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ACÚSTICA DE EDIFÍCIOS
Índice
10.1 Introdução ....................................................................................................................... 1
10.2 Sons de Condução Aérea .............................................................................................. 5
10.2.1 Situação Ideal – Sem Influência da Transmissão Marginal .................................... 6
10.2.2 Situação Real – Com Influência da Transmissão Marginal................................... 15
10.2.3 Situação Real – Entre o Exterior e um Espaço Interior ......................................... 20
10.2.4 Critérios de Desempenho Acústico ....................................................................... 22
10.3 Sons de Condução Sólida (ou de Percussão)........................................................... 24
10.3.1 Situação Ideal – Sem Influência da Transmissão Marginal .................................. 24
10.3.2 Situação Real – Com Influência da Transmissão Marginal................................... 30
10.3.3 Critérios de Desempenho Acústico ....................................................................... 34
10.4 Lei da Massa ................................................................................................................. 34
10.5 Previsão do Isolamento Sonoro ................................................................................. 50
10.5.1 Previsão do isolamento sonoro a sons de condução aérea.................................. 50
10.5.2 Método Gráfico ...................................................................................................... 50
10.5.3 Modelo Misto ......................................................................................................... 52
10.5.4 Previsão do isolamento sonoro a sons de percussão ........................................... 74
ANEXOS ..................................................................................................................................... 82
CAPÍTULO 4 4
CAPÍTULO 5 5
CAPÍTULO 6 6
CAPÍTULO 7 7
CAPÍTULO 8 8
CAPÍTULO 9 9
CAPÍTULO 10 10
Física das Construções
10.1 Introdução
Por outro lado, um problema de isolamento sonoro pode ser também classificado de acordo
com o modo como se processa a emissão e propagação do ruído no espaço emissor, uma vez
que a transmissão do ruído se processará sempre pela vibração dos elementos construtivos do
edifício (a diferença reside apenas no modo como esses elementos são excitados), sobretudo
os confinantes com o espaço receptor (no caso dos dois espaços serem contíguos).
Figura 10.1 – Diferença entre sons de condução aérea e sons de condução sólida ao nível da
geração e propagação do ruído (Patrício 2003)
Note-se, contudo, que a geração dos sons de percussão implica também, por vibração dos
elementos construtivos, a transmissão de energia sonora por via aérea para o compartimento
emissor, que por sua vez se poderá propagar por esta mesma via para o espaço receptor
(embora na prática, na maioria das situações, esta componente possa ser desprezada).
1
Refere-se neste capítulo “isolamento sonoro a sons…” e não “isolamento sonoro a ruídos…”, bem como
“sons de condução aérea/percussão” e não “ruídos…” em consonância com a legislação em vigor
(Decreto-Lei n.º 129/2002) e toda a normalização neste domínio, apesar da segunda designação ser
mais condizente com a distinção som/ruído.
10.1
Física das Construções
A Figura 10.1 permite também ilustrar o facto de que enquanto os sons de condução aérea
aére são
sobretudo condicionantes para as condições acústicas
ústicas dos espaços adjacentes ao local da
emissão, os sons de percussão são passíveis de fazer sentir a sua acção em espaços mais
distantes, consequência do tipo de propagação das ondas sonoras e do amortecimento interno
dos meios de propagação correntes (paredes de alvenaria e lajes em betão armado) ser muito
reduzido
eduzido (da ordem de 0,5 a 1%).
Quer os sons de condução aérea quer os de percussão podem ser provenientes do exterior do
edifício (Figura 10.2). Contudo,
Contudo e exceptuando algumas situações particulares (por
( exemplo o
metropolitano), a análise dos sons de percussão centra-se em regra naqueles que têm origem
no interior dos edifícios e, em situações correntes, apenas nos associados à excitação de
elementos horizontais (pavimentos), visto que se admite ser possível evitar a excitação de
elementos verticais sem prejudicar ou sequer limitar a sua utilização quotidiana. Já no caso dos
sons de condução aérea devem considerar-se fontes interiores e exteriores aos edifícios.
Figura 10.2 – Exemplos de sons de condução aérea e de percussão com origem no exterior
dos edifícios (Souza et al. 2003)
Exceptuando
ptuando em situações de ensaios laboratoriais,
laboratoriais, a transmissão sonora entre dois espaços
por via aérea ou sólida efectua-se
efectua se sempre através da vibração quer do elemento separador
entre os espaços emissor e receptor (transmissão directa), quer dos demais elementos
eleme que
delimitam os dois espaços (transmissão marginal) (Figura
( 10.3).
10.2
Física das Construções
Figura 10.3 – Processos de transmissão sonora directa e marginal entre um espaço emissor
(E) e espaços receptores contíguos (R) (Hawaphon)
Na prática importa ainda considerar eventuais transmissões por via aérea indirecta (também
designadas por transmissões “parasitas”) em consequência por exemplo da existência de um
sistema de ventilação comum entre dois espaços (Figura 10.5).
Refira-se a propósito que uma análise detalhada de um problema de isolamento sonoro poderá
implicar a consideração da emissão de ruído associado ao funcionamento de equipamentos e
instalações, incidindo particularmente nos seguintes pontos:
- Isolamento de vibrações.
10.3
Física das Construções
Por conseguinte, sempre que existam ensaios de caracterização laboratorial disponíveis para
uma dada solução construtiva, a sua utilização deverá ser preferida face aos resultados obtidos
através de modelos de cálculo (recomendação também válida no caso dos sons de percussão).
10.4
Física das Construções
Porém, no caso dos sons de percussão existe um elemento cuja acção pode ser determinante
para um desempenho adequado: os revestimentos de pavimento. Note-se aliás que para as
lajes estruturais utilizadas na construção corrente não é em geral possível verificar os valores
de referência (regulamentares ou de conforto) de isolamento sonoro a sons de percussão sem
a consideração do efeito dos revestimentos de pavimento.
Na prática é possível enquadrar estes tipos de revestimento em pelo menos dois grupos:
- Revestimentos resilientes – a redução da transmissão sonora por percussão deriva do
aumento do tempo de impacto da acção de percussão em relação à situação do
elemento não revestido (por exemplo uma alcatifa).
- Sistemas flutuantes – a redução da transmissão sonora por percussão é modelada por
um sistema reológico massa/mola, sendo o elemento “massa” materializado através de
uma lajeta flutuante (por exemplo em betão armado) e o elemento “mola” consistindo
nas características elásticas da camada de material resiliente colocada entre aquele e
o elemento laje estrutural (Figura 10.6).
Elemento resiliente
Cola de contacto
Laje de Piso
10.5
Física das Construções
Quando uma onda sonora incide num elemento construtivo, uma parte da sua energia é
reflectida, outra parte é absorvida, e a restante é transmitida para o espaço receptor (num caso
ideal considerando apenas um espaço receptor) mediante a vibração do elemento construtivo
(no caso de existir transmissão indirecta ou marginal, parte da energia será também transferida
para os elementos adjacentes). O isolamento sonoro a sons de condução aérea resulta assim
da capacidade de dissipação da energia sonora incidente no elemento construtivo.
O conceito de índice de transmissão sonora (τ) traduz o quociente entre a potência sonora
transmitida por um elemento construtivo e a potência sonora nele incidente, quantificando a
sua capacidade de dissipação de energia sonora (Equação (10.1)).
W2
τ= (10.1)
W1
Onde:
τ – índice de transmissão sonora (-)
W1 – potência sonora incidente no elemento construtivo (dB)
W2 – potência sonora transmitida pelo elemento construtivo (dB)
No entanto, e visto que os valores do índice de transmissão sonora são normalmente muito
reduzidos (para além do facto do ouvido humano não responder a um estímulo sonoro de uma
forma linear), é habitual caracterizar-se o desempenho de isolamento sonoro a sons aéreos de
um elemento construtivo através do parâmetro índice de redução sonora (R) (Equação (10.2)).
Trata-se do parâmetro utilizado na avaliação laboratorial de soluções construtivas correntes,
sendo de grande utilidade prática na medida em que pode ser considerado constante para um
dado elemento construtivo.
1
R = 10 log = −10 log (τ ) (10.2)
τ
Onde:
R – índice de redução sonora (dB)
τ – índice de transmissão sonora (-)
Tal como já referido, o valor do índice de redução sonora (R) de um elemento construtivo varia
consoante a frequência e o ângulo de incidência das ondas sonoras. É pois necessário definir a
banda de frequências (tipicamente de 1/1 oitava ou 1/3 oitava) a que o valor se refere, sendo
que se nada for dito em relação ao ângulo de incidência das ondas sonoras (situação típica por
exemplo de um ensaio laboratorial corrente) se assume que o valor apresentado diz respeito a
uma incidência sonora difusa.
10.6
Física das Construções
Com base na Equação (10.2) conclui-se que quanto maior for o índice de redução sonora (R)
de um elemento construtivo melhor será o seu isolamento sonoro a sons de condução aérea.
De todo o modo, a noção intuitiva de isolamento sonoro não corresponde ao índice de redução
sonora (R), mas sim à diferença aritmética que, para uma situação concreta, se verifica entre
os níveis de pressão sonora nos espaços emissor e receptor. Ao parâmetro assim obtido
denomina-se isolamento sonoro bruto (D) (Equação (10.3)).
