Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Macaé
2018
1
Orientadores:
Macaé
2018
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 03
ESTRUTURA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA ...................................................................04
O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA TRABAHAR ESTE TEMA EM SALA DE AULA
.............................................................................................................................................05
Aspectos históricos sobre a natureza da luz ........................................................................05
Efeito Fotoelétrico ...............................................................................................................06
Dualidade onda-partícula .....................................................................................................11
O interferômetro de Mach-Zehnder e os pressupostos básicos da física quântica .............12
A Interpretação de Copenhague ..........................................................................................16
Avaliação 1 ................................................................................................................25
Avaliação 2 ................................................................................................................29
Avaliação 3 ................................................................................................................33
Avaliação 4 ................................................................................................................42
3
APRESENTAÇÃO
Caro professor,
Este material foi desenvolvido com o intuito de orientá-lo na utilização da História em
Quadrinhos (HQ) que lhe foi apresentada. É importante deixar claro que não temos como meta
oferecer um manual de instruções, afinal somente o próprio professor é capaz de identificar que
estratégia de ensino será melhor aproveitada pela turma. Ao contrário, o que queremos é mostrar
uma possibilidade de aplicação e, caso julgue o método utilizado satisfatório, adote a proposta e
dissemine boas práticas educativas.
4
É importante frisar que quatro aulas é um número muito pequeno para se trabalhar os
assuntos propostos com a profundidade que julgamos adequada. Por isso, sugerimos que, caso o
planejamento didático permita um número maior de aulas, assim o faça e incremente as
avaliações aqui apresentadas com outras questões de cunho teórico ou algébrico que possam ser
pertinentes ao tema, afinal, restringimos nossas avaliações a um número pequeno de questões,
para que fosse possível se adequar ao cronograma.
Destacamos que este material não se restringe ao currículo do estado do Rio de Janeiro,
podendo ser adaptado a qualquer escola que esteja trabalhando o tema. No que se refere à maneira
de disponibilizar a HQ, acreditamos que a divulgação impressa pode ser muito proveitosa.
Contudo é mais prática a divulgação por meio eletrônico. Por fim, salientamos que não havendo
possibilidade de divulgação nas maneiras apresentadas, sugerimos uma última estratégia: a
apresentação da HQ em Datashow, para leitura simultânea.
5
Luz pode ser entendida de diferentes maneiras. Uma criança poderia dizer que luz é tudo o
que ilumina, ou ainda que é aquilo que sai de uma lâmpada quando acionamos o interruptor.
Numa definição mais sofisticada, Bohr (1995, p. 06) trata a luz como “uma transmissão de
energia entre corpos materiais à distância”. Compreender o comportamento da luz é uma tarefa
que desafiou a ciência durante muitos séculos e tem suas origens na Grécia antiga, quando
filósofos como Platão (427 – 347 aC), tentando entender como o ser humano era capaz de
enxergar, propôs que os objetos visíveis emitiam partículas luminosas que podiam ser captadas
pelos olhos. Aristóteles (384 – 322 aC) por outro lado, pensava que para ser capaz de enxergar
era necessário que saísse dos olhos uma onda vibratória, que atingia os objetos e tornava-os
visíveis. Ainda que de maneira muito rudimentar, é possível perceber entre esses filósofos duas
concepções completamente distintas acerca do que é luz: uma apresentando um caráter
corpuscular e outra propondo que a luz seja de natureza ondulatória.
O avanço da ciência possibilitou um estudo mais aprofundado sobre o assunto e à medida
que novas evidências experimentais iam surgindo, essas duas teorias tornavam-se bem mais
elaboradas. Até o final do século XVII, “a óptica geométrica e a fabricação de lentes eram bem
compreendidas, mas a natureza da luz era ainda um mistério” (RIBEIRO et al, 2016, p. 07). Em
1690, Huygens propôs que a luz deveria se comportar como pulsos não periódicos propagados
pelo Éter (MOURA, 2016). Essa ideia, apesar de ainda não tratar da natureza ondulatória tal
como conhecemos hoje, permitiu que Huygens explicasse de maneira satisfatória a reflexão e a
refração.
