Sei sulla pagina 1di 25

(Tóp.

4) MUDANÇA DE COORDENADAS 1

MUDANÇA DE
COORDENADAS
Até agora se tem usado somente coordenadas cartesianas ortogonais, embora no
tópico 1 da aula 8 do segundo curso de Cálculo foram apresentadas as coordenadas
polares. Em vários ramos da Física, por exemplo, Teoria Eletromagnética e Dinâmica dos
Fluidos, além de coordenadas cartesianas, são amplamente usados outros tipos de
coordenadas, com maior freqüência, as coordenadas cilíndricas e esféricas. O objetivo
deste texto é apresentar: inicialmente, as coordenadas cilíndricas e esféricas;
posteriormente, coordenadas ortogonais em geral; por último, as formulações para o
gradiente, divergente e rotacional em tais coordenadas.

COORDENADAS CILÍNDRICAS
O sistema de coordenadas cilíndricas é uma extensão para o espaço do sistema de
coordenadas polares. Se um ponto P(r, q, z) do espaço está em coordenadas cilíndricas
r, q e z, tais coordenadas são definidas da seguinte forma: r e q são as coordenadas
polares do plano coordenado horizontal, e z é a mesma terceira coordenada cartesiana.
Para estabelecer as relações entre as coordenadas cartesianas (x, y, z) e as cilíndricas
(r, q, z) de um ponto P, s a figura a seguir.

Sendo assim, as fórmulas de mudança das coordenadas cartesianas para as coordenadas


cilíndricas, são

x = r cos q, y = r sen q e z = z.

Decorre das fórmulas de mudança de coordenadas anteriores, as fórmulas de


2 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

mudança das coordenadas cilíndricas para as coordenadas cartesianas, dadas por

y
r 2 = x 2 + y 2 , tg q = e z = z.
x

Uma equação em coordenadas cilíndricas é da forma F(r, q, z) = 0, o seu gráfico é


o conjunto ou a representação no espaço de todos os pontos P(r, q, z) que a satisfazem.
Portanto, a equação: r = a (a constante) equivale a x 2 + y 2 = a 2 , assim (de acordo como
foi visto na segunda parte do texto complementar indicado no final do tópico da aula1) o
gráfico de r = a é o cilindro circular reto de raio a e eixo coincidindo com o eixo Z;
q = qo (qo constante) equivale a tg qo = xy (isto é, (tg qo )x - y = 0), logo o gráfico de
q = qo é o plano contendo o eixo Z e vetor normal ( tg qo , -1, 0 ) ; e z = k (k constante)
representa o plano horizontal contendo (0, 0, k).

Exemplo Resolvido. Achar a equação em coordenadas cilíndricas da superfície dada:


(a) A esfera x 2 + y 2 + z 2 = 4; (b) O cilindro x 2 + y 2 + 2x = 0.

Solução.
(a) Sendo x 2 + y 2 + z 2 = 4, substituindo x 2 + y 2 por r 2 , tem-se r 2 + z 2 = 4
que é a equação da esfera em coordenadas cilíndricas;

(b) Sendo x 2 + y 2 + 2x = 0, fazendo x 2 + y2 = r 2 e x = r cos q, tem-se


r 2 + 2r cos q = 0, isto é, r = 0 ou r + 2 cos q = 0. A equação r = 0 representa apenas o
eixo Z que está contido no gráfico de r + 2 cos q = 0, logo r + 2 cos q = 0 é a equação da
superfície cilíndrica em coordenadas cilíndricas.

Exemplo Proposto. Mostrar que a equação dada tem como gráfico a superfície indicada:
(a) z = r 2 cos 2q é o parabolóide hiperbólico z = x 2 - y 2 ;
(b) r(cos q - 2sen q) - 2z = 1 é o plano x - 2y - 2z - 1 = 0.

COORDENADAS ESFÉRICAS
Seja um ponto P(r, f, q) do espaço em coordenadas esféricas r, f e q, então
tais coordenadas são definidas da seguinte forma: r é a distância da origem O até P; f
uuu
r
é a medida ao ângulo entre os vetores e3 e OP, daí 0 �f �p; e q é a segunda
coordenada polar da projeção de P no plano coordenado horizontal. Para encontrar as
relações entre as coordenadas cartesianas (x, y, z) e as esféricas (r, f, q) de um ponto P,
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 3

considere a figura a seguir.

Sendo assim, tem-se: x = r cos q, y = r sen q e z = r cos f; mas r = r sen f, logo


substituindo r, obtém-se as fórmulas de mudança das coordenadas cartesianas para as
coordenadas esféricas, dadas por

x = r sen f cos q, y = r sen f sen q e z = r cos f.

Decorre das fórmulas de mudança de coordenadas anteriores, as fórmulas de


mudança das coordenadas esféricas para as coordenadas cartesianas, dadas por

r 2 = x2 + y 2 + z 2 , tg f = x 2 + y 2 e tg q = y .
z x

Uma equação em coordenadas esféricas é da forma F(r, f, q) = 0, o seu gráfico é


o conjunto ou a representação no espaço de todos os pontos P(r, f, q) que a satisfazem.
Portanto, a equação: r = a (a constante) equivale a x 2 + y 2 + z 2 = a 2 , assim (de acordo
como foi visto na terceira parte do texto complementar indicado no final do tópico da aula
1) o gráfico de r = a é a esfera de centro na origem e raio a; f = fo ( fo constante)
equivale a (tg fo ) 2 z 2 = x 2 + y 2 , logo (de acordo como foi visto na terceira parte do texto
complementar indicado no final do tópico da aula1) o gráfico de f = fo é um cone de
centro na origem e eixo coincidindo com o eixo Z; q = qo (qo constante) equivale a
(tg qo )x - y = 0, logo o gráfico de q = qo é o plano contendo o eixo Z e vetor normal
( tg qo , -1, 0 ) .
Exemplo Resolvido. Achar a equação em coordenadas esféricas da superfície dada:
(a) O cilindro x 2 + y 2 = 4; (b) A esfera (x - 2) 2 + y2 + z 2 = 4.

Solução.
(a) Sendo x 2 + y 2 = 4, fazendo x = r sen f cos q e y = r sen f sen q, tem-se
r2 sen 2 f = 4, daí r sen f = �2, mas r �0 e sen f �0 (pois 0 �f �p), logo r sen f = 2
é a equação do cilindro em coordenadas esféricas;
4 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

(b) Sendo (x - 2) 2 + y 2 + z 2 = 4, tem-se x 2 + y 2 + z 2 - 4x = 0, fazendo


x 2 + y 2 + z 2 = r2 e x = r sen f cos q, tem-se r(r - 4sen f cos q) = 0, isto é, r = 0 ou
r = 4sen f cos q. A equação r = 0 representa apenas a origem que está contida no gráfico
de r = 4sen f cos q, logo r = 4sen f cos q é a equação da esfera em coordenadas
esféricas.

