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AMBIENTAL
PROFESSORES
Esp. Alexandro Gasparini Larocca
Esp. Mayara Fernanda Pontes Peres
Esp. Renata Catânio
CONFORTO AMBIENTAL
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
2
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande as demandas institucionais e sociais; a realização
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, de uma prática acadêmica que contribua para o
informação, conhecimento de qualidade, novas desenvolvimento da consciência social e política e, por
habilidades para liderança e solução de problemas fim, a democratização do conhecimento acadêmico
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência com a articulação e a integração com a sociedade.
no mundo do trabalho. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: ser reconhecida como uma instituição universitária
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará de referência regional e nacional pela qualidade
grande diferença no futuro. e compromisso do corpo docente; aquisição de
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume competências institucionais para o desenvolvimento
o compromisso de democratizar o conhecimento por de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos universitária; qualidade da oferta dos ensinos
brasileiros. presencial e a distância; bem-estar e satisfação da
No cumprimento de sua missão – “promover a comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica
educação de qualidade nas diferentes áreas do e administrativa; compromisso social de inclusão;
conhecimento, formando profissionais cidadãos que processos de cooperação e parceria com o mundo
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade do trabalho, como também pelo compromisso
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar e relacionamento permanente com os egressos,
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com incentivando a educação continuada.
boas-vindas
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível crescimento e construção do conhecimento deve
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores
Renata Catânio
Especialista em Iluminação e Design de Interiores pelo Instituto de Pós Gradua-
ção e Graduação em Londrina (IPOG, 2012) e graduada em Design de Interiores
pela Unicesumar (2009). Atualmente fornece palestra e cursos sobre Ilumina-
ção Inovação e Tecnologia. Trabalha como Lighting Designer criando projetos
luminotécnicos de acordo com a necessidade de cada cliente.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4492354E1
apresentação
Conforto Ambiental
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao curso a dis- dável para todos os climas. Além de verificar como as
tância de Design de Interiores da Unicesumar! É com ondas de calor reagem, as escolhas de alguns materiais,
grande felicitação que iremos demonstrar a você mais aplicação da ventilação natural e o trajeto do sol farão
um material facilitador para essa jornada. Este livro é que seu projeto fique mais confiante para posicionar
uma peça fundamental que o curso fornece para sua seu layout de forma que favoreça no conforto térmico.
evolução como aluno de Design de Interiores para um Na Unidade III, definimos o conforto acústico esclare-
grande profissional da área. Seja determinado pela cendo suas propriedades e sua expansão. Você saberá
busca em conhecimento, que nós iremos colaborar o conceito de ruídos e como solucionar situações nas
abrindo os caminhos para sua aprendizagem. quais o indivíduo deseja isolar esse som. Saber usar
Este livro apresenta cinco unidades didáticas que materiais corretos para cada tipo de situação de ruídos,
exemplificam bem o uso do conforto ambiental e ilu- seus impactos e suas vibrações, trará escolhas coerentes
minação, temas hoje essenciais para obter bons pro- e funcionais para seu projeto.
jetos de interiores. Será de fundamental importância A Unidade IV, por sua vez, complementa todos os con-
para você, aluno que deseja projetar com responsabili- ceitos anteriores, mas destacando o estudo da luz e suas
dade e eficiência, saber das normas e regulamentações definições. Iremos entender como nossos olhos reagem
que cercam esses conteúdos. em contato com essa luz e a importância da cor com a
A Unidade I veio para expandir seus conhecimentos luz. Logo após trataremos a fundo sobre iluminação
sobre todos os tipos de conforto ambiental existentes artificial, estudo essencial para fazer futuros cálculos
ao nosso redor desde seus conceitos até suas utilizações; luminotécnicos. Na sequência, iremos observar os
expandir nossa visão de como vivemos em meio a muito tipos de iluminação artificial fornecidas no mercado
desconforto sem imaginar que nos afeta corpo e mente e como aplicá-las no seu projeto de iluminação.
interferindo na nossa saúde e bem-estar. A base do estudo Finalizamos com chave de ouro nossa Unidade V, aplican-
de conforto ambiental é o nosso habitat e os aconteci- do na prática o estudo da iluminação em seus projetos,
mentos variáveis desse ambiente como temperatura do ar, aprendendo cálculos luminotécnicos e executando-os em
ruídos, radiação solar e iluminação natural. Sua função trabalhos residenciais e comerciais. Iremos apresentar
será compreender esses acontecimentos e trazer soluções profissionais renomados na área e seus projetos para que
viáveis para colaborar nas atividades humanas de cada você se inspire e se fortaleça para essa jornada.
indivíduo com base nas soluções apresentadas no livro. O nosso objetivo neste livro foi apresentar de forma
Após os conceitos essenciais de conforto, a Unidade II eficiente e prática conteúdos vistos como complexos no
terá um estudo mais específico do conforto térmico, o Design. Verá que ao ler você alcançará entendimento,
qual explica as exigências humanas de como se sentir aplicando toda essa aprendizagem em seus projetos e
confortável termicamente em variados ambientes, e buscando incentivo para mais conhecimento e sempre
as soluções para que esse corpo sinta esse conforto se aprimorando. Pois um designer em atividade não
em qualquer atividade do dia a dia. Poderá também para em momento algum de buscar melhorias que
fazer análises climáticas que irão facilitar no estudo de favoreçam seus clientes e o meio em que vivem.
estratégias para um projeto de interiores que ficará agra- Saudações iluminadas! Prof.ª Renata Catânio.
sum ário
UNIDADE I UNIDADE IV
O QUE É CONFORTO AFINAL, O QUE É A LUZ?
AMBIENTAL?
124 A Luz, o Olho Humano e a Cor
14 O Conforto Ambiental e a Eficiência
132 Princípios Básicos da Iluminação
Energética
Artificial
16 O Conforto Térmico
136 Tipos de Iluminação Artificial
18 O Conforto Acústico
140 Os Tipos de Luminárias
24 O Conforto Visual
144 Sistemas de Iluminação
30 Luz Natural e Controles de
Ofuscamento UNIDADE V
ILUMINAÇÃO APLICADA
UNIDADE II NO DESIGN DE INTERIORES
CONFORTO TÉRMICO
160 Iniciando um Projeto Luminotécnico
46 Exigências Humanas
168 Cálculo Luminotécnico
50 Os Diferentes Climas e seus Princípios
172 Iluminação para Projetos Residenciais
56 Propriedades Térmicas dos Materiais
176 Iluminação para Projetos Comerciais e
de Construção
Escritórios
66 Ventilação Natural
180 Analisando alguns Projetos de
70 Geometria Solar Iluminação
Professor
Esp. Me. Marcelo
Alexandro Cristian
Gasparini Vieira
Larocca / Esp. Mayara Fernanda Pontes Peres
Esp. RenataEsp.
Professora Catânio
Ednar Rafaela Mieko Shimohigashi
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• O Conforto Ambiental e a Eficiência Energética
• O Conforto Térmico
• O Conforto Acústico
• O Conforto Visual
• Luz Natural e Controles de Ofuscamento
Objetivos de Aprendizagem
• Entender o conceito de Conforto Ambiental.
• Relacionar o Conforto Ambiental com a Eficiência Energética.
• Entender os conceitos de Conforto Térmico, Acústico e Visual.
unidade
I
INTRODUÇÃO
O Conforto Ambiental e a
Eficiência Energética
Olá, aluno(a), neste tópico vamos entender o con- preocupação com a economia de energia nos nossos
forto ambiental e a importância da eficiência ener- dias. Temos visto campanhas de conscientização e,
gética nesta área de atuação. Projetar um ambiente por isso, devemos colaborar com o nosso usuário e
confortável gastando bastante energia é fácil, nosso permitir que ele possa sentir-se confortável, fazendo
desafio é proporcionar esse conforto para o nosso economia. O designer deve, em todas as etapas do
usuário gastando o mínimo de energia possível. Por- seu projeto, preocupar-se com os conceitos que ve-
tanto, eficiência energética é obter um determinado remos no decorrer deste livro.
serviço, gastando poucos recursos. O homem busca o conforto ambiental desde os
A eficiência energética é uma forma de compa- primórdios da história. Podemos lembrar que na
rar duas edificações, sendo que, será mais eficiente pré-história, ele já procurava um local para se prote-
aquela que proporcionar o mesmo nível de confor- ger das intempéries, aquecia-se com o fogo, buscan-
to, com um menor gasto de energia. Há uma grande do sentir-se confortável em cada variação do clima.
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DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
O Conforto
Térmico
Como você pôde observar, conforto ambiental é um arquiteturas, vestimentas e soluções térmicas.
tema bem amplo. Neste tópico, vamos nos concen- O posicionamento do sol tem uma influência
trar apenas em um dos ramos. E então, pronto para enorme, não só na questão do aquecimento, mas
iniciar o assunto conforto térmico? consequentemente na luz natural. Para entender
Quando pensamos em conforto térmico, pode- melhor essa questão, vamos aprender a utilizar a
mos nos imaginar em alguns lugares que nos garan- carta solar, ela é uma planificação de como acontece
tem essa sensação, pode ser um local bem ventilado a movimentação deste elemento em relação à Terra.
no verão ou uma lareira para aquecer no inverno. Apesar de sabermos que é a Terra que gira em tor-
O conforto térmico é o resultado de uma com- no do sol e não o contrário, neste conteúdo veremos
binação de variáveis, sendo estas o sol, a umidade, o que vamos simular o contrário.
vento e a temperatura. Então, cada região do mundo Em cada região do mundo, o sol ficará posicio-
tem o seu clima característico, por isso as diferentes nado em locais diferentes em relação ao observador.
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DESIGN
O que influencia totalmente no clima dessa região. O conforto das pessoas passou a ter uma importân-
E cada pessoa também reage de forma diferente aos cia ainda maior com a criação das leis trabalhistas,
estímulos do clima, alguns sentem mais calor, outros pois, a partir delas, o trabalhador passou a ter direito
mais frio, estando no mesmo ambiente. a um local de trabalho salubre, em que pudesse de-
Os materiais que utilizamos nas edificações tam- senvolver a sua atividade.
bém são muito importantes no aquecimento dos A utilização do ar-condicionado tornou-se uma
ambientes. Sempre que você projetar, fará escolhas das opções, porém gerou alguns problemas, sendo
de materiais, influenciando diretamente no conforto um deles a falta de limpeza dos filtros desses equipa-
da edificação. mentos, além da questão da umidade do ar, que fica
A vegetação é um elemento importantíssimo extremamente baixa, e também a diferença de tem-
no conforto térmico de um local. Como sabemos, peraturas internas e externas. O mesmo ocorre com
o homem vem destruindo a natureza e, como con- o processo de aquecimento por meio da calefação,
sequência disso, temos o aumento da temperatura, soluciona o problema da temperatura, mas diminui
estações sem características marcantes e isso difi- muito a umidade do ar.
culta ainda mais o trabalho de manter um ambiente Por isso, devemos nos ater às soluções naturais,
em conforto térmico. Nas cidades, vemos ruas cada mesmo que, em momentos extremos, essas soluções
vez menos arborizadas, sendo que as árvores conse- citadas acima precisam ser utilizadas. Segundo Lam-
guem amenizar em grande parte a temperatura, por berts, Dutra e Pereira (1997), a importância do con-
isso são tão importantes. forto térmico é baseada em três fatores, sendo eles: a
Um outro problema que enfrentamos é a des- satisfação do homem, ou seja, o seu bem-estar, a per-
truição da camada de ozônio. Ela tem como função formance humana, que pode ser afetada se está mui-
filtrar os raios solares e, com a diminuição dessa to calor ou muito frio, e a conservação de energia.
camada, recebemos cada vez mais radiação, in- Você vai buscar entender na próxima unidade
fluenciando diretamente na temperatura de todo o todas as variáveis de conforto, assim como o com-
planeta. portamento do ser humano e será capaz de entender
As consequências da ação do homem geram as estratégias naturais e como deve aplicá-las.
cada vez mais problemas para ele mesmo; catástro-
fes acontecem por conta deste comportamento. Por
isso, temos a função de aprender como gastar a me- REFLITA
nor quantidade de energia, aproveitando as carac-
terísticas naturais de um determinado local. Sabia Conforto térmico é o estado mental que ex-
que, por exemplo, o vento vêm com maior predo- pressa satisfação do homem com o ambiente
minância de uma determinada direção? E que para térmico que o circunda.
ele circular dentro das edificações é necessário que (ASHRAE - American Society of Heating, Refrigeration
ele tenha não só por onde entrar, mas também por and Air Conditioning Engineers).
onde sair?
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CONFORTO AMBIENTAL
O Conforto
Acústico
O que você pensa quando lê a palavra acústica? Logo sempre priorizando a função daquele projeto. Então,
vem na sua mente um teatro ou auditório, não é já podemos perceber que o nosso objeto de estudo
mesmo? Pois saiba que a preocupação acústica deve nesta frente será o som.
acontecer em qualquer ambiente que você projetar. Para dar qualidade acústica a um espaço, deve-
Ela é um subsídio do projeto e deve ser considerada mos perceber qual será a interferência acústica que o
desde o levantamento de dados. projeto fará no entorno e também o contrário. É ne-
Isso acontece porque, em qualquer local, deve- cessário, ainda, compreender o fenômeno do som, o
mos evitar a entrada de ruídos externos na edificação que veremos mais à frente, na Unidade III, que tra-
e isso é uma preocupação com o conforto acústico. tará especificamente de conforto acústico.
O projeto acústico deve ser funcional, cada elemen- Um dos nossos grandes desafios neste projeto
to deve ser bem pensado e trabalhar para uma boa será a grande quantidade de ruídos externos que
difusão do som, deve ter uma função para existir, existem hoje, os ruídos urbanos. Então, você deve
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DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
Essa estrutura funcionava como uma concha acústi- As igrejas desse período possuem cúpulas, que são
ca, como podemos observar na imagem a seguir (Fi- superfícies côncavas. Este tipo de superfície para o
gura 3), sendo aquela que era utilizada geralmente projeto acústico pode causar uma grande focaliza-
em palcos ao ar livre, que serve para fazer a reflexão ção do som, o que se torna um defeito acústico que
do som para o público. Além disso, para esse povo, o vamos estudar mais à frente (Figura 4).
teatro tinha a função de divertimento.
Após a antiguidade, vem a Idade Média e pas-
sam muitos anos sem se desenvolver um teatro, por
conta do cristianismo. O que podemos estudar nes-
te momento são as igrejas. Você já entrou em uma
grande igreja que estava vazia? Percebeu o grande
reforço sonoro que acontece na voz? As igrejas ge-
ralmente possuem um grande volume e superfícies
muito reflexivas, o que leva a um aumento da inten-
sidade do som neste ambiente. Geralmente, as igre-
jas eram construídas em pedra e alvenaria, materiais
muito reflexivos, que causam um grande reforço
sonoro, sendo estas edificações importantes para o
desenvolvimento da música. Figura 4 - Cúpula da Basílica de São Pedro, Vaticano
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CONFORTO AMBIENTAL
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DESIGN
N
SAIBA MAIS
o barroco, temos o desenvolvimento
da ópera, e é preciso de um local para
O aumento do ruído, especialmente nos cen- alocar a orquestra. Como este é um pe-
tros urbanos, é sem dúvida um dos graves
ríodo em que desenvolveu-se uma ar-
problemas do nosso tempo, consequência do
desenvolvimento tecnológico e industrial e do quitetura muito decorada, os palcos são cheios de
crescimento sem controle e sem planejamen- adornos, os quais absorvem o som, mas o local da
to das cidades. Em locais onde há constante
orquestra é um local muito reflexivo. Aqui surge
aglomeração de pessoas e veículos nas vias
de circulação, percebe-se o descontentamen- um outro desafio, que é equilibrar a absorção des-
to geral dos transeuntes e dos usuários dos tes dois espaços.
imóveis próximos, com sucessivas reclama-
No séculos XIX, continuam os teatros fechados,
ções aos órgãos competentes e anseio por
uma solução definitiva. Os habitantes sentem agora trazendo a orquestra para um local destaca-
seu espaço comum e privativo invadido pelo do em relação ao palco. A audiência continua sendo
ruído de tráfego, que dificulta a comunicação
distribuída em leque, porém rodeada de nichos e pi-
oral, mascara os sons cotidianos e destrói a
identidade sonora dos ambientes. lares, que ajudam na difusão do som.
E finalmente no século XX, a acústica passa a ter
Fonte: adaptado de Scherer, Piageti e Vani (2008).
um embasamento científico. Wallace Sabine desen-
volve a fórmula do tempo de reverberação, relacio-
nando o volume do ambiente com os materiais de
revestimento internos. A partir daqui, a acústica se
desenvolve mais rápido, surgem os teatros de planta
retangular, o que, junto com a fórmula de Sabine,
resulta em teatros com qualidade acústica. Porém, as
paredes paralelas podem gerar um defeito acústico,
que veremos mais à frente na unidade de conforto
acústico.
No final do século XX, desenvolvem-se novas
formas, como a Ópera de Sydney (Figura 7), pois há
o surgimento de novos materiais. Começa também
aqui o desafio dos espaços de múltiplo uso.
Atualmente, além das questões internas da acús-
tica, ainda temos que nos preocupar com a grande
quantidade de ruídos urbanos existentes. Esses ru-
ídos podem prejudicar qualquer tipo de projeto e
isto é prejudicial ao homem. Então, o nosso desafio
é manter a qualidade ambiental, controlando estes
ruídos e fazendo uma boa propagação do som den-
tro dos espaços.
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CONFORTO AMBIENTAL
O Conforto
Visual
Pense que está acordando de uma boa noite de sono seu uso. Saindo do seu trabalho já a noite, você está
e ao abrir os olhos a luz do dia e seus raios solares estressado, cansado, com fadiga sem saber ao certo
o atingem pela abertura da janela, vindo a sensação a causa, chega em sua casa e aciona algumas luzes
de desconforto e a necessidade de levantar. Indo de tonalidades mais amareladas, pega seu livro para
para o trabalho de carro, seus olhos recebem uma ler e liga uma fonte de iluminação direcionada a ele
incidência de luz solar que os afetam causando uma e o seu corpo já vai sentindo um alívio da tensão
saturação lhe fazendo colocar óculos escuros ou e logo vem a sensação de tranquilidade e relaxa-
utilizar o para sol do carro para continuar a dirigir mento sem entender muito bem essa alteração de
com segurança. Chegando ao trabalho, se depara humor e como suas reações mudam drasticamen-
com grande exposição de luz na cor branca que lhe te. Isso se dá pela falta de conforto visual no meio
faz sentir vontade de trabalhar e ficar ativo, mas ao onde se vive.
utilizar a tela do seu computador, o reflexo dessas Para que possamos melhorar nossa rotina transfor-
luzes brancas afetam a tela causando incômodo em mando de transtornos para sensações mais agradá-
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DESIGN
veis, a dica é simples, aplicar o conforto visual em A cidade de Nova Iorque nos anos 40 era uma mega-
nosso cotidiano utilizando de estudos que projetam lópole tomada por prédios, tornando-se mais escura
a luz ao nosso favor evitando também ofuscamentos. pela quantidade de arranha-céus construídos. Nessa
A luz altera sentimentos, sensações de frio ou calor, época, ocorria o uso maior de luz artificial sem se
saúde do corpo e mente, trazendo qualidade de vida. preocupar com o abuso dessa energia e a falta de luz
Um bom sistema de iluminação é a escolha de lu- natural, logo o planeta respondeu de forma negativa
minárias e lâmpadas corretas para iluminação artificial, a esse excesso, criando, assim, a eficiência energéti-
utilizar ao máximo da iluminação natural, e unindo ca que mudaria totalmente esse conceito perante a
toda essa luz com uso de complementos como as cores e iluminação.
revestimentos que se alcançará um bom conforto visual.
Lembrando também que nesse tópico irá unir
o conforto visual e a eficiência energética para con-
quistar projetos que favoreçam economia de energia.
Contudo não foi sempre assim a preocupação
de unir conforto visual com eficiência energética.
