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Observatórios do Antropoceno:
sobre outras Mundanidades
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AGRADEÇO:
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APRESENTAÇÃO
“Se as coisas são inatingíveis... ora! qual curso universitário escolher; por fim, cla-
Não é motivo para não querê-las... ramente optei por Arquitetura e Urbanismo.
Que tristes os caminhos, se não fora Já na graduação, essas paixões – Arquitetu-
ra e Astronomia – me levaram a desenvolver
A presença distante das estrelas!”
uma interlocução entre elas, realizando uma
Mário Quintana iniciação científica denominada “Arquitetu-
ra de Observatórios Astronômicos no Brasil”
entre 2014 e 2015, sendo esse um estudo
Começarei falando sobre “desejo”. Essa pa-
histórico-tipológico dessas edificações locali-
lavra vem do latim “desiderare”. Descons-
zadas em solo nacional. Embora a relevância
truindo-a uma vez mais, “de sidere”, ou seja,
daquela pesquisa estivesse academicamente
“dos astros” ou “do céu” – esperar o que os
delimitada em termos de desenvolvimento
astros trarão. Não por acaso, quando vemos
de conteúdo a ser consultado por outros pes-
uma estrela cadente, costumamos fazer um
quisadores em uma temática pouco explora-
desejo, esperando que o céu nos traga sua re-
da por arquitetos, a verdade é que inicialmen-
alização. E foram os astros que “trouxeram”
te busquei pelo tema para suprir justamente
minha inspiração primeira.
o “desejo” de mergulhar em algo que me cau-
Olhar os astros é uma antiga paixão que tra- sava emoção. “Emoção”, que por sua vez tem
go da infância sem razões racionais conscien- como raiz o “emovere”, do latim, “o que põe
tes, o que me pôs em um dilema a respeito de em movimento”. Não à toa, sei essa etimolo-
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gia “de cor” (do latim “de coração”): temos
em nosso coração aquilo que nos põe em
constante movimento, que nos move, que
nos tira do nosso atual lugar – que nos des-
perta desejo.
Ao ingressar no Trabalho Final de Gradua-
ção, o objetivo era trabalhar com a arquite-
tura à serviço da divulgação científica, uma
vez que tomar conhecimento do trabalho
de divulgadores da ciência – tais quais Carl
Sagan, Philip Ball e Marcelo Gleiser – avi-
vou minha paixão também por essa te-
mática em arquitetura. Conforme foram
se formando os embasamentos teóricos
e em decorrência das conversas com meu
orientador, a filosofia pós-estruturalista e o
conceito do “observatório” – estimado por
mim ao ponto de realizar uma pesquisa a
seu respeito – passaram também a nortear
esse trabalho.
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SUMÁRIO
08 INTRODUÇÃO
11 1 - DIÁLOGOS: FILOSOFIA, DIVULGAÇÃO E ARQUITETURA
12 1.1 - Pensamento Livre
25 1.2 - Conhecimento e Sociedade: Divulgação e Crítica
33 1.3 - A Experiência Total do Conhecimento
39 1.3.1 - Visões do Real: Clore Garden of Science
43 2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
44 2.1 - Compilação Histórica e Análise Urbana
57 2.2 - Interpretação Conceitual
64 2.3 - Visões do Real: Parc de La Villette
69 3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
70 3.1 - Ver além do que se Vê
78 3.2 - Parque de Pesquisa e Divulgação Científica e Cultural
78 3.2.1 - Primeiras Investigações
82 3.2.2 - Estratégias Territoriais Conceituais
104 3.2.3 - Operação Urbana Bairros do Tamanduateí
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107 3.2.4 - Visões do Real: Paris Rive-Gauche
110 3.2.5 - Receptáculo do Pensamento
118 3.3 - Centro de Pensamento
118 3.3.1 - Primeiras Investigações
124 3.3.2 - Estratégias Projetuais
156 CONCLUSÃO
158 REFERÊNCIAS
164 CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS
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INTRODUÇÃO
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Estrutura Organizacional em 3 partes apresentada em conjunto com suas estraté-
1º parte - Especulações conceituais; gias projetuais.
problema, sendo que estes sempre remetem Desse modo, a Filosofia de Deleuze e Guat-
técnicos e aparelhos para saber a verdade, seu papel junto aos postos pragmáticos de
mas para aumentar o poder (LYOTARD, que necessitam as instituições (LYOTARD,
2006, p. 83) 2006, p. 89)
Nesse sentido, poderíamos considerar que as Não apenas, o saber que pode ser “medido”
“ciências” mais “legitimadas” pela sociedade e “controlado”, que pode “servir a” algo es-
e pelo Estado podem ser as “estriadas”, cujo pecífico (no caso, servir à manutenção do po-
método se calca em saber seu ponto de par- der, à circulação do capital) é o mais procu-
tida e, de antemão, seu ponto de chegada, rado por financiadores, uma vez que permite
sendo essas as que muitas vezes reforçam a maior eficiência dos meios de produção ou
circulação de capital e a manutenção do po- podem ser ferramentas de pesquisas futuras
der? que permitam essa maior eficiência.
No contexto da deslegitimação, as univer- Segundo Lyotard (2006, p. 5), o saber se tor-
sidades e as instituições de ensino superior
são de agora em diante solicitadas a formar nou uma grande força de produção. Embora
competências, e não mais ideais: tantos Lyotard tenha escrito esse livro em 1979, o
médicos, tantos professores de tal ou qual “saber como meio de produção” ainda é bas-
disciplina, tantos engenheiros, administra- tante evidente, mesmo no meio acadêmico.
dores, etc. A transmissão dos saberes não
aparece mais como destinada a formar uma Não raro, instituições de ensino que bus-
elite capaz de guiar a nação em sua emanci- cam “cortar custos” baseiam-se em índices
pação. Ela fornece ao sistema os jogadores de medição de qualidade versus quantidade
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PENSAMENTO LIVRE
(vide índice-h3) de maneira pouco criteriosa, professores que a dos cientistas (LYOTARD,
2006, p. 71-72)
21
ERVIL OTNEMASNEP
latim, língua não acessível ao povo de sua como Marat12 e Desaguliers13; não raro essas
época e local – tendo essa sido a primeira demonstrações atingiam ares de espetácu-
maneira documentada de divulgação cientí- los (como alguns atualmente, que “deificam”
fica no Ocidente. a ciência), podendo inclusive ser itinerantes
Embora atualmente a divulgação do conhe- (SILVA, 2006, p. 54).
cimento ganhe dimensões impossíveis an- A divulgação não se trata apenas de fazer
teriormente devido a rapidez dos meios de com que o receptor compreenda os assuntos
comunicação, já no século XVIII o público tratados, mas também de lhe despertar in-
enchia anfiteatros para ouvir e assistir a res- teresse em entender melhor a questão e dar
peito de novas máquinas e demonstrações 12 Um dos personagens centrais da Revolução Fran-
de fenômenos pneumáticos, elétricos, me- cesa, eleito um dos dirigentes da Comuna de Paris,
cânicos, exposições e palestras sobre física, tendo sido assassinado por outros revolucionários
posteriormente. Escreveu sobre ótica, calor e eletrici-
química ou medicina, dentre outros. Alguns dade, tendo proferido diversas palestras públicas com
divulgadores foram famosos nessa época, demonstrações e experimentos sobre esses temas
13 Curador de experimentos da Royal Society de
Londres, foi um dos mais influentes divulgadores de
ciência de sua época, foi assistente de Isaac Newton,
tendo recebido a Medalha Copley três vezes em con-
sideração à importância de seus experimentos para o
desenvolvimento da ciência de sua época.