Exemplo Proposto. Mostrar que a equação dada tem como gráfico a superfície indicada:
2
(
2
)
(a) r 2sen f - 1 = 1 é um hiperbolóide de uma folha;
(b) r = sen f é
a superfície de revolução obtida pela revolução da

( )
� 2
�y - 12 + z 2 = 1
circunferência � 4 em torno do eixo Z.
�x = 0

COORDENADAS CURVILÍNEAS
Seja a transformação F : A  R 3  R 3 definida pelas equações

(1) x = f1 (u, v, w), y = g1 (u, v, w) e z = h1 (u, v, w),

isto é, F(u, v, w) = (x, y, z). Se num subconjunto aberto contendo Po ( u o , v o , w o ) , a


transformação F é de classe C1 e det F '(u o , vo , w o )  0, pelo teorema da função
inversa (enunciado no texto complementar indicado no final do tópico 2 da aula 07), numa
vizinhança V de Po estas equações podem ser resolvidas unicamente para u, v e w
( )
em função de x, y e z, ou seja, cada ponto (x, y, z) em F V corresponde a um único
ponto ( u, v, w ) em V dado pelas equações

(2) u = f2 (x, y, z), v = g 2 (x, y, z) e w = h 2 (x, y, z).

Isto significa que a função F estabelece a transformação entre as coordenadas (x, y, z) e


(u, v, w) no espaço.

Para qualquer ponto fixo Po ( u o , v o , w o ) em V, são obtidas as curvas


coordenadas em F V ( ) passando por Qo = F ( Po ) , conforme foram definidas no tópico 2
da aula 6, dadas por:
(a) Curva u-parâmetro, x = f1 ( u, v o , w o ), y = g 1 ( u. v o , w o ) e z = h1 ( u, vo , w o );
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 5

(b) Curva v-parâmetro, x = f1 ( u o , v, w o ), y = g 1 ( u o , v, w o ) e z = h 1 ( u o , v, w o );


(c) Curva w-parâmetro, x = f1 ( u o , v o , w ), y = g 1 ( u o , v o , w ) e z = h1 ( u o , v o , w ).

A figura ilustra as curvas u, v


V e w-parâmetros, indicadas por U,
V e W, respectivamente.
Qo
O Y
W

As curvas coordenadas definem localmente um sistema de coordenadas em R 3 ,


chamado de sistema de coordenadas curvilíneas UVW com origem em Q o e
( u, v, w ) é dito um ponto nas coordenadas curvilíneas u, v e w desse sistema. Diz-se
ainda que as equações dadas em: (1), estabelecem uma mudança das coordenadas
cartesianas para as coordenadas curvilíneas; (2), determinam uma mudança das
coordenadas curvilíneas para as coordenadas cartesianas.

Os exemplos mais usuais de coordenadas curvilíneas no espaço são: as


coordenadas cilíndricas ( u, v, w ) , dadas pelas equações

x = u cos v, y = u sen v e z = w;

e as coordenadas esféricas ( u, v, w ) , definidas pelas equações

x = u sen v cos w , y = u sen v sen w e z = u cos v.

Observe que tais equações foram estabelecidas inicialmente neste texto, usando outras
letras invés de u, v e w. Nas figuras seguintes, aparecem as curvas coordenadas
cilíndricas e esféricas, respectivamente.

Z Z
W

U
V Qo W
U Qo
O O
Y Y

V
X X

Considerações análogas podem ser feitas para uma transformação


6 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

F : A  R 2  R 2 , assim estabelecendo mudanças de coordenadas no plano. Neste caso, o


exemplo mais comum de coordenadas curvilíneas é o das coordenadas polares (u, v) ,
dadas pelas equações

x = u cos v e y = u sen v,

definidas no segundo curso de Cálcujlo, usando r e q invés de u e v, respectivamente.


As curvas coordenadas de tal sistema estão indicadas na figura seguinte.

Y
U

Q o

V
O
X

Os vetores unitários e tangentes às curvas coordenadas no ponto Qo , são


indicados por Tu , Tv e Tw . É relevante observar que, como foi suposto que
det F '(u o , v o , w o )  0, o terno ( Tu , Tv , Tw ) é positivo (conceito este visto num curso
sobre vetores), além disso { Tu , Tv , Tw } é uma base do R 3 (conceito este visto no curso
de Álgebra Linear).

T w Q o V

O T u
T v
Y

W
X

É de interesse em aplicações futuras que se examine tais vetores com Qo fixo,


porém arbitrário em F(V), isto é, no subconjunto onde em cada ponto é possível definir
um sistema de coordenadas curvilíneas. Note que se Qo varia em F(V), então os vetores
do terno ( Tu , Tv , Tw ) variam de sentido.

Teorema 1. Seja r = xe1 + ye 2 + ze3 o vetor posição de cada ponto P ( x , y , z) nas


curvas coordenadas, então os vetores Tu , Tv e Tw são dados por
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 7

1 r 1 r 1 r
Tu = , Tv = e Tw =
h u u h v v h w w

r r r
onde h u = u
, hv = v e hw = w
.

Demonstração. Sendo x, y e z funções de u, v e w, o vetor r também é uma função


das coordenadas curvilíneas u, v e w.

Mantendo v e w constantes, r é o vetor posição de um ponto qualquer P da


curva u-parâmetro, logo ur é um vetor tangente à curva u-parâmetro em P, ou seja,

1 r 1 r
=
r u h u u
u

é unitário e tangente à curva u-parâmetro em P. Similarmente, tem-se que

1 r 1 r
e
h v v h w w

são unitários e tangentes às curvas v-parâmetro e w-parâmetro num ponto qualquer,


respectivamente. Portanto, em particular, as mesmas expressões são usadas para achar estes
vetores na origem do sistema. O que conclui a demonstração.

Exemplo Resolvido 1. Achar os vetores Solução. Como o vetor posição r em


Tu , Tv e Tw do sistema de coordenadas função das coordenadas esféricas é
esféricas.

r = u sen v cos w e1 + u sen v sen w e 2 + u cos v e3 ,

tem-se

r
= senv cos w e1 + senvsenw e 2 + cos v e3 e h u = 1,
u

r
= u cos v cos w e1 + u cos vsenw e 2 - usenv e 3 e h v = u,
v

r
= - usenvsenw e1 + usenv cos w e 2 + 0 e3 e h w = usenv.
w

Logo, pelo teorema 1, os vetores são


8 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Tu = sen vcos w e1 + sen vsen w e 2 + cos ve3 ,

Tv = cos vcos w e1 + cos vsen w e 2 - sen ve3

e Tw = - sen w e1 + cos w e 2 + 0e3.

Exemplo Proposto 1. Calcular os vetores Tu , Tv e Tw do sistema de coordenadas


cilíndricas.