Primeiramente o homem buscava meios de sobre-
vivência; logo veio a tecnologia e o homem criava
luz artificial, desvalorizando a nossa luz natural e,
com as imagens a seguir, podemos ver a evolução do
homem desde sua origem até os dias atuais na busca
de um bom conforto e eficiência energética.
Figura 8 - A moradia e a vida do homem na pré-história era determina- Figura 9 - Nova Iorque nos anos 40 tomada por prédios sem se
da pela luz natural, o dia e a noite, decisões de direções e tempo preocupar com meio ambiente
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DESIGN
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DESIGN
SAIBA MAIS
É importante também calcular qual método de
iluminação zenital e ventilação natural irá se encai-
O prédio considerado o mais sustentável do xar melhor no seu projeto. Saiba então quais são os
mundo, o The Edge, é um prédio de escritórios tipos de iluminação zenital:
de 40 mil metros quadrados que se localiza
em Amsterdã na Holanda, inclusive já virou • SHEDS: sua inclinação forma um tipo de
atração turística. dentes serrilhados que tem mais função se
Fonte: Caetano (2016, on-line)¹.
aplicado na direção sul.
• LANTERNIM: tipo de iluminação com aber-
tura na parte superior do teto que facilita a
ventilação dos ambientes e a melhor indica-
ção é direcioná-la sentido norte-sul.
Temos como exemplo o Hospital Sarah Kubitschek,
• CLARABOIA OU DOMUS: sua posição é
do Rio de Janeiro, projetado pelo arquiteto João Fil-
mais na horizontal, trazendo boa iluminação
gueiras de Lima, o Lelé, com mais de 52 mil m² de
por proporcionar variados tipos de aplicação
área construída, o qual tem iluminação e ventilação e formatos.
naturais, jardins, espelho d’água, local para banho de • ÁTRIO: iluminação natural direcionada na
sol para os pacientes, trazendo mais conforto para parte central da arquitetura com grande va-
trabalhos mais humanizados. riedade de formatos.
Com todas essas necessidades sustentáveis, a ilu-
minação natural está assumindo sua devida impor-
tância na arquitetura, principalmente em locais de
grandes tráfegos como hospitais, escolas, indústrias e
escritórios. Tanto pela sua forma estética, quanto pela
economia, essa luz colabora para que o usuário tenha
conforto visual e térmico.
Para que o projeto arquitetônico e de iluminação
natural caminhe corretamente, o ponto inicial é o posi-
cionamento do sol e suas transformações perante o local
projetado: isso faz que comece a arquitetar os tamanhos
e posicionamentos de aberturas e janelas, coloração de
vidros que determina a passagem dos raios solares.
Nessa nova maneira de projetar, primeiramente
deve-se analisar a luz natural para depois vir a arti-
ficial. A fachada e coberturas se incorporam com a
iluminação sempre se preocupando com a quantida-
de de insolação que irá se adentrar nos ambientes de
forma que consiga ter controle dessa claridade e calor Figura 13 - Exemplo da utilização de Shed Hospital Sarah Kubitschek
nos ambientes. em Salvador Arquiteto Lelé. Fonte: Rede Sarah (2016, online)².
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CONFORTO AMBIENTAL
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Figura 14 - Exemplo de Lanternim com grande ponto de luz natural tanto central quanto nas laterais. Figura 15 - Sala de estar com uma claraboia
central. Figura 16 - Iluminação central em um shopping trazendo ótima iluminação natural para o local de alto tráfego
Existem outros métodos para controlar o ofusca- com nosso clima e que apresenta diversas vantagens
mento da Luz Natural, como cortinas e variados para nossa vida e do nossas futuras gerações.
tipos de persianas para aplicar nas janelas, vidros e Nas unidades 4 e 5, apresentaremos a tabela de
seus acabamentos com controle de luz, assim pos- níveis de iluminância para Interiores e o cálculo lu-
sibilitando bastante a iluminação natural em qual- minotécnico para determinado tipo de ambiente e
quer ambiente sabendo aplicar os controles de luz utilização, assim facilitará para seu futuro projeto.
corretamente.
É de nossa total responsabilidade como Desig- REFLITA
ners de Interiores criar uma nova maneira de pen-
sar em consumo em que a luz natural seja encarada Acredito que a iluminação tem o poder de
como uma fonte de energia para ser fartamente usada revelar a essência das coisas, ela transforma
e disponível para qualquer projeto, seja ele arquite- o imaterial em realidade com a alma.
tônico ou interiores; pensar que aplicar a luz natural (Mônica Luz Lobo).
32
considerações finais
J
á deu para perceber que o conforto ambiental é muito importante para
os ambientes que serão futuramente projetados por você. É um requisito
de projeto indispensável e que deve ser pensado desde o levantamento de
dados.
Nas próximas unidades, você vai se aprofundar em cada um dos ramos que
são conforto térmico, acústico e visual. Espero que já tenha começado a perceber,
nos ambientes em que você vive, a necessidade de ter estas preocupações. Somen-
te o conjunto de todos estes fatores proporcionarão ao seu usuário o bem-estar.
Então, comece a perceber como acontece o “movimento” do Sol em relação à
você, como observador. Repare como a ventilação cruzada traz benefícios a uma
edificação. Ou como a umidade do ar influencia na sua saúde. Fique atento em
como o sol aquece superfícies como os vidros, como os diferentes tipos de fecha-
mento podem deixar um ambiente mais quente ou mais frio.
Você também pode começar a observar como os ruídos influenciam no de-
senvolvimento de uma atividade, não é possível ter concentração dessa forma.
Se você for a um teatro ou auditório, verifique como se dá a distribuição das
cadeiras, quais são os materiais que foram utilizados, se você está ouvindo e en-
xergando bem do seu lugar.
E por último, mas não menos importante, observe a iluminação ao seu redor:
ela é suficiente? Está agradável para a atividade que você está desempenhando?
Ou está cansando a sua visão? Está entrando muita luz natural pelas aberturas ou
essa luz é tão pouca que é necessário acender as lâmpadas durante o dia?
Só a observação dos fatores que você está estudando neste livro te levará a
aplicar os conhecimentos que serão adquiridos, por isso não perca tempo, mude
seu olhar em relação a todos esses pontos que são tão importantes e traga essa
qualidade de vida para os usuários dos ambientes que você irá projetar.
33
LEITURA
COMPLEMENTAR
Pelos grandes desafios que têm ainda que ser enfrentados em nosso país em termos
de infra-estrutura, construção habitacional, etc., o desenvolvimento da construção civil
é imprescindível. Porém, diante do tema sustentabilidade, há que se adotar novos cri-
térios para a concepção e desenvolvimento dos projetos construtivos e também os de
reabilitação, os quais vêm ganhando espaço no Brasil, uma vez que os edifícios come-
çam a atingir seus limites de desempenho ao uso.
A Agenda 21 consolida a ideia de que o desenvolvimento e a conservação do meio
ambiente devem constituir um binômio indissolúvel, que promova a ruptura do padrão
tradicional de crescimento econômico, tornando compatíveis duas grandes aspirações
da atualidade: o direito ao desenvolvimento, sobretudo para os países que permane-
cem em patamares insatisfatórios de renda e de riqueza, e o direito ao usufruto da vida
em ambiente saudável pelas futuras gerações (Assembleia Geral das Nações Unidas,
1992).
Segundo o United States Green Building Council, um empreendimento com bom de-
sempenho ambiental é caracterizado por ter minimizados, e até mesmo eliminados,
os seus impactos negativos no meio ambiente e em seus usuários. O conselho avalia o
desempenho ambiental de edifícios sob cinco enfoques: planejamento sustentável da
área construída; economia de água e eficiência em sua utilização; eficiência energética
e emprego de energia renovável; conservação de materiais e fontes de recursos; e qua-
lidade do ambiente (United States Green Building Council, 2002).
Interessante também a abordagem da empresa de arquitetura Doerr Architecture. Se-
gundo ela, todo projeto de empreendimento requer mudanças nos sistemas naturais
preexistentes e o consumo de energia e insumos, e por conseguinte, um projeto to-
talmente “verde” não seria possível. Entretanto, todo projeto apresenta-se como uma
oportunidade, e até mesmo responsabilidade, para o aperfeiçoamento do desempenho
ambiental dos empreendimentos. Segundo Doerr (2002), o desafio da sustentabilidade
é complexo e inclui a forma com que são obtidos os recursos utilizados, como é atingi-
do o seu aproveitamento máximo e considerada a eliminação da ideia de desperdício.
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LEITURA
COMPLEMENTAR
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atividades de estudo
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Design Passivo
Miriam Gurgel
Editora: Senac
Sinopse: o conceito de ‘Design Passivo’, desenvolvido na Alema-
nha a partir dos anos 1990, tem sido utilizado no mundo todo
como base para uma arquitetura e um design sustentáveis. Em-
prega conhecimentos relacionados ao clima local em que a edificação será construída, os
ventos incidentes, o layout do projeto, a destinação dada aos ambientes, os materiais utiliza-
dos e quaisquer outros fatores que visam sempre a um resultado energeticamente eficiente.
Arquitetura ou design “passivo”, porque se baseia no emprego dos meios naturais tanto para
o aquecimento da casa quanto para seu resfriamento, dependendo, consequentemente, de
pouca energia elétrica para garantir conforto ambiental aos seus moradores.
A Guerra do Fogo
Ano: 1981
Sinopse: na pré-história, em torno da descoberta do fogo, a tribo
Ulam é menos desenvolvida, eles ainda acham que o fogo é algo
sobrenatural e se comunicam apenas com gestos e grunhidos.
Quando a fonte de fogo deles apaga, três homens vão em busca
de outra chama e é quando encontram a tribo Ivaka, um grupo
mais desenvolvido de hábitos e comunicação mais complexa, além de dominar a produção do
fogo. Os homens sequestram uma mulher da tribo Ivaka e descobrem outra forma de viver.
Comentário: o filme gira em torno do fogo, sua conquista pelos meios naturais e a maneira
que iriam mantê-lo aceso. Contudo o filme ultrapassa essa premissa básica e entra fundo
em outros conceitos. Pode-se então distinguir os diversos grupos em estágios evolucionários
distintos ocupando um mesmo mundo. Veremos então como espaços onde vivem podem
influenciar a evolução humana.
Acesse: http://www.procelinfo.com.br/main.asp
referências
Referências On-Line
¹ Em: <http://www.minutoengenharia.com.br/postagens/2015/02/09/o-edificio-mais-sustentavel-do-mun-
do/>. Acesso em: 07 nov. 2016.
² Em: <http://www.sarah.br/a-rede-SARAH/nossas-unidades/unidade-salvador/>. Acesso em: 28 nov. 2016.
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gabarito
1. B
2. D
3. D
4. E
5. A
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CONFORTO TÉRMICO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• Exigências Humanas
• Os diferentes climas e seus princípios
• Propriedades térmicas dos materiais de construção
• Ventilação Natural
• Geometria Solar
Objetivos de Aprendizagem
• Entender como o ser humano reage diante das diferentes condições climáticas.
• Entender os diferentes climas e seus condicionantes.
• Compreender as propriedades térmicas dos materiais.
unidade
II
INTRODUÇÃO
Exigências
Humanas
No mundo todo, temos climas muito diferentes, e o ser peratura interna do nosso corpo tende a permanecer
humano é capaz de adaptar-se a eles. Temos alguns me- constante, aproximadamente 36,2ºC, independente
canismos que auxiliam nessa adaptação, como a vesti- do clima em que estamos. O metabolismo é respon-
menta, as tecnologias e as edificações. Pense em dife- sável por manter essa temperatura, ele queima as ca-
rentes países: o tipo de roupa muda de um local para lorias que existem nos alimentos e gera energia, isto
outro, assim como a arquitetura e, dependendo do tipo mantém o calor interno do corpo.
de clima, usamos diferentes tecnologias, para aquecer Além disso, o corpo humano faz algumas trocas
ou para resfriar. O nosso foco é o nosso usuário, por- térmicas com o meio e podemos dividi-las em trocas
tanto vamos entender um pouco como nosso organis- secas e trocas úmidas.
mo funciona com relação às condições climáticas. As trocas secas envolvem: convecção, condução
O ser humano é o que chamamos de um ser ho- e radiação. Enquanto as trocas úmidas são feitas por
meotérmico. Você sabe o que isso quer dizer? A tem- meio da evaporação.
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DESIGN
Tabela 1 - Resposta Fisiológica e comportamental em função da diferença da temperatura do corpo e a temperatura Neutra
Fonte: Adaptada de Lamberts e Xavier (2002).
Vamos aos exemplos desses tipos de trocas. A con- do que seriam? Quando estamos com frio ou com
vecção acontece quando temos um fluido (gás ou calor, o nosso corpo reage e isso acontece por meio
líquido), exemplo: ao aquecermos água em uma pa- destes mecanismos, eles devem manter a tempera-
nela, o metal se esquenta e começa a aquecer as par- tura interna do nosso corpo constante. Para que as
tículas de água mais próximas a ele, essas partículas pessoas sintam-se em conforto térmico, elas não de-
quentes sobem, consequentemente, as frias descem, vem estar utilizando nenhum destes mecanismos.
são também aquecidas, até que temos a água quen- No frio, o nosso corpo tenta evitar a perda de
te por um todo, este fenômeno é o que chamamos calor, assim como aumentar a produção interna
de convecção. Com os seres humanos, acontece a do mesmo. Qual você acha que é o primeiro me-
perda de calor do corpo para o ar ou água, por isso canismo regulador que entra em ação quando sen-
nos sentimos tão confortáveis no calor quando en- timos frio? Se você disse arrepio ou tremor, você
tramos em uma piscina. se enganou. Antes destas reações, entra em ação a
Já a condução acontece quando existe contato, vasoconstrição periférica, que é quando os vasos
por exemplo, ao andarmos descalços em um piso frio, sanguíneos mais próximos da pele se contraem,
perdemos calor para este por meio da condução. para que a pele fique mais fria e não perca calor
A radiação ocorre sem a existência de contato, para o meio pela convecção ou condução. Depois
como quando nos aquecemos em frente a uma fo- é que temos o arrepio, que é um movimento mus-
gueira, ou, ainda, a forma como o sol aquece a terra. cular, o qual aumenta a rugosidade da pele, as-
E a evaporação, que é a troca úmida, acontece por sim temos menos áreas expostas e perdemos me-
meio da nossa transpiração. nos calor por convecção. E por último acontece
Os seres humanos têm mecanismos que cha- o tremor dos músculos, uma forma de acelerar o
mamos termorreguladores. Você tem alguma ideia metabolismo.
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CONFORTO AMBIENTAL
48
DESIGN
No calor, o metabolismo do ser humano já reduz das pessoas sintam-se confortáveis em uma deter-
automaticamente, pois não há necessidade de gran- minada situação, que envolve todas essas variáveis
de produção de energia. Além disso, nessa situação que vimos anteriormente.
procuramos uma sombra, locais bem ventilados,
piscina, usamos de tecnologias como ventiladores Índice de Resistência
Vestimenta
Térmica (CLO)
ou ar-condicionado para nos manter confortáveis.
Segundo Ashrae apud (LAMBERTS; DUTRA; Meia Calça 0,10
PEREIRA, 1997), conforto térmico pode ser definido
Meia Fina 0,03
como um estado de espírito que vai refletir a satisfa-
ção com o ambiente térmico em que a pessoa está. Isso Meia Grossa 0,05
quer dizer que o balanço de trocas térmicas deve ser
Calcinha/Sutiã 0,03
nulo e a temperatura da pele e o suor devem manter-se
dentro dos limites. Cueca 0,03
O conforto térmico tem ligação com os seguintes
Camisa Manga Curta 0,15
fatores: variáveis ambientais, vestimenta adequada e
a atividade que o usuário está desenvolvendo naque- Camisa Manga Longa 0,30
le espaço. As variáveis climáticas que influenciam no
conforto térmico são temperatura do ar, umidade Saia Grossa 0,25
o ar e evita a troca de calor com o ar ou com outras Tabela 2 - Índice de Resistência Térmica -Icl (CLO)
superfícies. Por isso, quanto mais frio, mais roupas Fonte: Norma ISO 7730 (2005, on-line)¹.
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CONFORTO AMBIENTAL
Os Diferentes Climas
e seus Princípios
Caro(a) aluno(a), está pronto para conhecer a gran- terminada região. Já o tempo, é a variação diária que
de diversidade de climas que temos no nosso país? O temos, como quando comentamos: “hoje está muito
clima é muito importante nas tomadas de decisões de frio e chuvoso”, não quer dizer que esta seja uma ca-
um projeto, pois este deve adequar-se a cada uma das racterística predominante da nossa região.
situações. Além do projeto ter a obrigação de atender Para que possamos analisar o clima, temos que
àquilo que o cliente deseja, ele também deve ter uma observá-lo em diferentes escalas. Em uma escala
resposta com relação às variáveis climáticas e à eficiên- mais abrangente, que podemos chamar de macrocli-
cia energética. Então, vamos ver como isso acontece. ma, descrevemos as características gerais de uma de-
Primeiro vamos diferenciar clima de tempo. Es- terminada região, como qual a temperatura média,
tes dois conceitos confundem-se muitas vezes. O se é um local que chove bastante ou que está sempre
clima é uma condição média, medida de 30 em 30 nublado, ou ainda se tem bastante vento, ou seja, são
anos, que determina as características de uma de- características gerais.
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A
radiação solar divide-se em dois tipos de calor durante todo o dia, liberam o calor no período da
ondas: as curtas e as longas. As que vem noite, quando a temperatura é mais amena.
diretamente do sol, de forma direta ou Nos climas secos, porém, nos quais não há es-
difusa, ou as que são refletidas pelas su- sas partículas de vapor d’água, a temperatura acaba
perfícies, são as ondas curtas. Já as ondas longas, são caindo drasticamente e provocando picos de tempe-
produzidas por corpos aquecidos, as edificações, por ratura alta durante o dia e baixa durante a noite, isto
exemplo, recebem a radiação de onda curta, aque- não é confortável para o nosso usuário.
cem-se e depois liberam as radiações de onda longa. A velocidade do ar também é influenciada pe-
Agora vamos a outra variável, a temperatura do las massas, conforme elas se deslocam dos locais de
ar. Você já ouviu nos noticiários dizerem que está maior pressão para os de menor, o ar vai se movi-
vindo uma massa de ar frio para o seu estado? En- mentando. Além disso, os obstáculos também fazem
tão, são essas massas de ar que influenciam na tem- que o vento mude de direção ou diminua a sua ve-
peratura e também a forma como a radiação solar locidade. Podemos observar em uma mesma cidade,
atinge cada um dos locais. Vamos pensar em dois diferentes velocidades do vento, na área central, na
extremos, as regiões próximas à linha do Equador e qual temos aglomerados de prédios e nas áreas pe-
as regiões polares: os dois locais recebem a radiação riféricas, onde temos bairros residenciais de menor
de forma bem distintas, portanto as temperaturas densidade. Na própria edificação, podem ser utiliza-
também são muito diferentes. das estratégias para barrar o vento ou trazê-lo para
Com relação à temperatura, devemos sempre dentro da edificação.
identificar quais são os períodos em que nosso usuá- E a última variável climática é a umidade, re-
rio pode sentir-se desconfortável. Isso pode aconte- sultante de dois fatores: a evaporação da água e a
cer com relação a diferentes estações, como também evapotranspiração dos vegetais. Como vimos aci-
na variação de um único dia. ma, esta variável influencia na temperatura do local.
Vamos tomar como exemplo locais que têm a umi- Além disso, também está associada à forma como o
dade muito baixa: as partículas de vapor d’água absor- usuário perde calor por evaporação, que vimos no
vem a radiação, portanto, se não há umidade, a radia- tópico anterior, e em locais mais úmidos, há dificul-
ção chega mais diretamente à superfície, o que provoca dade em acontecer essa troca. Podemos modificar a
um grande aumento na temperatura durante o dia. A umidade próxima à edificação utilizando de vegeta-
noite, nos climas úmidos, as partículas que absorvem ção e elementos com água.