D = L1 − L2 (10.3)
Onde:
D – isolamento sonoro a sons de condução aérea bruto (dB)
L1 – nível médio de pressão sonora no espaço emissor (dB)
L2 – nível médio de pressão sonora no espaço receptor (dB)
Influência da área do elemento construtivo (S) e da absorção sonora do espaço receptor (A)
Assumindo a hipótese de campo difuso nos espaços emissor e receptor, é possível estabelecer
uma relação entre os parâmetros D e R apenas em função da área de absorção sonora
equivalente do espaço receptor (A) e da área do elemento construtivo de separação entre os
espaços emissor e receptor (S) (Equação (10.4)). Verifica-se que o isolamento sonoro bruto
aumenta proporcionalmente à absorção sonora do espaço receptor (A), diminuindo com o
aumento da área de radiação sonora (S).
A
D = R + 10 log (10.4)
S
Onde:
D – isolamento sonoro a sons de condução aérea bruto (dB)
R – índice de redução sonora (dB)
2
A – área de absorção sonora equivalente do espaço receptor (m )
2
S – área do elemento construtivo de separação entre os espaços emissor e receptor (m )
10.7
Física das Construções
10.8
Física das Construções
10.9
Física das Construções
É comum um elemento construtivo ser constituído por vários componentes (por exemplo uma
parede exterior com zona opaca, vãos envidraçados, caixas de estore e grelhas de ventilação
natural) com características distintas de isolamento sonoro, para o qual importa conhecer o
índice de isolamento sonoro global, homogeneizando o desempenho dos vários componentes.
10.10
Física das Construções
∑τ S i i
W2 = i
W1 (10.5)
∑S i
i
Onde:
W1 – potência sonora incidente no elemento construtivo (dB)
W2 – potência sonora transmitida pelo elemento construtivo (dB)
τi – índice de transmissão sonora do componente i (-)
2
Si – área do componente i (m )
∑ Si
1
R = 10 log = 10 log i (10.6)
τ ∑τ i S i
i
Onde:
R – índice de redução sonora homogeneizado (dB)
τ – índice de transmissão sonora homogeneizado (-)
τi – índice de transmissão sonora do componente i (-)
2
Si – área do componente i (m )
A equação anterior pode ser igualmente expressa em função dos índices de redução sonora de
cada componente do elemento construtivo (Ri):
∑ Si
R = 10 log i
(10.7)
Si
∑ Ri 10
i 10
Onde:
R – índice de redução sonora homogeneizado (dB)
Ri – índice de redução sonora do componente i (-)
2
Si – área do componente i (m )
Sempre que o elemento construtivo em estudo incluir componentes cuja avaliação laboratorial
do isolamento a sons aéreos não é efectuada segundo a ISO 140-3 (na qual é utilizada como
parâmetro de desempenho o índice de redução sonora), o processo de homogeneização será
distinto. A Equação (10.8) permite determinar o valor homogeneizado no caso mais corrente de
um componente construtivo de pequena dimensão estar integrado no elemento em análise.
10.11
Física das Construções
1 1
R = 10 log = 10 log
(10.8)
τ 1 A0
∑ S i 10 −Ri 10 + ∑10
− Dn , e , j 10
S i S j
Onde:
R – índice de redução sonora homogeneizado (dB)
τ – índice de transmissão sonora homogeneizado (-)
2
S – área do elemento construtivo (m )
2
Si – área do componente i (m )
Ri – índice de redução sonora do componente i (-)
2 2
A0 – área de absorção sonora equivalente de referência (m ), tomando um valor igual a 10 m no caso
de edifícios residenciais e situação análogas
Dn,e,j – isolamento sonoro normalizado do componente de pequena dimensão j (dB)
O isolamento sonoro a sons de condução aérea conferido por um dado elemento construtivo
depende da frequência da onda sonora incidente, pelo que os resultados de uma avaliação
laboratorial são obtidos em bandas de frequências de 1/3 oitava (para uma utilização corrente
admite-se também uma caracterização em bandas de 1/1 oitava – mas não em ensaios
laboratoriais – por exemplo no caso de se utilizarem modelos de previsão).
No entanto desta imposição resulta que qualquer elemento construtivo seria caracterizado por
um conjunto de valores de índice de redução sonora (R) distintos em função da banda de
frequências em questão, o que embora rigoroso (e nalguns casos necessário), se revela pouco
prático para o utilizador corrente.
Por conseguinte foi criado um índice único que pondera o desempenho de isolamento sonoro
para as diversas bandas de frequências (1/1 oitava ou 1/3 oitava), de acordo com uma situação
padrão (que se designa por “curva” de referência) definida na ISO 717-1 (Figura 10.10 e Figura
10.11, Tabela 10.1).
10.12
Física das Construções
Valores de referência, dB
Frequência, Hz
Figura 10.10 – Curva de referência definida na ISO 717-1 para a avaliação do isolamento
sonoro a sons de condução aérea por bandas de 1/3 oitava (16 bandas entre 100 e 3150 Hz)
Valores de referência, dB
Frequência, Hz
Figura 10.11 – Curva de referência definida na ISO 717-1 para a avaliação do isolamento
sonoro a sons de condução aérea por bandas de 1/1 oitava (5 bandas entre 125 e 2000 Hz)
10.13
Física das Construções
Tabela 10.1 – Descrição paramétrica das curvas de referência (ISO 717-1) para a avaliação do
isolamento sonoro a sons de condução aérea por bandas de 1/3 oitava e de 1/1 oitava
10.14
Física das Construções
Figura 10.12 – Desvios desfavoráveis num processo de ajuste entre valores de isolamento
sonoro medidos (índice de redução sonora) e valores de referência (Patrício 2003)
Na prática começa-se por se arbitrar um valor (inteiro) para uma dada banda de frequências da
curva de referência, a partir do qual é possível construir toda a curva e calcular os desvios
desfavoráveis face à curva real. Considera-se que o ajuste está terminado (trata-se de um
processo iterativo) quando o somatório dos desvios desfavoráveis a dividir pelo número total de
bandas de frequências envolvidas (5 no caso de 1/1 oitava, 16 no caso de 1/3 oitava) seja o
valor mais próximo possível de 2, sem o ultrapassar (mas podendo igualá-lo), ou seja, o
somatório dos desvios desfavoráveis deve ser inferior a 10 ou a 32 para bandas de 1/1 oitava
ou de 1/3 de oitava, respectivamente.
O índice único proveniente deste processo de ajuste corresponde ao valor da banda centrada
nos 500 Hz, passando a adoptar para além do nome do descritor de isolamento sonoro em
causa (por exemplo D, R, …), a designação w (“weighted” – ponderado) – Dw, Rw, …– tal como
se pode observar na Figura 10.12 (no caso Rw).
No caso da existência de transmissão marginal, não faz sentido falar no isolamento sonoro a
sons de condução aérea de um elemento construtivo, uma vez que o que passa a estar em
causa é o isolamento sonoro entre dois espaços. Este é em geral o caso de um edifício real
para o qual o desempenho de isolamento não depende apenas do elemento de separação mas
também (em alguns casos até em maior medida) dos elementos construtivos de contorno.
A medição do isolamento sonoro a sons de condução aérea entre dois espaços interiores de
um edifício processa-se de forma similar à avaliação laboratorial, ainda que com um conjunto
de directrizes técnicas específicas definidas na norma ISO 140-4.
5
Apesar de em teoria ser correcto recorrer-se ao conceito de isolamento sonoro bruto D para uma
situação sem transmissão marginal (laboratório), só no caso de medições “in situ” é que o conceito
possui efectivamente sentido (estando neste caso implícita a existência de transmissão marginal).
10.15
Física das Construções
igual a W 2, mas sim ao somatório das potências sonoras radiadas pelos diversos elementos
construtivos que separam os dois espaços (W tot). Assim, os índices de transmissão sonora e de
redução sonora passam a ter a designação de índices aparentes.
Wtot
τ´ = (10.9)
W1
Onde:
τ´ – índice de transmissão sonora aparente (-)
W1 – potência sonora incidente no elemento construtivo de separação (dB)
Wtot – potência sonora transmitida pelos diversos elementos construtivos (dB)
1
R ´ = 10 log ´ = −10 log (τ ´ ) (10.1
τ 0)
Onde:
R´ – índice de redução sonora aparente (dB)
τ´ – índice de transmissão sonora aparente (-)
Embora o valor do isolamento sonoro a sons de condução aérea bruto (D) seja dependente da
área de absorção sonora equivalente do espaço receptor (A), interessa (por vezes) definir um
espaço receptor com características de absorção sonora constantes de forma a ser possível
comparar valores de isolamento sonoro garantidos por configurações construtivas distintas sem
ter que analisar sempre as suas características de absorção. Foi assim definido um termo de
correcção que permite “normalizar” o isolamento sonoro bruto entre dois espaços para um
dado valor de área de absorção sonora equivalente (Equação (10.11)).
A (10.1
Dn = D + 10 log 0
A 1)
Onde:
Dn – isolamento sonoro a sons de condução aérea normalizado (dB)
D – isolamento sonoro a sons de condução aérea bruto (dB)
2 2
A0 – área de absorção sonora equivalente de referência (m ), tomando um valor igual a 10 m no caso
de edifícios residenciais e situações análogas
2
A – área de absorção sonora equivalente real do espaço receptor (m ), obtida através da medição do
tempo de reverberação
Por vezes é também utilizado, como alternativa ao parâmetro isolamento sonoro normalizado
Dn, o parâmetro isolamento sonoro padronizado DnT (Equação (10.12)), que possui desde logo
uma vantagem para ensaios “in situ” – ao contrário do parâmetro Dn, não é necessário medir o
10.16
Física das Construções
volume do espaço receptor e aplicar posteriormente a equação de Sabine para estimar o valor
de área de absorção sonora equivalente (A).
