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ÍNDICE 2
Pg.
I. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 4
I.1. Autor................................................................................................. 4
I.2. Adaptador......................................................................................... 4
I.3. Prefácio............................................................................................ 5
I.4. A Água.............................................................................................. 6
I.5. Definição de Hidrologia.................................................................... 6
I.6. Breve histórico da Hidrologia........................................................... 6
I.7. Aplicações da hidrologia.................................................................. 7
I.8. O ciclo hidrológico............................................................................ 9
I.9. O Balanço Hídrico............................................................................ 11
I.10. O estudo da hidrologia................................................................... 11
I.11. Exercício......................................................................................... 13
II. BACIA HIDROGRÁFICA OU BACIA DE DRENAGEM...................................... 14
II.1. Definição........................................................................................ 14
II.2. Classificação dos cursos d'água.................................................... 15
II.3. Sistema de drenagem de uma bacia.............................................. 15
II.4. Índices que indicam a forma da bacia (Índices Fluviomorfológicos) 16
II.5. Exercícios........................................................................................ 17
III. PRECIPITAÇÃO.................................................................................................. 18
III.1. Definição........................................................................................ 18
III.2. Formação das precipitações......................................................... 18
III.3. Tipos de precipitação..................................................................... 18
III.4. Medida das precipitações............................................................... 20
III.5. Características Principais das Precipitações................................. 21
III.6. Preenchimento de falhas nos registros de chuva de uma estação 22
III.7. Verificação da homogeneidade de dados...................................... 24
III.8. Curva intensidade-duração-frequência.......................................... 24
III.9. Estimativa da Curva I-D-F em locais sem dados pluviográficos .. 26
III.10. Exercícios..................................................................................... 27
IV. INFILTRAÇÃO,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,............. 31
IV.1. Definição........................................................................................ 31
IV.2. Fatores que influenciam na infiltração.......................................... 31
IV.3. Curva de capacidade de infiltração................................................ 32
IV.4. Medição da capacidade de infiltração............................................ 36
IV.5. Exercícios...................................................................................... 37
V. ÁGUAS SUBTERRÂNEAS................................................................................. 37
V.1. Conceitos Básicos.......................................................................... 38
V.2. Classificação dos Aquíferos............................................................ 38
V.3. Exploração de Aquíferos................................................................. 39
V.4. Exercícios....................................................................................... 44
VI. ESCOAMENTO SUPERFICIAL......................................................................... 46
VI.1. Definição....................................................................................... 46
Campus do UNIVAG - Centro Universitário, Bloco D
Avenida Dom Orlando Chaves, nº 2655, Bairro Cristo Rei, Várzea Grande-MT.
Telefones 3688-6058 / 6148 / 6150 / 6107 / 6215 / 6218
UNIVAG – CENTRO UNIVERSITÁRIO
GPA CABE – CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: HIDROLOGIA APLICADA
O presente Texto foi elaborado pelo Eng. Antonio Sérgio Ferreira Mendonça (Msc. em
Engenharia Civil pela COPPE/UFRJ e Ph. D. em Engenharia Civil pela CSU/EUA.
Disponibilizado pela discente do Curso de Engenharia Civil do UNIVAG Adria Caroline
da Silva (Turma ENC 102 Am) e adaptado pelo Prof. Esp. Walter Corrêa Carvalho
Junior.
Este texto serve como base de apoio para o estudo da Disciplina, podendo ser divulgado
4
ou reproduzido total ou parcialmente para demais finalidades, desde que citada a fonte.
I - INTRODUÇÃO
I.1. Autor
Pós-Doc no Dep. Eng. Civil e Ambiental da Cornell University (NY) – EUA - 1998
I.2. Adaptador
5
I.3. Prefácio
Considerou-se a rotina diária com ritmo frenético e conturbado, que por vezes suprime
o tempo necessário à reflexão sobre nossa função no ambiente e sobre as
informações repassadas ao longo do curso. Assim, esta apostila foi preparada de
forma sintética, não obstante, abrangendo toda a abordagem sobre a disciplina
ministrada em sala de aula. De tal forma que, em poucas páginas, o discente acesse
todo o conteúdo ministrado, no momento e na ocasião que lhe seja conveniente.
Professor da Disciplina
6
I.4. A Água
O Brasil possui 13,7% da água doce do planeta e 80% das águas brasileiras estão nos
rios da Amazônia.