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No Brasil, a diversidade de climas é muito grande. gia. Um projeto bioclimático é aquele que se adequa
Podemos dividir o país em seis grandes regiões: tro- ao clima e visa atingir um bom desempenho térmi-
pical, equatorial, semiárido, tropical atlântico, tro- co. Podemos estudar a carta bioclimática para edi-
pical de altitude e subtropical. Cada um dos climas fícios desenvolvida por Givoni em 1969. Essa carta
tem suas características de temperaturas médias, nos mostra a combinação das variáveis climáticas
chuva e amplitude térmica entre inverno e verão. que podem manter o organismo humano em con-
Para estudar como o ser humano se relaciona forto e quais as estratégias que devem ser utilizadas
com o clima, temos a ciência chamada bioclimatolo- para trazer conforto em cada situação.
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DESIGN
Já os fechamentos transparentes são os princi- térmica, porém não há outra forma de controlar a
pais causadores do aumento da temperatura den- entrada de radiação nas edificações.
tro das edificações. Esses materiais, assim como os Então, por meio dos materiais transparentes, a
opacos, transmitem calor por meio de condução e radiação solar vai ter uma parte absorvida, outra re-
convecção, mas também pela radiação; nesse caso, fletida e uma última porção será transmitida. Essa
uma parcela da radiação é diretamente transmitida radiação solar possui ondas curtas e ondas longas e
para o interior. os materiais transparentes se comportam de manei-
O ganho de calor por meio das aberturas pode ras diferentes com relação a elas. As ondas curtas são
ser alterado de acordo com alguns fatores. Primei- aquelas que vêm diretamente do sol ou são refletidas
ro, a orientação e o tamanho da abertura, pois isso por alguma superfície, como o solo, e são compostas
vai determinar a exposição ao sol, assim como o fato tanto por luz, quanto por calor. Já as ondas longas
desta abertura ser sombreada. Outro fator é o tipo são aquelas produzidas por corpos aquecidos, for-
do vidro, que pode bloquear mais ou menos a radia- madas apenas por calor. Cada tipo de vidro transmi-
ção solar; esses materiais têm uma alta transmitância te ou reflete uma determinada porção dessas ondas.
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CONFORTO AMBIENTAL
Temos vários tipos de fechamentos transparentes De um modo geral, os materiais têm a propriedade de
disponíveis no mercado, veremos alguns deles e suas absortividade, refletividade e transmissividade, a soma
propriedades: das três propriedades deve dar 100%. A absortividade
• Vidro simples: esses vidros transmitem mui- do material depende da cor superficial deste. Quanto
to as ondas curtas, por isso há uma grande mais próximo do branco, menor a sua capacidade de
entrada de luz e calor. São pouco reflexivos e absorção. Materiais metálicos absorvem pouca radia-
absorvem muito as ondas longas, provocan-
ção e são menos emissivos, o que significa que têm
do efeito estufa dentro dos ambientes.
uma baixa emissão do calor para o ambiente interno.
• Vidro verde: esse tipo de vidro é pigmentado
para que haja menos passagem de calor, po- Uma outra propriedade que o material tem é a
rém, consequência disso, há também menor condutividade térmica: representa quanto calor o
entrada de luz. São materiais mais absorventes. material é capaz de conduzir em uma unidade de
• Vidro ou película absorvente: são os chama- tempo e esta depende da densidade do material,
dos vidros fumês, têm o mesmo objetivo do quanto mais denso o material, maior a sua condu-
vidro verde, porém diminui ainda mais a en- tividade (λ).
trada das ondas curtas. Consequência da condutividade, temos a resis-
• Vidro ou película reflexivos: são vidros com tência térmica (R), que é a capacidade do material
aparência de espelho. Refletem tanto a onda
de resistir à passagem do calor. Os materiais mais es-
curta, quanto a onda longa. Diminuindo
também a entrada de luz natural. pessos (L) têm uma resistência térmica maior. Com
relação à condutividade, podemos dizer que quanto
• Vidro serigrafado: vidros utilizados para evi-
tar a visão de uma área para outra, causam maior ela for, maior a capacidade do material em
maior sombreamento. transmitir calor e consequentemente, menor é a sua
• Policarbonato: é um material muito maleável, resistência. Isto pode ser observado na fórmula da
mais resistente a choques e mais leve que o resistência térmica, a seguir:
vidro. Porém sua resistência térmica é maior, R = L/λ (m²K/W)
aumentando a sensação de efeito estufa.
• Vidro espectralmente seletivo: esses vidros Portanto, se um material têm uma espessura de 0,15m
têm uma alta performance, priorizando a en-
e a sua condutividade é de 0,90W/mK, a sua resistência
trada de luz natural e controlando o ganho
térmica será 0,17 m²K/W, segundo a fórmula acima.
de calor.
Quando a superfície é composta de mais de um
• Vidro de baixa emissividade: reduzem os ga-
nhos e as perdas de calor que acontecem por material, a resistência térmica pode ser calculada de
meio da onda longa. duas formas, em série ou em paralelo. A soma em
paralelo é mais simples e deve ser utilizada quando o
O uso de protetores solares nas aberturas diminui calor passa pela mesma área de todos os materiais. Já
consideravelmente o ganho de calor. Essas proteções a resistência em paralelo deve ser calculada quando
podem ser feitas de várias formas: prateleira de luz, o calor passa por áreas diferentes dos materiais. Veja
brises, varandas, beirais, marquises, volumes salien- então quando você deve utilizar cada um deles por
tes e vegetação. meio dos exemplos a seguir:
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DESIGN
isso de forma proporcional, então usaremos a 0,02 + 0,0064 0,1 + 0,05 0,15
seguir:
Agora, podemos fazer a soma em série e teremos a
RT = Aa + Ab + … + An resistência total da parede:
Aa + Ab + … + An RPAREDE = RREBOCO +RTIJOLO+ARGAMASSA+RREBOCO=
Ra + Rb + … + Rn 0,017+0,18+0,017=0,21m²K/W
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CONFORTO AMBIENTAL
RSI RSE
(m²K/W) (m²K/W)
Direção
do Fluxo
de Calor
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DESIGN
Direção
do Fluxo de Calor
Utilizando o exemplo anterior, adicionando uma câ- Veja a seguir resistência da parede:
mara de ar de 0,06m, teríamos a resistência total da RLÃ = 0,06 / 0,045 = 1,33m²K/W
parede da seguinte forma: RTOTAL = RSE + RREBOCO + RTIJOLO+ARGAMASSA + RLÃ
RTOTAL = RSE + RREBOCO + RTIJOLO+ARGAMASSA + RAR + RTIJOLO+ARGAMASSA + RREBOCO + RSI
+ RTIJOLO+ARGAMASSA + RREBOCO + RSI RTOTAL = 0,04 + 0,017 + 0,18 + 1,33 + 0,18 +
RTOTAL = 0,04 + 0,017 + 0,18 + 0,17 + 0,18 + 0,017 + 0,13 = 1,90m²K/W.
0,017 + 0,13 = 0,73m²K/W.
Portanto, podemos observar que a maior resistência
E se essa câmara de ar tivesse uma superfície refle- da parede acontece quando o material isolante tér-
tora, como uma chapa de alumínio polido no seu mico é adicionado.
interior? Vamos ver como ficaria a resistência: Cada material tem a sua resistência térmica e o
RTOTAL = RSE + RREBOCO + RTIJOLO+ARGAMASSA + RAR inverso dela é o que chamamos de transmitância tér-
+ RTIJOLO+ARGAMASSA + RREBOCO + RSI mica (U). Por meio deste valor, podemos comparar
RTOTAL = 0,04 + 0,017 + 0,18 + 0,34 + 0,18 + dois materiais e saber qual deles transmitirá maior
0,017 + 0,13 = 0,90m²K/W. quantidade de calor.
U = 1 / RT (W/m²K)
E se, ao invés da câmara de ar, adicionarmos um
material isolante térmico, como a lã de rocha, cuja Vamos analisar a transmitância térmica dos elementos
condutividade é de 0,045W/mK? que calculamos a resistência nos exemplos anteriores?
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CONFORTO AMBIENTAL
Câmara de Ar com
Parede Câmara de Ar Lã de Rocha
superfície refletora
Resistência
0,38 0,73 0,90 1,90
(m²K/W)
Transmitância
2,63 1,37 1,11 0,52
(W/m²K)
Tabela 5 - Resistência e Transmitância de alguma soluções construtivas.
Fonte: Adaptada de Lamberts, Dutra e Pereira (1997).
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DESIGN
Com todos esses dados, você pode observar a impor- Portanto, seu fluxo de calor será:
tância dos fechamentos serem sombreados e, também, Q = 103,74 x 6 = 622,44W
a influência que a cor externa têm no ganho de calor
dentro da edificação, quando o fechamento está ensola- Se essa superfície não fosse ensolarada, ou seja, não
rado. E os fechamentos transparentes? Lembra-se que, existisse a radiação incidente (I), teríamos as seguin-
além de transferir calor por radiação e convecção, tam- tes densidades de fluxo de calor e fluxo de calor:
bém há a transmissão direta? Por isso, para essas su- q = 5,79 x 8 = 46,32W/m²
perfícies precisamos conhecer o Fator Solar, vamos lá? Q = 46,32 x 6 = 277,92W
O fator solar (Fs) é a razão entre a quantidade
de energia solar que penetra por meio da superfí- Mais uma vez, podemos observar a importância
cie, pela energia incidente. Portanto, ele vai variar do sombreamento, principalmente das superfícies
de material, para material. No caso das superfícies transparentes. Seu ganho de calor é muito maior que
transparentes, para calcular a densidade de fluxo de o da parede preta do exemplo anterior. Portanto, é
calor, utilizaremos a fórmula a seguir: por meio desses fechamentos que temos a maior en-
q = (U x Δt) + (Fs x I), na qual trada de calor nas edificações.
q = densidade de fluxo de calor (W/m²) É preciso, então, observar os materiais, sua
U = transmitância térmica (W/m²K) orientação e a proteção que este recebe, para que a
Δt = diferença entre as temperaturas interior e edificação tenha um desempenho térmico adequado
exterior (K) e permita que o usuário sinta-se em bem-estar.
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CONFORTO AMBIENTAL
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DESIGN
SAIBA MAIS
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CONFORTO AMBIENTAL
Ventilação
Natural
Olá, aluno(a)! Agora você vai entender como acon- utilizada onde a temperatura for menor que 20ºC, nem
tece a ventilação natural nas edificações. Já percebeu maior que 32ºC. Vimos que o sombreamento é a es-
que alguns ambientes são muito bem ventilados, en- tratégia mais importante no nosso país e, em segundo
quanto outros o ar nem se movimenta? É necessário lugar, mas não menos importante, vem a ventilação.
saber promover esta ventilação nos ambientes que Vimos também que há diversas formas de per-
são projetados. der calor para o meio. Uma delas é a convecção, é o
Essa é uma das estratégias que encontramos na que acontece quando o ar passa em movimento pela
carta bioclimática de Givoni e que deve ser utilizada nossa pele e retira o calor. Quando estamos com
em situações nas quais a umidade do ar é maior que muito calor, ligar o ventilador pode ser um alívio,
80% e, também, em locais com umidade menor, po- não é mesmo? Isso acontece porque ele coloca o ar
rém com temperatura entre 27 e 32ºC. Não deve ser em movimento.
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CONFORTO AMBIENTAL
Figura 11 - Mansarda
A técnica mais eficaz para promover a ventilação é a vertical. O ar, quando esquenta, sobe, por isso ele
cruzada, na qual o vento precisa ter por onde entrar precisa ter por onde sair; quando temos aberturas
e por onde sair da edificação. Devemos observar as altas, o ar quente sai por estas e o ar fresco é força-
divisórias e repartições dessas edificações e verificar do a entrar pelas aberturas mais baixas. Você verá a
se não estão interrompendo a ventilação. seguir formas de promover este tipo de ventilação.
Há formas de captar o vento, fazendo que ele en- Os lanternins são elementos muito utilizados
tre nas edificações. Isso se dá por meio da ventilação para saída de ar quente, consistem em duas abertu-
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CONFORTO AMBIENTAL
Geometria
Solar
Para finalizar o nosso conteúdo de conforto térmi- de uma forma melhor, pensando nestes pontos.
co, você vai compreender como acontece a trajetória Então, vamos lá! Primeiro, você precisa lembrar
solar. Esse estudo se dá por meio da geometria solar. como acontecem os movimentos da Terra. Ela faz
Neste tópico, você vai entender que é possível deter- dois movimentos, o de rotação e o de translação. O
minar a posição do sol para o local em que está traba- movimento de rotação é o que a Terra faz em torno
lhando, de acordo com a hora do dia e a época do ano. do seu próprio eixo, esse movimento resulta nos dias
A geometria da insolação determina graficamen- e nas noites. Enquanto o movimento de translação é
te a posição do sol, de acordo com a latitude, a hora o que a Terra faz em torno do sol, que dura aproxi-
do dia e a época do ano. Você vai aprender a fazer a madamente 356 dias e 6 horas.
leitura desse gráfico, o que será importante para que A Terra percorre esta trajetória com uma incli-
saiba os momentos em que o sol vai entrar pelas aber- nação em seu eixo de 23º27’ em relação à Linha do
turas, em que horas do dia bate sol em determinada Equador. Isso vai definir os dois trópicos existen-
área do piso ou da parede. Você determinará o layout tes, Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio.
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DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
Na carta solar, você vai observar esses ângulos e para demonstrar a utilização desse diagrama. Va-
será capaz de determinar a posição do sol de acordo mos iniciar, fazendo a leitura dos azimutes e alturas
com os fatores citados acima. Ela será um diagrama solares, nos dias de solstícios e equinócios, em três
que representa as projeções das trajetórias do sol du- horários diferentes.
rante todo o ano. Nessa carta, consideramos a Terra O procedimento para retirar as informações da
fixa e o Sol fazendo o movimento em torno dela. Carta Solar é o seguinte: para encontrar o Azimute:
Em cada época do ano, o Sol muda a sua trajetória. o azimute vai de 0º a 360º em relação ao Norte, dia
Podemos observar na carta solar que nas extremidades 22 de dezembro às 9 horas da manhã: com uma ré-
estão os dias de solstícios de inverno e verão, e a linha gua e uma lapiseira, pegar o ponto central da carta,
do centro representa o equinócio. As informações que esse ponto é o ponto do observador. Ligue o ponto
vamos encontrar nessa carta são: hora do dia, época do do observador até o ponto do horário, 09:00 até che-
ano, altura solar, azimute solar e trajetória do sol. gar na linha externa do círculo (azimute). O valor
encontrado é o valor do Azimute, 100º.
TRAJETÓRIA
SOLAR HORÁRIO
DO DIA
AZIMUTE ALTITUDE
SOLAR SOLAR
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DESIGN
Dia Hora
9h 12h 15h
22/Dez H= 50º H= 90º H= 50º
A= 100º A= 0º A= 260º
21/Mar
H= 40º H= 80º H= 40º
23/Set
A= 70º A= 0º A= 290º
22/Jun H= 25º H= 42º H= 25º
A= 45º A= 0º A= 315º
Tabela 9 - Análise de altura e azimute solar na carta solar de Maringá
73
considerações finais
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vimos sobre o conforto ambiental térmico, sobre
seu conceito e sua aplicação. No tópico I, aprendemos que o homem é um animal
homeotérmico, o que quer dizer que o homem é capaz de manter a temperatura
interna do corpo constante. Aprendemos também sobre as exigências do corpo hu-
mano em relação ao calor e ao frio. Que o corpo humano utiliza os mecanismos de
termorregulação para cada tipo de clima, sendo que, no verão, quando estamos com
calor, acionamos a vasodilatação e, no inverno, é acionada a vasoconstrição, e isso
nos garante, inclusive, a sobrevivência.
Aprendemos também que cada material tem uma resistência térmica diferente e
sua aplicação em ambientes pode afetar diretamente a qualidade térmica do espaço.
Entendemos também como calcular a quantidade de calor que um material deixa
atravessar por ele.
Vimos, ainda, a geometria solar e compreendemos que, por meio da carta solar,
podemos identificar, para determinadas datas do ano e horário, em qual lugar o Sol
estará, para assim podermos trabalhar de forma adequada os ambientes. No Verão,
devemos proteger os ambientes, evitar que a radiação solar entre direto no ambiente,
pois o que queremos é luz solar e não o calor. Já no inverno, trabalhamos os ambien-
tes de forma que a radiação solar, calor, entre nos ambientes, por isso o sol é mais
baixo nessa estação, para nos aquecer.
O Brasil, por ser um país de dimensões continentais, apresenta grande variação
de clima, como vimos no mapa. Por isso temos que ter em mente que uma solução
para o Sul do país, em relação ao conforto térmico, não é a mesma que vai ser uti-
lizada para o Norte do país. É necessário entender e estudar o clima da região que
estamos trabalhando para desenvolver melhor as soluções projetuais dos ambientes
que estamos projetando.
Espero que após a leitura desta unidade o assunto esteja mais claro, entendendo
que será durante as aulas que a aplicação de toda essa teoria fará mais sentido. Bons
estudos!
74
LEITURA
COMPLEMENTAR
Prezado(a) Aluno(a), o texto para leitura é de um Artigo que fez um estudo sobre o con-
forto térmico e ambientes naturalmente ventilados. Boa Leitura!
75
LEITURA
COMPLEMENTAR
76
LEITURA
COMPLEMENTAR
Pereira et al. (2011, p. 3391) deixa claro que “existe uma influência do envelope sobre
o desempenho térmico” assim como o artigo de Rodrigues e Souza (2012, p. 193) que
aborda a ventilação natural como estratégia para o conforto térmico apresenta esta
complexidade ao concluí que “um projeto adequado de ventilação natural deve ser ava-
liado em detalhes, observando-se as condições climáticas e condições de vento locais,
para se ter ótimos resultados. No entanto, em função da complexidade das condições
de contorno e da imprevisibilidade das forças naturais, é muito difícil de se definirem,
corretamente, as condições de velocidade e a direção do vento, pois se trata de forças
variáveis, que não se pode controlar, como na ventilação mecânica”...
77
atividades de estudo
78
atividades de estudo
V. Podemos utilizar algumas variáveis para amenizar o ganho de calor pelos fechamen-
tos transparentes, são elas: proteções internas e externas, tipo de vidro, dimensões
e orientação da abertura.
79
atividades de estudo
II. Entre as zonas de ventilação, resfriamento evaporativo e massa térmica para res-
friamento acontecem algumas interseções. Nessas áreas do gráfico, mais de uma
estratégia devem ser adotadas, inclusive simultaneamente.
III. O sombreamento é uma das estratégias mais importantes no Brasil. Essa estratégia
deve ser utilizada sempre que a temperatura do ar for superior a 20ºC, até mesmo
na Zona de Conforto.
IV. Em algumas regiões, o clima pode ser muito severo, ultrapassando os limites de
temperatura e umidade relativa que tornam possível a aplicação de algum sistema
passivo para resfriamento ou aquecimento. Nesses casos, recomenda-se o uso de
aparelhos de ar-condicionado, para refrigeração, e de aquecimento artificial.
V. No clima quente e úmido, a ventilação cruzada é a estratégia mais simples a ser
adotada, fazendo que a temperatura interior acompanhe a variação da temperatura
exterior. A ventilação é aplicável independentemente da temperatura exterior.
80
Manual do Conforto Térmico
Anésia Barros Frota, Sueli Ramos Schiffer
Editora: Studio Nobel
Sinopse: esta obra é um instrumento de trabalho fundamental
para estudantes e profissionais ligados à área de construções,
arquitetura e urbanismo. O autor procurou revelar aspectos
tecnológicos do conforto térmico a um nível compatível com a prática de projetar.
Link 1: Reportagem feita pela EPTV sobre conforto térmico, mostrando a Fazenda Santa Ger-
trudes e o prédio do Campus 2 da USP - São Carlos.
Parte 1 - disponível em: <htps://www.youtube.com/watch?v=OjlgD1ftxuEI>.
Parte 2 - disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=noJqdGL5HZ0>.
Parte 3 - disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kLBqRw7bD8Q>.
referências
Referências On-Line
¹ Em: <http://www.buildingreen.net/assets/cms/File/ISO_7730-2005.PDF>.