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CONHECIMENTO E SOCIEDADE: DIVULGAÇÃO E CRÍTICA
tes que são essenciais para a posterior pro- Fleming não planejava salvar as vidas de
milhões com antibióticos quando obser-
dução de conhecimento que venha a afetar vou um círculo sem bactérias ao redor de
diretamente o desenvolvimento da socieda- uma formação de mofo; Watson e Crick não
de, como colocam uma barreira no caminho imaginavam a cura de doenças genéticas
quando tentavam decifrar a difratometria
de pesquisas que, à primeira vista podem ser dos raios X do DNA; Rowland e Molina não
consideradas “desperdício de verba”, mas planejavam implicar os CFCs na diminuição
que podem se mostrar essenciais para de- da camada de ozônio quando começaram a
senvolver técnicas que sejam de amplo uso estudar o papel dos halógenos na fotoquí-
mica estratosférica (SAGAN, 2001, p. 447).
no futuro.
Maxwell não estava pensando no rádio, Essas considerações buscam tornar mais
no radar e na televisão quando rabiscou evidente a importância de produzir conhe-
as equações fundamentais do eletromag- cimento com uma determinada “liberdade”
netismo; Newton nem sonhava com voos
espaciais ou satélites de comunicações
e que a liberação de verbas para essas pro-
quando compreendeu pela primeira vez o duções não são “desperdícios”, mas investi-
movimento da Lua; Roentgen não cogitava mentos futuros; investigações improváveis,
em diagnóstico médico quando investigou levadas muitas vezes pela pura curiosidade,
uma radiação penetrante tão misteriosa
que ele a chamou de raios X; Curie não pen- podem se demonstrar essenciais no desen-
sava na terapia do câncer quando extraiu volvimento de dispositivos que venham a ser
a duras penas quantidades diminutas de cruciais no desenvolvimento da sociedade.
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CONHECIMENTO E SOCIEDADE: DIVULGAÇÃO E CRÍTICA
Nesse aspecto, a divulgação de como o co- financiado (uma vez que Lyotard realiza jus-
explicações sobre astronomia, evolução das e Philip Ball17 – não são apenas best-sellers,
acadêmicos e se utilizando de frases curtas podem então ser várias e em diversos graus
(que, no geral, têm maiores chances de ser de dificuldade.
compreendidas) poderia diminuir a “preci- Considerando os ares de espetáculo e deifi-
são” ou qualidade da produção de um pes- cação da ciência que essa maneira de comu-
quisador. nicar o pensamento científico tem assumi-
Não raro, a divulgação científica trabalha do, faz-se necessário salientar que há aqui a
com o binômio “divulgador” (imbuído da busca por uma divulgação do “pensamento
autoridade de deter conhecimento e de ser científico” que fomente a liberdade do pen-
capaz de transmiti-lo) e “receptor” (aquele samento, que trabalhe a capacidade crítica
que pouco ou nada sabe de ciência). Como do público, tornando-o capaz de recorrente-
esclarece Silva (2006, p. 58), deve-se consi- mente questionar e permitir ser questionado.
derar que, no grau de especialização científi- Uma divulgação que potencialize o diálogo
ca que se estabeleceu na ciência atualmente, de pensamentos e conhecimentos.
todo cientista é relativamente leigo em ou-
tros campos do saber que não o seu próprio.
Nesse sentido, é importante enfatizar que a
divulgação não busca apenas esclarecer o co-
nhecimento para um público totalmente lei-
go, mas para uma diversidade de públicos. As
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A EXPERIÊNCIA TOTAL DO CONHECIMENTO
1.3 - A Experiência Total do Conhecimento
Toda a questão da divulgação do saber gira O museu na Grécia antiga era uma instituição
jo que alimenta a força do pensamento e que com os visitantes. São objetos com eventos
associados, objetos vivos, objetos que mu-
dez pessoas (tertúlia21, um grupo); mais ou Aqui, mais do que nunca, eles devem garan-
1 - DIÁLOGOS: FILOSOFIA, DIVULGAÇÃO E ARQUITETURA
menos cem pessoas (palestras em auditórios tir que parte da museologia é arquitetura e
parte da arquitetura do museu é museolo-
ou ao ar livre); mais ou menos mil (cerimônia, gia (WAGENSBERG, 2013, p. 2, tradução
palestra ou espetáculo). minha22)
Os objetos expositivos não foram abordados Ainda segundo Wagensberg (2013), a respei-
projetualmente nesse trabalho, sendo esse to do termo “observatório” ainda há que se
conceito, portanto, interpretado concomi- considerar que o centro de ciências se torna
tantemente ao conceito de “museu-obser- observatório da convivência entre humanos
vatório”, onde, também de acordo com Wa- e lugar que gera opinião pública, o que im-
gensberg: plica no planejamento de espaços para reu-
Primeiramente, devemos considerar que, nião de público, especialmente para troca de
no caso do Museu-Observatório, o desenho ideias e para lidar com temas atuais. Segun-
do conteúdo (museografia) e o desenho do
recipiente (arquitetura) são, mais do que
22 Do original “First, we must note that, in the case
nunca, interdependentes. O trabalho dos
of a Museum-Observatory, the design of the content
museólogos não começa onde o traba-
(museography) and the design of the container (ar-
lho dos arquitetos e construtores termina.
chitecture) are, more than ever, interdependent. The
21 A palavra ‘tertúlia’ se refere a um encontro ou cír- work of museologues does not begin where the work
culo informal mas regular de pessoas que pensam de of architects and builders ends. Here, especially, they
maneira similar e geralmente acontece em um café. must ensure that part of the museology of a museum
As tertúlias literárias de Madrid, por exemplo, são no- is architecture and that part of the museum’s architec-
tórias. ture is museology”.