A água é indispensável para a sobrevivência humana. Sua crescente utilização tem
conduzido não só à redução de disponibilidade como também à degradação da
qualidade. O aumento da demanda é conseqüência direta do crescimento
populacional, do desenvolvimento industrial e do aumento de outras atividades
humanas. Grande parte das formas de utilização da água resulta em resíduos, que por
sua vez podem causar poluição.
I.5. Definição de Hidrologia
Ciência que trata da água na terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas
propriedades físicas e químicas, suas relações com o meio ambiente, incluindo suas
relações com a vida. (Definição recomendada pela United States Federal Council for
Science and Technology, 1962)
I.6. Breve histórico da Hidrologia
A Hidrologia é uma ciência jovem, tendo seu maior desenvolvimento neste século, sob
a pressão do grande impulso que foi dado às obras hidráulicas.
10
A representação esquemática não deve levar a uma idéia simplista do fenômeno que
é, na realidade, muito complexo. O movimento de circulação do ciclo hidrológico se
processa a custa da energia solar.
Energia Solar Quando o sol começa a esquentar a água, ocorre evaporação. É ela
que vai formar as nuvens que irão resultar na chuva. Chuva Quando há uma
grande concentração de gotas, as nuvens ficam pesadas e é formada a chuva. A água
que cai sobre a terra servirá para animais, plantas e seres humanos. Vento O vento
move as nuvens, fazendo com que as chuvas sejam distribuídas por toda a extensão
terrestre. Oceano A água do oceano evapora com a energia solar e ajuda a formar
as nuvens de chuva. Transpiração A água retida nas plantas e na terra vai para a
atmosfera e ajuda na formação das nuvens de chuva através da transpiração. Água
Subterrânea A água subterrânea vai para a atmosfera e ajuda na formação das
nuvens de chuva através da transpiração da terra e das árvores quando elas são
aquecidas pela energia solar. Evaporação A água dos rios, lagos e oceanos
evapora com a energia solar e forma as nuvens. Rios e Lagos A água dos rios e
lagos evapora com a energia solar e ajuda a formar as nuvens.
Este deflúvio reflete a integração dos fatores hidrológicos em uma bacia hidrográfica,
incluindo características topográficas, clima, solo, geologia e uso do solo. E também
representa a reação destes fatores á ocorrência de chuvas. Esta resposta hidrológica
é descrita pelo coeficiente de escoamento ou coeficiente de deflúvio ou ainda RunOff.
Este coeficiente será melhor explicitado no Capítulo VI.
C = Volumeescoado / Volumeprecipitado
14
II.1. Definição
Outro conceito:
Sendo:
P – perímetro da bacia em km;
A – área da bacia em km².
Um fator de forma baixo sugere uma menor tendência às enchentes que outra bacia
de mesmo tamanho e fator de forma maior.
II.5. Exercícios
1) O que significa um fator de forma alto?
2) Como a declividade pode influenciar na resposta da bacia a enchentes?
3) Como o fator de Forma (Ff) e o Coeficiente de Compacidade (Kc)
podem traduzir o comportamento de uma bacia hidrográfica?
4) Explicite 3 (três) importâncias dos cálculos fisiográficos de uma bacia
hidrográfica em termos hidrológicos.
5) Em um mapa feito na escala 1:25.000, a planimetria acusou o valor de
37,2 cm para o perímetro de uma bacia hidrográfica. Em face desse
dado, calcule a área da bacia, em Km², considerando que ela possui um
comportamento de bacia circular.
III - PRECIPITAÇÃO
18
III.1. Definição
Água proveniente do vapor d'água da atmosfera depositada na superfície terrestre de
várias formas. Como, por exemplo, chuva, granizo, orvalho, neblina, neve ou geada.
Será estudada em nosso curso, principalmente, a precipitação em forma de chuva por
ser mais facilmente medida, por ser incomum a ocorrência de neve em nosso país e
pelo fato das outras formas de precipitação geralmente contribuírem pouco para a
vazão de rios e ainda pela chuva ser o maior fator interveniente em nossas obras civis.
III.2. Formação das precipitações
A atmosfera pode ser considerada como um reservatório e um sistema de distribuição
e transporte do vapor d'água. A formação das precipitações está ligada à ascensão de
massas de ar, que pode ser devida aos seguintes fatores:
1. Convecção térmica;
2. Relevo;
3. Ação frontal de massas.
A ascensão de ar provoca um resfriamento que pode fazê-lo atingir o seu ponto de
saturação, ao que se seguirá a condensação de água em forma de minúsculas gotas
que são mantidas em suspensão, como nuvens ou nevoeiros.