Acesso em 11 dez. 2016
² Em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-138854/reflexo-do-walkie-talkie-fa-
z-carros-derreterem>. Acesso em: 06 nov. 2016
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DESIGN
1. B
2. D
3. A
4. E
5. A
83
CONFORTO ACÚSTICO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• O som
• O ruído e o ambiente interno
• Formas do ambiente interno
• Materiais acústicos e o tempo de reverberação
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender o fenômeno do som.
• Diferenciar os tipos de ruídos e as soluções para cada um deles.
• Entender como os materiais e as formas influenciam no ambiente
interno.
• Calcular o tempo de reverberação, saber adequar o ambiente
acusticamente.
unidade
III
INTRODUÇÃO
O Som
Caro(a) aluno(a), para iniciarmos o nosso estudo pois nem toda vibração pode ser percebida.
sobre Acústica, é necessário primeiro entender al- Entendida a natureza do som, precisamos tam-
guns conceitos que aparecerão durante o curso. Es- bém entender o que é o som. Conforme Bistafa
ses conceitos são importantes para a boa compreen- (2011), som é a sensação produzida no sistema au-
são da acústica e suas características. ditivo. Essa sensação é produzida pelo movimento
Primeiro precisamos entender sobre a natureza organizado das moléculas que compõem o ar e que
do som. O som tem sua origem na vibração de um se propaga até ser captada pelos nossos ouvidos.
objeto, provocando a vibração de partículas do meio. Outro item que precisa ser explorado é a Onda
No nosso caso da construção, essas partículas são a Sonora que é caracterizada pela Frequência. Segun-
do ar e os materiais de construção; depois disso, o do Silva (2005), é chamado de frequência o número
som é captado pelo ouvido humano. Nos nossos es- de oscilações completas por segundo. Elas são medi-
tudos, quando falamos de vibração, estamos falando das em ciclos de segundo (c.p.s.) ou em Hertz (Hz) e
apenas daquela que é percebida pelo ouvido humano, determina se o som é grave ou agudo.
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DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
A maioria dos sons que podemos ouvir são sons Segundo Valle (2009), são vários os fatos que expli-
complexos, pois um mesmo som possui várias fre- cam a conveniência de utilizar o decibel para medir
quências enquanto que um som puro, ou tom puro, as variações de um som:
tem somente uma faixa de frequência. • 1dB é a menor diferença sonora que o ouvido
humano consegue perceber.
INTENSIDADE SONORA • Variação para um valor maior produz valor
Intensidade sonora é a qualidade que permite ao positivo de dB, enquanto que uma variação
menor produz um valor negativo de dB.
ouvido diferenciar os sons fortes, ou seja, a energia
• 0dB significa que não houve variação.
que o som chega até o receptor. A intensidade so-
• Se a variação for para zero de potência, temos
nora varia aproximadamente com o logaritmo de
-∞dB
intensidade do som e é medida em W/m². O valor
de referência adotado internacionalmente é de 10-12 E para fazermos as medições em ambiente internos,
W/m², pois esse valor é próximo da intensidade mí- utilizamos o sonômetro, que nos dá o resultado em
nima audível a 1.000 Hz que corresponde ao valor decibel, dB(A), que é a escala audível.
de 0dB na escala dos decibéis (SOUZA, et al. 2012).
O comportamento da onda sonora, consideran-
do o som direto, ou seja, raio sonoro sem obstácu-
los ou interferências, tende a se propagar na forma
de uma esfera, sendo assim, a intensidade ou nível
sonoro diminui logaritmicamente à medida que se
afasta do som.
A ESCALA DECIBEL
A escala decibel (dB) é uma escala logarítmica, não
é unidade de medida, sendo utilizada para facilitar
os estudos acústicos. Foi nomeada em homenagem
ao inventor Alexander Graham Bell e se aproxima
da percepção do ouvido às flutuações da pressão e
da intensidade sonora. Para utilizar a escala logarít-
mica, é necessário utilizar o valor de referência, já Figura 3 - Aparelho Sonômetro, utiliza-
citado de 10-12W/m². do para medição de dB
90
DESIGN
SOMATÓRIA DE DECIBÉIS
É importante lembrar que, quando temos diversas Quando tivermos uma diferença de 10dB ou mais
fontes sonoras e precisamos saber qual é a somató- entre a fonte menor e a fonte sonora maior, o valor
ria dessas fontes, elas não podem ser somadas de da somatória será aproximado ao da fonte sonora de
forma simples. Souza et al. (2002) dizem que essa maior valor.
adição simples não pode acontecer, porque, como Vimos assim alguns conceitos relacionados à acús-
já foi dito anteriormente, o decibel é uma escala tica de forma geral. Esses conceitos se fazem neces-
logarítmica e, quando as fontes são sobrepostas, o sários, pois com o decorrer do curso serão vistos nas
valor máximo que será acrescentado é o de 3dB. A aplicações da acústica e, para um entendimento me-
somatória das fontes sonoras são expressas na se- lhor das leituras, você já conhece seus significados.
guinte fórmula:
Na qual:
LPtotal é o valor que queremos encontrar
Lp1, Lp2, Lp3 é o valor das fontes sonoras.
91
CONFORTO AMBIENTAL
O Ruído e o
Ambiente Interno
Vimos no tópico anterior a definição de som, que é a O RUÍDO
sensação produzida no sistema auditivo, porém essa Conforme apresenta Fernandes (2002), o ruído, em
sensação pode ser agradável (som agradável) ou um sua definição subjetiva, é toda sensação auditiva de-
som indesejável, o ruído, que em geral pode gerar sagradável ou insalubre, enquanto que, por defini-
sensações desagradáveis ou até mesmo irritante. ção da física, diz que é todo fenômeno acústico sem
Além disso, seja o som agradável ou um ruído, componentes harmônicos definidos.
para que seja sentido, ouvido, é preciso que ele se A questão dos ruídos é complexa e subjetiva
propague, se espalhe no ambiente, e isso é base fun- para podermos distinguir se determinado som é
damental para a ciência de conforto acústico. Dessa ou não um ruído. Apesar de alguns sons poderem
maneira, precisamos compreender melhor esses ser classificados como ruídos, devemos prestar
dois conceitos, ruído e propagação do som, para as atenção ao contexto em que ele está inserido, pois
tomadas de decisões quanto a projetos de ambientes. pode ter diferente conotação em diferentes casos.
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CONFORTO AMBIENTAL
• Discoteca
Atinge o limiar da dor e por
• Martelo pneumático a 5 metros 110 - 130
causar surdez instantânea
• Buzina de automóvel
• Despertador a 1 metro
70 - 90 Estressante
• Máquina de lavar roupa 1 metro
• Vento suave
10 - 30 Silencioso
• Cochilo
Tabela 2 - Intensidade sonora de ruídos e suas características
Fonte: adaptada de Barros (1995).
Ainda os ruídos podem ser classificados como: ru- provenientes do meio urbano ou de vizinhos, não
ídos aéreos, que são os ruídos propagados pelo ar, são totalmente eliminados para ambientes de uso
sendo que em qualquer fresta, por mínimo que seja, comum, esses ruídos só são totalmente eliminados
o ruído vai passar - exemplos: janelas, vão da porta, em casos de ambientes que necessitem de baixa in-
fissuras, paredes, piso, teto etc. E também os ruídos tensidade sonora, que é o caso de estúdios e câma-
de vibração ou impacto, que são os ruídos causados ras acústicas.
por algum tipo de impacto. Porém quando formos tratar os ambientes para
De acordo com Souza et al. (2012), os ruídos de diminuir os ruídos, devemos saber que o tratamento
um ambiente podem ser resultado de atividades ex- varia conforme o tipo de ruído que temos em de-
ternas ou internas. Essas fontes de ruídos determi- terminado ambiente. Aqui iremos aprender mais
nam em conjunto um nível sonoro mínimo nos am- dois conceitos utilizados em acústica dos ambientes.
bientes denominado de ruído de fundo. Esse termo Como já vimos anteriormente, os ruídos podem ser
pode fazer referência aos ruídos gerados no próprio classificados como ruídos aéreos e ruídos de impac-
ambiente ou externo a ele. to ou vibrações de sólidos. Para o tratamento de ru-
O ruído de fundo dos ambientes, seja ele inter- ídos aéreos, utilizamos o termo de isolamento acús-
no - gerado dentro do ambiente: pessoas conver- tico, enquanto que para o tratamento de ruídos de
sando, aparelhos ligados etc., ou externo - ruídos impactos ou vibração utilizamos o termo isolação.
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DESIGN
Obstáculo
Níveis Sonoros Admissíveis
Dormitórios 30 - 40 dB(A)
REFLITA
Figura 4: Esquema de Divisão do Som em um Obstáculo
Fonte: adaptada de Fernandes (2002).
O ruído deve ser entendido e tratado depen-
dendo do caso que precisa ser resolvido. Ruí-
dos iguais em diferentes contextos, requerem Compreendido o que acontece com uma onda sono-
soluções projetuais diferentes.
ra ao incidir sobre um obstáculo, apareceram mais
alguns termos em relação à acústica. Veremos a se-
guir quais seus significados e como funcionam.
Reflexão: uma onda sonora, gerada por um
som, quando encontra uma superfície sólida
PROPAGAÇÃO DO SOM como obstáculo à sua propagação, ela será refle-
Caro(a) aluno(a), entendido o que é ruído e mais al- tida, segundo as leis de Reflexão Ótica. Segun-
guns termos aplicados à acústica, precisamos com- do Fernandes (2002), a reflexão nesta superfície
preender como uma onda sonora se divide ao en- (obstáculo) é diretamente proporcional à dureza
contrar algum obstáculo, uma parede, por exemplo. do material e, conforme Valle (2006), a onda re-
Na Figura 4, vemos como é essa divisão. O som, ao fletida tem o mesmo ângulo de incidência. Por
incidir sobre um obstáculo, se divide de forma que exemplo, materiais como concreto, mármore,
uma parte dessa onda será absorvida pelo obstáculo azulejos, vidros, entre outros refletem quase
(todo material possui um índice de absorção que va- 100% do som incidente.
ria conforme o tipo de material, veremos isso mais
adiante), uma outra parte é refletida, ou seja, volta Um exemplo de reflexão que acontece bastante é
para o ambiente e uma terceira parte é transmitida no banheiro. Quem nunca se sentiu um cantor de
para outro ambiente. ópera no banheiro com a reflexão do som pelos
95
CONFORTO AMBIENTAL
azulejos? Experimente cantar da mesma forma em Transmissão: esse efeito acontece quando o som,
um ambiente sem material reflexivo para ver a di- ou uma parte dele, atravessa uma superfície, uma
ferença. parede, por exemplo, e surge do outro lado de for-
Absorção: como observamos na Figura 5, ma mais atenuada. Segundo Fernandes (2002),
uma parte do som é absorvida pelo obstáculo. esse fenômeno tem as seguintes características: a
Fernandes (2002) diz que a absorção é a pro- onda sonora que incide sobre uma superfície faz
priedade de alguns materiais que impedem que essa superfície vibre, transformando em uma
que o som incidente seja refletido para o am- fonte sonora. Dessa forma, a superfície vibrante
biente. Souza et al. (2012) informa, também, começa a gerar som para a outra face.
que quanto mais poroso o material, maior é a
absorção. Assim como os materiais, pessoas Importante lembrar que os materiais também tem
também são grandes absorvedores de som, por um índice de atenuação de transmissão de som, ou
exemplo em auditórios, a maior parte da ab- seja, dependendo de sua massa (espessura) esse ín-
sorção sonora se deve pelo fato de ter pessoas dice de atenuação em dB será maior ou menor. Ve-
na plateia. remos mais adiante o item materiais.
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Formas do
Ambiente Interno
Caro(a) aluno(a), vimos no tópico anterior as pro- Quando projetamos as formas das superfícies (pa-
priedades sonoras, em relação à propagação do som rede, por exemplo) que irão compor o ambiente, es-
em ambientes. O som que é percebido pelo ouvinte é tamos diretamente determinando a propagação dos
resultante do raio sonoro direto e do refletido. Ao en- raios sonoros pela posição e pelas formas de teto,
contrar uma superfície, vimos que o som pode ser ab- piso, parede os objetos que compõem o ambiente.
sorvido, refletido ou transmitido, em quantidades que Quando utilizamos formas côncavas, convexas,
dependem da dimensão, forma e material da superfí- circulares e elípticas, devemos ter cuidados especiais
cie em que o som está incidindo. A direção dos raios redobrados com elas, pois essas formas promovem a
refletidos é influenciada diretamente pela forma da su- concentração, focalização dos raios sonoros e, con-
perfície. Segundo Souza et al. (2012), “o ângulo de re- sequentemente, a distribuição não uniforme do som
flexão é igual ao ângulo de incidência, Lei da Reflexão”. como na Figura 6.
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Fonte sonora
SAIBA MAIS
Quando, de alguma forma, temos outras priorida-
des de projeto e a utilização dessas formas são ine-
vitáveis, é importante que sejam aplicadas sobre elas A escolha dos materiais que irão compor o
superfícies difusoras para evitar a concentração ou a ambiente é importante para aliar a estética
do ambiente com a acústica, por isso espe-
focalização do som. Veja na Figura 7: cifique adequadamente os materiais de aca-
bamentos que irão compor esse ambiente:
poltrona, aplicação do forro de gesso, paredes
de alvenaria coberta com gesso ou madeira,
piso de carpete ou vinílico ou madeira e piso
do palco em madeira.
Fonte: os autores.
99
CONFORTO AMBIENTAL
gia sonora, focalizando-a. A concentração de Porém, não é somente com as formas côncavas, con-
energia faz que as ondas sonoras se sobreponham vexas e circulares que temos que tomar os devidos
umas às outras, resultando em alguns casos o re- cuidados. Apesar de ser as formas que mais necessi-
forço do som e em outros o enfraquecimento ou a tam cuidados, a mesma atenção, conforme Souza et
anulação do som. Tanto pontos nos quais exista o al. (2012), deve ser dada a paredes paralelas, ou seja,
excesso do som, quanto pontos onde tenha a falta ao paralelismo, de qualquer parte de uma sala (palco
são prejudiciais à boa audição nos ambientes. ou plateia), pois elas podem gerar as ondas estacio-
nárias. Segundo Fernandes (2002), as ondas estacio-
No caso das superfícies convexas, o resultado é o nárias ocorrem quando o trem de ondas volta sobre
oposto da superfície côncavas, os raios sonoros são a direção de incidência dos raios sonoros, aconte-
difundidos no ambiente. Silva (2005) informa que, cendo então uma sobreposição das ondas, sendo o
nesses casos, essa forma pode ser utilizada sem sistema de ondas resultantes conhecido como ondas
maiores complicações em ambientes onde haja a estacionárias.
exigência de boa audibilidade. O piso também é um dos detalhes importantes
do projeto. Quando projetamos o escalonamento
para os assentos da plateia, normalmente é
para cumprir um requisito visual, não ter
pessoas atrapalhando o campo de visão. Altura
entre fileiras mínima de 0,75m aplicada a esse
escalonamento já é suficiente para garantir o
requisito visual e também suficiente para garantir
a recepção sonora do som.
serem aplicadas.
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CONFORTO AMBIENTAL
Materiais Acústicos e o
Tempo de Reverberação
Caro(a) aluno(a), nesta unidade iremos aprender siderado no ambiente. Conforme já vimos anterior-
sobre os materiais que absorvem o som e materiais mente, temos os ruídos que podem ser propagados
isolantes. Eles são necessários, pois, para cada tipo de de forma aérea e os ruídos de vibração ou impactos
situação que iremos trabalhar, será necessária a utili- (SOUZA et al., 2012).
zação deles, sendo às vezes somente isolante, às vezes Para diferenciar os ruídos que estão sendo tra-
só os materiais que absorvem o som e em determina- tados no ambiente, existem dois termos utilizados
das situações a composição dos dois materiais. Iremos para cada tipo de tratamento acústico que iremos
aprender também sobre o tempo de reverberação, os trabalhar: o isolamento que é referente ao tratamen-
cálculos necessários para sabermos se determinado to de ruídos aéreos, que temos como exemplos: a
ambiente tem o tempo ideal de reverberação. música dos bares, o ruído de trânsito (aviões, ônibus
A forma de tratamento do ambiente para redu- e caminhões), o barulho de máquinas e equipamen-
ção dos ruídos varia conforme o tipo de ruído con- tos de construção, a conversa dos vizinhos; e utiliza-
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CONFORTO AMBIENTAL
Segundo Silva (2005), cada material tem um coe- Os índices são representados pela letra α (alfa)
ficiente de absorção, sendo que o valor desse índi- e a unidade de área de absorção é de 1m², conheci-
ce não é constante, pois ele varia com a frequência do como sabine métrico (sm). Esse nome foi dado
do som incidente. Dessa forma, se considerarmos em homenagem ao Professor Wallace C. Sabine,
os diversos materiais construtivos e quisermos sa- da Universidade de Harvard nos EUA, um dos
ber quais seus índices de absorção para as diversas estudiosos pioneiros da Acústica Arquitetônica
faixas de frequência, podemos fazer pesquisas nos (SILVA, 2005).
sites de empresas especializadas em produtos desse Os índices de absorção acústica são utilizados
tipo (exemplo: Knauff, Armstrong, Isover), pode- para demonstrar qual é a porcentagem que determi-
mos, também, consultar a bibliografia especializada nado material absorve de energia. Assim, quando
que já possui os índices de algum material, porém, dizemos que, de um tapete de boucle macio, o coe-
quando o material que quisermos utilizar não existe ficiente de absorção é α=0,52 para uma frequência
em bibliografias, podemos, por meio de laboratórios de 2048Hz, quer dizer que 52% da energia sonora
apropriados, determinar seus índices. incidente no tapete é absorvida.
Frequência
Item Material 128 512 2048
1 Azulejo cerâmico 0,010 0,012 0,000
2 Forro Armstrong Minaboard 0,31 0,51 0,74
3 Bloco de Concreto Rústico 0,36 0,31 0,39
4 Cadeira estofada com couro sintético 0,13 0,15 0,07
5 Carpete simples de 6mm forrado 0,10 0,25 0,40
6 Cortina grossa, drapeada 0,25 0,40 0,60
7 Cortina simples, leve, algodão, 0,25Kg/m² 0,07 0,49 0,66
8 Gesso acartonado “Gypsium” s/ sarrafo 0,29 0,05 0,07
9 Gesso Simples 0,035 0,03 0,028
10 Lã de Rocha 0,40 0,70 0,76
11 Lã de vidro de 25mm protegido por tecido 0,28 0,57 0,70
12 Mármore Polido 0,01 0,01 0,15
13 Placa Sonex Nova Fórmula 50/75 Illbruck 0,23 0,72 0,90
14 Poltrona estofada 0,18 0,28 0,28
15 Porta de madeira fechada 0,14 0,06 0,10
16 Público por pessoa 0,28 0,40 0,44
17 Tapete de 5mm de espessura 0,04 0,15 0,52
18 Tapete de lã de 15mm, forrado 0,20 0,35 0,50
Tabela 5 - Exemplos de Materiais e seus coeficientes de absorção.
Fonte: adaptado de Silva (2005).
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CONFORTO AMBIENTAL
Valle (2009) ainda diz que o vazamento de som da reverberação que ocorre em um ambiente é in-
de um ambiente está diretamente ligado ao tempo fluenciada por vários fatores:
de reverberação do espaço. Se esse espaço, for por • o volume espaço.
exemplo, o vão entre paredes duplas que formam • as dimensões do espaço.
uma parede, é necessário que a reverberação entre • o tipo, a forma e número de superfícies
as duas paredes seja reduzida. com que o som se encontra.
Uma solução para esse tipo de problema é, ao
construir uma parede dupla, aplicar um material ab- Souza et al. (2012) diz que, em ambientes fechados,
sorvente entre as paredes. Esse material pode ser a ocorrem várias reflexões sonoras e com isso aconte-
lã de vidro ou lã de rocha, pois são materiais que ce a reverberação. Quando a fonte sonora é cessada,
não se deterioram com o tempo e tem baixo custo. o som ainda pode ser percebido por um pequeno
A instalação desse material é fácil, ela não deve ser intervalo de tempo, fazendo que a extinção total do
comprimida entre as paredes, pode ocupar todo o som no ambiente não ocorra imediatamente, mas
espaço vazio, pode ser aplicada entre paredes de ti- sim depois de um determinado período de tempo,
jolo e também as paredes de gesso acartonado, que é que é medido em segundos, chamado de tempo re-
o mais encontrado. verberação. Cada ambiente tem seu tempo de re-
verberação ideal, que será em função do volume do
ambiente e a composição dos materiais.
