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AS CURIOSIDADES DE UM HISTORIADOR
TEORIA DA HISTÓRIA
“Mesmo permanecendo pacificamente fiel a seu glorioso nome helênico, nossa história não será
absolutamente, por isso, aquela que escrevia Hecateu de Mileto; assim como a física de lord
Kelvin ou de Langevin não é a de Aristóteles”. (p. 51)
“Face à imensa e confusa realidade, o historiador é necessariamente levado a nela recortar o ponto
de aplicação particular de suas ferramentas; em consequência, a nela fazer uma escolha que,
muito claramente, não é a mesma que a do biólogo, por exemplo; que será propriamente uma
escolha de historiador”. (p. 52)
“A linguagem, essencialmente tradicionalista, conserva o nome de história para todo estudo de
uma mudança na duração”. (p. 53)
“O objeto da história é, por natureza, o homem”. (p. 54)
“‘Ciência dos homens’, dissemos. É ainda vago demais. É preciso acrescentar: ‘dos homens, no
tempo’. O historiador não apenas pensa ‘humano’. A atmosfera em que seu pensamento respira
naturalmente é a categoria da duração”. (p. 55)
“Naturalmente cara a homens que fazem do passado seu principal tema de estudos de pesquisa, a
explicação do mais próximo pelo mais distante dominou nossos estudos às vezes até a hipnose.
Sob sua forma mais característica, esse ídolo da tribo dos historiadores tem um nome: é a obsessão
das origens”. (p. 56)
“Este gosto apaixonado pelas origens, a filosofia francesa da história de [Victor] Cousin a Renan,
recebera, acima de tudo, do romantismo alemão”. (p. 57)
“Quer se trate das invasões germânicas ou da conquista normanda [da Inglaterra], o passado só
foi empregado tão ativamente para explicar o presente no desígnio do melhor justificar ou
condenar. De modo que em muitos casos o demônio das origens foi talvez apenas um avatar desse
outro satânico inimigo da verdadeira história: a mania do julgamento”. (p. 58)
“Para grande desespero dos historiadores, os homens não têm o hábito, a cada vez que mudam de
costumes, de mudar de vocabulário”. (p. 59)
“Nunca se explica plenamente um fenômeno histórico fora do estudo de seu momento”. (p. 60)
“Embora o momento atual, no sentido estrito do termo, não seja senão uma perpétua
evanescência, a fronteira entre o presente e o passado não se desloca por isso num movimento
menos constante”. (p. 61)
“Outros cientistas, ao contrário, acham com razão o presente humano perfeitamente suscetível de
conhecimento científico. Mas é para reservar seu estudo a disciplinas bem distintas daquela que
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24/09/2018 BLOCH – A história, os homens e o tempo (FICHAMENTO) | Vinícius Matté Gregory
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Antes de mais nada, deixar claro ao leitor que a escolha das passagens aqui transcritas nada tem a ver
com a identificação da estrutura textual do capítulo. O leitor atento perceberá que as notas foram
retiradas uma por cada página do capítulo. Uso deste artifício para obter uma visão geral do texto,
selecionando de cada página aquela passagem que mais me chamou a atenção.
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24/09/2018 BLOCH – A história, os homens e o tempo (FICHAMENTO) | Vinícius Matté Gregory
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24/09/2018 BLOCH – A história, os homens e o tempo (FICHAMENTO) | Vinícius Matté Gregory
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