Na contramão das ideias de Huygens, Newton, em 1704, publica Óptica e neste trabalho
adota uma concepção corpuscular para a luz sem que, no entanto, a defenda abertamente. Apesar
de Huygens e Newton terem feito publicações em datas próximas, a influência do segundo na
comunidade científica da época, garantiu que seus trabalhos tivessem mais notoriedade e,
consequentemente, que a teoria corpuscular fosse aceita por um bom tempo.
Cem anos depois, em 1800 (PIRES, 2011), os trabalhos de Thomas Young colocavam a teoria
ondulatória em evidência. Ele mostrou que quando um feixe de luz atravessava uma fenda, um
padrão de interferência era produzido num anteparo. A partir daí fortes evidências experimentais,
tais como os trabalhos de Fresnel (1826), que em colaboração com Arago permitiram chegar à
conclusão de que “as ondas luminosas eram transversais e a polarização passou a ser explicada
em termos da teoria ondulatória” (PIRES, 2011, p. 265) e Foucault, que em 1862 mostrou que a
6
velocidade da luz era menor na água que no ar (PIRES, 2011), corroboravam para a consolidação
da teoria ondulatória. Estas comprovações ratificavam as previsões de Huygens. A partir de 1862,
Maxwell iniciava uma série de publicações sobre o Eletromagnetismo, indicando que a luz
poderia ser explicada através da teoria ondulatória.
Uma grande reviravolta na história levantou questionamentos sobre até que ponto a teoria
ondulatória era suficiente para explicar o comportamento da luz. Em 1888 (NUSSENZVEIG,
1997, p. 02), procurando encontrar uma comprovação física das ondas eletromagnéticas de
Maxwell, Hertz descobriu acidentalmente o efeito fotoelétrico. Na época ele não conseguiu
explicar o que estava acontecendo e, em 1902 Phillipp Lenard estudando raios catódicos
percebeu que
“... aumentada a intensidade da luz – graças, por exemplo, a colocar-se a sua fonte em
posição mais próxima à das placas de metal – não aumentava a energia dos elétrons
ejetados, mas apenas seu número. Do ponto de vista ondulatório, isso era um mistério.”
(BERNSTEIN, 1975, p. 163).
O efeito fotoelétrico poderia ser explicado pela teoria ondulatória se a energia dos elétrons
aumentasse junto com a intensidade da luz. A explicação adequada para este fenômeno foi dada
por Einstein, em 1905 (BERNSTEIN, 1975) a partir do princípio de quantização da energia e lhe
rendeu o prêmio Nobel em 1921. Milikan, em 1916 (BERNSTEIN, 1975) fez os primeiros
estudos quantitativos sobre o assunto comprovando a equação de Einstein para o efeito
fotoelétrico.
Os trabalhos de Hertz, Einstein, Milikan e Lenard vão na contramão da teoria ondulatória.
A ideia de que a luz assume quantidades discretas de energia não se encaixa na tese de luz
enquanto algo contínuo como proposto pela teoria ondulatória. Como afirma Feynman, a luz
“Comporta-se de uma maneira própria e inimitável, que tecnicamente podemos chamar de
maneira quântica, que difere de tudo o que vocês já viram”. (FEYNMAN, 2012, p.134).
Esta maneira quântica a qual Feynman se refere, trata-se do conceito de dualidade onda-partícula,
havendo na literatura diferentes maneiras de se interpretar este termo. Bohr, por exemplo, assume
que a dualidade pressupõe fenômenos complementares, enquanto Heisenberg defende o princípio
da incerteza. Hugh Everett, por outro lado propõe a tese dos estados relativos, que mais tarde De
Witt apelidou de Muitos Mundos.
