar, pelo que Jivago era obrigado optar, sendo a escolha
livre (na medida em que nenhum dos deveres prevalece, por não se verificar nenhum factor de
preponderância de um sobre o outro).
Consentimento presumido: só pode ser feita face a pessoas com capacidade de consentir. Indícios
objectivos de ex ante…temos de usar uma perspectiva ex antes com todos os indícios que temos
para prever qual seria o consentimento da pessoa: o que interesse é a capacidade da pessoa de
consentir…Rui Pereira: não há um verdadeiro conflito de interesses: consentimento presumido
do tribunal: face ao salvamento da criança;

Culpa: Franky: norma de ilicitude e uma norma de culpa; afectada as motivações normais do
homem médio; ele condicionada por estas condições anormais; pode violar a norma da ilicitude
mas não a “””””META-NORMA””””””””””. Não se deve atender ao homem médio, mas sim às
condições típicas que preceptivamente acorrentam ao homem a um percurso.
O princípio da desculpa.
Culpa da vontade: poder de agir de outra maneira; punir pelo carácter; liberdade de se decidir a si
mesmo; princípio da desculpa: não podemos tomar o livre-arbítrio.

>sistema ético-afectivo do agente: verificar se está a realizar afectos.

>princípio da desculpa, MFP.


>Tentativa possível, MFP.
>Nós estamos a censurar o agente por ter determinada personalidade.
>MFP: circunstâncias no agente em que ele não possa ser avaliada face ao homem médio.
>MFP: dois factores: agente concreto e ???: dois blocos de situações: estado de afecto em concreto
e contexto ético-social que o impediu de aceder aos valores sociais.
>Rectitude da consciência errónea: estar perante uma situação de conflito; homem fiel ao direito;
flexibilidade doutrinal.
FD: intuição. Generalista.
MFP: racionalista. Circunstancialista.

Potrebbero piacerti anche