Um sistema de coordenadas curvilíneas é dito um sistema ortogonal, quando as


curvas coordenadas se interceptam ortogonalmente em todo ponto de uma região F(V)
(isto é, quando os vetores Tu , Tv e Tw do sistema são mutuamente ortogonais em cada
ponto de F(V) ), onde F e V têm as condições mencionadas no início desta parte do
texto.

Exemplo Resolvido 2. Mostrar que o Solução.


sistema de coordenadas esféricas é Do exemplo resolvido 1, tem-se
ortogonal.

Tu = sen vcos w e1 + sen vsen w e 2 + cos ve3 ,

Tv = cos vcos w e1 + cos vsen w e 2 - sen ve3

e Tw = - sen w e1 + cos w e 2 + 0e3.

Portanto,

Tu . Tv = sen v cos v cos2 w + sen v cos v sen 2 w - sen v cos v = 0,

Tu . Tw = - sen v sen w cos w + sen v sen w cos w = 0

e Tv . Tw = - cos v sen w cos w + cos v sen w cos w = 0.

Isto é, os vetores Tu , Tv e Tw são dois a dois ortogonais para todo (u,v,w), daí o sistema
de coordenadas esféricas é ortogonal.

Exemplo Proposto 2. Mostrar que o sistema de coordenadas cilíndricas é ortogonal.

Considere as equações dadas em (2) nesta parte do texto, isto é, x = f1 ( u, v, w ),


(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 9

y = g1 ( u, v , w ) e z = h1 ( u , v , w ) , as superfícies de níveis das funções


f 2 , g 2 e h 2 , conforme foi definido no tópico da aula 3, são chamadas de
superfícies coordenadas de u, v e w, respectivamente. Os vetores unitários e normais
às superfícies coordenadas de u, v e w, são indicados por N u , N v e N w ,
respectivamente.

Teorema 2. Mostrar que os vetores unitários e normais às superfícies coordenadas de u, v


e w são dados, respectivamente, por

1 1 1
Nu = u, N v = v e N w = w
Hu Hv Hw

onde H u =| u|, H v =| v| e H w =| w|.

Demonstração. No tópico 2 da aula 5 foi provado que os vetores u, v e w são


normais às superfícies de níveis das funções f 2 , g 2 e h 2 , respectivamente. Daí, segue-se à
demonstração.

Exemplo Resolvido 3. Encontrar os vetores Solução. A transformação coordenadas


unitários e normais às superfícies cilíndricas é definida pelas equações
coordenadas, dadas pela transformação
coordenadas cilíndricas. x = u cos v, y = u sen v e z = w.

Expressando u, v e w, como funções de x, y e z, obtém-se

y
u = x 2 + y 2 , v = arc tg e w = z.
x

Calculando o gradiente de cada uma destas funções, encontra-se

1 1
u = (xe1 + ye 2 + 0e3 ), v = (- ye1 + xe 2 + 0e3 ) e w = 0e1 + 0e2 + e3 .
x 2 + y2 x + y2
2

1
Daí H u = 1, H v = x + y2
2 e H w = 1. Logo, pelo teorema 2, os vetores unitários e
normais às superfícies coordenadas, são

1
N u = u, N v = (- y e1 + x e2 ) e N = e .
w 3
x 2 + y2

E após substituir x, y e z, ficam


10 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

1
Nu = (u cos ve1 + u sen v e 2 ) = cos ve1 + sen v e 2 ,
u
1
Nv = (-u sen v e1 + u cos v e2 ) = - sen v e1 + cos ve 2 e N w = e3 .
u

Exemplo Proposto 3. Determinar os vetores unitários e normais às superfícies


coordenadas, dadas pela transformação coordenadas esféricas.

Os resultados do teorema seguinte, serão úteis na próxima parte deste texto.

Teorema 3. Se um sistema de coordenadas curvilíneas é ortogonal, então na origem do


sistema UVW:
(a) { Tu , Tv , Tw } e { N u , N v, N w } são conjuntos recíprocos de vetores;
(b) h u H u = h v H v = h w H w = 1 , Tu = h u u , Tv = h v v e Tw = h w w;
(b) u. v  w = ( h u h v h w ) -1 .

-x-x-x-x-x-x-x-x
Demonstração. Para demonstrar (a), inicialmente será provado que { ur , r
v
, r
w } e
{  u ,  v,  w } são conjuntos recíprocos de vetores. Considerando ainda
u = f 2 ( x , y, z), usando a regra da cadeia (dada no corolário do teorema 3 do tópico 3
desta aula) para derivar dos dois lados em relação a u, obtém-se

f 2 x f 2 y f 2 z r
1= + + , ou seja,  u = 1.
x u y u z u u

Analogamente, das equações v = g 2 ( x , y, z) e w = h 2 ( x , y, z), tem-se

r r
 u = 1 e   w = 1.
v w

Agora derivando u = f 2 ( x , y, z ) em relação a v, obtém-se

f 2 x f 2 y f 2 z r
0= + + , ou seja,   u = 0.
x v y v z v v

r  u = 0, r  v = 0, r  v = 0, r  w = 0 e r  w = 0.
Similarmente, tem-se w u w u v

Os produtos escalares obtidos, justificam que { ur , r , r


v w } e {  u ,  v,  w }
são conjuntos recíprocos de vetores, logo tais vetores satisfazem:
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 11

r v  w r w  u r  u  v
= , = , = onde m = uvw ,
u m v m w m

expressões similares para u , v e w , além disso

-1
r r r
= (uvw ) -1 ou uvw =  r r r  .
u v w  u v w 

Para mostrar que { Tu , Tv , Tw } e { N u , N v , N w } são conjuntos recíprocos de


vetores, observe que sendo { Tu , Tv , Tw } ortonormal, então { N u , N v , N w } também é
ortonormal, pois estes vetores são unitários e (por exemplo)

1 1 1 1 �� r � r ��� r � r�
N u =N
‫�״‬v =���u =� v � ��
Hu Hv H u H v m ��
2 v � w ��� w � u��
1 1 � r �� r � r �� r
=�‫=״‬ � �
Hu Hv m �2 u �� v � w�� w
1 1 � r 鶶������
r r r �r r r
= �� � � �� -� � � �� = 0.
u �
H u H v m2 � �
�� v �w � w ��w �w � �
v �

Sendo { Tu , Tv , Tw } e { N u , N v , N w } ortonormais, pode-se escrever

Tu = ( Tu  N u ) N u + ( Tu  N v ) N v + ( Tu  N w ) N w = ( Tu  N u ) N u

N u = ( N u  Tu ) Tu + ( N u  Tv ) Tv + ( N u  Tw ) Tw = ( N u  Tu ) Tu

1
pois (por exemplo) Tu  N v = h u H v ( ur  v ) = 0 uma vez que r
u
 v = 0 (do início desta
demonstração), assim

Tu  N u =  ( Tu  N u ) N u  ( N u  Tu ) Tu  = ( Tu  N u ) 2 , ou seja, Tu  N u = 0 ou 1;

mas se 0 = Tu  N u = 1
h u Hu ( ur  u ) então r
u
 u = 0 o que uma contradição, logo
Tu  N u = 1. Analogamente, Tv  N v = Tw  N w = 1 e Tu  N v = Tu  N w = Tv  N w = 0. O
que prova a parte (a) do teorema.