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A EXPERIÊNCIA TOTAL DO CONHECIMENTO
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VISÕES DO REAL: CLORE GARDEN OF SCIENCE
1.3.1 - Visões do Real: Clore Garden of Science
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ECNEICS FO NEDRAG EROLC :LAER OD SEÕSIV
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2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
2.1 - Compilação Histórica e Análise Urbana
2.2 - Interpretação Conceitual
2.3 - Visões do Real: Parc de La Villette
ACIRÓTSIH OÃÇALIPMOC
São Paulo
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
Brasil
São Paulo
Bairros Tamanduateí
Situado na cidade de São Paulo, entre as da para análise urbana, que prevê diretrizes
subprefeituras da Sé e da Mooca, o terreno para revitalização dos bairros localizados às
escolhido para intervenção possui uso ma- margens do rio Tamanduateí.
joritariamente industrial e, atualmente, está Os bairros do Cambuci e da Mooca tiveram
em processo de esvaziamento. A área é cor- formação similar ao longo do desenvolvi-
tada pela Avenida do Estado e pela linha Tur- mento da cidade de São Paulo, sendo ambos
quesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens de formação inicial indígena e, posterior-
Metropolitanos). A área da Operação Urbana mente, imigrante.
Consorciada Arco Tamanduateí foi seleciona-
44
COMPILAÇÃO HISTÓRICA
A ocupação de ambos os bairros se iniciou no tificação dos rios que cortavam a cidade de
século XVI, com o aldeamento indígena rea- São Paulo. A retificação do Rio Tamanduateí
lizado pelos jesuítas. Por muitos anos, ambas e a construção de suas transposições impul-
as regiões possuíam atividade rural e eram sionaram ainda mais a ocupação da Mooca,
caminhos de bandeirantes e tropeiros para bairro à leste do Tamanduateí.
Santos. No século XIX, anos das grandes imi- A maioria dos imigrantes que chegaram a
grações e da construção da ferrovia – fatores essa região se dedicavam a produção indus-
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
esses impulsionados pela economia gerada trial e, já no início do século XX, suas manifes-
pela produção cafeeira paulista – os bairros tações culturais começam a dar vida a ambos
passam a ser mais ocupados, com residên- os bairros. Na década de 1910 eclode uma
cias, comércios e indústrias. Projetada em das primeiras grandes greves de São Paulo,
1867, a inauguração da Estação Ferroviária questionando e criticando os abusos dos pa-
da Mooca foi impulsionadora do desenvolvi- trões contra os operários e gerando debates
mento do bairro, além de ser uma das saídas entre a classe trabalhadora – debates e reu-
para equilibrar os prejuízos causados pelas niões essas que ocorriam no Cine-teatro Gua-
frequentes enchentes do Rio Tamanduateí rany, no bairro do Cambuci. Essas reuniões e
na região. Os rios, antes parte da paisagem, questionamentos foram cruciais para o acon-
do cotidiano e do transporte, passaram a ser tecimento da Greve Geral de 1917, que tinha
considerados barreiras para a expansão ur- como objetivo a reivindicação de melhores
bana, o que deu origem aos projetos de re- condições de trabalho para operariado.
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ACIRÓTSIH OÃÇALIPMOC
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COMPILAÇÃO HISTÓRICA
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
Loteamentos industriais + Des- Retificação finalizada Esvaziamento Industrial
vios Ferroviários para Indústrias
Ford VASP Cruzeiro - 1954 Ascenção do Rodoviarismo e
mudança na matriz econômi-
ca causam desindustrialização e
deslocamento das industrias para
Projeção hiperboloide da Cidade proximidades de rodovias.
de São Paulo - 1951
Ortofoto - 2004
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LARUTLUC E ACIFÍTNEIC OÃÇAGLUVID E ASIUQSEP ED EUQRAP
2 3
4
1
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PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
Dados da área
TERRENO 1 57 843,4M²
TERRENO 2 108 000,1M²
TERRENO 3 50 211,2M²
TERRENO 4 21 993,4M²
TOTAL 237 993,4M²
Esse crescimento acelerado da cidade de São ção de imensas glebas nas áreas lindeiras às
Paulo, impulsionado pela produção cafeeira, ferrovias, tornando esses locais esvaziados
pelas levas de imigrantes e pelas indústrias, de vida urbana. Segundo Requeña (2016, p.
levou ao surgimento das companhias imo- 78) as exigências do traçado ferroviário pro-
biliárias na primeira metade do século XX – vocaram um formato irregular dos lotes que,
com destaque para as Companhias Imobiliá- associado ao escasso cruzamento do viário,
rias Parque da Mooca e São Bernardo – que deu origem a quadras de até 1800m de ex-
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
vieram a explorar o entorno das estradas de tensão sem sequer um cruzamento. Conse-
ferro. Essas companhias deram origem a um quentemente, tanto a circulação viária quan-
parcelamento urbano com características to a pedonal afetam os usuários do local,
próprias para o desenvolvimento das gran- estimulando o uso do veículo particular, uma
des indústrias que se instalaram nas áreas vez que as estações ferroviárias são distantes
lindeiras à linha férrea – principalmente pela e poucas são as linhas de ônibus que aten-
facilidade de recepção e despacho das cargas dem esses locais.
para o Porto de Santos – concedendo desvios
particulares para esses galpões (REQUEÑA,
2016, p. 71).
Esses desvios ferroviários e a complexidade
das operações industriais exigidas para re-
cepção e remessa de cargas levou a ocupa-
50
COMPILAÇÃO HISTÓRICA
Cartografia de Marcos Históricos no entorno imediato
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
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ACIRÓTSIH OÃÇALIPMOC
52
COMPILAÇÃO HISTÓRICA
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
TATUAPÉ, PENHA, ITAQUERA
BRÁS
RIO GRANDE
DA SERRA
CENTRO
S. CAETANO DO SUL
CONEXÕES
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ACIRÓTSIH OÃÇALIPMOC
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
Essa formação industrial do espaço urbano
no entorno das ferrovias no século XX eluci-
da a conformação da área em estudo, que
possui distâncias não-caminháveis entre
FRESTA NO MURO DO TERRENO DE INTERVENÇÃO transposições sobre a linha férrea e gran-
des quadras (muitas delas muradas pelas
indústrias, embora não raro abandonadas
ou subutilizadas), tornando esses locais es-
vaziados, degradados e desconexos no ter-
ritório.
CALÇADA DA AB AREIAS
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ACIRÓTSIH OÃÇALIPMOC
AV. DO ESTADO PRÓXIMO À PRAÇA ALBERTO LION TAPUMES NA RUA BORGES DE FIGUEIREDO
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
Uma vez que o objetivo do projeto em ques- espaço nômade é liso , marcado apenas por
tão é dar oportunidade para movimento e ‘traços’ que se apagam e se deslocam com o
atividade de pensamento livre e desimpedi- trajeto”.
