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Mestrado em Engenharia Electrónica e Telecomunicações

4ºano, 2º semestre
2012/2013

Maquinas Eléctrica e Energia


Renováveis

Teoria e exercícios resolvidos dos exercícios


propostos pelo docente da cadeira

Discente: Jorge Rodrigues Valente, 2087406


Docente: Prof. Dr. João Dionísio Simões Barros

Julho de 2013
Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 1/167

Conteúdo:

Simbologia e definições 3

Exercícios propostos - Teórico-prática 01 17

Exercícios propostos - Teórico-prática 02 35

Exercícios propostos - Teórico-prática 03 56

Exercícios propostos - Teórico-prática 04 74

Exercícios propostos - Teórico-prática 05 85

Exercícios propostos - Teórico-prática 06 94

Exercícios propostos - Teórico-prática 07 117

Exercícios propostos - Teórico-prática 08 149

Exercícios propostos - Teórico-prática 09 159

Nota prévia - Ao longo deste documento são mencionados, para o aprofundamento da teoria, a
palavra “slide” e “capítulo”. Tais factos visam o leitor a consultar tais documentos de forma a
compreender melhor a resolução dos exercícios aqui expostos. Os respectivos documentos foram
elaborados pelo Prof. Dr. João Dionísio Simões Barros, docente da respectiva cadeira, na
universidade da Madeira (UMa), e a consulta de tais documentos foi feita no segundo semestre de
2013 (fevereiro à junho). À todos, um bom estudo, sucesso nos exames, e vida profissional.

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Simbologia e definições

Simbologia utilizada

Acore Área da secção recta do núcleo m2


B Densidade de fluxo magnético T Wb / m 2
Bcore Densidade de fluxo magnético no núcleo T Wb / m 2
Fcampo Força electromotriz (f.e.m.) N
Wcampo Energia armazenada Wcampo J
H Intensidade de campo magnético A/ m
J Densidade de corrente A / m2
lcore Comprimento médio do núcleo m
µ Permeabilidade magnética do material µ = µ r .µ 0
N Número de espiras Voltas
N .I Força electromotriz (f.e.m.) N
nsincrono Velocidade síncrona do motor RPM
Φ Fluxo magnético Wb
ωmecanica Velocidade angular da máquina (! ≠ nsincrono ) rad / s
ωelectrica Velocidade angular da frequência tensão rad / s
ωsincronismo Velocidade angular espacial de sincronismo rad / s
θa Ângulo espacial rad
θa _ e Ângulo eléctrico rad
Desfasamento mecânico entre dois
θm enrolamentos rad
θm _ e Desfasamento eléctrico entre dois enrolamentos rad
Ca Qt. Condutores no enrolamento da armadura
iarmadura Corrente na armadura A
m Qt. Percursos paralelos

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Para o capítulo 8 convém saber estas definições:

Φ R é o fluxo resultante, presente entre o estator e o rotor.


Ff é a FMM do enrolamento de tensão CC de campo.
δ RF é ângulo de fase eléctrico entre os eixos magnéticos do Φ R e da Ff .
La _ a é o fecho do enrolamento.
La _ a _ 0 é a componente de indutância própria devida ao fluxo fundamental espacial do entreferro.
La _1 é a componente adicional devida ao fluxo dispersivo (de fuga) da armadura, que se fecha pelo
ar.
LS é a indutância efectiva vista pela fase quando a máquina está em funcionando em regime
permanente e condições trifásicas equilibradas.
ea _ f é a tensão (de uma fase) gerada (induzida) pelo fluxo do enrolamento de campo, também
ea _ f
designado por "tensão interna". A tensão eficaz é .
3
X s é a reactância síncrona.

Sites que consultei no período de fevereiro à julho de 2013:

http://www.ece.umn.edu/users/riaz/animations/listanimations.html

http://cnx.org/content/m28323/latest/?collection=col10767/latest

http://www.ece.umn.edu/users/riaz/animations/alternator.html

http://www.townbiz.com/animations/4-pole_bldc.html

http://techno-fandom.org/~hobbit/cars/training/m101.html

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Definições

lcore l +l lcore l +l  A voltas 


R core = = core c PM = = core c PM  Wb 
µ. Acore µ. Acore µr .µ0 . Acore µr .µ0 . Acore
( Qt. gap ) gap ( Qt. gap ) .gap  A voltas 
R gap = =  Wb 
µ0 . Acore µ0 . Agap
l +l ( Qt. gap ) g ap  A voltas 
R total = R core + R gap = core c PM +  Wb 
µ. A core µ .A 0 core

( Ro + Ri ) −
lcore = 2.π . ( Qt. gap ) .gap [ m]
2

 H gap   Bgap 1 
Íman permanente: liman = − g ap .   = − g ap .  . 
 H iman   µ0 H iman 

 x
Acore = ( Ro − Ri ) .h = ( d − x ) .lcore  = 1 −  .lcore .d = Agap Acore = Agap  m 2 
 d

∂λ = N .∂Φ = N . ( ∂Bgap . Acore ) ⇒ λ = N .Φ = N . ( Bgap . Acore ) = L.i [H Ampére] [Wb voltas ]


1
λ ( t ) = ± N Estator .Φ p ( t ) = ± N Estator . Φ 0 . cos 2 ( ωt )  = ± N Estator . Φ 0 . (1 + cos ( 2.ωt ) ) 
2
∂ ( iλ ) = i∂λ + λ∂i

 l g ap 
N = L.R = L. ( R core + R gap ) = L.  core + 
 µ . Acore µ 0 . Acore 
N .I = Φ. ( R core + R gap ) = ( Bgap . Acore ) . ( R core + R gap )
N .I = Φ. ( R core + R gap + R PM ) = ( Bgap . Acore ) . ( R core + R gap + R PM )
Bgap
N .I = H gap . ( Qt. gap ) .g ap = . ( Qt. gap ) .g ap
µ0

 Bgap

 µ0   
pode = 0

 Bcore . Acore  . ( R gap + R core ) ( Qt. gap ) g ap +    lcore + lembolo 
   µ    λ2
I máx
=  = Bcore .  i= 2
N µ 0 .N L (θ )

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λ N .Φ N . ( Bgap . Acore ) N2 N2 N2 N 2 .µ0 . Agap


L= = = = = = = [H ]
I I I R total R gap + R
 core R gap ( Qt. gap ) .g ap

[1] [ 2]

[1] - na prática é zero e [ 2 ] - esta é a definição utilizada pelos projectistas.

2.Wcampo L( x ) N 2 .µ0 N 2  µ0 . ( d − x ) .l   N 2 [ µ0 .d .l ]  x 


L ( x) = = xA = = 1 − 
i2 ( Qt. gap ) .g ap gap ( Qt. gap ) .g ap 2.g ap  d 

O coeficiente de auto-indução tanto pode depender do ângulo, L (θ ) , como da posição, L ( x ) . E


Area = d .l .

2
µ0 4  k w .N fase 
L= .4. .   .R.l
g ap π  Qt. Polos 

Φ é o fluxo instantâneo, e o Φ = Φ máx .sin (ωt )


Fcampo N Fcampo F .µ . A
Φ=
R total
=
R total
.i = = campo 0 core
lcore + lc PM ( Qt. gap ) g ap ( Qt. gap ) g ap
[Wb] (A core = Agap )
 +
Constante µ. Acore µ0 . Agap

Valor residual

VP
Φ = ∫ B dA = B. Acore ∧ Φ máx = B máx . Acore = rms
[Wb]
S
2.π . f .N P

 Fcampo 
Nos imãs permanentes: Φ iman = Biman . Acore = µr . ( H iman − H C' ) . Acore = µr .  − H C' −  . Acore
 d 
2.[ 2.raio ] .l
No entreferro de uma máquina: Φ Polo = . ( Ba _ gap )
Qt. Polos Pico

Fcampo N
Com entreferro uniforme, tem-se Φ = = .i = Bcore . Acore = [ µ .H core ] . Acore
R total R total

Constante

Analogia
Fcampo Φ R total
V I R

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Φ B B Fcampo Bgap N .I
H= = core = core = H gap = =
µ . Acore µ µ r .µ0 l µ0 2.g ap

Com uma permeabilidade do núcleo a tender para o infinito, basta utilizar Bgap e µ0 .

Fag _1 dλ dΦ
Numa máquina com entreferro uniforme, tem-se H gap _1 = com e = = N.
g ap dt dt
Fag _1 4 k w .N fase  Qt Polos 
H gap _1 = = . ..iarmadura . cos  .θ a 
 g ap  π Qt. Polos.  g ap   2 

4 N .i  2π 
Numa máquina LINEAR, tem-se H gap _1 = . . cos  .x  , e com velocidade:
π Qt. Polos.  g ap   d 
ωelectrica .d
v= = f electrica .d

Φ A  A 
Bcore = µ .H core = = µ 0 .H gap =  gap  .Bgap =  gap  .µ .H core = µ .H core
Acore Acore 
 Acore 

=1 =1

Φ A  A   A    N .I 
Bgap = µ .H gap = =  core  .Bcore =  core  . ( µ0 .H gap ) =  core  .  µ0 .   
Agap  Agap  A 

gap 
 A    2.g

gap    ap 


=1 =1 =1

N .I
Com peça móvel: Bgap =
A   x   µ0 
2.g ap +  core  . ( lcore + lc PM ) 1 −  
 Agap 
  X0  µ 
=1

 A   A 
Nos imãs permanentes: Biman = µ r . ( H iman − H C' ) = µ r .H iman + Br = Bgap .  gap  = µ0 .H gap .  gap 
Aiman  Aiman 
   
=1 =1

µ0  Agap   
Biman =   N .i − liman H iman  [3] - pode ser zero.
g ap  Aiman   [3] 
 
=1

 
 Volume magneto   liman  Agap  
Bgap 2 = µ0   .[ − H iman .Biman ] = µ0  g  A   .[ − H iman .Biman ]
 Volume gap   ap  iman  

 =1 

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Entreferro de uma máquina, com enrolamentos distribuídos:

µ0 4 k field .N field  Qt Polos 


Ba _ gap = . . .i field . cos  .θ rotor 
g ap π Qt. Polos  2 
µ0 4 k field .N field µ0
(B )
a _ gap Pico = . .
g ap π Qt. Polos
.i field BSR = µ0 .H a _ gap =
g ap
.FSR

Com uma permeabilidade do núcleo a tender para o finito:

f .e.m. = Fcampo = H gap .2. g ap + H core .lcore = N .I = N1 .I1 + N 2 .I 2


    
Valor residual Se houver 2 enrolamentos

Φ core Φ gap
f .e.m. = Fcampo = (l + l ) + = Φ coreR total = N .I
µ. Acore core c PM µ0 . Agap

f .e.m. resulta da existência de uma tensão aplicada a um material ferromagnético! A tensão por si
só, sem ser aplicado a um material ferromagnético, não é suficiente.

Transformador

ω é a velocidade da frequência angular e é ω = ( 2π ) . f  e e é a tensão induzida.

dλ dΦ d  Φ máx . sin (ωt ) 


e= = N. = N.  = N .Φ máx .ω. cos (ωt ) = N . ( Bmáx . Acore ) . ( 2π ) . f  . cos ( ωt )
dt dt dt

EP−rms = 2.π . f .NP .Φmáx = 2.π . f .NP . ( Bmáx .Acore )

 Xm   ω.Lmagnétização 
EP − rms = VP − rms .   = VP .
rms 
 
 Xm + X   ω.Lmagnétização + ω.Lfuga P 
 Lfuga P 

EP = VP − I P .Z P = RTransf . VLoad +  Z terminal_1 + Z terminal_2  .I Load 

ES = E Z = Z S .I S + VLoad = Z Equivalente S . I S + VS =  REquivalente S + X Equivalente fuga S  . I S + VS


magnétização  

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VP − rms =
VP máx
=  ( )
2.  2 π . f  .N P .Φ máx
 = 2.π . f .N P . ( Bmáx . Acore ) = S . X SC
2 2. 2
 
VP − rms =  RP + X L  .I P + EP
 fuga P 
 Fio 
VP V = 450 V = j. X P .I P + EP V = 450 V
Load Load

NP NS
VP − rms = .VS− rms ∧ VS− rms = .VP − rms
NS NP
N
Vterminal, P = EP = RTransf .[VLoad + Z terminal .I Load ] = P .[VLoad + Z terminal .I Load ]
NS
2
VP − rms  N P  VS− rms VP − rms VS− rms
=  → ZP = ∧ ZS =
IP  NS  IS IP IS

N   ω.Lmagnétização  
VS = RTransf .EP =  S .
 PE = R .    .VP 
 ω.Lmagnétização + ω.Lfuga P  
Transf
 NP 

eP

VS−rms = 2.NP . Acore . B máx .π . f


( ZS ) ' .V
(VS ) ' = Fonte
RFonte + ( ZS ) '

VP − rms PP − rms VP − rms


IP = = =
j.  X m + X L  VP − rms RP
 Fuga P 

P P I
I Load = Load = = Load
VLoad V .cos (α ) RTransf
NP N POC P
IS = .I P = P . ( I S ) ' I = S
I=
NS NS S
VOC S
V .cos (α )

ZS RFonte N S
RTransf = = =
( ZS ) ' RLoad NP
2 2
N  N 
( RP ) '+ ( X P ) ' =  P  .[ RP + X P ] ⇔ ( Z P ) ' =  P  .Z P ⇔ REquivalente = R1 + ( R2 ) ' = ( R1 ) '+ R2
 NS   NS 
2 2
N  N 
( RS ) '+ ( X S ) ' =  S  .[ RS + X S ] ⇔ ( Z S ) ' =  S  .Z S
 NP   NP 

2
N 
Perdas por fugas: X ( LFuga S ) '=  P  .X
 NS 
LFuga S

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VP −rms 120 120 25 − j100


Ajuda no cálculo: = = = . Casio é CPLX + ABS + ANS.
RP + X L 25 + j100 25 + j100 25 − j100
Fuga P

Perdas no Núcleo: PPerdas Núcleo


= Erms I Φ cos (θ Núcleo ) , em que cos (θ Núcleo ) é o factor de potência

I Φ _ core =
( vP − rms .iP ) 2
=
VP − rms .I P
, e é o fluxo de excitação do núcleo.
eP − rms 2 EP − rms
PPerdas Núcleo
I P _ core = , e é a corrente de perdas no núcleo.
Erms
I m _ core = I Φ _ core . sin (θ Núcleo ) é a corrente de magnetização do núcleo.
PPerdas  PPerdas 
cos (θ Núcleo ) = Núcleo
⇒ θ Núcleo = a cos  Núcleo

VP − rms .I P  VP − rms .I P 

Análise do transformador

Circuito fechado (curto-circuito, SC ), e se não Utiliza-se o modelo “T”


houver saturação:

REquivalente = RP + ( RS ) ' = ( RP ) '+ RS ,

jX Equivalente L _ Fuga = jX L _ Fuga P + ( jX L _ Fuga S ) '


jX Equivalente L _ Fuga = ( jX L _ Fuga P ) '+ jX L _ Fuga S
Z SC = REquivalente + jX Equivalente L _ Fuga

Z Φ . ( RS + jX L _ Fuga S )
Z SC = RP + jX L _ Fuga P +
Z Φ + ( RS + jX L _ Fuga S )

Z SC  REquivalente + jX Equivalente L _ Fuga

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VSC P PSC
Z SC = Z Equivalente = REquivalente = RSC = 2
I SC P (I )
SC P

2 2
jX Equivalente L _ Fuga = (Z SC P ) − (RSC P )

Circuito aberto ( OC ), e se não houver saturação:


2
VOC
RC é o responsável pelas correntes de Eddy, e RC = P

POC P

PPerdas _ P
rms

R . jX m V R . jX m
Perdas do núcleo: Z OC = R P + jX LFuga P + Z Φ  C ∨ Z OC = Z Φ = P  C
   R + jX m I P RC + jX m
Valor residual C 

2
VOC
Perdas por histerese (reactância magnetização): jX m = ω .Lmagnétização = [ 2π . f ] .Lmagnétização = P
QOC P

1
Xm =
2 2
 1   1 
  − 
 Z Φ   RC 

Perdas por fugas: X Lfuga P


= ω.Lfuga P = [ 2π . f ] .Lfuga P

2.Vrms 2.Vrms
N= =
ω. Acore .B pico ( 2π ) . f  . Acore .B pico

PLoad = I 2 ( RTransf 2 .RLoad ) = (VS ) '


2 1 2
= [VFonte ] .
( ZS ) '
2

( ZS ) '
 
 RFonte + ( Z S ) ' 

VLoad . I Load

P = V .I .cos (α ) (uma fase!)

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 11/167

2 2
PPerdas _ Enrolamento = REquivalente . I P
= REquivalente . I S
S Send = PSend + j.QSend = VSend .I Send *
P S

PPerdas _ Total = PPerdas _ Fuga + PPerdas _ Nucleo


PFornecida _ Sistemas = PSaída + PPerdas _ Total
PFornecida _ Sistemas = VDC armadura
.I a

PLoad
η= (o FP não é o ângulo, mas sim o valor 0,X)
PFornecida _ Sistemas
PLoad
η= .100%
PFornecida _ Sistemas

Motores

F = q. ( E + v x B ) ∧ E =0 ⇒ Fq = q. ( v x B )
E =0 ⇒ F = q. ( E + v x B )
E =0 ⇒ Tcampo = F .R

Fvolume = ρ . ( v x B ) ∧ Fvolume = J x B ∧ I = Area x J


Fvolume = l.I x B ∧ Fvolume I1
= −2.l. ( I1 ) x  B0 sin (α ) 
Fvolume = −2.l. ( I 2 ) x  B0 cos (α ) 
I2

F = Fvolume I + Fvolume I = −2.l.  B0 x  I1. sin (α ) + I 2 . cos (α )  


1 2

Tcampo = F .R ⇔ (
Tcampo = −2.l .  B0 x  I1. sin (α ) + I 2 . cos (α )   .R)
Tcampo = I .  B0 x sin (θ )  .l .R

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Energia magnética armazenada (no material do núcleo), Wcampo

Wcampo = ∫ iΦ d λ = iΦ ∫ d λ = V ∫ H core dBcore [J ] (V de volume )



Area de histerese

∂Wcampo ( λ ; x )
 ∂λ  ∂x ∂x
=  .i  − F = [
e.i ] − F ( x de deslocamento mecanico )
∂t   ∂t 
 ∂t  ∂t
Potência de
Potência de energia energia electrica Potência de
armazenada energia mecânica

∂Wcampo ( λ ; x ) = i∂λ + Fcampo ( i; x ) ∂x

1 1 λ2 1
Wcampo ( i; x ) = .L ( x ) .i 2 Wcampo ( λ ; θ ) = . = . ( λ12 − λ2 2 )
2 2 L (θ ) 2 L (θ )

( i; x ) significa que depende de duas variáveis de estado, neste caso da corrente e da


posição/deslocamento.

λ2 Bgap 2 N 2 .µ 0 .i 2
∆Wcampo = ∫ iΦ d λ Wcampo = x Air-gap volume = x Agap
λ1 L (θ ) 2.µ 0 
2. g . A
4. g ap .
ap gap

∂ Wcampo ( i; x )  ' = ∂ ( iλ ) − ∂Wcampo ( λ ; x ) Wcampo ( i; x )  ' = iλ − Wcampo

1  1 ∂ ( iλ ) = i∂λ + λ∂i
Wcampo  ' = i  L ( x ) .i  −  .L ( x ) .i 2  = .L ( x ) .i 2
2  2

µ .H 2  H0 
No entreferro: Wcampo  ' = ∫ dV Wcampo  ' = ∫  ∫ Bcore dH  dV [J ]
2 
V  H core

V 

2
2
µ F µ (F )
Wcampo  ' = 0 . SR .π .∅.l.  g ap  = 0 . SR .π .[ 2.raio ] .l , em que l é o comprimento
4  g ap  4  g ap 
axial.
2 2
FSR = ( FS ) + ( FR ) + FR .FS . cos (δ SR ) , em que δ SR é o ângulo formado pelas duas f.e.m.

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∂Wcampo ( λ ; θ ) ∂  1 λ2  λ2 ∂
Tcampo = − =−  .  = − 2
. L (θ ) λ ( )
∂θ λ
∂θ  2 L (θ )  λ 2.L (θ ) ∂θ
∂ 1 2 I02 ∂
Tcampo = − 
∂θ  2
. L ( ) 0 
θ . I
i
= − .
2 ∂θ
L (θ ) i ( )

Entreferro de uma máquina

µ0 .π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos


Tcampo = − . .[ N S .iS ].[ N R .iR ] . sin (δ SR )
2  g ap  2
µ0 .π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos
Tcampo = − . .FS .FR . sin (δ SR )
2  g ap  2
µ0 .π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos
Tcampo = − . .FS .FSR . sin (δ S )
2  g ap  2
µ0 .π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos
Tcampo = − . .FR .FSR . sin ( δ R )
2  g ap  2
π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos
Tcampo = − . .BSR .FR . sin (δ R )
2 2
2
π  Qt. Polos 
Tcampo = − . .Φ SR .FR . sin (δ R )
2  2 

λ2 ∂L ( x ) i 2 ∂L ( x )
Fcampo ( i; x ) = 2
. = . (depende da corrente e do coeficiente de auto-indução).
2.L ( x ) ∂x 2 ∂x
1 
∂ Wcampo  ' ∂  .L ( x ) .i 2 
 = i . ∂ ( L ( x ) ) = I .  B x sin θ  .l
2
2
Fcampo ( i; x ) êmbolo = =   0 ( )
∂x ∂x 2 ∂x
i i
i

 N 2 [ µ0 .d .l ]  x 
∂  1−  
i 2  2.g ap  d  
2
i 2 N [ µ0 .l ]
Fcampo ( i; x ) êmbolo = .  =− .
2 ∂x 2 2.g ap
i =10 A

i =10 A

Duas fases: Fcampo (θ a _ e ; t ) = Fmax . cos (θ a _ e − ωe .t )

3
Trifásico: Fcampo (θ a _ e ; t ) = .Fmax . cos (θ a _ e + ωe .t )
2

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(θ a_e ; t ) significa que depende de duas variáveis de estado, posição e tempo.

2 2
FSR = ( FS ) + ( FR ) + FR .FS . cos (δ SR ) , em que δ SR é o ângulo formado pelas duas f.e.m.

O volume dos dois entreferros sobrepostos é V = 2. g ap .h. ( r1 + 0, 5. g ap ) .θ

2 Qt. Polos nsincrono


nsincrono = .[ 60 s ] . f electrica f mecanica _ electrica = f electrica = .
Qt. Polos 2 [ 60 s ]
2 n
f mecanica = . f electrica = sincrono
Qt. Polos [ 60 s ]
R
PM

n  2 
ωsincronismo = ωmecanica = sincrono .2π = f mecanica .2π =  . f electrica  .2π ωelectrica = felectrica .2π
[60 s ]  Qt. Polos 

Qt Polos Qt Polos
θa _ e = .θ a θm _ e = .θ m
2 2

O volume dos dois entreferros sobrepostos é V = 2. g ap .h. ( r1 + 0, 5. g ap ) .θ


Fcampo N
Φ= = .i = Bcore . Acore = [ µ .H core ] . Acore
R total R total

Constante

(V ) Pico = ωelectrica .N Estator .Φ0 v ( t ) = ∓ω.Φ 0 .sin ( 2.ωt )


1
λ ( t ) = ± N Estator .Φ p ( t ) = ± N Estator . Φ 0 . cos 2 (ωt )  = ± N Estator . Φ0 . (1 + cos ( 2.ωt ) ) 
2

Máquina assíncrona: Nota, se houver varias bobinas nos enrolamentos, é preciso multiplicar N fase
4 N fase .I 4 k .N
(F ) ag _1 Pico = Fmax =
π
.
Qt. Polos
.kw = . w fase .I ,
π Qt. Polos
e kw quando se tem enrolamentos
   
Forma fundamental Amplitude máxima

distribuídos.
4 k .N  Qt Polos 
Fag _1 = . w fase .iarmadura . cos  .θ a  iarmadura = I máxima . cos (ωelectrica .t )
π Qt. Polos  2    
forma sinusoidal

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Máquina síncrona: Nota, se houver varias bobinas nos enrolamentos, é preciso multiplicar Nrotor
4  krotor .N rotor   Qt Polos  π (B )
ag _1 Pico .g ap  Qt Polos 
Fag _1 =   .I rotor . cos  .θ rotor  I rotor = . . 
π  Qt Polos   2  4 µ0  K rotor .N rotor 
 
( Fag _ 1 )Pico = Fmax
µ0 µ0  4 krotor .N rotor 
(B )
a _ gap Pico = BPico =
g ap
. ( Fag _1 )
Pico
= . .
g ap  π Qt Polos
.I rotor 

Máquina DC
Ca Na Ca
(F )
ag _1 Pico =
2.m.Qt Polos
.iarmadura =
Qt Polos
.iarmadura sendo N a =
2.m
8 Na
(F )
ag _1 Pico = 2. .i
π Qt Polos armadura
confirmar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

π
1
ω .N .Φ p . sin (ωmecanica _ electrica .t )  d (ωmecanica _ electrica .t )
π ∫0  mecanica _ electrica
VCC armadura
= ECC armadura
=

RPM
2 Qt Polos Qt Polos

ECC armadura
= .N .Φ p .ωmecanica _ electrica = .N .Φ p .ωmecanica = . nsincrono .N .Φ p .ωmecanica
π π 30

Ca
Tendo varias condutores activos nas várias ranhuras, em percurso paralelos, e sendo N a = :
2.m
RPM
Qt Polos Ca Qt Polos
Ca
ECC armadura
= . .Φ p .ωmecanica = . nsincrono . .Φ p .ωmecanica
π 2.m 30 2.m

Fag _1 dλ dΦ
Com entreferro uniforme, tem-se H gap _1 = com e = = N.
 g ap  dt dt
4 k w .N fase  Qt Polos 
H gap _1 = . .iarmadura . cos  .θ a 
π Qt. Polos.  g ap   2 

4 k w .N fase  Qt Polos 
Fag _1 = . .iarmadura . cos  .θ a  iarmadura = I máxima . cos (ωelectrica .t )
π Qt. Polos  2    
forma sinusoidal

 Qt Polos 
Fag _1 = Fmax . cos  .θ a  .cos (ωelectrica .t ) Fag _1 = Fmax . cos (θ a _ e ) . cos (ω electrica .t )
  2    
F ( )
ag _ 1 Pico forma sinusoidal

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 16/167

4 µ0 k field .N field  Qt Polos 


No entreferro: Ba _ gap = . . . i field . cos  .θ rotor 
π g ap Qt. Polos   2 
ìrotor

4 µ0 k field .N field
(B )
a _ gap Pico = . .
π g ap Qt. Polos field
.i

2
Fluxo no entreferro por polo: Φ p ( t ) = Φ 0 .cos 2 ( ωt ) , sendo Φ0 = .2.Ba _ gap .l.R
Qt Polos
 4   µ0 .k field .N field .l.R 
2
  Qt Polos 
Φ p ( t ) =   .   .i 
field . cos  .θ rotor  . cos 2 ( ωt )
 Qt Polos   π .  g ap     2 

E é i field que me permite regular o fluxo.

V AC armadura
= −ω mecanica _ electrica .k w . N fase .Φ p . sin (ω mecanica _ electrica .t )
 2   8 µ0 
VAC armadura
= −ω mecanica _ electrica .k w .N fase .l.R.  . . 
 Qt Polos   π g ap 
 k .N  8 µ 
VAC armadura
=  field field  .  . 0  .i field . sin (ω mecanica _ electrica .t )
 Qt Polos   π g ap 
(V )
AC armadura Pico = 2π . f mecanica _ electrica  k field .N field  .Φ p = 2π . f electrica  k field .N field  .Φ p

(V )
AC armadura Pico
(V )
AC armadura RMS =
2

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 17/167

Exercícios propostos - Teórico-prática 01

Exercício 1.01 – No circuito magnético da Figura 1, com um entreferro, o núcleo tem as seguintes
dimensões:
- A área transversal Acore = 1,8.10−3 m 2 ;
- O comprimento médio do núcleo lcore = 0,6 m ;
- O comprimento do entreferro g ap = 2,3.10−3 m ;
- O número de espiras N = 83 voltas ;

Figura 1 - Circuito magnético.

Assuma que o núcleo tem uma permeabilidade infinita ( µr → ∞ ).

a) Calcule a relutância do núcleo, R core , e a relutância do entreferro, R gap .


b) Para uma corrente i = 1, 5 A , calcule o fluxo total, ϕ , o fluxo de ligação da bobine, λ , e o
coeficiente de auto-indução da bobine, L.

Problema 1.1, página 57 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 1.01a) Neste considerou-se a existência da permeabilidade magnética.

lcore é o comprimento do percurso magnético, e se a permeabilidade magnética for infinita, µ = ∞ ,


significa que não existe relutância (dificuldade) a passagem do fluxo.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 18/167

Sei que Acore = Agap .

Figura 2 - Circuito equivalente do circuito magnético.

R core é a relutância do núcleo ferromagnético. Assim

R core =
lcore
=
lcore
=
( 0, 6 m ) =0
A voltas
µ. Acore µr .µ0 . Acore  H Wb
∞.  4π .10−7  . (1,8.10 m )
−3 2

 m 

Quanto maior R gap , maior o fluxo.

R gap =
g ap
=
( 2, 3.10 m )
−3

= 1, 016823.10 6 A voltas
µ0 . Agap  H Wb
 . (1,8.10 m )
−7 −3 2
 4π .10
 m    
Acore

Resolução 1.01b ) ϕ=
N .i
=
( 83 voltas ) . (1, 5 A) = 122, 44.10−6 Wb
R core + R gap 1, 016823.106 A
Wb

λ = N .ϕ = ( 83 voltas ) . (122, 44.10 −6 ) = 10,16.10 −3 Wb

10,16.10−3 Wb
λ
L= = = 6, 775.10−3 H = 6,775 mH
I 1,5 A

Nota: desenhar o circuito magnético equivalente torna a resolução mais fácil, assim por exemplo, se
o núcleo tivesse esta característica:

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 19/167

Figura 3 - Circuito magnético.