Para demonstrar a parte (b) do teorema, observe que como Tu  N u = 1 e Tu e


Nu são unitários, tem-se Tu = N u ; analogamente, Tv = N v e Tw = N w . Além disso,
sendo 1 = Tu  N u = ( 1 r
h u u ) ( 1
Hu
u ) e (do início da demonstração) r
u
 u = 1, obtém-
se
12 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

h u H u = 1;

1 1
analogamente, h v = Hv e hw = Hw
.

T T 1 1
Como N u = T vT Tw , tem-se Hu
u = Tu pois Nu = Hu
u e Tu = Tv  Tw
u v w

(uma vez que o terno (Tu , Tv , Tw ) é positivo com Tu Tv Tw = 1 , assim

Tu = h u u;

analogamente, Tv = h v v e Tw = h w w. Isto conclui a prova a parte (b) do teorema.

A demonstração da parte (c) é imediata, pois sendo

 1   1   1  1
uvw = u  v  w =  Tu    Tv    Tw  =
 hu   hv   hw  h u h vh w

uma vez que Tu  Tv  Tw = 1 , obtém-se

uvw = ( h u h v h w ) -1 .

O que conclui a demonstração do teorema.

GRADIENTE, DIVERGENTE E ROTACIONAL EM


COORDENADAS CURVILÍNEAS ORTOGONAIS
Seja um sistema de coordenadas curvilíneas definido pelas equações

x = f1 ( u, v, w ), y = g1 ( u, v, w ) e z = h1 ( u, v, w ).

Então, se uma função real f depende das coordenadas cartesianas x, y e z, fazendo a


mudança de coordenadas fica f ( f1 ( u, v, w ), g1 ( u, v, w ), h1 ( u, v, w ) ) e para efeito de
simplificação será indicada simplesmente por f ( u, v, w ) .

Teorema 1. Se f é uma função real das coordenadas curvilíneas u, v e w, o gradiente de


f é dado por

f f f
f = u + v + w.
u v w

E se o sistema de coordenadas curvilíneas é ortogonal, então


(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 13

1 f 1 f 1 f
f = Tu + Tv + Tw .
h u u h v v h w w

Demonstração. O gradiente de f em coordenadas cartesianas ortogonais é

f f f
f = e1 + e 2 + e3 .
x y z

Usando a regra da cadeia (dada no corolário do teorema 3 do tópico 3 desta


aula), tem-se

f f u f v f w
= + +
x u x v x w x

f f . f f f
e expressões similares para y e z Substituindo x
, y e z no segundo membro
do gradiente de f, obtém-se

f  u u u  f  v v v  f  w w w 
f =  e1 + e2 + e3  +  e1 + e2 + e3  +  e1 + e2 + e3 
u  x y z  v  x y z  w  x y z 
f f f
= u +  v + w.
u v w

A segunda fórmula do teorema para f , decorre diretamente da substituição


nesta última do u, v e w dados no teorema 3 da terceira parte deste texto.

Exemplo Resolvido 1. Calcular o gradiente Solução. As coordenadas esféricas


da função f ( x , y , z ) = x 2
+ y 2
- z 2
, no ( u , v , w ) são dadas pelas equações
sistema de coordenadas esféricas. x = u sen v cos w, y = u sen v sen w e
z = u cos v. Assim

f ( u, v, w ) = ( u sen v cos) 2 + ( u sen v sen w ) 2 - ( u cos v) 2 = - u 2 cos 2 v

e suas derivadas parciais de primeira ordem são

�f = -2u cos 2v, �f = 2u 2 sen 2v e �f = 0.



u �
v �
w

Tem-se ainda do exemplo resolvido 1 da terceira parte deste texto que:

h u = 1, h v = u, h w = u sen v,

Tu = sen v cos w e1 + sen vsen w e 2 + cos ve3 ,


Tv = cos vcos w e1 + cossen w e 2 - sen ve3
14 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

e Tw = - sen w e1 + cos w e 2 .

Como o sistema de coordenadas esféricas é ortogonal, conforme exemplo


resolvido 2 da terceira parte deste texto, usando a segunda fórmula dada no teorema 1,
encontra-se

1 1 1
f = (-2u cos 2v)Tu + 2u 2 sen 2v Tu + 0 Tw
1 u u sen v
= -2u cos 2v Tu + 2u sen v Tv + 0 Tw .

Exemplo Proposto 1. Calcular o gradiente da função f ( x , y , z) = x 2 + y 2 - z 2 , no sistema


de coordenadas cilíndricas.

Teorema 2. Em coordenadas curvilíneas ortogonais u, v e w, o divergente do campo


F = F1Tu + F2 Tv + F3 Tw é dado por

1    
F=  ( h v h w F1 ) + ( h u h w F2 ) + ( h u h v F3 )  .
h u h v h w  u v w 

Demonstração. Pela propriedade (1) do divergente (dada no tópico 4 desta aula), tem-se

  F =   ( F1Tu ) +   ( F2 Tv ) +   ( F3 Tw ).

Como o sistema de coordenadas é ortogonal, usando o teorema 3 da terceira parte deste


texto, acha-se

Tu = Tv  Tw = h v h w v  w.

Substituindo Tu em   ( F1Tu ) e usando a propriedade (2) do divergente (dada no


tópico 4 desta aula), obtém-se

  ( F1Tu ) = h v h w F1   (v  w ) + v  w. ( h v h w F1 );

mas   (v  w ) = w.   v - v.   w = w.0 - v.0 = 0 (veja os exercícios 37a e


33 do exercitando do tópico 4 desta aula) e (dos teoremas 1 desta parte e 3 da terceira
parte deste texto)

Ѵ��=Ѵ��
v w. (h v h+w�
F1 )+� v w. ��(h v h w F1 ) u �(h v h w F1 ) v � (h v h w F1) w �
��
u �
v �
w �
u. v w �(h v h w F1)
=�Ѵ�
�u
= 1 �(h h F );
hu h vh w �u v w 1
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 15

portanto, substituindo . (v  w ) e v  w. ( h v h w F1 ) , obtém-se

1 
.( F1Tu ) = ( h v h w F1 ).
h u h v h w u

Analogamente, encontra-se ainda que

1  1 
. ( F2 Tv ) = ( h u h w F2 ) e .(F3Tw ) = ( h u h v F3 ).
h u h v h w v h u h v h w w

Somando .( F1Tu ), .( F2 Tv ) e .( F3Tw ) e colocando 1 / huhvhw em


evidência, concluí-se a demonstração.