do, como seria possível realizar uma apro- Um tecido apresenta em princípio um cer-
ximação do território na qual seus aspectos to número de características que permitem
pudessem ser analisados de modo a ques- defini-lo como espaço estriado. Em primei-
ro lugar, ele é constituído por dois tipos de
tionar e propor possibilidades de um espaço elementos paralelos: no caso mais simples,
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
que venha também a ser lugar de livre ação e uns são verticais, os outros horizontais,
pensamento? e ambos se entrecruzam perpendicular-
mente. Em segundo lugar, os dois tipos de
A linha férrea e a Avenida do Estado podem elementos não têm a mesma função; uns
ser consideradas elementos fixos criadores são fixos, os outros móveis, passando sob
e sobre os fixos(...). Em terceiro lugar, um
de estriamentos do território na microescala, tal espaço estriado está necessariamente
assim como os muros e as grandes quadras, delimitado, fechado ao menos de um lado:
comuns na conformação industrial dos en- o tecido pode ser infinito em comprimen-
tornos das linhas férreas, que impedem ou ao to, mas não na sua largura, definida pelo
quadro da urdidura; a necessidade de um
menos dificultam o movimento livre pelo ter- vai-e-vem implica um espaço fechado (e as
ritório, seja a pé ou de automóvel. Segundo figuras circulares ou cilíndricas já são elas
Deleuze e Guattari (1995, p. 43-44) “o espaço mesmas fechadas) (DELEUZE e GUAT-
sedentário é estriado, por muros, cercados TARI, 1995, p. 158).
e caminhos entre os cercados, enquanto o
57
LAUTIECNOC OÃÇATERPRETNI
Cartografia de Conexões Territoriais permitidas pelas Ferrovias
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
58
INTERPRETAÇÃO CONCEITUAL
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
uma determinação métrica. É um espa- possibilidades de movimento no espaço, ain-
ço construído graças às operações locais
com mudanças de direção. Tais mudanças da assim não totalmente “lisa” pois conecta
de direção podem ser devidas à natureza pontos específicos, com destino e chegada.
mesma do percurso, como entre os nôma- Entende-se, portanto, que a questão do liso
des do arquipélago (caso de um espaço liso
“dirigido”); mas podem dever-se, todavia
e do estriado pode estar embasada em uma
mais, à variabilidade do alvo ou do ponto visão de escala: o liso transmuta-se em es-
a ser atingido, como entre os nômades do triado e o estriado transmuta-se em liso de
deserto, que vão em direção a uma vege- acordo com a escala abordada no território.
tação local e temporária (espaço liso “não
dirigido”). Dirigido ou não, e sobretudo no Importante ressaltar que o movimento em
segundo caso, o espaço liso é direcional, e questão não se propõe a ser movimento sem
não dimensional ou métrico. O espaço liso é
ocupado por acontecimentos ou hecceida- pausa, idas e vindas no território marcadas
des, muito mais do que por coisas formadas pelo exclusivo objetivo de partir de um local
e percebidas. É um espaço de afectos, mais e chegar a outro o mais breve possível. Trata-
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LAUTIECNOC OÃÇATERPRETNI
61
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
LAUTIECNOC OÃÇATERPRETNI
suma, diremos, por convenção, que só o nô- tensas decorrentes de pensamento intenso.
made tem um movimento absoluto, isto é, Seria possível buscar “nomadizar” o espaço
uma velocidade; o movimento turbilhonar
ou giratório pertence essencialmente à sua em questão, de modo a desafiar os aparelhos
máquina de guerra (DELEUZE e GUATTARI, de captura1 estatal, de controle? Seria possí-
1995, p. 43-44, grifo meu) vel tornar não apenas o espaço, mas também
Há na atividade do nômade, do movimento o pensamento em uma máquina de guerra,
absoluto, não apenas um “fluir” pelo territó- uma potência nômade, sem ponto inicial
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
rio, mas também um “fruir” de seus recursos, nem ponto final definidos, mas que desbra-
de suas características. Espaço onde o visitan- vam o caos sem poder medi-lo? Seria essa
te pode interagir e criar situações, esperadas uma “viagem imóvel”, feita no mesmo lugar,
ou não, dando possibilidade de movimento imperceptível aos olhos, atividade lúdica e
constante, velocidades e desvios, podendo reflexiva?
esses serem não apenas físicos, mas também Os nômades são considerados armas de
mentais. guerra por imporem movimento constante,
O movimento nômade difere do movimento introduzir ameaças, velocidades e desvios.
migrante, sendo o nômade o capaz de tam- Busca-se “nomadizar” esse espaço no senti-
bém permanecer no lugar. O seu movimento
pode se tratar sim de um movimento físico,e 1apropriarem
Aparelhos de captura são constituídos para se
da máquina de guerra, buscando contro-
também talvez um movimento de ações in- lar o nomadismo ao causar constante estriamento do
espaço.
62
INTERPRETAÇÃO CONCEITUAL
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
189). Segundo Tschumi (1999, p. 15), os espa-
ços gerados pela arquitetura não são capazes
de modificar a sociedade, mas através da ar-
quitetura e da compreensão de seus efeitos,
é possível acelerar processos já encadeados.
Todavia, devemos lembrar que não há mu-
dança social ou política sem os movimentos
e programas que transgridem a institucio-
nalidade supostamente estável, arquitetô-
nica ou de outra natureza; que não há ar-
quitetura sem vida cotidiana, movimento e
ação; e que são os aspectos mais dinâmicos
de suas disjunções que sugerem uma nova
definição de arquitetura (TSCHUMI, 1999,
p.23 – tradução minha)
63
ETTELLIV AL ED CRAP :LAER OD SEÕSIV
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
conceituais sobrepostas, sendo elas as linhas (per-
cursos), os pontos (as Folies, formando uma malha),
e as superfícies (água, vegetação, espaços livres e
abertos). Cabe aqui salientar que, de acordo com
Deleuze e Guattari (1995, p. 162) tanto o espaço es-
triado como o espaço liso possuem pontos, linhas e
superfícies; entretanto, no espaço estriado as linhas
(trajetos) tendem a ficar subordinadas aos pontos (o
que levaria ao “ir de um ponto a outro”); já no espaço
liso, os pontos surgem a partir do trajeto. Tanto no
liso como no estriado há paradas e trajetos, mas no
liso é o trajeto que provoca a parada. Uma análise
atenta ao parque faz notar que os trajetos não são
65
ETTELLIV AL ED CRAP :LAER OD SEÕSIV
Mesmo nos trajetos é possível perceber o liso des Sciences et de l’Industrie (um dos maiores
e o estriado, uma vez que a estrutura é for- museus de ciências da Europa), La Geodé (te-
mada por alguns eixos rígidos, que conectam atro com cobertura esférica), Cité de la Mu-
pontos estratégicos no espaço, e vários per- sique (sede do conservatório de Paris) e Le
cursos sinuosos, dando ao usuário a sensa- Zénith (casa de concertos).
ção de ali estarem ao acaso, permitindo não No projeto original, Tschumi pretendia que
apenas ir de um lugar a outro, mas principal- as folies invadissem Paris, extrapolando os
mente de deambular no parque. A camada limites do parque e adentrando o meio ur-
de linhas, por si só, pode ser entendida como bano, de modo a alisar o território com es-
tensão e choque constantes entre o liso e o sas estruturas ativadoras de tensões e livres
estriado. ações. Essas estruturas são elementos de
A camada de pontos (Folies) é formada por alisamento no parque, uma vez abrem a pos-
sibilidade de diferentes percursos criados pe-
66
VISÕES DO REAL: PARC DE LA VILLETTE
2 - APROXIMAÇÕES AO TERRITÓRIO
um percurso, sem objetivar uma síntese ou
sentido final, são ativadoras da imaginação
(GUATELLI, 2012).