EFEITO FOTOELÉTRICO
clássico poderia assumir qualquer valor entre 0 e infinito. Ao contrário, o que se teria seriam
valores que satisfizessem a relação:
𝐸 = 𝑛ℎ𝜈, (I)
a) b)
Figura 1: Esquema representativo de um eletroscópio de dupla folha (a) carregado negativamente; (b) sendo
descarregado por luz ultravioleta. Fonte: Elaborado pela autora.
Do ponto de vista clássico, poderia se supor que aumentada a intensidade (I) do feixe de
luz incidente, ocorreria também um aumento na amplitude do campo elétrico oscilante (Erms),
uma vez que a primeira é diretamente proporcional ao quadrado da segunda, como mostrado na
equação a seguir:
1 2
𝐼= 𝑐𝜀0 𝐸𝑟𝑚𝑠 ,1 (II)
2
1
Para mais detalhes ver NUSSENZVEIG – 03 (2007. Seção 12.5)
8
Um experimento mais acurado sobre o efeito fotoelétrico foi feito por Philipp Lenard e lhe
rendeu o Nobel em 1905 (LENARD, 1906). Nele alguns dos elétrons arrancados de uma placa
de alumínio podiam ser detectados numa outra placa, colocada próxima à primeira. Neste caso,
uma diferença de potencial (V) era verificada e consequentemente havia passagem de corrente,
que podia ser aferida com um amperímetro (i). A figura 2, esquematiza esta situação:
A primeira conclusão que se pode depreender deste experimento é que quanto maior a
intensidade luminosa, mais elétrons serão arrancados do metal e consequentemente, maior
também será a corrente medida pelo amperímetro.
Se for colocada uma bateria, de modo que a placa onde a luz incide corresponda a um
catodo e a outra, um anodo, àqueles elétrons que estavam sendo arrancados do metal seriam
acelerados em direção a outra placa. Se a diferença de potencial estabelecida for muito grande, a
corrente medida irá saturar para um determinado valor, no qual todos os elétrons arrancados da
primeira placa consigam atingir a segunda.
No entanto, se a polaridade da bateria for invertida, o valor da corrente não cai
imediatamente a zero. Isso sugere que os elétrons são arrancados da placa com uma determinada
energia cinética dada por:
𝐸𝑐 = 𝑞. 𝑉, (III)
𝐸𝑐 = 𝐸 − 𝜙. (IV)
mais, ainda com polaridade invertida, haveria um instante para o qual nenhum elétron conseguiria
atingir à placa oposta. Essa diferença de potencial limite é denominada potencial de freamento e
a experiência revela que independente da intensidade da luz incidente, o valor deste potencial
será o mesmo, como mostrado na figura 3 e consequentemente a energia cinética máxima com a
qual os elétrons poderão ser arrancados também será a mesma.
Figura 3: Gráfico que relaciona diferença de potencial aplicada e intensidade de luz incidente. Fonte:
NUSSENZVEIG (1997, p. 250).
Frequência de corte.
Partindo dessa premissa, todas as evidências experimentais apresentadas acima podem ser
satisfeitas.
A confirmação experimental desta hipótese apresentada por Einstein veio em 1926, por
Millikan e está representada na figura 4:
Essa sequência de eventos novamente coloca em xeque a natureza da luz, que até então os
fatos experimentais indicavam ser de origem ondulatória. O desenvolvimento da teoria quântica
levou os físicos a reverem suas concepções e outros experimentos corroboraram para que um
novo modelo pudesse colocar um ponto final nesta discussão. Trata-se da dualidade onda-
partícula.
DUALIDADE ONDA-PARTÍCULA
entanto, algo não pode ser contínuo e discreto ao mesmo tempo. Como afirma Feynman, “é nesse
sentido que a luz pode ser entendida como partícula. Essa unidade mínima de energia, ao qual
chamamos fótons possui propriedades que não podem ser explicadas assumindo apenas as
características discretas” (2012, p. 134).