Exemplo Resolvido 2. Calcular o laplaciano Solução. Para o sistema de coordenadas


da função real dada no exercício resolvido 1, esféricas, tem-se hu = 1, hv = u e
no sistema de coordenadas esféricas. h w = u sen v. E do exemplo resolvido 1,

obtém-se

f = -2 u cos 2 v Tu + 2 u sen v Tv + 0 Tw .

Portanto, usando a fórmula do teorema 2, obtém-se

� 2f = � .� f = 1 � � (-2u 3 cos 2v sen v) + � (2u 2 sen 2v sen v) + � (0) �= 2.


u sen v ��u
2 �v w �

Exemplo Proposto 2. Calcular o laplaciano da função real dada no exercício proposto 1,


no sistema de coordenadas cilíndricas.

Teorema 3. Em coordenadas curvilíneas ortogonais u, v e w, o rotacional do campo


vetorial F = F1Tu + F2 Tv + F3 Tw é dado por

h u Tu h v Tv h w Tw
� F= 1 � � � .
h u h vh w �u �v �w
h u F1 h v F2 h w F3

Demonstração. Da propriedade (1) do rotacional (dada no tópico 4 desta aula), tem-se

  F =   ( F1Tu ) +   ( F2 Tv ) +   ( F3Tw ).

Como o sistema de coordenadas é ortogonal, pelo teorema 3 da terceira parte deste texto,
16 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

F1Tu = h u F1u. Logo, usando a propriedade (2) do rotacional (dada no tópico 4 desta
aula) e o exercício 33 do exercitando do tópico 4 desta aula, obtém-se

  ( F1Tu ) =   ( h u F1u) = h u F1 (  u) + ( h u F1 )  u = ( h u F1 )  u.

1
Usando o teorema 1 e substituindo u = hu
Tu , encontra-se

1  1  1 
(h u F1 )  u = 2 u
(h u F1 )Tu  Tu + (h u F1 )Tv  Tv + (h u F1 )Tw  Tu ;
hu h u h v v h u h w w

mas Tu  Tu = 0, Tv  Tu = -Tw e Tw  Tv , portanto

1  1 
  ( F1Tu ) = ( h u F1 )Tv - ( h u F1 )Tw .
h u h w w h u h v v

Similarmente, encontra-se ainda

1  1 
  ( F2 Tv ) = ( h v F2 ) Tw - ( h v F2 ) Tu
h u h v u h v h w w
e

1  1 
  ( F3 Tw ) = ( h w F3 ) Tu - ( h w F3 )Tv .
h v h w v h u h w u

Somando   ( F1Tu ),   ( F2 Tv ) e   ( F3Tw ), e agrupando as parcelas, concluí-


se a demonstração.

Exemplo Resolvido 3. Calcular o rotacional Solução. As coordenadas cilíndricas u, v e


do campo definido por w são dadas pelas equações

F(x, y, z) = x e1 - y e 2 - z e3 , x = u cos v, y = u sen v e z = w ,

no sistema de coordenadas cilíndricas. assim


F(u, v, w) = u cos v e1 - u sen v e 2 - w e3 .

Os vetores unitários e tangentes às curvas coordenadas cilíndricas são

Tu = cos v e1 + sen v e 2 , Tv = - sen v e1 + cos v e 2 e Tw = e3 .

Como Tu , Tv e Tw são vetores ortonormais, tem-se


(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 17

e1 = (e1.Tu )Tu + (e1.Tv )Tv + (e1.Tw )Tw = cos vTu - sen Tv ,

e 2 = (e 2 .Tu )Tu + (e 2 .Tv )Tv + (e 2 .Tw )Tw = sen vTu + cos vTv

e e3 = Tw .

Assim, substituindo e1 , e 2 e e3 , obtém-se as componentes do campo F com relação


aos vetores básicos do sistema de coordenadas cilíndricas, ou seja,

F( u, v, w ) = u cos v(cos v Tu - sen v Tv ) - u sen v(sen v Tu + cos v Tv ) - wTw


= u(cos 2 v - sen 2 v)Tu - 2 u cos v sen v Tv - wTw
= u cos 2 v Tu - u sen 2 v Tv - wTw .

Tem-se ainda, para o sistema de coordenadas cilíndricas, que h u = 1, h v = u e


h w = 1.

Portanto, usando a fórmula do teorema 3, obtém-se

Tu uTv Tw
� F= 1 � � �
u �u �v �w
u cos 2v -u 2 sen 2v - w

{
= 1 � � (- w) - � (- u 2 sen 2v) �Tu + � � (u cos 2v) - � (- w) �u Tv +
u ��v �w � ��w �u �

+ � � (- u 2 sen 2v) - � (u cos 2v) �Tw


��u �v �
= 0.

Exemplo Proposto 3. Calcular o rotacional do campo definido por


F(x, y, z) = x e1 - y e 2 - z e3 , no sistema de coordenadas esféricas.

Exemplo Resolvido 4. Se uma partícula se Solução. Em função das coordenadas


desloca e tem como referencial o sistema de esféricas, tem-se
coordenadas esféricas UVW, mostrar que:
(a) O vetor posição da partícula é x = u sen v cos w

r ( t ) = uTu ;
y = u sen v sen w
z = u cos v,

(b) A velocidade da partícula é

v(t) = du Tu + u dv Tv + u sen v dw Tw ;
dt dt dt
18 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Tu = sen v cos w e1 + sen vsen w e 2 + cos v e3


(c) A aceleração da partícula é 
Tv = cos v cos w e1 + cos v sen w e 2 - sen v e3
( ) ( )
� 2 2
a(t) = �d 2 u - u dv - u sen 2 v dv �T + T = - sen w e + cos w e
2 dt dt � u  w 1 2
�dt �

( ) ��T +
� du dv 2 2�
e
+�
2 + u d 2v - u sen 2v dw v
� dt dt dt 2 dt

2 � e1 = sen v cos w Tu + cos v cos w Tv - sen w Tw



+ �2sen v du dw + 2u cos v dv dw + u sen v d w �Tw .

e2 = sen v sen w Tu + cos v sen w Tv + cos w Tw
� dt dt dt dt dt 2 �
e = cos vT - sen v T .
 3 u v

(a) Substituindo x, y, z, e1 , e 2 e e3 em r = xe1 + ye2 + ze3 e simplificando,


obtém-se r(t) em coordenadas esféricas.

(b) Sabe-se que x, y e z estão dependendo do tempo, logo u, v e w também


dependem do tempo e conseqüentemente Tu , Tv e Tw .