Os canais, avenidas e ferrovia que antes po-
los próprios usuários, imprevisíveis, gerando
deriam ser, em microescala, considerados
também usos inusitados para algumas des-
elementos de estriamento, se tornam poten-
sas estruturas que são “desprogramadas”.
cialidades no projeto de Tschumi. Por meio
Mas as Folies em si não são necessariamente
de caminhos, criados com o objetivo de criar
capazes de se tornarem agentes de uma ocu-
conexões entre elementos estratégicos nes-
pação e apropriação intensa da área: nesse
se espaço, Tschumi alisa esses elementos fi-
sentido elas dependem do apoio dos pólos
xos e posiciona estrategicamente a malha de
que geram e atraem multidões, sendo eles as
folies, tornando o percurso direto não ape-
“cidades” da Música, da Ciência e Tecnologia,
nas em uma oportunidade de um breve pas-
67
ETTELLIV AL ED CRAP :LAER OD SEÕSIV
tados como elementos de estriamento, mas, dando origem à ou ligando pontos no espa-
ao mesmo tempo, alisam os elementos fixos ço, não se submetendo ao controle constan-
preexistentes no lugar, tornando evidente te do estriamento.
a constante contraposição de conceitos no Da mesma maneira que Tschumi no Parc de
projeto do parque. O arquiteto, portanto, la Villette, busca-se nesse trabalho a criação
funde conceitos e, ao mesmo tempo, os de- de forças articuladoras, as tensões entre
sestabiliza, colocando-os em constante cho- espaço liso e estriado, a liberdade de apro-
que e contraposição. priação, abertura ao inusitado, permissão de
Uma vez que todo conceito é uma multiplici- movimento e pensamento livre e o questio-
dade de limites imprecisos, sempre levando namento do modo mais aceito de produção
a outros conceitos3, pode-se considerar uma de espaço público voltado a livre ação e pro-
3 DELEUZE, G. & GUATTARI, Felix. O que é a Filoso-
dução de conhecimento.
fia? São Paulo, Ed. 34, 2010, p. 27
68
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
3.1 - Ver além do que se Vê
3.2 - Parque de Pesquisa e Divulgação Científica e Cultural
3.2.1 - Primeiras Investigações
3.2.2 - Estratégias territoriais conceituais
3.2.3 - Operação Urbana Bairros do Tamanduateí
3.2.4 - Visões do Real: Paris Rive-Gauche
3.2.5 - Receptáculo do Pensamento
3.3 - Centro do Pensamento
3.3.1 - Primeiras Investigações
3.3.2 - Estratégias projetuais
ÊV ES EUQ OD MÉLA REV
“Divulgar a ciência - tentar tornar os seus Sionek (2016), nossos olhos têm um limite de
métodos e descobertas acessíveis aos que sensibilidade, no qual um número mínimo de
não são cientistas - é o passo que se segue
fótons de luz deve alcançar a retina do olho
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
olhar), nos permite ver ao longe, que permite instituições que buscam tornar possível, atra-
ver o que está presente (fótons), mas que não vés de diferentes meios, apreender o que não
somos sensíveis o suficiente para realmente somos inicialmente sensíveis para apreender
dar esse título a um espaço que se dedique Busca-se a produção de um espaço para mo-
à divulgação do pensamento humano (seja vimento e atividade de pensamento livre e de-
ele artístico, científico ou filosófico), uma vez simpedido: que o visitante/usuário saia com
produção do conhecimento que extrapole os cepção ótica levaria, a partir das cores e do
limites do espaço-tempo. jogo de luz e sombra, a uma percepção tátil.
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
O espectador deve ser libertado da passivi- E quais programas arquitetônicos são possí-
dade do observador que fica fascinado pela
aparência a sua frente e se identifica com as veis a partir da observação dos conceitos que
personagens no palco. Ele precisa ser con- derrocam no observatório? Quais arquitetu-
frontado com o espetáculo de algo estra- ras, em conjunto com a especulação concei-
nho, que se dá como um enigma e demanda tual do observatório, são possíveis a partir da
que ele investigue a razão deste estranha-
mento. Ele deve ser impelido a abandonar observação do território e da sociedade?
o papel de observador passivo e assumir o Uma parcela significativa da produção de
papel do cientista que observa fenômenos
e procura suas causas (RANCIÈRE, 2010, conhecimento vem de meios acadêmicos, a
p.109) pesquisa formal. Nesse sentido, se propõe
Um espaço onde o visitante possa, efetiva- um edifício voltado a pesquisa relacionada a
mente, interagir (com o olho ou com o corpo) observação das atividades na Terra e fora da
com a arquitetura e as estruturas ali presen- Terra: observação das artes e cultura, da ci-
tes como estimuladoras da formação do pen- ência e tecnologia e da sociedade, com áreas
samento. Isso seria uma aproximação de um de convivência onde o objetivo é a troca de
espaço háptico onde, de acordo com Deleuze conhecimento humano, uma vez que todos
(2007), a função háptica seria a experiência os conhecimentos são conectados, porém,
tátil do olho humano na arte, na qual a per- ainda assim, independentes.
74
VER ALÉM DO QUE SE VÊ
76
VER ALÉM DO QUE SE VÊ
78
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
N N N
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
2ª MAQUETE ELETRÔNICA
3ª MAQUETE ELETRÔNICA 81
LARUTLUC E ACIFÍTNEIC OÃÇAGLUVID E ASIUQSEP ED EUQRAP
nhecimento não apenas como algo “progra- sua estratégia projetual, permitir uma “que-
mado”, mas como algo que pode (e, não raro, bra” do método, deslimitando pensamentos,
é) ser “des-programado”, não intencional, percursos e ações.
Esse fluxo possível (mas não existente atual- Também há a proposição do “percurso lúdi-
mente) foi um dos condicionantes para pro- co”, um caminho meândrico, que não conec-
jetar os caminhos do parque no nível do solo. ta pontos específicos e que continua mesmo
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
85
PLANTA DO TÉRREO N
20 50 100
A A
B
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
87
LARUTLUC E ACIFÍTNEIC OÃÇAGLUVID E ASIUQSEP ED EUQRAP
amalgamada, quase fundida a algo além do-lhes acesso, conferindo maior dinâmica
dela própria, além-de-si-mesma. (GUA- ao projeto e estimulando percursos variados,
TELLI, 2010, p. 148)
com diferentes possibilidades de destino.