SAIBA MAIS
108
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O tempo de reverberação é o maior responsável pela Para descobrirmos qual o tempo ideal de Re-
boa ou má acústica dos ambientes. Ambientes com verberação, temos o gráfico do Tempo Ideal de
tempo alto de reverberação são considerados pre- Reverberação da NBR 12179. No Gráfico, é in-
judiciais para a inteligibilidade do som, pois, como formado com base do volume e da função do am-
ocorre a sobreposição dos sons, acontece do receptor biente. Para descobrirmos qual o tempo ideal de
não conseguir identificar o som que está recebendo. reverberação, é relativamente simples. Primeiro
Sobre a relação entre o volume do recinto e o precisamos descobrir qual é o volume do ambien-
tempo de reverberação, Silva (2005) diz que, ao ob- te, cruzar uma linha com a função do ambiente,
servar diversos ambientes fechados, é possível notar por exemplo: uma sala de conferência com volume
que alguns ambientes são bons para conferências, de 1.200 m³, temos o tempo de Reverberação de
porém não são bons para música; o contrário tam- 0,8 segundos.
bém é válido, podem ser ótimos para concertos e
ruins para a palavra falada. Esse fato acontece, por-
que, para a palavra falada como para a música, seja
ela um concerto ou para música litúrgica, existe o
tempo ideal de reverberação, o TR.
O Tempo Ideal de Reverberação muda conforme
a função do ambiente que estamos trabalhando e o
volume do ambiente. Via de regra, quanto maior o
ambiente, maior será o tempo de reverberação.
Não existe uma tabela na qual aparece todos os
tempos de reverberação para todos os ambientes, o
que existe é um consenso entre os especialistas do tem-
po ideal para alguns ambientes, conforme a Tabela 7.
Gráfico 1 - Tempo ótimo de reverberação
Tipo Fonte: adaptado da NBR 12179.
Edifício TR
do Ambiente
• Área de Estar menor que 1,0s
• Dormitórios menor que 1,0s
Depois de encontrado o valor do Tempo de Rever-
Residencial beração Ideal do ambiente, podemos, por meio da
• Serviços menor que 1,0s
• Zonas Comuns menor que 1,5s Fórmula de Sabine, encontrar o tempo de reverbe-
Serviços • Escritórios menor que 1,0s ração da sala.
Administrativos • Lojas menor que 1,0s
Como já visto no cálculo da absorção do am-
Centro • Dormitórios menor que 1,0s biente, precisamos do valor de absorção total do
de Saúde • Zona Comuns menor que 1,5s
ambiente para realizarmos o cálculo do tempo de
• Sala de aula entre 0,8 e 1,5s
Educacional reverberação dele.
• Sala de Leitura entre 0,8 e 1,5s
Tabela 7 - Ambientes e Tempo de Reverberação
TR = 0,1618 x Volume
Fonte: Adaptada de Souza et al. (2012). Absorção total
109
CONFORTO AMBIENTAL
Conforme Souza et al. (2012), essa fórmula é aplicada Há exemplos de várias igrejas nas quais o tem-
de forma direta, sem nenhuma complexidade. As in- po de reverberação é excessivo, podemos destacar a
formações necessárias para o cálculo, como já visto, é o Basílica de São Pedro em Roma, onde o tempo de
volume do ambiente em m³ e a absorção total dos mate- reverberação chega a 10 segundos. Outro exemplo
riais, incluindo pessoas e poltronas. Geralmente o tem- de tempo excessivo de reverberação é um dos salões
po de reverberação de uma sala deve ser estimado nas da Biblioteca Pública de Los Angeles - EUA, onde
faixas de frequência de 128Hz, 512Hz e 2048Hz. Como o tempo de reverberação pode atingir 25 segundos.
a plateia é um elemento de grande absorção, e a quanti- Caro(a) aluno(a), nesta unidade aprendemos sobre
dade de público faz que altere o tempo de reverberação, os materiais acústicos, e o índice de absorção. É impor-
é aconselhado que se calcule o tempo de reverberação tante lembrar que o coeficiente de absorção varia confor-
com 100% da plateia e com uma lotação de 60% a 70%. me o material e a espessura, quanto mais poroso melhor
De forma geral, temos alguns passos para seguir é a absorção sonora do material. As faixas de frequência
para os cálculos da tempo de reverberação: também influenciam na absorção, pois para cada faixa,
• Calcular a absorção total do ambiente. do grave ao agudo, existe um índice de absorção.
• Identificar o tempo de reverberação ideal no Aprendemos também como calcular a absorção
gráfico da NBR. sonora de uma sala. Utilizamos para isso a fórmula
• Determinação do tempo de reverberação real. de Sabine e a unidade sabines métricos. O cálculo, de
• Comparação entre o tempo de reverberação forma resumida, é a multiplicação do coeficiente do
ótimo e real, ou a absorção necessária para material aplicado na superfície pela sua área. Lem-
alcançar o tempo ótimo de absorção.
brando sempre de calcular todos os materiais existen-
• Acréscimo, diminuição ou a troca de materiais
tes em uma sala.
absorventes em comparação para que seja al-
Para calcularmos o tempo de reverberação de
cançado o valor de tempo de reverberação ideal.
determinado ambiente, precisamos como primeira
informação saber a absorção total da sala, que nada
SAIBA MAIS mais é do que a somatória da absorção de todos os
materiais. Depois disso, precisamos conhecer o volu-
Segundo Lawrence (apud Souza, 2012), apesar me do ambiente em questão, lembrando que quanto
de existir outras fórmulas, a de Sabine é satis- maior o volume, maior é o tempo de reverberação.
fatória para a acústica de salas, com exceção Calculado o TR da sala, utilizamos o gráfico do Tem-
de casos especiais como estúdios de gravação
e salas similares. A fórmula de Sabine perde po de Reverberação Ideal para sabermos qual é o
a eficácia à medida que o coeficiente de ab- tempo ideal de reverberação (em segundos), do am-
sorção médio é maior, resultando em maiores biente que estamos trabalhando.
tempos de absorção. No caso de estúdios, a
absorção é muito grande, com isso pode ocor- Depois de descoberto o tempo ideal e o tempo de re-
rer grandes distorções com a fórmula. Nesse verberação real, temos que fazer as comparações. Caso
caso, a fórmula mais indicada é a de Eyring. o tempo real esteja muito maior que o ideal, precisamos
Fonte: adaptado de Souza et al. (2012). trabalhar os materiais de forma que o tempo de reverbe-
ração seja reduzido para chegar próximo do ideal.
110
considerações finais
P
rezado(a) aluno(a), nesta unidade, abordamos conceitos relacionados
à acústica de ambientes. A acústica faz parte da disciplina de Conforto
Ambiental, pois com ela conseguimos fazer que o usuário se sinta con-
fortável em relação à sonorização de um ambiente.
Entendemos o que são as faixas de frequências e quais as faixas de frequência
que o ser humano tem capacidade de ouvir, que são as faixas 20Hz a 20.000Hz.
Aprendemos também o que é a escala decibel (dB), como podemos fazer a me-
dição das fontes sonoras e, quando necessário aplicar a soma, como fazemos a
somatória de várias fontes sonoras.
Aprendemos também a definição de som, que é a sensação produzida no sis-
tema auditivo, podendo gerar sensações agradáveis ou som desagradável, mais
conhecido como ruído; vimos que a exposição prolongada aos ruídos podem ge-
rar danos à nossa saúde, desde irritação até a perda total da audição. No decorrer
desta unidade, vimos o funcionamento da propagação do som em um ambiente
interno e como que as formas - convexa, côncava e paredes paralelas - interferem
na propagação do som.
Além de entender o funcionamento da propagação do som, aprendemos a di-
ferença de aplicação dos materiais isolantes e dos materiais absorventes. Eles são
necessários, pois para cada tipo de situação que iremos trabalhar, será necessária
a utilização desses materiais. Dependendo da situação, iremos utilizar somente
os isolantes, às vezes só os materiais absorventes e em determinadas situações a
composição dos dois materiais. Aprendemos também sobre o tempo de rever-
beração e sua aplicação. O tempo de reverberação que temos em determinado
ambiente é ligado diretamente ao tipo de material que estamos trabalhando: se
trabalharmos com materiais que absorvem mais, teremos tempo de reverberação
menor, caso os materiais sejam mais refletores, teremos tempo de reverberação
maior. Porém, para termos ambientes acusticamente adequados, temos que ter as
duas situações balanceadas nos ambientes.
111
LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro(a) aluno(a), o texto abaixo é de uma dissertação sobre a relação da arquitetura com o
espaço adaptado para escola de música. Boa leitura!
112
LEITURA
COMPLEMENTAR
As questões relacionadas aos requisitos necessitam ser consideradas desde o início das ati-
vidades de projeto, e normalmente incluem definições de partido arquitetônico e implan-
tação. Lopes (2010) afirma que a setorização do programa no terreno é umas das decisões
iniciais de maior relevância. Tal setorização é relevante também nos projetos de reforma e
adequação, já que a decisão da localização dos ambientes pode ser feita com agrupamento
dos ambientes com fontes de ruído elevadas e daqueles que necessitam de silêncio. Além
disso, há de se considerar os ruídos provenientes do entorno e verificar qual a melhor im-
plantação conforme demanda do ambiente.
A atenção e o cuidado no projeto, o que inclui aspectos acústicos, é o que determina o
sucesso de uma escola de música (LAMBERTY, 1980). As questões acústicas são relevantes
tanto nos projetos de renovação e reforma dos espaços quanto nos de novas edificações
(POMPOLI; PRODI; FARNETANI, 2010).
Lopes (2010) afirma que as definições Ryherd (2008) explica que o êxito num projeto que de-
manda elevado desempenho acústico é resultado de um processo que envolve uma equipe
interdisciplinar, com profissionais que dominam o tema e possuem profundo conhecimento
da propagação sonora. Lopes (2010) cita que, em alguns casos, as definições de aspectos
acústicos caracterizam um projeto à parte. Defende ainda que a aplicação de uma metodolo-
gia projetual facilita a integração dos diferentes agentes envolvidos no processo e a coerência
e correta interface dos subprojetos que gerarão o edifício com adequado desempenho. Ueno
e Tashibana (2005) afirmam que é possível manipular o espaço para controlar o ambiente
sonoro da mesma forma e com a mesma importância que o músico manipula o instrumento
para produzir o som das soluções às questões acústicas, desde o princípio do processo de
projeto, é o que garante o melhor desempenho possível com o menor custo possível.
Na prática, a preocupação com o projeto acústico existe somente nos grandes empreendi-
mentos ou construções com destaque social. Koskinen, Toppila e Olkinuora (2010) lembram
que, na prática, as pequenas salas são normalmente negligenciadas quanto à solução de
questões acústicas e implantação dos elementos de acústica como forma de reduzir ou cor-
tar gastos ou mesmo por não possuírem recursos financeiros disponíveis. Wenger (2010)
mostra que um dos sinais dessa negligência são salas com volume inferior ao necessário,
tetos muito baixos, desconsideração ergonômica do instrumento no dimensionamento de
ambientes e organização em planta que não condiz com a atividade.
113
atividades de estudo
2. Para resolvermos um problema acústico, utilizamos materiais que absorvem o som, nos ajudam a
controlar a inteligibilidade do mesmo, e materiais isolantes, que não deixam o som passar para outros
ambientes. No caso de uma sala de audiência, o controle acústico dos ambientes internos requer que
estas salas tenham tratamento que favoreça (I) a boa qualidade de recepção de som amplificado ele-
tronicamente na plateia e (II) completo isolamento acústico entre as salas de audiência e entre estas e
as áreas de circulação. Tais efeitos serão obtidos mediante o emprego de materiais
a. Isolantes acústicos em I e II.
b. Isolantes acústicos em I e de massa específica elevada em II.
c. De massa específica elevada, em I, e isolantes acústicos em II.
d. Absorventes acústicos em I e isolantes acústicos em II.
e. Absorventes acústicos em I e II.
3. Quando vamos trabalhar com acústica de ambiente, devemos entender como que o som se propaga,
como que se divide quando atinge um obstáculo para podermos encontrar a solução adequada para
os ambientes. Em relação a isso, analise a Figura I e assinale a opção correta em relação ao que acon-
tece com um som incidente em uma parede.
114
atividades de estudo
a. A Figura I ilustra uma fonte sonora que, ao encontrar uma parede, sofre (A) absorção pelo ambiente, (B)
sofre difração pela parede e (C) é refletida para o ambiente anexo.
b. A Figura I nos apresenta somente a reflexão do som.
c. A Figura I ilustra uma fonte sonora que, ao encontrar uma parede, sofre reflexão no próprio ambiente
(A), sofre absorção pela parede (B) e é transmitida para o ambiente contíguo (C).
d. A Figura I ilustra a (A) absorção, (B) a transmissão e (C) a reverberação para o ambiente contíguo.
e. A Figura I ilustra uma fonte sonora que, ao encontrar uma parede, sofre transmissão no próprio am-
biente (A), sofre absorção pela parede (B) e é refletida para o ambiente contíguo (C).
4. Nenhuma parede de uma edificação reflete perfeitamente as ondas sonoras e, desse modo, parte da
energia sonora incidente é absorvida pelo material que constitui a parede. Assim, dependendo do tipo
de revestimento de uma parede, as ondas sonoras podem ser mais ou menos absorvidas. Dentre os
materiais apresentados a seguir, aquele que apresenta o maior índice de absorção sonora em uma
faixa de 500Hz é:
a. Reboco liso α = 0,02.
b. Revestimento de pedras sintéticas α = 0,05.
c. Bloco de concreto rústico α = 0,31.
d. Feltro de fibra natural com espessura de 5mm α = 0,18.
e. Chapas de mármore α = 0,01.
5. Projetos de auditórios ou salas de concertos necessitam de tratamento acústico adequado para evitar
tempos de reverberação acima do necessário. Para isso, pode afirmar que os requisitos necessários
para uma sala são:
I. Boa inteligibilidade do som.
II. Ausência de interferência de ruídos externos.
III. Distribuição sonora uniforme.
IV. Difusão sonora e tempo de reverberação adequado.
115
atividades de estudo
6. As pesquisas de W. A. Sabine levaram a uma relação empírica para o tempo de reverberação TR (em
seg), proporcional ao volume V da sala (m3) e inversamente proporcional à absorção da superfície (em
m² ou sabins):
TR: 0,16 x V
A
Considere uma sala de aula de 11m de comprimento, 11m de largura e 3.8m de altura.
A sala tem 4 janelas de 1.10m x 2.00m.
A sala possui 15m² de cortina revestindo a parede.
A sala tem 1 porta de 1.10m x 2.10m
As paredes são rebocadas (coeficiente de absorção α1 = 0.03 a 500 Hz), o teto é de fibra sintética (α2 =
0.2), o piso é de pedra (α3 = 0.01), as janelas são de vidro (α = 0.03) e as cortinas são de algodão (α4 = 0.8).
A sala tem n = 62 cadeiras estofadas (α5 = 0.3). A porta tem (α6 = 0.3).
a. Verifique a absorção total.
b. Calcule o tempo de reverberação TR da sala usando a relação de Sabine.
c. Verifique, no gráfico I, qual o tempo de reverberação recomendado para uma sala de concerto.
d. Para diminuir o tempo de reverberação, a sala foi reformada, recobrindo o piso com um carpete (α =
0.32). Calcule o novo tempo de reverberação TR da sala.
7. Qual a soma dos níveis de duas fontes sonoras com os seguintes valores de níveis de pressão sonora?
a. 80 dB e 82 dB.
b. 60 dB e 80 dB.
c. 72 dB e 75 dB.
d. 76 dB e 81 dB.
e. 70 dB e 70 dB.
8. Com um medidor de pressão sonora, foram medidos separadamente os níveis de pressão sonora de dez
fontes sonoras, conforme indicado abaixo. Calcule o nível de pressão sonora resultante se todas as fontes
estiverem funcionando simultaneamente:
NP1 90 dB NP6 76 dB
NP2 94 dB NP7 80 dB
NP3 100 dB NP8 92 dB
NP4 85 dB NP9 100 dB
NP5 80 dB NP10 82 dB
116
Bê-á-bá da Acústica Arquitetônica
Ouvindo a Arquitetura
Lea Cristina Lucas de Souza, Manuela Guedes de Almeida e Luís
Bragança
Editora: EdUFSCar
Sinopse: destinado aos iniciantes em arquitetura, este livro visa
esclarecer e exemplificar possibilidades de atuação no ambiente acústico, pela integração
desse parâmetro com o projeto arquitetônico. Fazendo um paralelo entre as etapas de pro-
jeto e o estudo acústico dos ambientes, são definidos alguns conceitos básicos e as proprie-
dades do som, indispensáveis à aplicação da acústica em projeto. Sobre o tema, aborda-se,
aqui, desde a sua importância no contexto urbano, como ambiente externo, até o controle
de ruídos e o tratamento dos ambientes internos às edificações.
Comentário: este é um excelente livro de fácil entendimento. É um material de apoio excelente.
Link 1: Documentário - Júlio Prestes São Paulo, realizado em 1998 sobre a readequação do
prédio da antiga Estação Júlio Prestes, em São Paulo, próximo à estação da Luz, que foi trans-
formada na Sala São Paulo, uma das melhores salas de concertos do mundo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uH5NAzbU-LM>.
Comentário: a sala São Paulo é a casa da OSESP - Orquestra Sinfônica do Estado de São Pau-
lo. No Brasil, é a melhor sala de concertos, sendo assim, é um exemplo grandioso para quem
estuda acústica. Tudo na sala foi pensando em relação à acústica, um dos destaques é o teto
móvel, que pode ser adequado conforme a necessidade do espetáculo.
Link 2: o link a seguir é sobre as frequências estudadas no início da unidade I. Nele você poderá
ouvir um som que passa por todas as faixas de frequências, que vai de 20Hz até 20.000 Hz
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HkzVxwghiik>.
Link 3: assim como ouvir um som em todas as faixas de frequências nos ajuda a entender o
som, o link abaixo é sobre um tom puro.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MQpfW4KvrZM>.
Link 4: para entender melhor a reverberação, o link disponível contêm gravações do tempo
de reverberação que vai de 0,5 segundos até 5,0 segundos, tanto para palavra falada quanto
para a música.
Disponível em: <http://www.armstrong-brasil.com.br/reverb/main.jsp?lang=pt&measure=m&domain=pt>.
referências
118
gabarito
3. (C) A Figura I ilustra uma fonte sonora que, ao encon- c. 72 dB e 75 dB = 10 x log ((10^(72/10)) + ((10^(75/10))
trar uma parede, sofre reflexão no próprio ambiente = 72 dB
(A), sofre absorção pela parede (B) e é d. 76 dB e 81 dB = 10 x log ((10^(76/10)) + ((10^(81/10))
4. (C) bloco de concreto rústico α = 0,31 = 82 dB
5. (B) as alternativas I, II e III estão corretas, sendo que e. 70 dB e 70 dB = 10 x log ((10^(70/10)) + ((10^(70/10))
a IV também é de extrema importância, pois todos os = 73 dB
ambientes tem um tempo de reverberação ideal f. Explicando o resultado: quando é somado duas
6. fontes de valor igual, o acréscimo será de 3dB, vide
resultado da letra E.
a. Porta:1,10 x 2,10 = 2,31 m²
8. O valor da somatória de todas as fontes sonoras é 104 dB.
Piso: 11,00 x 11,00 = 121,00m²
Caso tenha dificuldades em calcular, é necessário
Teto: 11,00 x 11,00 = 121,00m² uma calculadora científica. Você deverá digitar a sen-
tença conforme a fórmula apresentada no início desta
Janela: (1,10 x 2,00) x 4 = 8,80m² unidade:
No cálculo da parede, deve-se calcular a metragem Lptotal = 10 x log (((10^(90/10)) + ((10^(94/10))
quadrada de todas as paredes e subtrair as metra- + ((10^100/10)) + ((10^(85/10)) + ((10^80/10)) +
gens que tem material diferente ((10^(76/10)) + ((10^(80/10)) + ((10^(92/10)) +
Parede: 11 x 3,80 = 41,80m² x 4 (são quatro pare- ((10^100/10))+ ((10^(82/10)) = 104 dB
des) = 167,20m² Explicando o resultado: quando temos uma diferença
167,20 - 8,80(janela) - 2,31(porta) - 15,00(cortina, o de 10dB ou mais entre a menor fonte sonora e a
material que é considerado é sempre o que está maior fonte, o valor será aproximado ao da fonte de
sobreposto) = 141,09m² maior valor.