Para que ocorra precipitação é preciso que as gotas cresçam a partir de núcleos, que
podem ser gelo, poeira ou outras partículas, até atingirem o peso suficiente para
vencerem as forças de sustentação e caírem.
III.3. Tipos de precipitação
a) Precipitações ciclônica ou frontais:
Estão associadas com o movimento de massas de ar de regiões de alta pressão para
regiões de baixa pressão. Essas diferenças de pressão são causadas por
aquecimento desigual da superfície terrestre.
A precipitação ciclônica pode ser classificada como frontal ou não frontal. Qualquer
baixa de pressão pode produzir precipitação não frontal com o ar sendo elevado
devido a uma convergência horizontal em áreas de baixa pressão. A precipitação
frontal resulta da ascensão do ar quente sobre o ar frio na zona de contato entre duas
massas de ar de características diferentes. Se a massa de ar se move de tal forma
que o ar frio é substituído por ar mais quente, a frente é conhecida como frente
quente, e se por outro lado, o ar quente é substituído por ar frio, a frente é fria.
20
a) Pluviômetros
São simplesmente receptáculos de água, cujas leituras são feitas geralmente em
intervalos de 24 horas (7 horas da manhã), em recipientes graduados. Como exemplo,
temos o pluviômetro tipo "Ville de Paris", muito utilizado no Brasil.
b) Pluviógrafos
21
São aparelhos que registram em gráfico o total de precipitação acumulada ao longo do
tempo, indispensáveis para estudos de precipitação de curta duração.
Tanto os pluviômetros quanto os pluviógrafos, costumam ter superfície receptora
circular com área entre 200 e 500 cm2 e são geralmente instalados a 1,50 m do solo.
Devem ser instalados de tal forma que não sofram influências de árvores, prédios ou
outros obstáculos.
Altura pluviométrica
Geralmente fornecida em centímetros ou milímetros e a medida é realizada nos
pluviômetros.
Intensidade pluviométrica
Relação entre a altura pluviométrica e a duração da precipitação. Geralmente
expressa em mm/h, cm/h, mm/min.
Duração
Período de tempo contado desde o início até o fim da precipitação (h ou min).
Para aplicar o balanço hídrico sobre uma bacia, ou para determinar os valores
extremos das chuvas na região, o hidrologista está mais interessado em conhecer a
precipitação que cobre toda uma área, e não exatamente os valores pontuais. Neste
contexto, os próximos itens apresentam os métodos usuais para se estabelecer a
precipitação média na bacia hidrográfica.
a) Método da média aritmética
Consiste em determinar a média aritmética das medidas dos aparelhos localizados na
região.
Cuidado especial deve ser dado aos casos em que a média aritmética pode não ser
23
representativa, devendo nestes casos fazer uso de outros métodos para aquisição da
média de precipitação na bacia hidrográfica.
b) Método das isoietas
Neste método utilizam-se curvas de igual precipitação, sendo seu traçado bastante
simples, semelhante ao das curvas de nível, onde alturas de chuva substituem a cota
do terreno.
Onde,
i = intensidade máxima média para a duração; e,
t, t0 e n são parâmetros a determinar.
Onde,
T = período de recorrência ou de retorno da chuva.
C, K e m são constantes a determinar.
Período de Retorno é o tempo médio, em anos, que uma chuva leva para ser igualada
26
ou superada (intensidade). Tendo em vista a importância da relação intensidade-
duração-frequência para projetos de drenagem de pequenas bacias, foram
determinadas equações para diversas cidades brasileiras.
Sendo,
i = intensidade em mm/h;
T em anos;
t em minutos.
São Paulo
Curitiba
B. Horizonte
1016,453 T 0,133
Cuiabá i
t 7,50,739
A partir daí a distribuição de Gumbel encontra a precipitação da chuva de 1 dia [P (1dia)] com
27
seu respectivo período de retorno (T):
P1dia; T
ln ln 1 / F P1dia; T
Sendo:
F P1dia;T 1 1/ T
Existe uma grande similaridade nas relações entre precipitações médias máximas de
diferentes durações tendo uma tendência a mudar levemente com o tempo de retorno.
O método converte os dados dos pluviômetros, que retornam dados diários de
precipitação, em dados de 24 horas. A precipitação diária difere da precipitação de 24
horas que é um pouco maior, pois significa uma chuva com um período consecutivo de
24 horas. Devem-se converter os dados dos pluviômetros em precipitação de 24 horas
e posteriormente nas demais durações que se desejam utilizar.
