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Prezado aluno, bem-vindo à seção 3!

Agora iremos analisar


a apresentação de peça processual pelo trabalhador para a
decisão de mérito prolatada pela 12ª Vara do Trabalho de
Belo Horizonte/MG, nos autos do processo n. 0002030-
10.2018.503.0012.

Fonte: Disponível em:


<https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=637&tbm=isch&sa=1&q=senten%
C3%A7a+&oq=senten%C3%A7a+&gs_l=psy-
ab.3...4397.5375.0.5734.7.7.0.0.0.0.294.294.2-1.1.0....0...1.1.64.psy-
ab..7.0.0....0.NH7QkzPLKoM#imgrc=l-vjV1UtgS6hvM>. Acesso em: 08 out. 2017.

Na audiência de instrução, em que ambas as partes compareceram, restou consignado na


ata de audiência que seriam intimadas acerca da prolação da sentença. Assim, foi
publicado despacho em 07/03/2019 para que reclamante e reclamado tomassem ciência
da decisão de primeiro grau. Nesta data foi prolatada a seguinte decisão:
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO
12ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE/MG
RTOrd 0002030-10.2018.503.0012
RECLAMANTE: JULIANA PEREIRA
RECLAMADO: METCOM METALURGIA LTDA.

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

SENTENÇA

1- RELATÓRIO

Juliana Pereira ajuizou a reclamação trabalhista n. 0010050-20.2018.512.0001 contra


Metcom Metalurgia Ltda., alegando que foi contratada em 12/12/2017 e dispensada
imotivadamente em 29/06/2018, mediante aviso prévio indenizado.

Alega que foi contratada para exercer as funções de auxiliar de serviços gerais,
realizando suas atividades durante 08 (oito) horas por dia, de segunda à sexta-feira e por
04 (quatro) horas aos sábados.

Afirma que tinha somente 25 (vinte e cinco) minutos de intervalo para refeição e
descanso, o que viola o disposto no art. 71 da CLT, razão pela qual faz jus ao
recebimento de 35 (trinta e cinco) minutos extras por cada dia de trabalho, de segunda à
sexta-feira, aplicando-se o adicional de 50%, conforme determina a CLT, durante todo o
pacto laboral, com reflexos em aviso prévio, férias + 1/3, décimo terceiro salário e
FGTS + 40%.

A reclamante aduz que realizava a limpeza de banheiros, vestiários e salas da


reclamada, sem receber qualquer equipamento de proteção individual (EPI). Assim,
pugna pelo recebimento do adicional de insalubridade em grau máximo (40%),
calculado sobre o salário mínimo, com reflexos em aviso prévio, férias +1/3, décimo
terceiro salário e FGTS + 40%.
Afirma, também, que deve receber o adicional de periculosidade, de forma cumulada ao
adicional de insalubridade, pois, diariamente, tinha que adentrar no almoxarifado da
empresa, tarefa esta que era necessária para poder buscar os produtos de limpeza
imprescindíveis para a realização de suas atividades.

Por fim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de diferenças salariais ao


fundamento de que exercia atividades idênticas da sua colega Beatriz Ferraz, com a
mesma produtividade e perfeição técnica da reclamante, mas auferia mensalmente R$
200,00 (duzentos reais) a menos.

Atribuiu à causa o valor de R$ 8.767,84 (oito mil, setecentos e sessenta e sete reais e
oitenta e quatro centavos). Juntou documentos.

Citada, a reclamada compareceu à audiência.

Proposta a conciliação, não foi aceita.

A reclamada apresentou contestação, rechaçando a pretensão de horas extras ao


fundamento de que a trabalhadora sempre usufruiu do intervalo legal de 1(uma) hora.
Afirma, ainda, que os cartões de ponto colacionados aos autos comprovam este fato,
uma vez que são pré-assinalados.

No tocante ao adicional de insalubridade, afirma que não há previsão legal para o


enquadramento da atividade exercida pela reclamante ser considerada insalubre. Além
disso, invoca a Súmula n. 448, do TST, para afastar o dever de pagamento do respectivo
adicional, sob argumento de que a previsão sumular exige que o sanitário seja de uso
público e de grande circulação para que se caracterize labor insalubre. Por fim, aduz que
a laborista usava luvas no exercício de suas atividades laborativas, o que neutraliza o
suposto agente insalubre.