Osvaldo Pessoa Junior apresenta duas maneiras para definir dualidade onda-partícula, uma a qual
denomina versão fraca:
e outra a qual denomina versão forte e que está arraigada à Interpretação de Copenhague, que
será apresentada mais adiante neste capítulo:
Figura 6: Representação esquemática de um feixe transmitido e refletido pelo primeiro divisor de feixes e suas
trajetórias no IMZ. Fonte: elaborado pela autora.
No segundo divisor de feixes, toda a luz incidente se recombina, podendo haver detecção
em A ou em B.
Ao realizar esta experiência, apenas o detector A sinaliza a presença de luz e, no regime
clássico, isso pode ser explicado recorrendo-se ao eletromagnetismo, que trata a luz como uma
onda eletromagnética. Isso significa que um feixe de luz laser monocromática, quando incide no
interferômetro, tem um campo elétrico que pode ser descrito através da relação:
𝐸⃗ = ⃗⃗⃗⃗
𝐸0 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜙), (VII)
onde ⃗⃗⃗⃗
𝐸0 corresponde a amplitude do campo elétrico, k é o número de onda, ω é a frequência
angular e é a fase da onda. Como toda função senoidal, haverá máximos e mínimos de
amplitude para o campo elétrico. É sabido também que quando duas ondas em fase se superpõem
ocorre uma interferência 100% construtiva. Por outro lado, se duas ondas em oposição de fase se
superpõem ocorrerá interferência 100% destrutiva. Para além disso, vale lembrar que para um
espelho 100% refletor a luz nele incidente sofrerá uma defasagem equivalente a π
(NUSSENZVEIG, 1997, p.113), enquanto que em um divisor de feixes, a reflexão resultará numa
defasagem de π/2 (DEGIORGIO, 1980).
Dito isto analisemos novamente o interferômetro: a parte do feixe que segue pela trajetória
1, sofre um deslocamento de fase equivalente a 3π/2 para que seja detectada em A, e π para que
14
seja detectada em B, enquanto que a parte do feixe que segue pela trajetória 2, sofre um
deslocamento de fase igual a 3π/2 para que seja detectada em A e 2π para que seja detectada em
B, conforme ilustrado na figura 7:
Figura 7: Esquema representativo e em cores fantasia das trajetórias descritas pelos feixes no IMZ. Fonte:
elaborado pela autora.
Quando os feixes que seguem pelas trajetórias 1 e 2 chegam ao segundo divisor de feixes,
ocorrerá uma superposição construtiva no detector A e destrutiva no detector B, resultando em
detecção apenas em A.
Se o Interferômetro é colocado em regime quântico, ou seja, com os fótons sendo inseridos
individualmente no aparato experimental, deveríamos a priori considerar que metade dos fótons
seriam detectados em A e a outra metade em B, uma vez que são unidades mínimas de luz e,
portanto, indivisíveis, tornando impossível haver interferências no aparato experimental. No
entanto, a experiência revela que apenas o detector A continua acendendo.
Isso significa que de alguma maneira fótons, ainda que incidam um a um no interferômetro
continuam sofrendo interferência. É nesse ponto que se encontra uma das bases da física quântica,
ao qual denominamos dualidade onda-partícula.
Recorrendo ao formalismo da MQ pode-se afirmar que cada trajetória possível para os
fótons descreverem dentro do interferômetro corresponde a um estado, que pode ser representado
por um vetor no espaço de Hilbert. Na notação de Dirac, representamos esse estado por um ket
|𝜓1 ⟩ ou |𝜓2 ⟩. Esses estados evoluem de maneira linear e determinística de acordo com a equação
de Schroedinger:
d
iℏ dt |ψ(t)⟩ = H(t)|ψ(t)⟩ , (VIII)
15
onde i é um número complexo, ħ é uma constante, |ψ(t)⟩ é o vetor de estado e H(t) é o observável
associado com a energia total do sistema.