Figura 4 - Circuito magnético equivalente.

É preciso fazer uso da regra da mão direita para se saber a colocação dos sinais.

Exercício 1.02 – No circuito magnético da Figura 1, com um entreferro, o núcleo tem as dimensões
do exercício 1:
- A área transversal Acore = 1,8.10−3 m 2 ;
- O comprimento médio do núcleo lcore = 0,6 m ;
- O comprimento do entreferro g ap = 2,3.10−3 m ;
- O número de espiras N = 83 voltas ;

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 20/167

Assuma que a permeabilidade do núcleo é µ = 1300.


 µ 0 e despreze o efeito do desvio do campo
µr

magnético no entreferro assim como o fluxo de fugas.

a) Calcule o número de voltas para obter um coeficiente de auto-indução de 12 mH.


b) Calcule a corrente na bobine para que a densidade de fluxo no núcleo seja Bcore = 1,0 T .

Problema 1.3, página 57 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 1.02a) Neste exercício 2 considerou-se a existência da permeabilidade magnética.

N2 N2
L= .µ0 . Acore =
g ap R

lcore gap
R = R core + R gap = +
µ. Acore µ0 . Acore
0, 6 m 2,3.10−3 m
R= +
 −7 H   −7 H 
0 .  4π .10 m  . (1,8.10 m )  4π .10 m  . (1,8.10 m )
−3 2 −3 2
130
µr    
3 3
R = 204,
044.10
 + 1016,82
  3.10

R core R gap

A voltas
R = 1220,867.103
Wb

Como se pode constatar, a relutância total é muito maior que a relutância do núcleo
magnético, sendo por isso evidente que é de elevada importância o projectista
considerar a sua preocupação no entreferro. A relutância do núcleo magnético é para
encaminhar o fluxo magnético.

 l g ap 
N = L.R = L. ( R core + R gap ) = L.  core + 
 µ . Acore µ0 . Acore 
 A voltas 
N = 12.10−3 H . 1220,867.103  = 121, 038
 Wb 

Como tem que ser um número inteiro, é N = 121 voltas .

Não entendo porque me é dito no enunciado que se tem 83 voltas.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 21/167

Resolução 1.02b) O fabricante coloca sempre nos seus datasheet a característica que relaciona a
densidade de fluxo magnético com a intensidade de campo magnético:

Figura 5 - Curva linear de magnetização.

O que se pretende neste exercício é saber qual é a corrente máxima que se pode aplicar a este circuito
magnético.

Figura 6 - Circuito equivalente do circuito magnético.

N .I = ϕ . ( R core + R gap ) = ( Bcore . Acore ) . ( R core + R gap )

 lcore   g ap  
( Bcore . Acore ) .   + 
( Bcore . Acore ) . ( R core + R gap )   µ r .µ0 . Acore   µ0 . Acore  
I máx
= =
N N

 lcore   g ap    l g 
( Bcore . Acore ) .    +  µ .A   Bcore .  core + ap 
  µ r .µ 0 . Acore   0 core    µr .µ0 µ0 
I m áx
= =
N N
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 22/167

 l + µr .g ap 
Bcore .  core  B . l + µ .g
Bcore . ( lcore + µ r .g ap )  µr .µ0  = core ( core r ap )
I máx
= =
N .µ r .µ0 N N .µ r .µ0

(1 T ) . ( ( 0, 6 m ) + 1300. ( 2,3.10−3 m ) )
I = = 18,16 A
H
(121) .1300.  4π .10−7 
máx

 m

Para se evitar a saturação, arredonda-se para baixo, assim I máx


= 18 A .

∫ B.dA , logo Φ máx = Bcore


Ou mais rápido, como sei que Φ = 
S máx
. Acore , e sabendo que

λ = N .Φ = N . ( Bcore . Acore ) = L.i

N . ( Bcore . Acore ) (121) . (1 T ) . (1,8.10−3 m2 )


fica que i = = = 18,16 A
L 12.10−3 H

Exercício 1.03 – No circuito magnético da Figura 1, com um entreferro, o núcleo tem as dimensões
do exercício 1.01:

- A área transversal Acore = 1,8.10−3 m 2 ;


- O comprimento médio do núcleo lcore = 0,6 m ;
- O comprimento do entreferro g ap = 2,3.10−3 m ;
- O número de espiras N = 83 voltas ;

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 23/167

O circuito magnético tem um núcleo com um material não linear cuja permeabilidade, em função de
Bmaterial ( Bmaterial é a densidade de fluxo no material), é dada por

 
3499
µ = µ0 .  1 + 
 1 + 0, 047. ( Bmaterial )
7,8 
 

a) Utilize o MATLAB para desenhar a curva dc de magnetização para este material ( Bmaterial em
função de H m ) na gama de valores entre 0 < Bmaterial < 2, 2 T .
b) Calcule a corrente para obter uma densidade de fluxo no núcleo de 2, 2 T .
c) Utilize o MATLAB para desenhar o fluxo da bobine em função da corrente da bobine, quando esta
varia desde 0 até à corrente da alínea b).

Problema 1.5, página 57 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 1.03a) Neste exercício a permeabilidade magnética já não é linear.

Para elaborar o código tenho que primeiro definir as funções que são necessárias para o esboço do
gráfico solicitado.
B B
Bcore = µ .H ⇔ H = core = core
µ µr .µ0

O valor da permeabilidade do material utilizado é sempre dado pelo fabricante,


e é sempre o seu valor linear médio, e neste exercício é:

3499
µr = 1 +
7,8
1 + 0, 047. ( Bmaterial )

Código em Matlab®:

clear;
clc;

mui_0=4*pi*10^(-7);
Ac = 1.8*10^(-3); % Área do núcleo

% Ciclo que permite a criação da Tabela de dados do gráfico


for n=1:1001 % É o valor máximo da minha amostragem

% O valor máximo da minha amostragem vale 2,2 Tesla:


B(n)=((n-1)/1000)*2.2;
% Função característica do material, e é fornecido pelo fabricante:
miu=((1+3499/sqrt(1+0.047*B(n)^7.8))*mui_0);
H(n)=B(n)/miu;

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 24/167

end
plot(H,B);
xlabel('H (A/m)');
ylabel('B (T)');

Figura 7 - Gráfico resultante do código.

 
3499
Resolução 1.03b) Como sei que µ = µ0 . 1 +  , então
 1 + 0, 047. ( Bmaterial ) 
7,8
  
µr

3499 3499
µr = 1 + = 1+ = 730,13
7,8 7,8
1 + 0, 047. ( Bmaterial ) 1 + 0, 047. ( 2, 2 T )

N .I = ϕ . ( R core + R gap ) = ( Bcore . Acore ) . ( R core + R gap )

  =0
 
  lcore + lembolo   g ap  
( Bcore . Acore ) .   +
µ .µ . A   µ . A  
  r 0 core   0 core  
( Bcore . Acore ) . ( R core + R gap )   
I máx
= =
N N
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 lcore   g ap    l g 
( Bcore . Acore ) .    +  µ .A   Bcore .  core + ap 
I =   µ r .µ 0 . Acore   0 core  
=  µr .µ0 µ0  = Bcore . ( lcore + µ r .g ap )
máx
N N N .µ r .µ0

( 2, 2 T ) . ( ( 0, 6 m ) + 730,13. ( 2,3.10−3 m ) )
I = = 65,85 A
H
( 83) .730,13.  4π .10−7 
máx

 m

Resolução 1.03c) Programação em Matlab®. Aproveita-se o programa da alínea a) e tem-se em


conta a seguinte definição:

  =0

( Bcore . Acore )  lcore + lembolo   g ap 
I = . +  
máx
N µr .µ0 . Acore   µ0 . Acore 
 

Código em Matlab®:

clear;
clc;

mui_0 = 4*pi*10^(-7);
Ac = 1.8*10^(-3); % Área do núcleo
Rg = 2.3*10^(-3)/(mui_0*Ac);

% Ciclo que permite a criação da Tabela de dados do gráfico


for n = 1:1001 % É o valor máximo da minha amostragem

B(n)=((n-1)/1000)*2.2; % O valor máximo da minha amostragem vale 2,2


Tesla.
miu=((1+3499/sqrt(1+0.047*B(n)^7.8))*mui_0); % Função característica do material, e
é fornecido pelo fabricante.
H(n)=B(n)/miu;
Rc(n)=0.6/(Ac*miu); % Relutância do núcleo
i(n)=B(n)*1.8*10^(-3)*(Rc(n)+Rg)/83; % Corrente
fluxo(n)=B(n)*Ac; % Densidade de fluxo

end
% Nota: Rc varia devido ao miu (que depende de B) , daí ser necessário colocar dentro do
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ciclo "For".

subplot(2,1,1);
plot(H,B);
xlabel('H(A/m)');
ylabel('B(T)');

subplot(2,1,2);
plot(i,fluxo);
xlabel('I (A)');
ylabel('Fluxo (Wb)');

Figura 8 - Gráfico resultante do código.

As funções não são lineares devido ao facto da permeabilidade magnética não ser linear.

É necessário evitar que a corrente de circulação, não tentativa de dar força a maquina, não permita
que o fluxo de saturação do ferro chegue ao seu valor máximo, pois o sistema começa a aquecer e
pode derreter o revestimento do fio utilizado no enrolamento das bobinas. O objectivo dos projectos
é definir qual o valor da corrente de excitação, mas sem permitir que se chegue ao valor máximo de
saturação do ferro de que é constituído o motor.

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Exercício 1.04 – O circuito magnético da Figura 9, tem um núcleo com uma peça móvel de largura
lembolo , ambos com uma permeabilidade µ . O núcleo tem uma área transversal Acore e um
comprimento médio lcore . A área dos dois entreferros, Agap , depende da posição, x, da peça móvel e
varia segundo a seguinte relação:

 x 
Agap = Acore 1 − 
 X0 

Deduza a expressão da densidade de fluxo magnético no entreferro, Bgap , em função da corrente no


enrolamento e da posição da peça móvel, que varia entre 0 < x < 0,8.X 0 . Qual é a densidade de fluxo
no núcleo?

Figura 9 - Circuito magnético do exercício 1.4 e 1.5.

Problema 1.6, página 57 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 1.04a) Se X 0 = 0 → Agap = Acore , significa que a peça móvel está totalmente
introduzida.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 28/167

Figura 10 - Circuito equivalente do circuito magnético.

R PM é a relutância associada à peça móvel, e R gap = R gap1 + R gap 2 .

N .I = ϕ . ( R core + R PM + R gap ) = ( Bcore . Acore ) . ( R core + R PM + R gap )

N .I N .I
ϕ= =
( Bcore . Acore ) . (R core + R PM + R gap )  lcore   lc PM   g ap  
( Bcore . Acore ) .    +  +  2. 
  µr .µ0 . Acore   µr .µ0 . Acore   µ0 . Acore  

N .I N .I
ϕ= =
 l +l 2.g ap   lcore + lc PM + ( 2.g ap µr ) 
( Bcore . Acore ) .  core c PM +  Bcore .  
 µr .µ0 . Acore µ0 . Acore   µ .µ0 
 r 

N .I . ( µr .µ0 )
ϕ=
(
Bcore . lcore + lc PM + ( 2.g ap µr ) )

 x   Agap 
Como é dito que Agap = Acore 1 −  , e Bcore =   .Bgap , desenvolvendo fica:
 X0   Acore 



 ϕ
Bcore . Acore = Agap .Bgap ⇔ Bgap =
Agap

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 29/167

Regressando ao exercício:

N .I ( Qt. entreferros ) .g ap [ N .I ]. ( µr .µ0 ) . Acore  2.g ap


ϕ= + = +
lcore + lc PM µ0 . Agap lcore + lc PM µ0 . Agap
( µr .µ0 ) . Acore ( µr .µ0 ) . Acore

Para o Bgap é:
  =ϕ

 
 N .I 2 . g  N .I 2.g ap
 + ap
 +
 lcore + lc PM µ0 . Agap  lcore + lc PM  x 
 ( µ r .µ0 ) . Acore  ( µ r .µ0 ) . Acore µ 0 . Acore .  1 − 
ϕ    X0 
Bgap = = =
Agap   x    x 
 Acore .  1 −   Acore . 1 − 
  X 0    X 0 

= Agap

Para o Bcore é:
N .I
lcore + lc PM 2.g ap
+
( µr .µ0 ) . Acore 
µ0 . Acore . 1 −
x 

ϕ  X0 
Bcore = =
Acore Acore

A relutância do entreferro é constante e superior ao do núcleo. A densidade de fluxo é ± constante.

Poderia ter feito deste modo:

Com uma permeabilidade a tender para o infinito deste exercício (com 2 entreferros) é:

N .I A 
H gap = ∧ Bcore =  gap  .Bgap ⇔ Bcore . Acore = Bgap . Agap
2.g ap  Acore 

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 x  Agap x
Como é dito que Agap = Acore 1 −  ⇔ = 1− , então fica que:
 X0  Acore X0

A   x 
Bcore =  gap  .Bgap ⇔ Bcore = 1 −  .Bgap
 Acore   X0 

Com uma permeabilidade a tender para o finito:

A 
2.g ap .H gap + H core .lcore = N .I ∧ Bcore =  gap  .Bgap ⇔ Bcore . Acore = Bgap . Agap
 Acore 

Bcore = µ0 .H gap ∧ Bgap = µ .H core

Combinando as duas definições fica que

Acore A   N .I  A
Bgap = Bcore . = ( µ0 .H gap ) . core =  µ0 .    . core
Agap Agap   2.g ap 
  Agap

N .I N .I
Bgap = =
 Acore   µ0   x   µ0 
( lcore + lc PM )    µ 
+ 2.g ap ( lcore + lc PM ) 1 −  + 2.g ap
A  X 0   µ 
 gap 

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Exercício 1.05 – O circuito magnético da Figura 9 tem as seguintes dimensões:

- A área transversal Acore = 8, 2 cm 2 ;


- O comprimento médio do núcleo lcore = 23 cm ;
- Um núcleo com uma peça móvel de largura lc PM = 2,8 cm
- O comprimento do entreferro g ap = 0,8 mm ;
- O número de espiras N = 430 voltas ;
- X 0 = 2,5 cm .

µr

a) Assumindo que a constante de permeabilidade de µ = 2800.µ0 , calcule a corrente necessária para
obter uma densidade de fluxo de Bgap = 1, 3 T no entreferro quando a peça móvel está retraída
( x = 0) .
b) Repita a alínea anterior para x = 0,5. X 0 .

Problema 1.7, página 58 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 1.05a) Cuidado com as unidades,

Acore = 8, 2 cm 2 = 82.10−3 m 2 g ap = 0,8 mm = 0,8.10−3 m


lcore = 23 cm = 0, 23 m lc PM = 2,8 cm = 0,028 m
X 0 = 2,5 cm = 0,025 m

  µ0  
  µ0  
 2. g ap +  µ  ( core c PM ) 
l + l 

2. ( 0,8.10 −3
m ) +  
 2800. µ0  ( ( 0, 23 m ) + ( 0, 028 m ) ) 

I = Bgap     = (1,3 T )   

 µ0 .N    −7 H  
   4π .10  . ( 430 )
    m  
 

I = 4, 071 A

Confirmar!!

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Resolução 1.05b)

  x   µ0  
 2.g ap + [lcore + lc PM ] 1 −  
µ 0 . N .I   X 0   µ  
Bgap = ⇔ I = Bgap
 x   µ0   µ0 .N 
2.g ap + [lcore + lc PM ] 1 −    
 X0  µ   

  0, 5. X 0 m   µ0 
 2. ( 0,8.10−3 m ) + ( 0, 23 m ) + ( 0, 028 m )  1 −  
  X0   2800. µ0 
I = (1, 3 T )    

  −7 H  
 4π .10  . ( 430 )
  m 
 

  0,5 m  
 2. ( 0, 8.10 m ) + [ 0, 258 m]  2800  
−3

I = (1,3 T )    I = 3, 96 A
  −7 H  
  4π .10  . ( 430 ) 
  m  

Exercício 1.06 – O circuito magnético da Figura 11, que consiste num núcleo em anel, com altura h .
O anel tem um raio interno Ri e um raio externo Ro . Assuma que o material ferromagnético tem uma
permeabilidade µ = 750.µ0 e despreze o efeito fluxo de fugas e o deslocamento do fluxo no
entreferro. Considerando que:

Ri = 3, 4 cm
Ro = 4,0 cm
h = 2 cm (espessura)
g ap = 0, 2 cm

Calcule:
a) O valor médio do comprimento do núcleo, lcore , e a área transversal Acore .
b) A relutância do núcleo, R core , e do entreferro, R gap .

Para N = 65 voltas voltas calcule:


c) O coeficiente de auto-indução L .
d) A corrente necessária para ter no entreferro uma densidade de fluxo de Bgap = 1, 35 T .
e) O fluxo de ligação, λ , da bobine.
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Figura 11 - Circuito magnético do exercício 1.6.

Problema 1.9, página 58 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 1.06a) Sendo lcore o comprimento médio do material ferromagnético,

lcore = 2.π .
( Ro + Ri ) − g = 2.π .
( 4, 0 cm + 3, 4 cm ) − 0, 2 cm
ap
2 2

lcore = 23,05 cm = 0, 2305 m

Acore = ( Ro − Ri ) .h = ( 4, 0 cm − 3, 4 cm ) .2 cm = 1, 2 cm2 Acore = 1, 2.10−4 m 2

Resolução 1.06b) Não me posso esquecer de utilizar unidades SI. Vou considerar que não existe
fugas na área do entreferro, podendo por isso afirmar que Agap = Acore :

g ap 0, 002 m A
R gap = = R gap = 13, 263.106
µ0 . Acore  H Wb
 . (1, 2.10 m )
−7 −4 2
 4π .10
 m

lcore lcore 0, 2305 m A


R core = = = R core = 2, 038.106
µ . Acore µr .µ0 . Acore  H Wb
750.  4π .10 −7  . (1, 2.10 m )
−4 2

 m 

Conclusão: apesar do comprimento do entreferro, g ap , ser mais pequeno do que o do material


ferromagnético, lcore , o entreferro tem uma relutância muito maior do que o núcleo.

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Resolução 1.06c) L=
N2
=
( 65 voltas )
R gap + R core 13, 263.106 A + 2, 038.106 A
Wb Wb

L = 276,13 µ H

Resolução 1.06d) O fluxo é igual em todo o seu percurso, tanto no núcleo, como no entreferro.

 6 A   6 A 
( Rgap + Rcore ) 13, 263.10 Wb  +  2, 038.10 Wb  
   
I= .Bgap . Acore = . (1,35 T ) . (1, 2.10−4 m2 )
N 65 voltas

I = 38,13 A

Resolução 1.06e) ( )
λ = N .ϕ = N . ( Bgap . Acore ) = ( 65 voltas ) . (1,35 T ) . (1, 2.10−4 m2 ) = 10,53.10−3

λ = 10, 53 mWb

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Exercícios propostos - Teórico-prática 02

Exercício 2.01 – Um transformador tem no primário um enrolamento com 1200 voltas e no


secundário, que está em circuito aberto, um enrolamento com 75 voltas. Os condutores estão
enrolados num núcleo com uma área transversal de 42 cm 2 . O núcleo tem um material que satura
quando o valor eficaz da densidade de fluxo atinge 1, 45 T .

a) Qual é o valor máximo de tensão AC, a 60 Hz, que se pode aplicar no primário sem saturar o
núcleo?
b) Qual é a tensão no secundário?
c) Repita a alínea a) e b) para uma frequência de 50 Hz.

Problema 2.1, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 2.01a)

A 60 Hz, tem-se ω = 120π ,

dφ d φ . sin (ω t ) 
e = N. = N.  = N .φ .ω . cos (ω t ) = N .φ . ( 2π ) . f  . cos ( ω t )
dt dt

Com Primário = P , e em que a tensão no enrolamento no primário é eP = N P .φ . ( 2π ) . f  . cos (ω t )


O seu valor de pico é atingido quando o cos (ωt ) = 1 , sendo VP−máx a tensão efectiva máxima do
V
primário, e sabendo de que Vrms = máx
, fica então que
2

N P .ϕ máx . ( 2π ) . f  2 ( )
2 .N P .ϕ máx .  2 π . f 
  = 2.N .ϕ . π . f
VP − rms = . = P máx
[ ]
2 2 2
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Como sei que ϕ máx = Acore . B máx , fica

VP − rms = 2 . N P . Acore . B máx .π . f = 2 . (1200 ) . ( 42.10 −4 m 2 ) . (1, 45 T ) . ( 60π ) = 1 948,12 Vrms

Ou seja, este valor é a tensão máxima que se pode aplicar ao primário de modo a não danificar o
transformador, nem haver perdas.

Para os 50 Hz, é: VP − rms = 2 . (1200 ) . ( 42.10 −4 m 2 ) . (1, 45 T ) . ( 50π ) = 1 623, 43 Vrms

Resolução 2.01b) Trabalhando com os 60 Hz, no secundário fica:

VS− rms = 2 .N P . Acore . B máx .π . f = 2 . ( 75 ) . ( 42.10 −4 m 2 ) . (1, 45 T ) . ( 60π ) = 121, 76 Vrms

E trabalhando com os 50 Hz, é: VS− rms = 2 . ( 75 ) . ( 42.10 −4 m 2 ) . (1, 45 T ) . ( 50π ) = 101, 46 Vrms

Nota: ou seja, não posso simplesmente subir o valor da corrente para ter um aumento de potência,
pois com o aumento do valor da corrente posso ir para a zona de saturação do transformador. Daí
se utilizar transformador de alta frequência para quando se pretende ter esse aumento de potência,
pois como a variação é rápida, não há tempo para haver saturação. Uma frequência muito baixa,
faz com que a integração demore muito tempo, e esse tempo é prejudicial, pois permite chegar a
saturação quando se trabalha no limite.

Exercício 2.02 – Um circuito magnético com área transversal de 15 cm 2 é alimentado por uma
tensão
AC de 230 V a 50 Hz. Calcule o número de voltas para que o valor máximo da densidade de fluxo no
núcleo seja de 1,8 T .

Problema 2.2, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

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Resolução 2.02)

2.Vrms 2. ( 230 Vrms ) 2. ( 230 Vrms )


N= = = = 383, 47 voltas
ω. Acore .B pico ( 2π ) . f  . Acore .B pico ( 2π ) .50  . (15.10−4 m 2 ) . (1, 8 T )

P: E agora, arredondo para baixo ou para cima?


R: Arredondo para cima, pois como a densidade é inversamente proporcional a quantidade de
espiras, ao aumentar o número de espiras, reduz um pouco a relação de transformação, RTransf , mas
garanto que não entro na zona de saturação do transformador. Assim N = 384 voltas

Exercício 2.03 – Um transformador é utilizado para converter uma impedância de uma resistência de
8 Ω para uma resistência de 75 Ω . Calcule a relação do transformador, assumindo que o
transformador é ideal.

Problema 2.3, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 2.03) Para não confundir com a variável de enrolamento, em vez de utilizar o N para a
relação de transformação, vou utilizar RTransf .

ZS 8Ω
RTransf = = = 0,3266
( ZS ) ' 75 Ω

Como RTransf é inferior a 1, é redutor.

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Exercício 2.04 – Uma resistência de 100 Ω é ligada ao secundário de um transformador ideal com
uma relação de transformação (1:4). É aplicada uma tensão AC de 10 V eficazes com frequência de
1 kHz no primário do transformador. Calcule a corrente do primário e a tensão aos terminais da
resistência de 100 Ω .

Problema 2.4, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 2.04) Primário = P e Secundário = S .

Como não existem perdas, pode-se afirmar que VP = eP e que VS = eS

2 2
N  1
A resistência vista do primário é RP _ Equivalente =  P  .RS _ C arg a =   . (100 Ω )
 NS  4

RP _ Equivalente = 6, 25 Ω

VP − rms 10 V
Então I P = =
RP _ Equivalente 6, 25 Ω
I P = 1, 6 A

N  4
E a tensão no secundário é VS− rms = RTransf .VP −rms =  S  .VP − rms =   .10 V
 NP  1

VS− rms = 40 Vrms

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 39/167

Exercício 2.05 – Uma fonte de tensão AC de 8 V eficazes, a 50 Hz, com resistência interna de 2 kΩ
é utilizada para ligar a uma carga de 50 Ω através de um transformador. Calcule a relação de
transformação do transformador para maximizar a transferência de potência. Utilize o MATLAB
para representar a potência fornecida à carga em função da relação de transformação com valores
entre 1,0 e 10,0.

Problema 2.5, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 2.05a) A potência máxima do primário será fornecida à carga (ao secundário), se a
impedância de 2 kΩ existente no primário se verificar ser da mesma ordem de grandeza no
secundário. Assim, ao se ter este transformador ideal, a relação de transformação do transformador
para se obter a potência máxima deve de ser:

Circuito equivalente:

2
N 
( ZS ) ' =  P  ZS
 NS 

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 40/167

Pergunta: Porque posso fazer esta afirmação?

Resposta: Vou fazer uma pequena nota introdutória de forma a se perceber. Nestas circunstâncias
posso afirmar que RFonte = Z P e VFonte = VP .

( ZS ) ' .V = ( ZS ) ' .V
(VS ) ' = Fonte Fonte
Z P + ( ZS ) ' RFonte + ( Z S ) '

2 2 2
2 1  ( ZS ) ' .V  1 ( ZS ) ' 2 [VFonte ] ( ZS ) '.[VFonte ]
PLoad = (VS ) ' =  = =

( ZS) '  RFonte + ( ZS ) ' Fonte  ( ZS ) '  RFonte + ( ZS ) ' . ( ZS ) '  RFonte + ( ZS ) ' 2
2

VLoad . I Load

A máxima transferência de potência ocorre quando a derivada da potência é zero, pois como já
não há variação desse valor, passa a constante, e a derivada de uma constante é zero:

dPLoad
=0
( ZS ) '

Z =∞ ⇒ PLoad = 0 ou ( ZS ) ' = 0 ⇒ PLoad = 0

'
2
dP
Logo Load = PLoad
' ( ZS ) ' .[VFonte ]
(Z )'
= 2
=0
( ZS ) ' S
 RFonte + ( Z S ) '
(Z )' S

2 2 2
⇔ [VFonte ] .  RFonte + ( ZS ) ' − 2. ( RFonte + ( ZS ) ') . ( Z S ) ' .[VFonte ] = 0 ⇔

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 41/167

2
Para simplificar vou dividir tudo por [VFonte ] . ( RFonte + ( Z S ) ' )

2 2 2
[VFonte ] .  RFonte + ( ZS ) ' − 2. ( RFonte + ( ZS ) ') . ( ZS ) ' .[VFonte ]
⇔ 2
=0 ⇔
[VFonte ] .( RFonte + ( ZS ) ')

⇔  RFonte + ( Z S ) ' − 2. ( Z S ) ' = 0 ⇔ RFonte + ( Z S ) '− 2. ( Z S ) ' = 0 ⇔

RFonte = Z P = ( ZS ) ' RLoad = ZS

E em termos de conclusão, é esta igualdade que me garante que tenha a mesma impedância dos
dois lados do transformador, de forma a obter a transferência da máxima potência da entrada para
a saída.

2
N 
Assim como já demonstrei que ( Z S ) ' =  P  Z S , e desenvolvendo, fica que:
 NS 

NS ZS RLoad 50 Ω
= = =
NP ( ZS ) ' RFonte 2.103 Ω

RTransf =
( ZS ) ' = RFonte
=
2.103 Ω
RTransf = 6,32
ZS RLoad 50 Ω

3
Com estas condições, a resistência total vista do primário é de Rtotal = 2.10
 Ω + 2.
  03 
1 Ω = 4 kΩ , e a
RFonte ( Z2 ) '
corrente que circula no circuito é
VFonte 8V
I= = I = 2 mA
Rtotal 4 kΩ

2
(
Assim, a potência fornecida a carga é PLoad = I 2 RTransf 2 .RLoad = 2.10−3 ) ( ) ( 6, 32 .50 Ω ) = 7,99.10
2 −3

PLoad = 8 mW

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 42/167

Ou poderia ter feito de outro modo que é:

2
PLoad = [VFonte ] .
( ZS ) ' 2 RFonte 2 2.103
2
= [VFonte ] . 2
= [ 8 V ] .
3 2
 RFonte + ( Z S ) ' [ RFonte + RFonte ]  2.10 + 2.10 
3

1
PLoad = ( 64 V ) . PLoad = 8 mW
8000

Resolução 2.05b) Preparação do código em Matlab®:

A definição de potência é PLoad = [VFonte ] .


2 ( ZS ) ' .
2
 RFonte + ( Z S ) '
NP
A relação de transformação vai variar entre 1 à 10, RTransf = ∈ [1; 10] .
NS

Os valores das minhas variáveis são: ZS = RLoad = 50 Ω VFonte = 8 Vrms

Código em Matlab®:
clear;
clc;

z2 = 50;
v_fonte = 8;
r_fonte = 2000;

% Ciclo que permite a criação da Tabela de dados do gráfico


for n = 1 : 10001 % É o valor máximo da minha amostragem

% Quando n = 10001, a soma dá 1 + (1*9) = 10, que é a variação que se


pretende
Rel_Transf(n)=1+(((n-1)/10000)*9);
% Função característica do material, e é fornecido pelo fabricante:
z2_Linha(n) = z2*Rel_Transf(n)^2;
% Para converter para mili watt, multiplica-se tudo por 1000:
Pot(n)=(v_fonte^2*z2_Linha(n)/(r_fonte+z2_Linha(n))^2)*1000;

end
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 43/167

plot(Rel_Transf,Pot);
xlabel('N1/N2 - Relação de Transformação');
ylabel('Potência (mW)');

Como se tinha visto, pelos cálculos, a máxima transferência de potencia é obtida com uma relação
de transformação de 6,32.