T (10.1
DnT = D + 10 log
T0 2)
Onde:
DnT – isolamento sonoro a sons de condução aérea padronizado (dB)
T – tempo de reverberação no espaço receptor, medido (s)
T0 – tempo de reverberação de referência (s), tomando um valor igual a 0,5 s no caso de edifícios
residenciais e situações análogas
O índice DnT,w foi adoptado pela regulamentação Portuguesa (Regulamento dos Requisitos
Acústicos dos Edifícios, Decreto-Lei n.º 96/2008) para a quantificação do isolamento sonoro a
sons aéreos entre dois espaços interiores de um edifício.
Saliente-se de igual modo a utilização em alguns países do índice de redução sonora aparente
ponderado (R´w) para o mesmo efeito.
É também comum serem ainda adicionados a estes índices dois termos de correcção (C e Ctr)
que permitem corrigir o valor do índice ponderado para o caso de uma fonte sonora com um
conteúdo espectral típico de um ruído rosa ou de tráfego, respectivamente (Tabela 10.2).
Tabela 10.2 – Termo de adaptação (C ou Ctr) em função do tipo de fonte sonora (ISO 717-1)
Sempre que se utilizam estes termos de correcção os valores de isolamento sonoro resultantes
correspondem a um valor global incluindo todas as bandas de frequências (e não a um valor
ponderado), sendo os resultados expressos em dB(A). É também comum a sua utilização no
10.17
Física das Construções
Se se designar a influência da transmissão marginal pela sigla ∆TM, então a sua influência no
valor do índice de redução sonora ponderado (Rw) será:
(10.1
Rw´ = Rw − ∆TM
3)
Onde:
Rw´ – índice de redução sonora ponderado aparente (dB)
Rw – índice de redução sonora ponderado (dB)
∆TM – factor de correcção relativo à influência da transmissão marginal (dB)
Ainda que de forma simplificada, podem-se definir alguns valores para os factores de correcção
relativos à influência da transmissão marginal (Patrício 2003), admitindo que as soluções
construtivas do elemento de separação entre os espaços e dos elementos adjacentes são da
mesma natureza (Figura 10.13), sendo, portanto, possível assumir que o isolamento sonoro
2
será tanto maior quanto mais elevada for a massa por unidade de superfície (kg/m ) dos
elementos:
- Se a massa superficial do elemento de separação é semelhante às dos elementos
adjacentes, a transmissão que ocorre por via marginal (W i) é equivalente à directa
(W d), podendo-se assumir um valor de ∆TM = 3;
- Se a massa superficial do elemento de separação é muito inferior às dos elementos
adjacentes, a propagação da energia sonora ocorre fundamentalmente pelo elemento
de separação (W d), podendo-se assumir um valor de ∆TM = 0;
- Por último, quando a massa superficial do elemento de separação é muito superior às
dos elementos adjacentes então a propagação da energia sonora dar-se-á sobretudo
por via marginal (W i); neste caso, o valor de ∆TM pode variar de 3 dB a um máximo da
ordem de 10 dB para casos particulares, sendo prudente a consideração de 5 dB para
as situações e soluções construtivas típicas em edifícios correntes.
10.18
Física das Construções
Figura 10.13 – Avaliação simplificada da influência da transmissão marginal no caso dos vários
elementos que definem a envolvente serem da mesma natureza (Patrício 2003)
Atendendo a que as Equação (10.4) pode ser considerada válida numa situação “in situ”,
através da sua conjugação com as Equações (10.11) e (10.12), é possível deduzir as
Equações (10.14) e (10.15) (de grande utilidade para a actividade de projecto).
A (10.1
Dn = R ´ + 10 log 0
S 4)
Onde:
Dn – isolamento sonoro a sons de condução aérea normalizado (dB)
R´ – índice de redução sonora aparente (dB)
2 2
A0 – área de absorção sonora equivalente de referência (m ), tomando um valor igual a 10 m no caso
de edifícios residenciais e situação análogas
2
S – área do elemento construtivo (m )
0,16 V (10.1
DnT = R ´ + 10 log
T0 S 5)
Onde:
DnT – isolamento sonoro a sons de condução aérea padronizado (dB)
R´ – índice de redução sonora aparente (dB)
3
V – volume do compartimento receptor (m )
T0 – tempo de reverberação de referência (s), tomando um valor igual a 0,5 s no caso de edifícios
residenciais e situações análogas
2
S – área do elemento construtivo (m )
10.19
Física das Construções
Ambas as equações ((10.14) e (10.15)) podem, ainda que de forma aproximada, ser também
formuladas a partir dos índices de isolamento sonoro ponderados R´w, Dn,w e DnT,w.
10.2.3 Situação Real – Entre o Exterior e um Espaço Interior
Um caso particular de isolamento sonoro a sons aéreos entre dois espaços ocorre quando o
espaço de emissão corresponde ao ambiente exterior, embora ao nível da quantificação do
isolamento sonoro conferido pela envolvente exterior o procedimento seja similar.
A principal diferença é que neste caso o nível de pressão sonora característico do espaço
emissor (designado nos pontos anteriores por L1) corresponde ao nível médio de pressão
sonora exterior, medido a 2 m da fachada (L1,2m) (Figura 10.14), pelo que o isolamento sonoro
bruto entre o exterior e o interior se passa a designar D2m (Equação (10.16)).
D2 m = L1, 2 m − L2 (10.1
6)
Onde:
D2m – isolamento sonoro bruto a sons de condução aérea entre o exterior e o interior (dB)
L1,2m – nível médio de pressão sonora exterior medido a 2 m da fachada do edifício (dB)
L2 – nível médio de pressão sonora no espaço receptor (dB)
Tal como no caso geral atrás apresentado, poderão obter-se neste caso valores de isolamento
sonoro normalizados/padronizados, mantendo-se válidas as Equações (10.11) e (10.12). Se
estes valores forem combinados com o conceito de descritor único, é possível definir os dois
índices de isolamento sonoro a sons de condução aérea mais utilizados na legislação europeia
para quantificar o isolamento entre o exterior e um espaço interior de um edifício:
- D2m,n,w – índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea entre o exterior e o
interior, normalizado;
- D2m,nT,w – índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea entre o exterior e o
interior, padronizado.
O índice D2 m, nT, w foi adoptado pela regulamentação Portuguesa (Regulamento dos Requisitos
Acústicos dos Edifícios, Decreto-Lei n.º 96/2008) para a quantificação do isolamento sonoro a
sons de condução aérea entre o exterior e um espaço no interior de um edifício.
10.20
Física das Construções
Neste caso continuam a ser válidas as equações (10.14) e (10.15), embora tenham que ser
afectadas de um factor de correcção devido à forma da fachada – ∆Lfs. Os valores deste factor
para diversas situações de referência são definidos na EN 12354-3 (Figura 10.15), em função
da absorção média da superfície de reflexão exterior, e da altura da linha visível entre a fonte
de ruído e o espaço interior em estudo (Equação (10.17) e Equação (10.18)).
A (10.1
D2 m ,n = R ´ + 10 log 0 + ∆L fs
S 7)
Onde:
D2m,n – isolamento sonoro a sons de condução aérea entre o exterior e o interior normalizado (dB)
R´ – índice de redução sonora aparente (dB)
2 2
A0 – área de absorção sonora equivalente de referência (m ), tomando um valor igual a 10 m no caso
de edifícios residenciais e situação análogas
2
S – área do elemento construtivo (m )
∆Lfs – factor de correcção devido à forma da fachada (dB)
0,16 V (10.1
D2 m, nT = R ´ + 10 log + ∆L fs
T0 S 8)
Onde:
D2m,nT – isolamento sonoro a sons de condução aérea entre o exterior e o interior padronizado (dB)
R´ – índice de redução sonora aparente (dB)
3
V – volume do compartimento receptor (m )
T0 – tempo de reverberação de referência (s), tomando um valor igual a 0,5 s no caso de edifícios
residenciais e situações análogas
2
S – área do elemento construtivo (m )
∆Lfs – factor de correcção devido à forma da fachada (dB)
10.21
Física das Construções
Absorção
sonora
média %
Altura da
linha visível
Plano de fachada
Fonte de ruído
∆Lfs
(dB)
Absorção
αw Não se aplica ≤ 0,3 0,6 ≥ 0,9 ≤ 0,3 0,6 ≥ 0,9 ≤ 0,3 0,6 ≥ 0,9 ≤ 0,3 0,6 ≥ 0,9
Altura
0 -1 -1 0 -1 -1 0 0 0 1
<1,5 m
Não se aplica
Altura
0 -1 0 2 0 1 2
(1,5-2,5) m
Não se aplica
Altura
0 1 1 2 2 2 3 3 4 6
>2,5 m
Figura 10.15 – Exemplos de valores definidos na EN 12354-3 para o factor de correcção ∆Lfs
Tal como havia sido já enfatizado no capítulo anterior, os critérios de desempenho acústico a
especificar numa dada situação (por exemplo num edifício de habitação) devem abranger quer
as exigências regulamentares aplicáveis, quer critérios complementares que assegurem as
condições de conforto acústico compatíveis com a situação em causa.
10.22
Física das Construções
Tabela 10.3 – Requisitos regulamentares de isolamento sonoro a sons aéreos entre espaços
interiores de edifícios habitacionais e mistos (Decreto-Lei n.º 96/2008)
Entre o espaço abaixo indicado (emissão) e quartos ou zonas de estar dos fogos (recepção)
Compartimentos de um fogo ≥ 50 dB
Tabela 10.4 – Requisitos regulamentares de isolamento sonoro a sons aéreos entre o exterior
e quartos ou zonas de estar de edifícios habitacionais e mistos (Decreto-Lei n.º 96/2008)
4
Zonas Sensíveis ≥ 28 dB
17
Zonas Mistas ≥ 33 dB
Note-se que estes critérios podem ser apenas baseados em valores mais exigentes do que os
constantes na regulamentação (que como referido exige apenas valores mínimos de conforto),
e/ou propondo requisitos nela não contemplados.
