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Unidade II
5 TRABALHO PERICIAL
Segundo Sá (1997, p. 31), “[...] plano de trabalho em perícia contábil é a previsão, racionalmente
organizada, para a execução das tarefas, no sentido de garantir a qualidade dos serviços pela redução
dos riscos sobre a opinião ou resposta”.
O autor complementa:
Segundo Ornelas (2000), o desenvolvimento do trabalho pericial deve obedecer algumas etapas,
como o compromisso (que, inobstante não seja mais obrigatório assumir, por força do contido na Lei nº.
8.455, de 24/08/1992, que deu nova redação ao artigo 422 do CPC). O perito deve ter alguns cuidados
e atitudes antes de assumir efetivamente a função judicial. Cabe, todavia, ressalvar que, no âmbito da
Justiça do Trabalho, persiste a obrigatoriedade do compromisso, como se depreende do artigo 827 da
CLT.
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Unidade II
Saiba mais
<http://www.artigonal.com/legislacao‑artigos/tecnicas‑do‑trabalho
‑pericial‑596821.html>.
O planejamento representa um quadro onde estão definidas todas as etapas e subetapas de uma
perícia contábil, em ordem sequencial. O objetivo do planejamento é definir as etapas que devem ser
executadas e em que ordem elas devem ocorrer.
Deve ser produzido pelo perito‑contador e sua equipe, logo após ser designado, e aceitar a
incumbência de executar da perícia, definir prazos e chegar a um acordo sobre os honorários.
O planejamento serve também para controle das etapas previstas no desenvolvimento de uma
perícia contábil. A eventual necessidade de diligência (averiguação feita fora dos domínios do local
onde ocorreu o confronto que gerou um litígio) só será considerada quando outras etapas previstas
no planejamento (legislação, documentos, registros, livros etc.) forem realizadas e ficar demonstrada a
necessidade de se fazer uma diligência, com muita convicção.
Depois de fixado, o planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio. O planejamento
só deve ser revisado parcialmente quando surgirem fatos novos ou muito importantes para a solução
do litígio.
Ressalta‑se que um planejamento bem elaborado, ou seja, produzido com critério e com um
profissional responsável como autor, competente e prudente (perito‑contador), será de muita utilidade.
De posse dos autos, o perito deve analisar todas as peças do processo, com o objetivo de conhecer
a ação. A leitura começa pela peça inicial, na qual constam o pedido e o motivo que levaram a parte a
buscar o judiciário. Após isso, dá‑se início à verificação de documentos que possam acompanhá‑lo. A
seguir, procede‑se à verificação da defesa e de eventuais documentos juntados também a essa peça:
depoimentos das partes e das testemunhas, ata de audiência, despacho saneador, se houver, a sentença,
os embargos e o Acórdão.
Figura 9
Etapas da perícia
01) Coleta
Informes e aspectos sobre o litígio
02) Reivindicações
Argumentos e provas das partes em litígio (litigantes)
03) Validade
Veracidades das argumentações das pelas partes
04) Avaliar
Documentos e contratos firmados entre as partes
05) Busca
Parâmetros legais sobre as argumentações
06) Metodologia
Constatação ou não de operações entre as partes
07) Diagnóstico parcial
Direcionar a sequência da perícia
08) Promover a perícia direta (direcionada)
Analise e diagnóstico dos resultados da fase 06
09) Diagnóstico final
Conclusão e elaboração do laudo pericial
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Unidade II
13.2.2 Objetivos
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
13.2.3 Desenvolvimento
13.2.3.1 Os documentos dos autos servem como base para obtenção das
informações necessárias à elaboração do planejamento da perícia.
Fonte: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t13.htm>.
Para Alberto (2000, p. 134), os papéis de trabalho são um documento, que deve conter:
1. registros iniciais;
2. análises iniciais;
3. diligências;
4. análises complementares;
5. levantamento de dados;
7. digitação e operação;
9. impugnações;
Figura 10
A Norma Técnica de Perícia Contábil também trata os papéis de trabalho como documento de vital
importância. Está redigida conforme segue:
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
5.3 Diligências
Esse trabalho será procedido fora do escritório do perito, pois há a necessidade do deslocamento
deste para os locais onde irá buscar os elementos faltantes para o início e conclusão do trabalho
pericial.
Legalmente, a diligência está prevista no artigo 429 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973), que
traz a seguinte redação:
As Normas de Perícia Contábil NBC T 13, em seu item 13.3.4, determina que “[...] nas diligências,
o perito‑contador e o perito‑contador assistente devem relacionar os livros, os documentos e os
dados de que necessitam, solicitando‑os, por escrito, em termo de diligência” (Fonte: <http://www.
portaldecontabilidade.com.br/nbc/t13.htm>).
Conforme Santos (1997, p. 49), “[...] verificando o perito ausência de documentos que possam
comprometer o resultado do trabalho, deve ele diligenciar ao local dos fatos e obter os documentos, ou a
comprovação de sua não existência, certificando assim nos autos a transparência de seus procedimentos.
O autor complementa: “[...] informando que, ao início das diligências, o perito deve relacionar os livros
e dados de que necessite, solicitando por escrito, sua exibição, através de termo de diligência, retendo
cópia assinada pelo representante legal da parte que o recebeu”.
As diligências devem ser executadas e documentadas com um termo de diligência, que também fará
parte dos papéis de trabalho que acompanharão o laudo pericial.
Nesse termo, o perito deve informar o número do processo, as partes envolvidas na demanda, a vara
onde está tramitando o processo, a relação dos documentos necessários, a data e a hora em que será
realizada a diligência.
A diligência pode ser efetuada em duas etapas; a primeira será a simples entrega do termo de
diligência, caso a parte solicite prazo para entrega dos documentos solicitados. Nesse caso, o perito,
observando o prazo que lhe foi dado para a entrega do laudo, determinará o prazo para que a parte
providencie os documentos. Na maioria dos casos, recomenda‑se conceder um prazo não superior a
cinco dias, pois concedido um prazo maior, poderá o perito ficar comprometido no cumprimento de seu
próprio prazo perante o juiz ou a parte que o contratou.
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Unidade II
A segunda etapa pode ser a da retirada dos elementos solicitados, o momento em que se fará a
constatação de coisas ou que se ouvirão as pessoas.
Quanto aos documentos solicitados, o perito deve requerer que eles sejam exibidos em originais,
cópias autenticadas ou cópias simples. No caso de cópias simples, a parte deverá providenciá‑las
juntamente com os originais, para que o perito possa verificar sua autenticidade. Nesse caso, é permitida
a juntada ao laudo de documentos em cópias simples, pois o perito possui fé pública.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose roberto rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe vem, respeitosamente requerer a Vossa Excelência, a intimação das
partes junto aos assistentes técnicos designados para a diligência junto a autora para
obtenção e analise de documentos necessários a elaboração do laudo pericial.
Isto posto, requer a sua a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas
e para os devidos fins de direito.
É o que requer,
Pede deferimento.
De acordo com as Normas e Procedimento de Perícia Judicial para Administradores, elaboradas pelo
Conselho Federal de Administração, temos:
2.2. No caso de ter sido fixada pelo Juiz diligência em Cartório para a
prestação de compromisso pelo Perito Judicial e pelos Peritos Assistentes
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Técnicos, com eventual retirada dos autos pelo primeiro, deve este aproveitar
a oportunidade para manter contato com aqueles, planejando em conjunto
o trabalho e de modo especial, combinando a utilização dos autos e a
próxima diligência.
Não tendo sido fixada pelo Juiz diligência em Cartório, deve o Perito Judicial,
após a retirada e o exame dos autos, entrar em contato com os Peritos
Assistentes Técnicos, facultando‑lhes o acesso aos autos em seu escritório
ou em outro local que combinarem e deve ele, fixar, sempre que possível, de
comum acordo com os Peritos Assistentes Técnicos, dia, hora e local para o
início efetivo das diligências, comunicando‑lhes tais dados com a necessária
antecedência.
2.6. O trabalho pericial deve ser planejado e organizado, convindo que o Perito
Judicial e os Peritos Assistentes Técnicos mantenham controle do tempo
despendido, registrando as horas trabalhadas, locais e datas das diligências,
nome das pessoas que os atenderam, documentos examinados, dados e
particularidades de interesse para a perícia, rubricando eventualmente e
quando julgar necessário, os documentos examinados.
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Unidade II
Fonte: <http://pt.scribd.com/doc/19458630/Apostila-Pericia-Contabil>.
Figura 11
5.4 Quesitos
Segundo Ornelas (2000, p. 78), “[...] pode‑se entender por questionário básico os quesitos formulados,
seja pelo magistrado, seja pelas partes, antes do início das diligências, isto é, antes do desenvolvimento
da produção da prova pericial contábil e entrega da peça técnica”.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O autor complementa: “[...] são perguntas de natureza técnica ou científica a serem respondidas pelo
perito. São, em geral, apreciadas pelo magistrado e pelas partes a fim de evitar indagações impertinentes”.