Nota:

Reactância é a característica apresentada por um componente com deslocamento vectorial de fase


ou tensão. Seria como um nome "genérico" para impedâncias capacitivas ou indutivas.

Indutância é a característica apresentada por um componente com deslocamento de tensão/corrente


semelhante a um indutor, ou melhor uma bobina.

Exercício 2.06 – Um transformador monofásico de 50 Hz tem uma relação de conversão de


7,97 kV : 266 V . O fabricante indica que a indutância de fugas do primário ( 7,97 kV ) é 165 mH e
a indutância de magnetização do primário 135 H . Quanto vale a tensão no secundário se ao primário
for aplicada uma tensão de 7 970 V a 50 Hz?

Problema 2.7, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 44/167

Resolução 2.06)

As perdas por fugas são devido ao facto de existir algumas linhas de campo que se fecham pelo ar, e
essa energia não é transferida para o secundário, traduzindo-se em perdas pelo sistema.

No núcleo, a reactância indutiva (indutância) é SEMPRE muito mais elevada, o que cria dificuldade
a circulação do fluxo, devido ao facto de se criar uma tensão indutiva na bobina que tende a vencer
a tensão da fonte. E é essa dificuldade que faz com que não haja um curto-circuito na bobina.

Assim o circuito equivalente é, em que o coeficiente de auto-indução de dispersão é Lfuga :

Se fosse um transformador ideal seria definido por VS = RTransf .EP = [ 266 V 7,97 kV ] .EP , mas tem-
se perdas.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 45/167

1º - As perdas núcleo são originadas pela reactância de magnetização induzida (ou indutância de
magnetização), X m , e em que coeficiente de auto-indução de magnetização do núcleo (tendo o
comportamento de uma bobina virtual), Lmagnétização , é o principal responsável, fica que as perdas são:

X m = ω.Lmagnétização = [ 2π . f ] . (135 H ) = [ 2π .50] . (135 H ) = 42 411,5 Ω

2º - As perdas pelo enrolamento do fio a volta do núcleo, originando reactância de dispersão (ou de
fuga), em que coeficiente de auto-indução de dispersão pelo enrolamento (tendo também o
comportamento de uma bobina virtual), LFuga , fica que as perdas pelo enrolamento são:

X LFuga P
= ω.LFuga P = [ 2π . f ] . (165 mH ) = [ 2π .50] . (165.10−3 ) = 51, 84 Ω

Sendo por isso, que a tensão induzida, que é aquela que irá realmente originar a tensão no

 (
secundário, é EP = VP .  X m X m + X L  . Assim
Fuga P 
 )
 ω .Lmagnétização 
EP = 
 ω .L  .VP
 magnétização + ω .LFuga P 

 ω.Lmagnétização   eS  Xm  
Então fica que VS = RTransf . 
  .VP  = .   .VP 
+ ω.LFuga P   eP  X m + X L
 ω.Lmagnétização
  
  Fuga P  
EP



ES

266 V  42 411,5 Ω  
VS = .   .7,97 kV 
7, 97 kV  51,84 Ω + 42 411,5 Ω  

VS = 265, 68 V

Podemos assim concluir que as impedâncias originadas pelas fugas são desprezáveis, devido ao
facto da impedância de desmagnetização ser muito superior a impedância de fuga.

Num projecto, o ideal é ter-se uma grande impedância de magnetização (devido ao efeito da
histerese e Eddy).

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Exercício 2.07 – Um transformador de 230 V : 6, 6 kV , 50 Hz, 50 kVA tem uma indutância de


magnetização (medida nos terminais de 230 V ) de 34, 6 Ω . O enrolamento de 230 V tem uma
indutância de fugas de 27, 4 mΩ e o secundário tem uma indutância de fugas de 11, 2 Ω .

a) Com o secundário em circuito aberto e uma tensão no primário de 230 V calcule a corrente no
primário e a tensão no secundário.
b) Com o secundário em curto-circuito, calcule a tensão no primário e a corrente no secundário com
o transformador a trabalhar à máxima potência ( 50 kVA ).

Problema 2.9, página 114 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 2.07a) Neste exercício apenas se tem perdas devido as indutâncias. Circuito equivalente:

NS e
A relação das espiras é dada pela definição VS − rms = .EP = S .EP = RTransf .EP , logo é
NP eP

Xm
EP = .VP − rms
Xm + X L
Fuga P
 
Divisor de tensão

Substituindo, fica que:

EP


e  Xm   6, 6.10 +3   j .34, 6 
VS − rms = S  .VP − rms  =   . [ ]
2 30
eP  X m + X L   230   j . 34, 6 + 27, 4.10 −3  
  Fuga P  
RTransf

VS − rms = 6 594,8 Vrms

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VP − rms 230 V
E a corrente do primário é I P = = I P = j 6, 64 A
j.  X m + X  j. 34, 6 Ω + 27, 4.10−3 Ω 
 LFuga P 

j pois é uma impedância indutiva.

Deveria ser zero, pois não temos carga no secundário. Mas como tem uma componente reactiva
indutiva, não produz trabalho, mas sim um desfasamento (não é perdas).

Resolução 2.07b) 50 kVA é a potência máxima que se pode aplicar. Ao se colocar o secundário em
curto-circuito, não se pode aplicar 230 V no primário.

2
N 
(X LFuga S ) '= P  .X
 NS 
LFuga S

Pretendo ter zero na tensão do secundário, e nem sequer devo ter qualquer impedância no circuito do
secundário de forma a facilitar os cálculos, passando-a assim para o primário. O circuito equivalente
é:

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Ou melhorando ainda melhor o circuito equivalente, pois tendo um transformador ideal já não
preciso de o ter representado:

Sendo X SC
a indutância em curto-circuito, assim:

X SC
= j. X LFuga P
+  j. X m || j. X
 ( LFuga S ) '

X = j. X
 j. X . j. X
+ 
m (
LFuga S ) ' 
SC LFuga P
(
 j. X m + j. X LFuga S ) ' 
2
N 
Como sei que X ( LFuga S ) '= P  .X
 NS 
LFuga S
, e que X LFuga S
= 11, 2 Ω , fica então que

  230 V  2 
(X ) LFuga S
' =  
 6, 6 kV 
. (11, 2 Ω )  = (13, 6.10 Ω ) = 13, 6 mΩ

−3

j 2 .34, 6 Ω. (13, 6.10−3 Ω ) j 2 .470,56.10−3 Ω


Assim, X = j. ( 27, 4.10−3 Ω ) + = j.27, 4.10−3 Ω +
SC
(
j. 34, 6 Ω + (13, 6.10−3 Ω ) ) j .34, 614 Ω

X SC
= j.27, 4.10−3 Ω + j.13, 6.10−3 Ω ⇒ X SC
= j.41, 0 mΩ

A tensão máxima que me garante que não se irá ultrapassar o valor máximo para a potência aparente
de 50 kVA é:
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2
[V ]
S = P − rms ⇔ VP − rms = S . X = 50 kVA.  j.41.10 −3 Ω  VP−rms = 45, 28 Vrms
SC
X SC

VP − rms 45, 28 Vrms PP − rms 50 kVA


IP = = , ou IP = = I P = j.1 104, 3 A
X SC j.41.10 −3 Ω VP − rms 45, 28 Vrms

Agora para se saber o valor de I S necessito de saber primeiro o valor da corrente ( I S ) ' :

   
 Xm  j.34, 6 Ω
( S) 
I ' = I =  
 P  j. 34, 6 Ω + 27, 4.10−3 Ω   ( j.1 104, 3 A )
 m (
 X + X LFuga S ' 
 )
  

( IS ) ' ≈ j.1 104,3 A

Por não haver perdas, a potências de entrada é igual a potência de saída.

NP 230 V
IS = .( I S ) ' = .[ j.1 104, 3 A] I S ≈ j.38, 48 A
NS 6, 6 kV

Conclusão: conforme se sabe para uma corrente de 10A é necessário uma secção de fio de 1,5 mm2 ,
para o valor de corrente de 1 104,3 A é necessário um cabo com uma secção de 165 mm 2 .

Ao se utilizar uma tensão de transporte de energia de 6, 6 kV , consegue-se transportar a mesma


potência, mas já não é necessário uma secção de cabo tão grande, bastando por isso apenas uma
secção de 6 mm 2 para uma corrente de 38, 48 A .

Exercício 2.08 – Um transformador de 460 V : 2, 4 kV tem uma indutância série de fugas de


37, 2 Ω representado no lado de tensão mais elevada. A carga ligada no lado de tensão mais baixa
está a consumir uma potência de 25 kW , com factor de potência unitário e tensão de 450 V .
Calcule a tensão e o factor de potência no lado de tensão mais elevada.

Problema 2.10, página 113 do livro A. E. Fitzgerald

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Resolução 2.08) É aplicado uma tensão de 450 V , em vez de 460 V . Numa maquina síncrona, em
que os 25 kW é a nossa referencia, qual deve de ser o valor da tensão e a respectiva desfasagem?

P PLoad 25 kW
I Low = = = I Low = 55, 5 A
VLoad VLoad 450 V

NS
Sendo a relação de transformação RTransf = :
NP

I Low 55, 5 A
I High = = I High = 10, 648 A
RTransf 2, 4 kV
460 V

N2 2, 4 kV
EHigh = .450 V = .450 V EHigh = 2 347 V
VLoad = 450 V N1 460 V VLoad = 450 V

VHigh = j. X High .I High + E High = j. ( 37, 2 Ω ) . (10, 648 A )  + 2 347 V


VLoad = 450 V VLoad = 450 V

 37,2 Ω .(10,648 A )  
j . arctg   
2 2 2 347 V
 
VHigh = 37, 2 Ω. (10, 648 A )  + [ 2 347 V ] .e
VLoad = 450 V

VHigh
VLoad = 450 V
= [156899, 65] + [5508409].e j .9,56º VHigh
VLoad = 450 V
= 2 380,19∠9, 6º V

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Com um factor de potência de cos ( 9, 6º ) é um atraso de 0,986.

A carga é puramente resistiva, e no entanto tem-se desfasamento.

Um caso prático desta situação é as linhas de transporte de energia que as empresas de distribuição
de energia têm de considerar nos seus planeamentos.

Assim o meu VHigh é a tensão do gerador. Tenho de provocar este desfasamento de 9, 6º


VLoad = 450 V

para conseguir garantir que no meu secundário tenha os 450 V / 25 kW .

Exercício 2.09 – As resistências e indutâncias de fugas de um transformador de 30 kVA ,


2, 4 kV : 240 V , são: RHigh = 0, 68 Ω , RLow = 0,0068 Ω , X High = j.7,8 Ω e X Low = j.0,078 Ω .
O índice 1 refere-se ao enrolamento de 2, 4 kV e o índice 2 ao enrolamento de 240 V . Os valores
das impedâncias são referidos aos seus respectivos lados.

a) Desenhe o circuito equivalente do transformador em relação ao lado de baixa tensão e ao lado de


alta tensão.

b) Considere que o transformador está a entregar a máxima potência a uma carga ligada ao lado de
baixa tensão com uma tensão de 230 V aos terminais da carga.
(i) Calcule a tensão no lado de alta tensão para uma carga com um factor de potência de 0,85
em atraso.
(ii) Calcule a tensão no lado de alta tensão para uma carga com um factor de potência de 0,85
em avanço.

c) Considere que o transformador está a entregar a potência máxima a uma carga que está ligada ao
terminal de 240 V . Utilize o MATLAB para representar a tensão no terminal de 2, 4 kV em função
do ângulo do factor de potência para uma carga que tem um factor de potência a variar entre 0,6 em
atraso até 0,6 em avanço.

Problema 2.11, página 114 do livro A. E. Fitzgerald


Resolução2.0 9a) Do lado da alta:

 N High  2 
2. ( RLow ) '+ ( X Low ) ' = 2.   . [ RLow + X ]  2

Low  = 2. (10 ) . [ 0, 0068 + j.0, 078] Ω 
 N Low  

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Do lado da baixa:

 N 
2

 1 2 . 0, 68 + j.7, 8  Ω
2. ( RHigh ) '+ ( X High ) ' = 2.  Low
 N High
. 
  HighR + X  
High  = 2. 

( )
 10
[ ]

  

Resolução 2.09b) É aplicado uma tensão de 230 V , em vez de 240 V , e em que os 30 kVA é a
nossa referencia, qual deve de ser o valor da tensão e a respectiva desfasagem:

P PLoad 30 kVA
I High = I Load = = = = j.93,8 I High = 93,8.e jφ A
VLoad VLoad 230 V

Onde o símbolo φ é o ângulo do factor de potência. O do lado da alta tensão, a corrente é 93,8.e jφ A

N Low
Sendo a relação de transformação RTransf = :
N High

I Load 93, 8 A
I Low = = I Low = 938.e jφ A
RTransf 240 V
2, 4 kV

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1 N High 2, 4 kV
EHigh = . 230
 V= .230 V = .230 V EHigh = 2 300 V
VLoad = 230 V RTransf VLoad N Low 240 V VLoad = 230 V

Agora,

(i) a tensão no lado de alta tensão para uma carga com um factor de potência de 0,85 em
atraso, significa que o ângulo é θadiantado = a cos ( 0.85 ) = 31, 79º .

j [θ adiantado ] j [31,79º ]
VHigh = Z High .I High .e + EHigh = [ 0, 68 + j.7, 8] .93, 8.e + 2 300 V
VLoad = 230 V VLoad = 230 V

VHigh = 2413 V
VLoad = 230 V

(ii) a tensão no lado de alta tensão para uma carga com um factor de potência de 0,85 em
avanço, significa que o ângulo é θatraso = a cos ( −0.85 ) = −31, 79º .

j [θatraso ] j [ −31,79º ]
VHigh = Z High .I High .e + EHigh = [ 0, 68 + j.7,8] .93,8.e + 2 300 V
VLoad = 230 V VLoad = 230 V

VP V = 230 V
= 2199 V
Load

Exercício 2.10 – Uma carga monofásica é alimentada por uma tensão de 35 kV com impedância de
95 + j 360 Ω através de um transformador de 35 kV : 2, 4 kV com impedância equivalente de
0, 23 + j1, 27 Ω referida ao lado de mais baixa tensão. A carga consome uma potência de 160 kW ,
com factor de potência de 0,89 em avanço e tensão de 2,34 kV .

a) Calcule a tensão do transformador aos terminais de mais alta tensão.


b) Calcule a tensão aos terminais da fonte de 35 kV .
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c) Calcule a potência activa e reactiva nos terminais da fonte de alta tensão ( 35 kV ).

Problema 2.13, página 114 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 2.10a) Sei as seguintes relações eléctricas:

P
V = I .R ∧ P = V .I . cos (α ) ∧ I= ∧ I = I .e j.arcos(α )
V . cos (α )

ES = VLoad + I S .Z S

Em que IS é um valor complexo devido a desfasagem.

V = I .R ∧ P = V .I . cos (α ) ∧ I = I .e j.arcos(α )

PLoad 160 kW .arcos ( 0,89 )


I S = I Load = = = 68,38
 . ej   = 68,3

j .27º
8 . e A
VLoad . cos (α ) [ 2,34 kV ] . cos ( 0,89 ) I ∠I I ∠ I

Em que IS é um valor complexo devido a desfasagem., sendo o seu o ângulo


∠ = cos −1 ( 0,89 ) = 27,1º

NP
Vterminal, P = eP = RTransf .[VLoad + Z terminal .I Load ] = .[VLoad + Z terminal .I Load ]
NS

35 kV
Sendo I Load = IS , fica que eP = .  2, 34 kV + [ −0, 42619 Ω ] . ( 68, 38 A ) 
2, 4 kV 

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E assim fica que EP = 33, 7 kV .

Resolução 2.10b) EP = VP − I P .Z P = RTransf . VLoad +  Z terminal_1 + Z terminal_2  .I Load 

35 kV
VSend = .  2, 34 kV + [ −0,3 − 0, 42619 Ω ] . ( 68,38 A ) 
2, 4 kV 

VSend = 33, 4 kV

Resolução 2.10c) É a potência reactiva na fonte.

S Send = PSend + j.QSend = [164 kW ] + j.[ −64, 5 kVAR ]

Confirmar isto: S Send = VSend .I Send * = [33, 4 kV ] + j.[ 2,98 A] (o valor da corrente!)

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Exercícios propostos - Teórico-prática 03

Exercício 3.01 – A placa (de característica) de um transformador monofásico indica 50 MVA , 50


Hz, 8, 0 kV : 78 kV . É feito um teste em circuito aberto no lado de mais baixa tensão e o aparelho de
medida indica 8, 0 kV , 62,1 A e 206 kW . O teste de curto-circuito, feito no lado de mais baixa
tensão indica 674 V , 62,5 kA e 187 kW .

a) Calcule a impedância equivalente série, resistência e Indutância, do transformador com referência


ao lado de mais baixa tensão.
b) Calcule a impedância equivalente série do transformador com referência ao lado de mais alta
tensão.
c) Desenhe um modelo aproximando, equivalente T, para o transformador.

Para verificação de casos particulares:


d) Determine o rendimento e a regulação da tensão se o transformador estiver a funcionar à máxima
tensão e carga (com factor de potência unitário).
e) Repita a alínea d) considerando que a carga tem um factor de potência de 0,9 em avanço.

Exemplo 2.6, página 90 do livro A. E. Fitzgerald


Problema 2.15, página 115 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 3.01a) Do lado do primário.


1º teste
Teste em circuito aberto
no secundário

Aplicou-se uma tensão de 8, 0 kV (VOC )


Mediu-se 62,1 A ( I OC )
Consumo 206 kW ( POC )

A medição do consumo (potência dissipada) já está a considerar as perdas.


Os seguintes dados fornecidos:

50 MVA
50 Hz
8, 0 kV : 78 kV

São as características que definem um transformador e são dados que os fabricantes fornecem
sempre.

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RC é a resistência de perdas, provocadas pela correntes de Eddy, e j.X m é a reactância magnética


provocada pela histerese, e que no seu conjunto provocam o aquecimento do transformador.

Preciso fazer o circuito equivalente do circuito em aberto (modelo L), que é:

O dispositivo circuito respeitande ao transformador ideal não é representado, por ser ideal.
A resistência e a reactância equivalentes são a soma dos dois lados do transformador.

Apesar de se estar em circuito aberto, existe potência dissipada de 206 kW . Sendo P = Primário .

2 2
VCircuito _ Aberto VOC 8, 0 kV 2
Assim RC = P
= P
= RC = 310, 68 Ω
PCircuito _ Aberto POC P
206 kW
  P
PPerdas _ P

Não posso fazer mesmo para a reactância magnética, j.X m , não é linear.

E a impedância do transformador, Z Nucleo _ Transf = Z Φ , é a total da contribuição de X m e RC , e é

VOC 8,0 kV
ZΦ= P
= Z = 128,82 Ω
I OC P
62,1 A Φ

Agora já consigo deduzir a reactância magnética, j.X m , pois sei que Z Φ = j. X m || RC . Assim
[ X ] 
j .arctg  m 
j. X m .RC j. X m .RC  RC 
ZΦ = ⇔ ZΦ= .e
j. X m + RC j. X m 2 + RC 2
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[ X ] 
j . arctg  m 
 RC 
Mas como o que me interessa é em módulo, o coeficiente e é então desprezado.

Continuando:
2

ZΦ=
X m .RC
⇔ ZΦ
2 ( X m .RC )
⇔ Z Φ .  X m 2 + RC 2  = X m 2 .RC 2 ⇔
=
2
2 2
X m 2 + RC 2 X m + RC
 
Para eliminar a raíz quadrada

2 2 2 2
⇔ j. X m2 . Z Φ + RC 2 . Z Φ = j. X m 2 .RC 2 ⇔ j. X m 2 . Z Φ − j. X m 2 .RC 2 = − RC 2 . Z Φ ⇔

2
RC 2 . Z
⇔ j. X m 2
(Z Φ
2
− RC 2
) = −R C
2
.Z Φ
2
⇔ j. X m = − 2

Z
2
Φ

− RC 2

Φ

2
Como o 2º membro é negativo posso retirar o sinal invertendo Z Φ
− RC 2 , ficando
2
2
RC 2 . Z
j. X m = Φ
2
RC 2 − Z Φ

1 1
Agora vou multiplicar o 2º membro por 2 2 2 2
:
RC . Z Φ
RC . Z Φ

1
2 2
2
RC 2 . Z ΦRC 2 . Z Φ 1
⇔ j. X m = 2 . ⇔ j. X m 2 = ⇔
RC − Z Φ
2
1 RC 2 ZΦ
2

2
RC . Z Φ
2
2
− 2
RC 2 . Z Φ RC 2 . Z Φ

1 1
⇔ j. X m 2 = ⇔ j. X m = ⇔
1 1 1 1
2
− 2 − 2
ZΦ RC ZΦ
2
RC

Como sei que Z Φ = 128,82 Ω e que RC = 310,68 Ω , fica que

1 1
⇔ j. X m = = ⇔
1 1 49.10−6
2
− 2
(128,82 Ω ) ( 310, 68 Ω )

j. X m = j.141, 53 Ω

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Ou, poderia ter ido pela potência aparente, S , é SCircuito _ Aberto = VCircuito _ Aberto . I Circuito _ Aberto
P P P

SCircuito _ Aberto = 8, 0 kV .62,1 A ⇔ SCircuito _ Aberto = 496,8 kVA


P P

2 2
A potência reactiva, Q , é QCircuito _ Aberto = SCircuito _ Aberto − PCircuito _ Aberto
P P P

QCircuito _ Aberto = 452,30 kVA


P

2
VCircuito _ Aberto 8, 0 kV 2
Assim X m é calculado, j. X m = P
= j. X m = j.141,5 Ω
QCircuito _ Aberto 452,30 kVA
P

Resolução 3.01b) Curto circuitando o secundário.

2º teste
Teste em curto-circuito
no secundário

Aplicou-se uma tensão de 674 V (VSC )


Mediu-se 62,5 kA ( I SC )
Consumo 187 kW ( PSC )

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PSC 187 kW
Sei que REquivalente _ P = 2
= 2
REquivalente _ P = 4, 787 mΩ
SC I SC ( 62, 5 kA) SC

VSC 674 V
Cuidado para não fazer isto: REquivalente = P
=
P I SC 62, 5 kA

Pois temos que associar a equação as variáveis que contribuem para as perdas, tanto da corrente,
62,5 kA , como a potência, 187 kW .

E como se pretende a reactância de dispersão vista do lado do primário, jX Equivalente L _ Fuga , e sei que
P

2 2
Z Equivalente = jX Equivalente L _ Fuga + REquivalente
P P P

fica que
2 2 2
Z Equivalente P
= jX Equivalente L _ Fuga P
+ REquivalente P

2 2
⇔ jX Equivalente L _ Fuga = Z Equivalente − REquivalente ⇔
P P P

2 2
⇔ jX Equivalente L _ Fuga
P
= (107,84 mΩ ) − ( 4, 787 mΩ ) ⇔

jX Equivalente L _ Fuga = j.107, 73 mΩ


P

Agora a impedância equivalente, vista do lado do primário, é: Z Equivalente = ( 4, 787 + j.107, 73) mΩ
P

j .87,46 º
Z Equivalente = 1
07,84
.e m

P
Polar [ 4,787 + j .107,73]

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Breve introdução para se entender de onde vem os valores:

2
N 
REquivalente = RP + ( RS ) ' , sendo ( RS ) ' =  2  .RS . Como não há meios de se medir o valor de
 N1 
P

( RS ) ' , parte se do princípio que as impedâncias estão “casadas”, logo ( RS ) ' ≈ RP .


2
N 
= jX L _ Fuga P + ( jX L _ Fuga S ) ' , sendo ( jX L _ Fuga S ) ' =  2  . jX L _ Fuga S .
E jX Equivalente L _ Fuga
 N1 
P

Como não há meios de se medir o valor de ( X L _ Fuga S ) ' , parte se também do principio que as
(
impedâncias estão “casadas”, logo jX L _ Fuga S ' ≈ jX L _ Fuga P . )
Assim, REquivalente = 2.RP e jX Equivalente L _ Fuga = 2. jX L _ Fuga P .
P P

Assim o nosso circuito pode ser representado da seguinte forma:

Resolução 3.01c)

REquivalente 4, 787 mΩ
RP = P
= RP = 2, 39 mΩ
2 2

2 2
REquivalente V  4, 787 mΩ  78 kV 
RS = P
.  S − rms  = .  = 227,53.10−3
2  VP − rms  2  8, 0 kV 
RS = 227, 53 mΩ
j. X Equivalente L _ Fuga j.107, 73 mΩ
j. X L _ Fuga P = P
= j. X L _ Fuga P = j.53, 62 mΩ
2 2

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2 2
j. X Equivalente L _ Fuga V  j.107, 73 mΩ  78 kV 
j. X L _ Fuga S = S
.  S − rms  = . 
2  VP − rms  2  8, 0 kV 

j. X L _ Fuga S = j.5120,54 mΩ

Z L _ Fuga = [ 2, 39 + j.53, 62 ] mΩ Z L _ Fuga = [ 227,53 + j.5120,54 ] mΩ


P S

Resolução 3.01d) Ao ligar-se uma carga no secundário, este passa a ter a designação de circuito
fechado, e a corrente ao passar pelas componentes que originam perdas, faz com que a tensão no
primário não se reflicta no secundário. Existe um decaimento.
P 50 MVA
A corrente que circula na resistência equivalente é I S = OC S = = 641, 03 A
VOC S 78, 0 kV

Logo as perdas na resistência equivalente são

2 2
PSC = PPerdas REquivalente
= REquivalente . I S
= [ 455, 06 mΩ ] .[ 641, 03 A] = 186 990, 47 W
S
S

PPerdas REquivalente
= 187 kW
S

Poderia ter ido pelo primário, pois é igual. Vou fazer os cálculos:

P 50 MVA
I OC P
= = = 6 250 A
VOC P
8, 0 kV

2 2
PPerdas REquivalente
= REquivalente . I P
= [ 4, 787 mΩ ] .[ 6 250 A]
P
P

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As perdas em circuito aberto, logo se reflectem apenas na resistência do núcleo, RC , são:

POC = 206 kW

A perda total é de aproximadamente igual a soma das perdas em circuito aberto e em curto-circuito.
Assim, a eficiência é dada pela seguinte definição:

PLoad P
η= .100% = .100%
PFornecida P + PPerdas

50 MVA 50 MVA
η= .100% = .100%
50 MVA + [ 206 + 187] kW 50 MVA + 393 kW

η = 99, 2%

Para calcular a regulação, ∆V , usa-se o parâmetro X m (Indutância da magnetização), que é o


parâmetro que se obtém na esquematização do modelo do transformador. O propósito de isolar este
parâmetro na esquematização, e o parâmetro da resistência do núcleo, RC , é a de se poder obter um
transformador ideal. Assim, a tensão aos terminais do primário é

V X
= eS = Z Equivalente . I S + VS
m S

eS =  REquivalente + jX Equivalente L _ Fuga  . I S + 78 kV


 S S

eS = ( 2. [ 227, 53 mΩ ] + 2. [ j.5120, 54 mΩ ]) .[ 641, 03 A] + 78 kV

eS = ( 455, 06.10 −3 + j.10, 24 ) . [ 641, 03 A] + 78 kV

eS = 291,71 V + j.6564,14 V + 78 000 V = 78 291,71 V + j.6564,14 V

eS = 78 566, 4.e j .4,79º V

Para a regulação só me interessa o valor eficaz, ou seja eS = 78 566, 4 V

eS − 78, 0 kV 78 566, 4 − 78, 0 kV


Assim a regulação é ∆V = .100% = .100% ∆V = 0, 725%
78, 0 kV 78,0 kV

Este valor traduz a perda de eficiência na potência máxima. Ou seja uma muito boa eficiência.
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Se os cálculos fossem do lado do primário iria-se obter o mesmo resultado, com e1 = 8,058 kV , a
variação é
e − 8, 0 kV 8, 058 kV − 8, 0 kV
∆V = P = .100% = 0, 00725.100% ∆V = 0, 725%
8, 0 kV 8, 0 kV

Resolução 3.01e) Com avanço, é porque é capacitivo.

PLoad atraso 0,9


= PCircuito _ Aberto .0, 9 = 50 MVA.0, 9 PLoad atraso 0,9
= 45 MVA
P

PLoad 45 MVA
I Load atraso 0,9
= = I Load = 576, 92 A
VLoad 78 kV atraso 0,9

2
PPerdas atraso 0,9
= PPerdas REquivalente
.I Load 2 =  455, 06.10−3  .[576, 92 A] = 151 462, 28 W
P

PLoad atraso 0,9


PLoad atraso 0,9
η atraso 0,9 = .100% = .100%
PFornecida PLoad atraso 0,9
+ PPerdas atraso 0,9

45 MVA
η atraso 0,9 = .100% η atraso 0,9 = 99, 21%
45 MVA + [ 206 + 151, 46] kW 

Para calcular a regulação, ∆V , tem-se que cos (α ) = 0,9 ⇔ ar cos ( 0,9) = α

α = 25,8º

Logo eS = Z Equivalente . I Load + VS =  REquivalente + jX Equivalente L _ Fuga  . I Load + VS


atraso 0,9 S atraso 0,9  S S atraso 0,9

eS = ( 455, 06.10 −3 + j.10, 24 ) . 576, 92.e j .25,8º A  + 78 kV = −5324, 03 V + 78 000 V

eS = 72 676 V

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eS − 78, 0 kV 72 676 V − 78, 0 kV


Assim a regulação é ∆V = .100% = .100%
78, 0 kV 78, 0 kV

∆V = −6,826%

O sinal deve-se ao efeito capacitivo.

