Sei sulla pagina 1di 7

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

1. Identificação
Aluno: 201502464624
CRA: 9,62
Curso: Direito
Unidade: Barra World
Previsão de conclusão do curso: 2019/2
Orientador: Bruno Rezende
CPF: 091.154.227.20
Título do projeto de pesquisa do orientador: Julgamentos históricos do STF:
uma análise discursiva do MS 111 do DF e seu acórdão relacionados à Aliança
Nacional Libertadora durante o Estado de Sítio no Governo Vargas (1930-1945).
Data do início do projeto de pesquisa: 02/2018
Título do plano de trabalho do aluno: Estudo comparativo da competência do
STF no período de Estado de Sítio do Governo Vargas: institutos e instrumentos
jurídicos utilizados no MS 111/DF.
Período a que se refere o relatório apresentado: 01/2019 a 02/2019
Relatório: final ( ) parcial (X )

2. Desenvolvimento do relatório técnico-científico do aluno

Durante o período do Estado Novo, ao contrário do que se poderia supor, a corte


suprema funcionava a pleno vapor. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi órgão criado
pela Constituição de 1891 e, desde então, vem fazendo parte da história do país, ainda
que em momentos mais conturbados como aqueles que compreenderam o conhecido
Estado autoritário, entre 1937 e 1945, com Getúlio Vargas como personalidade
centralizadora e principal comandante do país, e a Ditadura Militar, entre 1964 e 1985,
com sucessivos chefes de Estado autoritários oriundos de setores castrenses, após o golpe
de 1964.
No período especificamente do Estado Novo, a análise comparativa da
competência do STF por si aponta indícios do autoritarismo que se instalava. Embora à
primeira vista a competência da corte se assemelhasse em muito àquela atribuída pela
Constituição de 34, certo é que houve modificações pontuais na constituição de 37, que
ensejaram diferenças substanciais, sobretudo no que concerne às garantias e remédios.
A título exemplificativo, observa-se que a Constituição de 1934 traz, em seu artigo
76 a competência da suprema corte, constituindo esta, ratione personae e ratione
materiae, nos seguintes termos

Art 76 - A Corte Suprema compete:

1) processar e julgar originariamente:

a) o Presidente da República e os Ministros da Corte Suprema, nos crimes


comuns;

b) os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República, os Juízes dos


Tribunais federais e bem assim os das Cortes de Apelação dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios, os Ministros do Tribunal de Contas e os
Embaixadores e Ministros diplomáticos nos crimes comuns e nos de
responsabilidade, salvo, quanto aos Ministros de Estado, o disposto no final do
1º do art. 61;

c) os Juízes federais e os seus substitutos, nos crimes de responsabilidade;

d) as causas e os conflitos entre à União e os Estados, ou entre estes;

e) os litígios entre as nações estrangeiras e a União ou os Estados;

f) os conflitos de jurisdição entre Juízes ou Tribunais federais, entre estes e os


Estados, e entre Juízes e Tribunais de Estados diferentes, incluídos, nas duas
últimas hipóteses, os do Distrito Federal e os dos Territórios;

g) a extradição de criminosos, requisitada por outras nações, e a homologação


de sentenças estrangeiras;

h) o habeas corpus , quando for paciente, ou coator, Tribunal, funcionário ou


autoridade, cujos atos estejam sujeitos imediatamente à jurisdição da Corte; ou
quando se tratar de crime sujeito a essa mesma jurisdição em única instância;
e, ainda se houver perigo de se consumar a violência antes que outro Juiz ou
Tribunal possa conhecer do pedido;

i) o mandado de segurança contra atos do Presidente da República ou de


Ministro de Estado;

j) a execução das sentenças contra causas da sua competência originária com


a faculdade de delegar atos do processo a Juiz inferior;

Destacam-se as alíneas “h” e “i”, com a competência para conhecer e julgar os


remédios constitucionais. Com efeito, os julgamentos de Mandados de Segurança contra
atos ilegais ou inconstituicionais praticados pelo Presidente e Ministros de Estado
merecem especial atenção, sobretudo porque, previstos na Constituição de 1934, como
garantia contra arbitrariedades do executivo, simplesmente desapareceram do texto
constitucional, na carta de 1937, conforme se pode ver, a partir da transcrição do art. 101
daquela Constituição, que disciplina a competência do STF, in verbis:

Art 101 - Ao Supremo Tribunal Federal compete:

I - processar e julgar originariamente:

a) os Ministros do Supremo Tribunal;

b) os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República, os Juízes dos