Uma característica das perícias nos processos trabalhistas é que, em grande parte dos casos, há a
falta de apresentação de quesitos por parte do juiz e também pelas partes, seja a perícia determinada
na fase de instrução ou na fase de execução do processo.
Os quesitos apresentados pelo juiz para a perícia nos processos trabalhistas se dão, na maioria das
vezes, no processo em fase de instrução.
Como o objetivo dos quesitos é direcionar o perito ao objeto a ser periciado, eles devem ser
pertinentes ao objeto.
O perito deve sempre ficar atento a quesitos que fogem do objeto da perícia, pois, em alguns casos,
existem quesitos que visam buscar outras provas que não são pertinentes e que já tiveram seu prazo de
produção esgotado. Nesse caso, deve ter a seguinte resposta “não faz parte do objeto da perícia”.
As Normas Brasileiras De Contabilidade NBC T 13 – Anexo B trazem a forma que devem ser tratados e
respondidos os quesitos apresentados pelo juiz e pelas partes em seus itens 13.5.1.1, 13.5.1.2 e 13.5.1.3,
com a seguinte redação:
Fonte: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t13.htm>.
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Unidade II
Baseando‑se nos aspectos da norma, é necessário colocar novamente as observações sobre a perícia
no processo trabalhista.
Deve‑se observar, quando o perito contábil estiver atuando nesse tipo de processo, se há a falta de
apresentação de quesitos. Sendo assim, o perito deve orientar‑se, quando a perícia for determinada
em processo na fase de instrução, no despacho que determinou a perícia e em processos na fase de
execução, na sentença, nos embargos e nos acórdãos.
É, portanto, necessário que o perito esteja atento a essas situações, pois ocorrem com muita frequência,
ficando o profissional preocupado em auxiliar a justiça, mas com a situação que foi colocada nos autos
com o intuito de desviá‑lo do objeto principal; para se obter uma conclusão justa e em tempo hábil
para atender a celeridade processual, faz‑se necessário uma mudança no trabalho do perito, gerando
certa dificuldade no desempenho profissional e tempo necessário para resolver a questão através dos
quesitos.
Segundo Sá (1997, p. 43), “a manifestação literal do perito sobre os fatos patrimoniais devidamente
circunstanciados gera a peça tecnológica denominada Laudo Pericial Contábil”.
Ainda segundo o autor, de qualquer forma, o laudo traz a opinião ou o conjunto delas e é preciso
que tenha requisitos de qualidade.
2. identificação do perito;
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Como resultado do trabalho pericial, o laudo deve obedecer, no mínimo, aos requisitos básicos que
identifiquem o laudo e seu objetivo, finalizando com a apuração do objeto periciado de forma clara,
para que os envolvidos tenham esse documento como prova do que se buscou no processo.
Laudo é uma palavra que provém da expressão verbal latina substantivada laudare (laudare, laudare),
no sentido de pronunciar.
Segundo Ornelas (2000, p. 86), o laudo pericial contábil pode ser entendido sob dois aspectos:
[...] podemos conceituar laudo pericial como a prova escrita, através da qual
o perito‑contador ou perito do juiz expõe, de forma objetiva e sequenciada,
o resultado do estudo, evidenciando o fato litigioso, com esclarecimentos e
opiniões técnicas, dirimindo dúvidas e levando informações aos usuários, ou
seja, às partes interessadas.
Segundo Santos (1997, p. 51), “[..] o laudo pericial é o registro escrito pelo perito dos fatos observados,
estudados, analisados e concluídos, de acordo com as condições dos fatos”.
Segundo Magalhães et al. (2001, p. 38), “[...] é o laudo que consubstancia o trabalho pericial nos
aspectos de exposição e documentação, principalmente no propósito de expressar a opinião do perito
sobre questões formuladas nos quesitos”.
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Unidade II
13.5.1 – O laudo pericial contábil é a peça escrita na qual o perito‑contador expressa, de forma
circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e as observações que
realizou, as diligências realizadas, os critérios adotados e os resultados fundamentados e as suas
conclusões (Fonte: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/t13.htm>).
Segundo Sá (1997, p. 46), para que um laudo possa classificar‑se como de boa qualidade, precisa
atender aos seguintes requisitos mínimos:
• objetividade;
• rigor tecnológico;
• concisão;
• argumentação;
• exatidão;
• clareza.
A concisão exige que as respostas evitem o prolixo. Ela, todavia, não deve
chegar ao absurdo da exclusão de argumentos.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O perito, durante a elaboração do laudo pericial, deve estar consciente de que está preparando algo
para terceiros que, em sua grande maioria, não são pessoas conhecedoras de contabilidade e de cálculos.
Por esse motivo, o laudo tem de ser peça clara, fácil de ler e interpretar, mesmo para leigos.
A peça final e fundamental de todo o trabalho do perito é o laudo pericial. É essa peça técnica que
expõe, de forma circunstanciada, todos os passos necessários à consecução da perícia e as conclusões
técnicas do perito‑contador.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos
do processo em epígrafe vem, respeitosamente apresentar a Vossa Excelência, no prazo
estipulado, o laudo pericial contábil, consubstanciado com as determinações
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Unidade II
Isto posto, requer a sua a juntada desta aos autos para tornar ciente as partes interessadas
e para os devidos fins de direito.
É o que requer,
Pede deferimento.
Saiba mais
<http://www.peritoscontabeis.com.br/trabalhos/elab_laudo_crcrj.pdf>.
O laudo pericial deve conter todas as provas e evidências, ser efetuado através de análise dos dados,
provas e responder aos quesitos formulados pelo juiz e as partes.
A elaboração do laudo pericial, como qualquer outro tipo de relatório, deve obedecer a princípios
técnicos fundamentais:
• o laudo deve ser o mais abrangente possível, com visão generalizada de toda a matéria examinada;
• se não houver quesitos a responder, o perito deve empregar todos os seus conhecimentos técnicos
de forma criteriosa, especificando no laudo quais os procedimentos e critérios adotados;
O perito jamais deve olvidar que seu trabalho, quando em juízo, deve ser entregue por intermédio
de uma petição (requerimento), onde consta a identificação da junta ou vara por onde tramita a ação,
identificação da ação, identificação do perito e espécie de perícia a que se refere o laudo.
Fora esses princípios básicos, são recomendáveis outros cuidados no que se refere à estética do laudo
pericial, haja vista que, em muitas varas ou juntas, são exigidas certas normas de apresentação, quais
sejam:
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Apresentação/valorização do laudo
A estética do laudo contábil envolve dois aspectos a serem considerados pelo perito contábil.
O primeiro deles é que o seu trabalho não será apreciado apenas pelo que nele consta, mas também
pela forma gráfica que adotou; deve ser um trabalho atrativo para seus leitores.
O segundo deles se refere ao que o perito contábil deve oferecer no laudo contábil, de forma a
possibilitar uma leitura fácil e, nesse sentido, alguns aspectos gráficos devem ser levados em conta.
Afinal, o laudo contábil é a materialização de todo o esforço técnico desenvolvido pelo perito
contábil, portanto, o perito deve valorizá‑lo, oferecendo‑o de forma bem apresentada. Não basta o
conteúdo estar correto, é importante cuidar de sua apresentação.
Margens do laudo
O texto deve ser disposto considerando uma margem esquerda de no mínimo 3,0 centímetros,
de 1,5 centímetros de margem direita e margens superiores e inferiores de 2,5 centímetros cada
uma. Especial atenção para a margem esquerda, pois o laudo pericial, quando juntado aos autos
sem essa margem, sem espaço conveniente, tem sua leitura prejudicada, já que parte do texto
ficará encoberta.
Ex.mo (a) Sr. (a) Dr.(a) Juiz (a) de direito da ___ a vara cível da circunscrição
judiciária de Uberlândia/MG
Processo nº.
Requerente: Megalópole Venda de Serviços Ltda.
Requerido: Pantanal do Brasil – Indústria e Comércio de Computadores S/A.
Laudo pericial
Rodrigo dos Santos Pinheiro, brasileiro, solteiro, contador, estabelecido a Av. Santana,
bairro Centro, CEP 68.925‑000, Santana/AP. Perito judicial nomeado nos autos do processo
supramencionado, tendo encerrado seu trabalho pericial, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência.
O presente Laudo pericial tem como objetivo apresentar o resultado da perícia contábil
realizada em face do litígio existente entre Megalópole venda de serviços Ltda. (Autor) e
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Unidade II
Pantanal do Brasil – Ind. E Com. De Computadores S/A (Ré), com fins de apurar o valor
devido pelo réu face à ação de indenização por danos morais, por perdas e danos materiais.