Multiplica pelo coeficiente de cada material:
Parede: 141,09 x 0,03 = 4,23
Teto: 121,00 x 0,2 = 24,20
Piso: 121 x 0,01 = 1,21
Janelas: 8,80 x 0,03 = 0,26
Cortina: 15,00 x 0,8 = 12
Porta: 2,31 x 0,3 = 0,69
Cadeiras: 62 x 0,3 = 18,60
Somatória = 61,19 sm (sabines métricos)
b. TR = 0,16 x 459,80 m³
61,19
TR = 1,20 s
c. TR = 0,16 x 459,80
98,70
TR = 0,74s
119
AFINAL, O QUE É A LUZ?
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
• A luz, o olho humano e a cor
• Princípios básicos da iluminação artificial
• Tipos de iluminação artificial
• Os tipos de luminárias
• Sistemas de iluminação
Objetivos de Aprendizagem
• Entender a relação de cor e luz.
• Analisar os conceitos da iluminação artificial.
• Conhecer as possibilidades de lâmpadas e luminárias disponíveis
no mercado.
• Conhecer os sistemas de iluminação e utilizar de maneira adequada
nos ambientes.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
124
DESIGN
125
CONFORTO AMBIENTAL
Figura 2 - Luz refletida difusa em uma superfície lisa de cor branca. Figura
3 - Luz refletida difusa em uma superfície de relevo e com cor vermelha,
assim a luz empresta uma pouco da cor da parede e a reflete. Figura 4 -
Exemplo clássico de Refração: quando os objetos submersos na água so-
frem distorção. Figura 5 - A absorção de luz no carro de cor preto é maior
do que a do branco e a reflexão se torna mais abrangente no branco
126
DESIGN
O OLHO HUMANO
• Íris: controla a luz que entra pelo cristalino,
Vimos, então, que a luz é uma energia radiante que
captando mais luminosidade quando neces-
consegue sensibilizar nossos olhos, portanto o olho sário.
é nosso mecanismo de visão que recebe essa ener- • Fóvea: responsável pela frequência de cor e
gia, mas a curiosidade é: como nossos olhos reagem pequenos detalhes em parte do campo visual.
quando essa energia o atinge? • Ponto cego: é um ponto no qual não se tem
O olho impressiona com seus elementos e toda sensações luminosas pela falta de cones e bas-
sua habilidade de visão, mas iremos destacar seus tonetes.
principais pontos: Segundo Guerrini (2014), podemos obter uma re-
dução visual por conta da fadiga ocular provocada
• Cristalino: que também chamamos de lente,
por fatores da iluminação. Esse esforço visual pro-
ele é usado para focalizar o que se quer ver no
momento, mas eles são tão habilidosos que longado produz uma dilatação na pupila, que só é
nem sentimos esse foco acontecer. recuperado no sono diário, mostrando com isso que
• Retina: fica mais ao fundo do olho e é ela que uma iluminação tem que ser adequada ao nossos
recebe a luz que passa pelo cristalino, que olhos, trazendo um conforto visual e evitando do-
transmite ao nosso cérebro a informação, for- enças como insônia, fadiga e perturbações. Guerrini
mando as imagens que nós vemos. (2014) também nos alerta quanto à importância de
127
CONFORTO AMBIENTAL
128
DESIGN
Ao atravessar as cores separadamente pelo prisma, Sendo assim, criamos então o sistema chamado
percebe-se que essa cor não se divide, como aconte- RGB (red, green, blue).
ce com a luz branca, por isso o nome dado de cores
puras. E ao direcionar uma luz branca em uma su-
perfície escura causara uma ausência de luz que se
chama preto.
129
CONFORTO AMBIENTAL
SAIBA MAIS
caso o preto. Lembrando que isso serve para todas
as cores. E se aplicar uma incidência de luz vermelha
Como sua fisiologia é diferente, os animais na base branca? Essa base ficará na cor vermelha, re-
não veem as cores da mesma forma que nós.
fletindo aos olhos somente o vermelho.
Muitas vezes se afirma que os cães enxergam
em preto e branco, mas isso não é rigorosa- As cores interferem totalmente em nossas vidas,
mente verdadeiro. Enquanto a visão humana é tanto pelo aspecto psicológico, quanto físico, e sabendo
tricromática, os cães e a maior parte dos mamí-
feros tem visão dicromática. Isso significa que
utilizar de forma correta, irá influenciar positivamente
não podem distinguir algumas cores, como as ao receptor. Como designer, terá que sempre fazer aná-
pessoas com daltonismo severo. Os roedores, lises das cores antes de iniciar seus projetos para que
por outro lado, são acromatópticos, completa-
mente daltônicos. Os cães são compensados obtenha sucesso. Heller (2012, p. 21) nos afirma que:
por terem uma visão noturna superior: para os
predadores noturnos, isso é mais importante cada cor pode produzir muitos efeitos, frequen-
do que uma boa visão das cores. temente contraditórios. Cada cor atua de modo
Fonte: Fraser e Banks (2007, p. 28). diferente, dependendo da ocasião. O mesmo
vermelho pode ter efeito erótico ou brutal, no-
bre ou vulgar. O mesmo verde pode atuar de
modo salutar ou venenoso, ou ainda calmante.
Pinheiro e Crivelaro (2014) afirmam que as cores O amarelo pode ter um efeito caloroso ou ir-
ritante. Em que consiste o efeito especial? Ne-
sempre influenciaram a humanidade, e que seus sen-
nhuma cor está ali sozinha, está sempre cercada
tidos mudam conforme crenças, raças, nacionalidade de outras cores. A cada efeito intervêm várias
e seus aspectos culturais. Esse simbolismo de cores cores – um acorde cromático.
muda ao redor do mundo, por exemplo, a cor bran-
ca que nos representa paz e pureza, em alguns países A autora citou a palavra cromático, pelo motivo de
asiáticos e orientais representa morte, luto e má sorte. basear um de seus estudos no círculo cromático
muito usado por nós designer, estilistas, maquia-
COR DOS OBJETOS dores, artistas plásticos, enfim tudo relacionado ao
Agora te pergunto: como você enxerga as cores dos trabalho com cores e suas combinações.
objetos? Por que enxerga aquela sua blusa na cor
azul? As folhas das árvores verdes? A resposta é que
você enxerga a cor de um objeto do jeito que ele nos
reflete, ou seja, se incidir uma luz branca policro-
mática em uma base azul, ela irá devolver aos seus
olhos somente a cor azul, e todas as outras cores se-
rão absorvidas nessa base.
Imagine que agora colocou uma blusa de cor
verde e vem em sua direção uma luz de cor azul, a
luz verde da sua blusa será absorvida e não irá refle- Figura 9 -
tir cor alguma deixando sua blusa de cor escura no Círculo Cromático
130
DESIGN
131
CONFORTO AMBIENTAL
Princípios Básicos da
Iluminação Artificial
Você convive com a luz diariamente; no caso da Agora pegue uma lâmpada com embalagem nas
luz artificial, ela está presente em casas, bares, lojas, mãos e observe atrás da embalagem. Você encontra-
comércio, escolas e entre muitos outros. Deve-se rá várias informações técnicas a serem lidas, ainda
perguntar: qual lâmpada comprar? É eficiente? Vai antes da instalação no ambiente. Serão esses, além
funcionar? E a economia? Não se imagina que uma de mais outros conceitos, que serão explorados nes-
única lâmpada traz dentro dela tanta informação e te livro. Dessa maneira, apresentaremos a seguir as
que devemos aprender os princípios básicos para principais informações disponibilizadas sobre as
montar um bom projeto de iluminação. Serão es- lâmpadas, de acordo com Silva (2009):
pecificadas as principais definições de medições da • Fluxo Luminoso: é a quantidade de luz emi-
luz, elas podem parecer complexas, mas conforme a tida por uma fonte luminosa. Sua unidade de
leitura prosseguir, esclarecerá eventuais questiona- medida do fluxo luminoso é o Lumén (lm).
mentos. Uma lâmpada de LED de 9 watts emite cerca
132
DESIGN
133
CONFORTO AMBIENTAL
22. Escritórios
Escrever, teclar, ler, processar dados 500 19 80 Para trabalho com VDT, ver 4.10.
Estações de projeto assistido por computador 500 19 80 Para trabalho com VDT, ver 4.10.
Recepção 300 22 80
Arquivos 200 25 80
23. Varejo
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DESIGN
135
CONFORTO AMBIENTAL
Tipos de Iluminação
Artificial
A quantidade de lâmpadas para aplicação nos pro- átomos de tungstênio, liberando energia, transfor-
jetos é bastante extensa, de formatos e maneiras de mando luz em calor. No ano de 2016, foi proibida
utilização diferentes. Por conta disso, iremos de- a venda de algumas wattagem da lâmpada, por não
monstrar os possíveis tipos de lâmpadas que pode- atenderem os níveis mínimo de eficiência energéti-
rão ser utilizados nos projetos. ca, e sabemos que, em um curto período de tempo,
A lâmpada incandescente é a nossa primeira his- todas as lâmpadas incandescentes serão proibidas.
tória de luz elétrica. Tiveram vários inventores en- Por conta de sua saída do mercado, mas com o con-
volvidos na criação desse incrível objeto, mas quem tínuo interesse do mercado por sua forma, talvez
obteve mais sucesso em comercializar foi Thomas pelos fatos históricos e tradições, as indústrias de
Edison em 1879. Essa lâmpada é composta de um lâmpadas estão “imitando” seu formato e utilizan-
filamento de tungstênio alojado no interior de um do componentes internos que economizam energia,
vidro da lâmpada preenchida com gás. Quando se como o caso do LED ou filamento de carbono, que
liga na eletricidade os filamentos se chocam com os são lâmpadas decorativas.
136
DESIGN
Quando a lâmpada incandescente foi perdendo for- Seus formatos são inúmeros:
ça no mercado por sua alta wattagem, pouca durabi- • PAR16, PAR20, PAR30 e PAR38.
lidade e falta de opção para novos formatos, foram • Palito, halopin e bipino.
criados outros tipos de lâmpadas e uma delas usa- • AR70 e AR111.
mos muito nos dias atuais: a Lâmpada Fluorescen- • Dicroica e Minidicroicas.
te, uma lâmpada de vapor de mercúrio em um tubo
de vidro e dois eletrodos em cada ponta e mais uma Apesar das lâmpadas halógenas serem bem eficien-
mistura de gases internos; ao acionar na eletricidade, tes, ainda teve a procura de uma fonte de luz mais
os eletrodos geram uma corrente elétrica que mistu- potentes para iluminação pública e estádios, por
ra esses gases e também emite radiação ultravioleta. exemplo, e surgiram as lâmpadas de descarga de alta
Essa lâmpada foi conquistando espaço por variar pressão. Elas conseguem ser muito potentes mesmo
formatos, tonalidades além de seu baixo consumo tendo formatos pequenos, seu sistema é durável e
de energia. Segundo Pinheiro e Crivelaro (2014), tem baixa carga térmica. A luz que exala é de grande
essas lâmpadas possuem rendimento luminoso cin- brilho e eficiência os gases que possuem são os de
co vezes superior ao das lâmpadas incandescentes e sódio, mercúrio ou xenon, mas esse tipo de lâmpada
vida média dez vezes superior. Seu custo é bom pela demora alguns minutos para acender. Quando você
durabilidade e economia e hoje ela perde em venda está em um ambiente com esse tipo de lâmpada e
apenas pelas lâmpadas de LED. Existem nos forma- a energia cai, por exemplo, demora alguns minutos
tos de tubulares, compacta reta e espiral, compacta para restabelecer a luz. O uso desta é indicado para
não integrada e a circular. vitrines, estádios, fachadas, iluminação pública e fá-
Todas as lâmpadas que se aperfeiçoaram foram bricas. Ela possui os modelos de lâmpada de descar-
baseadas na incandescente, visto que as fluorescen- ga multivapores metálicos, vapor de sódio, vapor de
tes obtiveram sucesso em suas vendas, mas ainda mercúrio e mistas.
precisavam atender um público que começava a Todas as lâmpadas anteriormente apresentadas
ver a luz como algo que poderia causar efeitos nos podem ser substituídas por um único sistema que
ambientes, por isso precisavam de mais formatos e está conseguindo atingir grandes resultados por
grandes eficiências, e também devolver a cor mais suas inúmeras vantagens. O LED veio para revolu-
amarela que a incandescente oferecia: assim surgi- cionar o mercado de lâmpadas e luminárias. Mas o
ram as Lâmpadas Halógenas. Elas possuem um fila- que é o LED?
mento, mais seu gás muda para o Halógeno permi- São diodos emissores de luz, considerados hoje
tindo seus variados formatos. Elas podem ter baixo uma das maiores inovações tecnológicas. Sem ao
consumo em vista das incandescentes, seu custo é de menos perceber, ele sempre esteve presente em nos-
baixo para médio, sendo que podem ser usadas em sas vidas, pois foi descoberto já há um tempo e foi
variados ambientes, como residências e comércios, bastante utilizado nos anos 1970 dentro de eletrô-
em spots, plafons, arandelas, lustres e pendentes. O nicos, relógio digitais, vídeo games e na indústria
efeito visual no uso correto dessas lâmpadas pode automobilística, que adotou o LED inserido nos pai-
ser admirável. néis dos carros. Nos anos 1990, começou a evoluir
137
CONFORTO AMBIENTAL
com a criação do LED azul, que é a base para criar tenção, não gera calor e nem energia, seu efeito é tão
os LEDs de cor branco ou branco amarelado, hoje impactante que podemos utilizar em vários lugares
muito usados pelos arquitetos e designers. e um deles seria dentro de piscinas por não receber
E ao fazer a escolha por essas lâmpadas de LED, energia, em quartos, banheiros, salas, comerciais em
estará optando por inúmeras vantagens, que são: eco- tudo que queira chamar atenção para luz.
nomia de energia, economia de consumo, sem radia- Essa tecnologia é fornecida em duas opções: sis-
ção, pouco aquecimento, variados formatos, IRC de tema pontual, no qual a luz é levada de uma ponta
80 a 100%, vida útil longa, tensão bivolt em sua maio- a outra causando efeitos de vários pontos de luz na
ria, variadas temperaturas de cor conseguindo até co- pontas das fibras, e o sistema de luz lateral, no qual a
res diversas, fornece dimerização em alguns modelos, luz se espalha por toda fibra, dando um efeito mais
lâmpada sustentável, uso de LED com outras tecnolo- linear e homogêneo.
gias para atingir eficiência energética e, por fim, con- Com todas as opções de lâmpadas apresentadas,
segue transmitir efeitos visuais magníficos. já é possível fazer escolhas das quais deseja aplicar em
O LED é o presente e futuro da iluminação, tra- seus projeto de interiores, sendo necessário sempre ter
zendo benefícios para os projetos e o ser humano. cautela ao projetar iluminação, analisando os efeitos e
Seus formatos atingem todas as lâmpadas explora- sensações que deseja trazer para o cliente, especifican-
das nesse tópico e mais outros criados pela facilida- do lâmpadas que sejam agradáveis para esse usuário.
de de manusear o LED.
Outro tipo de iluminação é fornecido pela fibra
REFLITA
ótica. Poucos conhecem, mas os efeitos que trazem
para os olhos são incríveis. O sistema de fibra ótica
se diferencia do LED sobre ser um condutor de luz, Quando pensamos em iluminar algum am-
biente, temos de primeiramente idealizar o
ou seja, ele não tem energia elétrica passando por que se quer e, em seguida, planejar como
ele, somente uma lâmpada em sua fonte que traz ilu- poderemos realizar o idealizado, ou seja, é
minação para essas fibras. A fibra ótica, portanto, é necessário projetar o que queremos para
poder chegar ao nosso objetivo.
uma condutora de luz que recebe luz de uma única
fonte, levando luz para todas as fibras, tendo pou- (Mauri Luiz Silva).
138
DESIGN
139
CONFORTO AMBIENTAL
Os Tipos de
Luminárias
Ao pensarmos em montar um bom projeto lumino- Se possível, é interessante ter uma loja de ilumina-
técnico, devemos entender sobre o uso das lâmpadas ção parceira, que te esclareça dúvidas frequentes
e seus efeitos, custo, energia consumida e, também, sobre o uso das luminárias. Não é possível conhe-
definir o tipo de luminária para cada ambiente, sen- cer tudo o que está disponível no mercado e en-
do que essa escolha não pode estar pautada apenas tender suas especificações, mas podemos analisar
em fatores estéticos. algumas questões como, por exemplo, saber se o
A função das luminárias, além de trazer estéti- acabamento da peça escolhida pode ir ou não num
ca, é a de distribuir melhor a luz das lâmpadas. Elas banheiro com grande incidência de vapor, ou até
possuem difusores e aletas que evitam o ofuscamen- mesmo em uma casa à beira mar, onde é possível a
to e encaixam nas lâmpadas, trazendo modernidade oxidação das luminárias, dependendo de seu ma-
e movimento; algumas delas colaboram com vidros terial; neste caso, o ideal são peças em alumínio,
e lentes para que essa lâmpadas tenha mais alcance plástico, vidro ou madeira, evitando as de aço ou
e definição de fachos. A luminária bem especificada ferro e impedindo que a ferrugem e a oxidação da
é a “cereja do bolo” em seu projeto de iluminação. luminária aconteça.
140
DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
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15
142
DESIGN
As luminárias de piso ou colunas de piso tem quase Projetores de alta eficiência: são para locais
a mesma função das de mesa, mas não necessitam de grandes que necessitam de bastante claridade. Um
mesa para serem apoiadas por conta da sua altura, estádio de futebol e quadra poliesportiva são exem-
podendo variar muito seu formato desde a coluna plos que precisam desse tipo de iluminação, eles
reta até com curvatura para deixar mais próxima têm poucos formatos, mudando conforme sua po-
essa luz do receptor. tência e não é uma peça esteticamente bonita, tem
• Luminárias jardim: para jardins e áreas exter- função única de iluminar bem. Hoje os projetores
nas, é comum a utilização dos embutidos de de LED são mais vendidos do que os de lâmpadas
solo, que são luminárias que resistem ao tem- de descarga, eles gastam menos energia e acendem
po, sendo instaladas no solo, dando um efeito
de imediato, ao contrário das de vapor, que demo-
up light. Indicado utilizar em ponta de árvo-
res grandes com palmeiras, colunas que de- ram para acender. Seu custo muda muito conforme
seja destaque, fachadas externas e paisagismo sua potência.
diversos. Tem grande variedade de formatos. Existem uma infinidade de luminárias para es-
pecificar, apresentamos aqui os modelos principais
Se não for possível utilizar o embutido de solo ou de base; use catálogos manuais e virtuais para inte-
querer mesclar a utilização, pode se instalar os espe- ragir com mais tipos de luminárias e suas funções,
tos de iluminação, que são luminárias que não ficam começando a escolher as que se encaixam na função
embutidas, mas espetadas no solo, possibilitando di- e estética dos seus projetos.
recionar e controlar o facho.
Uso mais comum em pai-
sagismo, entradas de locais
para marcar passagem.
O poste alto e o postinho
também são luminárias que
ajudam a iluminar áreas ex-
ternas. Com postes altos, é
possível iluminar ambientes
amplos e o postinho lugares
menores.