No que fiz respeito ao adicional de periculosidade, assevera que a trabalhadora somente


ia ao almoxarifado quando os produtos que utilizava chegavam ao fim, o que ocorria,
em média, duas ou três vezes por mês. Assim, fica afastado o direito ao recebimento do
adicional em questão, nos termos do art. 193 da CLT e da Súmula n. 364, do TST.
Diante dos fatos, afasta a cumulação de ambos os adicionais. Em atenção ao princípio
da eventualidade, pugna pelo deferimento do adicional mais vantajoso à reclamante,
haja vista a vedação de cumulação insculpida no art. 193, § 2º, da CLT.

Finalmente, contesta a pretensão de recebimento de diferenças salariais aduzindo que a


paradigma laborava noutro estabelecimento comercial, o que afasta a equiparação
salarial, nos termos do art. 461 da CLT.

Foi realizada perícia para apuração do labor insalubre e periculoso, tendo sido
concedido às partes para manifestação acerca da sua conclusão.

Fixados os pontos controvertidos e definido o ônus da prova, consensualmente,


procedeu-se à oitiva das partes e de uma testemunha de cada parte.

Como declararam que não desejavam produzir outras provas, encerrou-se a instrução.

Alegações finais remissivas.

Renovada a tentativa de conciliação, não foi aceita.

2- FUNDAMENTAÇÃO

2.1 – INTERVALO INTRAJORNADA

O trabalhador aduz que somente tinha 25 (vinte e cinco) minutos de intervalo para
refeição e descanso durante o labor de segunda à sexta-feira.

Em sede de contestação, a reclamada aduz que a afirmação não corresponde à realidade


e que a pré-anotação dos cartões de ponto comprovam a pausa intervalar de 01 hora.

Compulsando os autos, tem-se que os cartões de ponto não foram impugnados pela
parte reclamada e que de fato são pré-anotados.

Dessa forma, os mencionados cartões de ponto devem prevalecer sobre o depoimento da


testemunha Enilda Maria, ouvida a pedido da trabalhadora, que asseverou que a obreira
tinha somente 25 (vinte e cinco) minutos de intervalo por dia.
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido.

2.2 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

O lado pericial produzido pelo perito oficial apresenta a seguinte conclusão:

“A reclamante, durante todo o pacto laboral, realizava a limpeza de banheiros,


vestiários e salas da reclamada, coletando o lixo em todos os referidos locais. Assim,
nos termos do Anexo XIV, da Norma Regulamentadora (NR) n. 15, do Ministério do
Trabalho, concluo que fica caracterizado o trabalho insalubre, em grau máximo
(40%)”.

No termos do art. 479, do Código de Processo Civil, aplicável subsidiariamente ao


Direito Processual do Trabalho por força do art. 769, da CLT, o juiz não está adstrito ao
laudo pericial.

Todavia, no caso sob exame, a conclusão do laudo pericial não foi afastada por qualquer
outro meio de prova. Muito pelo contrário, as duas testemunhas ouvidas no feito
confirmam que a reclamante exercia atividades de limpeza e que mantinha contato
regular com o lixo.

Assim, têm-se que se tratam de locais de grande circulação, que atraem a aplicação do
disposto no inciso II, da Súmula n. 448, cuja redação é a seguinte:

“II - A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande


circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências
e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo,
incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à
coleta e industrialização de lixo urbano.”

Embora não se trate de local de acesso ao público em geral, os lugares em que a


trabalhadora exercia suas atividades, notadamente os banheiros e os vestiários, eram de
grande circulação, pois todos os funcionários da empresa por lá passavam diariamente.
Dessa forma, aplica-se o disposto no Anexo 14, da NR-15, da Portaria do MTE nº
3.214/78, razão pela qual se julga procedente o pedido, condenando a Reclamada ao
pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo (40%) durante todo o pacto
laboral, calculado sobre o salário mínimo, com reflexos em aviso prévio, férias +1/3,
décimo terceiro salário e FGTS + 40%.

2.3 – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O Reclamante requer, também, a condenação ao pagamento do adicional de


periculosidade.

Neste particular, o laudo pericial assim concluiu:

“O expert entrevistou diversos colaboradores no dia da diligência, no estabelecimento


comercial da reclamada, tendo sido informado que os produtos de limpeza, quando
adquiridos, ficam estocados no almoxarifado. Para o trabalho do dia a dia, a obreira
buscava os produtos já abertos numa salinha, local distinto do almoxarifado. Conforme
apuração in loco, a trabalhadora somente ia ao almoxarifado às segundas-feiras, com
o intuito de renovar seu estoque de produtos de limpeza, onde permanecia por cerca de
10 minutos. Diante do exposto, entendo que não ficou caracterizada a exposição
permanente a agentes insalubres, eis que embora no almoxarifado existam dezenas de
produtos inflamáveis, a obreira somente lá ficava por 10 minutos por mês”.