Exercício 3.02 – Um transformador monofásico de 75 kVA , 230 V : 6, 6 kV , 50 Hz tem os seguintes


parâmetros referenciados ao lado de tensão mais elevada

RS = 5,93 Ω jX Equivalente L _ Fuga = 43, 2 Ω


P

RS = 3,39 Ω jX Equivalente L _ Fuga = 40, 6 Ω


S

RC Primário = 244 kΩ X m = 114 k Ω

Assuma que o transformador está a fornecer a tensão e potência máxima nos terminais de mais baixa
tensão. Escreva um programa em MATLAB para calcular o rendimento e a regulação do
transformador para uma carga com qualquer factor de potência (avanço ou atraso). Pode usar
aproximações, dentro do que é admissível em engenharia, para simplificar a análise. Utilize o
programa de MATLAB para calcular o rendimento e a regulação para uma carga com um factor de
potência de 0,87 em avanço

Problema 2.18, página 115 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 3.02) Para um factor de potência de 0,87, a eficiência é de 98,4% e a regulamentação será
igual a -3,48%.

Exercício 3.03 – Os terminais de mais alta tensão de um transformador trifásico, constituído por três
transformadores monofásicos, é alimentado por uma linha trifásica de 13,8 kV (linha a linha). Os
terminais de mais baixa tensão do transformador estão ligados aos três fios de uma subestação que
está a fornecer 4500 kVA a 2300 V (linha a linha). Indique qual é o valor da tensão, corrente e
potência de cada transformador (nos enrolamentos de alta e baixa tensão) para as seguintes ligações.

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Problema 2.23, página 116 do livro A. E. Fitzgerald

1 1
Resolução 3.03) Sabendo de que SY = S∆ , fica que SY = ( 4500 kVA) = 1500 kVA
3 3

a. 7, 97 kV : 2300 V 191 A : 651 A 1500 kVA


b. 13,8 kV :1,33 kV 109 A : 1 130 A 1500 kVA
c. 7, 97 kV :1, 33 kV 191 A : 1 130 A 1500 kVA
d. 13, 8 kV : 2, 3 kV 109 A : 651 A 1500 kVA

VY
a. 1500 kVA
b. 1500 kVA
c. 1500 kVA
d. 1500 kVA

1
Agora, se a ligação é em estrela ou em triângulo, basta fazer V∆ = VY o que faz com que
3

(V∆ ) P = 13,8 kV ∧ (VY ) P = 7,97 kV

(V∆ )S = 2,3 kV ∧ (VY ) S = 1,33 kV

1
V∆ = VY
SY 3

a. 1500 kVA (VY ) P : (V∆ )S


b. 1500 kVA (V∆ )P : (VY )S
c. 1500 kVA (VY ) P : (VY )S
d. 1500 kVA (V∆ )P : (V∆ )S
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SY VP : VS

a. 1500 kVA 7, 97 kV : 2, 3 kV
b. 1500 kVA 13,8 kV :1,33 kV
c. 1500 kVA 7, 97 kV :1, 33 kV
d. 1500 kVA 13, 8 kV : 2, 3 kV

SY
Para a corrente é I = :
V
SY
SY VP : VS I=
V

1500 kVA 1500 kVA


a. 1500 kVA 7, 97 kV : 2, 3 kV :
7,97 kV 2,3 kV
1500 kVA 1500 kVA
b. 1500 kVA 13,8 kV :1,33 kV :
13,8 kV 1,33 kV
1500 kVA 1500 kVA
c. 1500 kVA 7, 97 kV :1, 33 kV :
7,97 kV 1,33 kV
1500 kVA 1500 kVA
d. 1500 kVA 13, 8 kV : 2, 3 kV :
13,8 kV 2,3 kV

SY VP : VS I

a. 1500 kVA 7, 97 kV : 2, 3 kV 188, 21 A : 652,17 A


b. 1500 kVA 13,8 kV :1,33 kV 108, 70 A : 1127, 82 A
c. 1500 kVA 7, 97 kV :1, 33 kV 188, 21 A : 1127, 82 A
d. 1500 kVA 13, 8 kV : 2, 3 kV 108, 70 A : 652,17 A

Exercício 3.04 – Um transformador de medição de tensão de 7970 V : 120 V , 50 Hz tem os


seguintes parâmetros, vistos do primário

R1 = 1 378 Ω j.X L _ Fuga_P = j.1 721 Ω


R2 = 1 602 Ω j.X L _ Fuga_S = j.1 897 Ω
X m = 782 k Ω
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a) Assumindo que o secundário está em circuito aberto e o primário está ligado à uma fonte de
7,97 kV , calcule a amplitude e a fase (em relação à fonte de alta tensão) da tensão nos terminais do
secundário do transformador.

b) Calcule a amplitude e a fase da tensão do secundário se for ligado nos terminais do secundário um
voltímetro com resistência interna de 1 kΩ.

Problema 2.29, página 117 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 3.04a) Circuito equivalente:

 ZΦ   Xm 
eP − rms = VP − rms . 
  = VP − rms .  
 Z Φ + Z Enrolamento   X m + R1 + X 
 Lfuga P 

  
1 NS  Xm 
eS = .eP −rms = . VP − rms . 
RTransf NP   X m + R1 + X 
  Lfuga P 

120 V   782 k Ω 
eS = .  7970 V .  
7970 V   782 k Ω + 1 378 Ω + j.1 721 Ω  

eS = 120. ( 0,9978 + j1,7544)

eS = 119, 74.e j 0,101º V

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Resolução 3.04b) Circuito equivalente:

2 2
N  7970 V 
Assim, ( RL ) ' =  P  .RL ⇔ ( RL ) ' =   . (1000 Ω ) ( RL ) ' = 4 411 173, 6 Ω
 NS   120 V 

Sendo Z Equivalente = jX m || ( RS ) '+ ( RL ) '+ ( jX L _ Fuga S ) ' , tenho que calcular:
P

( RS ) ' = 2.RP = 2.[1 378 Ω] ( RS ) ' = 2 756 Ω

( jX L _ Fuga S ) ' = 2. X L _ Fuga P = 2.[ j.1 721 Ω ] ( jX L _ Fuga S ) ' = j.3 442 Ω

Logo
( RS ) '+ ( RL ) '+ ( jX L _ Fuga S ) ' = 2 756 Ω + 4 411 173, 6 Ω + j.3 442 Ω = 4 413 929, 6 Ω + j.3 442 Ω

782.103.[ 4 413 929, 6 Ω + j.3 442 Ω ]


Assim Z Equivalente = = (134 291 + j.758 103) Ω c
P 782.103 + [ 4 413 929, 6 Ω + j.3 442 Ω ]

VP
A corrente no primário é I P =
R1 + X Lfuga P
+ Z Equivalente
P

7970 V
IP =
1 378 Ω + j.1 721 Ω + (134 291 + j.758 103) Ω

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7970 V
IP = = (1,815 − j.10,165) .10−3 A
(135 669 + j.759 824) Ω

I P = 10, 33.e − j 79 ,87 º mA

jX m
A corrente no secundário é I S = RTransf .I P .
( RS ) '+ ( RL ) '+ j ( X m + X L _ Fuga S )

7970 V j.782.103
IS = 
. 10,33.e − j .79,87 º

mA  .
120 V  [ 2 756 Ω ] + [ 4 411 173, 6 Ω ] + j. ( 782.103 + 1897 )

I S = [120, 546 − j.675,125] .10 −3.[30,502 + j.171, 749 ] .10 −3


I S = 119, 629 + j.1,110.10 −3
I S = 119, 629.e j .0,053º mA

eS = RL .I S = [1000 Ω ] . 119, 629.e j .0, 053º mA  eS = 119, 629.e j .0,053º V

Exercício 3.05 – Um transformador de medição de corrente de 200 A : 5 A , 50 Hz tem os seguintes


parâmetros, vistos do primário

RP = 136 µΩ jX L _ Fuga_P = 745 µΩ


( RS ) ' = 128 µΩ ( jX L _ Fuga_S ) ' = 813 µΩ
X m = 307 mΩ

a) Assuma que percorre uma corrente de 200 A no primário e o secundário está em curto-circuito,
calcule a amplitude e a fase da corrente no secundário.
b) Repita a alínea a) quando é ligado um amperímetro com resistência interna de 250 µΩ aos
terminais do secundário.

Problema 2.32, página 118 do livro A. E. Fitzgerald


5A
Resolução 3.05a) Com RTransf =
200 A

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jX m
I S = RTransf .I P .
( RS ) '+ j ( X m + ( X L _ Fuga S ) ')
 5A  j.307.10−3 Ω
IS =   .[ 200 A] .
 200 A  128 µΩ + j. ( 307.10−3 Ω + 813 µΩ )
I S = 4,987 + j.2, 074 A
I S = 4,987.e j .0,024 º A

2
 1   200 A 
2

Resolução 3.05b) Com ( RL ) ' =  .R


 L =  .250 µΩ ( RL ) ' = 0, 4 Ω
 RTransf  5 A 
 

jX m
I S = RTransf .I P .
( RS ) '+ ( RL ) '+ (
j X m + ( X L _ Fuga S ) ' )
 5A  j.307.10−3 Ω
IS =  [. 200 A ] .
 200 A  128 µΩ + 0, 4 Ω + j. ( 307.10−3 Ω + 813 µΩ )
I S = 1,854 + j.2, 410 A

I S = 3, 04.e j .52, 43º A

Exercício 3.06 – Um transformador monofásico de 15 kV : 175 kV , 125 MVA , 50 Hz tem no


primário e no secundário as impedâncias série de [ 0,0095 + j 0, 063] pu . A impedância de
magnetização é j148 pu . Calcule as resistências e impedâncias série do primário e do secundário e a
indutância de magnetização (com referência ao lado de baixa tensão) em ohms e henrys.

Problema 2.34, página 118 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 3.06) ZP = ZS = [ 0,0095 + j 0,063] pu

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 72/167

Qual é o valor dos componentes?

Na prática, trabalha-se com grandezas normalizadas de forma a ser possível a sua aplicação em
qualquer sistema e em qualquer parte do mundo. Assim, e sendo a nossa potencia base de 125 MVA :

No primário, tem-se: No secundário, tem-se

VBase P
= 15 kV VBase S = 175 kV
PBase 125 MVA PBase 125 MVA
I Base P
= = = 8, 33 kA I Base S = = = 714 A
VBase 15 kV VBase 175 kV
VBase 15 kV VBase 175 kV
Z Base P
= = = 1,8 Ω Z Base S = = = 245 Ω
I Base 8, 33 kA I Base 714 A

RP = [ RP ] pu.  Z Base P  = [ 0, 0095] pu .[1, 8 Ω] RP = 0, 0171 Ω



Só a resistiva

X = X  pu.  Z Base  = [ j 0, 063] pu .[1,8 Ω ]


 P
X = j 0,1134 Ω
L _ Fuga_P  L _ Fuga_P   L _ Fuga_P
Só a imaginária

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X L _ Fuga_P
X L _ Fuga_P [ j 0,1134 Ω ]
LFuga_P = = = LFuga_P = 3,563 mH
ω 2π . f 2π .50

RS = [ RS ] pu.  Z Base S  = [ 0, 0095] pu .[ 245 Ω] RS = 2, 3275 Ω



Só a resistiva

X = X  pu.  Z Base  = [ j 0, 063] pu .[ 245 Ω ]


 S
X = j15, 435 Ω
L _ Fuga_S  L _ Fuga_S   L _ Fuga_S
Só a imaginária

X LDispersão , S
X LDispersão , S [ j15, 435 Ω ]
LFuga_S = = = LFuga_S = 484,9 mH
ω 2π . f 2π .50

X m = [ X m ] pu.  Z Base S  = j148 pu .[1,8 Ω ] X m = j 266, 4 Ω

Lmagnétização =
Xm Xm [ j 266, 4 Ω]
= = Lmagnétização = 8 369 mH
ω 2π . f 2π .50

Assim:

Na normalização, as impedâncias de um lado para o outro é só somar ou para um lado ou para o


outro. Assim REquivalente + REquivalente e X Equivalente + X Equivalente , tornando os cálculos
P S L _ Fuga_P L _ Fuga_S

muito mais simples. No Matlab® existe essa possibilidade de se utilizar o " pu " .

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Exercícios propostos - Teórico-prática 04

Exercício 4.01 – O rotor representado na Figura 12 tem duas bobinas. O material do rotor, que não é
magnético, está sob a influência de campo magnético de amplitude B0 . As bobines têm raio R e
estão espaçadas de forma uniforme em torno da superfície do rotor. Na primeira bobine está a
circular uma corrente I1 e na segunda bobine uma corrente I 2 .

Assumindo que o rotor tem um comprimento de 0,30 m, raio R = 0,13 m e B0 = 0,85 T , calcule o
binário (ou torque) na direcção de θ em função da posição α do rotor para

a) I1 = 0 A e I 2 = 5 A ?
b) I1 = 5 A e I 2 = 0 A ?
c) I1 = 8 A e I 2 = 8 A ?

Figura 12 - Rotor com duas bobines.

Exemplo 3.1, página 121 do livro A. E. Fitzgerald


Problema 3.1, página 161 do livro A. E. Fitzgerald

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Resolução 4.01 Geral) O rotor não é ferromagnético.

Figura 13 - Rotor com duas bobinas e um comprimento de 0,3 m.

Pretende-se saber o torque do rotor em função da sua posição. Ora,

F = q. ( E + v x B )

E =0 ⇒ Fq = q. ( v x B )

E =0 ⇒ T = F .R
Figura 14 - Direcções das forças envolvidas.
A carga , q , circula nos condutores do rotor

Figura 15 - Direcções das forças envolvidas.

O valor médio de electrões que passam numa superfície é a corrente.


A força de cada electrão é Fq = q.( v x B ) , em que v é a sua velocidade no fio eléctrico. Ou seja, esta
é a definição que caracteriza a energia que circula num determinado VOLUME:

Fvolume = ρ. ( v x B )

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Em que ρ .v = J é a densidade de electrões, logo Fvolume = J x B , e I = Area x J . A Area é da


secção do fio utilizado no enrolamento. E como é no condutor todo (é por isso que as máquinas
eléctricas tem diferentes tamanhos, pois permitem volumes diferentes):

Fvolume = l.I x B A força é tangencial, e é

Figura 17 - Vector tangencial.


Figura 16 - Direcções das forças envolvidas.

Quando α = 0 , a F = 0 . E com α = 90º , a F = máxima .

Para I1 ⇒ Fvolume I1
= −2.l. ( I1 ) x  B0 sin (α ) 

Em que o coeficiente −2 fornece as seguintes indicações:


- o sinal, indica o sentido:
- o “vezes dois”, é devido ao fio passar duas vezes no enrolamento do rotor.

Figura 18 - Direcções das forças envolvidas.

E quando sin (α ) = 1 ⇒ F = máxima .

Para I 2 ⇒ Fvolume I2
= −2.l. ( I 2 ) x  B0 cos (α )  . Cuidado, pois aqui é cos (α ) .

E quando cos (α ) = 1 ⇒ F = máxima .

Assim, F = Fvolume I1
+ Fvolume I2
= −2.l.  B0 x  I1. sin (α ) + I 2 . cos (α )   , e como T = F .R , fica que

T = F .R ⇔ ( )
T = −2.l.  B0 x  I1. sin (α ) + I 2 . cos (α )   .R

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( )
T = −2. ( 0,3 m ) . ( 0, 85 T ) x  I1. sin (α ) + I 2 . cos (α )   . ( 0,13 m )

T = −0, 0663 x  I1 . sin (α ) + I 2 . cos (α ) 

P: O que se pode concluir acerca de T ?


R: Para se ter um aumento no valor da força é necessário ter:
- uma maquina grande (comprida);
- um raio grande;
- um elevado valor para a corrente.
Ou a combinações de vários destas variáveis, pois são directamente proporcional.

Agora tendo a definição geral para este sistema, já consigo responder as alíneas do exercício.

Resolução 4.01a) para I1 = 0 A e I 2 = 5 A , tem-se que:

T = − 0, 0663 x ( 0 ) + ( 5 A ) . cos (α )  = − 0, 3315 x cos (α ) [ N .m ]

Resolução 4.01b) para I1 = 5 A e I 2 = 0 A , tem-se que:

T = − 0, 0663 x  ( 5 A ) . sin (α ) + ( 0 )  = − 0, 3315 x sin (α ) [ N .m ]

Resolução 4.01c) para I1 = 8 A e I 2 = 8 A , tem-se que

T = − 0, 0663 x ( 8 A ) . sin (α ) + ( 8 A ) .cos (α )  = − 0, 53 x  sin (α ) + cos (α )  [ N .m ]

Exercício 4.02 – Uma bobina tem um coeficiente de auto-indução dada pela seguinte relação

2.L0
L ( x) =
x
1+
x0

Onde L0 = 30 mH , x0 = 0,87 mm , e x é o deslocamento do elemento móvel da bobine. A


resistência do enrolamento é igual a 110 mΩ .
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a) Considere que o deslocamento x do elemento móvel é constante e igual a 0, 90 mm e a corrente


da bobine varia de 0 a 6, 0 A . Calcule a energia magnética que é armazenada na bobine.
b) Considere que a corrente é constante e igual a 6,0 A e o elemento móvel é deslocado para a
posição 1,80 mm. Calcule a variação da energia magnética armazenada na bobine.

Problema 3.4, página 162 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 4.02a) Slide 9 – Capitulo 1 P2. O núcleo de ferromagnético é como se fosse uma bobina,
e tem por isso a capacidade de armazenar energia magnética/eléctrica.

∂Wcampo
Wcampo é a energia/potência electromecânica armazenada, é a variação dessa energia ao
∂t
∂λ
longo do tempo. " e " é a f.e.m e é e = .
∂t

f campo é a força de campo da peça móvel que também tem energia armazenada e que tem o seu
êmbolo

∂x
valor a variar com a sua deslocação ao longo do tempo, .
∂t

∂Wcampo ( i; x )  ∂λ  ∂x
=  .i  − f campo
∂t  ∂t  êmbolo ∂t

∂Wcampo ( i; x ) ∂x
= [ e.i ] − f campo
∂t êmbolo ∂t

Sendo ∂Wcampo = [ ∂λ.i ] − fcampo ∂x , em que [ ∂λ.i ] é a variação do fluxo de ligação vezes a
êmbolo

corrente. E o fluxo de ligação, λ , é λ = N .ϕ = N . ( Bgap . Acore ) , logo também é λ = L ( x ) .i [Wb] .

2
1  L ( x ) .i 
2 2
λ 1 λ2 1 L ( x ) .i
A energia armazenada, Wcampo , é Wcampo = ∫ i ( λ , x ) ∂λ = .
' '
= . = .
0 2 L ( x) 2 L ( x) 2 L ( x)

1
Wcampo ( λ , x ) = Wcampo ( i, x ) = .L ( x ) .i 2
2

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2.L0
Estando no enunciado a definição L ( x ) = , e com x = 0,90 mm , fica então que:
x
1+
x0
2. ( 30.10−3 H )
L ( 0,90 mm ) = = 29, 45.10 −3 = 29, 45 mH
0, 90.10−3 m
1+
0, 87.10 −3 m

1 1 1 2
E com uma corrente de 6 A , fica que Wcampo = .L ( x ) .i 2 = .L ( 0,90 mm ) .i 2 = .  29, 45.10−3  . ( 6 )
2 2 2

Wcampo ( i, x ) = 0,5301 J
L( 0,90 mm )

2. ( 30.10 −3 H )
Resolução 4.02b) Com x = 1,80 mm , fica então que L (1,80 mm ) =
1,80.10 −3 m
1+
0,87.10 −3 m

L (1, 80 mm) = 19,55.10−3 = 19,55 mH

E com uma corrente de 6 A , fica que

1 1
Wcampo ( i, x ) = .L ( x ) .i 2 = .L (1,80 mm ) .i 2
2 2

1 2
Wcampo ( i, x ) = . 19,55.10−3  . ( 6 )
2

Wcampo ( i, x ) = 0,3519 J
L(1,80 mm )

A variação da energia magnética armazenada na bobine

∆Wcampo ( i , x ) = Wcampo ( i , x ) − Wcampo ( i, x )


L (1,80 mm ) L ( 0,90 mm )

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∆Wcampo ( i, x ) = [ 0,3519 − 0,5301]

∆Wcampo ( i , x ) = −0,1791 J

O coeficiente de auto-indução é maior se a relutância for baixa. O ideal é x = 0 .

Exercício 4.03 – Um actuador com uma peça móvel ligada a um eixo está representado na Figura 19.

Figura 19 - Actuador com peça móvel rotativa, (a) vista de lado. (b) vista de frente.

Assuma que a permeabilidade magnética do núcleo e a da peça móvel é infinita ( µr → ∞ ). O


comprimento total do entreferro é 2.gap e área efectiva do entreferro em função da passagem da peça
móvel é dada pela expressão

  4.θ  2 
Agap = A0 . 1 −   
  π  

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desde que o deslocamento da peça móvel seja θ ≤ π . A dimensão do entreferro é gap = 0,8 mm ,
6
2
A0 = 6 mm e N = 650 voltas .

a) Assumindo que na bobine tem uma corrente i, escreva uma expressão da energia magnética
armazenada no actuador em função do ângulo θ da peça móvel para θ ≤ π .
6

b) Calcule o coeficiente de auto-indução L (θ ) . Utilize o MATLAB para representar este coeficiente


de auto-indução em função de θ .

Problema 3.7, página 162 do livro A. E. Fitzgerald

1
Resolução 4.03a) Wcampo ( i,θ ) → f ( 0) . Wcampo ( i, θ ) = .L (θ ) .i 2 , mas não se tem o valor de L (θ ) ,
2
2 2
N N
mas sei que L (θ ) = .µ 0 . Acore = , e como µr → ∞ , fica que µ = µ0 . Assim
g ap R gap

l 2.g ap
R gap = =
µ0 . Agap    4.θ  2  
µ0 .  A0 . 1 −   
   π   

2
   4.θ  2  
N µ0 .  A0 . 1 −   
N2    π   
L (θ ) = =
  2.g ap
 
 2.g ap 
 
 µ .  A . 1 −  4.θ    
2

 0  0   π    
     

    4.θ  2   
2
 N µ0 .  A0 . 1 −    
1 2 1     π     2

Logo, Wcampo ( i, θ ) = .L (θ ) .i = .   .i
L (θ ) 2 2  2.g ap 
 
 

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    4.θ  2   
2 −7 H  −3 2
 650  4π .10  . ( 6.10 ) . 1 −    
1   m     π     2
Wcampo ( i, θ ) = .  .i
L (θ ) 2  2. ( 0,8.10−3 ) 
 
 

2
A área é A0 =  6.10 −3 x 6.10 −3  = ( 6.10 −3 ) .

= 165,915. ( 6.10 −3 ) . 1 − 1, 621.θ 2   .i 2 = 995, 492.10 −6. 1 − 1, 621.θ 2  .i 2


2
Wcampo ( i, θ )
L (θ )  

Para aumentar Wcampo , teria que ter mais enrolamentos, ou ter uma área maior, ou ter um g ap menor.

Poderia ter feito de outra forma:

µ0 .N .i
Sabendo que Bgap = , fica que
2.gap
  µ .N .i  2 
 0  
 Bgap 
2
  2.g ap  
Wcampo ( i,θ ) =  x Air-gap volume =   x 2.g ap . Agap
L (θ )
 2.µ0   2. g ap . Agap

 2.µ 0 
 
 

µ0 2 .N 2 .i 2
Wcampo ( i, θ ) L θ = x 2 . g ap . Agap
( )
4.g ap 2 . 2 . µ 0

N 2 .µ0    4.θ    2
2
N 2 .µ 0 .i 2
Wcampo ( i, θ ) x Agap = x  A0 . 1 −   .i
   π   
=
L (θ ) 4.g ap . 4.g ap    

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2.Wcampo ( i,θ ) N 2 .µ0    4.θ   


2
L(θ )
Resolução 4.03b) L (θ ) = x  A0 . 1 −  
   π   
=
i2 2.g ap   

Quanto maior o valor de g ap menor será o valor de auto-indução.

Código em Matlab®:

clear;
clc;

N = 650;
mui_0=4*pi*10^(-7);
A_0 = 6*10^(-6); % Área no vazio
gap=0.8*10^(-3);

% Ciclo que permite a criação da Tabela de dados do gráfico. Os dados são os diferentes valores do
coeficiente de auto-indução conforme o ângulo.

for n=1:1001 % É o valor máximo da minha amostragem

% O valor do ângulo oscilam entre –π/6 e + π/6, do enunciado θ ≤ π ( 6 ):


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Theta(n)=-(PI/6)+((n-1)/1000)*(2*pi/6);

% Coeficiente de auto-indução:
L(n)=(N^2*A_0*mui_0*(1-(4*Theta(n)/PI)^2))/(2*gap);

end

plot(Theta, L);
xlabel('Ângulo (Teta)');
ylabel('Coeficiente de auto-indução (H)');

Para armazenar energia, é necessário um coeficiente de auto-indução maior, mas evitando chegar a
saturação da densidade de fluxo.

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Exercícios propostos - Teórico-prática 05

Exercício 5.01 – O relé da Figura 12 é constituído por um material magnético com permeabilidade
infinita. Considere que a altura da peça móvel é muito maior que o comprimento do entreferro
( h >> g ) . Calcule a energia magnética armazenada Wcampo em função da posição da peça móvel
( 0 < x < d ) para N = 1 000 voltas, g = 2, 0 mm , d = 0,15 m , l = 0,10 m e i = 10 A .

Figura 20 – Relé com peça móvel.

Exemplo 3.2, página 127 do livro A. E. Fitzgerald

1 N2 N2
Resolução 5.01) Wcampo ( i,θ ) = ? Sei que Wcampo = .L (θ ) .i 2 , e que L (θ ) = .µ 0 . Acore = .
2 g ap R gap

E como µr → ∞ , fica que µ = µ0 . Assim

( Qt. entreferros ) .g ap 2.g ap


R gap = =
µ0 . Agap µ0 . Agap

É duas vezes g ap pois são dois comprimentos iguais.

2.g ap N2 N2
A área é Agap = ( d − x ) .l . Assim R gap = , logo L (θ ) = =
µ0 . ( d − x ) .l  R gap  2.g ap 
 
 µ0 . ( d − x ) .l  
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N2 N 2  µ 0 . ( d − x ) .l  
L (θ ) = =
R gap 2.g ap

1  N  µ0 . ( d − x ) .l    2
2
1
Substituindo fica que Wcampo ( i,θ ) = .L (θ ) .i = . 
2
 .i
2 2  2.g ap 

 2  
1
−7 H 
(
 (1000 )  4π .10 m  . ([ 0,15 m ] − x ) .[ 0,10 m ]
 
) 
Wcampo ( i, θ ) = .   .[10 A]2
2  2.  2.10 −3 m  
 
 

Wcampo ( i,θ ) = 1570, 796. ( 0,15 − x ) [J ]

Exercício 5.02 – O circuito magnético da Figura 21 tem um estator com uma única bobine e um
rotor com a forma oval. Devido à não uniformidade do rotor, o coeficiente de auto-indução da bobine
do estator varia em função da posição do angular do rotor. Considere que o coeficiente de auto-
indução da bobine do estator em função da posição angular do rotor é dado por

L (θ ) = L0 + L2 cos ( 2.θ )
onde L0 = 10,6 mH e L2 = 2,7 mH .

Calcule o binário motor (ou torque motor) em função de θ para uma corrente de 2 A.

Figura 21 – Circuito magnético de um rotor oval.

Exemplo 3.4, página 133 do livro A. E. Fitzgerald


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Resolução 5.02) O modelo de um rotor oval permite que se possa fazer o estudo de um modelo de
uma máquina mal dimensionada (produzido na fabrica), ou mal montado (eixo descentrado). Ao se
ter o coeficiente a variar, L (θ ) , significa que existe variação do comprimento do entreferro. Assim

1 λ2
Wcampo ( λ ; θ ) = .
2 L (θ )

Em que Wcampo ( λ; θ ) é a energia armazenada e é em função do fluxo de ligação e do ângulo de


deslocamento rotativo.

1
Ou Wcampo ( i; θ ) = .L (θ ) .i 2
2

∂Wcampo ( λ ; θ )
O binário é Tcampo = − , ou seja, é obtido derivando parcialmente a função
∂θ λ
relativamente ao seu posicionamento, ângulo, mantendo o fluxo de ligação.

∂  1 λ2  λ2 ∂  1 
Tcampo ( λ ; θ ) = −  .  = −  
∂θ  2 L (θ )  λ 2 ∂θ  L (θ ) 
λ

Ou
∂ 1 2 I02 ∂
Tcampo ( i; θ ) = −  . L ( ) 0 
θ .I = − ( L (θ ) )
∂θ 2 i 2 ∂θ i

I02 ∂
Como L (θ ) = L0 + L2 cos ( 2.θ ) , fica que Tcampo = −
2 ∂θ
( L0 + L2 cos ( 2.θ ) )
i

I02
Tcampo ( i; θ ) = − .2. ( − L2 sin ( 2.θ ) ) = I 0 2 .L2 . sin ( 2.θ )
2
2
Tcampo ( i; θ ) = [ 2] .  2, 7.10−3  .sin ( 2.θ ) = 10,8.10 −3.sin ( 2.θ )

Tcampo ( i; θ ) = 10,8.sin ( 2.θ ) mNm

Se colocar a máquina a funcionar, as forças vão variar entre −10,8 , 0 e 10,8 .