Diz a autora que logo após, foi celebrado outro contrato, quando estabeleceram outra
forma de remuneração levando vantagem somente a parte ré.
Conclusão
Pois como a prova pericial destina‑se a verificar fatos relacionados com o objetivo da
lide e seu resultado fica impossibilitado de determinar e responder os quesitos apresentados,
pois não há documentos em que podemos analisar e procedermos as respostas dos quesitos,
salientando que as respostas do termo de diligência não foi apresentado a este perito, sabemos
que as respostas dos quesitos precisa ser exato e preciso. Até este momento me encontro a
disposição da lide em questão para solucionar o caso. Aguardo decisão de vossa excelência.
Fonte: <http://www.pinheirocontabil.com.br/2011/06/modelo‑de‑laudo‑pericial‑contabil.html>.
Quando o laudo pericial for constituído de quesitos e respostas, é pertinente transcrever o quesito e sua
resposta em folha específica, apresentando a pergunta em destaque e, em seguida, a resposta oferecida.
Espaçamento
Ainda para facilitar a leitura, o texto deve ser datilografado ou digitado em espaço dois. Referido
espaço permite a leitura na horizontal, enquanto o texto com linhas muito próximas umas das outras
provoca, às vezes, leitura na forma oblíqua, obrigando o leitor a retornar ao início do texto.
Tamanho de letra
O tamanho de letra utilizada no texto é outro aspecto a ser considerado dentro das preocupações
com o leitor. É recomendado para o texto normal o tamanho 12 e para os títulos de cada capítulo o
tamanho 14.
Todas as recomendações são voltadas à permissão de uma boa estética ao trabalho pericial,
transformando o ato de ler num momento agradável.
5.6 Prazos
Os prazos para entrega do laudo pericial, no caso da perícia judicial, são determinados pelo juiz no
momento da nomeação do perito, como determina o artigo 421 do Código de Processo Civil, com a
seguinte redação: Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo
(BRASIL, 1973).
Figura 12
No caso de atuação em processos trabalhistas, o prazo está estabelecido no artigo 3º da Lei 5.584, de
26 de junho de 1970, com a seguinte redação: “Art. 3º. Os exames periciais serão realizados por perito
único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo” (BRASIL, 1970).
Esse prazo poderá ser prorrogado por mais uma vez, desde que solicitado por escrito pelo perito, nos
termos do artigo 432 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973), com a seguinte redação:
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Unidade II
Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo
dentro do prazo, o juiz conceder‑lhe‑á, por uma vez a prorrogação, segundo
o seu prudente arbítrio.
Na atuação como assistente técnico na Justiça do Trabalho, o perito deverá observar o prazo estabelecido
no Parágrafo único da Lei 5.584 de 26 de junho de 1970 (BRASIL, 1970), com a seguinte redação:
Portanto, deverá ser observado, na atuação como perito assistente na Justiça do Trabalho, o mesmo
prazo dado ao perito judicial nomeado pelo juiz para entrega de seu parecer técnico que, no caso da Lei,
é chamado também de laudo.
Essa observação é importantíssima, pois a Lei determina que o não cumprimento desse prazo leva
o laudo do assistente técnico a ser desentranhado dos autos, o que causaria prejuízo para a defesa da
parte que o contratou, na apresentação de eventual impugnação ao laudo do perito judicial.
O perito, ao atuar em perícia extrajudicial ou arbitral, deverá observar o prazo estipulado em contrato e
protocolizar seu laudo ou parecer por qualquer meio, no caso de perícia extrajudicial, ou por petição, no caso
de perícia arbitral, como descrito na NBC T 13 – Da perícia contábil – Anexo B, com a seguinte redação:
13.5.4 O laudo pericial contábil deve sempre ser encaminhado por petição
protocolada, quando judicial ou arbitral. Quando extrajudicial, por qualquer
meio que comprove sua entrega.
5.7 Honorários
Os honorários periciais são a remuneração do perito pelo serviço prestado na perícia judicial,
extrajudicial ou arbitral, como trazem as Normas Profissionais Do Perito NBC P 2, em seu item 2.5.1:
Fonte: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/p2.htm>.
O artigo 33 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973) estabelece a responsabilidade pelo pagamento
dos honorários periciais, com a seguinte redação:
Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver
indicado; a do perito será paga pela parte que houver requerido o exame,
ou pelo autor, quando requerido por ambas as partes ou determinado de
ofício pelo juiz.
Conforme Ornelas (2000, p. 103), “[...] sendo o perito nomeado pelo magistrado, portanto, na
função judicial, compete àquele fixar sua remuneração. Esse ato processual praticado pelo magistrado
é conhecido por arbitramento”.
Aceita a perícia, o profissional deve requerer seus honorários (fazem parte das
custas e quem pede a perícia é quem deve fazer o depósito. Tal fixação prévia
pode, todavia, ser reajustada se o prazo da perícia assim o exigir e nos casos de
inflação. Em caso de aumento de carga horária de trabalho do perito, mesmo
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Unidade II
O autor complementa: “[...] nada mais justa que esta medida, em certos casos, pois muitas perícias,
pelo seu vulto, exigem tempo dilatado e investimentos em pagamentos de auxiliares e de meios para
conseguir os elementos necessários” (SÁ, 1997, p. 72). Esse procedimento se refere aos honorários
prévios, solicitados nos processos que tramitam nas varas civis e federais, pois nas varas do trabalho
normalmente não se concede honorários prévios.
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do Sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe vem, respeitosamente requere a Vossa Excelência a fixação dos
honorarios periciais em R$ 4.000,00 (quatro mil reais)
É o que requer,
Pede deferimento.
Os honorários periciais não se restringem apenas aos honorários prévios. O perito, com base em
seus papéis de trabalho, deve manter anotação dos custos envolvidos na realização da perícia, pois, na
entrega do laudo pericial, deve‑se verificar se os honorários depositados previamente são suficientes
para a remuneração do trabalho realizado. Em caso contrário, o perito deverá solicitar honorários
definitivos, indicando os custos do trabalho e o total das horas envolvidas. Esse demonstrativo deve ser
realizado de forma muito clara, pois poderá haver impugnação das partes sobre o valor solicitado.
Os valores solicitados de honorários periciais têm causado alguns problemas para os peritos e também
para os magistrados, como se verifica em Cleto (2001), que traz a seguinte colocação: “[...] a falta de
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O problema que ocorre na fixação dos honorários periciais se relaciona aos valores solicitados pelos
peritos e o arbitramento feito pelo juiz, pois ele, sem parâmetro, arbitra o valor solicitado com redução
de até 60% e esses honorários, reduzidos, em muitos casos sequer pagam os custos que o perito teve
na elaboração do laudo. Por outro lado, os juízes argumentam que os peritos não demonstram de forma
clara os custos que tiveram com a elaboração do laudo pericial, pois, como se trata de um trabalho feito
pelo perito fora da visão do juiz, este não tem como saber o que foi envolvido na perícia.
Como os juízes, em alguns casos, argumentam que não há parâmetros para fixar os honorários periciais
e as partes, por sua vez, não concordam com os valores pleiteados, segue um modelo de estimativa de
honorários de perícia contábil, elaborado pela Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo.
Trata‑se de um modelo padrão, que não impede o perito de criar um modelo próprio que demonstre
o valor pleiteado por seus honorários, de forma detalhada, com base sempre na clareza dos gastos
efetuados com a perícia e com as horas gastas em suas várias fases. Vale lembrar que a justa remuneração
pelo trabalho realizado irá quase sempre depender de tal demonstrativo, como no quadro a seguir:
Quadro 2
Custos
a. Horas técnicas/itens Horas estimadas Vlr/hora R$ Totais em R$
Estimativa/carga
Análise autos/docs./relatórios
Diligências
Levantamento de dados
Digitação
Reuniões com assistentes técnicos
Montagem laudo
Revisão/assinatura/entrega do laudo
Total item horas técnicas
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Unidade II
Resumo R$
Item horas técnicas
Item material direto aplicado
Total dos honorários
Pelos motivos apresentados, grande parte dos peritos que atuavam quase que exclusivamente como
peritos judiciais estão preferindo trabalhar como assistentes técnicos ou em perícias extrajudiciais, por
terem mais garantias no recebimento de seus honorários nas bases em que foram contratados. No
entanto, é imprescindível a existência de um contrato de prestação de serviços.
Bonifácio Ferreira Colatino, perito contador, habilitado nos termos do artigo 145 do
código de Processo Civil, conforme certidão do Conselho Regional de Contabilidade do
Estado de Alagoas, cópia anexa, estabelecido na Rua Arapiraca, 23A, Cruz das Almas, Maceió – AL,
tendo sido nomeado nos autos do processo mencionado, vem à presença de Vossa Excelência
apresentar proposta de honorários para a execução dos trabalhos periciais na forma que
segue.