III.10. Exercícios
1) Encontre o Volume Precipitado em m³:
a. 50 mm em 500.000 m²
b. 15 mm em 15 Km²
c. 8 cm em 2 hm²
d. 13 mm/h com duração de 1h em 1 ha
e. 30 mm/h com duração de 30min em 10000 m²
f. 72 mm/h com duração de 15min em 1 hm²
g. 36 mm/h com duração de 50min em 6 Km²
h. 0,2 cm/min com duração de 1,2h em 50.000 dm²
i. 0,005 m/s com duração 0,001h em 1.000.000.000 mm²
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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: HIDROLOGIA APLICADA
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IV - INFILTRAÇÃO 31
IV.1. Definição
É o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais do solo e se move
para baixo, em direção ao lençol d'água.
1. Capacidade de infiltração (f): É a máxima taxa com que um solo, em uma
dada condição, é capaz de absorver água, depois de certo tempo „t‟, geralmente
expressa em mm/h.
2. Taxa de infiltração: Taxa de água que infiltra no solo. A taxa de infiltração só
é igual à capacidade de infiltração, quando a chuva for de intensidade superior ou
igual a esta capacidade.
3. Excesso de precipitação: Diferença entre a precipitação e a capacidade de
infiltração.
4. Porosidade: é a relação entre o volume de vazios e volume total, expressa em
porcentagem.
5. Coeficiente de permeabilidade: é a velocidade de filtração em um solo
saturado com perda de carga unitária; mede a facilidade ao escoamento.
Onde:
f = capacidade de infiltração em qualquer instante.
Solução da equação
Tomando logaritmos:
x = log (f - fc)
33
C = [1 / (k log e)].log (f0 - fc)
Em gráfico log (f - fc) x t, m representa a inclinação da reta, onde m = tg .
f fc.t
fo fc 1 ekt
k
Vale salientar que a equação de Horton é concebida para bacias urbanas. Já para
34
áreas rurais o ideal é se utilizar da infiltração pelo método do Soil Conservacion
Service (SCS).
b) Método Soil Conservation Service (SCS):
Fórmula proposta pelo SCS:
Para P ≥ 0,2*S
Onde,
Pe - escoamento superficial direto em mm;
P - precipitação em mm;
S - retenção potencial do solo em mm. S despende do tipo de solo.
0.2*S é uma estimativa das perdas iniciais (interceptação e retenção).
A retenção potencial do solo deve ser considerada como:
Sendo o Curve Number (CN) dado pelo SCS e dependente da umidade antecedente
do solo e do tipo e ocupação do solo, podendo ser utilizada o quadro proposto pela
USP.
Quadro de valores para CN proposto pelo Departamento de Engenharia
Hidráulica da USP São Carlos.
35
CONDIÇÃO I: solos secos – as chuvas nos últimos 5 dias não ultrapassam 15 mm.
CONDIÇÃO II: situação média na época das cheias – as chuvas nos últimos 5 dias
totalizaram entre 15 e 40 mm.
CONDIÇÃO III: solo úmido (próximo da saturação) – as chuvas nos últimos 5 dias
36
foram superiores a 40 mm e as condições meteorológicas forma desfavoráveis a altas
taxas de evaporação.
O quadro de valores Curve Number proposto pela USP estão na condição de umidade
média (condição II).
interior, com finalidade de manter o nível d'água constante. O anel externo tem por
37
finalidade evitar que o espraiamento lateral afete os resultados do cilindro interno.
Também são utilizados simuladores de chuva, que são dispositivos que criam chuvas
artificiais com taxas de precipitação controladas sobre os infiltradores com objetivo de
reprodução das condições reais.
IV.5. Exercícios
1) De posse da precipitação a seguir, calcule o volume infiltrado e o volume
escoado superficialmente pelos métodos de Horton e SCS. Adote o tipo de solo
B para Horton e para o SCS, adote o CN igual a 75.
V – ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
A água que atinge a superfície do terreno e que infiltra no solo configura o que se
chama a fase subterrânea do ciclo hidrológico.