Para se ter uma máquina eficiente, este valor, de binário/torque ( T ), deveria de ser zero, ou perto
desse valor. Cuidado que este torque não é o torque da máquina, é o torque associado a concepção
da máquina, e obriga a criação de um padrão de qualidade.

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Exercício 5.03 – O relé da Figura 12 é constituído por um material magnético com permeabilidade
infinita. Considere que a altura da peça móvel é muito maior que o comprimento do entreferro
( h >> g ) . Considere que a posição, x , da peça móvel pertence ao intervalo ( 0 < x < d ) para
N = 1 000 voltas, g = 2, 0 mm , d = 0,15 m , l = 0,10 m e i = 10 A .

Calcule a força na peça móvel em função da posição x quando é aplicada uma corrente à bobine
dada por I 0 = 10 A .

x
i ( x ) = I0   A
d

Exemplo 3.5, página 136 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 5.03) Qual é a força de atracção a que a peça fica sujeita?

∂ Wcampo  '
f campo = 
êmbolo ∂x
i

Ou seja, deriva-se em função do deslocamento e fixa-se a corrente.

Wcampo  ' = iλ − Wcampo

Wcampo  ' é a co-energia. Esta variável apenas serve para os cálculos, pois não tem significado
físico.

1
Sendo λ = N .ϕ = N . ( Bgap . Acore ) = L ( x ) .i [W b ] , e Wcampo = .L ( x ) .i 2 , fica que
2

1  1
Wcampo  ' = i  L ( x ) .i  −  .L ( x ) .i 2  = .L ( x ) .i 2
2  2

1 
∂ Wcampo  ' ∂  .L ( x ) .i 2 
 2  i2 ∂ ( L ( x ))
Logo f campo = = = . . E como
êmbolo ∂x ∂x 2 ∂x
i i
i

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 89/167

N 2  µ0 . ( d − x ) .l  
L ( x) =
2.g ap

Pondo em evidencia ( d − x ) , pois tudo o resto é constante na derivação em ordem ao deslocamento:

N 2 [ µ 0 .d .l ]  x
L ( x) = 1 − 
2.g ap  d 

 x   x 
∂  1 −   ∂− 
∂ ( L ( x ))  d  ∂ (1)  d  1
Fica que =  = +  = 0 − . Substituindo fica:
∂x  ∂x  ∂x ∂x d
Só coloco as variaveis de derivação, pois o resto é constante

 N 2 [ µ0 .d .l ]  x 
∂  1−  
i2 ∂ ( L ( x)) i 2  2.g ap  d  
2
i 2 N [ µ0 .l ]
f campo = . = .  =− .
êmbolo 2 ∂x 2 ∂x 2 2.g ap
i =10 A i =10 A

i =10 A

2  −7 H   2

N 2
[ µ0 .l ].i 2 (1000 )  4π .10 m  .[ 0,10 m ] .[10 A]
f campo =− =−   
êmbolo 4.g ap
i =10 A
4.  2.10 m 
−3

i =10 A

f campo = −1570, 796 N


êmbolo

x
Agora vai-se calcular sem fixar a corrente, mas sim utilizando a função i ( x ) = I 0   A .
d

O valor da corrente depende do posicionamento da peça móvel. Como já calculei a derivada parcial
em função dessa posição, quando fixei a corrente, aqui vou utilizar a mesma definição:

2
N 2 [ µ0 .l ]   x   N 2 [ µ0 .l ] .I 0 2 x 2
f campo =− . I0   = − . 2
êmbolo 4.g ap   d   4.g ap d

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 90/167

2  −7 H   2
(1000 )  4π .10 m  .[ 0,10 m] .[10 A] x2
f campo =−    . 2
êmbolo
4.  2.10−3 m  [ 0,15 m]

f campo = −69 813,17.x 2 [ N ]


êmbolo

Sabendo que a energia armazenada, Wcampo , é a que permite calcular a f.e.m. induzida.

Se fcampo variar, o eixo do motor está mal centrado, pois a relutância não muda com a variação
êmbolo
de x .

Exercício 5.04 – O circuito magnético da Figura 22 foi construído com um material que tem uma
permeabilidade magnética muito elevada ( µ → ∞ ) . O rotor está a rodar na vertical.
a) Deduza a equação do binário motor (ou torque motor) que atua no rotor em função da sua
dimensão e do campo magnético aplicado no entreferro.
b) Considerando que a densidade máxima de fluxo no entreferro está limitada a 1, 65 T , para não
saturar o material ferromagnético, calcule o valor máximo do binário para r1 = 2,5 cm , h = 1,8 cm e
g = g ap = 3, 0 mm .

Figura 22 - Circuito magnético com um rotor a rodar na vertical.

Exemplo 3.6, página 139 do livro A. E. Fitzgerald

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 91/167

Resolução 5.04a) T é o binário/torque da máquina.

A tendência natural da peça central é alinhar-se com o fluxo, logo aplicando-se uma corrente, está,
indirectamente, irá gerar um binário.

∂ Wcampo ( i; θ )  '
Tcampo = −  , significa: a derivada parcial, e considerando-se a corrente constante, em
∂θ
i

que Wcampo  ' é a co-energia. Esta variável apenas serve para os cálculos, pois não tem significado
físico.

Wcampo ( i; θ )  ' = iλ − Wcampo ( i; θ ) ⇔ iλ = Wcampo ( i; θ )  '+ Wcampo ( i; θ )

Em que a proporção iλ é constante. O que não se tem em energia, tem-se em co-energia. Permite
facilitar os cálculos. A co-energia é uma ferramenta matemática.

µ .H 2
Wcampo ( i; θ )  ' = ∫ dV
V
2

Há dois entreferros em série, cada um de comprimento g ap , e portanto a intensidade de campo do


entreferro, H gap , é igual à

Fcampo N .i
H gap = =
l 2.g ap

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 92/167

Em que Fcampo é a força magnético motriz.

Agora o volume, é 2.g ap .h.θ , em que h é a largura, e é o θ arco do


ângulo sujeito ao fluxo (representado na figura), também designado
por ângulo de penetração.

Assim, fica que, como a permeabilidade do aço é supostamente infinita, e que Baço deva de
permanecer finita. Então H aço = Baço µ é zero e a densidade de co-energia

µ .H 2
Wcampo ( i; θ )  ' = ∫ dV
V
2

 µ .H aço 2 Baço 2 
do aço é zero  = = 0  . Assim, a co-energia do sistema é igual à dos entreferros, nos
 2 2.µ 
 
µ0 .H gap 2
quais a densidade de co-energia é Wcampo ( i; θ )  ' = .V
2

O volume dos dois entreferros sobrepostos é V = 2. g ap .h. ( r1 + 0, 5. g ap ) .θ

Consequentemente, a co-energia é igual ao produto da densidade de co-energia do entreferro e do


volume do entreferro. Ou seja:

2
 µ .H 2  µ0 . ( N .i ) .h. ( r1 + 0,5.g ap ) .θ
Wcampo ( i; θ )  ' =  0 gap  .  2.g ap .h. ( r1 + 0,5.g ap ) .θ  =
2   4.g ap
 

 H0 
e assim, e sabendo que Wcampo ( i; θ )  ' = ∫  ∫ Bcore dH  dV , fica que

V  H core

2
∂Wcampo ( i; θ ) µ0 . ( N .i ) .h. ( r1 + 0, 5.g ap )
Tcampo ( i; θ ) = − =
∂θ i
4.g ap

∂Wcampo ( i; θ )
Em que significa: a derivada da co-energia em função do ângulo θ , fixando a
∂θ i
corrente.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 93/167

O sinal do conjugado é positivo e atua, portanto, no sentido de aumentar o ângulo de sobreposição θ


e assim alinhar o rotor com as faces polares do estator.

Como se pode ver pela definição, a única variável que se pode variar para controlar o torque é a
corrente, mas é preciso ter cuidado em não ultrapassar a saturação, pois a densidade máxima de
fluxo no entreferro está limitada a 1, 65 T .

Resolução 5.04b) Qual é então o torque máximo, de modo a respeitar a limitação de fluxo?

Bgap .2.g ap Bgap 1, 65 T A


N .i = H gap .2.g ap = e H gap = = = 1,31.106
µ0 µ0 H m
4π .10−7
m

 A
Assim, N .i = 2.g ap .H gap = 2. 3.10 −3 m  . 1, 31.106 N .i = 7860 A.e
 m 

Para Bgap = 1, 65 T , fica que

µ 0 .h. ( r1 + 0,5.g ap ) 2
Tcampo ( i; θ ) = . ( N .i )
4.g ap

 −7 H  2
 4π .10
m
(
 . ([ 7860 A.e ]) . 1,8.10 m  .  2,5.10 m  + 0,5. 3.10 m 
−2 −2 −3
)
Tcampo ( i; θ ) =  
4. 3.10−3 m 

Tcampo ( i; θ ) = 3, 09 N .m

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 94/167

Exercícios propostos - Teórico-prática 06

Exercício 6.01 – O rotor de um gerador síncrono com seis pólos, Figura 12, está a rodar à velocidade
mecânica de 1200 rpm .
a) Calcule a velocidade mecânica em rad/s.
b) Qual é a frequência da tensão gerada em Hz e rad/s?
c) Que frequência mecânica deve ter o gerador em rpm para a tensão ter uma frequência de 50 Hz .

Problema 4.1, página 232 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.01a)

Para converter nsincrono , que mede o número de rotações


para minuto à que a máquina roda, é preciso dividir por
60 (segundos):

nsincrono
[ 60 s ]

Figura 23 – Rotor com 6 pólos.

nsincrono
ωmecanica é a velocidade angular mecânica de rotação, e sei que ωmecanica = , em que para se
[ 60 s ]
obter o resultado em unidade de radianos é necessário multiplicar pelo coeficiente 2π .

1200 rpm
ωmecanica = .2π ω mecanica = 40.π rad / s
[ 60 s ]

Resolução 6.01b) Qual é a frequência da grandeza eléctrica, fe ?

nsincrono Qt. Polos


fe = .
[ 60 s ] 2

E é necessário dividir por 2, pois os pólos são sempre aos pares.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 95/167

1200 rpm 6
Assim, f e = . ⇔ f e = 60 Hz
[60 s ] 2

Logo a velocidade angular eléctrica, ωelectrica , é ωelectrica = fe .2π ⇔ ωelectrica = 120π rad / s

Resolução 6.01c) Qual deve ser o valor de nsincrono para se ter uma fe = 50 Hz ?

2 2
nsincrono = . fe n =1200 rpm
.50 Hz = .[ 60 Hz ] .50 Hz
Qt. Polos 6

nsincrono = 1 000 rpm

Como nos é dado a observar, a fe dependem do número de pólos, e devido a isso também ωelectrica
depende do número de pólos porque depende de fe .

Exercício 6.02 – A tensão gerada numa fase, sem carga, de um gerador trifásico síncrono tem a
forma

v ( t ) = V . cos (ωt )

Escreva as expressões das tensões nas restantes fases do gerador.

Problema 4.2, página 232 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.02) va ( t ) = Vo .cos (ωt )


 2π 
vb ( t ) = Vo . cos  ωt − 
 3 
 2π 
vc ( t ) = Vo . cos  ωt + 
 3 


Os é devido ao desfasamento dos enrolamentos no rotor (120º).
3

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 96/167

Exercício 6.03 – Um motor trifásico é utilizado numa bomba de água. Observa-se que a velocidade
de motor diminui de 898 rpm , quando a bomba está sem carga, para 830 rpm , quando a bomba está
em carga.
a) O motor é síncrono ou de indução?
b) Estime a frequência da tensão aplicada à armadura em Hz.
c) Quantos pólos têm o motor?

Problema 4.3, página 232 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.03a) nassincrono = 898 rpm sem carga.


nassincrono = 830 rpm com carga.

Uma das características de uma máquina síncrona, é que mantém SEMPRE a mesma rotação, pois
está referenciado a rede eléctrica. Aliás, é essa a razão dos geradores serem máquinas síncronas,
pois independentemente da carga a que as máquinas estão sujeita, mantém sempre a mesma rotação
de forma a poder entregar a potência a rede eléctrica.
Se porventura ocorrer uma anomalia que impossibilita o acompanhamento da velocidade angular
com a referência da rede eléctrica, o sistema deve ter um sistema de protecção que impossibilite que
a potência produzida seja entregue a rede, pois a frequência irá oscilar. É essa a razão também da
necessidade de acoplar uma máquina de arranque de forma a fazer rodar a máquina até esta poder
ser usada como geradora.
Ao contrário, um motor (com uma potencia elevada) NUNCA poderá ser síncrono, pois poderia
partir ou danificar ao tentar colocar um veio a rotação de referência. Os motores são assíncronos
ou de corrente contínua.

Resolução 6.03b) Com o valor de rotação, em roda livre, de n = 898 rpm , e sendo uma máquina
assíncrona, a velocidade é de 900 rpm. Logo a frequência da grandeza eléctrica, fe , é:

fe =
nassincrono Qt. Polos
. ⇔ Qt. Polos = 2. f e .
[60 s ]
[ 60 s ] 2 nassincrono

Resolução 6.03c) Existem duas situações possíveis, fe = 60 Hz ou fe = 50 Hz . Assim fica que

Qt. Polos = 2.[50] .


[ 60 s ] ∨ Qt. Polos = 2.[ 60].
[ 60 s ]
900 rpm 900 rpm

Qt. Polos = 6, 7 ∨ Qt. Polos = 8

Só pode ser a solução que apresenta que a quantidade de polos é igual a 8, e que implica que
fe = 60 Hz . O dado do valor da rotação da máquina com a carga só teve utilidade para a alínea a).
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 97/167

Exercício 6.04 – Uma máquina AC trifásica está ligado em estrela, Y, num sistema de tensões
equilibradas até que uma das fases fica em circuito aberto. Considerando que o neutro da máquina
não está acessível, isto significa que a amplitude da corrente dos dois enrolamentos é igual, mas com
sinal contrário. Nesta condição, calcule a amplitude das duas forças magneto-motrizes resultantes, a
onda a circular no sentido positivo e a onda a circular no sentido negativo.

Problema 4.5, página 233 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.04) Pretende-se saber a Fcampo (força magnetomotriz) quando uma fase é desligada.

Qual é então o valor de Fcampo + e de Fcampo − , sabendo que Fcampo = Fcampo + + Fcampo − ?

O circuito equivalente é

A força magnetomotriz, Fcampo , a rodar a frequência da rede, e seguindo o estator, é definida por:

3  N .I 
Fstator = .  . cos (θ a _ e − ωe .t )
2  Qt. Polos 

3
Fstator = .Fmax .cos (θ a _ e − ωe .t )
2

Em que Fmax é amplitude máxima (de pico) da força


magneto-motriz de pico, com os enrolamentos distribuídos.

E se uma das fases for interrompida, o que acontece a força magneto-motriz?

Como uma interrupção será feita numa das fases, a desfasagem de 120º, que é necessária para manter
a máquina a funcionar para a qual foi projetada, deixa de existir. Assim assumindo que a fase em
falta é a “c”, fica que

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 98/167

ia ( t ) = I o .cos (ωt )
ib ( t ) = I o . cos ( ωt − 180º ) = − I o . cos (ωt )
ic ( t ) = 0

Logo ib ( t ) = −ia ( t ) , e o motor passa a ter uma alimentação bifásica e em que a contribuição de cada
fase irá originar a força magnetomotriz do sistema: F (θ a _ e ; t ) = F Fase _ a + F Fase _ b .

Mas são duas forças simétricas! E, fisicamente, pode danificar o motor.

4 N  4 N 
E matematicamente é F (θ a _ e ; t ) =  . rotor .ia ( t ) . cos (θ a _ e + φ )  +  . rotor .ib ( t ) . cos (θ a _ e + φ ) 
π 2
   π 2

F Fase _ a F Fase _ b

E tendo o devido cuidado com

A fase, φ , da FFase _ a , é que é a nossa referencia, sendo por isso zero;


o sinal da corrente ib ( t ) , e o seu modulo é o mesmo, sendo por isso:

4 N rotor .I 4 N .I
Fcampo (θ a _ e ; t ) = . . cos (θ a _ e ) − . rotor . cos (θ a _ e + 120º )
π 2 π 2

1 1
Recorrendo à uma entidade da função trigonométrica cos ( a ) . cos ( b ) = cos ( a + b ) + cos ( a − b )
2 2

Fica que

   
4 Nrotor .I 1    
F = .
π 2 2      
( )
 
( )
. .  cos (ωe .t + θa _ e ) + cos (ωe .t − θa _ e )  −  cos ωe .t + θa _ e −120º  + cos ωe .t − θa _ e −120º  
 
   
 cos( a +b ) cos( a−b) cos ( a +b ) cos ( a −b )

Cuidado com o sinal central, a vermelho, pois vai afectar o 3º e 4º termo!

 
 [1]

 [ 2]

 [3]

 [ 4] 
4 N rotor .I 1 
F = . . . cos (ωe .t + θ a _ e ) + cos (ωe .t − θ a _ e ) − cos (ωe .t + θ a _ e − 120º ) − cos (ωe .t − θ a _ e + 120º ) 
π 2 2  
 

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 99/167

Agora, cuidado com os agrupamentos:

[1] [3] [ 2] [ 4]

 
 
 

4 Nrotor .I 1 4 n 1
F = . . . cos (ωe .t + θa _ e ) − cos (ωe .t + θa _ e −120º ) + . .I . . cos (ωe .t −θa _ e ) − cos (ωe .t −θa _ e +120º )
π 2 2 π 2 2

O termo
 
 [1]

 [3 ] 
4 N rotor .I 1 
. . . cos (ωe .t + θ a _ e ) − cos (ωe .t + θ a _ e − 120º ) 
π 2 2  
 

gera uma força magneto-motriz no eixo positivo, fazendo o rotor girar para a esquerda, e o termo

 
[ 2]

 [ 4] 
4 N rotor .I 1 
. . . cos (ωe .t − θ a _ e ) − cos (ωe .t − θ a _ e + 120º ) 
π 2 2  
 

gera uma força magnetomotriz no eixo negativo, fazendo o rotor girar para a direita.

4 N rotor .I 1
Como a amplitude, . . , é igual nos dois termos, faz com Fcampo (θ a _ e ; t ) = 0 !
π 2 2

Ou seja, se houver um problema numa das fases, o motor para, como já tinha deduzido no inicio, mas
agora foi provado matematicamente. E é preciso ter cuidado, pois numa situação destas, o sistema
começa a fornecer muita corrente ao rotor, levando-o a sua destruição/avaria.

Fcampo (θ a _ e ; t )
Pois com o motor parado, e sabendo que Fcampo (θ a _ e ; t ) = R core .φ ⇔ φ= .
R core

dφ dφ
Como sei que e = N . , ou seja, a variação do fluxo, , é elevado, logo o e eleva-se muito, e é
dt dt
acompanhado pelo valor da corrente.


O ideal é ter o rotor a rodar, por exemplo a 49Hz, fazendo com que e = N . tenha uma variação
dt
apenas durante um segundo (50-49Hz), fazendo que e baixe o seu valor.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 100/167

Exercício 6.05 – Qual é o efeito da rotação da força magneto-motriz e do fluxo de um enrolamento


trifásico, com origem num sistema equilibrado de correntes se duas fases estão trocadas?

Problema 4.6, página 233 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.05) ωelectrica = ωe

ia ( t ) = I máx .cos ( ωet ) ib ( t ) = I máx . cos (ωet − 120º ) ic ( t ) = I máx . cos (ωet + 120º )

FFase _ a = FFase _ a + + FFase _ a − (ou seja, é a soma da componente positiva e negativa). Assim

1 1
FFase _ a + = .Fmax . cos (θ a _ e − ωe .t ) ∧ FFase _ a − = .Fmax . cos (θ a _ e + ωe .t )
2 2

Em que Fmax é amplitude máxima (de pico) da força magneto-motriz de pico, com os enrolamentos
distribuídos. Ver página 203 do livro.

E para o FFase _ b = FFase _ b + + FFase _ b − , é:

FFase _ b = Fmax .cos (θ a _ e − 120º ) . cos (ωe .t + 120º )


 
cos ( a ) cos( b )

 
1  
FFase _ b
2  
(   
) (
= Fmax . .  cos θ a _ e − 120º  + [ωe .t + 120º ] + cos θ a _ e − 120º  − [ωe .t + 120º ] 
 
)
 cos( a + b ) cos( a −b ) 

 

F _b
F Fase _ b +  Fase


 
 
1   
FFase _ b = Fmax . .  cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos  θ a _ e + ωe .t + 120º
  
2 
  [1] 

 
 

[1] → − 120º −120º = +120º

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 101/167

E por ultimo, FFase _ c = FFase _ c + + FFase _ c − , assim:

FFase _ c = Fmax .cos (θ a _ e + 120º ) . cos (ωe .t − 120º )


 
cos( a ) cos( b )

 
1  
FFase _ c
2  
( 
)
 
(
= Fmax . .  cos θ a _ e + 120º  + [ωe .t − 120º ] + cos θ a _ e + 120º  − [ωe .t − 120º ] 
 
)
 cos( a + b ) cos( a −b ) 

  
+
FFase _ c FFase _ c −

 

1  
FFase _ c = Fmax . .  cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos (θ a _ e + ωe .t − 120º ) 
2  
 

A força magnetomotriz total é a soma das contribuições de cada uma das três fases:

F (θ a _ e ; t ) = F Fase _ a + F Fase _ b + F Fase _ c


1 3
F +
(θ ; t ) = Fmax . . cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos (θ a _ e − ωe .t )  = .Fmax . cos (θ a _ e − ωe .t )
a_e
2 2
1
F − (θ a _ e ; t ) = Fmax . . cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos (θ a _ e + ωe .t + 120º ) + cos (θ a _ e + ωe .t − 120º ) = 0
2

3 3
Assim F (θ a _ e ; t ) = .Fmax . cos (θ a _ e − ωe .t ) + 0 = .Fmax .cos (θ a _ e − ωe .t )
2 2

3
Com fase trocada é F (θ a _ e ; t ) = .Fmax .cos (θ a _ e + ωe .t )
2

4 kW .N fase
Sendo Fmax = . .I , em que:
π Qt. Polos

kW é um parâmetro de distribuição. É a contribuição de cada enrolamento e basicamente é


um factor de correcção, devido a forma como é construído na prática o enrolamento, e que
nos permite obter a forma de onda fundamental.

N fase é a quantidade de espiras por fase.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 102/167

Num sistema trifásico, o ângulo de desfasamento dos elementos físicos é o mesmo que o ângulo de
desfasamento da corrente. Gere uma onda sinusoidal, cos (ωe .t ) , a variar no tempo, e o valor
máximo é obtido na passagem de cada pólo. É pelo facto de cos (ωe .t ) variar que cos (θ a _ e ) também
varia. É esta a grande vantagem em relação aos motores monofásicos. Estes, os monofásicos,
necessitam de um truque na construção, que é a de colocar os pólos desfasados de 90º (e não de
180º como seria de supor), e coloca-se em série um condensador de modo a compensar o atraso de
90º da corrente. Não confundir com o condensador em paralelo, que este é para absorver os picos
de corrente no arranque.

Exercício 6.06 – Numa máquina com duas fases, os dois enrolamentos estão desfasados de 90º no
espaço e as correntes dos dois enrolamentos estão desfasadas de 90º no tempo. Calcule a expressão
da força magneto-motriz resultante para esta máquina com duas fases.

Problema 4.7, página 233 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.06) Numa máquina de duas fases, recorre-se a uma bobina de modo a criar uma
desfasagem na corrente igual a desfasagem da estrutura física.

4  N rotor 
FFase _ a = . .i . cos (θ a _ e ) ∧ ia ( t ) = I máx . cos (ωe .t )
π  2  a
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 103/167

4  N rotor 
FFase _ b = .  .ib . cos (θ a _ e − 90º ) ∧ ib ( t ) = I máx . cos (ωe .t − 90º )
π  2 

Como
 4  N rotor    4  N rotor  
F (θ a _ e ; t ) = F Fase _ a + F Fase _ b =  .   .ia .cos (θ a _ e )  +  .   .ib . cos (θ a _ e − 90º ) 
π  2   π  2  

4 N   4 N  
F =  .  rotor  . ( I máx . cos (ωe .t ) ) . cos (θ a _ e )  +  .  rotor  . ( I máx . cos (ωe .t − 90º ) ) . cos (θ a _ e − 90 º ) 
π  2   π  2  

4  N rotor .I máx 
F (θ a _ e ; t ) = .
π  2 
(
 . cos (θ a _ e ) . cos (ωe .t )  +  cos (θ a _ e − 90º ) . cos (ωe .t − 90º )  )

1 1
E recorrendo da entidade da função trigonométrica cos ( a ) . cos ( b ) = cos ( a − b ) + cos ( a + b )
2 2

Fica que

 1  
4  N rotor .I máx  
( )
  2  cos (θ a _ e − ωe .t )  +  cos (θ a _ e + ωe .t )   + ...


F (θ a _ e ; t ) = . 
π   .
2  1 
 2
(
 ... +   cos (θ a _ e − 90º −ωe .t + 90º )  +  cos (θ a _ e − 90º +ωe .t − 90º )  )  

F (θ a _ e ; t ) = .  . .
  (
4  N rotor .I máx  1  cos (θ a _ e − ωe .t )  + cos (θ a _ e + ωe .t )  + ...
   ) 


π  2  2  ... + cos (θ a _ e − ωe .t )  + cos (θ a _ e + ωe .t − 180º ) 
( ) 

     

E sei que cos (α − 180º ) = − cos (α ) , então:

4  N rotor .I máx  1
F (θ a _ e ; t ) = .
π  2 
(
 . 2 . cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos (θ a _ e + ωe .t ) + cos (θ a _ e − ωe .t ) − cos (θ a _ e + ωe .t ) )
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 104/167

4  N rotor .I máx  1
F (θ a _ e ; t ) = .
π  2  2
(
 . . cos (θ a _ e − ωe .t ) + cos (θ a _ e − ωe .t ) )

4  N rotor .I máx 
F (θ a _ e ; t ) = .  . cos (θ a _ e − ωe .t )
π  2 

Nrotor é número de enrolamento (voltas) que forma a bobina no rotor, e não número de pólos!

A máquina não depende do número de pólos.


4  N .I 
Basta ser monofásica. Fmax = .  rotor máx  .
π  2 

A corrente que se aplica ao estator tem que ter o mesmo


desfasamento que a desfasagem da estrutura física do estator
(deslocamento espacial entre os dois enrolamentos).

Ou então poderia ter resolvido o exercício da seguinte forma:

ia ( t ) = I máxima .cos (ωet ) ib ( t ) = I máxima .cos (ωet + π )

E para o FFase _ a = FFase _ a + + FFase _ a − , é:

FFase _ a = Fmax . cos (θ a _ e ) . cos (ωe .t )


 
 
cos ( a ) cos( b )

   F
 `2
+
F
 `2


1  1 
FFase _ b
2  
( )
 
( 
)
= Fmax . . cos θa _ e  + [ωe .t ] + cos θa _ e  − [ωe .t ]  = Fmax . . cos (θa _ e − ωe .t ) + cos (θa _ e + ωe .t ) 
2 
 cos( a +b) cos( a −b)   

E FFase _ b = FFase _ b + + FFase _ b − , assim

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 105/167

  
+
F Fase _ b F _b−

 Fase

1  
F Fase _ b = Fmax . sin (θ a _ e ) . sin (ωe .t ) = Fmax . .  cos (θ a _ e − ωe .t ) − cos (θ a _ e + ωe .t ) 
     2  
sin ( b )
sin ( a )
 

A força magnetomotriz total é a soma das contribuições de cada uma das duas fases:

Fcampo (θ a _ e ; t ) = F Fase _ a + F Fase _ b

Assim Fcampo (θ a _ e ; t ) = Fmax . cos (θ a _ e − ωe .t )

Exercício 6.07 – Uma máquina síncrona de seis pólos, que é alimentada por uma tensão a 60 Hz ,
tem um enrolamento no rotor com 138 voltas e o factor de enrolamento é krotor = 0,935 . O
comprimento do rotor é 1, 97 m , o raio do rotor é 58 cm e o comprimento do entreferro é 3,15 cm .

a) Qual é velocidade máxima de rotação em rpm?


b) Determine a amplitude da corrente no enrolamento do rotor para que o valor de pico da
componente fundamental da densidade de fluxo seja 1, 23 T .
c) Calcule o fluxo por pólo.
d) Considerando que o estator tem um enrolamento com 11 voltas ligadas em série por cada par de
pólo calcule o valor eficaz da tensão gerada por fase.
e) Supondo que cada enrolamento tem 45 voltas ligadas em série por fase e o factor de enrolamento é
kW = 0,928 calcule o valor eficaz da tensão gerada por fase.
f) Considere que a máquina síncrona irá ser utilizada para gerar uma tensão de 13 kV entre linhas,
para uma rede de 50 Hz . Assumindo que o factor de enrolamento é kW = 0,928 calcule o número de
voltas ligadas em série por fase para obter a tensão pretendida à frequência de 50 Hz .