Como v(t) = dtd r(t), tem-se

dT
v(t) = d (uTu ) = du Tu + u u ,
dt dt dt
mas

dTu � dw dv � � dw dv � dv
= �- sen vsen w + cos v cos w �e1 + �sen v cos w + cos vsen w �e 2 - sen v e 3
dt � dt dt � � dt dt � dt
dw dv
= sen v ( - sen w e1 + cos w e 2 ) + (cos v cos w e1 + cos vsen w e 2 - sen v e3)
dt dt
dw dv
= sen v Tw + Tv ,
dt dt

dTu
logo substituindo dt
em v( t ) , encontra-se

v(t) = du Tu + u dv Tv + u sen v dw Tw .
dt dt dt
d
(c) Como a(t) = dt v(t) , tem-se

( ) ( ) (
a(t) = d du Tu + d u dv Tv + d u sen v dw Tw .
dt dt dt dt dt dt )
Deve-se calcular agora, cada uma das parcelas que aparecem no lado direito desta última
equação. Assim:
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 19

(I) (
dt dt u dt
)
d du T = d 2 u T + du dTu ,
2 u dt dt
substituindo
dTu
dt
encontrado no item (b), obtém-se

( )
d du T = d 2 u T + du dv T + du dw sen v T ;
dt dt u dt 2
u
dt dt v dt dt w

(II) (
dt dt v )
d u dv T = u dv dTv + �
dt dt �
u d 2 v + du dv �
� dt
2
Tv ,
dt dt �

mas
dTv
dt
= - dv Tu + cos v dw Tv ,
dt dt
logo substituindo, obtém-se

( ) ( )
2 � d 2 v du dv �
d u dv T = - dv Tu + �
u 2 + Tv + u cos v dv dw Tw ;
dt dt v dt dt dt � dt dt
� dt �

( ) dT � 2 �
(III) d u sen v dw Tw = u sen v dw w + �u sen v d w + sen v du dw + u cos v dv dw �
Tw ,
dt dt dt dt � dt 2 dt dt dt dt �
dTw
mas = - cos w dw e1 - sen w dw e2 = - sen v dw Tu - cos v dw Tv , onde a
dt dt dt dt dt
dTw
segunda igualdade é pela substituição de e1 e e 2 , portanto substituindo ,
dt
encontra-se

2
d dw  2  dw 
 u sen v T =
w  - u sen v   Tu
dt  dt   dt 

( )
2 � 2
= u sen v cos v dw u sen v d w
Tv + � + sen v du dw + u cos v dv dw �
Tw .
dt � dt 2 dt dt dt dt �

Finalmente, somando os resultados encontrados em (I), (II) e (III), e agrupando


cada uma das componentes, tem-se a expressão para a aceleração.

Exemplo Proposto 4. Se uma partícula se desloca e tem como referencial o sistema de


coordenadas cilíndricas UVW, mostrar que:
(a) O vetor posição da partícula é r(t) = uTu + wTw ;
du dv dw
(b) A velocidade da partícula é v(t) = T + u Tv + T ;
dt u dt dt w

( ) ( )
�d 2 u 2� 2
dv Tu + 1 d u 2 dv Tv + d w
(c) A aceleração da partícula é a(t) = � 2 - u � Tw .
�dt dt � u dt dt dt 2

Exemplo Resolvido 5. Um dipolo elétrico Solução. A figura ilustra as curvas


é uma distribuição de cargas elétricas coordenadas esféricas com origem no ponto
iguais e opostas q e -q, separadas por P onde está uma carga de prova.
20 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

uma distância d muito pequena. Num


dipolo elétrico, embora a carga total seja Z
igual a zero (pois as duas cargas são iguais e E
E v
U
opostas), o fato das cargas estarem
W +q d E
separadas por uma pequena distância é 2 u

suficiente para evitar o desaparecimento do v P


campo elétrico E (isto é, uma região onde d r
Y
O
uma outra carga experimenta uma força d 1

decorrente das duas cargas do dipolo). V


X -q
Mostrar que o campo elétrico do dipolo
elétrico, num ponto P e em coordenadas
esféricas (u,v,w), é Da Física, tem-se E = -V onde
cQ
V= d é o potencial de uma carga Q e
p c= 1 . Para várias cargas, o potencial
E= 3
(2 cos vTu + sen vTv ) 4 po
4pu
elétrico V, num ponto P, é a soma dos
onde p = qd é o momento do dipolo elé- potenciais de cada carga. Daí, para o
trico. dipolo elétrico, tem-se

�q q � d - d
V = c � - �= cq 1 2 .
�d 2 d1 � d1d 2

Como d é muito pequena com relação a |r| (onde r é o vetor posição de P),
pode-se tomar d 1 - d 2 = d cos v e | r|2 = d 1d 2 . Tem-se ainda, em coordenadas esféricas, que
r = u Tu logo | r | = u. Assim, encontrou-se

cos v cos v
V = cqd 2
= cp .
u u2

Portanto, usando a fórmula do teorema 1 desta seção, obtém-se

� cos v �
E = -��
cp �
� u2 �
� � � � � � � �
= -cp �1 ��cos2 v �
Tu + 1 ��cos2 v �
Tv + 1 ��cos2 v �
T
�hu �
u �u � hv �
v �u � w �u �w �
hw � �
cp
= ( 2 cos v Tu + sen v Tv ) .
u3
Exemplo Proposto 5. Calcular o campo elétrico do dipolo elétrico, num ponto P e em
coordenadas cilíndricas.

EXERCITANDO
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 21

1. Verifique que o sistema das equações x = u - 2 v + w , y = 2 u + v - w e z = - u + v - w ,


pode ser resolvido unicamente para u, v e w em função de x, y e z. Calcule os
vetores unitários e tangentes às curvas coordenadas curvilíneas dadas pelo sistema.

2. Para cada um dos sistemas de coordenadas curvilíneas, definido pelo sistema de


equações seguintes: (i) Encontre os vetores unitários e tangentes às curvas coordenadas;
(ii) Verifique se o sistema é ortogonal; (iii) Encontre os vetores unitários e normais às
superfícies coordenadas, num ponto qualquer.
(a) x = uv, y = 12 (v 2 - u 2 ) e z = w;
(b) x = uv cos w, y = uv sen w e z = 12 (v 2 - u 2 );

(c) x = a cosh u cos v, y = a senh u sen v e z = w, onde a é uma constante positiva;

(d) x = a senh u sen v cos w, y = senh u sen vsen w e z = cosh u cos v;

(e) x = a cosh u cos v cos w, y = a cosh u cos vsen w e z = a senh u sen v;


a senh v a sen u
(f) x = , y= e z = w.
cosh v - cos u cosh v - cos u

3. Mostre que as matrizes de mudança da base { e1 , e2 , e3 } do sistema de coordenadas


cartesianas para a base {Tu , Tv , Tw } do sistema de coordenadas cilíndricas e
reciprocamente, são dadas, respectivamente por
 cos v sen v 0   cos v - sen v 0 
 - sen v cos v 0  e sen v cos v 0  .
 0 0 1   0 0 1 

4. Mostre que as matrizes de mudança da base { e1 , e2 , e3 } do sistema de coordenadas


cartesianas para a base {Tu , Tv , Tw } do sistema de coordenadas esféricas e
reciprocamente, são dadas, respectivamente por
sen v cos w sen v sen w cos v  sen v cos w cos v cos w - sen w 
 cos v cos w cos v sen w - sen v  e sen v sen w cos v sen w cos w  .
 - sen w cos w 0   cos v - sen v 0 

5. Determine as funções coordenadas do campo vetorial F(x, y, z) = x 2e1 + y 2e 2 + z 2e3 , em


relação aos vetores unitários e tangentes do sistema de coordenadas:
(a) Cilíndricas; (b) Esféricas.