Os balizadores, por outro
lado, tem formato pequeno,
na sua maioria são de LED
e de fácil instalação, servem
para marcar pisadas, calça-
das, decks, fachadas peque-
nas, fornecendo uma agradá- Figura 16 - nesta imagem temos uma luminária de
vel visão de suas marcações. mesa e uma de piso, diferenciando-se pela sua altura
143
CONFORTO AMBIENTAL
Sistemas de
Iluminação
Conhecendo os tipos de lâmpadas e as luminárias, A iluminação uniformiza o ambiente com a luz
você estará no meio do caminho para complemen- e as luminárias que têm difusores acrílicos e ale-
tar seu projeto luminotécnico, mas é preciso agora tas são as mais usadas para esse tipo de ilumina-
entender o que fazer com essas informações, como ção. Essa iluminação traz mais flexibilidade aos
aplicar dentro do seu trabalho, qual usar, como usar, layouts no ambiente e a desvantagem de poder
e unir elementos complementares como gesso e ma- não atender locais que exigem maior nível de ilu-
deira, trazendo harmonia nos ambientes. Não se minância e, dependendo da luminária escolhida,
imagina o que pode se criar com esses sistemas, pro- pode causar ofuscamento se a lâmpada for apa-
tegendo, refletindo, refratando, dimerizando, filtran- rente. Seu uso pode ser aplicado em locais co-
do ou simplesmente dando destaque para lâmpada. merciais, escritórios, indústrias, supermercados,
A luz geral tem uma intensidade que permite salas de aula, em residência nas cozinhas, lavan-
maior visibilidade do local em que foi instalada. derias e despensas.
144
DESIGN
145
CONFORTO AMBIENTAL
146
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), estamos no final de mais uma unidade cheia de in-
formações, que serão complementadas pela próxima leitura. Primei-
ramente foram esclarecidos os conceitos da luz para prosseguirmos e
vermos como essa luz atinge nossos olhos, suas reações e características
físicas e, assim, entender como ela é importante para melhorarmos nossas capa-
cidades físicas e emocionais.
Sobre as cores, foi apresentado um estudo para compreender a reflexão e ab-
sorção da luz na cor, também as cores primárias e seus complementos; o círculo
cromático veio para entender seu uso no Design e as emoções e sensações positi-
vas que a luz e a cor correta nos trazem.
As alterações das lâmpadas desde sua origem até os dias atuais são causadas
pela mudança de pensamento e economia; depois analisa-se a durabilidade e es-
tética, tanto que estão trazendo novamente o desenho da lâmpada incandescente,
mas com filamento de LED interno. Por conta desses pensamentos inovadores e
sustentáveis, devemos analisar o que está fora do conceito eficiente e melhorar a
maneira de aplicar lâmpadas.
Com as escolhas corretas das lâmpadas, ficará mais fácil optar por luminárias
funcionais, vendo que a iluminação nos traz sensações diversas dentro dos am-
bientes. Ela também oferece beleza, efeitos decorativos, estilo e cenas que farão a
pessoa se interessar em ficar mais tempo no local em que foi instalado.
Como projetar corretamente o uso das lâmpadas e luminárias sem saber uti-
lizar os sistemas que as compõem? Temos que entender que, ao instalar uma
lâmpada dentro de um difusor acrílico, formamos uma iluminação geral, e uma
lâmpada dicroica de LED em um spot de embutir forma outro sistema chamado
de destaque. Saiba que a escolha certa fará um ambiente com harmonia e, unindo
junto com a escolha de cores, alcançará resultados positivos para cada projeto.
Espero que tenha alcançado as expectativas de fazer compreender o mundo
da luz, cores, iluminação e seus sistemas, e que pratique essas teorias em seus
trabalhos profissionais.
147
LEITURA
COMPLEMENTAR
CROMOTERAPIA
A cromoterapia é uma forma de terapia alternativa que entende que cada cor possui uma
vibração e capacidade de cura específica. Desde Isaac Newton, no século XVII, até hoje,
cientistas pesquisam o poder da propriedade dos tons no organismo. Reconhecida pela
Organização Mundial de Saúde desde 1976, a terapia tem sido muito usada para melhorar
a saúde de pacientes sem a prescrição de medicamentos.
O Westwing sabe que as energias da casa são importantes para o bem-estar de seus mora-
dores. Saiba tudo sobre cromoterapia e veja como melhorar o astral de seu espaço e da sua
vida com mudanças na decoração. Veja um guia com o significado das cores e o poder que
elas podem exercer na saúde. Aprenda ainda como usar tons na sua casa para favorecer
sensações boas. Comece agora a levar o equilíbrio para a sua casa!
148
LEITURA
COMPLEMENTAR
Cromoterapia na Decoração
As cores costumam ser usadas na decoração para dar estilo ou amplitude para um espaço.
Porém, a cromoterapia pode ser usada também no tratamento de casa, como uma prática
complementar de Feng Shui. Saiba sobre como aplicar as cores e seus efeitos no seu lar:
• Branco: um ambiente todo branco pode trazer prazer e calma. Passa a sensação de
limpeza. Segundo a cromoterapia, potencializa as demais cores.
• Verde: no chão, nos lembra natureza. Não incide muita luz, acalma o ambiente e seus
moradores.
• Azul: de cor clara, traz serenidade. Em tons escuros, transmite autoridade e pode ser
usado em ambientes sérios, como escritórios. É conhecido por refrescar o ambiente.
• Violeta: tem efeito purificador, transformando todas as energias em positivas. Para
usar em todo o ambiente, recomenda-se tons de lilás.
• Laranja: traz conforto para o espaço. Abre e estimula o apetite, sendo muito usado
em cozinhas e salas de jantar.
• Vermelho: energético e vibrante, o tom é indicado para casas de pessoas tímidas. A
cor ainda dá a sensação de esquentar o ambiente.
• Amarelo: indicado para trazer luz para espaços escuros, a cor é animadora e inspira-
dora. Em pisos, pode provocar a sensação de avanço.
A cromoterapia é uma forma de melhorar a circulação de energias boas pela casa. A partir
de suas necessidades, escolha suas cores e reforce o equilíbrio do seu lar!
A cromoterapia é uma forma de melhorar a circulação de energias boas pela casa. A partir
de suas necessidades, escolha suas cores e reforce o equilíbrio do seu lar! Com as dicas,
ideias e informações preparadas por nós do Westwing para você, esperamos que possa
aplicar a cromoterapia no seu lar da melhor maneira possível! Por isso, verifique os signifi-
cados das cores, separe as que melhor representam o seu estilo e aplique no seu ambiente
para levar harmonia, personalidade e estilo a sua casa! Invista nessa ideia!
149
atividades de estudo
1. Innes (2012) afirma que a luz é uma forma de energia, em um momento age como
ondas eletromagnética e em outro como partículas corpusculares. Todas essas for-
mas de radiação eletromagnética se diferem por seu comprimento de onda, e a luz
tem uma onda cuja amplitude torna a luz visível. Por outro lado, a radiação infraver-
melha não nos provoca a sensação de visão, mas sim em forma de calor. Existem ou-
tras ondas eletromagnéticas abaixo da infravermelha que também não são visíveis
que podemos afirmar que são:
I. Raios X, Raios Gama e Raios Ultravioleta.
II. Ondas de rádio longas, ondas de rádio AM e ondas de rádio VHF.
III. Micro-ondas, ondas de televisão e ondas de rádio FM.
IV. Infravermelha, Raios X e Raios Gama.
V. Raios X, Micro-ondas, ondas de rádio longas.
a. I e II.
b. II e III.
c. Somente a III.
d. Todas as alternativas.
e. Nenhuma das alternativas.
150
atividades de estudo
3. Eficiência luminosa indica com que a energia elétrica consumida é convertida em luz e sua unidade
medida é lumens por watt (lm/W). Portanto qual é a eficiência luminosa de uma lâmpada LED de alto
fluxo de 20W com1800lm?
a. 96lm/W.
b. 98lm/W.
c. 100 lm/W.
d. 90lm/W.
e. 87lm/W.
4. Esclareça as diferenças de uma lâmpada de LED para uma lâmpada eletrônica. Qual delas tem mais
vantagens dentro da eficiência energética?
5. Descreva quais luminárias escolheria para montar um projeto luminotécnico de um apartamento pe-
queno para um casal de jovens recém-casados.
6. Quando existe um projeto no qual terá que unir a iluminação direta com a luz indireta, qual melhor
método utilizado abaixo para que esse sistema funcione corretamente?
a. Escolher por pendentes sem difusor para luz direta e plafons com aletas metálicas para criar uma luz
indireta.
b. Montar um sistema de sanca que irá aplicar a luz dentro, fazendo a luz indireta, e utilizar pendentes
sem difusor para luz direta.
c. Usar plafons de acrílico para luz indireta e spots de embutir direcionados para luz direta.
d. Colocar spots de embutidos direcionados na parede para luz indireta e plafons de vidros jateados para
luz direta.
e. Utilizar pendentes com difusor para luz direta e plafons de acrílico para luz indireta.
151
A cor no processo criativo
Lilian Ried Miller Barros
Editora: Senac SP
Sinopse: neste livro, a autora Lilian Ried mostra, a partir do le-
gado deixado pela escola de arte Bauhaus, como a cor pode ser
inserida no processo criativo e quais suas implicâncias na trans-
missão de sentimentos, sensações e mensagens. Para isso, ela avalia a metodologia didática
de quatro de seus mestres, além da influência da obra de Goethe sobre a escola.
As Aventura de PI
Ano: 2012
Sinopse: Pi Patel (Suraj Sharma) é filho do dono de um zooló-
gico localizado em Pondicherry, na Índia. Após anos cuidando
do negócio, a família decide vender o empreendimento devido
à retirada do incentivo dado pela prefeitura local. A ideia é se
mudar para o Canadá, onde poderiam vender os animais para
reiniciar a vida. Entretanto, o cargueiro onde todos viajam acaba naufragando devido a uma
terrível tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o
pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de bengala
chamado Richard Parker.
Comentário: As Aventuras de Pi é um belo filme da carreira de Ang Lee. Nele se apresenta
uma fotografia deslumbrante, uso de muitas cores, dentre elas cores quentes e vibrantes. O
longa impressiona pela qualidade dos efeitos especiais e a história do menino lutando para
sobreviver ao mar é fascinante.
Neste site, irá encontrar os principais tipos de lâmpadas de LED fornecidas no mercado e
suas especificações, e observar algumas peças decorativas disponíveis para compor com es-
sas lâmpadas.
Acesse: <http://www.stella.com.br/>
referências
Referência On-Line
¹ Em: <https://www.westwing.com.br/cromoterapia/>. Acesso em: 22 nov. 2016.
153
gabarito
1. B.
2. C.
3. D.
4. A lâmpada eletrônica em comparação à quantidade de watts é maior em
vista de uma lâmpada de LED da mesma equivalência. O LED também está
procurando se inovar e melhorar seu IRC e a eletrônica não está procuran-
do mais se aperfeiçoar. A lâmpada de LED tem mais vantagens dentro da
eficiência por ter pouca wattagem e mais vida útil fazendo que economize e
energia e compre menos.
5. Neste caso, poderia utilizar uma boa quantidade de spots direcionáveis por
causarem um efeito visual, escolher pendentes e plafons que tenham esti-
los mais modernos e ousado, e pouca utilização de luz geral e mais uso de
luz indireta.
6. B.
154
UNIDADE
V
ILUMINAÇÃO APLICADA
NO DESIGN DE INTERIORES
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Iniciando um projeto luminotécnico
• Cálculo luminotécnico
• Iluminação para projetos residenciais
• Iluminação para projetos comerciais e escritórios
• Analisando alguns projetos de iluminação
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender com exemplos práticos como se inicia um
projeto luminotécnico.
• Aprender como montar um cálculo luminotécnico de
acordo com as necessidades dos clientes e aprendendo as
normas.
• Entender como se planeja um projeto residencial.
• Entender como montar projetos luminotécnicos comerciais
e industriais.
• Analisar alguns projetos de iluminação.
unidade
V
INTRODUÇÃO
Iniciando um Projeto
Luminotécnico
Estudos comprovam que o uso correto da luz nos cionalidade e muita habilidade na instalação. Sem
ambientes afeta de forma positiva a todos que profissionais especializados, a luz não irá funcionar
utilizam esses espaços. Nos locais de trabalho, como projetado, causando danos ao seus projetos. É
rende produtividade e satisfação; em residências, preciso haver uma equipe estruturada e com conhe-
o nível de estresse diminui e a sensação de re- cimentos, cronogramas de execução bem estabele-
laxamento e aconchego predominam; e em res- cidos e manuais de instalação dentro da obra, para
taurantes e bares, colabora com a socialização e evitar ao máximo que algo dê errado. Um bom Li-
comunicação. ghting Designer - designer especialista em projetos
A arquitetura e luz se entrelaçam dando vida aos de iluminação - pensa em projetos funcionais, ana-
revestimentos - formas e volumes, não é apenas um lisa custos de energia, viabiliza futuras manutenções
complemento da arquitetura, mas sua parte essen- e, acima de tudo, procura o melhor custo benefício
cial desse todo. Na iluminação, tem que ocorrer fun- para aquele que o contratou.
160
DESIGN
161
CONFORTO AMBIENTAL
162
DESIGN
ruptores, além da função de ligar e desligar, ofere- necessárias, mas será no diálogo com o cliente que
cem a opção de acionar uma luz de um local e desli- serão retratadas as informações mais importantes e
gar e acionar novamente de outro. essenciais para realização deste, pois aí se entende
Um exemplo é no caso de estar subindo uma es- a personalidade e a essência de tudo. Pode ser des-
cadaria e, antes de subir, acende a luz e, ao chegar no de um restaurante japonês que usa iluminação mais
andar de cima, consegue apagar as luzes com outro cênica com troca de cores e movimento até os clien-
interruptor; isso se chama interruptor paralelo: temos tes mais básicos que preferem iluminação que traga
os simples que só acendem num local, os intermediá- aconchego para sua residência. As opções para se
rios que aumentam mais um acionamento dos para- projetar luz são imensas e aqui será apresentado o
lelos e os bipolares que se ligam à luz na tensão 220v. início dessa viagem.
Para um melhor entendimento sobre os proces-
CATÁLOGOS DE LÂMPADAS sos que envolvem o projeto luminotécnico, elabora-
E ILUMINAÇÃO mos uma tabela explicativa, que veremos a seguir:
Quando projetamos iluminação, o uso e pesquisas
de catálogos, sejam virtuais ou manuais, é indispen-
sável. Ao se deparar com esse catálogos, perceberá a
imensidão de opções de lâmpadas e luminárias dis-
poníveis no mercado e, assim, terá que fazer as esco-
lhas que se encaixam no seu projeto e ainda ter eles
sempre perto para eventuais dúvidas da instalação.
Todas as luminárias têm detalhes únicos, cada
uma delas irá exigir algo do instalador. Um embu-
tido tem medidas específicas para recorte de gesso,
madeira ou até outro material, assim como um em-
butido de solo tem toda uma preparação do solo an-
tes de sua instalação.
Os catálogos de lâmpada, luminárias e equipa-
mentos vão fornecer indicações de uso, tipos de teto
ou paredes, cores, texturas, curvas de distribuição
luminosa, IRC, Fluxo luminoso e mais uma infini-
dade de informações necessárias para que a peça
que comprou funcione conforme projetou.
PROCESSO DE PROJETO
Antes de iniciar o processo, vale lembrar que irá sim
fazer cálculos, analisar os aspectos técnicos de cada Figura 4 - Como iniciar um projeto luminotécnico
luminária utilizando-se de todas as ferramentas Fonte: a autora.
163
CONFORTO AMBIENTAL
Esse esquema inicia com uma entrevista com o çamentos e negociar as melhores condições para o
cliente para que seja realizada uma análise do que cliente nas lojas.
ele busca com o seu projeto de iluminação: os itens Com o projeto executado, o designer fará visi-
que já estão definidos, como móveis e revestimen- tas no local procurando a satisfação do cliente, em
tos, qual local necessita de maior incidência de luz e alguns casos ele poderá pedir algum ajuste de ilumi-
outra menor, e qual a função irá trazer esse projeto nação e verá as possibilidades de melhora de luz para
para determinado cliente. esse ambiente de acordo com o pedido do cliente.
Logo após o estudo do programa de necessidade,
vem a definição dos conceitos de iluminação. Qual
estilo, quais peça de iluminação se encaixariam no
seu projeto? Lustres? Pendentes? Spots de embutir?
Sobrepor? É nessa etapa que começam as pesquisas
de catálogos e definições de efeito que a luz irá trazer
para esse projeto.
A fase do anteprojeto é uma das mais importan-
tes, por ser aqui o começo do luminotécnico, que
monta o projeto e elabora posicionamento das lumi-
nárias e lâmpadas e usa de toda criatividade para o
processo de criação, deixando impressionante para
o cliente visualizar e aprovar.
Com a aprovação do cliente e possíveis ajustes no
anteprojeto, inicia-se o desenvolvimento do projeto
luminotécnico executivo, como nessa etapa já não se
faz mais alterações, começam os detalhes de execução.
O projeto executivo é o conjunto de vários proje-
tos, como luminotécnico, gesso ou outros materiais,
circuitos e interruptores. Esses projetos irão para
obra como um manual, auxiliando os prestadores de
serviço a executar o que projetou, e neles terão co-
tas, cortes, especificações e legendas. Para o cliente,
também irão projetos e memoriais descritivos que
auxiliarão para orçamentos e compras dos materiais.
Os orçamentos dos materiais e mão de obra po-
dem ser buscados pelo cliente ou por você designer,
mas essa informação, de quem caberá essa função,
deverá estar descrito em contrato. Se for atribuído Figura 5 - Modelo de Projeto Luminotécnico - Aplicação de luminárias
ao designer, caberá a ele a função de analisar or- Fonte: a autora.
164
Figura 6 - Modelo básico de legenda de um projeto luminotécnico
Fonte: a autora.
DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
166
DESIGN
C44 WC
C38
C34 QUARTO FILHAS
C32 C43
BWC
C38
LAVATÓRIO
C46 C46 C46 C46
VARANDA C39 C39 C39 C39
C31
C36
CLOSET C25 C40
C46 C46 C30
C35 C35
C43
C31
C46 C46
C33
C44 C44
QUARTO FILHOS
C27
C27
C27
C27
C26
VAZIO
C42
C45
SUÍTE
C29
desce
C25
C24
C24
C24
C24
C45
167
CONFORTO AMBIENTAL
Cálculo
Luminotécnico
Os cálculos de iluminação geral foram evoluindo e SAIBA MAIS
simplificando conforme o tempo. Hoje temos sites
de luminárias que já fornecem o cálculo somente
O Dialux pode ser baixado gratuitamente por
aplicando as luminárias do catálogo, outros sites meio do link:
fornecem os dados necessários para auxiliar no cál- <https://www.dial.de/en/dialux/download/>.
culo manual, mas, de todos, o mais comum entre os
A empresa de luminárias Lumicenter
lighting designers é o programa DIALUX, talvez por disponibiliza tutoriais e manuais para o uso
sua eficiência e facilidade de uso. Nele consegue-se do Dialux por meio do link:
vincular seus projetos no CAD ao programa, e esco- <http://www.lumicenteriluminacao.com.br/
pt/tecnologia/dialux.html>.
lher a luminária para o projeto, e o DIALUX calcula
a quantidade necessária de luminárias.
168
DESIGN
169
CONFORTO AMBIENTAL
Teto (%) 70 50 30 0
Parede (%) 50 30 10 50 30 10 50 30 10 0
Chão (%) 20 20 20 0
RCR Fator de Utilização (%)
0 117 117 117 112 112 112 107 107 107 100
1 106 103 101 102 100 98 98 96 95 90
2 96 91 87 93 89 85 90 86 83 80
3 87 81 76 84 79 75 82 77 74 70
4 79 72 67 77 71 66 74 69 65 63
5 72 65 60 70 64 59 68 63 58 56
6 66 59 53 64 58 53 63 57 53 50
7 61 53 48 59 53 48 58 52 48 45
8 56 49 44 55 48 43 53 48 43 41
9 52 45 40 51 44 40 50 44 40 38
10 48 41 37 47 41 37 46 41 36 35
Figura 12 - Tabela Fator de Utilização
Fonte: Adaptado de Lumicenter ([2016], on-line)¹.