Quando o fóton passa pelo primeiro divisor de feixes, não se sabe que trajetória ele irá
descrever. Assume-se então que o fóton se encontra em uma superposição de todos os estados
possíveis, que matematicamente corresponde à soma dos estados |𝜓1 ⟩ e |𝜓2 ⟩, de modo que |𝜓⟩ =
1 𝑖
|𝜓1 ⟩ + |𝜓2 ⟩.
√2 √2
Se fosse colocado um terceiro detector num dos braços do interferômetro como indicado
na figura 8, teoricamente seria possível prever por qual caminho rumou o fóton, uma vez que, se
houvesse detecção em C, então o fóton teria seguido por 1, caso contrário, 2.
Figura 8: Esquema representativo e em cores fantasia de um IMZ com três detectores e em regime monofotônico.
Fonte: elaborado pela autora.
A experiência, no entanto, revela que após atravessar o primeiro divisor de feixes há uma
superposição de estados que desaparece no instante em que se sabe qual trajetória o fóton
descreveu. Assim o padrão de interferência dá lugar a uma detecção corpuscular, com 50% dos
fótons em A e 50% em B. Dito de outro modo, pode-se afirmar que ao efetuar uma medida sobre
a trajetória do fóton, a superposição de estados será destruída, fazendo com que haja detecção
localizada num auto-estado do Observável em questão, ou seja, “a passagem de uma
superposição de estados para um estado específico é feita por um operador de projeção e, assim,
essa redução de estado (ou redução do pacote de onda) acontece de acordo com o postulado de
projeção”2 (FREITAS; FREIRE JR, 2008, p. 2307-3).
2
Se a medição da grandeza física 𝒜 é realizada no sistema que se encontra no estado |ψ⟩ der o resultado an, o
Pn |ψ⟩
estado do sistema imediatamente após a medição é a projeção normalizada , de |ψ⟩ no subespaço
√⟨ψ|Pn |ψ⟩
A INTERPRETAÇÃO DE COPENHAGUE
Majoritariamente foram as ideias de Bohr que deram origem a esta interpretação, tendo
havido colaboração de diversos físicos, tais com Heisenberg, Einstein, Dirac etc. Baseia-se no
princípio da complementaridade apresentado pela primeira vez em 1927 no Congresso
Internacional de Física realizado em Como na Itália (PESSOA JR, 2006, p.91).
Como destacam Camara e Simon (2015, p.230), Bohr nunca deu uma definição clara do
que significa o termo complementaridade, havendo apenas um vasto material que explica o tema
das mais variadas formas. Pessoa Jr (2006, p.93) fazendo alusão ao trabalho de Weizsäcker
(1955) afirma haver três tipos de complementaridade ao longo da obra de Bohr, sendo a que mais
17
se volta aos propósitos deste trabalho, a complementaridade entre partícula e onda já apresentada
no início deste capítulo como sendo a versão forte para a dualidade onda-partícula. Segundo o
autor
Esta definição exprime bem o que se observa no IMZ. De acordo com a montagem
experimental é possível verificar um comportamento ondulatório ou corpuscular, mas nunca
ambos ao mesmo tempo.
Aproximadamente na mesma época em que Bohr desenvolveu o princípio de
complementaridade, Heisenberg postulou o princípio de incerteza aplicável a grandezas que não
comutam, como posição e momento por exemplo, de forma que “a precisão de nossa medida está
inerentemente limitada pelo processo de medida em si” (EISBERG, 1979, p.98), de modo que,
ħ
∆𝑃𝑥 . ∆𝑥 ≥ 2, (IX)
3
A interpretação dos Estados Relativos desenvolvida por Hugh Everett em 1957 (NETO, p.74) busca explicar o
comportamento quântico a partir da evolução temporal da equação de Schroedinger sem que seja necessário recorrer
à ideia de redução de estado ao se realizar uma medida por um observador externo. Esta interpretação, mais tarde
(1973) foi apelidada de Muitos Mundos por Bryce DeWitt,
18
respondido assumindo que este corte deverá ser feito a partir do momento em que se fizer
necessário utilizar a complementaridade.