3
Edifícios que para além do uso habitacional integram também comércio, indústria, serviços ou diversão.
4
De acordo com a classificação do Decreto-Lei n.º 9/2007.
10.23
Física das Construções
Apenas a título de exemplo, indica-se de seguida um critério de conforto que poderá ser
desejável garantir em edifícios de habitação: DnT,w ≥ 40 dB entre quartos do mesmo fogo
(situação que não está contemplada no Decreto-Lei n.º 96/2008).
Note-se que pelas razões já expostas se limitará a análise dos sons de percussão a elementos
horizontais (lajes), pelo que nos pontos seguintes, e desde que nada seja dito em contrário,
sempre que se aludir ao termo elemento construtivo deverá subentender-se que se trata de
uma laje de separação entre dois espaços interiores.
No caso das transmissão sonora por percussão, e ao contrário do que acontecia no caso de
sons aéreos, já não se verifica a incidência de uma onda sonora no elemento construtivo mas
sim a solicitação directa da fonte de ruído (por exemplo passos) originando a sua vibração, cuja
energia será em parte dissipada no seio do elemento, e a restante transmitida para o espaço
receptor onde, tal como no caso dos sons aéreos, fará vibrar o ar contido no espaço e assim
determinará a sensação sonora ao nível do receptor.
Considere-se uma fonte sonora de percussão normalizada (também designada por máquina de
percussão normalizada, Figura 10.16) actuando em laboratório (câmaras reverberantes) sobre
um elemento construtivo. Trata-se de um equipamento que percute o pavimento à razão de 10
choques por segundo, produzidos por 5 martelos de 500 g (cada) que caem de uma altura de
4cm sobre o elemento construtivo a ensaiar. O procedimento de ensaio deverá obedecer às
directrizes técnicas definidas na ISO 140-6.
10.24
Física das Construções
L (dB)
Um aspecto fundamental em toda a análise dos sons de percussão assenta no facto de que,
atendendo a que o desempenho medido para uma solução construtiva é o nível de pressão
sonora no espaço receptor (L), quanto menor for o seu valor melhor será o isolamento sonoro a
sons de percussão, pois a energia sonora que atinge o espaço receptor é menor.
10.25
Física das Construções
A (10.1
Ln = L + 10 log
A0 9)
Onde:
Ln – nível de pressão sonora de percussão normalizado (dB)
L – nível de pressão sonora de percussão (dB)
2 2
A0 – área de absorção sonora equivalente de referência (m ), tomando um valor igual a 10 m no caso
de edifícios residenciais e situações análogas
2
A – área de absorção sonora equivalente real do espaço receptor (m ), obtida através da medição do
tempo de reverberação
T (10.2
LnT = L + 10 log 0
T 0)
Onde:
LnT – nível de pressão sonora de percussão padronizado (dB)
L – nível de pressão sonora de percussão (dB)
T0 – tempo de reverberação de referência (s), tomando um valor igual a 0,5 s no caso de edifícios
residenciais e situações análogas
T – tempo de reverberação no espaço receptor, medido (s)
∆L = L n , 0 − L n (10.2
1)
Onde:
∆L – redução da transmissão sonora a sons de percussão conferida por um revestimento de piso (dB)
Ln,0 – nível de pressão sonora de percussão, normalizado, do pavimento não revestido (dB)
Ln – nível de pressão sonora do percussão, normalizado, do pavimento revestido (dB)
No entanto, e uma vez que a redução da transmissão sonora conferida pelo revestimento de
piso depende até certo ponto da laje de pavimento não revestida utilizada em laboratório (a
solução pode variar), é necessário reportar os valores de ∆L medidos a um pavimento de
referência (ISO 717-2), permitindo assim obter valores comparáveis entre laboratórios.
10.26
Física das Construções
Pelas mesmas razões mencionadas para os sons de condução aérea, também para os sons de
percussão se recorre na prática a um índice único de avaliação que pondera o desempenho de
isolamento sonoro para as diversas bandas de frequências (1/1 oitava ou 1/3 oitava), de acordo
com uma situação padrão (que se designa por “curva” de referência) definida na ISO 717-2
(Figura 10.18, Figura 10.19, Tabela 10.5).
Valores de referência, dB
Frequência, Hz
Figura 10.18 – Curva de referência definida na ISO 717-2 para avaliação do isolamento sonoro
a sons de percussão por bandas de 1/3 oitava (16 bandas entre 100 e 3150 Hz)
Valores de referência, dB
Frequência, Hz
10.27
Física das Construções
Figura 10.19 – Curva de referência definida na ISO 717-2 para avaliação do isolamento sonoro
a sons de percussão por bandas de 1/1 oitava (5 bandas entre 125 e 2000 Hz)
Tabela 10.5 – Descrição paramétrica das curvas de referência (ISO 717-2) para a avaliação do
isolamento sonoro a sons de percussão por bandas de 1/3 oitava e de 1/1 oitava
10.28
Física das Construções
Figura 10.20 – Desvios desfavoráveis num processo de ajuste entre valores de níveis de
pressão sonora de percussão medidos e valores de referência (Patrício 2003)
Na prática começa-se por se arbitrar um valor (inteiro) para uma dada banda de frequências da
curva de referência, a partir do qual é possível construir toda a curva e calcular os desvios
desfavoráveis face à curva real. Considera-se que o ajuste está terminado (trata-se de um
processo iterativo) quando o somatório dos desvios desfavoráveis a dividir pelo número total de
bandas de frequência envolvidas (5 no caso de 1/1 oitava, 16 no caso de 1/3 oitava) seja o
valor mais próximo possível de 2, sem o ultrapassar (mas podendo igualá-lo, ou seja, o
somatório deve ser inferior a 10 ou a 32 caso se utilizem bandas de 1/1 oitava ou de 1/3 oitava,
respectivamente (o processo de ajuste é equivalente ao caso dos sons aéreos, exceptuando
apenas o conceito de desvio desfavorável).
O índice único proveniente deste processo de ajuste corresponde ao valor da banda centrada
nos 500 Hz, passando a adoptar para além do nome do descritor de isolamento sonoro em
causa (por exemplo L, Ln, …), a designação w (“weighted” – ponderado) – Lw, Ln,w, …– tal como
se pode observar na Figura 10.20 (no caso Ln,w).
10.29
Física das Construções
L n , r = L n , r , 0 − ∆L (10.2
2)
Onde:
Ln,r – nível de pressão sonora de percussão, normalizado, do pavimento de referência revestido
(utilizando o valor de ∆L determinado no laboratório onde se realizou o ensaio) (dB)
Ln,r,0 – nível de pressão sonora de percussão, normalizado, do pavimento de referência não revestido
(valores definidos na ISO 717-2) (dB)
∆L – redução de transmissão sonora a sons de percussão conferida por um revestimento de piso (dB)
∆L w = L n , r , 0 , w − L n , r , w (10.2
3)
Onde:
∆Lw – redução da transmissão sonora (valor ponderado) a sons de percussão conferida por um
revestimento de piso (dB)
Ln,r,0,w – nível de pressão sonora de percussão, normalizado e ponderado, do pavimento de referência
não revestido (valor definido na ISO 717-2) (dB)
Ln,r,w – nível de pressão sonora de percussão, normalizado e ponderado, do pavimento de referência
revestido (dB)
Tal como para os sons de condução aérea, não faz sentido para uma situação real num edifício
falar no isolamento sonoro a sons de percussão de um elemento construtivo, mas sim do
isolamento a sons de percussão entre dois espaços.
Quando se considera a transmissão marginal no caso dos sons de percussão, os parâmetros
descritores de isolamento sonoro passam a utilizar na sua designação uma “plica” (´) (por
exemplo L´, L´n, L´nT, entre outros).
Neste caso o nível de pressão sonora de percussão não é originado apenas pela vibração da
laje de pavimento, mas também pelos elementos construtivos a ele ligados, sendo que no caso
10.30
Física das Construções
Figura 10.21 – Excerto de um boletim de ensaio laboratorial relativo à redução sonora a sons
de percussão de um material a integrar numa solução de revestimento de pavimento (descrição
dos valores de ∆L por bandas de frequências de 1/3 oitava), com um ∆Lw = 20 dB (Velaphone)
L´ (dB)
TM TM
10.31
Física das Construções
Refira-se novamente que para situações de avaliação “in situ” continuam a ser aplicáveis os
parâmetros normalizado e padronizado atrás referidos (Equações (10.19) e (10.20)), passando
neste caso a apresentar a designação L´n e L´nT.
Tal como explanado no caso dos sons de condução aérea, quando se considera a existência
de transmissão marginal continua naturalmente a ser válido o conceito de parâmetro descritor
único. Aplicando de novo este conceito aos parâmetros de isolamento sonoro normalizado ou
padronizado, obtêm-se os dois índices de isolamento sonoro a sons percussão mais utilizados
na legislação europeia:
- L´n,w – índice de isolamento sonoro a sons percussão normalizado;
- L´nT,w – índice de isolamento sonoro a sons percussão padronizado.
O índice L´nT,w foi adoptado pela regulamentação Portuguesa (Regulamento dos Requisitos
Acústicos ddos Edifícios, Decreto-Lei n.º 98/2008) para a quantificação do isolamento sonoro a
sons de percussão entre dois espaços interiores.
No caso dos sons de percussão há que referir se a avaliação é efectuada em bandas de 1/1
oitava ou de 1/3 oitava pois, como o que está em causa é apenas um nível de pressão sonora
(e não a diferença entre dois níveis como no caso dos sons aéreos), caso se utilizem bandas
de 1/1 oitava o valor medido excederá normalmente em cerca de 5 dB o respectivo valor em
bandas de 1/3 oitava (o mesmo se mantém válido para uma situação de avaliação laboratorial).