A prova oral produzida coaduna com a conclusão do laudo pericial, isto é, de que a
trabalhadora ficava poucos minutos por semana no almoxarifado, local
incontroversamente de depósito de material inflamável.

Tendo em vista o exíguo tempo em que a reclamante ficava exposta a produtos


inflamáveis (10 minutos por semana), aplico o disposto na Súmula n. 364, do TST, que
em seu inciso I, parte final, aduz que não tem direito ao adicional de insalubridade
quando “o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que,
sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido”.
Diante do exposto, julgo improcedente o pedido.

2.4 – CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E DE


PERICULOSIDADE
No caso em comento, foi julgado improcedente o pedido de pagamento de adicional de
periculosidade.

Dessa forma, resta prejudicada a análise do pleito de cumulação de ambos adicionais.

2.5 – EQUIPARAÇÃO SALARIAL

A reclamante pleiteia o pagamento de R$ 200,00 (duzentos reais) por mês a título de


diferença salarial, ao fundamento de que sua colega Beatriz Ferraz, indicada como
paradigma, auferia salário superior, mesmo ambas exercendo atividades idênticas.

A reclamada nega a pretensão sob fundamento de que laboravam em estabelecimentos


comerciais distintos, o que afasta a equiparação salarial.

Analisando os contracheques da reclamante, juntados ao processo, constata-se que há


aposição de informação de que ela laborava na matriz. Já nos contracheques da
paradigma, verifica-se a rubrica “filial”, o que conduz à conclusão de que realmente os
locais de trabalho eram distintos.

As testemunhas ouvidas durante a instrução processual confirmaram este fato, com a


ressalva de que nos dois últimos meses a prestação de serviços se deu no mesmo local,
pois a paradigma foi deslocada para a matriz, justamente pelo fato de o empregador
pretender dispensar a reclamante. Neste período, portanto, faz jus a trabalhadora à
equiparação salarial.

Diante do exposto, julgo improcedente o pedido, indeferindo a pretensão de


recebimento de diferenças salariais por todo o pacto laboral.

2.6 – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Defiro a assistência judiciária gratuita para a trabalhadora, ante a condição de


miserabilidade provada documentalmente.

2.6 – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


A Lei n. 13.467/17 acrescentou na CLT o art. 791-A, que prevê o pagamento de
honorários advocatícios, mesmo quando for concedida a assistência judiciária gratuita
(§4º).

Diante da procedência parcial da presente reclamação trabalhista e da impossibilidade


de compensação dos honorários advocatícios (§3º), fixo-os em 10% para a reclamante e
5% para a reclamada, devendo ser calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação
de sentença.

2.7 – HONORÁRIOS PERICIAIS

Tendo em vista que a reclamada restou vencida no objeto da perícia de insalubridade,


deverá a reclamada responder pelos honorários respectivos, arbitrados em R$ 1.000,00
(mil reais), corrigíveis até o efetivo pagamento pelos índices da Lei 6.899/81, nos
termos da OJ 198 da SDI-1/TST.

3 - DISPOSITIVO

Pelo exposto, julga-se parcialmente procedente os pedidos, condenado a reclamada ao


pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo (40%) durante todo o pacto
laboral, calculado sobre o salário mínimo, com reflexos em aviso prévio, férias +1/3,
décimo terceiro salário e FGTS + 40%.

Os demais pleitos são improcedentes, nos termos da fundamentação supra.

São devidos honorários advocatícios de 20% pela reclamante e 5% pela reclamada,


devendo ser calculado sobre o valor a ser apurado em liquidação de sentença.

Além disso, a reclamada deverá arcar com honorários pericias no importe de R$


1.000,00 (mil reais).

Belo Horizonte/MG, 06/03/2019.

Juiz do Trabalho
Esclarece-se que o presente feito tramita sob o rito sumaríssimo, haja vista que o valor
atribuído à causa é inferior a 40 (quarenta) salários mínimos na data de sua propositura.
Nele, em virtude do disposto no art. 852-I, da CLT, é dispensada a elaboração de
relatório. Entretanto, como não há vedação legal para sua existência e diante do
contexto didático que ora se apresenta, na decisão judicial acima foi realizado o
relatório dos principais atos processuais praticados até o referido momento.

Agora é com você, aluno. Como advogado da trabalhadora, analise a sentença e


verifique se já é o momento de interposição de recurso ao Tribunal Regional do
Trabalho ou se há contradição, omissão, obscuridade ou erro material, que justifiquem a
necessidade de algum recurso para a própria Vara do Trabalho que prolatou a decisão.