Estratégias de Ocupação
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
90
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
91
PLANTA DA MARQUISE N
20 50 100
A A
B
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
93
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO LARUTLUC E ACIFÍTNEIC OÃÇAGLUVID E ASIUQSEP ED EUQRAP
94
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
96 CORTE B-B
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
98
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
diversos equipamentos de uso científico, cul- do. Assim sendo, a marquise do parque atua
tural e esportivo. Na área que se encontra como articuladora entre os bairros do Cam-
demarcada como ZEIS-3, foi proposta a habi- buci e da Mooca, transpondo a linha férrea
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
tação de interesse social com térreo comer- e a Avenida do Estado, além das ciclofaixas
cial ou institucional, não apenas como meio propostas que permitem um transporte al-
de suprir o déficit habitacional na região, masternativo ao automóvel. O parque é equi-
de localizar moradias próximas à eixos infra- pamento público, cujo objetivo é divulgar
estruturais urbanos importantes em conjun- ciência e cultura, além de prover ampla área
to com equipamentos de cultura, lazer e ci- permeável às margens do Rio Tamanduateí.
ência. Os edifícios mais altos do parque são Nas proximidades das áreas verificadas como
justamente as habitações, contando com pontos de alagamento em visita ao local, fo-
24m de gabarito, respeitando o gabarito do ram propostos lagos, de modo a catalisar a
entorno que tende a ser baixo devido ao uso drenagem da região, prejudicada não apenas
industrial. pelo sistema de drenagem existente, que não
Como já mencionado, por conta da confor- supre as necessidades urbanas do local, mas
mação urbana industrial da área, da ferro- também pela localização geográfica (várzea
via e da Avenida do Estado, as conexões são do Tamanduateí) onde o relevo é bastante
precárias, sendo a região de difícil acesso e plano e de difícil escoamento.
locomoção - característica que praticamen-
te incentiva o uso do transporte motoriza-
106
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
so de interesses”.
O projeto é dividido em 4 setores, sendo eles
3 - ARQUITETURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
108
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
pelo desenvolvimento do projeto, é a praça Esse objeto em questão foi definido no ato
central do parque. Confluência principal da de projetar, mas não totalmente; há platôs
proposta, a praça abriga dois importantes na praça, mas para quê? Para sentar? Pular?
edifícios-âncoras: o Centro Expositivo e o Dançar? Exercitar? Encenar? São diversas as
Planetário + Cinema. possiblidades de apropriação dessa situação
A praça surgiu não apenas da confluência projetual. Claramente, seria possível apenas
criada entre dois edifícios-âncoras, mas prin- tomar a praça de “bancos de praça”, bem de-
cipalmente da necessidade de conectá-los finidos como objetos designados claramente
conceitual e fisicamente de modo mais evi- para sentar-se, em vez de criar platôs e de-
dente. Embora seja um elemento fisicamen- graus; ou mesmo mantê-la intacta e vazia,
te estático, possui dinâmica gerada pelo jogo sem intervenções. Esse programa “despro-
de volumes, criando mudança de percepção gramado” da praça, intencional, possibilita
com as luzes e sombras, que se modificam que ocorram acontecimentos inesperados
ao longo do dia devido ao movimento solar. – “alisamento” que se modifica para “estria-
Composta de platôs quadriláteros de alturas mento6” e vice-versa – busca ser provocati-
inconstantes, gera movimento em sua quie- vo, convidando o usuário a se apropriar do
tude, provocando a percepção dos visitantes 6 DELEUZE e GUATTARI, 1995, p. 158
110
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
Assim sendo, esses teatros não são como dade de agir e criar novas possibilidades em
usualmente se imaginam teatros: seria total- consonância com o livre pensar.
mente possível criar palco e plateia comuns.
116
PARQUE DE PESQUISA E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E CULTURAL
118
CENTRO DO PENSAMENTO
120
CENTRO DO PENSAMENTO
3 3
121
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO Experimentos de iluminância antes de tratamento de fachada OTNEMASNEP OD ORTNEC
122
CENTRO DO PENSAMENTO
125
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO OTNEMASNEP OD ORTNEC
126
CENTRO DO PENSAMENTO
127
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO OTNEMASNEP OD ORTNEC
Acessos Marquise/passarela
Acessos de serviços A marquise/passarela é vista como poten-
Acessos principais cialidade para o edifício, que a abraça ao ter
um pavimento de livre uso e apropriação
para acesso.
128
CENTRO DO PENSAMENTO
129
130
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO OTNEMASNEP OD ORTNEC
CENTRO DO PENSAMENTO
No térreo, temos a praça adentrando o edifí- se pede silêncio; aqui, provoca-se a conversa.
cio e o edifício sobrepondo-se a praça; a tran- As salas de debates, fisicamente delimitadas,
sição entre edifício e praça se dá de maneira são provocações conceituais, que chamam o
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
tênue, motivo pelo qual aqui se faz amplo público para a conversa e para a construção
uso do vidro como fechamento, convidando do pensamento crítico.
o usuário a adentrar. Esse é um pavimen-
to cujo foco é a interação da sociedade civil
como geradora e criadora de conhecimento
e consciência críticas em relação à produção
do saber. Por isso, foi denominado de “Cida-
de e Sociedade”.
No interior, logo na entrada e espalhadas pelo
edifício, há salas de debates. É óbvio que nem
sempre se faz necessário um espaço fechado
para debater; claramente, um grupo escla-
recido, que estiver visitando a edificação e
desejar debater, o fará mesmo nos vazios. O
objetivo dessas salas é estimular uma provo-
cação, um convite ao visitante a se expressar:
em museus e centros de exposição, não raro
132
CENTRO DO PENSAMENTO
N
PRINCIPAL
ACESSO PRINCIPAL
ACESSO
1 ACESSO RESTAURANTE
5 13-A
13-C LEGENDA
1 - SALA DE DEBATE
13-E 2 - LOJA
3 - RESTAURANTE
12 4 - HALL PRINCIPAL
5 - ARQUIBANCADA
1
1 6 - FOYER
1 7 - AUDITÓRIO (268 ASSENTOS)
6
8 - SALA DE VIDEOCONFERÊNCIA
9 - SALA DE CONFERÊNCIA
8 10 - DEPÓSITO
8 11 - HALL DE SERVIÇOS
9
9 12 - ANFITEATRO EXTERNO
8 10 13 - ILUMINAÇÃO DE PISO: DESENHOS DE CONSTELAÇÕES
6 7 11 9 9 A - CORONA AUSTRALIS
B - MUSCA
ACESSO SERVIÇOS ACESSO SUBSOLO C - CÃO MAIOR
D - CÂNCER
E - LEPUS
TÉRREO - CIDADE E SOCIEDADE 133
OTNEMASNEP OD ORTNEC
134
CENTRO DO PENSAMENTO
13.0
13.0
13.0
13.0
1
19.8
1
1
LEGENDA
1 - SALA DE DEBATE
PAV. 1 - ACESSO VIA PASSARELA/MARQUISE 135
OTNEMASNEP OD ORTNEC
Como já citado no primeiro capítulo, Deleu- art-on), motivo pelo qual, além dos teatros
ze e Guattari (2010, p. 230) consideram que ao ar livre presentes no parque, há aqui neste
“a visão existe pelo pensamento, e o olho pavimento um teatro de arena enclausurado,
pensa, mais ainda do que escuta”. Retomo abrindo possibilidades para peças que neces-
brevemente o que já foi dito na especulação sitem de ambiente controlado para expor sua
conceitual do “observatório”: os construímos narrativa.
para tornar possível apreender o que não so- Também é necessário salientar, como parte
mos suficientemente sensíveis para apreen- do programa do “observatório”, um espaço
der de imediato. A arte tem uma “função” programado para aprender a apreender: a
similar ao “observatório” nesse sentido; se- “academia do olhar” é aqui proposta como
gundo Deleuze, a música tenta tornar sono- uma área de oficinas (ou salas de aula). Uma
ras forças que não o são (DELEUZE, 2007). das limitações dos sentidos humanos é a li-
A música é aqui vista, portanto, como im- mitação intelectual e sensível: a educação
pulsionadora do “observar” com os ouvidos, sensível do sujeito é essencial para “aprender
sendo liberação do pensamento por meio da a ver” o que não se vê de imediato.
emoção (heart-on).