Disciplina: Física
Modalidade: Ensino Médio – Ano de escolaridade: 3º ano
Número de aulas: duas aulas de 50 minutos
1. Objetivos
Nesta aula os alunos deverão ser inseridos no debate sobre a natureza da luz revisitando
alguns conceitos de ondulatória trabalhados no bimestre anterior.
2. Pré-requisitos
3. Organização do conteúdo
19
4. Recursos utilizados
5. Aplicação do conhecimento
6. Avaliação
7. Referências Bibliográficas
BONJORNO, J. R.; RAMOS, C. M.; PRADO, E. P.; BONJORNO, V.; BONJORNO, M. A.;
CASEMIRO, R. Física. V. 02, 3 ed. São Paulo: FTD, 2016.
1. Objetivos
20
Nesta aula os alunos deverão ser apresentados ao efeito fotoelétrico a partir da análise se
um experimento com o eletroscópio de dupla folha.
2. Pré-requisitos
3. Organização do conteúdo
4. Recursos utilizados
5. Aplicação do conhecimento
21
6. Avaliação
7. Referências Bibliográficas
1. Objetivos
Nesta aula os alunos deverão ser apresentados ao conceito de dualidade onda-partícula sob
à luz da Interpretação de Copenhague.
2. Pré-requisitos
3. Organização do conteúdo
4
Se possível seria interessante o professor reproduzir este experimento em sala de aula.
22
4. Recursos utilizados
5. Aplicação do conhecimento
1º - O professor fará uma leitura dinâmica das partes 3 e 4 (até o final da página 34
somente) da História em quadrinhos;
2º - O professor fará uma explanação breve, sobre o que acabaram de ler e responder a
eventuais dúvidas que podem ter surgido nos alunos.
3º - Os alunos responderão a avaliação 3.
6. Avaliação
7. Referências Bibliográficas
PESSOA JR, O. Conceitos de Física Quântica. 1 ed. São Paulo: Editora Livraria da Física,
2003.
1. Objetivos
Apresentar a Interpretação de Copenhague fazendo com que os alunos entendam que esta
não é única, havendo na literatura interpretações alternativas, como por exemplo a Interpretação
dos Muitos Mundos.
2. Pré-requisitos
3. Organização do conteúdo
4. Recursos utilizados
5. Aplicação do conhecimento
1º - O professor fará um resgate de tudo o que foi apresentado nas aulas anteriores:
modelo corpuscular e ondulatório, apresentando as principais ideias sobre o
assunto, seguindo com uma recapitulação do efeito fotoelétrico e o conceito de
fóton, enfatizando de que maneira essa descoberta trazia à tona o debate sobre a
24
6. Avaliação
7. Referências Bibliográficas
PESSOA JR, O. Conceitos de Física Quântica. 1 ed. São Paulo: Editora Livraria da Física,
2003.
AVALIAÇÕES APLICADAS
AVALIAÇÃO 1
1. (UFMG) Marília e Dirceu estão em uma praça iluminada por uma única lâmpada.
Assinale a alternativa em que estão CORRETAMENTE representados os feixes de luz que
permitem a Dirceu ver Marília.
2. (BONJORNO - Adaptado) Com relação aos fenômenos ondulatórios e seus efeitos, julgue
a veracidade dos itens a seguir:
(1) A difração só ocorre em ondas transversais.
(2) Polarização é um fenômeno que ocorre com diversos tipos de onda.
(3) A difração por uma única abertura, no tratamento de Huygens, é equivalente a uma
interferência de muitas fontes puntiformes distribuídas sobre a abertura.