Quando nada é referido em contrário assume-se que o índice L´n,w (ou outro) corresponde ao
valor medido em bandas de 1/3 oitava. Caso se pretenda exprimir um resultado em bandas de
1/1 oitava então os resultados deverão aparecer expressos em dB/oit. – por exemplo L´n,w =
65 dB/oit (que corresponde aproximadamente a um L´n,w = 60 dB).
10.32
Física das Construções
Note-se que uma vez que quanto maior for o índice de isolamento sonoro a sons de percussão
pior é o desempenho, a influência da transmissão marginal ∆TM afecta positivamente o valor
relativo à caracterização laboratorial da solução construtiva.
Para uma situação específica é possível através da consulta da EN 12354-2 obter o valor do
parâmetro ∆TM em função da massa superficial da laje de pavimento e da massa superficial
média dos vários elementos marginais (paredes) não revestidos, sendo que para soluções
construtivas tradicionais um valor de ∆TM = 3 pode ser considerado conservativo (o seu valor
pode variar na prática de 0 a 6 dB – método simplificado da EN 12354-2).
30 (10.2
L´nT , w = L´n , w +10 log
V 5)
Onde:
L´nT,w – índice de isolamento sonoro a sons de percussão padronizado (dB)
L´n,w – índice de isolamento sonoro a sons de percussão normalizado (dB)
3
V – volume do espaço receptor (m )
Por último deve notar-se que a metodologia apresentada apenas é válida para o caso em que a
avaliação do isolamento sonoro a sons de percussão se efectua no espaço subjacente àquele
em que actua a máquina de impactos. Caso não seja esta a situação (o que na prática é um
caso vulgar, atendendo às exigências regulamentares – ver §10.3.3) (Figura 10.23) devem
utilizar-se métodos de previsão mais detalhados.
10.33
Física das Construções
Figura 10.23 – Exemplo de transmissão de sons de percussão para um caso em que o espaço
receptor não se encontra subjacente ao espaço emissor (Patrício 2003)
Entre o espaço/situação abaixo indicada (emissão) e quartos ou zonas de estar dos fogos (recepção)
* Exceptuando se o local emissor for um caminho de circulação vertical, num edifício servido por ascensores.
Apenas a título de exemplo, indica-se de seguida um critério de conforto que poderá ser
desejável garantir em edifícios de habitação: L´nT,w ≤ 60 dB entre qualquer compartimento de
um fogo e um escritório de outro fogo.
Da energia sonora absorvida por uma parede, uma parte é dissipada sob a forma de calor
sendo a restante transmitida pela parede, para outros locais. A transmissão de energia sonora
pela parede depende de muitos factores, entre os quais se pode destacar:
- frequência do som incidente na parede;
- massa da parede;
- ângulo de incidência das ondas sonoras;
- porosidade da parede;
10.34
Física das Construções
No caso de sons aéreos, os parâmetros com maior influência na transmissão de sons são,
como já se viu, a massa da parede e a frequência do som incidente.
O índice de redução sonora para um som com uma determinada frequência aumenta de
6dB/oitava sempre que a massa da parede duplica, segundo a Lei da Massa Teórica.
Teórica
Por outro lado, o índice da redução sonora de uma parede, com uma determinada massa, é
tanto maior quanto maior for a frequência do som incidente. Esta relação é conhecida por Lei
da Frequência.
Para uma parede simples com uma determinada massa, o índice de redução sonora aumenta
6dB/oitava, isto é, quando a frequência aumenta para o dobro - Lei da Frequência Teórica.
Teórica
10.35
Física das Construções
frequência do som, bem como entre a frequência do som e o isolamento, para um determinado
elemento de separação.
A frequência mais baixa a que este efeito ocorre, para um dado elemento, é designada de
Frequência Crítica.
Se for considerada a influência de todos os efeitos responsáveis pela não verificação da Lei da
Massa ou da Lei da Frequência, em determinadas zonas da frequência do som, o índice de
redução sonora de um elemento de construção segue aproximadamente a curva representada
na Figura 10.26,, que traduz o comportamento real.
10.36
Física das Construções
Frequência [Hz]
Figura 10.26 - Efeitos responsáveis pela não verificação da Lei da Massa ou da Lei de
Frequência
Como se pode verificar, existem quebras do índice de redução sonora devidas à ressonância
2
da parede. No entanto, verifica-se que para paredes com área superior a 10 m a sua
frequência de ressonância situa-se, em geral, a frequências muito baixas (abaixo dos 100 Hz),
onde a aptidão do ouvido humano para captar esses sons é muito baixa, se não afectar as
frequências superiores a 100 Kg.
2
No caso de superfícies com áreas inferiores a 10 m é necessário prever uma quebra no
isolamento sonoro.
A partir da expressão anterior verifica-se que a frequência crítica do elemento aumenta com a
diminuição da espessura, como se pode ver na Figura 10.27, para alguns materiais correntes.
10.37
Física das Construções
1 - placa de fibra
2 - placa de chumbo
3 - parede de
fibrocimento
4 - parede de tijolo
5 - placa de amianto
6 - placa de cimento
7 - chapa de aço
8 - vidro
Neste caso, a frequência critica é determinada pela espessura de cada elemento e por isso é
vantajoso optar por dois elementos de espessura diferente de forma a evitar que o efeito de
coincidência de ambos os elementos ocorra à mesma frequência.
10.38
Física das Construções
No entanto, à frequência de ressonância, o isolamento não melhora nada devendo, por isso,
utilizar-se
se soluções cuja frequência de ressonância
ressonância se situe abaixo dos 100 Hz.
Figura 10.29 - Curva de isolamento sonoro para um elemento simples e para um elemento
duplo
Para que um elemento duplo ofereça um bom comportamento acústico é necessário que os
dois panos da parede não sejam solidários, pois os elementos estruturais para amarração entre
paredes duplas, por exemplo, tendem a diminuir a eficiência do isolamento acústico
acú do
10.39
Física das Construções
conjunto e, quanto mais inflexíveis ou rígidos forem esses elementos, menor é a atenuação do
ruído.
Tabela 10.7
10 - Soluções construtivas e seu isolamento
Na redução dos ruídos aéreos, os materiais absorventes podem ser também utilizados como
controladores do tempo de reverberação e redutores do ruído de fundo. A aplicação destes
materiais no ambiente de geração do ruído promove
promove a atenuação das reflexões ocorridas
dentro do ambiente, controlando a intensidade sonora no interior do recinto.
10.40
Física das Construções
Por outro lado elementos mais prejudiciais ao isolamento acústico de um edifício são as
aberturas, portas e janelas, pois sempre que uma superfície apresenta
apresenta aberturas, a sua
capacidade de isolamento é reduzida de forma significativa.
- juntas imperfeitas;
- portas;
- janelas;
- transmissões marginais;
- etc..
10.41
Física das Construções
10.42
Física das Construções
Tabela 10.8 - Isolamento global, para um elemento construtivo com uma porta que ocupa cerca
de 7% da área total do elemento
A Figura 10.32 mostra o efeito da inclusão de uma porta para o comportamento acústico de
uma parede.
Para elementos do tipo das portas, o isolamento alcançado depende em grande parte da
massa da folha da porta e da forma de montagem. A vedação das bordas e orifícios é
primordial, uma vez que os espaços deixados entre portas e soleira são pontos de transmissão
do som, como mostra a Figura 10.33.
Figura 10.33 - Transmissão sonora por falta de vedação e detalhe da vedação do contorno de
uma porta
10.43
Física das Construções
A distribuição das aberturas dos compartimentos adjacentes e das actividades internas deve
ser realizada com cuidado, tal como mostra a Figura 10.34, pois quanto mais próximas forem
as aberturas maior é a influência sonora de um sobre o outro.
A primeira
ra condição a que se deve obedecer é que o seu fecho seja hermético. Não sendo
possível, os inconvenientes podem ser minorados usando bandas resilientes no revestimento
dos batentes e das juntas. Materiais resilientes, como borrachas, quando aplicadas nas juntas
ajudam a amortecer a vibração do painel e a vedar as pequenas frestas que permitem a
passagem do som. Sempre que possível as janelas devem apresentar vedações resilientes
para aumentarem a sua capacidade de isolamento, como o caso apresentado na Figura
Fig 141.
Tal como no caso das paredes podem ser utilizadas janelas com vidro duplo, como o caso
representado na Figura 10.36
36,, ou podem mesmo possuir caixilharia dupla. Para este caso a
melhoria de atenuação sonora em relação a uma janela de vidro simples depende do
isolamento dos painéis, devendo estes ter espessuras diferentes e devem estar
es afastados no
10.44
Física das Construções
mínimo 10 mm. O aumento do espaço de ar entre os painéis, bem como a eliminação das
juntas rígidas, aumenta o isolamento acústico do elemento.
10.45
Física das Construções
Tabela 10.9
9 - Isolamento global, para vários tipos de janelas
10.46
Física das Construções
Também a caixa de estore deve receber especiais cuidados. Em termos acústicos, é preferível
a colocação do estore pelo interior da caixilharia, evitando desta forma um espaço ventilado
interior/exterior. No entanto, em termos térmicos, o estore funciona melhor se colocado pelo
exterior, o que sucede a maior parte das vezes, sendo, por isso, necessário que a caixa de
estore tenha um tratamento acústico, colocando no seu interior um material absorvente, tal
como exemplificado na Figura 10.38.