Barreiras impermeáveis podem impedir o fluxo vertical e horizontal da água,
preenchendo os poros do solo, dependendo principalmente de sua porosidade. Neste
a) Lei de Darcy
Os vazios do solo geralmente são interconectados e permitem, portanto, que a água
se mova através dele. A facilidade ou dificuldade que um solo tem em transmitir água
é a sua propriedade hidrogeológica mais significativa. Este parâmetro é chamado de
A lei de Darcy fornece uma descrição precisa do fluxo de água subterrânea em quase
todos os ambientes hidrogeológicos, sendo até hoje, base para os modelos mais
avançados. A Lei de Darcy rege o escoamento da água nos solos saturados e é
representada pela seguinte equação:
dh
V K
dL
Onde:
V = velocidade da água através do meio poroso;
K = condutividade hidráulica saturada (frequentemente utilizado em m/dia)
dh = variação de Carga Piezométrica
dL = variação de comprimento na direção do fluxo
dh/dL = perda de carga
42
b) Transmissividade
Corresponde a quantidade de água que pode ser transmitida horizontalmente por toda
a espessura do aquífero.
T = k * b;
Onde T é transmissividade do aquífero (m²/dia)
k é a condutividade hidráulica ou coeficiente de permeabilidade (m/dia)
b é a espessura vertical do aquífero (m)
c) Coeficiente de armazenamento
É a relação entre a quantidade de água (VA) liberada por volume unitário de aquífero
quando a carga piezométrica abaixa 1 m e seu consequente volume (Asup * ∆H).
S = VA/(Asup H)
,
Sendo q a vazão; k a condutividade hidráulica; h o rebaixamento no poço de referência
e h0 o rebaixamento no segundo poço monitorado e x é a distância entre os poços.
Em que,
Q é a vazão em m³/dia;
K é a condutividade hidráulica em m/dia;
b é a espessura do aquífero em m;
H1 é o rebaixamento no poço monitorado;
H2 é o rebaixamento no segundo poço monitorado;
R1 é o raio do poço monitorado;
Esta equação é útil para se calcular a transmissividade em aquíferos onde não se têm
parâmetros, pois T é igual k * b.
f) Obtenção de parâmetros pela Equação de Theiss
Baseado na analogia por condução de calor, Theiss obteve a solução para h = h0
(antes do bombeamento) e h → h0 quando r → ∞.
e
Onde h10 é a diferença de rebaixamento entre dois ciclos logarítmicos consecutivos e
t0 é o ponto onde a reta que contém os dados plotados do ensaio de bombeamento
intercepta o eixo dos tempos e r é o raio do poço, conforme figura abaixo.
45
Este equacionamento é ideal para obtenção dos parâmetros quando se tem apenas um único poço.
V.4. Exercícios
1) Calcule a transmissividade em m²/s e a vazão no aquífero confinado a seguir
em m³/s/m. O k é de 1 x 10-3 m/s.
46
VI - ESCOAMENTO SUPERFICIAL
VI.1. Definição
É a fase do ciclo hidrológico que trata da ocorrência e do transporte da água na
superfície terrestre. É muito importante para o engenheiro, pois a maioria dos estudos
hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial e à proteção contra
fenômenos causados por seu deslocamento. Alguns fatores que influenciam o
escoamento superficial:
a) Climáticos
47
- Intensidade de chuva;
- Duração de chuva;
- Precipitação antecedente.
b) Fisiográficos
- Área da bacia;
- Forma da bacia;
- Probabilidade;
- Topografia;
- Capacidade de infiltração.
c) Obras hidráulicas
Barragens
Diminuem a velocidade de escoamento superficial.
Retificação de trechos de rios
Aumentam a velocidade de escoamento superficial.
Uma grande parte das vezes, não se dispõe de série histórica suficiente no local
desejado, sendo então sugerido utilizar técnicas matemáticas para se inferir a vazão
Vazão específica
Uma das metodologias mais amplamente utilizada e discutida é a da vazão específica,
que considera, de forma simplificada, que a “produtividade” hídrica (conhecida como
vazão específica) é a mesma em um ponto de monitoramento e no ponto de demanda
ou seção considerada para o cálculo, ou seja, a produtividade hídrica se refere a uma
região. Consegue-se esta vazão específica através da relação entre uma vazão
monitorada pela sua respectiva área de drenagem:
Qesp=Qmonit/Amonit
Onde:
Qesp = vazão específica (L/s/Km²)
Qmonit = vazão monitorada (L/s)
Amonit = área de drenagem a partir da seção considerada (Km²)
Esta vazão pode ser extrapolada para qualquer seção considerada dentro da região
homogênea, bastando multiplicá-la pela área de drenagem no ponto de demanda.