Problema 4.9, página 233 do livro A. E. Fitzgerald

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 106/167

Nota - Descrição básica da máquina síncrona trifásica (aqui de dois polos):

RPM


Resolução 6.07a) Não confundir “velocidade máxima de rotação”, nsincrono , com a velocidade angular
n
mecânica, ωmecanica = sincrono .2π . A frequência da tensão é fe = 60 Hz .
60 s

Velocidade de rotação em RPM também por ser dito por segundos, frequência mecânica - fm .

nassincrono Qt. Polos


E como f e = . , sendo que 60 s é a quantidade de segundos num minuto, fica que:
[ 60 s ] 2

2 2
nsíncrono = f e . .[ 60 s ] = [ 60 Hz ] . .[ 60 s ] nsíncrono = 1200 rpm
Qt. Polos 6

2 2
Velocidade de rotação em segundos é: f m = f e . = [ 60 Hz ]. f m = 20 Hz
Qt. Polos 6

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 107/167

Resolução 6.07b) A quantidade de enrolamento tem a ver com o número de pólos., como se tem 6
pólos fica identificado pela sequência, que se repete após esgotar num ângulo de 120º:

a -c b -a c -b
A1 C2 B1 A2 C1 B2

Notar que se tivesse mais pólos, continuaria a ter a mesma desfasagem (de 120º), pois como a
máquina é alimentada com 3 fases diferentes, é a fase da alimentação que define a desfasagem.
A corrente do rotor é a mesma coisa que a corrente do efeito de campo, pois trata-se de uma
máquina síncrona.
I rotor = I f

4 N .i
(
Sendo Fag _1 )
Pico
= .
π 2
a amplitude máxima da harmónica fundamental da f.m.m. com recurso a
enrolamentos distribuídos,
4 N .i
Fag _1 = . . cos (θ a )
π 2

A equação da componente fundamental para o enrolamento distribuído com vários pólos, sendo
constituído por várias espiras por fase, N fase , é

 4  k .N    Qt Polos 
Fag _1 =   W fase  .I a  . cos  .θ a 
 π  Qt Po lo s    2 

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 108/167

Sendo kW a contribuição de cada componente, ou seja, é um factor de correcção de forma a permitir


que se tenha a forma de onda fundamental.

A f.m.m. do enrolamento do rotor pode ser definida em função do número de voltas em série,
Nrotor , da corrente no enrolamento, I rotor , com factor de enrolamento krotor :

 4  k .N    Qt Polos 
Fag _1 = Frotor (θ a _ e ; t ) =   rotor rotor  .I rotor  . cos  .θ rotor 
    π  Qt Polos    2 
f .m.m. rotor

4  krotor .N rotor 
Sendo a amplitude máxima da f.m.m do rotor de Frotor θa _ e ; t = Fag _1 ( ) ( ) Pico
=
π  Qt Polos  .I rotor .

Frotor (θ a _ e ; t )
Assim, manipulando a definição da f.m.m do rotor, fica que ( I rotor ) Pico =
4  krotor .N rotor 
π  Qt Polos 

Fag _1  Qt Polos 
Como sei que Bag _1 = µ .H ag _1 = µ0 .H ag _1 , e H ag _1 = . cos  .θ rotor  fica que
g ap  2 

4  krotor .N rotor 
(H ) ag _1 Pico =
π .g ap  Qt Polos  .I rotor

Cuidado aqui, pois “apetece” colocar 2 vezes g ap , mas a dedução da definição já teve essa situação
em consideração, sendo por isso só uma vez.

Assim I rotor =
π
.
(B )
ag _1 Pico .g ap  Qt Polos  π [1, 23 T ] . 3,15.10−2 m  
.
6 
= . H
.  
4 µ0  krotor .N rotor  4 4π .10 −7  [ 0,935] .[138] 
m

I rotor = 1126 A( DC )

É um valor puramente académico, pois trata-se de um valor muito elevado.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 109/167

Resolução 6.07c) Φ 0 = BPico . A [Wb]


Sendo a área, A , o produto do perímetro, 2π .r ,
vezes o comprimento, l , e é preciso ter em
atenção de como é por pólo, a área reduz-se para
metade:

2π .R
Perímetro =
Qt Polos
2

 Qt Polos 
Assim Φ Pólo = ( Bag _1 ) . A. cos  .θ rotor 
Pico
 2 

 
 2π .R   4π . ( 0,58 ) 
Φ Pólo = ( Bag _1 ) .  .l  = [1, 23] .  . (1,97 )  Φ Pólo = 2, 94 Wb
Pico Qt Polos  6 
 
 2 

Confirmar, pois existe uma definição que me diz que :

2.[ 2.raio ] .l
Φ Polo = . ( Ba _ gap ) = 0,937 Wb .
Qt. Polos Pico

Não “leva” o pi.

Nota: é a diferença de espessura da parte saliente do polo


(aqui representado à verde) que origina a forma sinusoidal.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 110/167

Resolução 6.07d)
A partir da figura é possível observar os 3 grupos
(devido as três fases). Pois no enunciado é dito “6
pólos”.

No regime permanente, ou estacionário, o seu valor


máximo de tensão induzida é de:

Emáx = ωelectrica .kW .N fase .Φ Pólo = [ 2π f m ] .kW .N fase .Φ Pólo

Em que fmecanica é a frequência mecânica eléctrica do


rotor, medida em Hz, e é igual a frequência da
tensão eléctrica gerada. E sei que f mecanica = fm .
3 grupos de enrolamentos

fm foi calculado na alínea a).

Um aspecto construtivo que é necessário considerar é que para ter um aumento da Emáx , e sendo
Qt Polos
ωelectrica = ωmecanica _ electrica = ωme = felectrica .2π = .ωmecanica , implica que é necessário ou mais
2
pólos, ou maior velocidade angular da máquina.

Emáx Vmáx 2.  2 π f m  .kW .N fase ( da série ) .Φ Pólo


E o valor eficaz da tensão induzida é Vrms = = =
2 2 2. 2

Nota: Vrms é sempre a tensão simples (por fase), mas o enrolamento, N fase ( da série ) , é em série!
Para aumentar N fase ( da série ) , basta aumentar o comprimento do motor, l , o seu raio, r , o número de
voltas no rotor, Nrotor , ou reduzir o afastamento entre o estator e o rotor, designado por entreferro,
g ap .

Como cada fase tem 11 voltas, o que perfaz 33 voltas pelas 3 fases, N fase ( da série ) = 33 voltas .

A contribuição de cada componente distribuído origina a necessidade de recorrer a um factor de


correcção de forma a permitir que se tenha a forma de onda fundamental, e o seu valor é de kW = 1 .
Cuidado, pois no enunciado é dito que kW = 0,928 mas é para a alínea d)!

Assim o valor eficaz da tensão gerada por fase é. Vrms = 2.π . f m .kW .N fase ( da série ) .Φ Pólo

Vrms = 2.π .[ 20 Hz ] .[1] .[33] .[ 2,94 Wb ] Vrms = 8 503,7 V

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 111/167

Resolução 6.07e) Devido a se ter passado de 11 voltas para 45, não é possível colocar todos os
enrolamentos na posição ideal, logo torna-se necessário o recurso a enrolamentos distribuídos,
implicando que seja necessário utilizar um factor de correcção, que neste exercício é kW = 0,928 . É
uma técnica que me permite ter dimensões mais compactas de máquinas eléctricas, por colocar as 45
voltas todas na mesma linha, iria-me obrigar a ter uma ranhura demasiada grande, o que implicaria
um estator demasiado volumoso.

E com o aumento de número de voltas, é previsível prever o que irá acontecer a tensão, logo é

Vrms = 2.π . f m .kW .N fase ( da série ) .Φ Pólo = 2.π .[ 20 Hz ] .[ 0,928] .[ 3 x 45] .[ 2,94 Wb]

Vrms = 32 728,3 V

Não é pedido, mas a tensão composta é:

VComposta = 3.Vrms VComposta = 56 687,14 V

Resolução 6.07f) “…gerar uma tensão de 13 kV entre linhas …”, esta tensão é a tensão composta.
Assim, tendo por base que VComposta = 13 kV , a frequência eléctrica fe = 50 Hz e kW = 0,928 , fica que

Vrms =
VComposta
=
[13000] Vrms = 7 505,55 V
 3 3
Tensão simples

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 112/167

ωelectrica .kW .N fase( da série ) .Φ Pólo [ 2π f m ].kW .N fase( da série) .Φ Pólo 2


Com sei que Vrms = = .
2 2 2

Vrms
Vrms = 2.π . f m .kW .N fase ( da série ) .Φ Pólo ⇔ N fase ( da série ) =
2.π . f m .kW .Φ Pólo

2 2 50
Como sei que f m = f e . = [50 Hz ] . fm = Hz
Qt. Polos 6 3

Vrms 7 505,55
N fase ( da série ) = = = 37,15 voltas
2.π . f m .kW .Φ Pólo  50 
2.π .  Hz  .[ 0,928] .[ 2, 94 Wb]
3 

E N fase ( da série ) é a quantidade total de voltas, mas sei que tenho 3 grupos de enrolamentos por fase,
logo para obter “… o número de voltas ligadas em série por fase …“, N fase , é necessário dividir
N fase ( da série ) por 3:

N fase ( da série ) 37,15 voltas


N por fase = = N por fase = 12,38 voltas
3 3

Nota - não é pedido, mas se a fe = 60 Hz , então fm = 20 Hz , logo

VComposta = 2.π .[ 20 Hz ] .[ 0,928] .[37,15] .[ 2,94 Wb] VComposta = 15, 6 kV

Assim com um aumento de frequência, a tensão acompanha a subida.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 113/167

Exercício 6.08 – A Figura 24 mostra um rotor de dois pólos a rodar dentro do estator que tem um
enrolamento de 110 voltas. O rotor produz uma distribuição sinusoidal espacial de fluxo na
superfície do estator. Quando a corrente do rotor é 15 A o valor máximo da densidade de fluxo é
0,85 T . Assuma que o circuito magnético é linear.

O diâmetro interior do estator é 11 cm e o comprimento axial é 0,17 m. O motor está a rodar à


velocidade de 50 rotações/s.
Tomando o instante de tempo igual a zero quando o eixo do rotor está na vertical, deduza uma
expressão da tensão instantânea gerada com o estator em circuito aberto. O rotor é alimentando por
uma corrente de 15 A.

Figura 24 - Gerador básico.

Problema 4.13, página 234 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 6.08a) É uma máquina síncrona. É preciso ter cuidado, pois não se pode aplicar mais
corrente, de modo a evitar a saturação do material.


e = N.
dt

dΦ dλ
Sendo λ = N .Φ , fica que e = N . = , e Φ = Bag _1. A , em que A é a área dos dois pólos.
dt dt

Fag _1 é a amplitude da harmónica fundamental da f.m.m. com recurso a enrolamentos distribuídos,


sendo que a definição da componente fundamental para o enrolamento distribuído com vários pólos
(constituído por várias espiras por fase, N fase ) é:

4  kW .N fase   Qt Polos 
Fag _ 1 =   .I a . cos  .θ rotor 
π  Qt Polos   2 

( Fag _ 1 )Pico é amplitude máxima da
harmónica fundamental f.m.m.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 114/167

kW é um factor de correcção, por se estar a utilizar enrolamentos distribuídos, de forma a permitir


que se tenha a forma de onda fundamental.

O fluxo é definido por Bag _1 = µ.H ag _1. cos (θ rotor ) = µ0 .H ag _1. cos (θ rotor ) , com variação sinusoidal.

Fag _1  Qt Polos 
A intensidade de campo é definido por H ag _1 = . cos  .θ rotor  e o seu valor máximo é
g ap  2 
4  krotor .N rotor 
(H )ag _1 Pico = .I
π .g ap  Qt Polos  rotor
.

 4  krotor .N rotor  
Substituindo fica que Bag _1 = µ 0 .H ag _1. cos (θ rotor ) = µ 0 .    .I rotor  . cos (θ rotor ) e que
 π .g ap  Qt Polos  

 4  krotor .N rotor  
Φ = Bag _1. A =  µ 0 .  . I
 rotor . cos (θ )
rotor  . A
 π .g ap  Qt Polos  

Como o Perímetro = 2π .R , a área é

A = Perímetro.Comprimento = ( 2π .R ) .l .

Pressupõem-se que a cabeça do rotor é quase da


dimensão do perímetro:

Φ = Bag _1. A

µ0 .4  krotor .N rotor 
Φ=  .I rotor . cos (θ rotor ) . ( 2π .R ) .l 
π .g ap  Qt Polos 

 µ .4.krotor .N rotor .I rotor .2π .R.l 


Assim λ = N .Φ = N .  0 . cos (θ rotor ) 
 π .g ap .Qt Polos 

Em que θrotor é o produto da frequência pelo tempo, logo θ rotor = ω e .t = [ 2π f e ] .t =  2π ( 50 Hz )  .t

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 115/167

dΦ d  µ .4.krotor .N rotor .I rotor .2π .R.l 


Ficando e ( t ) = N .
dt
= N.  0
dt  π .g ap .Qt Polos
(
. cos  2π ( 50 Hz )  .t )


A derivada do cosseno é o seno negativo:

N .µ0 .4.krotor .N rotor .I rotor .2π .R.l


e (t ) = − . sin (100π .t )
π .g ap .Qt Polos

Esta definição é geral, mas falta-me o valor do entreferro.

Poderia ter resolvido o exercício de outra forma:

BPico = 850.10−3

2 2  0,11 
Φ0 = .2 BPico .l.R = .2 850.10 −3  .[ 0,17 m ] .  m  = 15,9.10 −3
Qt. Polos 2  2 

Φ0 = 15,9 mWb

Porque a componente fundamental da densidade de fluxo é obtido no instante t=0, e porque a


tensão é igual a derivada da função no tempo da ligação de fluxo, podemos escrever

v ( t ) = ± (V ) Pico .sin (ωt )

onde o sinal da tensão depende das polaridades definidas para o fluxo e a bobina do estator, com
fe = 50 Hz e

ωelectrica = fe .2π = 100π rad / s .

Fica que

ωelectrica .N Estator .Φ 0 (100π ) . (110 ) . (15,9 mWb )


(V ) Pico = =
2 2

(V ) Pico = 388,53 V

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 116/167

Resolução 6.08b) Neste caso o fluxo por polo, Φ p , é definido por

Φ p ( t ) = Φ 0 .cos 2 (ωt )

Como já calculei Φ0 na alínea a), o fluxo de ligação da bobina do estator é

1
λ ( t ) = ± N Estator .Φ p ( t ) = ± N Estator . Φ 0 . cos 2 (ωt )  = ± N Estator . Φ 0 . (1 + cos ( 2.ωt ) ) 
2

e a tensão gerada é v ( t ) = ∓ω.Φ 0 .sin ( 2.ωt ) .

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 117/167

Exercícios propostos - Teórico-prática 07

Exercício 7.01 – Os enrolamentos de uma máquina trifásica de dois pólos é alimentado por correntes
trifásicas equilibradas a 50 Hz dadas pelas seguintes equações:

ia ( t ) = I máx .cos ( ωet ) ib ( t ) = I máx . cos (ωet −120º ) ic ( t ) = I máx . cos (ωet + 120º )

Apesar da distribuição espacial do enrolamento ser a que minimiza as harmónicas, ficam algumas
componentes harmónicas espaciais na terceira e quinta componente.

Assim a força magnetomotriz resultante nas fases é:

Fcampo a = ia ( A1. cos (θ a ) + A3 . cos ( 3.θ a ) + A5 . cos ( 5.θ a ) )


Fcampo b = ib  A1. cos (1.[θ a − 120º ]) + A3 . cos ( 3.[θ a − 120º ]) + A5 . cos ( 5.[θ a − 120º ]) 
Fcampo c = ic  A1. cos (1.[θ a + 120º ]) + A3 . cos ( 3.[θ a + 120º ]) + A5 . cos ( 5.[θ a + 120º ]) 

Calcule a força magnetomotriz total das três fases. Qual é a velocidade angular e a direcção
rotacional de cada componente da força magnetomotriz?

Problema 4.14, página 235 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 7.01a) ωelectrica = ωe . Pequena explicação: Fcampo além da componente fundamental (1ª
a
harmónica), e que na prática é tido em conta em 99,99% das situações como sendo a única forma de
onda existentes pela simplificação que nos permite nos cálculos (e como em engenharia o que se
pretende é uma aproximação a realidade), também existem as outras componentes na formação da
forma de onda. Assim neste exercício é também considerado 3ª e 5ª harmónica.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 118/167

Figura 25 - Motor síncrono de dois pólos salientes.

Figura 26 - Forma de onda conforme a localização.

Figura 27 - Forma de onda da f.m.m.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 119/167

Figura 28 - Diracs que compões a f.m.m.

São as transições bruscas de corrente, conforme se pode constatar na Figura 27 que originam os
diracs.

Figura 29 - Resultado da forma de onda com influência a 1ª e 5ª harmónica.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 120/167

Quantas mais componentes eu considerar, mais me aproximo da forma de onda rectangular.

Socorrendo-me de uma entidade da função trigonométrica que é

1 1
cos ( a ) . cos ( b ) = cos ( a + b ) + cos ( a − b )
2 2

Sei que a fase “a” é Fcampo =  I máx . cos (ωet )  ( A1. cos (θ a ) + A3 . cos ( 3.θ a ) + A5 . cos ( 5.θ a ) ) .
a

  
 [01]

 [02]

 1
Fcampo a = I máx .  A . cos (θ a − ωet ) + A1. cos (θ a + ωe t ) + ... 

 2  1  
   

 
 ... + A . cos ( 3θ − ω t ) + A . cos ( 3θ + ω t ) + A . cos ( 5θ − ω t ) + A .cos ( 5θ + ω t ) 
 3
  a e
 3
  a e
 5
  a e
 5
  a e
 
 [ 03 ] [ 04 ] [ 05 ] [ 06 ] 

Agora para a fase “b”, e não esquecer que 3 x 120º = 360º = 0º :

Fcampo b =  I máx . cos (ωet − 120º )  A1. cos (1.[θ a − 120º ]) + A3 . cos ( 3.[θ a − 120º ]) + A5 . cos ( 5.[θ a − 120º ])

1 
Fcampo b = I máx . 
2
(( A . cos ((θ
1 a ) )
− 120º ) − (ωet − 120º ) ) + A1. cos ( (θ a − 120º ) + (ωet − 120º ) ) + ... 

 ... + A3 . cos ( 3 (θ a − 120º ) − (ωet − 120º ) ) + A3 . cos ( 3 (θ a − 120º ) + (ωet − 120º ) ) + ... 
( )
 
 ... + A . cos ( 5 (θ − 120º ) − (ω t − 120º ) ) + A . cos ( 5 (θ − 120º ) + (ω t − 120º ) )
( ) 
 5 a e 5 a e 

I máx 
Fcampo b =
2 
(( A1. cos (θa −120º −ωet + 120º ) + A1. cos (θa −120º +ωet −120º ) ) + ...  )
 ... + ( A3 . cos ( 3θ a − ωet + 120º ) + A3 . cos ( 3θ a + ωet − 120º ) ) + ... 
 
 ... + ( A5 . cos ( 5θ a + 120º −ωet + 120º ) + A5 . cos ( 5θ a − 120º +ωet + 120º ) ) 
 

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 121/167

 [ 07 ] [08] [09] 
I máx  
  
 


Fcampo b = A1. cos (θ a − ωet ) + A1. cos (θ a + ωet + 120º ) + A3 . cos ( 3θ a − ωet + 120º ) + ...
2  
 
 
 ... + A . cos ( 3θ + ω t − 120º ) + A . cos ( 5θ − ω t − 120º ) + A . cos ( 5θ + ω t ) 
 3
 a e
  5
a e
  5
 a e
 
 [10 ] [1 1] [12 ] 

Para a fase “c”:

Fcampo c =  I máx . cos (ωet + 120º )   A1. cos (1.[θ a + 120º ]) + A3 . cos ( 3.[θ a + 120º ]) + A5 . cos ( 5.[θ a + 120º ]) 

I máx 
Fcampo c =
2 
((
. A1. cos ( (θa + 120º ) − (ωet + 120º ) ) + A1. cos ( (θa + 120º ) + (ωet + 120º ) ) + ...  ) ) 
 ... + ( A3 . cos ( 3 (θ a + 120º ) − ( ωe t + 120º ) ) + A3 . cos ( 3 (θ a + 120º ) + (ωet + 120º ) ) ) + ... 
 
 ... + ( A . cos ( 5 (θ + 120º ) − (ω t + 120º ) ) + A . cos ( 5 (θ + 120º ) + (ω t + 120º ) ) ) 
 5 a e 5 a e 

I máx 
Fcampo c =
2 
(
. ( A1. cos (θa + 120º −ωet + 120º ) + A1. cos (θ a + 120º +ωet + 120º ) ) + ... 
 )
 ... + ( A3 . cos ( 3θ a − ωet − 120º ) + A3 . cos ( 3θ a + ωet + 120º ) ) + ... 
 
 ... + ( A5 . cos ( 5θ a − 120º −ωet − 120º ) + A5 . cos ( 5θ a − 120º +ωet + 120º ) ) 
 

 [13] [14] [15] 


I máx  
  
 


Fcampo c = . A1. cos (θ a − ωet ) + A1. cos (θ a + ωet − 120º ) + A3 . cos ( 3θ a − ωet − 120º ) + ...
2  
 
 
 ... + A . cos ( 3θ + ω t + 120º ) + A . cos ( 5θ − ω t + 120º ) + A . cos ( 5θ + ω t ) 
 3
 a e
  5
a e
  5
 a e
 
 [16 ] [1 7 ] [18 ] 

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 122/167

Como Fcampo = Fcampo + Fcampo + Fcampo , e se olhar para os índices dos resultados parciais, verifica-
a b c

se que se pode simplificar agrupando os termos semelhantes:

3I máx
[ 01] , [ 07] e [13] = . A1. cos (θ a − ωet )
2

[02] , [08] e [14] = 0

[03] , [09] e [15] = 0

[ 04] , [10] e [16] = 0

[06] , [11] e [17] = 0


3I máx
[ 06] , [12] e [18] = . A5 .cos ( 5θ a + ωet )
2

3I máx
Assim Fcampo = .  A1. cos (θ a − ωet ) + A5 . cos ( 5θ a + ωet ) 
2 

Figura 30 - Forças presentes no motor.

3I máx
E . A5 . cos ( 5θ a + ωe t ) vai ser uma fonte de perturbação ao sistema:
2

Conforme se pode verificar na Figura 31, apesar da componente fundamental ter maior amplitude, a
5ª harmónica é fonte de perturbação. Para ser mais representativo, exagerei na amplitude da 5ª
harmónica, pois na realidade não é tão acentuado.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 123/167

Figura 31 - Forma de ondas presentes.

Exercício 7.02 – A placa informativa de um gerador DC indica que a tensão produzida à saída é 24
VDC quando o gerador está a rodar a 1200 rpm. Por que factor deve mudar o número de voltas da
armadura para que com o mesmo fluxo de campo por pólo o gerador DC produza à saída 18 V DC a
uma velocidade de 1400 rpm?

Problema 4.15, página 235 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 7.02) Não sei a quantidade de pólos, nem o valor do fluxo.

RP

M
 Qt Polos  nsincrono Qt Polos.nsincrono .N fase .Φ p
E armadura =  . . N fase .Φ p .2π =
 π  60 s 30

Tenho que escolher uma variável que não altera o seu parâmetro com a tensão, fluxo ou velocidade,
pois é uma característica da sua construção: Qt Polos . Os outros parâmetros podem ser anulados,
pois também são fixos, que são o fluxo por pólo, Φ p e a constante 30.

E armadura = [Qt Polos ] .nsincrono .N fase

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 124/167

 1   1 
Assim com V = 24 V , tenho então que [Qt Polos ] = E armadura −1 .   = 24 V .  
 N1.nsincrono-1   N1. (1200 ) 

 1   1 
E para a outra situação é [Qt Polos ] = E armadura − 2 .   = 18 V .   , fica que
N .n
 2 sincrono- 2  N
 2 . (140 0 ) 

 1   1  N 2 18 V 1200
24 V .   = 18 V .   ⇔ = .
 N1. (1200 )   N 2 . (1400 )  N1 24 V 1400

N2
= 0, 643 se N1 = 1 ⇒ N 2 = 0, 643 se N 2 = 1 ⇒ N1 = 1,556
N1

Exercício 7.03 – A armadura de um gerador DC de dois pólos tem 320 voltas em série. Quando o
gerador está a funcionar a 1800 rpm, a tensão gerada em circuito aberto é 240 VDC.
Calcule o fluxo do entreferro por pólo, Φ p .

Problema 4.16, página 235 do livro A. E. Fitzgerald

Qt Polos.nsincrono .N fase .Φ p
Resolução 7.03) Usa-se a mesma definição do exercício 7.02: E armadura = .
30

Fica
30. E armadura
Φp =
Qt Polos.nsincrono .N fase

30.[ 240]
Φp =
( 2 ) .[1800]. ( 320 )

Φ p = 6, 25.10−3

Φ p = 6, 25 mWb
Figura 32 - Motor DC de dois pólos.

Os enrolamentos se forem ligados em série, podemos aumentar a corrente, se for em série, aumenta-
se a tensão.
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 125/167

Exercício 7.04 – No projecto de um motor trifásico de indução, de quatro pólos, 230 V, 60 Hz tem
um estator cujo comprimento do núcleo é de 21 cm e o diâmetro interior de 9,52 cm. O enrolamento
do estator tem um factor de enrolamento de kW = 0,925 . A armadura está ligada em estrela, Y, e por
isso a tensão aplicada a cada fase é 230 3.

a) O projectista tem de escolher o número de voltas no enrolamento da armadura para que a


densidade de fluxo da máquina seja suficientemente elevado, mas sem saturar o material
ferromagnético. Calcule o número de voltas por fase para que o valor máximo da densidade
de fluxo no entreferro seja de 1, 25 T .

b) Para um comprimento do entreferro de 0,3 mm, calcule o coeficiente de auto-indução dos


enrolamentos das fases da armadura. Despreze a relutância do rotor, as fugas no ferro e a
indutância de fugas na armadura.

Problema 4.17, página 235 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 7.04a) ωmecanica _ electrica = ωelectrica = ωe , ωmecanica = ωm , e f mecanica _ electrica = f electrica = fe .

Earmadura = ωm .kW .N fase .Φ p .sin (ωe .t )

2
Sei que Φ p = .2.Ba _ gap .l.R , logo:
Qt Polos

2
Φp = .2. Ba _ gap .l.R
Máx Qt Polos Máx

2  9,52 −2 
Φp = .2.[1, 25] . ( 21.10−2 ) .  .10 
Máx 4  2 
Figura 33 - Motor DC trifásico de 4 pólos.
Φp = 12, 5 mWb
Máx

Earmadura
Para se ter Earmadura Máx
, então sin (ωe .t ) = 1 , e a tensão eficaz é assim Earmadura RMS
= Máx

Desenvolvendo fica que

Earmadura RMS
Earmadura RMS
Earmadura Máx Qt Polos
N fase = = =
ωm .kW . Φ p  2  2 4.π . f e .kW . Φ p
Máx
 Qt. Polos .2π . f e  .kW . Φ p Máx
Máx
 
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 126/167

Cuidado, pois no enunciado é-me dito “…a cada fase é 230 3 ”, logo não é a tensão eficaz.

230 3 4 531,162
N fase = . = N fase = 43 voltas
2 4 .π .[ 60] .[ 0, 925] . 12,5.10 
−3
12,33

Resolução 7.04b) Predomina a relutância do entreferro, assim:

2
µ0 4  k .N 
L= .4. .  W fase  .R.l
g ap π  Qt. Polos 
2
( 4π .10 ) .4. 4 .  [0, 925].[ 43] 
−7
 9,52 −2 
.10  . ( 21.10−2 )
L=   .
0,3.10  −3
π  4   2 
2 2
L= . ([ 0,925] .[ 43]) . ( 9,52 ) .21.10−8
0,3

L = 21, 09 mH

Exercício 7.05 – Um gerador trifásico síncrono de 2 pólos a 50 Hz tem um rotor com um raio de
5,71 cm, o comprimento do rotor é 18,0 cm e o comprimento do entreferro é 0, 25 mm .
O enrolamento de campo do rotor tem 264 voltas e o factor de enrolamento é krotor = 0,95 . A
armadura está ligada em estrela, Y, e os enrolamentos têm 25 voltas por fase com um factor de
enrolamento de kW = 0,93 .

a) Calcule o fluxo por pólo e o valor de pico da densidade de fluxo no entreferro quando a armadura
está em circuito aberto com uma tensão de 230 V a 50 Hz .
b) Calcule a corrente de campo nas condições de funcionamento da alínea a).
c) Calcule a valor máximo da indutância mútua entre o enrolamento de campo e uma fase da
armadura.

Problema 4.18, página 235 do livro A. E. Fitzgerald

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 127/167

Resolução 7.05a) ωmecanica _ electrica = ωelectrica = ωe , ωmecanica = ωm , e f mecanica _ electrica = f electrica = fe .

Earmadura = ωm .kW .N fase .Φ p .sin (ωe .t )

Vou considerar sin (ωe .t ) = 1 (ponto máximo):

Earmadura Máx
= ωm .kW .N fase .Φ p

 Earmadura Máx

 Earmadura RMS
= 
 2 

kW .N fase . Φ p
Máx
Earmadura RMS
= ωm . Figura 34 - Motor trifásico de dois pólos salientes.
2

 2  kW .N fase . Φ p Máx 2
Earmadura RMS
= .2π . f e  . . = 2 .π . f e .kW .N fase . Φ p
 Qt. Polos 2 2 Máx

Earmadura 230
Φp = RMS
= Φp = 44, 53 mWb
Máx
2 .π . f e .kW .N fase 2 .π .[ 60 ] .[ 0, 93] .[ 25] Máx

Qt Polos
2 Φp .
Como Φ p = .2. Ba _ gap .l.R , fica que Ba _ gap =
Máx 2
Máx Qt Polos Máx Máx 2.l.R

2
 44,53.10 −3  .  
Ba _ gap = 2 Ba _ gap = 2,166 T
Máx
2. 18.10 −2  . 5, 71.10−2  Máx

A máquina deve ser construída conforme a figura de modo a garantir a geração de uma forma de
onda sinusoidal. Pois sendo os pólos salientes, e que quase a fechar o perímetro, acompanhando o
perímetro do estator, faz com que o fluxo Ba _ gap , varia de forma sinusoidal. Ver exercício 6.07.