Também a caixa de estore deve receber especiais cuidados. Em termos acústicos, é preferível
a colocação do estore pelo interior da caixilharia, evitando desta forma um espaço ventilado
interior/exterior. No entanto, em termos térmicos, o estore funciona melhor se colocado pelo
exterior, o que sucede a maior parte das vezes, sendo, por isso, necessário que a caixa de
estore tenha um tratamento acústico, colocando no seu interior um material absorvente, tal
como exemplificado na Figura 10.38.
Figura 10.38 - Exemplo de caixa de estore com tratamento acústico, preenchida por elemento
absorvente acústico, e exemplo de solução de protecção numa abertura de ventilação
Para alguns casos de ruídos aéreos a simples eliminação da incidência do som directo sobre o
receptor pode colaborar para o conforto acústico. Este é o caso corrente em grandes
escritórios em que divisórias parciais podem servir como barreiras acústicas.
10.47
Física das Construções
A título indicativo, apresenta--se na Tabela 10.11 valores de isolamento sonoro para algumas
divisórias,
ias, obtidos em ensaios de laboratório.
Figura 10.39 - Ábaco para cálculo das perdas de transmissão devidas a aberturas
Tabela 10.11 - Valores de isolamento sonoro para algumas divisórias, obtidos em ensaios de
laboratório
Descrição da divisória Esp. Índice de redução sonora (dB) D n,w
(cm) 125 250 500 1000 2000 4000 (dB)
Simples com blocos de betão de argila expandida,
14 23 29 37 42 49 47 40
rebocados
Simples de alvenaria de tijolo 9 33 29 36 39 44 46 40
Simples de alvenaria de tijolo 13 34 34 41 50 56 58 46
Simples de alvenaria com blocos de betão normal 9 36 32 42 50 56 58 45
Simples de alvenaria com blocos de betão normal 17 39 42 50 58 64 67 54
Simples de betão armado 10 36 36 45 51 58 63 48
Simples de betão armado 14 32 42 49 55 61 66 52
Simples de painéis de aglomerado negro de
cortiça de 5 cm revestidos com aglomerado de 6 24 20 24 31 35 39 29
fibra de madeira de 0.5 mm
Simples de painéis de aglomerado negro de
cortiça de 7.4 cm revestidos com aglomerado de 8 24 23 28 27 37 39 30
fibra de madeira de 0.3 mm
Simples de painéis de aparas de madeira
aglomeradas com cimento de 5 cm de espessura 7 26 32 30 34 37 40 34
com reboco de 1 cm em argamassa de cimento
Dupla de alvenaria de tijolo com caixa-de-ar
caixa de 5
17 38 42 45 46 53 59 48
cm contendo uma manta de lã mineral
Dupla de painéis de argamassa de gesso com 6
18 32 40 42 50 58 64 49
cm de caixa-de-ar
10.48
Física das Construções
10.49
Física das Construções
Ruído produzido no mesmo Reverberação excessiva no Revestir as superfícies mais adequadas com
local onde se encontra o interior do local (causada por materiais absorventes, tanto em paredes como
observador, recebido com absorção insuficiente) tectos
intensidade excessiva
No caso de divisórias simples, podemos recorrer ao gráfico da Figura 10.40 para obter o
valor do índice de redução sonora ponderado, RW, em função da respectiva massa superficial.
10.50
Física das Construções
RW (dB)
RW = 27 ± 3.15 → Se m ≤ 25 kg/m2
RW = 20.4 log m -1.5 ± 3.15 → Se m ≤ 25 kg/m2
m (kg/m2)
Figura 10.40 - Redução da transmissão sonora de elementos de compartimentação
homogéneos, simples, em função da sua massa superficial
No que respeita aos elementos simples pode ser utilizado o gráfico da Figura 10.40, atrás
apresentado, partindo do conhecimento da massa superficial respectiva. No entanto, a
utilização desse gráfico deve ser dirigida a elementos com massa por unidade de superfície
razoavelmente elevada, não sendo pois válido para envidraçados.
Este tipo de elementos dado constituírem um sistema integrado de painel de vidro e caixilharia
apropriada devem ser ensaiados em laboratório, obtendo-se, com utilização do método de
caracterização experimental, o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea.
10.51
Física das Construções
De seguida referem-se
se alguns aspectos relativos à estimação do isolamento sonoro de
sistemas simples com acrescento de um novo pano com espessura igual ou diferente.
Figura 10.42 - Ábaco para determinação do acréscimo de isolamento sonoro por acrescento de
novo pano de divisória
De seguida descreve-se
se outra metodologia para a estimativa do isolamento sonoro a sons de
condução aérea, para elementos simples, duplos ou triplos, o Modelo Misto.
10.52
Física das Construções
No caso de sons aéreos, os parâmetros com maior influência na transmissão de sons são a
massa da parede e a frequência do som incidente.
Para um hipotético elemento, de rigidez nula, o índice de redução sonora para um som com
uma determinada frequência, está directamente relacionado com a massa desse elemento.
Uma parede pesada tem então, em princípio, um índice de atenuação sonora maior do que
uma parede leve. É possível estabelecer, através dum modelo inercial, uma lei da massa
teórica que se traduz num acréscimo de isolamento sonoro do elemento de separação de 6 dB
por cada duplicação da massa, ou por duplicação da frequência do som e a energia associada
às bandas de baixa frequência é menos acentuada que a associada às frequências altas.
Deste modo, o isolamento sonoro de um elemento de separação, em situação de campo
difuso pode ser dado pela Equação (10.27):
(10.2
R = 20 log (f m) - 47 dB
7)
Onde:
f: frequência do som em Hz;
m: massa por unidade de superfície do elemento.
Da análise experimental efectuada por diversos autores, foi possível verificar que na zona
controlada pela lei da massa o acréscimo médio de isolamento por duplicação de massa é
geralmente inferior aos 6 dB definidos pela lei teórica referida anteriormente.
Tabela 10.13 - Lei experimental da massa, com valores obtidos segundo Meisser
2
25 kg/m 32 dB
2
- 4 dB ↑ 50 kg/m 36 dB
2
100 kg/m 40 dB
2
+ 4 dB ↓ 200 kg/m 44 dB
2
400 kg/m 48 dB
Segundo Mateus e Tadeu, a lei experimental da massa para um som de 500 Hz pode ser
10.53
Física das Construções
expressa pela Equação (10.28), divergindo apenas ligeiramente dos valores definidos por
2
Meisser, para massas inferiores a 200 kg/m :
(10.2
R (500 Hz)=13.3 Log (m) + 13.4 dB
8)
2
Para elementos de separação pesados, com m ≥ 200 kg/m , da análise experimental verifica-
se que a lei da massa apresenta uma maior inclinação, podendo neste caso utilizar-se a
Equação (10.29):
(10.2
R (500 Hz)=14.3 Log (m) + 11.1 dB
9)
Os valores para marcação inicial da curva por frequências, definida a partir de Meisser,
2
considerando uma massa de 100 kg/m estão resumidos na Tabela 10.14.
2
Tabela 10.14 - Valores a considerar na curva para paredes com massa de 100 Kg/m
125 Hz 32 dB 28 dB 20 dB
250 Hz - 4 dB ↑ 36 dB - 6 dB ↑ 34 dB - 10 dB ↑ 30 dB
500 Hz 40 dB 40 dB 40 dB
1000 Hz + 4 dB ↓ 44 dB + 6 dB ↓ 46 dB + 10 dB ↓ 50 dB
2000 Hz 48 dB 52 dB 60 dB
Em elementos duplos, dado o maior número de frequências próprias em jogo, esta lei
experimental de 6dB/oitava conduz, em geral, a um menor rigor na previsão do índice de
isolamento acústico, quando comparada com a correspondente lei aplicável a elementos
simples. Por outro lado, esta lei geralmente só é válida para frequências de som superiores à
frequência de ressonância do conjunto massas/caixa-de-ar. Caso contrário, os elementos de
separação duplos não se mostram vantajosos, do ponto de vista acústico, quando comparados
com elementos simples com a mesma massa total.
10.54
Física das Construções
(10.3
2
R (500 Hz)=13.3 Log (m) + 13.4 dB + Dif → m < 200 Kg/m 0)
(10.3
2
R (500 Hz)=14.3 Log (m) + 11.1 dB + Dif → m ≥ 200 Kg/m 1)
10.55
Física das Construções
Dif (dB)
Dif = (A + B - C)
Depois de marcar a curva inicial, a partir das leis experimentais da massa e da frequência,
terão de ser efectuadas as correcções à mesma, nomeadamente as quebras nas frequências
críticas nos elementos simples e, nos elementos compostos, além destas as eventuais
quebras ocasionadas pelos modos próprios de vibração por flexão transversal do painel, pelas
frequências de ressonância do conjunto painéis/caixa-de-ar e pelas frequências de
ressonância da(s) caixa(s)-de-ar.
Correcções
10.56
Física das Construções
Terão de ser em primeiro lugar considerados os modos próprios de vibração por flexão
transversal do painel, através da Equação (10.32):
π n2 m2 D (10.3
f nm = * 2 + 2
2 a b ρh 2)
Onde:
a,b: comprimento e largura da placa;
n, m: número de modos de vibração;
ρ: massa por unidade de volume do material que constitui a placa (kg/m3);
h: espessura da placa;
D: rigidez da placa (N.m), traduzida pela Equação (10.33)
h 3E (10.3
D=
12 * (1 − v 2 ) 3)
Onde:
2
E - módulo de Young (N/m ) ou modelo de elasticidade;
ν - coeficiente de Poisson.
Figura 10.43 - Modos próprios de vibração transversal por flexão com influência no isolamento
acústico
Em paineis sandwich e quando por exemplo as placas de gesso cartonado são duplicadas, as
frequências de vibração pelos modos próprios de vibração transversal por flexão não vão ter
influência no isolamento acústico, sendo desprezáveis.