Tribunais de Apelação dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, os
Ministros do Tribunal de Contas e os Embaixadores e Ministros diplomáticos,
nos crimes comuns e nos de responsabilidade, salvo quanto aos Ministros de
Estado e aos Ministros do Supremo Tribunal Federal, o disposto no final do §
2º do art. 89 e no art. 100;

c) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, ou entre estes;

d) os litígios entre nações estrangeiras e a União ou os Estados;

e) os conflitos de jurisdição entre Juízes ou Tribunais de Estados diferentes,


incluídos os do Distrito Federal e os dos Territórios;

f) a extradição de criminosos, requisitada por outras nações, e a homologação


de sentenças estrangeiras;

g) o habeas corpus , quando for paciente, ou coator, Tribunal, funcionário ou


autoridade, cujos atos estejam sujeitos imediatamente à jurisdição do
Tribunal, ou quando se tratar de crime sujeito a essa mesma jurisdição em
única instância; e, ainda, se houver perigo de consumar-se a violência antes
que outro Juiz ou Tribunal possa conhecer do pedido;

h) a execução das sentenças, nas causas da sua competência originária, com a


faculdade de delegar atos do processo a Juiz inferior;

Assim, é fato importante de ser apontado o desaparecimento da alíneia “i”, que


mencionava justamente a competência da corte com relação ao julgamento de Mandados
de Segurança contra atos do Presidente da República e de Ministros de Estado.
Tendo ganhado status constitucional em 1934, o Mandado de Segurança importou
em grande inovação de garantia contra arbitrariedades do estado, tendo tido, inclusive,
julgamentos históricos no STF, como MS 11/DF, de 1935. Em que pese, neste último
Mandado de Segurança, o argumento de arbitrariedade ter sido considerado
improcedente, não se concedendo a segurança, naquele caso, contra o fechamento pelo
governo da Aliança Nacional Libertadora, o fato de que, a partir da Constituição de 1937,
e até 1945, estava excluída da competência da corte a apreciação de legalidae dos atos
praticados pelo executivo represente um retrocesso. O Mandado de Segurança é instituto
que desaparece por completo no período do Estado Novo, fato que, por si só, já aponta
de forma contundente para o recrudescimento do autoritarismo, por meio da atuação do
executivo, sem que sequer se pudesse arguiur o abuso de autoridade ou o constrangimento
ilegal que por ventura fosse perpetrado pelo Estado.
Nesse sentido, justifica-se o estudo da mudança da competência da corte, ensse
período, com vistas a compreender historicamente até que ponto a atuação do controle
jurisdicional do Supremo pode contribuir ou obstar a instauração de sistemas autoritários
no país.

2.1. Resumo do projeto do orientador

Esse Projeto faz parte de uma proposta coletiva que reúne pesquisadores do Grupo
de Pesquisa NEDCPD – Núcleo de Estudos de Direito, Cidadania, Processo e Discurso -
, do Programa de Pós-graduação stricto sensu em Direito, da UNESA, e alunos e
professores da graduação, desta mesma instituição. Visa à compreensão do papel
desempenhado pelo Supremo Tribunal Federal, a partir da atuação de seus Ministros,
explicitada nos julgamentos de casos que lhes foram submetidos ao longo da história
brasileira republicana. A metodologia que se emprega nesta proposta de trabalho será a
mesma empregada nos outros projetos de pesquisa dos membros do NEDCPD e está
baseada na análise semiolinguística do Discurso Político e na crítica das fontes
documentais (Processos e Acórdãos) utilizando-se, como aporte, o próprio saber jurídico.
No entanto, o que diferencia os trabalhos e o esforço dos pesquisadores, é o recorte que é
realizado, com o estudo e a discussão de objetos de pesquisa distintos. Tais objetos estão
ligados às chamadas Decisões históricas existentes no site do STF e que expõem vários
processos e seus respectivos HC (Habeas corpus), RE (Recursos extraordinários) MS
(Mandados de Segurança) e RCr (Recursos Criminais), ligados a fatos históricos de
importância na história brasileira. Desse modo, o objeto de estudo específico desse
projeto aqui apresentado, está relacionado às decisões tomadas durante o período do
primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), especificamente os processos que
tiveram como temática o Estado de Sítio no que concerne a Aliança Nacional Libertadora,
tendo como destaque o MS 111 do DF e seu acórdão. A expressão “casos ou decisões
históricas” refere-se àqueles casos que o próprio STF, em seu sítio oficial, denomina
como tais. Versam sobre temáticas que explicitam tensões políticas no sentido weberiano
(WEBER, 2002:55), pois trataram de disputas pelo poder entre instituições e/ou agentes
políticos ou de ações que envolviam escolhas de soberania do Estado. O que se tenta
vislumbrar é se a Suprema Corte optou por uma política de não enfrentamento com o
Estado, de não enfrentamento com o Poder Executivo, preferindo não prover o direito do
cidadão, e como tal se manter inatingida pelo detentor de uma força explícita.