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 128/167

Resolução 7.05b) Sei que Fcampo = N .I = Φ.R Total , e quando se fala em densidade de fluxo de pico,
BPico , estamos apenas interessados na componente fundamental.

Figura 35 - Forma de onda fundamental.

Independentemente do modo de como é construído o rotor, recorre-se sempre a forma fundamental


da função, uma vez que torna os cálculos mais simples e genéricos, e muito próximo da realidade.
Na prática em engenharia só se trabalha com aproximações.

µ0 µ 0  4 k rotor .N rotor 
BPico = ( Ba _ gap ) = . ( Fag _ 1 ) = . . .I rotor 
Pico g ap Pico g ap  π Qt Polos 

Sendo neste tipo de construção, maquina AC síncrono, a corrente do rotor, I rotor , é a corrente de
campo, I f . Assim

Ba _ gap Máx
.g ap .π .Qt Polos [ 2,166]. 0, 25.10−3  .π .[ 2]
I rotor = I f = =
µ0 .4.krotor .N rotor  4π .10−7  .4.[ 0, 95] .[ 264]

I rotor = I f = 2, 699 A

É este valor que me garante o valor da densidade de fluxo, por pólo, que irá permitir que surja uma
f.e.m. no terminal. A velocidade mecânica, ωmecanica , permanece constante, e a tensão apenas
depende da corrente de campo, I f , que é a corrente no rotor, I rotor .

Resolução 7.05c) Sei que o coeficiente de auto-indução mútua é anotado com La , e se esse
coeficiente for na armadura é La _ armadura . O coeficiente de auto-indução mútua no rotor é La _ rotor .
E iarmadura é a corrente da armadura.
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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 129/167

λEstator = kEstator .N Estator .Φ p = La _ armadura .I armadura + La _ rotor .I rotor

Nota: λEstator = λW , kEstator = kW , e N Estator = N fase .

E em circuito aberto, tem-se que I armadura = 0 , e sabendo que I rotor = I f (calculado na alínea b), e que
Φp = 44,53 mWb (calculado na alínea a) fica que:
Máx

kW .N fase . Φ p
Máx
[0, 93].[ 25]. 44, 53.10−3 
La _ rotor = La _ f = =
If [ 2, 699]

La _ rotor = La _ f = 383, 6 mH

Na literatura inglesa vê-se La _ rotor = La _ f .


Com este parâmetros todos, já consigo estimar o modelo da minha máquina.

Exercício 7.06 – Escreva um programa em MATLAB para calcular o número total de voltas do
enrolamento de campo e de cada fase da armadura de um motor trifásico síncrono ligado em estrela,
Y, em função dos seguintes parâmetros:

- R - Raio do rotor (metros);


- g ap - comprimento do entreferro (metros);
- fe - frequência eléctrica (Hz);
- k f - factor de enrolamento de campo;
- l – comprimento do rotor (metros);
- pólos – número de pólos;
- BPico – valor de pico da componente fundamental da densidade de fluxo no entreferro;
- kw – factor de enrolamento da armadura;
- VRated – tensão entre linhas do gerador em circuito aberto;
- I f – corrente de campo com a tensão aos terminais da máquina em circuito aberto no valor
final.

Problema 4.19, página 236 do livro A. E. Fitzgerald

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 130/167

Resolução 7.06) Não me é dito nada acerca do parâmetro Nrotor , que influencia o fluxo. Se influencia
o fluxo, também influencia a densidade de fluxo, BPico (parâmetro esse sim dado).

Não me é dito nada acerca do parâmetro N fase , mas sei que este parâmetro influencia a tensão
composta.

Assim, e usando as definições que já sei, para a variável Nrotor , e sendo

4 µ0 krotor .N rotor BPico .π .g ap .Qt Polos


BPico = . . .I , então N rotor =
π g ap Qt Polos rotor 4.µ0 .krotor .I rotor

E para definir a variável N fase , e sabendo que

2
Earmadura = 2.π . f e .kW .N fase . Φ p , e Φp = .2. Ba _ gap .l.R , então:
RMS Máx Máx Qt Polos Máx

 2 
Earmadura RMS
= 2 .π . f e .kW .N fase .  .2. Ba _ gap .l.R 
Qt Polos
 Máx
 
Φp
Máx

Varmadura Composta
Earmadura RMS
= e BPico = Ba _ gap
3 Máx

Varmadura Composta 1 Qt Polos


N fa s e = . .
3 2 .π . f e .kW 2.2.BPico .l.R

Varmadura Composta .Qt Polos


N fase =
96.π . f e .kW .BPico .l.R

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 131/167

Vou utilizar os parâmetros do exercício 7.05. Assim para

- R - Raio do rotor é 5,71 cm, logo 5,71.10−2 ;


- g ap - comprimento do entreferro é 0, 25 mm , logo 0, 25.10−3 ;
- fe - frequência eléctrica é 50 Hz ;
- k f - factor de enrolamento de campo é 0,95 ;
- l – comprimento do rotor é 18,0 cm, logo 18.10−2 ;
- pólos – o número de pólos é 2;
- BPico – valor de pico da componente fundamental da densidade de fluxo no entreferro é
2,166 T ;
- kw – factor de enrolamento da armadura é 0,93 ;
- VRated – tensão entre linhas do gerador em circuito aberto é 230 2 V;
- I f – corrente de campo com a tensão aos terminais da máquina em circuito aberto no valor
final, é 2, 699 A .

Código em Matlab®:
clear;
clc;

Raio = 5.71*10^(-2);
Gap = 0.25*10^(-3);
fe = 50;
kcampo = 0.95;
lrotor = 18*10^(-2);
pólos = 2;
Bpico = 2.166;
Karmadura = 0.93;

% Constantes
mui_0=4*pi*10^(-7);

% Ciclo que permite a criação da Tabela de dados do gráfico. Os dados são os diferentes valores do
coeficiente de auto-indução conforme o ângulo.

for n=1:10001 % É o valor máximo da minha amostragem

Icampo(n)=1+(((n-1)/10000)*1.908481202); % 2.699/sqrt(2);
Vrated(n)=1+(((n-1)/10000)*162.6345597); % 230/sqrt(2);

Nrotor(n) = (Bpico*pi()*Gap*pólos)./(4*mui_0*kcampo*Icampo(n));

Nfase(n) = (Vrated(n)*pólos)./(sqrt(96)*pi()*fe*Karmadura*Bpico*lrotor*Raio);

end

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subplot(2,1,1);
plot(Icampo, Nrotor);
xlabel(' Corrente de campo(A)');
ylabel(' Numero de voltas para garantir a mesma densidade de fluxo (voltas)');

subplot(2,1,2);
plot(Vrated, Nfase);
xlabel(' Tensão de saida (V)');
ylabel(' Numero de voltas para garantir a mesma densidade de fluxo (voltas)');

Figura 36 - Gráfico do código.

Exercício 7.07 – Um gerador síncrono de quatro pólos, a 60 Hz , tem um rotor com o comprimento
de 5, 2 m , diâmetro de 1, 24 m e o comprimento do entreferro é 5,9 cm. O enrolamento do rotor
consiste num conjunto 63 voltas ligadas em série com um factor de enrolamento krotor = 0,91 . O
valor de pico da componente fundamental da densidade de fluxo está limitado a 1,1 T e o
enrolamento do rotor é percorrido por uma corrente de 2700 A .
Calcule o valor máximo do binário motor (N.m) e a potência de saída (MW) que será fornecido por
esta máquina.

Problema 4.20, página 236 do livro A. E. Fitzgerald


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Resolução 7.07a) Com uma maquina destas dimensões, em que só o comprimento chega aos 5,2
metros, é extremamente difícil obter um valor de entreferro muito baixo. Pois como o veio do motor
está apoiado nas chumaceiras colocadas nas extremidades, deixa um vão demasiado longo sem
apoio, e por muito resistente que seja o material utilizado, este acaba por dobrar pelo peso. E é
necessário ter-se isso em consideração no dimensionamento do entreferro. Quanto maior o
comprimento do motor, ou o raio, mais se consegue de densidade de fluxo sem entrar na saturação, o
que permite aumentar a potência.

Nota: quando se fala em potência e se menciona kVA ou kW, esta distinção ter uma razão de ser. O
kVA é a potência que é entregue, e logo é com este valor que se dimensiona a aparelhagem de
protecção. Daí, na cadeira de “Instalações Eléctricas” se mencionar kVA no dimensionamento dos
APC, DDR e disjuntores. Quando se pretende saber o valor real do trabalho, ou que realmente é
utilizado, usa-se kW.

Figura 37 - Representação esquemática do sistema.

π .[ 2.raio].l Qt. Polos


Tcampo = − . .BSR .FR . sin ( δ SR )
2 2

Vou considerar sin (δ SR ) = 1 ⇒ δ SR = 90º (em relação a rede eléctrica):

π .[ 2.raio] .l Qt. Polos


(T )
campo Pico =−
2
.
2
.BSR . ( FR ) Pico

4  krotor .N rotor   Qt Polos 


E sei que FR =   .I rotor . cos  .θ rotor  , em que θrotor é a posição do rotor. Mas
π  Qt Polos   2 
como se pretende o valor de pico (máximo) fica que

4  krotor .N rotor 
( FR )Pico =  .I rotor
π  Qt Polos 

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π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos  4  k .N  


Assim substituindo fica que (Tcampo ) =− . .BSR .   rotor rotor  .I rotor 
Pico 2 2  π  Qt Polos  

π .[ 2.raio ] .l Qt. Polos 4  krotor .N rotor  


(T )
campo Pico =−
2
.
2
.BSR .  
 Qt Polos
 .I rotor 

 π   

(T )
campo Pico = − [ 2.raio ] .l.BSR .krotor .N rotor .I rotor

Posso concluir que o torque binário não é influenciado pelo número de pólos, mas sim pela
velocidade.

(T )
campo Pico = − [1, 24] .[5, 2 ] .[1,1] .[ 0,91] .[ 63] .[ 2700] = 1,1.106

(T )
campo Pico = 1,1 MN .m

Resolução 7.07b) Não sei a potência eléctrica, mas sei a potência mecânica.

RPM


n 2.2π . f e
Pelectrica = ωmecanica .Tcampo = sincrono .2π .Tcampo = .Tcampo
60 s Qt. Polos

2.2π . f e
Pelectrica = .Tcampo = π . f e .Tcampo = π .[ 60] . 1,1.106 
4

Pelectrica = 207 MW

Aqui já é em watt, pois é a potência útil. Para não esquecer, basta decorar que quando é fornecida é
em watt, quando é consumida é em VA.

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Exercício 7.08 – A Figura 38 mostra secção transversal de uma máquina que tem um enrolamento f
no rotor e dois enrolamentos iguais no estator, a e b , com os eixos em quadratura. O coeficiente de
auto-indução de cada enrolamento do estator La _ a e do rotor é L f _ f . O entreferro é uniforme. A
indutância mútua entre o estator e o rotor depende da posição angular do rotor e pode ser definida
por:
M a _ f = M . cos (θ0 ) ; M b _ f = M . sin (θ0 )

onde M é o valor máximo da indutância mútua. A resistência de cada enrolamento do estator é Ra .

a) Deduza uma expressão genérica do binário em função do ângulo θ0 , das indutâncias e das
correntes instantâneas ia , ib e i f . Esta expressão aplica-se quando o motor esta parado?
Quando é que o motor começa a rodar?
b) Supondo que o rotor está parado e são aplicadas as correntes DC ia = I 0 , ib = I 0 e i f = 2.I0
aos enrolamentos nas direcções indicadas na Figura 38. Ao aplicar estas correntes o motor vai
rodar continuamente ou vai tender a ficar parado? Caso ele tenda a ficar parado com que
valor fica o ângulo θ0 ?
c) Aplicando uma corrente DC ao rotor, i f , enquanto no rotor são aplicadas duas correntes
equilibradas,

ia ( t ) = 2.I a .cos (ωet ) e ib ( t ) = 2.I a .sin (ωet )

o rotor fica a rodar a uma velocidade síncrona de forma que a posição angular do rotor é dada
por θ0 = ωet − δ , onde δ é o ângulo que dá a posição do rotor em t = 0. Deduza a expressão
do binário desta máquina elementar síncrona de duas fases.
d) Nas condições da alínea c), deduza uma expressão para a tensão instantânea aos terminais
das fases a e b do estator.

Figura 38 - Máquina monofásica com rotor uniforme.

Problema 4.22, página 236 do livro A. E. Fitzgerald


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Resolução 7.08a) Só tem dois enrolamentos (a e b)! No rotor tem-se as componentes móveis, e no
estator as componentes fixas.

Uma bobina analisada isoladamente não interessa, pois não interfere sobre si mesma, mas analisando
a sua influência sobre uma outra bobina vizinha já é necessário haver consideração na análise do
sistema.

Só as componentes móveis contribuem para o binário.

P: Não deveria de haver interacção entre La _ a (θ 0 ) e


Lb _ b (θ 0 ) ?
R: Teoricamente sim, mas os valores não são
significativos, pois o ângulo formado, sendo ideal, é de
90º, logo é zero.

Se o posicionamento não for 90º, o que é o caso, pois é


extremamente difícil a construção ter uma disposição
ideal, em que a disposição dos enrolamentos tenha uma
desfasagem de 90º, sendo devido a esses defeitos de
concepção responsáveis pelo ruído criado. Aqui o ruído Figura 39 - Identificação dos
é no sentido de imperfeição do sistema. coeficientes de auto-indução.

∂ Wcampo ( i; θ 0 )  '
Deve-se manter constantes as componentes ia , ib e i f . Assim Tcampo = 
∂θ 0
ia ,ia ,i f

1 1  1
Sendo Wcampo ( i; θ0 )  ' =  .La _ a (θ0 ) .ia 2 + .Lb _ b (θ 0 ) .ib 2  + .L f _ f (θ0 ) .i f 2
2
 2
  2
Só tem dois enrolamentos (a e b)

Substituindo fica Wcampo ( i; θ 0 )  ' = ia .i f .M . cos (θ 0 ) + ib .i f .M . sin (θ 0 )

∂ (Ma_ f ) + i .i . ∂ ( M ) = i .i . ∂ ( M . cos (θ ) ) + i .i . ∂ ( M . sin (θ ) )


b_ f 0 0
Assim Tcampo = ia .i f . b f a f b f
∂θ 0 ∂θ 0 ∂θ 0 ∂θ 0

Tcampo = M .i f . ia . ( − sin (θ 0 ) ) + ib .cos (θ 0 )  = M .i f . ib . cos (θ 0 ) − ia . sin (θ 0 ) 

M é o coeficiente de auto-indução mútua, efeito que um enrolamento provoca no enrolamento


vizinho.

A máquina fica parada se as componentes se anularem, sendo a condição primário a de que o


binário seja nulo, Tcampo = 0 . E para isso ocorrer é necessário então que ib . cos (θ 0 ) = ia . sin (θ 0 ) .
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Resoluções 7.08b) As correntes são contínuas. O sistema tende a parar onde o binário for zero.

cos (θ 0 ) = sin (θ0 )

E para isso ocorrer é necessário que o ângulo seja de 45ou -135º.

θ0 sin (θ0 ) cos (θ0 ) Sentido de


rotação

0 0 1 +

2 1 2 1
45 = = 0
2 2 2 2

90 1 0 -

(
Tcampo = 2.M .I 0 2 . cos (θ 0 ) − sin (θ 0 )  = 2. 2 .M .I 0 2 . sin θ 0 − π
4 )

M é o coeficiente de auto-indução mútua, efeito que um enrolamento provoca no enrolamento


vizinho.

Desde que haja perdas em todo o sistema, o rotor vai tentar parar com a posição angular em períodos
∂t
de π , θ 0 = π , em que Tcampo = 0 e < 0.
4 4 ∂θ0

Resolução 7.08c) Tcampo = M .i f .  ib . cos (θ 0 ) − ia . sin (θ 0 )  .

θ0 = ωet − δ

∂ωmecanica ( λ; θ )
J. = −Wcampo .Rmecanica + Telectrica − TResistente
∂θ

Em que Telectrica é o binário eléctrico.


Em regime permanente, ωmecanica é praticamente constante, logo o atrito é Wcampo .Rmecanica = 0 .
Assim Telectrica = TResistente .

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Cuidado, pois na alínea a) “troquei” as posições das correntes por uma questão de simplicidade!

Tcampo = M .I f .   2.I a . sin (ωet )  . cos (θ 0 ) −  2.I a . cos (ωet )  . sin (θ 0 ) 


 

Tcampo = 2.M .I f .I a . sin (ω e t ) . cos (θ 0 ) − cos (ω e t ) . sin (θ 0 ) 

Tcampo = 2.M .I f .I a . sin (ωet − θ0 )



Telectrica

P: A máquina está parada ou a rodar com esta condição? Vai-se ver.

t θ0 sin (ωet − θ0 ) Tcampo



Telectrica

0 0 0 0

0,001 s 0 − K1 [1]

0,002 s 0 − K2 [ 2]

0,005 s ωet + δ sin (ωet − ωet + δ ) [3]

[1] é Tcampo−1 = 2.M .I f .I a .K1


[ 2] é Tcampo−2 = 2.M .I f .I a .K2

E como Tcampo− 2 > Tcampo −1 , faz com que a máquina comece a rodar.

[3] é Telect
r ica = TResistente = − 2.M .I f .I a . sin (ωet − ωet + δ ) = − 2.M .I f .I a .sin (δ )
Tcampo

A velocidade de rotação é igual a rotação angular.

R: Com o passar do tempo, o binário aumenta, e por conseguinte o rotor começa a rodar. Este
aumento do binário (da força) faz aumentar a rotação (eléctrica) do estator. O rotor ao querer
acompanhar a rotação eléctrica do estator, também aumenta a sua velocidade.

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δ é o desfasamento entre a velocidade angular mecânica, ωm , e a velocidade angular eléctrica, ωe .

Se TResistente = 0 , então δ = 0 .

Se funciona como gerador, o rotor roda, ωm , mais depressa que o estator, ωe .

Logo o ângulo, δ , da função seno, sin (δ ) , é negativo.

Nunca permitir que este ângulo chegue aos 90º, ou mesmo próximo, pois é prejudicial ao sistema,
pois ao tentar compensar devido ao um aumento da carga, pode perder o sincronismo. Pois na
realidade como na compensação não é instantânea, e ao estar perto dos 90º, pode chegar a esse
valor de ângulo antes que tenha tempo de fazer a compensação. Se chegar a esse valor de ângulo,
perde o sincronismo.

O binário eléctrico produz uma força de atracção, e esta é gerada pelas correntes I f e Ia .

Resolução 7.08d) Ea = va = ? e Eb = vb = ?

Sei que ia ( t ) = 2.I a .cos (ωet ) e ib ( t ) = 2.I a .sin (ωet ) , e que Tcampo = 2.M .I f .I a . sin (ωet − θ 0 ) .

Telectrica

E para ser geradora, θ0 = ωet − [ −δ ] . É o 1º sinal que o torna gerador, e não o ângulo negativo, −δ ,
que é definição do binário eléctrico deste exercício. Assim θ0 = ωet + δ .

Consultando a tabela da alínea c), sei que Telectrica = TResistente = − 2.M .I f .I a . sin (δ )

Tcampo

E devido ao sinal, esse sinal reflecte-se na função trigonométrica seno, − sin (δ ) .

E − sin (δ ) = sin ( −δ ) .

∂ ( λa )
Sendo va = Ra . ( ia ) + , e como λa = La _ a . ( ia ) + ( M a _ f ) .i f = La _ a .ia + M . cos (θ 0 ) .i f , fica que
∂t

λa = La _ a .ia + M . cos (ωet + δ ) .i f





θ0 =ωet +δ

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Assim Va = Ra . ( ia ) +
∂ ( λa )
= Ra . ( ia ) +
(
∂ La _ a . ( ia ) + ( M a _ f ) .i f )
∂t ∂t

∂ ( La _ a .ia + M . cos (ωet + δ ) .i f )


va = Ra . ( ia ) +
∂t

va =  2.[ I a ] ( Ra . cos (ωet ) − ωe .La _ a . sin (ωet ) )  − ωe .M .I f . sin (ωet + δ ) 

E para o enrolamento “b” é a mesma coisa:

∂ ( λb )
vb = Ra . ( ib ) + , e como λb = Lb _ b . ( ib ) + ( M a _ f ) .i f = La _ a .ia + M . sin (θ 0 ) .i f , fica que
∂t

λb = Lb _ b .ia + M . sin (ωet + δ ) .i f





θ0 =ωe t +δ

Cuidado que a corrente é mesmo ia !

Assim vb = Ra . ( ib ) +
∂ ( λb )
= Ra . ( ib ) +
(
∂ Lb _ b . ( ib ) + ( M b _ f ) .i f )
∂t ∂t

∂ ( Lb _ b .ia + M . sin (ωet + δ ) .i f )


vb = Ra . ( ib ) +
∂t

vb =  2.[ I a ] ( Ra . sin (ωet ) + ωe .Lb _ b . cos (ωet ) )  + ωe .M .I f . cos (ωet + δ ) 

Circuitos equivalentes:

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Nas definições va =  2.[ I a ] ( Ra . cos ( ωe t ) − ωe .La _ a . sin (ωe t ) )  − ωe .M .I f . sin (ωe t + δ )  e
vb =  2.[ I a ] ( Ra . sin (ωe t ) + ωe .Lb _ b . cos (ωe t ) )  + ωe .M .I f . cos ( ωe t + δ )  , o 3º termo não depende
da corrente da armadura, mas depende do ângulo entre a velocidade angular eléctrico do estator
com a velocidade angular mecânica do rotor, δ . Como as funções são diferentes, sendo o seno para
va e co-seno para vb , tenho a garantia de um desfasamento de 90º! O que é igual ao desfasamento
do ângulo físico na construção do estator. Se o binário subir, implica que a corrente na armadura
sobe, assim como o ângulo δ .

Exercício 7.09 – A Figura 40 mostra o esquema da secção transversal de uma máquina síncrona de
pólos salientes, com dois enrolamentos no estator, a e b , e com um núcleo laminado. Devido à não
uniformidade do entreferro as indutâncias dependem da posição angular, θ0 , do rotor. O valor das
indutâncias em função da posição angular, θ0 , são:

La _ a = L0 + L2 . cos ( 2.θ0 ) Lb _ b = L0 − L2 . cos ( 2.θ0 ) M a _ b = L2 .sin ( 2.θ0 )

O valor das indutâncias mútuas entre os enrolamentos do estator e do rotor em função da posição
angular, θ0 , são:
M a _ f = M . cos (θ0 ) ; M b _ f = M . sin (θ0 )

O coeficiente de auto-indução do enrolamento de campo é L f _ f e tem um valor constante.


Considere que nas condições de funcionamento o enrolamento de campo é alimentado por uma
corrente DC, I f , e os enrolamentos do estator são alimentados por uma tensão AC com frequência
ωe . O rotor está a rodar em sincronismo com a tensão AC com a posição angular dada por θ0 = ωet .

Neste modo de funcionamento as correntes do estator são iguais a:

ia ( t ) = 2.I a .cos (ωet + δ ) ib ( t ) = 2.I a .sin (ωet + δ )


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a) Deduza a expressão do binário electromagnético que atua no rotor.


b) A máquina pode funcionar como motor e/ou gerador? Justifique a sua resposta.
c) A máquina irá continuar a rodar se a corrente de campo If for nula?

Figura 40 - Máquina bifásica com rotor de pólos salientes.

Problema 4.24, página 237 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 7.09a) Aqui neste exercício, e ao


contrario do anterior, os pólos são salientes, sendo
alimentado por uma tensão bifásica, em que os
enrolamentos estão desfasados de 90º. É a posição
dos enrolamentos no estator que define o ângulo
eléctrico de desfasagem.

Devido a construção dos pólos, salientes, a relutância


do rotor varia com a posição angular.

P: porque é que o coeficiente de auto-indução do


rotor, L f _ f , é constante?
Figura 41 - Desfasagem de 90º.
R: Porque independentemente da posição do rotor, o
L f _ f depende da relutância, e este parâmetro é fixo.
Para se calcular o binário (eléctrico), recorre-se a co-energia.

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∂ Wcampo ( i; θ 0 )  '
Deve-se manter constantes as componentes ia , ib e i f . Assim Tcampo = 
∂θ 0
ia , ia ,i f

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Sendo
Só tem dois enrolamentos (a e b)
 
 Coeficiente de auto − indução mútuo
 

1 1 2 1
Wcampo ( i; θ 0 )  ' =  .La _ a (θ 0 ) .ia + .Lb _ b (θ0 ) .ib  + .L f _ f (θ 0 ) .i f + M a _ b .ia .ib + M a _ f .ia .i f + M b _ f .ib .i f
2 2

2 2  2

Nota: para se saber os coeficientes da corrente que participa em cada termo, basta observar o
coeficiente de auto-indução (aqui a palavra é a mesma, coeficiente, mas não é a mesma coisa, um
define o da auto-indução, e o outro define um elemento do termo do membro da equação!):

- Quando se tem La _ a (θ 0 ) , em que se tem a _ a , é ia .ia , daí o coeficiente ia 2


- Quando se tem Lb _ b (θ 0 ) , em que se tem b _ b , é ib .ib , daí o coeficiente ib 2
- Quando se tem La _ f (θ 0 ) , em que se tem a _ f , é ia .i f , daí os coeficientes ia .i f .
- Quando se tem M a _ f , em que se tem a _ f , é ia .i f , daí os coeficientes ia .i f .

1
Substituindo fica Wcampo ( i; θ 0 )  ' = .   L0 + L2 . cos ( 2.θ 0 )  .ia 2 +  L0 − L2 . cos ( 2.θ 0 )  .ib 2  + ...
2
1
... + .L f _ f (θ0 ) .i f 2 +  L2 . sin ( 2.θ 0 )  .ia .ib +  M . cos (θ0 )  .ia .i f +  M . sin (θ0 )  .ib .i f
2

∂ Wcampo ( i; θ 0 )  '
Substituindo fica na integração, Tcampo =  , fica:
∂θ 0
ia , ia ,i f

ia 2 ∂ ( La _ a ) ib 2 ∂ ( Lb _ b ) i f ∂ ( L f _ f ) ∂ ( M a_b ) ∂ (Ma_ f ) ∂ (Mb_ f )


2

Tcampo = . + . + . + ia .ib . + ia .i f . + ib .i f .
2 ∂θ 0 2 ∂θ 0 2 ∂θ 0 ∂θ 0 ∂θ 0 ∂θ 0

ia 2 ∂ ( L0 + L2 . cos ( 2.θ 0 ) ) ib 2 ∂ ( L0 − L2 . cos ( 2.θ 0 ) ) ∂ ( La _ b )


Tcampo = . + . + 0 + ia .ib . + ...
2 ∂θ 0 2 ∂θ 0 L f _ f (θ 0 ) ∂θ 0
∂ ( M . cos (θ 0 ) ) ∂ ( M . sin (θ 0 ) )
... + ia .i f . + ib .i f .
∂θ 0 ∂θ 0

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ia 2 i2
Tcampo =  −2. 0 + L2 . sin ( 2.θ 0 )   + b  2. 0 + L2 . cos ( 2.θ 0 )   + 0 + ...
2 2
... + 2.  L2 . sin ( 2.θ0 )  .ia .ib −  M . sin (θ 0 )  .ia .i f +  M . cos (θ 0 )  .ib .i f

∂ ( La _ b )
i .i .
a b
∂θ0

Tcampo = −ia 2 .L2 . sin ( 2θ0 ) + ib 2 .L2 . cos ( 2θ 0 ) + 2.ia .ib .L2 . sin ( 2θ 0 ) − ia .i f .M . sin (θ 0 ) + ib .i f .M . cos (θ0 )

Como a desfasagem é de 90º, então cos ( 2θ0 ) = − sin ( 2θ 0 ) , ficando

Tcampo = −ia 2 .L2 . sin ( 2.θ 0 ) − ib 2 .L2 . sin ( 2.θ 0 ) + 2.ia .ib .L2 . sin ( 2θ 0 ) + ia .i f .  M . cos (θ 0 ) − M . sin (θ 0 ) 

Tcampo = L2 . sin ( 2.θ 0 ) ib 2 − ia 2  + 2.ia .ib .L2 . sin ( 2θ 0 ) + ia .i f .  M . cos (θ 0 ) − M . sin (θ 0 ) 
  
∂ ( La _ b )
i .i .
a b
∂θ 0

Tcampo = 2.I a 2 .L2 . sin ( 2.δ ) + 2.I a .I f .M .sin (δ )

Nota: Ia é o valor eficaz que foi substituído pelas duas grandezas dadas,

ia ( t ) = 2.I a .cos (ωet + δ )


ib ( t ) = 2.I a .sin (ωet + δ )

e sabendo que θ0 = ωet .

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Resolução 7.09b) Para ser gerador, o binário deve de ser positivo, Tcampo > 0 , logo o ângulo formado
pela velocidade angular mecânica e eléctrica, δ , é positivo. Para motor é ao contrário.

Se retirarmos o enrolamento do rotor, deixamos de ter corrente de campo, e a definição obtida na


alínea a) é agora

Tcampo = 2.I a 2 .L2 . sin ( 2.δ ) + 2.I a .I f .M . sin (δ )


 
=0

Tcampo = 2.I a 2 .L2 . sin ( 2.δ )

P1: E nestas condições, em que se tem binário, o rotor roda ou não?


R1: A definição diz-me que sim, que a máquina funciona (roda)!

P2: Mas será que sim?


R2: Não, não roda! Pois o haver rotação depende do coeficiente de auto-indução mútua, M ! E este
parâmetro está associado ao atrito. A existência do atrito obriga a que o termo 2.I a 2 .L2 .sin ( 2.δ )
tenha algum significado. Mas como L2 é extremamente reduzido, faz com que quase não se tenha
binário, impedindo assim que haja rotação do rotor.