Apenas deve-se tomar cuidado por ser um método muito limitado, já que os processos
em uma bacia hidrográfica não são tão lineares. Utilize para estações próximas e com
relação de áreas entre 0,5 e 1,5 e/ou com grau de correlação maiores que ±0,5.
Por vezes é preferível realizar uma correlação entre vazões do local de interesse e de
um posto fluviométrico e posterior definir uma equação de regressão entre eles.
Método das frequências (Curva de Permanência)
Vazão 25% - vazão acima da qual o rio permanece 25% do período estudado (ex.
25% de 1 ano = 91 dias). São vazões altas ou de cheia.
Vazão 50% - idem, para 50% (ex. 50 % de 1 ano = 182 dias). Corresponde a mediana
da série.
Vazão 95% - idem, para 95% (ex. 95 % de 1 ano). Esta é uma probabilidade bastante
utilizada em gerenciamento de recursos hídricos por retornar uma garantia de vazão
com risco permissível de 5% de não acontecimento. É uma vazão mínima ou de seca.
50
a) Método racional
Serve para a estimativa da vazão máxima de cheia (pico) a partir de dados de
precipitação. Utilizado apenas para pequenas bacias (área de drenagem até 5 Km²), é
o método mais utilizado em drenagem urbana (dimensionamento de bueiros, galerias,
etc.), drenagem de rodovias, ferrovias, telhados, entre outros.
Q = c i A / 3,6
Q = pico de vazão, m3/s.
i = intensidade média de precipitação sobre a bacia, com duração igual ao tempo de
concentração da bacia, mm/h.
A = área de drenagem da bacia, km2.
c = coeficiente de "runoff" ou de escoamento superficial.
A intensidade média (i) pode ser obtida a partir da curva intensidade-duração-
frequência da região, utilizando nas abscissas o tempo de concentração da bacia.
Obs: Para uma região qualquer, geralmente se utiliza da média ponderada dos
coeficientes, levando em conta as áreas com diferentes características.
b) Definição de Hidrograma
1. Hidrógrafa, hidrograma ou fluviograma: Gráfico que representa a vazão em
uma seção do curso d'água em função do tempo. Pode ser constituído por uma
linha contínua ou traços horizontais correspondendo a vazões médias em
determinado intervalo.
2. Hietograma: Gráfico que representa a precipitação pluviométrica em função do
tempo.
3. Hidrógrafa de escoamento superficial: Gráfico que representa as vazões de
escoamento superficial em função do tempo.
Ex.:
56
A
FA 1 0,10 log ; Sendo a Área em Km².
25
Para bacias menores que 25 Km², assume-se que a chuva já está distribuída na bacia
toda.
Relação Chuva-Deflúvio
A retenção de parte da chuva nas depressões do solo e sua infiltração são os
principais fatores que afetam a relação chuva-deflúvio, determinando a porção
escoada como deflúvio superficial, também designada como precipitação efetiva.
Recomenda-se dar preferência a equação do SCS para infiltração. Este método é
detalhado no Capítulo IV - Infiltração.
Conformação do Fluviograma
Primeiramente deve-se estabelecer o tempo de concentração da bacia hidrográfica,
que é considerado a duração em que toda a bacia contribui para o escoamento. O
atraso da onda ou simplesmente “LAG” é definido como o tempo entre o centro da
chuva e o pico do fluviograma valendo 60% do tc. O DNIT recomenda utilizar a
duração unitária da chuva próximo de 0,20 Tp.
Após estas definições, basta utilizar as equações do Hidrograma Unitário (HU)
Sintético Triangular do SCS conforme apresentado na figura da página 56 para se
chegar na vazão máxima.
VI.7. Exercícios
60
1) Apresentar a curva de permanência para o rio Paraíba, em forma de tabela e gráfico,
considerando os dados históricos de vazões medidas e destacar a Q50, Q85 e Q100.
Onde,
Q = vazão em m³/s;
C = Coeficiente de Escoamento (run off) – adimensional.
i = intensidade da precipitação (mm/h)
A = área da bacia hidrográfica (ha)
tc = 57 (L3 / H)0,385
tc em minutos (equação de Kirpich);
L = comprimento do talvegue, km;
H = máxima diferença de nível, m.
4) Considere a figura, que representa uma bacia hidrográfica com os canais de drenagem,
o divisor da bacia e a seção A de saída da bacia. Essa bacia está impressa sobre uma
malha quadriculada, e cada elemento quadriculado mede 2.000 m x 2.000 m.