(4) Dois movimentos ondulatórios ficam, em dado instante, em oposição quando a diferença
de fase entre eles corresponde a um número inteiro de meio comprimento de onda.
(5) O efeito de difração de ondas é mais acentuado quando estas passam através de aberturas
de tamanho menor ou comparável ao comprimento de onda.
GABARITO
1. A
2.
(1) F
(2) F
(3) V
(4) V
(5) V
3. C
4. A
5. E
6.
29
AVALIAÇÃO 2
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
b) Se fosse utilizada luz branca, ao invés de utilizar a luz ultravioleta, o eletroscópio seria
descarregado de igual maneira? Justifique sua resposta:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III. (correta)
30
3. (UFSC) Dispõe-se de uma placa metálica M e de uma esferinha metálica P, muito leve,
suspensa por um fio isolante, ambas inicialmente neutras e isoladas. Um feixe de luz violeta
incide sobre a placa, e, logo em seguida, a bolinha é atraída. Repetindo-se a operação com a luz
vermelha, isso não ocorre.
b) Qual é a frequência mais baixa da luz incidente capaz de arrancar elétrons do metal?
31
GABARITO
1.
(A) Os fótons da luz ultravioleta possuem alta energia e a absorção dos fótons pelos elétrons do
eletroscópio, faz com que esses elétrons adquiram energia cinética suficiente para que saltem
do metal descarregando o eletroscópio.
(B) Não. A luz branca possui uma frequência menor do que a ultravioleta e, como
consequência sua energia é menor. Se um elétron absorve um fóton da luz branca, não
conseguirá energia cinética suficiente para que ocorra emissão fotoelétrica
(C) Não. Pois o efeito fotoelétrico ocorre a partir da emissão de elétrons do metal. Se o
eletroscópio está carregado positivamente então há falta de elétrons no material, impedindo que
o fenômeno ocorra.
3.
(1)F
(2) F
(4) F
(8) F
(16) V
(32) F
4.
Dados:
h = 6,62.10-34 J.s
ν = 4.1014 Hz
𝐸 = ℎ. 𝜈
𝐸 = 6,62. 10−34 . 4. 1014
𝐸 = 26,48. 10−20
𝐸 = 2,65. 10−19 𝐽
5.
(A)
Dados:
= 2,5 eV
λ = 6,0.10-7m
h = 4,2.10-15 eVs
c = 3.108 m/s
sabendo que
𝑐 = 𝜆. 𝜈
𝑐
𝜈=
𝜆
32
3. 108
𝜈=
6. 10−7
𝜈 = 0,5. 1015
𝜈 = 5. 1014 𝐻𝑧
𝐸𝑐 = 𝐸− 𝜙
𝐸𝑐 = ℎ. 𝜈 − 𝜙
𝐸𝑐 = 4,2. 10−15 . 5. 1014 − 2,5
𝐸𝑐 = 21. 10−1 − 2,5
𝐸𝑐 = 2,1 − 2,5
𝐸𝑐 = − 0,4 𝑒𝑉
O valor encontrado para a energia cinética não é válido. Isto significa que não ocorrerá emissão
fotoelétrica.
(B)
Se a função trabalho do metal é 2,5 eV, isso significa que seria necessário que a energia que
os elétrons precisam absorver tem que ser maior que este valor, portanto:
𝐸 = 2,5 𝑒𝑉
Mas,
𝐸 = ℎ. 𝜈
2,5 = 4,2. 10−15 . 𝜈
2,5
𝜈=
4,2. 10−15
𝜈 = 0,59. 1015
𝜈 = 5,9. 1014 𝐻𝑧
AVALIAÇÃO 3
1. É possível saber a trajetória do fóton e verificar uma figura de interferência nos anteparos
do Interferômetro de Mach-Zehnder? Justifique:
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
2. No esquema a seguir um único fóton atinge um detector que acende luz verde:
a) Nessa situação há dúvida sobre a trajetória que o fóton descreveu até atingir o detector?