1) Embargos de Declaração

O art. 893, da CLT (BRASIL, 1943), elenca o rol de recursos admitidos no Direito
Processual do Trabalho, dentre eles o Recurso Ordinário que deve ser manejado para,
via de regra (vide demais hipóteses de cabimento no art. 895, da CLT), atacar decisão de
primeiro grau, exatamente como a do caso sob exame.

Entretanto, a decisão pode conter defeitos que demandam a interposição anterior de


outro recurso, desta feita para o próprio juízo prolator da decisão judicial. Trata-se
justamente dos Embargos de Declaração, previstos nos art. art. 897-A, da CLT
(BRASIL, 1943), que assevera que ele deve ser interposto em face “da sentença ou
acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira
audiência ou sessão subsequente à sua apresentação, registrado na certidão, admitido
efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e
manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso”.
O parágrafo 1º, do referido dispositivo legal, dispõe que os Embargos de Declaração
também se prestam para sanar erros materiais, que são aqueles pequenos equívocos que
podem constar na decisão judicial, como um erro de data, de digitação, ausência de
palavras, troca de nome, dentre outros. Não se trata de eventuais erros do julgador, que
somente podem ser corrigidos por meio de recurso próprio.

O art. 1.022, do novo Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), aplicável


subsidiariamente ao Direito Processual do Trabalho, corrobora o entendimento
constante no texto celetista, acrescentando, em seu parágrafo único, inciso II, que a
decisão judicial é considerada omissa quando não enfrentar todos os argumentos
deduzidos no processo que sejam capazes de modificar a conclusão do julgado.

O invocado art. 1.022 explicita as hipóteses de cabimento dos Embargos de Declaração,


que podem ser assim sistematizadas:

I- Esclarecer obscuridade;

II- Eliminar contradição.

III- Suprir omissão do ponto ou questão sobre o qual o juiz deveria se


manifestar de ofício ou a requerimento da parte.

IV- Corrigir erro material.

A obscuridade, no entender de Daniel Amorim Assumpção Neves (Novo Código de


Processo Civil Comentado Artigo por Artigo. 2 ed. Salvador: Ed. Jus Podivm. 2017,
p. 1756), seria “a falta de clareza e precisão da decisão, suficientes a não permitir a
certeza jurídica a respeito das questões resolvidas". Valladão (2016) entende que a
obscuridade ocorre quando a decisão é inteligível.

Quanto à omissão, Luiz Fernando Nogueira Valladão (Recursos e Procedimentos nos


Tribunais no Novo Código de Processo Civil. Belo Horizonte: Ed. D’Plácido,.2016, p.
107) refere-se como a “ausência de apreciação de ponto ou questão relevante a que o
órgão jurisdicional deveria ter se manifestado".
A contradição, no entender de Neves (2017), ocorre quando existam “proposições
inconciliáveis entre si, de forma que a afirmação de uma logicamente significará a
negação de outra". A contradição deve se referir ao teor da própria decisão, ou seja, não
se refere às provas dos autos. Dessa forma, se a sentença estiver em desacordo com a
prova oral, documental ou pericial, por exemplo, não é hipótese de Embargos de
Declaração, mas de Recurso Ordinário.

No contexto de aplicação subsidiária das normas processuais civis ao Direito Processual


do Trabalho, não se pode olvidar da Instrução Normativa n. 39, do TST, que dispõe
sobre as normas do Código de Processo Civil de 2015 aplicáveis e inaplicáveis ao
Processo do Trabalho. Destaca-se a garantia de aplicabilidade do art. 489, do CPC, que
trata da fundamentação da sentença (art. 93, inciso IX da Constituição Federal). Assim,
o TST aduz que a decisão judicial trabalhista deve enfrentar todos os fundamentos
lançados no recurso.

Reforça-se, portanto, a importância dos Embargos de Declaração quando se trata de


omissão ou contradição no julgado, o que devem ser cuidadosamente analisados por
você, aluno, na presente seção.

Não se pode deixar de lado a previsão trazida pelo parágrafo 2º, do art. 897-A, da CLT,
que preceitua que somente poderá ocorrer efeito modificativo ao julgado caso tenha sido
dada vista por 05 (cinco) dias à parte contrária. O mencionado efeito tem lugar quando a
omissão, contradição, obscuridade ou erro material forem sanados e gerar modificação
na conclusão do julgado. Nestas situações, deve-se conceder a oportunidade da outra
parte se manifestar sobre os Embargos de Declaração aviados, antes de ser prolatada a
decisão, sob pena de violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa
previstos no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal de 1988.

No caso em exame, houve algum acontecimento processual que não foi objeto da
decisão? Há alguma contradição? Existe algum erro material? É importante que você
leia atentamente a decisão para verificar se houve tal situação.