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O valor desta proposta de honorários não remunera o perito para responder quesitos
suplementares (artigo 425 do Código de Processo Civil), fato que, ocorrendo, garante ao
profissional oferecer nova proposta de honorários na forma deste documento.
Fonte:<https://doc‑0s‑7g‑docsviewer.googleusercontent.com/viewer/securedownload/dsn1aovipa7l846lsfcf94nedj8q2p4u/5gab25gtt
376ou4gsacjrgnepp7rh52v/1355426100000/c2l0ZX>. Acesso em 8 jan. 2013.
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Unidade II
Exmo. Sr. Juiz de Direito da 1ª Vara Cível de Bagé – Rio Grande do sul
Autor: Hawai Viagens e Turismo – ME
Réu: Empresa de Turismo e Excursões Sonhos Dourados – EPP
Ação: Ressarcimento de Despesas – Cível
Processo nº: 0009.900.0021/2011
Jose Roberto Rodriguez, perito deste juízo, devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe vem, respeitosamente requere a Vossa Excelência a liberação dos
honorariospericiais fixados em R$ 4.000,00 (quatro mil reais)
É o que requer,
Pede deferimento.
Saiba mais
< h t t p : / / w w w. p o r t a l d e c o n t a b i l i d a d e . c o m . b r / t e m a t i c a s /
honorariospericiais.htm>.
Segundo Magalhães et al. (2000, p. 37), “a operacionalização da perícia contábil judicial e sua
processualística compreendem dois momentos distintos, que podemos classificar como atos preparatórios
e atos de execução”.
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Unidade II
Para Sá (1997), o método da perícia é basicamente o analítico, não se dispensando detalhes, sempre
que necessários.
É preciso, pois:
4. ter muita cautela na conclusão e só emiti‑la quando estiver absolutamente seguro sobre os
resultados;
Na fase do planejamento, o perito contador deve prever as etapas e o desenvolvimento das atividades,
além de definir os honorários pela execução do laudo pericial. Caso não haja determinação do juiz, deve
ser cumprido o prazo fixado no Código do Processo Civil.
Portanto, as técnicas devem buscar uma conclusão de forma clara, precisa e inequívoca, atendendo
aos requisitos exigidos pela perícia.
Lembrete
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PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
As fases do processo judicial servem para entender em quais momentos o perito judicial intervém,
de acordo com o juiz e as partes – autor ou reclamante, reclamada ou réu.
A fase inicial do processo é denominada fase de instrução. Nela é que as partes produzirão provas
para que o juiz possa julgar a ação proposta. Assim, a perícia, nessa fase processual, será elemento de
prova.
Quando houver a necessidade de técnico para a verificação das alegações das partes como prova
para o juiz proceder ao julgamento da ação proposta, haverá a nomeação de perito de sua confiança,
para fornecer elementos necessários a esse julgamento. Essa perícia poderá ser contábil, médica, de
engenharia, segurança do trabalho ou outras, dependendo do objeto a ser periciado.
A perícia judicial, na fase de instrução do processo, dar‑se‑á de acordo com o andamento processual.
Para dar o impulso ao processo, há uma petição inicial, na qual o reclamante ou autor irá demonstrar as
justificativas da necessidade de perícia contábil.
A reclamada ou réu, por sua vez, também irá demonstrar de forma fundamentada, em sua defesa,
que nada é devido ao reclamante ou autor.
De posse das duas peças, defesa e contestação, o juiz irá verificar se tem todos os elementos
para o seu julgamento. Caso não os possua, determinará perícia, nomeando seu perito de confiança
e determinando que as partes, se quiserem, apresentem seus quesitos e indiquem seus assistentes
técnicos.
Realizada a perícia, será aberto prazo para que as partes se manifestem sobre o laudo. Após essa
manifestação, ocorrendo a impugnação do laudo por uma ou por ambas as partes, o perito procederá
aos devidos esclarecimentos.
87
Unidade II
A fase final do processo, denominada fase de execução, é aquela que busca a liquidação do processo,
transformando a condenação imposta em pecúnia.
Após a fase de instrução, como já mencionado, poderá haver perícia. O juiz proferirá a sentença
em primeira instância, que poderá ser totalmente procedente, procedente em parte ou improcedente.
Isso não significa que irá, de imediato, iniciar‑se o processo de execução, pois a parte que se sentir
prejudicada no julgamento poderá impetrar embargos de declaração e, posteriormente, recurso ordinário
para a segunda instância ou recurso de revista para a terceira. Cabe esclarecer alguns termos utilizados
anteriormente, por tratar‑se de matéria jurídica.
• segunda instância: nos Tribunais de Justiça, sendo um em cada unidade da federação. Neles, as
partes irão buscar uma nova análise da matéria, podendo a sentença de primeira instância ser
mantida ou modificada;
• terceira instância: Tribunal Superior, localizado em Brasília; tem limitação quanto à matéria a ser
analisada, pois só pode buscar a sua análise se as partes provarem que houve, nos julgamentos de
primeira e segunda instância, a violação de algum dispositivo constitucional.
• totalmente procedente: nesse tipo de sentença, o reclamante prova que a reclamada nada
contraditou das alegações feitas na ação movida. Assim, será condenada em todos os pedidos
formulados;
• parcialmente procedente: ocorre quando apenas parte das alegações foi provada e a reclamada
foi condenada em parte dos pedidos formulados;
• totalmente improcedente: ocorre quando o reclamante não conseguir provar nada das alegações
efetuadas. Nesse caso, a reclamada ficará isenta de condenação e o reclamante será condenado
nas custas processuais e, se o resultado da perícia, na fase de instrução, foi negativo, também será
condenado ao pagamento dos honorários periciais.
• liquidação por cálculos: será efetuada quando a apuração do montante depender de simples
operações aritméticas;
88
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
• liquidação por artigos: a liquidação por artigos será procedida quando houver necessidade de
alegar e provar fato novo, para efeito de determinar o valor da condenação.
Restando dúvidas após os esclarecimentos, haverá prazo para as partes apresentarem sua impugnação
fundamentada, com indicação dos itens e valores objetos da discordância.
Quando a outra parte indica os itens que entende incorretos e também apresenta os cálculos que
entende devidos, muitas vezes são elaborados da mesma forma do cálculo que está sendo impugnado.
Nesse momento, caberá ao juiz analisar as duas contas apresentadas, para proceder à homologação
daquela que cumpriu a condenação nos limites da sentença prolatada. Desse modo, fica o juiz
impossibilitado de ter segurança na homologação de uma das contas, porque ambas não estão
claramente demonstradas.
Nomeado o perito, seguem‑se alguns procedimentos para a elaboração do encargo assumido como
o prescrito:
Nos termos do parágrafo único do artigo 3º da Lei 5.584/70, notificará as partes para que apresentem
seus quesitos e indiquem seus assistentes técnicos se quiserem, pois esse procedimento não é obrigatório.
Se as partes apresentarem seus quesitos e indicarem seus assistentes técnicos, ou, se vencido o
prazo e nenhuma das partes apresentarem quesitos e indicar assistente, o perito nomeado pelo juiz será
intimado a prestar compromisso e retirar o processo para elaboração do laudo pericial.
2. iniciará seu trabalho, primeiramente, lendo a sentença de primeiro grau, embargos (se houver) e
acórdãos proferidos pelos Tribunais (também se houver); esse procedimento tem como objetivo
verificar o objeto a ser periciado, bem como proceder à liquidação por cálculo, artigo ou arbitramento;
4. de posse de todos os elementos necessários, o perito irá proceder à elaboração das planilhas de
cálculo das verbas deferidas, que devem ser efetuadas de forma clara e analítica;
6. resta então a parte de texto do laudo pericial, como a introdução, a identificação do objeto, a
especificação e objetivo de cada quadro analítico, a conclusão, o encerramento e o pedido dos
honorários pretendidos;
7. finalizado o laudo pericial, deverá submetê‑lo à apreciação dos assistentes técnicos das partes,
caso tenham sido indicados. Esse procedimento recebe o nome de conferência reservada. Nesse
caso, poderá haver entendimentos distintos entre o perito e os assistentes e, sendo procedentes,
haverá modificação do laudo ou, se não concordar em modificá‑lo, o assistente que discordar deve
elaborar um parecer divergente e, havendo concordância, todos assinam o laudo em conjunto;
8. submetido aos assistentes, o laudo será protocolado no setor de protocolos das secretarias e será
remetido à vara onde está tramitando.
Esses procedimentos devem ser seguidos para as três formas de liquidação, por cálculos, por artigos
ou por arbitramento.
Portanto, a perícia judicial, na fase de execução do processo trabalhista, inicia‑se com a divergência
dos cálculos das partes, com a determinação da perícia e consequente nomeação do perito de confiança
do juiz, que despachará, dando prazo para que as partes, se quiserem, apresentem quesitos e indiquem
assistente técnico.