2.2. Cronograma original do plano de trabalho individual do aluno

10/2018 a 01/2019: estudo do material biliográfico sugerido pelo professor


orientador, para servir de base à análise do discurso;
01/2019 a 02/2019: seleção de material bibliográfico para servir de suporte à
anállise jurídica dos institutos e instrumentos utilizados no MS-111/DF.
03/2019 a 05/2019: leitura e elaboração de texto, utilizando-se a leitura crítica do
material de suporte, com vistas à investigação do discurso e instrumentos jurídicos do MS
111/DF.

2.3. Apresentar e comentar a bibliografia lida no período e os métodos e


técnicas de pesquisa utilizadas

Fez-se utilização da pesquisa biliográfica, com análise comparativa de legislações


e doutrinas. Nesse sentido, inicialmente deu-se prioridade a artigo acerca da análise
linguístico-semiótica do texto e do discurso (CHARAUDEAU, 2005), o que, com efeito,
confere base teórica para uma análise eficiente do discurso contido na decisão objeto do
projeto de pesquisa, uma vez que há questionamentos acerca de até que ponto aquela
decisão orientou-se por um tecnicismo ou por questões de fundo idelógicas.
Com relação aos insturmento jurídicos utilizados, o material bibliográfico
utilizado partiu da doutrina processualista (ALVARENGA, 2016; CÂMARA, 2018), que
faz um aporte inicial acerca dos conceitos por detrás dos institutos do Mandado de
Segurança e Habeas Corpus, relacionando-os, outrossim, à evolução histórica do instituto.
2.4. Resultados obtidos no período

Observou-se, na decisão comentada, uma coerência no que concerne à


fundamentação utilizada pela corte suprema, para negar o Mandado de Segurança
impetrado pela ANL, em um primeiro momento. Com efeito, a decisão traz amplo amparo
legal e jurisprudencial, apreciando, ainda, ponto a ponto, a argumentação trazida pela
Aliança.
Por outro lado, a menção a elementos estranhos aos autos, como o histórico de
vinculação ao partido comunista do presidente por aclamação da ANL, bem como de seu
manifesto levanta questionamentos acerca de até que ponto a decisão pode ser entendida
como sem viés ideológico. Embora inicialmente bem fundamentada na legislação então
vigente,

2.5. Dificuldades encontradas na execução do projeto

Houve dificuldade no que concerne ao acesso às peças do MS111/DF, que se


mostram essenciais a uma correta análise da qualidade da decisão. Nesse sentido, embora
o acórdão estivesse prontamente disponível, com pequena pesquisa no site do STF, os
documentos que instruíram o processo não puderam, em um primeiro momento, serem
encontrados com a mesma facilidade.

2.6. Informar se o cronograma proposto foi cumprido e as justificativas, caso


não tenha sido

O cronograma foi parcialmenter cumprido, uma vez que se propunha, em primeiro


lugar, o estudo da teoria semiótica do discurso, para, em seguida, proceder-se à análise
daquele no acórdão. Em verdade, o texto origiou-se de forma inversa: em primiero lugar
observaram-se os institutos e as ferramentas jurídicas utilizadas, bem como procedeu-se
a uma análise da fundamentação da decisão, para, então, passar-se à análise daquele
discurso, uma vez que, em que pese a robusta fundamentação técnica da decisão, seu
estudo levantou dúvidas acerca do viés ideológico, tendo em vista a menção a
circunstâncias fora dos autos.
3. Autoavaliação do aluno

Realizar pesquisa é sempre muito enriquecedor e instrutor, sendo essencial na vida


de qualquer aluno ou professor que tenha efetivamente abições de crescimento intelectual.
A pesquisa realizada não fugiu a essa máxima, tendo sido essencial para um melhor
conhecimento não só da história do Brasil, em seus bastidores, como também da evolução
dos institutos jurídicos do país ao longo do tempo. Particularmente, foi útil no sentido de
aprendizado do pesquisar jurisprudência e doutrina ligada à eventos históricos no Brasil,
bem como na produção de texto acadêmico.

4. Parecer do Orientador
Em caso de não cumprimento do cronograma, aprova a justificativa apresentada
pelo aluno? Sim ( ) Não ( )
Breve parecer:
Data e nome do Orientador

5. Parecer do Comitê Institucional de Iniciação Científica (CIIC)


Etapas cumpridas do cronograma
Resultados obtidos no período

Avaliação do CIIC:
[ ] Relatório recomendado
[ ] Relatório recomendado com restrição
[ ] Relatório não recomendado
Breve justificativa:

Data e nome do parecerista

Potrebbero piacerti anche