10.57
Física das Construções
Um aspecto
to que importa ter em atenção no processo de estimação relaciona-se
relaciona com o
comportamento dos sistemas por efeito do fenómeno de coincidência.
Apesar de já se ter feito referência a este aspecto, importa clarificar melhor a sua importância.
importâ
Assim, este fenómeno ocorre quando a configuração de deformação de um painel devido à
propagação de ondas de flexão em regime livre coincide com a distribuição dos nodos e
ventres estabelecida nesse mesmo painel por incidência de determinada onda sonora.
son
O número de onda, k, é dado pela seguinte relação: k = 2 π /λ, sendo λ o comprimento de onda
da propagação.
Como se verifica, para cada ângulo de incidência existe uma frequência para a qual ocorre
coincidência. Do mesmo modo, para cada frequência existe um ângulo de incidência para o
qual se verifica coincidência, a menos que cf seja menor que c.
10.58
Física das Construções
Este fenómeno vai ocasionar uma perda de isolamento sonoro na frequência em questão (nos
casos correntes na banda de frequências onde ela se encontra incluída), conforme permite
ilustrar a Figura 10.45.
Quando existe uma distribuição aleatória dos ângulos de incidência possíveis (caso do campo
difuso: distribuição
istribuição uniforme), o isolamento sonoro é influenciado pelos vários fenómenos de
coincidência que entretanto ocorrem, sendo as respectivas influências tanto menos
significativas quanto maior for o valor do ângulo em questão.
c2 ρ (1 −ν 2 ) (10.3
fc = *
1,8138 * h E 5)
Onde:
c - velocidade do som (m/s)
h - espessura do elemento (m)
ρ - densidade do material (Kg/m3)
2
E - módulo de elasticidade (N/m )
ν - coeficiente de Poisson
Importa ainda referir que esta expressão é definida para elementos de compartimentação
homogéneos. Se o painel exibir rigidez de flexão diferente nas duas direcções ortogonais, em
10.59
Física das Construções
Este aspecto, que comummente não é tido em conta, contribui, a par de outros, para algumas
disparidades entre desempenhos distintos de um mesmo sistema de compartimentação, em
laboratório e in situ.
Note-se
se que a zona linear da curva inferior apenas se encontra deslocada para facilitar a
ilustração. Na realidade esta
sta zona sobrepõe-se
sobrepõe se à zona linear da curva superior.
A Frequência crítica de cada painel pode também ser calculada a partir dos valores da Tabela
10.16 e dividindo pela
a espessura ((Equação (10.37)).
(10.3
7)
10.60
Física das Construções
No que respeita aos sistemas com justaposição de novo pano importa, em primeiro lugar,
referir duas particularidades de comportamento que devem ser tidas em atenção no processo
de estimação, a saber: a ocorrência de ressonâncias do modelo inercial do sistema em causa e
a ocorrência de ressonâncias de cavidade.
10.61
Física das Construções
10.62
Física das Construções
ρ .c 2
K1 =
d1
ρ .c 2
K2 =
d2
À semelhança dos elementos duplos, também neste caso é possível considerar uma
velocidade aparente de propagação, resultante da incidência do som nos painéis com
diferentes ângulos (campo difuso), igual a 1.4 vezes superior à velocidade
correspondente a uma onda sonora perpendicular ao elemento. Nestas condições, as
frequências de ressonância do conjunto obtidas pela equação anterior deverão ser
multiplicadas por 1.4.
Assim, nos elementos duplos e triplos, em adição às quebras de ressonância por movimento
conjunto do sistema, verificam-se outras quebras, devidas às reflexões múltiplas no interior da
caixa ou das caixas-de-ar.
10.63
Física das Construções
c c c (10.4
f1 = , f2 = 2 ,..., f n = n
2d 2d 2d 1)
Com:
c – Velocidade de propagação do som no ar ao nível do mar (340 m/s);
d – espessura da caixa-de-ar (em m).
Estas quebras atingem maiores valores na primeira frequência e tendem a decrescer nas
frequências superiores. A sua amplitude pode variar, dependendo sobretudo da absorção
existente na caixa-de-ar.
No caso dos envidraçados correntes, não é possível colocar material absorvente, devido à não
transparência dos materiais absorventes, pelo que nestes as quebras podem chegar aos
valores máximos, próximos de 3 a 4 dB.
No entanto, se a caixa-de-ar for totalmente preenchida com um gel transparente, este efeito é
praticamente anulado. Outra solução possível, apesar de menos eficaz, é a utilização de
materiais absorventes em todo o perímetro da caixa-de-ar, sendo, no entanto, mais eficaz no
caso de vidros duplos não paralelos.
Importa referir que as melhorias de isolamento de envidraçados com dois painéis de vidro é
bastante dependente, por um lado, da massa dos vidros em presença e, por outro, da
profundidade do espaço de ar existente entre eles, ou seja, quanto maiores forem estes dois
valores melhor o isolamento sonoro em questão.
Qualquer uma destas soluções é economicamente pouco viável, pois são de difícil execução e
não estão vulgarmente disponíveis no mercado, não se adaptando por isso a utilizações
comuns na construção de habitação.
10.64
Física das Construções
Dever-se-á, ainda, referir que é importante limitar ao mínimo possível as ligações entre os dois
panos definidores deste tipo de sistemas duplos, a fim de evitar a propagação de energia
sonora através dessas ligações.
Elementos Simples
1 - Determinar o índice de atenuação sonora dado pela lei experimental da massa a 500 Hz e
marcá-lo no gráfico;
5 - A partir dos 100 Hz, ou ligeiramente acima das primeiras frequências de ressonância, caso
estas se localizem próximo ou acima dos 100 Hz, traça-se o primeiro troço com uma
inclinação de 6 dB por oitava;
A marcação das quebras nas Frequências críticas e de ressonância são sempre realizadas a
partir da curva da lei experimental da frequência (com 4 dB/oit.).
it
it /o
B/o 0 dB
6d 1
20
10
Figura 10.49 - Marcação do índice de redução sonora dado pela lei experimental da massa
10.65
Física das Construções
Elementos Duplos
Nos elementos duplos, devem utilizar-se sempre dois materiais de massa e rigidez diferentes
de modo a que os dois painéis do elemento não tenham a mesma frequência crítica e as
quebras localizadas não coincidam, sendo assim inferiores às dos elementos com massas
iguais.
1. Determinar o índice de atenuação sonora dado pela lei experimental da massa (a 500 Hz);
10.66
Física das Construções
9. A partir dos 100 Hz, ou ligeiramente acima das primeiras frequências de ressonância,
caso estas se localizem próximo ou acima dos 100 Hz, traça-se o primeiro troço com
uma inclinação de 8 dB por oitava.
A marcação das quebras nas frequências críticas e de ressonância são sempre realizadas a
partir da curva da lei da frequência (com 6 dB/oit.), como mostra a Figura 10.50.
oit
B/ r
8d ias e a
R(dB) ênc ixa d
qu a
fre a c
oit nas cia d
dB/ ras ân
8 eb son
Qu res
de
it
/o
dB
10
oit
B/
t
oi
8d
/
dB
10
t
/ oi
dB
10
f ress
10
0
125 250 500 1000 2000 4000
f(Hz)
Figura 10.50 - Marcação do índice de redução sonora dado pela lei experimental da massa
para elementos duplos
Elementos Triplos
Nas paredes, envidraçados e lajes triplas, tal como nas paredes, envidraçados e lajes duplas,
devem utilizar-se, de preferência, materiais de massa e rigidez diferentes de modo a que os
diversos painéis não tenham a mesma frequência crítica.
1. Determinar o índice de atenuação sonora dado pela lei experimental da massa (a 500 Hz);
10.67
Física das Construções
9. A partir dos 100 Hz, ou ligeiramente acima das primeiras frequências de ressonância, caso
estas se localizem próximo ou acima dos 100 Hz, traça-se o primeiro troço com uma
inclinação de 12 dB por oitava.
A marcação das quebras nas Frequências críticas e de ressonância são sempre realizadas a
partir da curva da lei da frequência (com 10 dB/oit.).
Idem escala na Figura 10.51 seguinte representa-se a evolução em frequência das curvas de
redução sonora com as respectivas quebras devido às correcções referidas, para elementos
simples, duplos e triplos.
10.68
Física das Construções
Figura 10.51 - Evolução em frequência das curvas de redução sonora para elementos simples,
duplos e triplos
Em qualquer dos casos referidos anteriormente (elemento simples, duplo ou triplo) os valores
do Índice de redução sonora, ponderado, Rw, deverá ser obtido através da comparação das
curvas estimadas descritas anteriormente (f - R), com uma curva convencional de referência
que se apresenta na Figura 10.52 e na Tabela 10.17.
Na comparação das duas curvas deve ser satisfeita a seguinte condição, segundo a Norma
ISO 717-1: o somatório dos desvios desfavoráveis deve ser inferior a 32 dB e ser o mais
próximo possível de 32 dB, para gama estimada em terços de oitava e inferior a 10 dB e ser o
mais próximo possível de 10 dB para gama estimada em oitavas. Os valores de R devem ser
incrementados em intervalos de 1 dB. O desvio é desfavorável para uma determinada banda
de frequência quando o valor da medição é inferior ao de referência.
Conseguido este ajustamento, o índice de redução sonora, ponderado, RW , é dado pelo valor
da ordenada da curva de referência para a frequência de 500 Hz.
10.69
Física das Construções
R(dB)
Figura 10.52 - Curva de referência para os valores estimados de isolamento sonoro a sons de
condução aérea, normalizado.