Realizada a perícia, será aberto prazo para as partes se manifestarem sobre o laudo. Caso haja
impugnação, o perito procederá aos devidos esclarecimentos ou alteração do laudo, se forem procedentes
as impugnações. Após esses esclarecimentos, o juiz poderá homologar o laudo e fixar o crédito do
reclamante e os honorários do perito.
Após a fixação do crédito, o juiz fixará prazo para que a reclamada efetue o pagamento do crédito
do autor e determinará qual das partes pagará os honorários periciais, pois a parte que for perdedora no
objeto da perícia arcará com os honorários periciais.
90
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Entregue o laudo pericial, o juiz abrirá prazo para as partes se manifestarem e essa manifestação
poderá vir da seguinte forma:
4. concordância parcial.
Caso haja concordância de ambas as partes, o laudo pericial será homologado, havendo também
nessa homologação a fixação dos honorários periciais e a determinação da parte que ficará responsável
pelo seu pagamento.
Caso uma ou ambas as partes discordem dos valores apurados no laudo pericial, oferecerá impugnação ao
mesmo, sendo que essa impugnação deverá ser fundamentada e os itens e valores da discordância especificados.
Recebida a impugnação pela vara, o juiz intimará o perito para que proceda ao esclarecimento dos
pontos que foram impugnados.
Recebida a intimação, o perito retira o processo em carga e verifica os termos das impugnações. Se
forem procedentes, ou seja, se o perito cometeu algum equívoco na apuração de alguma verba, procederá
à correção do mesmo e reapresentará o laudo com as devidas correções. Se forem improcedentes,
responderá às impugnações justificando os procedimentos adotados, dentro dos limites do objeto
periciado, mantendo, na íntegra, o laudo já apresentado.
Realizados os esclarecimentos do perito, o juiz poderá homologar o laudo pericial, ou solicitar que
as partes se manifestem sobre esses esclarecimentos.
7 AVALIAÇÃO
A avaliação compreende uma gama de situações, desde o valor dos bens patrimoniais até o valor do
patrimônio empresarial.
Fazer uma análise de tudo que possui e colocar o resultado em números num papel é uma preocupação
que muitas empresas deveriam ter antes mesmo de abrir suas portas para o mercado consumidor, a fim
de possuir uma melhor noção do valor do bem ou dos bens que possui e, consequentemente, conseguir
administrar melhor o espaço e a disposição deles, sem se deixar enganar. Conhecer o valor do patrimônio
requer destreza e conhecimento técnico.
91
Unidade II
O valor patrimonial de uma empresa pode ser determinado, em um primeiro momento, por meio do
balanço patrimonial, pois no grupo do patrimônio líquido é fixado o valor da empresa contabilmente,
porém, sabe‑se que esse valor é histórico, não refletindo o valor de mercado, ou dos proprietários;
nesse momento, temos a seguinte situação: valor e preço, pois os montantes são fixados por quem
tem interesse na avaliação, ou seja, vendedor, comprador, acionistas, público em geral, consumidores e
outros.
No campo econômico, “valor” pode ser entendido como a apreciação feita por um indivíduo (num
dado tempo e espaço) da importância de um bem, com base em sua utilidade (objetiva e subjetiva).
• valor contábil;
Enquanto o valor é relativo e depende de vários fatores, muitos deles subjetivos, o preço é único,
exato e preciso e reflete fielmente a mensuração financeira de uma transação de compra e venda de
determinada empresa. Todavia, o preço apenas será definido como conclusão do processo de negociação
entre o desejo dos compradores e as expectativas dos vendedores, que utilizarão suas mensurações de
valor como referencial para a tomada de decisão, em um processo onde, sem uma ideia mais coerente
desse valor da empresa, passam a preponderar fatores de ordem emocional e interesses especulativos.
92
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O oficial de justiça está habilitado legalmente para proceder à avaliação dos bens
penhorados. A atuação do perito só será necessária se o oficial encontrar dificuldade ou
precisar de esclarecimentos sobre os bens avaliados. Com base nesta disposição do artigo
680, do Código de Processo Civil (CPC), a 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul negou sequência a Agravo de Instrumento contra sentença que indeferiu a
impugnação à nomeação do oficial de justiça como avaliador num processo de execução.
O relator do Agravo, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, afirmou que a regra
é muito clara nesse sentido: ‘‘Somente em casos excepcionais, que necessitem conhecimento
técnico e ou especializado, é que o juiz nomeará um avaliador’’, frisou.
O caso
A penhora está sendo executada para pagar honorários advocatícios devidos pelo autor
à Associação dos Advogados do Banco do Brasil S/A, num processo que tramita na Comarca
de Tupanciretã, a 391 km de Porto Alegre.
Ao interpor o agravo, o autor justificou que o oficial de justiça não estaria habilitado
a avaliar três áreas rurais penhoradas. Por não ser engenheiro agrônomo, não teria o
conhecimento técnico ou especializado para a incumbência. Destacou, ainda, a importância
da avaliação dos imóveis em questão, não apenas por mero levantamento do valor do
hectare da região. Na sua visão, deviam ser observados elementos concretos, como
quantidade e preços dos componentes utilizados, mão de obra e materiais empregados,
além de considerar que os imóveis penhorados estão dentro de área maior, necessitando de
serviço de medição e de mapas.
Embora reconheça que seja necessário mapear a localização das terras, o desembargador
defendeu, em primeiro lugar, o trabalho do oficial de justiça ‘‘Depois de realizada a avaliação,
o agravante/executado ainda tem a possibilidade de impugná‑la. Nesse caso, será verificada
a necessidade de uma nova avaliação, se implementados os requisitos do artigo 683 do
93
Unidade II
Fonte: <http://www.conjur.com.br/2012‑jun‑09/oficial‑justica‑prioridade‑avaliar‑bens‑penhorados‑tj‑rs>.
Nenhum modelo de avaliação é capaz de fornecer um valor preciso, único e inquestionável para uma
empresa, mas sim uma estimativa, pois, apesar de tais modelos serem essencialmente quantitativos, o
processo de avaliação contempla também aspectos subjetivos.
Situação Finalidade
Avaliar a capacidade econômica do cônjuge que
Em ações de alimentos responderá pela prestação pecuniária, para que o juízo
possa fixar os valores dos alimentos devidos.
Mensurar o patrimônio do inventariado, para que a cada
Em ações de inventário herdeiro possa ser atribuída a parte que lhe cabe na
herança.
Apurar os haveres dos sócios ou do sócio que se retira,
Em dissoluções de sociedades para que a cada um se dê o que a si pertence.
Apurar o chamado fundo de comércio da entidade, para
fins de avaliação em diversas situações, como a venda da
Fundo de comércio empresa, fusões, cisões, penhora de cotas, leilões, dentre
outros.
Saiba mais
<http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v6_n2/08_
Aderbal.pdf>.
Vários são os modelos de avaliação de empresas existentes na literatura de finanças, os quais podem
ser utilizados em conjunto ou separadamente. Sua escolha deve considerar o propósito da avaliação e
as características próprias do negócio a ser avaliado.
A avaliação de uma empresa pode partir de dois pressupostos: a sua continuidade ou a sua
descontinuidade.
94
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Figura 13
Para apurar o valor da empresa, os modelos patrimoniais de avaliação partem das demonstrações
financeiras, as quais, geralmente, são incapazes de refletir o valor econômico de um empreendimento.
Os modelos que utilizam a abordagem patrimonial pressupõem que o valor de uma empresa pode
ser estimado pelo valor de seu patrimônio líquido ou pelo valor de mercado de seus itens específicos.
A principal vantagem desta abordagem é a de ser simples e fácil de ser aplicada, visto que o valor
do patrimônio líquido de uma empresa é conhecido, necessitando apenas ser identificado nos registros
contábeis.
Diversos fatores dificultam a utilização deste método como indicador efetivo do valor econômico
da empresa:
• os ativos normalmente estão avaliados aos custos históricos e não aos seus valores correntes
(registro a valores de entrada e não de saída);
95
Unidade II
• existem operações que não são registradas nas demonstrações contábeis tradicionais, as quais são
muito relevantes para apuração do valor econômico de uma empresa, tais como: operações de
arrendamento mercantil, derivativos, garantias, goodwill, dentre outras.
Nessa abordagem, os ativos e passivos exigíveis são mensurados com base no valor de mercado de
seus itens. Sua equação pode ser escrita da seguinte forma:
Embora este modelo seja válido para um número maior de situações que o modelo de avaliação
patrimonial contábil – pois, por considerar valores de saída, se aproxima mais do valor econômico de
mercado – também desconsidera o valor do goodwill da empresa, bem como os benefícios futuros que
o conjunto dos ativos e passivos seria capaz de gerar.