Exercício 7.10 – Um motor trifásico linear tem um enrolamento de armadura com um comprimento
de onda de 25 cm . Aos enrolamentos da armadura são aplicadas três correntes trifásicas com
frequência de 100 Hz .
a) Calcule a velocidade linear da onda com a força magnetomotriz da armadura.
b) No caso de um rotor síncrono, calcule a velocidade linear do rotor.
c) Para o caso de um motor de indução a funcionar com um escorregamento de 0,045, calcule a
velocidade linear do rotor.

Problema 4.25, página 238 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 7.10a) Se a velocidade é linear (em vez de angular), é porque é num plano. Esta
tecnologia é, actualmente, utilizada na propulsão de comboios de levitação magnética, também
conhecidos por “Maglev”. Difere dos demais por ser locomotivas que flutuam sobre electroíman.

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Figura 42 - Vista lateral, e de topo, de um comboio que recorre a tecnologia de levitação.

Figura 43 - Elementos fundamentais da tecnologia.

Figura 44 - Propulsão.

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3  Z 
Num sistema trifásico: Fcampo ( Z ; t ) = .Fmax . cos  2π . − ωe .t 
2  β 

( Z; t ) significa que depende de duas variáveis de estado, posição e tempo.

Amplitude máxima


.
4 W N fase
k
Sendo Fmax = ( Fag _1 ) = . .I , e em que I m é a corrente de magnetização (se recorre-se
Pico π Qt. Polos m
a imãs permanentes não necessitava deste coeficiente). Como tem 2 pólos, a variável Qt. Polos é
Qt. Polos = 2 .

Figura 45 - Esquema equivalente do circuito.

A f.e.m. tem um só sentido, e é proporcional a frequência de 100 Hz . Assim:

β β
A velocidade eléctrica do estator linear é ve = ωe . =  f e . 2π  . = f e .β = 100. ( 25.10−2 ) .
2π 2π
Logo a velocidade eléctrica do estator linear é ve = 25 m / s .

Resolução 7.10b) A velocidade (mecânica) do rotor de um motor síncrono roda a mesma velocidade
eléctrica do estator, logo vrotor = 25 m / s .

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Resolução 7.10c) Com um escorregamento de 0,045, a velocidade linear do motor de indução é

vMaq. indução = (1 − S ) .vrotor = (1 − 0,045) .25 m / s

vMaq. indução = 23,875 m / s

Quanto mais carga (passageiros no comboio), maior será o escorregamento, o que implica a
redução de velocidade.

Imanes Supercondutores Electroímanes Fonte de Energia Eléctrica

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Exercícios propostos - Teórico-prática 08

Exercício 8.01 – O ângulo de binário motor à carga máxima de um motor síncrono, à tensão e
frequência nominais é de 35º. Despreze o efeito da resistência da armadura e a reactância de fugas.
Se a corrente de campo permanecer constante, como é que o ângulo do binário motor à carga
máxima será afectado quando ocorrem as seguintes alterações nas condições de funcionamento?

a) A frequência é reduzida de 10%, o binário e a tensão aplicada permanece constante.


b) A frequência é reduzida de 10%, a potência da carga e a tensão aplicada permanece constante.
c) A frequência e a tensão são reduzidas de 10%, o binário motor permanece constante.
d) A frequência e a tensão são reduzidas de 10%, a potência da carga permanece constante.

Problema 5.01, página 287 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 8.01Geral) A definição básica é Tcampo = Φ R .Ff . sin (δ RF ) , sendo Φ R é o fluxo resultante,
Ff é a FMM do enrolamento de tensão CC de campo, e δ RF é ângulo de fase eléctrico entre os
eixos magnéticos do Φ R e da Ff .

Uma vez que a corrente de campo é constante, faz com que Ff seja constante, e sabendo de que o
Vt
fluxo resultante é proporcional à tensão terminal e inversamente com a frequência Φ R = .
f

V 
Assim, podemos escrever Tcampo =  t  . sin ( δ RF ) .
f

E a funcionar como motor, logo recebendo energia da rede,

E1.E2
PSaída = ωe .Tcampo = . sin ( δ RF ) = Vt . sin (δ RF )
X

Com Tcampo constante, ao que implica que o ângulo não sofre variação. Se ocorrer variação na
potência é que esta variação se reflecte no ângulo (de desfasagem). Ver página 259 do livro A. E.
Fitzgerald.

Resolução 8.01a) Reduz até 31,1º.


Resolução 8.01b) Inalterado.
Resolução 8.01c) Inalterado.
Resolução 8.01d) Incrementa até ao 39,6º.

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Exercício 8.02 – Uma máquina síncrona de duas fases tem os enrolamentos da armadura desfasados
de 90º eléctrico no espaço.
a) Qual é a indutância mútua entre os dois enrolamentos do estator?
b) Deduza a equação da indutância síncrona e demonstre que a indutância síncrona é
LS = La _ a = La _ 0 + La _1 ; onde La _ 0 é a componente da indutância devido à componente fundamental
do fluxo espacial e La _1 é a indutância de fugas.

Problema 5.02, página 287 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 8.02a) La _ b (θ0 ) = Lb _ a (θ0 ) = La _ 0 ( 90º ) = 0 .


Os enrolamentos são ortogonais e, consequentemente, é a indutância mútua zero.

Resolução 8.02b)
λa = La _ a . ( ia ) + La _ f . ( i f ) λb = Lb _ b . ( ib ) + Lb _ f . ( i f )

Caso geral é λa = LS . ( ia ) + La _ f . ( i f ) .

LS = La _ a = La _ a _ 0 + La _1

Uma vez que os dois enrolamentos são


ortogonais, as fases estão desacopladas e,
portanto, o fluxo de ligação λa e λb das duas
fases estão equilibradas, logo mantém-se
inalterado pela influência de uma das correntes
na outra fase. Deste modo, a indutância
equivalente é simplesmente igual a fase de auto-
indução.

Exercício 8.03 – Os resultados de projecto para um gerador trifásico síncrono dão os seguintes
parâmetros:
Coeficiente de auto-indução La _ a = 4,83 mH .
Indutância de perdas da armadura La _1 = 0,33 mH .

Calcule a indutância mútua entre fases e a indutância síncrona.

Problema 5.03, página 287 do livro A. E. Fitzgerald

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1 1
Resolução 8.03a) La _ b = − . ( La _ a − La _1 ) = − . ( 4,83 mH − 0,33 mH ) = −2, 25 mH .
2 2
3 3
LS = . ( La _ a − La _1 ) + La _1 = . ( 4,83 mH − 0,33 mH ) + 0,33 mH = 7, 08 mH .
2 2

Ver página 244/5 do livro A. E. Fitzgerald.

Exercício 8.04 – A tensão composta (entre linhas) aos terminais de um gerador síncrono, de 60 Hz ,
em circuito aberto é de 15, 4 kV eficazes quando a corrente de campo tem o valor de 420 A .
a) Calcule a indutância mútua La _ f entre o rotor e o estator.
b) Calcule a tensão aos terminais do gerador, em circuito aberto, se a corrente de campo permanecer
constante e a frequência da tensão gerada for reduzida para 50 Hz .

Problema 5.04, página 287 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 8.04a) “…gerador síncrono” e necessito da tensão composta, e é me dado a tensão eficaz,
15, 4 kV .

ea _ f é a tensão gerada (induzida) pelo fluxo do enrolamento de campo, também designado por
"tensão interna".
ωelectrica .La _ f . ( i f )
ea _ f =
 2
[1]

[1] - não tem a haver com o alor eficaz da tensão, é da simplificação da definição.

O enunciado não menciona que a máquina é trifásica, mas como fala em tensão composta, vou
assumir que é trifásica, sendo a tensão simples 15, 4 kV 3 .

15, 4 kV
. 2
ea _ f . 2 ea _ f . 2 3
La _ f = = = La _ f = 79, 4 mH
ωelectrica . ( i f ) [ f electrica .2π ]. ( i f ) [ 60 Hz.2π ]. ( 420 A )

Este parâmetro é de construção, logo constante ao longo de qualquer variação que se faça de
corrente ou tensão.

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ωelectrica .La _ f . ( i f )
Resolução 8.04b) E para uma felectrica = 50 Hz , fica que ea _ f =
f electrica =50 Hz
2. 3

ea _ f =
[50.2π ].[ 79, 4 mH ].( 420 A) ea _ f = 7, 41 kV
f electrica =50 Hz
2. 3 felectrica =50 Hz

E a tensão composta é Vcomposta = ea _ f . 3


f electrica = 50 Hz f electrica = 50 Hz

Vcomposta = 12,83 kV
f electrica =50 Hz

Exercício 8.05 – Um motor síncrono trifásico de 460 V , 50 Hz , 50 kW tem uma reactância


síncrona de X s = 4,15 Ω e uma indutância mútua entre os enrolamentos de armadura e de campo
La _ f = 83 mH . O motor está a funcionar à tensão nominal com uma potência de 40 kW .
Calcule a amplitude e a fase da força electromotriz gerada entre a fase e o neutro, Ea _ f , e a corrente
de campo, I f , se o motor estiver a funcionar:

a) Com um factor de potência 0,85 em atraso;


b) Com um factor de potência unitário;
c) Com um factor de potência de 0,85 em avanço.

Problema 5.05, página 287 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 8.05a) Consultar slide 33 do capítulo 2.


Va rms = I a . X s + Ea _ f

=  I a .e j .θ . ( j. X s )  + Ea _ f .e ( RF )
j. δ
Va rms

f electrica =50 Hz ωelectrica .La _ f . ( i f ) ea _ f . 2


ea _ f = ⇔ if =
rms
2 ωelectrica .La _ f

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E pela definição é possível observar que é a corrente de campo que controla ea _ f , pois o resto das
variáveis, em regime permanente, é de facto constante.

PEntrada 40 000
PEntrada = 3.V .I a . cos (θ ) ⇔ Ia = = I a = 34,10 A
3.V . cos (θ ) 3.460.0,85

E o fasorial da corrente da armadura é I a = I a .e j.θ , e como cos (θ ) = 0, 85 e em atraso, fica que:

I a = 34,10.e − j .31,8 º A

90º
Consultar slide 16 do capítulo 2. Assim, com Va rms
=  I a . ( j. X s )  + Ea _ f e j = e ,
Va rms
=  I a .e j .θ . ( e90º . X s )  + Ea _ f .e j .(δ RF )

Va rms
=  I a .e j .θ +90º . X s  + Ea _ f .e j.(δ RF )

460 = [34,10 A] .e j.θ +90º .[ 4,15 Ω] + Ea _ f .e j.(δ RF )

P: E agora? Tenho duas variáveis, Ea _ f e δ RF , e apenas uma equação!


R: É fácil, pois as minhas duas variáveis tem uma característica entre elas, é que uma é real e a
outra é imaginaria, por isso, e só por isso, posso fazer o seguinte:

Como nada me é dito acerta da tensão, se é simples ou composta, vou desenvolver os cálculos pela
lógica de que é sempre simples, pois quando não o é, é sempre dito no enunciado.

j .(δ RF )
460 = [34,10 A] .e j.θ +90º .[ 4,15 Ω ] + Ea _ f .e

 Real ⇒ 460 = [34,10 A] .[ 4,15 Ω ] .cos (θ + 90º ) + Ea _ f . cos (δ RF )



 Imaginario ⇒ 0 = [34,10 A] .[ 4,15 Ω ] . sin (θ + 90º ) + Ea _ f . sin (δ RF )

Como cos (θ ) = 0,85 ⇔ θ = 31, 79º , e sendo em atraso fica que θ = −31, 79º :

 Real ⇒ 460 = [34,10 A] .[ 4,15 Ω ] . cos ( −31, 79º +90º ) + Ea _ f . cos (δ RF )



 Imaginario ⇒ 0 = [34,10 A] .[ 4,15 Ω ]. sin ( −31, 79 º +90º ) + Ea _ f . sin ( δ RF )

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 Real ⇒ 460 = 141, 52. cos ( −31, 79º +90º ) + Ea _ f . cos (δ RF )



 Imaginario ⇒ 0 = 141,52. sin ( −31, 79º +90º ) + Ea _ f . sin (δ RF )

 Real ⇒ 460 = 74,55 + Ea _ f . cos (δ RF )  Ea _ f . cos (δ RF ) = 385, 45


 ⇔ 
 Imaginario ⇒ 0 = 120, 29 + Ea _ f . sin (δ RF )  Ea _ f . sin (δ RF ) = −120, 29

− j .(17,33º )
Ea _ f = Polar ( 385, 45 ; − 120, 29i ) ⇔ Ea _ f = 403, 78.e V
θ = −31,8º

 ea _ f . 2  [ 403, 78 V ]. 2
Assim, Re  I f  = R =
f electrica =50 Hz
 ωelectrica .La _ f  [50 Hz.2π ] .[83 mH ]

θ = −31,8 º
If = 21,90 A
f electrica =50 Hz

Resolução 8.05b) Com o factor de potencia igual a 1, e como PEntrada = 3.V .I a . cos (θ ) , fica que:

PEntrada 40 000
Ia = = I a = 28, 99 A
3.V . cos (θ ) 3.460.1

90º
Assim, com Va rms
=  I a . ( j. X s )  + Ea _ f e j = e , fica que:

460 = [ 28, 99 A] .e j .θ +90º .[ 4,15 Ω ] + Ea _ f .e ( RF )


j. δ

 Real ⇒ 460 = [ 28, 99 A] .[ 4,15 Ω ] .cos (θ + 90º ) + Ea _ f . cos (δ RF )



 Imaginario ⇒ 0 = [ 28,99 A] .[ 4,15 Ω ] . sin (θ + 90º ) + Ea _ f . sin ( δ RF )

Como cos (θ ) = 1 ⇔ θ = 0º ,

 Real ⇒ 460 = [ 28, 99 A] .[ 4,15 Ω ] .cos ( 90º ) + Ea _ f . cos (δ RF )



 Imaginario ⇒ 0 = [ 28,99 A] .[ 4,15 Ω ] . sin ( 90º ) + Ea _ f . sin ( δ RF )

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 Real ⇒ 460 = 0 + Ea _ f . cos ( δ RF )  Ea _ f . cos (δ RF ) = 460


 ⇔ 
 Imaginario ⇒ 0 = 120, 29 + Ea _ f . sin ( δ RF )  Ea _ f . sin (δ RF ) = −120, 29

− j .(14,66º )
Ea _ f = Polar ( 460 ; − 120, 29i ) ⇔ Ea _ f = 475,50.e V
θ =0 º

 ea _ f . 2  [ 475, 50 V ]. 2
Re  I f  = R =
f electrica =50 Hz
 ωelectrica .La _ f  [50 Hz.2π ] .[83 mH ]

θ = 0º
If = 25, 79 A
f electrica =50 Hz

Resolução 8.05c) em avanço, fica que I a = 34,10.e+ j.31,8º A

460 = [ 34,10 A] .e j .[31,8º +90º]  .[ 4,15 Ω] + Ea _ f .e j .(δ RF )

 Real ⇒ 460 = [34,10 A] .[ 4,15 Ω ] . cos ( 31,8º +90º ) + Ea _ f . cos (δ RF )



 Imaginario ⇒ 0 = [34,10 A] .[ 4,15 Ω ] . sin ( 31,8º +90º ) + Ea _ f . sin (δ RF )

 Real ⇒ 460 = −74, 55 + Ea _ f . cos (δ RF )  Ea _ f . cos (δ RF ) = 534, 55


 ⇔ 
 Imaginario ⇒ 0 = 120, 29 + Ea _ f . sin (δ RF )  Ea _ f . sin (δ RF ) = −120, 29

− j .(12,7º )
Ea _ f = Polar ( 534,55 ; − 120, 29i ) ⇔ Ea _ f = 547,92.e V
θ = +31,8º

 ea _ f . 2  [547, 92 V ]. 2
Re  I f  = R =
f electrica =50 Hz
 ωelectrica .La _ f  [50 Hz.2π ] .[83 mH ]

θ = 31,8 º
If = 29, 72 A
f electrica =50 Hz

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Jorge Rodrigues Valente – 2087406 UMa 19-06-2016 157/167

Pode se concluir que com o controle sobre a corrente de campo, consegue-se ter controlo sobre o
ângulo θ . E é esse controle sobre esse ângulo que se consegue ter a maquina a funcionar como
motor ou gerador.

Exercício 8.06 – Uma máquina síncrona trifásica de dois pólos, 50 Hz , 750 kVA , 2300 V tem uma
reactância síncrona de X s = 7,75 Ω e atinge a tensão nominal em circuito-aberto com a corrente de
campo de 120 A .

a) Calcule a indutância mútua entre o enrolamento da armadura e o de campo.


b) A máquina é utilizada como motor a consumir uma potência de 600 kW à tensão nominal. Calcule
a força electromotriz, Ea _ f , e a corrente de campo se o motor estiver a funcionar com um factor de
potência unitário.
c) Considerando que o motor está a consumir uma potência constante de 600 kW , escreva um
programa em MATLAB para desenhar a corrente aos terminais do motor em função da corrente de
campo. Na representação gráfica, faça variar a corrente de campo entre o valor mínimo, que
corresponde a ter a máquina a 750 kVA com um factor de potência em avanço e o valor máximo de
corrente de campo, que corresponde a ter a máquina a 750 kVA com um factor de potência em
atraso. Qual é o valor de corrente de campo que origina o valor mínimo de corrente aos terminais do
motor? Justifique a sua resposta.

Problema 5.07, página 288 do livro A. E. Fitzgerald

ωelectrica .La _ f . ( i f )
Resolução 8.6a) ea _ f =
2

2300 V
. 2
ea _ f . 2 ea _ f . 2 3
La _ f = = =
ωelectrica . ( i f ) [ f electrica .2π ]. ( i f ) [50 Hz.2π ]. (120 A )

La _ f = 49,814 mH

Este parâmetro é de construção, logo constante ao longo de qualquer variação que se faça de
corrente ou tensão.

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Resolução 8.04b) E para uma felectrica = 50 Hz , e como nada me é dito acerca do factor de potencia,
logo pressuponho que seja igual a 1, θ = 0º , e como PEntrada = 3.V .I a . cos (θ ) , fica que:

PEntrada 600 000


Ia = = I a = 151 A
3.V . cos (θ ) 3.2300.1

90º
E como Va rms
=  I a . ( j. X s )  + Ea _ f e j = e , fica que:

−  I a .e j.θ . ( e90º . X s ) 
j .(δ RF )
Ea _ f .e = Va rms
j .(δ RF )
(θ = 0º )
Ea _ f .e = Va rms −  I a . X s .e j .θ +90º 
2300
Ea _ f .e j .(δ RF ) = − [151 A].[ 7, 75 Ω].e j .90 º 
3

2300
 Real ⇒ Ea _ f . cos (δ RF ) = − [151 A] .[ 7, 75 Ω ] . cos ( 90º )
 3
 Imaginario ⇒ Ea _ f . sin (δ RF ) = − [151 A] .[ 7, 75 Ω ] . sin ( 90º )

2300  2300
 Real ⇒ Ea _ f . cos ( δ RF ) = −0  Ea _ f . cos (δ RF ) =
 3 ⇔  3
 Imaginario ⇒ E . sin (δ ) = −1170, 25  Ea _ f . sin (δ RF ) = −1170, 25
a_ f RF 

 2300  − j .( 41,39 º )
Ea _ f = Polar  ; − 1170, 25i  ⇔ Ea _ f = 1770.e V
 3  θ = 0º

 ea _ f . 2  [1770 V ]. 2
Assim, Re  I f  = R =
 ωelectrica .La _ f  [ 50 Hz.2π ] .[ 49,814 mH ]
f electrica =50 Hz

θ =0 º
If = 159,95 A
f electrica = 50 Hz

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Exercícios propostos - Teórico-prática 09

Exercício 9.01 – Um gerador síncrono de quatro pólos, a 60 Hz , 24 kV , 650 MVA tem uma
reactância síncrona de 1,82 pu está ligado à rede de energia eléctrica que pode ser representada por
um barramento infinito de 24 kV em série com uma reactância de j 0, 21 Ω . O gerador está
equipado com um regulador de tensão que ajusta a excitação de campo de tal forma que a tensão aos
terminais do gerador permanece a 24 kV independentemente da carga. A potência aos terminais do
gerador é ajustada para 375 MW .

a) Desenhe o diagrama fasorial desta condição de funcionamento.


b) Calcule a amplitude (em kA ) e o angulo de fase (em relação à tensão dos terminais do
gerador) da corrente aos terminais do gerador.
c) Determine o fator de potência aos terminais do gerador.
d) Calcule a amplitude (em pu e em kV) da tensão de excitação ea _ f .

Problema 5.22, página 291 do livro A. E. Fitzgerald

Resolução 9.01a) Consultando o slide 44 do capítulo 2.

A tensão aos terminais A e B não se altera, pois é dito no enunciado que “…a tensão aos terminais
do gerador permanece a 24 kV independentemente da carga.”

A representação fasorial é

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Como E1 = Ea _ f = j ( X S + X R ) .I .e − j .φ + E2 , e em que e − j .φ é ± e − j .(φ + 90º ) , fica assim que

− j .(φ + 90 º )
Agora desenho uma recta que faça 90º, e em que o seu comprimento é j ( X S + X R ) .I .e

E a função trigonométrica utilizada é sempre o seno!

Resolução 9.01b) Consultando o slide 63 do capítulo 2, tem-se

24  =  I a . ( j. X S )  + E2
kV
[1]
[1] tensão aos terminais dos pontos A e B.
P
Ia =
3.V .cos (φ )

 P  P. X S
.e j .φ . ( e90º . X S )  + E2 .e j.δ = .e (
j . φ + 90 º )
24 kV =  + E2 .e j.δ
 3.
V . cos ( φ )  3.
V . cos ( φ )

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Iguala-se os reais e os imaginários:

 P. X S 
24 kV =   . cos (φ + 90º ) + 24 kV . cos (δ )
 Real ⇒  3.
V . cos ( φ ) 

Imaginario ⇒  P. X S 
0=  . sin (φ + 90º ) + 24 kV . sin (δ )
 3.V . cos (φ ) 

 375.106 
24.103 =   .[ 0, 21 Ω ] . cos ( 90º ) . cos (φ ) + 24.103. cos (δ )
Real ⇒  3.  24.103  . cos (φ ) 
 

Imaginario ⇒  375.106 
0=  .[ 0, 21 Ω ] . sin (φ + 90º ) + 24.103. sin ( δ )
 3.  24.10  . cos (φ ) 
3

E sabendo de que sin (φ ) = sin (φ + 90º ) e que cos ( 90º ) = 0 , fica que:

24.103 = 24.103. cos (δ )


Real ⇒
 sin (φ )
Imaginario ⇒ 0 = 1093, 75. + 24.103. sin (δ )
cos (φ )

Assim: δ = −2, 6 º ∧ φ = −1, 3º

P 375.106
Logo I a = = = 5,33 kA .
3.V . cos (φ ) 3.24.103. cos ( −1,3º )

Resolução 9.01c) FP = cos (φ ) = cos ( −1,3º ) = 0,9997 em atraso.

Resolução 9.01d)

Ea _ f .e j .δ = jX S .I .e j .φ + 24 kV

Como jX S = j1,82 pu x Z Base , fica que:

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2
V V V 2
jX S = j1,82 pu x Base = j1,82 pu x Base = j1,82 pu x Base = j1,82 pu x
( 24 kV )
I Base PBase PBase ( 650 MVA)
VBase

jX S = j1,82 pu x 0,8862 = j1,6128 Ω

Logo Ea _ f .e j.δ = ( j1, 6128 Ω ) . ( 5, 33 kA) .e j.( −1,3º ) + 24 kV


Ea _ f .e j .( −2,6 º ) = 1,6128 Ω.e j.(90º ) . ( 5,33.103 A) .e j.( −1,3º ) + 24.103 V
Ea _ f .e j .( −2,6 º ) = 1, 6128 Ω. ( 5,33.103 A) .e j .(90º −1,3º ) + 24.103 V

25, 68 kV
Ea _ f = 25,68 kV ∧ Ea _ f = = 1, 07 pu
RMS pu 24 kV

O recurso a utilização de unidade “pu” permite de facto dar-nos uma perspectiva dos valores
envolvidos. Assim, ao obter o resultado de Ea _ f = 1, 07 pu , permite-me saber, rapidamente, que
pu

existe um incremento de 7% na tensão em relação ao valor nominal.

Exercício 9.02 – Um gerador síncrono de imanes permanentes de três fases e de 5 kW produz uma
tensão composta de 208 V em circuito aberto 60 Hz , quando roda à velocidade de 1800 rpm.
Quando está a rodar a velocidade nominal e alimentando uma carga resistiva, a tensão composta aos
terminais desce para 192 V , para uma potência de saída de 4,5 kW .
a) Calcule a corrente aos terminais do gerador nesta condição de funcionamento.
b) Assuma que a resistência da armadura do gerador é desprezável, calcule a reactância síncrona
do gerador a 60 Hz .
c) Calcule a tensão aos terminais do gerador se a potência de carga aos terminais do gerador
aumentar para 5 kW (carga puramente resistiva) enquanto a velocidade de rotação
permanece constante a 1 800 rpm.

Problema 5.35, página 293 do livro A. E. Fitzgerald

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Resolução 9.02a)

24  =  I a . ( j. X S )  + E2
kV
[1]
[1] tensão aos terminais dos pontos A e B.
P
Ia =
3.V .cos (φ )

V Composta 192
E o cos (φ ) é igual a “1”. E a tensão simples é V Simples
= = . Assim
3 3

P 4,5.103
Ia = = = 13,532 A
3.V 192 
3.  
 3

V 192 V R
Como R = = = 14,19 Ω , fica que 192 V = .208 V
I 13,532 A X S 2 + R2

2 2
192 V R  208   208 
⇔ = ⇔ X S 2 + R2 = R2.  ⇔ X S 2 = R2 .  −R
2

208 V X S 2 + R2  192   192 

2 2
 208 2  2
⇔ XS = R .   − 1 ⇔ X S = 34,96 ⇔ jX S = j 5,93 Ω
 192  

Nota:

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208 V
Resolução 9.02c) FP = 1 ⇒ cos (φ ) = 1 e a tensão simples do gerador é Ea _ f =
3

P P 5.103 W
Ia = ⇔ V= =
3.V . cos (φ ) 3 .I a 3.I a

208 V 5 .1 0 3 W
E a _ f = j X S .I a + V ⇔ = j [5,93 Ω ] .I a +
3 3 .I a



 j [5,93 Ω] .I a +
( 5.103 ) 208 V  I a
− . = 0 ⇔
 3.I a 3  I a



 j [5,93 Ω].I a 2 +
( 5.10 3 W ) − ( 208 V ) .I a  = 0 ⇔
 3 3 

 3. ( 208 V ) .I a 
 j.3.[5,93 Ω] .I a + ( 5.10 W ) −
2 3
⇔ =0 ⇔
 3 

 
 j.3.[5, 93 Ω ] .I a − 3. ( 208 V ) .I a + ( 5.10 W )  = 0
2 3
⇔ ⇔

Agora, utilizando a formula resolvente (apreendida no 9º ano), fica que

b ± b 2 − 4 ac

( ) (
3.208.I a ± 3.208.I a ) − 4 ( j.3.[5,93] .I a 2 )( 5.103 )
2a 2 ( j.3.[5, 93] .I a 2 )

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ERRADO! Pois como a nossa variável da formula resolvente é o Ia , na substituição das variáveis o
Ia não entra!

Assim
( ) (
3.208. I a ± 3.208. I a ) (
− 4 j.3.[5,93] . I a 2 ) (5.10 )
3

(
2 j.3.[5, 93] . I a 2 )
2

Ia =
( 3.208. ± ) ( )
3.208 − 4 ( j.3.[5,93]) ( 5.103 )
2 ( j.3.[5, 93])

I a = j.10,15 + 5,159 ∨ I a = − j.10,15 − 6,691

E só pode ser uma das soluções obtidas, pois a corrente tem que ser positiva. Logo é

I a = ( j.10,15 + 5,159 ) A ⇔ I a = 11,39.e j.( −6,3º ) A

P 5.103 W
Assim V = = = 146,3 V
3.I a 3. (11, 39 A )
 
[1]
[1] - só nos interessa o modulo.

Exercício 9.03 – A placa de uma máquina de indução (ou máquina síncrona) de quatro pólos indica
os seguintes valores nominais: 460 V , 50 hp , 60 Hz e 1 755 rpm . Assumindo que o motor está a
funcionar à carga nominal, indique:
a) Qual é o escorregamento do motor?
b) Qual é a frequência das correntes do rotor?

Problema 6.01, página 335 do livro A. E. Fitzgerald

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Resolução 9.03a) Nota introdutória – numa máquina de sincronismo, preciso de ter uma cruz no
rotor para ter pólos. No de indução só é na combinação dos enrolamentos do estator.

Consultando o slide 52 do capítulo 2, e em que S é o escorregamento, nsincrono é a velocidade de


rotação por minuto do quanto eléctrico girante e nmáquina é a velocidade mecânica da máquina, sei que

2 2
nsincrono = .[ 60 s ] . f electrica = .[ 60 s ] .60 Hz = 1 800 rpm
Qt. Polos 4

nsincrono − nmáquina (1 800 rpm ) − (1 755 rpm ) = 2, 5%


S= =
nsincrono (1 800 rpm )

Resolução 9.03b) f rotor = S . felectrica = ( 2,5% ) .60 Hz = 0, 025.60 Hz = 1, 5Hz .

O ideal seria ter uma frequência no rotor um valor próximo de zero, mas NUNCA zero. Ser zero
obriga a máquina a parar. Mas mesmo que chegue a zero, será num infinitésimo de segundo, pois
essa situação é mecanicamente corrigida.

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