( ) Sim
( ) Não
Detector B
Detector A
Detector A
Detector B
5. Agora temos três divisores de feixes permitindo aos fótons rumarem um a um, por
quatro trajetórias diferentes e, em consequência, serem detectados em A, B, C ou D.
Detector A
Detector B
Detector C
Detector D
( ) Partícula ( ) Trajetória A
( ) Onda ( ) Trajetória B
( ) Trajetória C
Explique porque isso acontece: ( ) Trajetória D
( ) Não é possível saber a trajetória do
_____________________________________ fóton
_____________________________________
_____________________________________ Explique porque isso acontece:
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________ ________________________________
36
Detector C
Detector A
Detector B
( ) Partícula ( ) Trajetória A
( ) Onda ( ) Trajetória B
( ) Não é possível saber a trajetória do
Explique porque isso acontece: fóton
_____________________________________ Explique porque isso acontece:
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_______________________________ ________________________________
Detector A
Detector B
8. Este experimento é parecido com o que foi apresentado no item 2. No entanto, assim que
o fóton passa pelo primeiro divisor de feixes o segundo divisor é retirado como mostrado na
figura:
Detector A
Detector B
38
GABARITO
1. Não. Pelo princípio da indistinguibilidade de trajetórias, só se pode identificar um
comportamento ondulatório, como a interferência por exemplo, se não for possível
determinar a trajetória do fóton.
2.
(A) Não
(B) Partícula
Explique por que isso acontece: Se é possível descrever a trajetória do fóton, então ele
está se comportando como partícula.
3.
(A)
Partícula
Explique porque isso acontece: Se é possível descrever a trajetória do fóton, então ele
está se comportando como partícula.
(B)
Trajetória A
Trajetória B
Explique porque isso acontece: Quando a luz vermelha acende, sabemos que o fóton
seguiu pela trajetória A. Por outro lado, quando a luz verde acende, sabemos que ele
seguiu por B.
4.
(A)
Onda
(B)
Trajetória A
Trajetória B
Trajetória C
Trajetória D
6.
(A)
Partícula
Explique porque isso acontece: Se é possível descrever a trajetória do fóton, então ele
está se comportando como partícula.
(B)
Trajetória A
Trajetória B
Explique porque isso acontece: Quando o detector C acende sabemos que o fóton seguiu
pela trajetória A. Caso o mesmo detector não acenda, o fóton terá seguido pela trajetória
B.
7.
(A)
Onda
Explique porque isso acontece: Não é possível saber qual trajetória o fóton desenvolveu
(B)
Não é possível saber a trajetória do fóton
Explique porque isso acontece: Tanto o caminho A, como o caminho B, levam o fóton
ao detector B, não sendo possível identificar sua trajetória.
8.
(A)
Partícula
Explique porque isso acontece: Se é possível descrever a trajetória do fóton, então ele
está se comportando como partícula.
(B)
Trajetória A
Trajetória B
41
AVALIAÇÃO 4
2. O que é luz?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
GABARITO
1. Não. Pelo princípio da indistinguibilidade de trajetórias, só se pode identificar
um comportamento ondulatório se não for possível determinar a trajetória do
fóton.
2. Espera-se que os alunos apresentem respostas que relacionem luz ao conceito de
fóton, de radiação eletromagnética, ou ainda em termos de dualidade onda-
partícula.
3. A luz pode apresentar tanto características ondulatórias como interferência,
difração e polarização, por exemplo, quanto corpusculares, como no caso do efeito
fotoelétrico. No entanto, nunca será possível verificar os dois aspectos
simultaneamente.
4. Espera-se que os alunos falem do princípio de complementaridade e/ou do
princípio de incerteza
5. Espera-se que os alunos falem desta interpretação sob a óptica do fenômeno
acontecer simultaneamente em vários “Universos”, sendo cada Universo uma das
possibilidades de ocorrência do evento.