Esse método pressupõe que o valor de uma empresa pode ser estimado em função dos múltiplos de
outras empresas que apresentem características semelhantes.
É possível avaliar uma empresa encontrando outra empresa semelhante que tenha sido negociada
recentemente, ou mediante a comparação com os valores de mercado das empresas de capital aberto.
É útil quando o avaliador possui apenas alguns dados básicos da empresa, como lucro ou faturamento
– dados estes que, geralmente, são fáceis de ser obtidos por meios públicos, como jornais ou internet.
Para realizar a avaliação por este método, somente serão necessários mais dois dados: um indicando o
valor da empresa semelhante e outro indicando um valor de referência, por exemplo, lucro, patrimônio
líquido ou vendas.
Além da necessidade de poucas informações, destaca‑se outra vantagem desse método em relação
aos outros: a simplicidade e a rapidez na precificação de novas informações. As desvantagens do método:
não considera a diferença nos fundamentos das empresas comparáveis; é impactado pela qualidade
limitada das informações; não considera as especificidades de cada transação; é afetado quando o setor
inteiro está super ou subavaliado.
Devido às suas limitações, diversos autores consideram esse método útil quando utilizado como
complementar a outras abordagens.
96
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
O modelo baseia‑se na relação entre o preço e o lucro por ação da entidade semelhante que,
multiplicado pelo lucro da avaliada, resulta no suposto valor do empreendimento, ou seja:
O método da avaliação por fluxo de caixa descontado tem sua fundamentação no conceito de
finanças de valor presente: o valor atual de um fluxo ou de uma série futura de fluxos de caixa.
O valor de qualquer ativo pode ser obtido pelo valor presente dos fluxos de caixa futuros dele
esperados. Sua equação pode ser representada por:
t = n CF t
Valor = ∑
t=1(1+r)t
Onde:
A taxa de desconto será uma função do grau de risco inerente aos fluxos de caixa estimados e irá
variar de ativo para ativo, com taxas maiores para os ativos de maior risco e menores para os de menor
risco.
Assim, de acordo com essa abordagem, o valor da empresa pode ser determinado pelo fluxo de caixa
projetado, descontado por uma taxa que reflita o risco associado ao investimento.
As cinco principais variáveis para a avaliação de empresas por esse modelo são:
• fluxo relevante de caixa: uma empresa vale aquilo que consegue gerar de caixa no futuro;
• período de projeção: o fluxo de caixa deve ser projetado para um espaço de tempo que permita
sua previsão com razoável confiança;
• valor da perpetuidade ou residual: os fluxos de caixa não cobertos pelo período de projeção
devem ser quantificados;
• taxa de desconto: a taxa de juros usada para descontar fluxos de caixa ao seu valor presente deve
ser aquela que melhor reflita o custo de oportunidade e os riscos.
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Unidade II
As metodologias de avaliação do patrimônio vão desde o valor contábil até o fluxo de caixa descontado,
porém, há outros métodos utilizados pelos analistas e peritos, de acordo com seus interesses e objetivos.
Observação
8 ARBITRAGEM
A arbitragem é uma forma alternativa de composição de litígio entre partes. Nessa técnica o litígio
pode ser solucionado por meio da intervenção de terceiro ou terceiros, indicado pelas partes, gozando
da confiança de ambas. Com a assinatura da cláusula compromissória ou do compromisso arbitral, a
arbitragem assume o caráter obrigatório e a sentença tem força judicial.
Uma nova forma de Justiça vem sendo aplicada no Brasil há algum tempo. Em países
do Primeiro Mundo, ela é chamada comunitária e cada vez mais por aqui vem dando
resultado. No País, a Lei 9.307 de setembro de 1996 autorizou a utilização da arbitragem
para o julgamento de litígios envolvendo bens patrimoniais disponíveis. Eles são aqueles
direitos nos quais as partes podem transacionar – contratos em geral, como civis, comerciais
e trabalhistas. Com isso, passaram a existir os tribunais especializados nessas causas, que
funcionam como meios alternativos de resolução de litígios.
Como funciona
Existe uma distinção entre os tratamentos dados a cada processo; logo que uma pessoa
procura o tribunal, é oferecida a conciliação entre as partes envolvidas. Nesse primeiro
momento, os conciliadores sugerem aos interessados propostas para a resolução dos
problemas. Logo depois, vem a mediação, que consiste em um diálogo entre duas ou mais
partes em conflito. Elas são acompanhadas por um mediador, para que possam chegar a
um acordo satisfatório para ambas. Na mediação prevalece sempre a vontade das partes. O
mediador não impõe soluções, apenas aproxima as partes para que negociem diretamente
e reconheçam o conflito para buscar algum tipo de solução que contemple e satisfaça
razoavelmente os interesses de todas.
Existe também a arbitragem. Nesse caso, o juiz arbitral decide a pendência pela confiança
que foi nele depositada pela eleição prévia em cláusula compromissória. As sentenças
proferidas pelos tribunais arbitrais têm a mesma eficácia da sentença judicial. A principal
diferença é o prazo máximo de seis meses para a solução dos conflitos. Somente é iniciado
um processo no tribunal quando há um consenso entre as partes.
98
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Aceitação
Pode‑se dizer que a maioria dos casos é resolvida por mediação. Apenas uma pequena
faixa tem de ser realizada pelo método de arbitragem. Somente em poucos casos não se
consegue iniciar o processo. Desde que esse tipo de justiça foi implantado, vem dando
ótimos resultados em diversos municípios. Acredita‑se que a procura ainda não é tão grande
por falta de conhecimento de grande parte da população.
Casos
Uma grande variedade de casos pode ser tratada pelos tribunais. Qualquer tipo de
controvérsia de origem civil, comercial e trabalhista que envolva bens patrimoniais disponíveis,
ocorrida entre pessoas jurídicas ou físicas capazes de contratar, ganha resolução rápida nas
entidades. Os mais comuns são os relacionados ao comércio. Em alguns tribunais, cerca 25%
dos processos envolvem cheques devolvidos por falta de fundos. Noutros, estão as escolas
e cursos, com 23%. Nesses casos estão pessoas e instituições que tiveram qualquer tipo de
problema de descontentamento com o serviço ou até mesmo quebra de contrato, no caso
dos alunos. Ainda há os casos do setor imobiliário. Casos de compra e venda de imóveis,
aluguéis atrasados, inadimplência de taxas, entre outros. Chama a atenção a possibilidade
de solução, pelos árbitros e mediadores, para os danos morais e materiais e ocorrências
envolvendo o consumidor, como compra de produtos com defeitos em municípios em que
não há órgãos de defesa do consumidor.
Benefícios
Fonte: <http://www.manualdepericias.com.br/MediacaoArbitragemOqueeh.asp>.
99
Unidade II
Figura 14
A arbitragem, há décadas utilizada nos países desenvolvidos, é regulamentada no Brasil pela Lei
9.307/96 (BRASIL, 1996), a chamada Lei da Arbitragem e vem sendo reconhecida como o método mais
eficiente de resolução de conflitos, contribuindo para o descongestionamento do poder judiciário.
1. celeridade: dada a própria natureza do procedimento arbitral, bem como a flexibilidade dos prazos
que o caracterizam, os processos submetidos a decisões de um Tribunal Arbitral são concluídos
100
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
de forma muito mais célere do que os processos que correm nos termos dos Tribunais Judiciais.
Medeiam, em regra, cerca de três meses entre a submissão do processo e a decisão final. Porém,
os árbitros respondem pelos danos causados por decisões não contempladas;
5. decisão definitiva: às decisões proferidas em sede de arbitragem, não cabe recurso, evitando‑se
a espera, que por vezes dura vários anos, pela decisão que dê o caso como julgado.
8.1 Árbitros1
Conforme o site do CRC SP, “[...] árbitro é qualquer pessoa capaz que pode ser escolhida pelas
partes para dirimir controvérsias entre elas e investida da autoridade que lhe confere a lei para prolatar
sentença de mérito idêntico à da Justiça Comum”.
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
Para Teixeira e Andreatta (1997, p. 182), “[...] árbitro é toda pessoa capaz que tendo confiança das
partes é nomeada para prolatar uma decisão da Justiça Arbitral”.
Palombo et al. (1992), em trabalho no qual analisam aspectos psicológicos, éticos e técnicos que
compõem o perfil do profissional perito e do árbitro, ressaltam como diferença entre árbitro e arbitrador
que o primeiro realiza julgamentos e o segundo faz perícias.
No entanto, buscam a convergência entre ambos pela atividade desempenhada, afirmando que “[....]
a perícia sempre procura trazer junto aos autos ou às partes a verdade de fato; a arbitragem, para ser
equânime, também procurará a verdade para julgar com segurança a matéria que lhe for submetida”.
1
Texto adaptado do site: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/arbitragem/14.htm>.