6. As funções coordenadas do campo vetorial G ( u, v, w ) = uTu + wTw são relativas ao


sistema de coordenadas : (a) cilíndricas, (b) esféricas. Encontre as funções
coordenadas de G em relação ao sistema de coordenadas cartesianas.

Nos exercícios 7 e 8, (u,v,w) são as coordenadas: (a) cilíndricas; (b) esféricas.


Calcule o gradiente e laplaciano da função indicada:
7. f ( u, v, w ) = 2 u cos v sen w; 8. g( u, v, w ) = ( u 2 - v 2 ) sen 2 2 w.
22 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Nos exercícios 9 e 10, (u,v,w) são as coordenadas: (a) cilíndricas; (b)


esféricas. Calcule o rotacional do campo vetorial indicado:
9. F( u, v, w ) = u2Tu + uv2Tv - w 2Tw ;
10. G ( u, v, w ) = v cos wTu - u sen wTv + uv sen v cos vTw .

Nos exercícios 11 a 14, calcule o gradiente da função dada no sistema de


coordenadas (a) cilíndricas e (b) esféricas:
11. f ( x, y, z) = x 2 - y 2 + z 2 ; 12. g( x, y, z) = x + y - 2 z;
x-y x+y+z
h( x , y , z ) = + z2 ; p ( x, y , z) = .
13. 2 2 14.
x +y x + y2 + z2
2

Nos exercícios 15 a 18, calcule o divergente do campo vetorial dado no sistema


de coordenadas (a) cilíndricas e (b) esféricas:
15. F(x, y, z) = xe1 - ye2 + ze3 ; 16. G(x, y, z) = 2x 2 e1 + 4y 2 e 2 - z 2 e3 ;
xe1 - ye 2 - ze3 xe1 - ye2 + ze3
17. H(x, y, z) = ; 18. P(x, y, z) = .
x 2 + y2 2
x +y +z 2 2

Nos exercícios 19 e 20, calcule o laplaciano da função dada no sistema de


coordenadas (a) cilíndricas e (b) esféricas:
19. f ( x, y, z) = x 2 + y 2 + z 2 ; 20. g( x, y, z) = x 2 + y 2 - 4 z 2 .

Nos exercícios 21 a 24, calcule o rotacional do campo vetorial dado no sistema


de coordenadas (a) cilíndricas e (b) esféricas:
21. F(x, y, z) = - xe1 + ye 2 + ze3 ; 22. G(x, y, z) = 2x 2 e1 - y 2 e 2 + 4ze3 ;
xe1 + ye2 + ze3 x 2 e1 - y 2 e 2 + z 2 e3
23. H(x, y, z) = ; 24. P(x, y, z) = .
x 2 + y2 x 2 + y2 + z2

25. Suponha que os vetores básicos de um sistema de coordenadas curvilíneas UVW,


definido por uma transformação linear, são Tu = 6 (e1 + 2e 2 + e3 ), Tv = 2 ( -e1 + e3 )
1 1

1
e Tw = (e1 - e 2 + e3 ). Calcule o gradiente e o laplaciano, com relação a esse
3
sistema de coordenadas, da função f ( x, y, z) = x - 4 y 2 + 3z.

26. Se os vetores básicos de um sistema de coordenadas curvilíneas UVW, definido por


1 1 1
uma transformação linear, são Tu = 2 ( -e2 - e3 ), Tv = 2 (e1 - e3 ) e Tw = 2 (e1 - e 2 ).
Mostre que o divergente e o rotacional, com relação a esse sistema de coordenadas, do
campo vetorial dado por F(x, y, z) = x 2 e1 - 2y 2 e 2 + z 2e3 , são 2(u + 3w) e (0, 0, 0),
respectivamente.

27. Seja F = f Tu + g Tv + h Tw um campo vetorial com relação ao sistema de


coordenadas (i) cilíndricas e (ii) esféricas, calcule:
(a) f ; (b) . F; (c)   F; (d)  2 f ; (e)  2 F.
Sugestão: no item (e), veja o exercício 37(b) do exercitando do tópico 4 desta aula.
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 23

28. Se r é o vetor posição de cada ponto de uma bola esférica, usando os resultados do
exercício 27, mostre que:
r
(a) f ( | r|) = f ( ' | r|) | r | ; (b)  
. f ( | r |) r = 3f ( | r |) +| r | f ( ' | r |) ;

2
(c)  
  f ( | r |) r = 0; (d)  f ( | r | ) =
2
|r|
f ' ( | r |) + f " ( | r |) .

29. Use o resultado do exercício 28 (d) para mostrar que  2 f ( | r |) pode ser escrito nas
formas:
1 d  2 1 d2
(a) 2 d|r|
| r | f ' ( | r |)  ; (b) 
| r | f ( | r |) .
|r|  | r | d| r | 2

30. Use o exercício 27 deste exercitando, para mostrar que o laplaciano de uma função f
2
2 1  2f
das coordenadas polares r e q, é  f (r, q) = r 2f + 1r fr + r 2 q
. E verifique que
as funções seguintes são harmônicas:
(a) f ( r , q) = a r sen q2 ;
1 2p 1- r2
(b) f (r, q) =
2p 0 g(t)
1 + r 2 - 2r cos(q - t)
dt se r  1. .

31. Se (u,v,w) são as coordenadas cilíndricas, mostre que o campo vetorial:


(a) F( u, v, w ) = - 2 f ( u, v)Tw tem um potencial vetorial;
(b) G ( u, v, w ) =   f ( u, v)Tw é um potencial vetorial do campo F.

32. Se (u,v,w) são as coordenadas esféricas, mostre que o campo vetorial:


1
(a) F(u, v, w) = u 2 Tu é solenoidal;
f (u,v)
(b) G(u, v, w) = u sen v Tw pode ser um potencial vetorial do campo F, encontrando a
função f(u,v).

33. Sejam (u,v,w) são as coordenadas cilíndricas, fn e g n funções definidas por



f n (u) =  n
u ou
l n u se n = 0
u -n
se n  1
e g n (v) =
cos nv ou sen nv {
1 se n = 0 ,
se n  1
mostre que h( u, v, w ) = f n ( u)g n ( v) é harmônica.