5) Calcule a vazão máxima na foz de uma bacia hidrográfica com área de drenagem de
250 Km² pelo Método do Fluviograma Triangular Unitário. A declividade do talvegue
principal é de 5m/Km com um comprimento de 15 Km. Utilize a precipitação na bacia
de 1 mm e Duração tu igual a 1 hora.
Supondo a vazão de consumo constante, "Qc", inferior a vazão mínima natural do rio,
não há dificuldade no atendimento e o rio poderá ser captado "ao fio d‟água", isto é,
sem qualquer regularização de vazão.
Se a vazão de consumo for igual a "Qc", superior à vazão média do rio, não é possível
o atendimento, pois, no tempo total considerado, o deflúvio produzido pelo rio seria
inferior ao deflúvio de consumo. Nessa situação será necessário lançar mão de outros
64
mananciais para complementar o consumo.
Se a vazão de consumo for igual a "Qc", superior à vazão mínima do rio e inferior à
média, é possível, em princípio, ser atendido o consumo, regularizando-se as vazões
de estiagem por meio de um reservatório.
VII.2 Finalidade das barragens
As barragens são estruturas implantadas nas calhas dos rios e que modificam o seu
regime, algumas apenas no que se refere aos níveis d‟água, “barragens
regularizadoras de níveis d‟água”, outras alteram o regime de níveis d‟água e vazões,
são as “barragens regularizadoras de vazões”.
As barragens regularizadoras de níveis d‟água correspondem aos aproveitamentos
"ao fio d‟água" e destinam-se apenas a elevar os níveis d‟água de estiagem e afogar
convenientemente as estruturas de captação das vazões de consumo.
Uma segunda modalidade de barragens, aquelas que interessam a este estudo, e que
serão consideradas exclusivamente daqui para diante, são as barragens
regularizadoras do regime de vazões dos rios. Essas barragens têm maior altura do
que as anteriores e acumulam em sua bacia hidráulica os volumes de água que vão
suprir as deficiências das vazões de estiagem dos rios, criando os reservatórios de
estiagem.
Barragens de terra
65
As barragens de terra são construídas em maciços de materiais terrosos,
relativamente impermeáveis, homogêneos (barragens homogêneas) ou distribuídos
em zonas (barragens zoneadas) ou faixas de granulometria e características definidas,
com taludes suaves que garantem a sua estabilidade.
a) Barragem homogênea
67
Barragens de enrocamento
As barragens de enrocamento possuem faixas ou núcleos que garantem sua
impermeabilização, podendo ser de granulometria crescente, fazendo transição, até as
faixas mais exteriores, de materiais pétreos (membrana de asfalto).
QR
VII.6 Exercícios
71
≈ 25 hm³
VIII - BIBLIOGRAFIA
72
1) Hidrologia para a Gestão de Pequenas Bacias Hidrográficas–ABRH/FINEP- 2001
2) Engenharia Hidrológica - Coleção ABRH de Recursos Hídricos (1989)
3) Lisley e Franzini - Engenharia de Recursos Hídricos
4) Swami Vilela - Hidrologia Aplicada
5) Pinto, Holtz, Martins, Gomide - Hidrologia aplicada
6) Diocles J. Rondon de Souza - Hidrotécnica Aplicada
7) Antônio Sérgio F. Mendonça - Análise de métodos de hidrógrafa unitária
8) Antônio Sérgio F. Mendonça - “Balanço Hídrico”, Capítulo 6 do livro Hidrologia
Aplicada à Gestão de Bacias Hidrográficas. FINEP/ABRH, 2001
9) Antônio Sérgio F. Mendonça - “Capítulo 15 do livro Hidrologia Aplicada à Gestão de
Bacias Hidrográficas. FINEP/ABRH, 2001
10) Antônio Sérgio F. Mendonça - Stochastic Modeling of Seasonal Streamflow
11) Ven te Chow - Handbook of Applied Hydrology
12) Linsley, Kohler, Paulhus - Hydrology for Engineers
13) Chadwick and Morfett - Hydraulics in civil and environmental engineering
14) Tucci, Carlos E. Morelli; Silveira, André L. Lopes. Hidrologia. Ciência e Aplicação.
4º Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH. 2009.