101
Unidade II
Infere‑se que, por serem as funções semelhantes entre si, ou mesmo iguais, existe o que é denominado
de convergência psíquica entre peritos e árbitros, ou seja, eles “afluem do mesmo modo o conjunto de
processos mentais conscientes ou inconscientes do indivíduo”.
O árbitro é um profissional competente e designado por órgão regulador, não podendo ser “conhecido”
ou ter ligações de amizade ou laços familiares com os envolvidos.
A aceitação para desempenhar a função de árbitro não é obrigatória e a recusa não necessita de
resposta e tampouco ser fundamentada, como é exigido na perícia judicial.
Nada impede que um mesmo árbitro atue em vários processos, mas o compromisso arbitral deve ser
individualizado em cada processo.
O número de árbitros indicados pelas partes deverá ser ímpar sempre que possível. Quando forem
nomeados números pares de árbitros, eles deverão nomear mais um árbitro e, em caso de controvérsia,
este será escolhido na Justiça Comum.
A lei ainda permite que instituições arbitrais ou entidades especializadas atuem em arbitragem de
tal forma que as partes possam, em comum acordo, estabelecer a escolha dos árbitros ou deixar que
estas assim o façam.
O árbitro é um profissional com amplos conhecimentos da área contábil em todo seu espectro,
capacidade de justiça, imparcialidade e bom discernimento.
Deve ser um profissional de nível superior, pois, mesmo que isso não seja uma exigência legal, é
conveniente para que não haja dúvida de seus conhecimentos.
Em sua atividade, o árbitro deverá fazer o papel de juiz de direito e de fato e a sentença que proferir
será com força de título executório.
Muito embora a lei não faça exigências quanto aos conhecimentos técnicos e científicos do árbitro,
ela disciplina procedimentos comportamentais no desempenho desta função:
“Art. 13.
2
Texto adaptado do site: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/arbitragem/14.htm>.
102
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Se, por um lado, a lei não exige que o árbitro tenha títulos, os órgãos
institucionais de arbitragem têm defendido a ideia e exigido de seus
participantes estes quesitos, como forma de salvaguardar o bom nome da
instituição.
103
Unidade II
O árbitro deve ter o bom senso de verificar antecipadamente as situações em que pode ocorrer o seu
impedimento, de tal sorte que não suscite suspeição na fase da arbitragem.
8.3.1 Impedimento
Todas as possibilidades que impedem a atuação do profissional como árbitro são previstas nessas
normas, cada qual envolvendo uma situação específica.
Segundo o artigo 134 do Código de Processo Civil (BRASIL, 1973), são causas do impedimento do
árbitro, portanto, circunstâncias impeditivas de sua participação no processo de arbitragem:
3
Texto adaptado do site: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/arbitragem/14.htm>.
104
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Teixeira e Andreatta (1997, p. 196) consideram essa matéria de suma importância e dissecam‑na, item
por item, tecendo comentários que julgam importantes. A seguir, um resumo dos pontos julgados relevantes:
Parte do processo
O árbitro não pode ter direitos próprios que estejam envolvidos diretamente na decisão.
Esse envolvimento pode ser social, familiar, profissional ou como interessado no resultado; caso se
verifique este aspecto, mesmo após o julgamento as partes podem requerer a nulidade do arbitramento.
Estes casos de impedimento, segundo Teixeira e Andreatta (1997), estão mais relacionados a
compromissos arbitrais judiciais, nos casos em que processos que estavam tramitando na justiça estatal
foram retirados para serem julgados pela justiça arbitral.
Essa exigência da lei aplica‑se nos casos de perícia contábil judicial em que o contador atuou como
perito, ficando, portanto, impedido de atuar como árbitro.
Segundo os mesmos autores, “[...] se alguém atuou no processo, poderá levar em consideração e
dar mais validade a aspectos probatórios produzidos, por ser trabalho pessoal em detrimento de outros
valores existentes nos autos”.
Não se concorda com a posição dos autores, pois eles põem sob suspeita a imparcialidade do perito
ou juiz na realização de seus trabalhos.
O profissional que participa do processo judicial conhece muitos aspectos relacionados à disputa,
portanto, como árbitro, pode utilizar‑se de informações privilegiadas que não fazem parte do processo,
decidindo de forma parcial.
Esse impedimento aplica‑se às situações em que o árbitro já tenha atuado examinando o objeto da
arbitragem em fase anterior à do processo arbitral.
105
Unidade II
Semelhante à situação anterior, o árbitro tem conhecimento da matéria em disputa, não sendo imparcial.
Segundo os autores citados, este parágrafo deve ter sido redigido incorretamente e sugerem que o
verdadeiro sentido seja o seguinte:
Parágrafo único. No caso do nº IV, o impedimento só se dará enquanto o advogado estiver exercendo
o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar impedimento
do juiz.
Assim, se advogados tiverem cônjuges ou parentes como árbitros, será causa de impedimento a
atuação de ambos nos mesmos autos.
As tabelas a seguir esclarecem dúvidas que poderão surgir sobre esse assunto (TEIXEIRA; ANDREATTA,
1997, p. 200):
Ascendentes Descendentes
Em 1º Grau Pais Filhos
Em 2º Grau Avós Netos
Em 3º Grau Bisavós Bisnetos
Em 4º Grau Trisavós Trinetos
Havendo laço familiar o árbitro não deve participar da arbitragem, pois essa relação pode influenciar
na sua imparcialidade.
As normas que regulam a arbitragem estipulam o grau de parentesco, para que não haja duvida
sobre os impedimentos.
Participantes da empresa
O Código de Processo Civil impede o árbitro de atuar no processo se ele fizer parte da direção ou
administração da empresa, porque isso seria o mesmo que julgar em causa própria.
106
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Mesmo que não haja interesse em jogo, a parte que não tem laço profissional com o árbitro poderá
questionar a lisura e a imparcialidade do julgamento.
8.3.2 Suspeição
A suspeição ocorre quando há indícios ou tendências no julgamento, além dos casos de impedimentos
– nos quais os árbitros são impedidos de participar da arbitragem. A suspeição ocorre quando uma das
partes se sente prejudicada por atos executados pelo árbitro que favoreçam a outra parte.
Estes sinais são visíveis para a parte prejudicada, que deverá questionar a suspeição do árbitro.
A suspeição de parcialidade do juiz está regulada nos artigos. 135, 136 e 137 do Código de Processo
Civil (BRASIL, 1973):
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar‑se suspeito por motivo íntimo.
Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins,
em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer
da causa no tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em
que o segundo se escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal.
107
Unidade II
A Lei da Arbitragem determina, no caput do artigo 14, que se apliquem aos árbitros, no que
couber, os mesmos deveres e responsabilidades do juiz de direito, caso este se deixe afastar do
processo por quaisquer dos motivos enumerados como caracterizadores do impedimento ou
suspeição. Conforme asseveram Teixeira e Andreatta, o árbitro deverá obedecer em seu trabalho,
no processo de arbitragem, aos preceitos instituídos nos incisos I a IV do artigo 125 do Código de
Processo Civil (BRASIL, 1973):
É importante observar que a lei determina a equiparação dos árbitros aos funcionários públicos, para
efeitos da legislação penal. A responsabilidade do árbitro tem início no momento em que a função de
arbitrar é aceita e findará quando o último ato processual for praticado.
Segundo o Código de Processo Civil, os árbitros podem incorrer no exercício de suas funções, em
crimes, com penas determinadas para a condição de funcionário público.
Dentre os crimes previstos nesse código, três poderão, se cometidos, vir a motivar anulação da
arbitragem. São eles: concussão, prevaricação e corrupção passiva. Estes crimes são definidos no Código
Penal.
Concussão
Portanto, caso o árbitro “leve vantagem” no processo arbitral, estará cometendo um crime passível
de prisão pelo período de 2 (dois) a 8 (oito) anos e multa.
A parte lesada deve fazer a denúncia às autoridades criminais, que efetuarão investigação e, caso a
acusação seja verdadeira, devem acionar as autoridades judiciais.
108
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Prevaricação
Corrupção passiva
O terceiro ato criminal praticado pelo árbitro é o recebimento ou solicitação de vantagens diretas ou
indiretas – pecuniárias ou materiais – a fim de favorecer uma das partes.
Por último, cabe lembrar que, investido em suas funções, o árbitro prolata sentença irrecorrível,
porém passível de anulação, dentro dos casos previstos em Lei (artigo 1.4.4 – Honorários do árbitro).
A nossa Lei de Arbitragem, em seu artigo 27, estabelece que, no compromisso arbitral, deverá constar
a quem caberá a responsabilidade dos pagamentos, de acordo com a convenção de arbitragem.