34. Se (u,v,w) são as coordenadas esféricas, fn e g n são funções definidas por


 1 se n=0

 cos v se n =1
f n (u) = u n ou f n (u) = u - (n +1) e g n (v) =  1 (3 cos 2 v - 1) se n = 2,
2
1 2
 2 (5 cos v - 3 cos v) se n =3
mostre que h( u, v, w ) = f n ( u)g n ( v) é harmônica.

35. Resolva a equação de Laplace se a solução depende apenas da coordenada cilíndrica u.

36. Resolva a equação de Laplace se a solução depende somente da coordenada esférica u.


24 (Aula 6) CÁLCULO DIFERENCIAL DE FUNÇÃO VETORIAL DE VÁRIAS VARIÁVEIS

37. Demonstre que o gradiente, o divergente, o rotacional e o laplaciano, dados em


coordenadas cartesianas ortogonais, independe da translação do sistema de
coordenadas. E quanto à rotação dos eixos coordenados, será que existe ainda
independência dos citados operadores? Justifique sua resposta.

38. Seja f uma função real das coordenadas curvilíneas ortogonais (u,v,w). Mostre que o
2
u v w  u
( h h
v
) (
h h
w
)
laplaciano de f é  f = h h1 h  u vh w uf + v uh w vf + w hu v wf  .
h h
 ( )
39. Suponha que uma partícula se desloca sobre um cilindro circular reto e sua aceleração é
normal ao cilindro em cada instante. Use o exemplo proposto 4 da última parte deste
texto para mostrar que a trajetória da partícula é uma reta ou uma circunferência, ou
uma hélice cilíndrica. Veja o exercício 21 do exercitando do tópico 1 da aula 2.

40. Demonstre a segunda lei de Kepler (veja exercício 24 do exercitando do tópico 1 da


aula 2) usando o exercício proposto 4 da última parte deste texto. Sugestão: (a) Use
que as coordenadas polares são as coordenadas cilíndricas com w = 0, para mostrar
que u 2 dv
dt é constante; (b) Em seguida, se A(t) é a área varrida por r(t) num tempo
t, use que | r  dr| = 2dA para concluir que A'(t) é constante.

41. Um quadrupolo elétrico é uma distribuição de quatro cargas iguais com carga total
igual a zero. Considere o quadrupolo elétrico com distribuição de cargas ao longo do
eixo Z, sendo as duas cargas negativas na origem e as duas cargas positivas em
posições simétricas à distância d da origem. Mostre que o potencial elétrico V e o
campo elétrico E, desse quadrupolo, num ponto P, podem ser dados em coordenadas
esféricas (u,v,w) por

p 3 cos 2 v - 1 3p  (3cos 2 v - 1)Tu + sen 2vTv  ,


V= e E=
8p u2 8pu  4 

onde o momento do quadrupolo elétrico é p = 2qd 2 .

1 1 1
1. Tu = (e1 + 2e 2 - e3 ), Tv = (-2e1 + e 2 + e3 ) e Tw = (e1 - e 2 + e3 );
6 6 3
1
5. (a) F(u, v, w) = u 2 (sen 3 v + cos3 v)Tu + u 2 sen 2v(sen v - cos v)Tv + w 2 Tw ,
2
u2
 ( )
(b) F(u,v, w) = u 2 sen 3 v sen 3 w + cos 3 w + cos 3 v  Tu + sen 2v sen v(sen 3 w + cos3 w) - cos v  Tv +
 2  
2
u
+ sen 2 vsen 2w(sen w - cos w)Tw ;
2
7. (a) f (u, v, w) = 2(cos v sen w)Tu - sen v sen wTv + u cos v cos wTw = 2(sen w e1 + u cos v cos w e3 )
(Tóp. 4) MUDANÇA DE COORDENADAS 25

e  2 f (u, v, w) = -2u cos v sen w;


(b) �f (u, v, w) = 2 ( cos vsen w Tu - sen vsen wTv + ctg v cos w Tw )
2
= 2  ctg v cos w( - sen w e1 + cos w e 2 ) + sen w e3  e �2f = ctg v csec vsen w;
u
2 2
v v
9. (a)   F(u, v, w) = Tw = e3 ,
u u
2
w w2 v2 1
(b)   F(u, v, w) = - ctg v Tu + Tv + Tw = -  v 2 (sen w e1 - cos w e 2 ) + w 2 csec v e 3  ;
u u u u 
11. (a) f (u, v, w) = 2  u(cos 2v Tu - sen 2v Tv ) + wTu  = 2  u(cos v e1 - sen v e 2 ) + w e3  ,
(b) f (u, v, w) = 2u (1 - 2 sen 2 v sen 2 w)Tu - sen 2v sen 2 w Tv - sen v sen 2w Tw  ;
 
1 1
13. (a) h(u, v, w) = - (sen v + cos v)Tv + 2w Tw , (b) h(u, v, w) = - (sen v + cos v)Tv - 2w csec v Tw ;
u u
15. (a) .F(u, v, w) = 1 e (b) .F(u, v, w) = 1;
2 2
17. (a) .H(u, v, w) = - cos 2 v e (b) .H(u, v, w) = - csec v cos 2 w;
u u
2 2
19. (a)  f (u, v, w) = 6 e (b)  f (u, v, w) = 6;

21. (a)   F(u, v, w) = 0 e (b)   F(u, v, w) = 0;


w 1
23. (a)   H(u, v, w) = 2
Tv e (b)   H(u, v, w) = (ctg v csec v + cos v - 1)Tw ;
u u
4 4
25. f (u, v, w) = (4w - 8u + 1)Tu + 2Tv + (4u - 2w + 1)Tw e  2 f (u, v, w) = -8;
6 3
f 1 f f f 1 f csec v f
27. (ia) f = Tu + Tv + Tw , (iia) f = Tu + Tv + Tw ,
u u v w u u v u w
 1 h g   f h   g 1 f g 
(ic)   F =  -  Tu +  -  Tv +  - +  Tw ,
 u v w   w w   u u v u 
1  h g   csec v f h   g 1 f g 
(iic) F =  csec v + h ctgv  Tu +  -  Tv +  - +  Tw .
u  v w   u w u   u u v u 
 1 2 g   1 2 f 
(ie)  2 F =   2 f - 2 f - 2  Tu +   2 g - 2 g + 2 2
 Tv +  h Tw ;
 u u v   u u v 
 2 2 g 2 2 h 
(iie)  2 F =   2 f - 2 f - 2 - 2 ctgv g - 2 csec v Tu +
 u u v u u w 
 1 2 f 2 h 
+   2 g - 2 csec2 v g + 2 - 2 ctg v csec v Tv +
 u u v u  w 
 1 2 f 2 g 
+   2 h - 2 csec2 v h + 2 csec v + 2 ctg v csec v Tw ;
 u u w u w 
35. f ( u, v, w ) = a n u + b onde a e b são constantes.

Potrebbero piacerti anche