Como foi possível notar no projeto do par-
136
CENTRO DO PENSAMENTO
LEGENDA
13 13
1 - SALA DE DEBATE
1 2 - EXPOSITIVO
5 6 3 - ACADEMIA DO OLHAR
4 - HALL
7 5 - FOYER SALA DE CONCERTOS
6 - FOYER TEATRO
11
10
7 - SALA DE CONCERTOS (376 ASSENTOS)
8 - CONTROLE TÉCNICO
8 9 - DEPÓSITO DE INSTRUMENTOS
12
9 10 - ESTAR
11 - TEATRO (184 ASSENTOS)
12 - CAMARINS
13 - TERRAÇO
PAV. 2 - ARTES E CULTURA 137
OTNEMASNEP OD ORTNEC
8 O nome foi inspirado no “Experimentarium”, cen- 10 Filme estadunidense de 2016, se passa em uma
tro de ciências localizado na cidade de Copenhague, nave espacial, na qual há uma sala literalmente deno-
Dinamarca. Projeto do escritório CEBRA. minada “Observatório”, onde os passageiros podem
9 Aplicativo da NASA disponível em: https://eyes. selecionar e escolher qual corpo celeste gostariam de
nasa.gov/ observar no universo.
138
CENTRO DO PENSAMENTO
10
1
10
9
1
4 1
11
LEGENDA
9 1 - SALA DE DEBATE
5 5
2 - EXPOSITIVO
5 5 5 3 - EXPERIMENTÁRIO
5 4 - HALL
6 5 9 5 9 5 - OBSERVATÓRIO INTERATIVO
8 6 - DEPÓSITO
7
7 - AUDITÓRIO (320 ASSENTOS)
8 - APOIO AUDITÓRIO
9 - TERRAÇO
10 - TERRAÇO TELESCÓPICO
PAV. 3 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA 139
OTNEMASNEP OD ORTNEC
As áreas técnicas e de apoio à edificação fo- estrutural para o grande vão e dando partido
ram localizadas no subsolo, tais quais cura- estético para a edificação. Os fechamentos
doria, administração e segurança. Há apenas em vidro “eco lite” (que permitem passagem
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
vagas de serviço nesse pavimento, uma vez de luz barrando até 52% da entrada de calor),
que o parque possui estacionamentos verti- que compõem grande parte das fachadas,
cais, evitando a criação de mais subsolos em são sustentados por montantes metálicos de
um terreno próximo ao rio, o que criaria difi- seção 30 x 30mm, com os painéis presos por
culdades construtivas. Para aproveitamento parafusamento tipo “aranha”. O uso do vidro
das águas pluviais captadas pelas calhas da permite permeabilidade visual do exterior
edificação, há um reservatório de retenção, para o interior e do interior para o exterior,
cuja água pode ser utilizada nos sanitários sendo uma das facetas do partido do “obser-
que atendem a edificação. var”: ver a cidade através da arquitetura.
Com a estrutura em concreto moldado no
local, a cor da edificação é majoritariamen-
te cinza, sendo na estrutura aparente ou nas
placas cimentícias que dão revestimento às
alvenarias de blocos de concreto 14cm. De
modo a fazer parte do partido “cúbico” mo-
dulado em 13m x 13m, foi escolhida a laje
com nervura em dois sentidos como solução
140
CENTRO DO PENSAMENTO
LEGENDA
1 - DEPÓSITO DO ACERVO
2 - ADMINISTRAÇÃO E CURADORIA
3 - OFICINA DE MONTAGEM
6 8 4 - SEGURANÇA
5 - COPA
6 - CASA DE BOMBAS
6 7 9 7 - RESERV. INFERIOR
10 11 12 8 - RESERV. DE RETENÇÃO
9 - VAGAS DE SERVIÇOS
10 - GERADOR
11 - MEDICAÇÃO
12 - CABINE DE FORÇA
SUBSOLO - APOIO E ÁREAS TÉCNICAS 141
OTNEMASNEP OD ORTNEC
ILUMINAÇÃO ZENITAL
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
CORTE A-A
ACESSO AO PLANETÁRIO+CINEMA SE DÁ
PELO SUBSOLO ATRAVÉS DA TOPOGRAFIA
CRIADA PELA PRAÇA
143
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
TEATRO AO AR LIVRE
MARQUISE/PASSARELA
FACHADA TOMBADA
145
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO OTNEMASNEP OD ORTNEC
ELEVAÇÃO NORDESTE
ELEVAÇÃO SUDESTE
IMPERMEABILIZAÇÃO
PLATIBANDA
LAJE NERVURADA (2 DIREÇÕES) DE CONCRETO
FECHAMENTO DE FACHADA EM PAINEIS DE VIDRO
ECO-LITE, COM ALTA PASSAGEM DE LUMINO-
SIDADE, BARRANDO ATÉ 52% DA PASSAGEM
DE CALOR
GUARDA-CORPO DE MONTANTES E BALAÚSTRES
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
PISO ELEVADO
REVESTIMENTO INTERNO DE PLACAS DE GESSO PISO ELEVADO INTERNO DE
EXTERNO DE PETRUM COM
PETRUM CINZA REVESTIMENTO
ALVENARIA DE BLOCOS DE CONCRETO 14CM VINÍLICO
IMPERMEABILIZAÇÃO
GUARDA-CORPO DE MONTAN-
TES METÁLICOS, H= 0,9M
151
OTNEMASNEP OD ORTNEC
Quadro de Áreas da Edificação
PAVIMENTO AMBIENTES ÁREAS TOTAL (COM CIRCULAÇÕES)
AUDITÓRIO (COM APOIO) 370,7M²
DEBATES 100M²
SANITÁRIOS 151,8M²
DEPÓSITO 42M²
SALAS DE CONFERÊNCIA 240M²
3 - ARQUITEURA DO PENSAMENTO: PROPOSIÇÃO
154
CENTRO DO PENSAMENTO
Esse trabalho foi realizado como um manifes- que ponto isso tem influência na qualidade
to por uma arquitetura “ativa”, um convite às de nosso trabalho, de nossa capacidade de
pessoas à ação e debate emancipatórios; um gerar perguntas? Quais outras possibilidades
brinde à imaginação, à deformação da visão, de utilizar a arquitetura como ferramenta
ao ver para além do que se vê de imediato. O para “deslimitar os limites” impostos pelas
que pode significar o exercício de ver além do instituições sociais?