A quantia a ser avaliada pelo árbitro, para seus honorários, poderá incluir itens como: complexidade
da matéria, tempo estimado de envolvimento no processo de arbitragem (reuniões, visitas, elaboração
de relatórios, vistorias, entrevistas com testemunhas, deslocamentos, elaboração de laudo arbitral e
outros), o montante em litígio e demais aspectos pertinentes ao caso.
109
Unidade II
Observação
Caberá à parte que requerer a arbitragem escolher o tipo de procedimento arbitral a ser
adotado. A parte requerida poderá, entretanto, solicitar a conversão do procedimento. A Câmara
de Arbitragem do Mercado oferece três tipos de procedimento arbitral, confira os tipos e os
fluxogramas do processo:
8.4.1 Ordinário
110
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
Resposta do requerido
Termo de arbitragem
Produção de provas
Alegação de provas
Sentença arbitral
Figura 15
8.4.2 Sumário
Petição inicial
Sorteio do árbitro
Citação do requerido
Sentença arbitral
Figura 16
8.4.3 Ad hoc
Nesse tipo de arbitragem, se as partes desejarem e estiverem de acordo, poderão também escolher
árbitros externos à Câmara de Arbitragem do Mercado ou, ainda, escolher outra Câmara ou Centro de
Arbitragem para proceder à análise e à solução do conflito.
Significa dizer que, para uma pessoa utilizar essas técnicas, ela optará por resolver seus litígios por
métodos alternativos ao invés de recorrer ao Poder Judiciário Estatal.
A mediação é uma técnica consensual que se utiliza de métodos psicológicos para que um terceiro,
neutro, denominado mediador, venha intervir na comunicação de duas partes em litígio e ajudá‑los a
analisar o real interesse que está originando o litígio e a impossibilidade de acordo entre elas. O mediador
não oferece soluções, mas atua como um facilitador da comunicação das partes, uma vez que essa
comunicação foi interrompida pelo surgimento de uma desavença contratual. As partes são auxiliadas
pelo mediador a encontrarem opções de acordo diferentes e mais amplas do que as apresentadas por
elas no início da tentativa de negociação e, portanto, há uma nova oportunidade de alcançarem uma
solução de ganho–ganho, mantendo o poder decisório sobre a questão em suas próprias mãos.
privado. Além disso, na arbitragem, por força da legislação sobre o tema, promulgada em 1996, a
sentença arbitral é equiparada à sentença extrajudicial e pode ser executada como título executivo
extrajudicial.
O árbitro representa e faz o papel do juiz, só que com uma enorme vantagem: ele é escolhido de
comum acordo pelas partes em conflito e pode ser um técnico com grande conhecimento na área. Pela
lei, pode ser qualquer pessoa detentora de confiança das partes.
A sentença arbitral é também irrecorrível e essa é uma de suas grandes vantagens, porque uma vez
obtido o julgamento pelo árbitro, não há como recorrer da decisão. O sigilo é exigido e, portanto, as
partes não têm seu litígio exposto para toda sociedade, de forma comercialmente negativa.
A decisão arbitral é expressa pela sentença arbitral, também denominada por outros autores de
laudo arbitral. A lei da arbitragem utiliza estes termos como sinônimos, mas alguns autores preferem
empregar sentença arbitral, por entenderem que o laudo arbitral se constitui na sentença da jurisdição
estatal.
A sentença só pode ser proferida após deliberação e votação, o que não ocorre, evidentemente, se
for apenas um árbitro. O julgamento só será feito em conjunto e não ocorrerá transferência de poderes a
terceiros. No caso de ser nomeado um árbitro com assistência de perito, ele não terá poderes para julgar.
Sentença arbitral de acordo com a Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996 (BRASIL, 1996):
Art. 23° A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes.
Nada tendo sido convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é
de 6 (seis) meses, contados da instituição da arbitragem ou da substituição
do árbitro.
Parágrafo único. A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou por todos
os árbitros. Caberá ao presidente do tribunal arbitral, na hipótese de um ou
alguns dos árbitros não poder ou não querer assinar a sentença, certificar
tal fato.
Art. 29° Proferida a sentença arbitral, dá‑se por finda a arbitragem, devendo
o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, enviar cópia da decisão às
114
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
partes, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante
comprovação de recebimento, ou, ainda, entregando‑a diretamente às
partes, mediante recibo.
VII – proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III,
desta lei;
VIII – forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, § 2°, desta
lei.
115
Unidade II
Art. 33° A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente
a decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta lei.
Lembrete
Resumo
117
Unidade II
Exercícios
Questão 1. Mauro Uorque foi indicado como perito judicial em uma ação trabalhista movida
por Pedro Marcio Neiro contra a Construtora Imóvel Firme S/A. Pedro Marcio reclama várias verbas
trabalhistas que não foram pagas, entre elas, horas extras, insalubridade e periculosidade. Nos quesitos
apresentados pela Construtora, ela pergunta se o perito leu documentos que haviam sido juntados
ao processo e pergunta como ele interpreta esses documentos. Pedro, na qualidade de perito judicial,
responde a essas perguntas com um simples “não faz parte do objeto da perícia”. A construtora, por
intermédio de seu advogado, critica o perito pela resposta e pede sua substituição, sob alegação de que
a resposta foi indelicada e impertinente. Você como juiz:
B) Substitui o perito imediatamente e veta seu nome para outras designações como perito.
C) Mantém o perito, mas determina que ele peça desculpas para a parte em razão da resposta.
D) Mantém o perito, mas faz uma reprimenda por escrito no processo, determinando que ele não dê
mais respostas dessa natureza.
E) Mantém o perito, não faz nenhuma reprimenda e determina que os documentos sejam retirados
do processo porque haviam sido juntados fora do prazo processual previsto na lei.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a resposta do perito não se caracteriza como atitude indecorosa, porque indecoroso
é o que fere as regras do decoro, ou seja, o que é indigno, obsceno ou que agride a moral. A resposta
“não faz parte do objeto da perícia” não atenta contra a moral, exprime apenas uma posição técnica do
perito, que não identificou no quesito uma relação com a controvérsia do processo judicial.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para substituir o perito e nem para vetar
designações para outros processos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para determinar que o perito peça desculpas
à parte, porque a resposta do perito foi correta.
118
PERÍCIA, AVALIAÇÃO E ARBITRAGEM
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: o magistrado não tem fundamentos legais para proceder a uma reprimenda por escrito,
porque a atitude do perito está correta.
E) Alternativa correta.
Justificativa: nos processos judiciais, as partes não atuam livremente, ao contrário, elas devem cumprir
rigorosamente a lei processual que determina prazos e formas para que as partes atuem nos processos.
Assim, as provas documentais deverão ser anexadas aos processos em um momento específico, diferente
para o autor e para o réu. Se eles deixam de cumprir os prazos legais perdem o direito de anexar documentos
e, se por acaso fizerem a juntada fora do prazo, esses documentos poderão ser desentranhados dos autos,
ou seja, retirados. Os advogados da Construtora juntaram documentos no processo fora do prazo legal
e, cientes de que eles poderiam ser retirados por ordem judicial, tentaram fazer com que o perito se
manifestasse sobre esses documentos nas respostas aos quesitos formulados. Se tivessem conseguido seu
intento, os documentos poderiam até ser retirados por ordem judicial, porque a opinião do perito no laudo
seria uma prova em substituição aos documentos. Mas como o perito estava atento para o fato de que a
perícia deve ficar restrita ao objeto determinado para análise, e não a qualquer aspecto ou dimensão do
processo, ele acertou ao responder que a análise dos documentos não fazia parte do objeto da pesquisa,
e com isso não permitiu que a parte obtivesse êxito em sua tentativa de utilizar indevidamente a perícia.
Questão 2. Uma empresa fabricante de vacinas para cavalos comprou de um fornecedor produtos químicos
necessários para a produção das vacinas. Após receberem a vacina, alguns animais morreram. Eram exemplares
de grande qualidade e custavam milhões de reais, o que causou enorme prejuízo a seus proprietários. A empresa
fabricante de vacinas foi procurada por vários proprietários de cavalos mortos que querem indenizações; por
isso, realizou perícia química nas vacinas e constatou que parte do problema pode ser decorrente dos produtos
químicos adquiridos. A questão envolve milhões de reais em indenização e grande complexidade para definir o
grau de culpabilidade de cada empresa, em razão dos estudos químicos que terão que ser feitos com as vacinas
remanescentes. Além disso, os proprietários dos animais mortos e o próprio laboratório fabricante das vacinas
têm pressa, porque precisam recompor seus prejuízos e voltar a fabricar o produto para atender o mercado.
Querem também que o assunto fique restrito às partes interessadas, ou seja, que não seja explorado pela
mídia para não trazer ainda maiores prejuízos para as partes. Nessas condições, a melhor forma para resolver o
problema é adotar a arbitragem, porque:
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Figura 9
120
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Figura 14
Figura 15
Figura 16
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000