Fique atento para que no dia a dia da atividade profissional não sejam interpostos
Embargos de Declaração em hipóteses distintas das elencadas no art. 1.022, do Código
de Processo Civil. Caso isto ocorra, a parte embargante poderá ser apenada com multa
de até 2% sobre o valor atualizado da causa, a ser paga para embargada (art. 1.026, 2º,
do CPC). Caso se reitere os Embargos de Declaração meramente protelatórios, a multa
poderá ser elevada a até 10% do valor atualizado da causa, devendo a parte depositar
prévia e judicialmente a quantia para poder interpor qualquer outro recurso (art. 1.026,
3º, do CPC).

Por fim, não se pode esquecer de que a interposição tempestiva dos Embargos de
Declaração interrompe o prazo para a apresentação dos demais recursos eventualmente
cabíveis, conforme dispõe o art. 897-A, §3º, da CLT e o art. 1.026, do CPC de 2015.

Esta interrupção vale para ambas as partes, isto é, aquela que tem interesse processual
na interposição de eventual recurso também terá seu prazo interrompido pela
interposição tempestiva dos Embargos de Declaração aviados pela outra parte.

Os Embargos de Declaração podem ser acolhidos ou rejeitados, se o juízo entender não


ter ocorrido o vício previsto no Código de Processo Civil. Contudo, se eles forem
deduzidos sem invocar uma das hipóteses previstas em lei, o juízo pode negar
seguimento, o que impede a interposição de outros recursos eventualmente cabíveis.

Assim, o prazo não será interrompido somente se os Embargos não forem conhecidos.
Caso sejam conhecidos, mas julgados improcedentes, o prazo recursal é normalmente
restituído às partes.

2) Requisitos da sentença

Além de omissões ou contradições no julgado, você, aluno, também deve analisar se


estão presentes no caso concreto todos os requisitos da sentença.

No que diz respeito aos requisitos da mencionada decisão judicial nos processos que
tramitam sob o rito sumaríssimo, deve-se analisar o disposto no art. 852-I, da CLT
(BRASIL, 1943):

Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com


resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime,
atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.
§ 2º (VETADO)
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que
prolatada.

Todavia, não se pode perder de vista a regra geral sobre o tema, que está prevista no art.
832, da CLT (BRASIL, 1943). Veja-se:

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido
e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a
respectiva conclusão.
§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o
prazo e as condições para o seu cumprimento.
§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte
vencida.
(...)

O art. 789, inciso I, da CLT (BRASIL, 1943) também dispôs que as custas devem
incidir sobre o valor da condenação, denotando-se a necessidade de toda sentença
atribuir, portanto, uma quantia a este título.

Diante do exposto, você, aluno, deve analisar detidamente a decisão judicial para
verificar se há alguma omissão no que diz respeito aos requisitos da sentença. Caso
positivo, deve manejar o recurso adequado para seu esclarecimento.

QUADRO SINÓPTICO DA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA


APLICÁVEL
(Referidos e não referidos nas explicações anteriores)

Assunto CRFB/88 CLT CPC/2015 TST Outros

Embargos de Art. 5º, inciso LV. Art. 897-A. Art. 489; Art. Instrução -
Declaração 1.022; Art. Normativa n.
1.026. 39.

Sentença - Art. 789; Art. 832; - - -


Art. 852-I.

Fonte: Elaborado pelo autor.


Caro aluno, no caso em comento estamos diante de uma decisão prolatada que julgou o
mérito da lide.

Você deve analisar se a decisão judicial padece de omissão, contradição, obscuridade ou


de algum erro material.

Uma vez identificadas estas questões, deve-se partir para os aspectos práticos de sua
elaboração.

Ele deve ser endereçado para o juízo que prolatou a decisão, objetivando que seja
sanada a omissão, contradição, obscuridade ou que seja corrigido o erro material.

Indique na peça recursal as razões pelas quais é cabível o citado recurso no caso sob
exame.

Tendo em vista que a tempestividade é um dos requisitos do recurso, é necessário, para


fins didáticos, que o recurso tenha tópico relativo a ela, a fim de demonstrar que a peça
processual foi interposta no momento adequado.

Elenque no seu recurso os argumentos fáticos e os fundamentos jurídicos que amparam


a pretensão de sua cliente.

Utilize linguagem impessoal. Quando se referir à decisão, não faça menção ao juiz ou
juíza prolator da decisão, pois o recurso não visa combatê-lo, mas sim a decisão por ele
prolatada. Refira-se, portanto, à decisão ou à sentença, que é justamente o que se ataca
pela peça recursal.

Mãos à obra!

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