que se vê ou se prevê? Evidentemente, algumas perguntas só po-
Uma vez que a busca por novas questões deriam ser respondidas com a construção e
seja indispensável para nos colocar em movi- uso do projeto proposto, mas o fato é que o
mento, não posso e nem deveria negar que, objetivo do projeto, enquanto construção ou
ao final do trabalho, mais perguntas foram enquanto investigação, é gerar perguntas.
criadas. Até que ponto somos livres para ex- Retomo brevemente ao que diz Tschumi
perimentar, tanto em pensamento quanto (1999, p. 23) ao afirmar que “não há mudança
CONCLUSÃO
em ações? Mesmo nesse projeto, a ação se- social ou política sem os movimentos e pro-
ria, de fato, livre? É realmente possível uma gramas que transgridam a institucionalidade
arquitetura que libere ação e pensamento? supostamente estável, arquitetônica ou de
Que seja vetor de imaginação? Até que ponto outra natureza1”. O convite à transgressão é
não estamos nós, pesquisadores, firmemen- realizado aqui de maneira sutil; claro que não
te atados às regras que impedem nosso pen-
samento de vagar pelo [des]conhecido? Até 1 Architecture and Disjunction, the MIT Press, 1999
156
é possível propor espaços totalmente “lisos” fiar o que gera limite. Espaços que recebem
e nem totalmente “estriados”; como pode ações que supostamente não seriam ade-
ser possível perceber na leitura do projeto, é quadas ou esperadas naquele lugar e que,
a tensão entre conceitos, entre espaços pro- em seguida, as apaga, não as guarda, não as
gramados, com funções óbvias, e espaços sinaliza como parte de si. Arquitetura como
[des]programados, com funções insinuadas receptáculo de experiências temporais, que
– ou mesmo sem função específica – que per- passam, que não marcam o lugar. Lugar que
mitem liberação de ação, de imaginação, que constantemente recebe novos tempos e per-
convidam e potencializam a transgressão, o mite sobreposições, tornando-se devir cons-
novo. tante.
Se toda linguagem sugere uma espacia- Uma arquitetura receptáculo do desejo2, aqui
lização, uma certa disposição no espaço
que, sem dominá-la, permite que dela nos encarado como possibilidade e convite a um
aproximemos, então devemos compará- pensamento que vaga sem permitir-se limi-
CONCLUSÃO
-la a uma espécie de desbravamento, de tar.
abertura de um caminho. Um caminho que
não tem de ser descoberto, mas inventado
(DERRIDA, 2006, p. 167)
O novo implica criar, inventar, ver além do
espaço e do tempo – não há invenção sem
transgressão e, para criar, é necessário desa- 2 Alusão à entrevista de Derrida à Eva Meyer, com
título “Uma Arquitetura onde o Desejo pode Morar”.
157
REFERÊNCIAS
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ENDEREÇOS ELETRÔNICOS
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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
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nisrael.gov.il/en/museums/Pages/gan-hamada.aspx>. Acesso em 12 fev. 2017
163
CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS
p. 9: ícones da autora
p. 11: escritos, captura e montagem de imagens da autora.
p. 20: <https://www.amazon.co.uk/His-Dark-Materials-including-Northern/dp/1841593427>.
Acesso em 8 nov. 2017.
p. 21, 22, 54, 55, 56: imagens capturadas pela autora
p. 23: <https://www.youtube.com/watch?v=HF0Ev_skUAY&t=32s> em [0:33]. Acesso em 9
nov. 2017
CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS
p. 30: amazon.com
p. 39: <http://delangedesign.com/portfolio_page/the-clore-science-park/>. Acesso em 22
mar. 2017
p. 40, 41 e 42: < http://www.museumsinisrael.gov.il/en/museums/pages/gan-hamada.
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p. 43: captura de imagem e estilização pela autora.
p. 44: ícones da autora, com base em imagens de bancos de dados da Prefeitura de São
Paulo.
p. 46 e 47 (da esquerda para a direita): < http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/i-1897.
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htm>. Acesso em 26 mar. 2017
<http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1900.php>. Acesso em 26 mar.
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< http://smul.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/1950.php>. Acesso em 26 mar.
2017
VASP Cruzeiro e Ortofoto: < geosampa.prefeitura.sp.gov.br/>. Acesso em 26 mar. 2017
p. 48, 60, 61, 85, 88, 90, 91, 93: sobreposição da autora em trecho do Mapa Digital da Cidade
de São Paulo.
CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS
p. 49: sobreposição da autora em imagem do Google Earth (acima); maquete e captura de
imagem da autora (canto inferior direito)
p. 51: 3D elaborado a partir das informações do <geosampa.prefeitura.sp.gov.br> e imagens
capturadas pela autora em visita ao local de intervenção.
Fonte da imagem da Fachada da Antiga Indústria Matarazzo: < http://patrimonioindustrial-
brasil.blogspot.com.br/2012/06/diario-de-sao-paulo-demolicao-de-predio.html>. Acesso
em 08 mar. 2017
p. 52: sobreposições da autora em 3D elaborado a partir de informações do <geosampa.
prefeitura.sp.gov.br>.
165
p. 58: sobreposição da autora em mapa do Centro de Estudos da Metrópole.
p. 64: < http://www.archdaily.com.br/br/01-160419/classicos-da-arquitetura-parc-de-la-vil-
lette-slash-bernard-tschumi>. Acesso em 10 fev. 2017
p. 65: sobreposição da autora em imagens do Google Earth.
p. 67: < http://www.cristinamello.com.br/?p=32368>. Acesso em 10 fev. 2017
p. 69, 78, 79, 80, 81, 86, 87, 88, 89, 96/97, 98/99, 100/101, 111, 112, 113, 114, 115/116, 117, 118,
119, 120, 121, 122, 123, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 133, 134, 135, 137, 139, 141, 142/143,
144/145, 146/147, 148/149, 150, 151, 154/155 : elaboração e captura das imagens pela autora.
CRÉDITOS ICONOGRÁFICOS
p. 98: maquete desenvolvida pela autora e imagens gentilmente capturadas por Mônica
Hanna El Khouri
p. 102/103: projeto da autora com sobreposição em imagem 3D do Google Earth.
p. 104 e 105: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano/
legislacao/planos_regionais/index.php?p=1887>. Acesso em 20 fev. 2017
p. 107, 108 e 109: <http://www.parisrivegauche.com/Les-quartiers-et-leurs-projets>. Acesso
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p. 138: <http://www.joshnizzi.com/portfolio/passengers/>.Acesso em 28 out. 2017
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