Se considerarmos uma parede de área A, composta por uma superfície 1, de área A1 com
coeficiente de transmissão τ1, e por uma superfície 2, de área A2 com coeficiente de
transmissão τ2, como mostra a Figura 10.53, a potência sonora transmitida por cada elemento
pode ser calculado pela Equação (10.42) e pela Equação (10.43):
Wi (10.4
W t1 = A1τ 1
A 2)
W (10.4
Wt 2 = i A2τ 2
A 3)
Onde:
Wi - potência sonora incidente
10.70
Física das Construções
A1
τ1
A2
τ2
Figura 10.53 - Esquema ilustrativo dos grupos de elementos constituintes das fachadas
Nestas condições a potência sonora total transmitida pela parede é dada pela soma das duas,
(Equação (10.44)):
A1τ 1 + A2τ 2 (10.4
Wt = Wi
A 4)
Deste modo, pode definir-se um coeficiente global de transmissão sonora, que será dado pela
Equação (10.45):
Wt A τ + A2τ 2 (10.4
τ= = 1 1
Wi A 5)
O índice de redução sonora (R), para uma dada frequência ou banda de frequências, pode
então ser calculado pela Equação (10.46):
1 A (10.4
R = 10 log = 10 log
τ A1τ 1 + A2τ 2 6)
Se a parede for constituída por n elementos de áreas A1, A2, …; Ai,…e An, e por coeficientes
de transmissão, respectivamente, de τ1, τ2, ..,τi, …e τn, a equação de isolamento sonoro, para
uma dada frequência ou banda de frequências, transforma-se na Equação (10.47):
n
∑ Ai
1
R = 10 log = 10 log n 1 (10.4
τ 7)
∑ Aiτ i
1
ou ainda na Equação (10.48):
∑ Si
R = 10 log i (10.4
Si 8)
∑ Ri 10
i 10
Onde:
R – índice de redução sonora homogeneizado (dB)
Ri – índice de redução sonora do componente i (-)
2
Si – área do componente i (m )
10.71
Física das Construções
Figura 10.54 - Ábaco para determinar as perdas de isolamento pela existência de elementos
com diferentes atenuações
Conseguido este ajustamento, o índice de redução sonora, ponderado, RW é dado pelo valor da
ordenada da curva de referência para a frequência de 500 Hz.
Transmissão marginal
10.72
Física das Construções
Não serão aqui no entanto referidas metodologias para avaliação da transmissão marginal,
podendo estas ser encontradas por exemplo na Norma EN 12354.
(10.1
Rw´ = Rw − ∆TM
3)
Onde:
Rw´ – índice de redução sonora ponderado aparente (dB)
Rw – índice de redução sonora ponderado (dB)
∆TM – factor de correcção relativo à influência da transmissão marginal (dB)
Ainda que de forma simplificada, podem-se definir alguns valores para os factores de correcção
relativos à influência da transmissão marginal (Patrício 2003), admitindo que as soluções
construtivas do elemento de separação entre os espaços e dos elementos adjacentes são da
mesma natureza (Figura 10.13), sendo, portanto, possível assumir que o isolamento sonoro
2
será tanto maior quanto mais elevada for a massa por unidade de superfície (kg/m ) dos
elementos, tal como referido em §10.2.2:
log 0,16 V
' +10 (10.4
D nT ,W = RW
T0 S 9)
Onde:
DnT, W – índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea padronizado (dB)
10.73
Física das Construções
No caso de fachadas a Equação (10.49) deve ser afectada de um factor de correcção devido à
forma da mesma, ∆Lfs, (Equação (10.50)). Os valores deste factor para diversas situações de
referência são definidos na EN 12354-3 (Figura 10.15), em função da absorção média da
superfície de reflexão exterior, e da altura da linha visível entre a fonte de ruído e o espaço
interior em estudo.
log 0,16 V
(10.5
D = RW
'
+10 + ΔLfs
T S
2m,nT,W
0 0)
Onde:
D2m,nT – isolamento sonoro a sons de condução aérea entre o exterior e o interior padronizado (dB)
R´ – índice de redução sonora aparente (dB)
3
V – volume do compartimento receptor (m )
T0 – tempo de reverberação de referência (s), tomando um valor igual a 0,5 s no caso de edifícios
residenciais e situações análogas
2
S – área do elemento construtivo (m )
∆Lfs – factor de correcção devido à forma da fachada (dB)
Método do Invariante Ln + Rw
10.74
Física das Construções
Este método tem um carácter empírico em virtude de ter sido estabelecido a partir da
realização de um elevado número de ensaios experimentais efectuados em vários tipos de
pavimentos. Não permite, todavia, a descrição do isolamento sonoro ou, de modo inverso, da
propagação sonora, no domínio da frequência, associada aos elementos de compartimentação,
dado que a caracterização do comportamento acústico se faz à custa do valor dos dois índices
mencionados.
Todavia, afigura-se pouco fidedigno e algo restritivo na medida em que, devido às tipificações
existentes na maior parte da bibliografia da temática, não permite, por um lado, considerar,
como se referiu, objectivamente a existência de propriedades elásticas diferenciadas de
elementos de compartimentação parcialmente idênticos e, por outro, contemplar um número
razoável de tipificações possíveis.
10.75
Física das Construções
Nota 1:os invariantes originais deste quadro encontram-se adicionados de + 5dB dado o facto
de terem sido determinados com valores de Ln,w expressos em dB/oit.
Nota 2: estudos correntes têm demonstrado que o invariante associado ao pavimento de
vigotas pré-esforçadas, com blocos de cofragem e betão complementar, é da ordem de
145 dB. Por questões de margem de segurança sugere-se a adopção deste valor.
Note-se que uma vez que quanto maior for o índice de isolamento sonoro a sons de percussão
pior é o desempenho, a influência da transmissão marginal ∆TM afecta positivamente o valor
relativo à caracterização laboratorial da solução construtiva.
10.76
Física das Construções
através da consulta da EN 12354-2, sendo que para soluções construtivas tradicionais um valor
de ∆TM = 3 pode ser considerado conservativo (o seu valor pode variar na prática de 0 a 6 dB).
Uma vez que a metodologia de quantificação da transmissão marginal apresentada apenas diz
respeito ao índice ponderado (L´n,w), importa apresentar a relação entre o valor obtido e o do
índice padronizado (L´nT,w) correspondente (Equação (10.25)).
30 (10.2
L´nT , w = L´n , w +10 log
V 5)
Onde:
L´nT,w – índice de isolamento sonoro a sons de percussão padronizado (dB)
L´n,w – índice de isolamento sonoro a sons de percussão normalizado (dB)
3
V – volume do espaço receptor (m )
Por último deve notar-se que a metodologia apresentada apenas é válida para o caso em que a
avaliação do isolamento sonoro a sons de percussão se efectua no espaço subjacente àquele
em que actua a máquina de impactos. Caso não seja esta a situação (o que na prática é um
caso vulgar, atendendo às exigências regulamentares – ver §10.3.3) (Figura 10.23) devem
utilizar-se métodos de previsão mais detalhados.
Existe assim uma redistribuição da força aplicada, aumentando muito a amplitude das
componentes de força nas baixas frequências e diminuindo significativamente a amplitude das
componentes dessa mesma força nas zonas de altas frequências.
10.77
Física das Construções
O resultado obtido corresponde então ao valor do índice isolamento sonoro, L`n,w, assegurado
pelo elemento de compartimentação em causa.
Revestimentos resilientes
Para o caso dos revestimentos resilientes o valor da atenuação a utilizar obtém-se a partir da
realização de um processo de ensaio (normalizado) de caracterização do seu desempenho
acústico em condições laboratoriais.
A título ilustrativo indica-se na
Tabela 10.19 a redução da transmissão sonora a sons de percussão, ∆Lw, proporcionada por
alguns revestimentos de piso resilientes ensaiados no Laboratório Nacional de Engenharia
Civil, os quais, de uma forma relativamente genérica, permitem com uma certa globalidade
representar algumas possíveis soluções de revestimentos de piso usuais em Portugal.
10.78
Física das Construções
Sistemas flutuantes
No domínio dos sistemas flutuantes podem definir-se dois grandes grupos de soluções de
melhoramento do isolamento sonoro a sons de percussão:
Laje de Piso
Tabela 10.21 alguns valores da redução sonora de sistemas flutuantes, ∆Lw, enquadráveis no
segundo grupo referido, provenientes de ensaios realizados no laboratório do LNEC, e de
Meisser.
10.79
Física das Construções
Feltro betuminoso 52 19
com regranulado de 66 20
cortiça
114 21
146 20
Estes sistemas flutuantes podem constituir uma boa solução para o isolamento efectivo de
protecção de instrumentos sensíveis relativamente a vibrações estruturais (p. ex. equipamentos
médicos vários; máquinas de radiologia, etc.), ou inversamente reduzir a transmissão de
vibrações para a malha de compartimentação ou estrutural do edifício.
Por último convém referir que, independentemente, do tipo de solução estrutural que se possa
adoptar para definição da compartimentação horizontal de um edifício, as exigências
regulamentares vigentes, no que respeita a conforto acústico, apenas podem ser satisfeitas
com o recurso à consideração de sistemas complementares, sejam estes do tipo resiliente, do
tipo flutuante, ou combinadas.
10.80
Física das Construções
10.81
Física das Construções
Anexos
Nota: o índice CI corresponde a um termo de correcção que tem em conta o nível de ruído de percussão,
não ponderado, característico de um espectro derivado de um ruído de passos, com objectivo de
identificar potenciais situações de incomodidade sentidas pelos ocupantes dos edifícios (ISO 717-2).
10.82