14) SABESP – www.sabesp.com.br
15) ANA – www.ana.gov.br
16) HIDROWEB – hidroweb.ana.gov.br
17) USP SÃO CARLOS – Site da disciplina Hidrologia Aplicada -
http://200.144.189.97/phd/default.aspx?id=1&link_uc=disciplina
VIII - GABARITO
73
Pg 13. I.11
1) V, F, V, F, V, V
2) O principal fator é a energia solar que chega a superfície terrestre e faz com que ocorra
a evaporação da água líquida existente sendo o início da transformação em
precipitação.
3) C = 36,36% = 0,36364
4)
Pg 17. II.5
1) É a relação entre largura média da bacia e o comprimento axial da mesma. Proposto
por Horton relaciona a forma da bacia com um retângulo, sendo que fatores de forma
de bacias largas e curtas (Ff>1,0) pode-se concluir que há maiores possibilidades de
cheias com maiores chances de uma precipitação atingir toda a extensão da área
desta bacia.
2) A velocidade de escoamento de um rio depende da declividade de seus leitos, sendo
que quanto maior a declividade, maior será a velocidade de escoamento de suas
águas, influenciando nos níveis do escoamento direto e do escoamento básico,
aumentado ou diminuindo o nível freático e consequentemente a maior ou menor
probabilidade de ocorrência de enchentes.
3) o Fc é um fator relacionado às dimensões e a forma da bacia. Um Fc alto significa que
esta bacia é mais curta e compacta tendo maiores chances de uma precipitação
atingir toda a extensão da área desta bacia. Já o Kc indica a irregularidade na forma,
sendo que quando este se aproxima a unidade significa dizer que a área
corresponderia a uma bacia circular tendo grande probabilidade do pico de cheia na
bacia atingir simultaneamente a sua desembocadura (foz), causando enchentes. A
conexão entre os dois fatores traduzem o comportamento da bacia a enchentes.
4) 1º É a base da maioria dos cálculos em hidrologia
Pg 27. III.10
1)
a) 25.000 m³
b) 225.000 m³
c) 1.600 m³
d) 130 m³
e) 150 m³
f) 180 m³
g) 180.000 m³
h) 72 m³
i) 18 m³
Pg 28. III.10
2) 200.000 L
3) Volume Total Escoado no dia = 136.500 m³
Volume total precipitado no dia = 780.000 m³
4) 0,317 m³/s
5) 40 m³/s
6) 1290,44 mm
7) 50,42 mm
Pg 29. III.10
8) 16 mm/h
9) 1.321,30 m³
Pg 30. III.10
10)
a) P (1dia; 50 anos) = 126,34 mm
P (1dia; 100 anos) = 135,60 mm
b) P (50 anos; 15 minutos) = 34,1 mm
P (100 anos; 15 minutos) = 36,6 mm
Pg 37. IV.5
1)
Horton
Tempo Precipitação Potencial Potencial Infiltração Qtidade Chuva Excedente
(Hora) Total (mm) Infiltração (mm) em dt (mm) Infiltrada (mm) (mm)
0,50 1,00 65,42 65,42 1,00 0,00
1,00 5,00 93,28 27,86 5,00 0,00
1,50 30,00 107,32 14,04 14,04 15,96
2,00 22,00 116,28 8,96 8,96 13,04
2,50 10,00 123,37 7,09 7,09 2,91
SCS
75
Horas mm Pacum Qacum Pefetiva (mm) Qtidade Infiltrada (mm)
0,5 1 1 0,00 0,00 1,00
1 5 6 0,00 0,00 5,00
1,5 30 36 3,50 3,50 26,50
2 22 58 13,41 9,91 12,09
2,5 10 68 19,21 5,80 4,20
2) Zero
Pg 45. V.4
1)
T = 5 x 10-3 m²/s
Q = 0,015 m³/s/m
2)
T = 878,85 m²/dia
Q = 3,34 m³/dia.m
Pg 46. V.4
3)
T = 0,6577 m²/min
S ≈ 2,66 x 10-5
4) K = 4,5 x 10-3 cm/s
Pg 60. VI.7
1) Q50 = 150 m³/s; Q85 = 100 m³/s e Q100 = 75 m³/s
2) Qmax = 1,448 m³/s
Pg 61. VI.7
3) Qmax = 30 m³/s
4) Q = 2,43 m³/s
5) Q = 15,60 m³/s
Pg 62. VI.7
6) Q7,10 = 77,50 m³/s
7) Q = 78 m³/s
Pg 71. VII.6
1) Rippl ≈ 25 Hm³
Diferenças Totalizadas = 23,44 Hm³
2) Qreg = 0,9645 m³/s