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DESIGN
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CONFORTO AMBIENTAL
Iluminação para
Projetos Residenciais
Ao longo dessa jornada, você teve um aprendizado nação para lugares de trabalho com cozinha e lavande-
específico de iluminação contendo conforto visual, rias e sempre se preocupar com a eficiência energética.
como nosso corpo reage à luz e os benefícios de uti- Para dar início a um projeto residencial, é im-
lizar corretamente a iluminação. A iluminação de portante que obtenha algumas informações do
ambientes é a prática de sensibilizar e compreender cliente e local:
a necessidade de cada indivíduo em seu espaço.
• Medidas de todos os ambientes a serem pro-
Depois do Designer passar para o processo do pro- jetados, inclusive todas as medidas dos mó-
grama de necessidades com o cliente, começa o pro- veis e suas localidades.
cesso de elaboração das soluções, sendo que diversos • Observar todos os revestimentos desde cores
critérios devem ser lembrados, como o passar de um até suas texturas.
ambiente para outro com iluminação suficiente, anali- • Definir um conceito para iluminação seguin-
sar idade de quem irá morar na residência, trazer ilumi- do funcionalidade e estética.
172
DESIGN
173
CONFORTO AMBIENTAL
174
DESIGN
• Closets: a luz deve ser mais geral, difusa e ho- parte da noite para essa fachada. Os embuti-
mogênea para visualizar bem todas as roupas dos de solo formando efeitos de facho de bai-
e acessórios. Luz linear com uso de fitas de xo para cima e espetos de jardim compõem
LED dentro do armário é uma boa sugestão essa frente. Se quiser, pode projetar um refle-
para evitar sombras. Tonalidades mistas de tor para acender quando necessitar de uma
4000K e 3000K é bem adequado para esse luz de segurança. Tons de 2700K e 3000K são
ambiente, e o IRC bem alto para não destoar os mais indicados.
cor das roupas. • Muros e piscinas: hoje tem no mercado
• Banheiros: hoje ele é um dos ambiente luz interna para piscina de LED com efei-
dentro de residências mais valorizados por to visual deslumbrante e, para os fundos
muitos fazerem desse local um lugar para nos muros, as arandelas ou os embutidos
relaxar e descansar com uso de banheiras de solo podem ser usados causando efeitos
de spa, sendo assim os spots prevalecem e de destaque nas paredes com seus fachos.
pouca luz geral, bastante incidência de luz A tonalidade para piscinas poderá ser RGB
na bancada com uso de arandelas e embuti- e para muros e jardins o 2700K é bem re-
dos no teto que colaboram para uso do es- levante.
pelho e também luminárias dentro da área • Garagem: a iluminação com apenas dois
do banho e próximo do sanitário. Tonali- circuitos ajuda a resolver esse ambiente,
dade varia de 3000K a 4000K e com IRC podendo usar mais se quiser. Nos casos de
por usarem muito o banheiro para fazer mais luz, a iluminação geral e, para desta-
maquiagem. que, os spots, arandelas e balizadores ficam
• Fachadas: é a primeira impressão da casa e harmoniosos em uma garagem. A tonalida-
a luz tem o papel principal de trazer vida na de 4000K para luz geral e 3000K para desta-
que é a mais indicada e os sensores são ideais
para esse ambiente.
17
• Jardins: de acordo com o paisagismo que a
iluminação segue, os materiais mais especí-
ficos são os espetos para plantas menores e
luz de menor alcance e os embutidos de solo
para plantas maiores que necessitam de mais
luz e efeito up light. Tonalidade de 2700K ou
3000K é o mais indicado.
• Todas essas informações unidas com as ne-
cessidades e exigências do cliente que alcan-
çarão respostas emocionais positivas para
aquele que habita no ambiente bem ilumina-
do que projetou.
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CONFORTO AMBIENTAL
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DESIGN
SAIBA MAIS
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CONFORTO AMBIENTAL
Restaurantes e bares
Normalmente o cliente quer esse ambiente bem
aconchegante, tranquilo, para estimular a permanên-
cia, o que aumenta o consumo. Para que tudo isso
seja realizado, o ambiente pode ter circuitos para uso
de iluminação geral quando necessário e luz de efeito
pontual em outros momentos, causando cenários di-
ferentes dependendo do seu uso. A tonalidade 2700K 20
Iluminação em Escritórios
Em um ambiente de trabalho, o objetivo é promover
boa iluminação e evitar os ofuscamentos. A quan-
tidade de luz tem que ser maior, atingindo em sua
maioria 500 lux, mudando esse valor conforme o
uso do local. A luz geral bem calculada e a ilumi-
nação direcionada evita fadigas e aumenta a pro-
dutividade. Podem ser escolhidos variados tipos de 21
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DESIGN
22
23 Indústrias
Nesses locais, a busca pela produtividade com quali-
dade faz a procura de mudança de iluminação para
essas melhorias. O uso da luz geral com grande po-
tência, expansão de luz, preferência por luminárias
de LED com baixo consumo e manutenção e as to-
nalidades variam entre 4000K para 6000K, isso tudo
dependendo muito do tipo de indústria. O cálculo
luminotécnico é imprescindível, pois esses locais
exigem as normas de níveis de iluminância.
Lembre-se dos cuidados ao projetar ilumina-
ção: escolha as lâmpadas e luminárias adequadas,
não aplique marcas diferentes nas lâmpadas, pois
elas têm cores, ângulos e fluxos luminosos diferen-
tes umas das outras, podendo afetar na qualidade de
seus projetos. Analise as alturas dos tetos, cada altu-
ra exige tipos de lâmpadas com alcances distintos.
Assim conseguirá iluminação com funcionalidade,
estética, eficiência energética levando satisfação
aqueles que a utilizam.
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CONFORTO AMBIENTAL
Analisando alguns
Projetos de Iluminação
Após todas as teorias expostas na unidade, realizare- exigências humanas e utiliza a luz para melhora do
mos uma reflexão acerca de projetos de iluminação bem-estar de cada indivíduo, seja a luz natural ou
executados por outros profissionais, considerando artificial será para levar qualidade de vida. Um ligh-
todos os aspectos estudados. A proposta é de que, ting designer também procura o uso da sustentabi-
agora, você esteja mais preparado para uma análise lidade, buscando tipos de lâmpadas que colaboram
mais crítica sobre o assunto. com a eficiência energética.
Se decidir optar em especializar-se em ilumina- Não é possível ser um lighting designer sem um
ção, fará um estudo aprofundado sobre o assunto e profundo conhecimento da luz e do ser humano,
se tornará um Lighting Designer, que é um profis- levando em consideração diferentes culturas, indi-
sional que usa de estudos técnicos e estéticos unidos vidualidades e arquiteturas singulares. Lembrando,
à arquitetura para dar soluções de iluminação para também, que poderá trabalhar com tudo que se re-
um determinado espaço. Esse profissional estuda as fere à luz, como iluminação cênica de shows, teatro,
180
DESIGN
decoração de eventos, iluminação temáticas do tipo já deverá compreender que são spots que são usa-
Natal, Páscoa, entre outros temas, iluminação co- dos nos pontos de destaque, focando as mesas de
mercial como lojas, shoppings e restaurantes, ilumi- atendimento e os produtos, e também as luzes ge-
nação residencial, paisagismo, iluminação pública, ral, iluminando toda a circulação da lojas, e mais
fachadas e, por fim, na criação de objetos com ilu- os detalhes decorativos de luz nas paredes, tra-
minação que traga benefício para sociedade. zendo modernidade para o ambiente de produtos
tecnológicos.
Para esse grande comércio de várias lojas que são
shoppings center, a luz natural tem que predominar
e, nos corredores, o uso do LED com sistema de ilu-
minação geral ou pontual, dependendo do projeto
que irá escolher, sempre se preocupando com a fun-
cionalidade e economia de energia.
Testificando que a iluminação residencial será
de acordo com as necessidades de cada indivíduo e
com seu conceito de projeto de interiores, pode-se
utilizar pendentes, spots, plafons, arandelas e entre
outros tipos de sistemas de iluminação, não existe
regras para iluminação residencial, mas sim a pro-
cura de melhores maneiras de satisfazer o cliente
com um bom projeto luminotécnico.
Além de Projetos de interiores, o Designer
Figura 24 - Festival de luzes em Nagashima, no Japão pode criar produtos que favoreçam as pessoas e o
mundo em que vivemos, procurando sustentabili-
O parque Nabama no Sato em Nagashima, no Japão, dade e eficiência energética que é o caso da ima-
vem sendo iluminado por milhões de lâmpadas de gem da Árvore Solar do Designer Ross Lovegro-
LED, formando corredores que mais parecem por- ve², criada com muita tecnologia e eficiência, na
tais te levando para outra atmosfera. Chamado de qual ela capta luz solar e a noite se transforma em
Winter Light, acontece todo ano para comemorar luz. Além disso, serve como banco para as pessoas
o Natal todos esses efeitos, causando variados tipos sentarem e uma peça de decoração para ruas de
de emoções fornecidas pelo trabalho dos profissio- Londres.
nais de iluminação como engenheiros elétricos, por Compre revistas, leia livros, blogs e sites de ilu-
exemplo. minação, vá em palestras e cursos, observe trabalhos
A iluminação comercial exige um estudo de de lightings designer por todo mundo para cada vez
briefing aprofundado com o cliente sobre as ne- obter mais informações sobre o mundo da luz, assim
cessidades desse ambiente e sobre quais serão os alcançará grandes conquistas e sucesso na profissão
pontos de destaque do local. Com essa imagem, de Designer de Interiores.
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CONFORTO AMBIENTAL
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DESIGN
28
REFLITA
(Textos Judaicos)
183
considerações finais
C
aro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade e ao final do
livro. Conseguimos ver como nosso corpo reage às variações da tem-
peratura, som e luz. Destacamos a importância do conforto ambiental
para atividades humanas e perceber que o conforto está em tudo que
olhamos e sentimos e, para nós como designers, é dever em um projeto procurar
melhorias no bem-estar de cada cliente que atender. De forma bem exemplifica-
da, foram apresentados todos os conceitos do conforto e como podemos solucio-
nar os problemas da falta dele. Hoje, sendo a iluminação uma das partes prin-
cipais do Design, houve a necessidade de aplicar unidades que só exploram esse
tema. Todos os ambientes que você for projetar terá que examinar qual a melhor
iluminação e como aplicar, desde residências a indústrias, estudando melhores
maneiras de causar bons confortos visuais e entender o que cada cliente procura
de iluminação para ambiente. Com várias ilustrações, pode verificar os efeitos
que cada luz traz e com cálculos para ambientes que necessitam. A intenção foi
preparar esse livro de modo que o designer use de pesquisa para seus futuros
projetos, sendo um bom companheiro da jornada de trabalho.
Use muito essas informações, leia quantas vezes for necessário, busque sem-
pre informações que beneficiem seus projetos e principalmente seus futuros
clientes. A iluminação em específico evolui muito rapidamente, tem que sempre
se atualizar, buscar novos catálogos, tipos de lâmpadas e LEDs que colaboram
com a eficiência energética. Nós designers temos esse papel importante de pro-
jetar com responsabilidade e preocupação de melhorar o meio em que vivemos
com sustentabilidade.
Compartilhamos aqui conhecimentos e abrimos um leque abrangente na
profissão de design de interiores, sendo um deles ser especialista em iluminação.
Que o objetivo dessa unidade de aprender e buscar por mais conhecimento seja
atingido e que seus projetos evoluam cada vez mais com esses livros didáticos.
184
LEITURA
COMPLEMENTAR
As potencialidades da luz
Por muito tempo relegada a um papel estritamente utilitário, a iluminação nas cidades ain-
da tem como objetivo maior garantir uma boa visibilidade. Esta responsabilidade apenas
funcional, de permitir a visão noturna, encobriu por muito tempo todas as outras poten-
cialidades da luz:
185
LEITURA
COMPLEMENTAR
186
LEITURA
COMPLEMENTAR
187
atividades de estudo
1. Se tratando de controle de luz, um cliente pede para aumentar e diminuir a intensidade da luz de um
quarto. Visando custo benefício, qual dos sistemas de controle irá indicar para esse cliente?
a. Sensor de luz.
b. Sistema de automação.
c. Dimmer.
d. Temporizador.
e. Sistema Dali.
2. Em um projeto residencial de uma cozinha com teto de gesso e recebendo pouca incidência de luz
natural, necessitando de mais luz artificial, e o cliente ainda pede alguns detalhes de iluminação de-
corativa em cima da bancada de refeições, podemos afirmar que com essas informações a escolha
correta da iluminação para toda essa cozinha será:
I. Embutidos plafons de luz geral com difusores na tonalidade 4000K ou 6000K, levando boa claridade e
uso de pendentes decorativos na bancada da mesa de refeições.
II. Embutidos de spots direcionáveis na tonalidade 3000K, trazendo uma luz mais aconchegante e pen-
dentes para a bancada da mesa de refeições.
III. Embutidos plafons de luz geral na tonalidade 3000K e spots direcionáveis em cima da bancada da mesa
de refeições.
3. Atualmente a compra pela internet vem aumentando e as lojas físicas estão cada vez mais procurando
melhorias no atendimento e estética do local, e a luz com sua distribuição correta tem o papel funda-
mental de melhorar o ambiente da loja levando funcionalidade, conforto e beleza. Temos dois tipos
de lojas com diferentes identidades para compra e tipos de iluminação, quais são e seus tipos de luz:
a. Loja de departamentos com luz de destaque e loja sofisticada com luz geral branca em todo seu espaço.
b. Loja de departamentos com mais luz geral e loja sofisticada com mais luz de destaque nos produtos.
c. Loja de departamentos e loja sofisticada com luz de destaque em todo seus espaços.
d. Loja de departamentos e loja sofisticada com luz geral em todo seus espaços.
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atividades de estudo
4. Local: uma loja de vendas de roupas de porte médio que dentro das normas exige 300 lux e essa loja
mede 8 metros de largura por 10 metros de comprimento sua altura é de 3 metros. Altura do plano
de trabalho é 0,80.
Índice de refletância:
Teto branco: 70%
Parede clara: 50%
Piso cinza escuro: 20%
Com base nos dados, calcule o RCR.
5. Depois de encontrar o valor do RCR (na questão anterior), agora calcule a quantidade de luminárias
para atingir os 300 lux necessários. Seu fator de depreciação é 0,85. Segue abaixo a luminária e a ta-
bela de fator de utilização:
INSTALAÇÃO: Embutir
CORPO: Em chapa de aço fosfatizada pintada na cor branca microtex-
tura.
REFLETORES: Parabólicos em alumínio alto brilho.
DIFUSORES: Em acrílico leitoso
DRIVER INCLUSO: 100 – 250V
IRC: 80
IP: 20
Teto (%) 70 50 30 0 CÓDIGO L1 L2 A B C NICHO
Parede (%) 50 30 10 50 30 10 50 30 10 0
LAN03- 37W LED* 3000K /
Chão (%) 20 20 20 0 617 41 617 576x556
RCR Fator de Utilização (%) E3500830 / 3600lm** 50.000h(L70)
0 117 117 117 111 111 111 107 107 107 100 LAN03- 37W LED* 4000K /
1 104 101 98 100 98 95 96 94 92 87 617 41 617 576x556
2 93 87 82 89 85 81 86 82 79 75
E3500840 / 3600lm** 50.000h(L70)
3 82 76 70 80 74 69 77 72 68 65 EAN03- 37W LED* 3000K /
4 74 66 60 71 65 60 69 63 59 56 617 41 617 576x556
E3500830 / 3600lm** 30.000h(L70)
5 66 59 53 64 57 52 62 56 52 49
6 60 52 46 58 51 46 57 50 46 43 EAN03- 37W LED* 4000K /
617 41 617 576x556
7 55 47 41 53 46 41 52 45 41 38 E3500840 / 3600lm** 30.000h(L70)
8 50 42 37 49 42 37 48 41 37 35
EAN03- 37W LED* 5000K /
9 46 39 33 45 38 33 44 38 33 31 292 41 1243 230x1176
10 43 35 30 42 35 30 41 35 30 28 E3500850 / 3600lm** 30.000h(L70)
* Consumo total, incluindo driver.
** Já consideradas as perdas óticas
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Iluminação: Simplificando o Projeto
Mauri Luiz da Silva
Editora: Ciência Moderna
Sinopse: o Projeto de Iluminação, explicado de forma didática,
sempre foi algo muito procurado pelos que trabalham com a
luz. Dicas, macetes, orientações e muitas informações de como
fazer um bom projeto de iluminação. Como no seu livro anterior, Luz, Lâmpadas & Ilumina-
ção, best-seller e precursor sobre o assunto, Mauri Luiz da Silva consegue nos colocar no
caminho da luz, e novamente com a característica principal de sua obra, a linguagem acessí-
vel, na qual a leitura flui de forma natural e motivadora. De estudantes aos mais renomados
projetistas, todos encontrarão informações importantes neste livro, quanto mais se apren-
der sobre a iluminação, melhor, pois sendo matéria ainda relativamente nova no Brasil, tudo
soma positivamente, sejam cursos, palestras, revistas ou livros. Este livro passa a ser fonte
de consulta indispensável nessa busca incessante de informações sobre a luz e seus efeitos.
O Regresso
Ano: 2015
Sinopse: 1822. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o
oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado
por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria
sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rou-
ba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade,
Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança.
Este site apresenta um dos melhores escritório de Lighting designer do Brasil e até do mun-
do, por apresentar projetos conhecidos mundialmente. O museu do amanhã é dos seus tra-
balhos mais atuais e apresentado para todo o mundo. Mônica Luz Lobo lidera a equipe.
Link: <http://www.ldstudio.com.br/>
referências
Referências On-Line
¹ Em: <http://www.lumicenteriluminacao.com.br/pt/catalogo/produto/850.
html>. Acesso em: 20 out. 2016.
² Em: <http://www.rosslovegrove.com/>. Acesso em: 20 out. 2016.
³ Em: <http://www.lumicenteriluminacao.com.br/pt/catalogo/produto/687.
html>. Acesso em: 20 out. 2016.
191
gabarito
1. C.
2. B.
3. B.
4. RCR = 5 x h x (C + L) / C x L
RCR = 5 x 2,20 x (10 + 8) / 10 x 8 = 2,47 arredonda para 2.
5. Fu = 93
N = (C x L) x E / lm x Fu x Fd = (10 x 8) x 300 / 3600 x 93 x 0,85 = 0,84 portanto 8 uni-
dades de luminárias.
192
DESIGN
conclusão geral
Caro(a) aluno(a), é com grande contentamento que finalizamos mais um livro do curso
a distância de Design de Interiores da Unicesumar. Desejamos que esse estudo tenha fo-
mentado a busca em aprender cada vez mais sobre o profissional de Design de Interiores e
reforçado o quanto são abrangentes as opções no mercado de trabalho.
Esse livro fortaleceu a importância do Design para o bem-estar de cada indivíduo,
mostrando que o conforto ambiental e a iluminação interfere de maneira positiva ou ne-
gativa no meio em qual vivemos. O papel do Designer de Interiores em sua trajetória será
devolver e trazer com base em estudos a necessidade de cada pessoa envolvida no seu
ambiente, levando sentimentos agradáveis seja ele no trabalho, lazer ou em sua residência.
O curso está te trazendo habilidades de montar projetos com elementos e conceitos
únicos para cada criação chegando em resultados finais notáveis na sua profissão. Pense
sempre que todos os elementos em sua volta passam pelo Design, seja ele de produto, moda
ou interiores, e que existem mais profissionais a procura de desenvolver materiais e estudos
que tragam mudanças ao ser humano e para o mundo em que vivemos, preocupados prin-
cipalmente com a eficiência energética e sustentabilidade.
A forma consciente de projetar é o objetivo principal hoje do Designer, ainda mais
quando falamos de iluminação unida e eficiência, pensando que devemos economizar
energia e trazer funcionalidade na escolha de cada produto.
Esperemos que todas as teorias e cálculos disponíveis no livro saiam do papel e sejam
aplicadas em prática no desenvolvimento de cada projeto, sendo ele um auxiliador para
todos os momentos de dúvidas.
E finalmente que este curso venha trazer um grande sucesso profissional, que possa-
mos ser em nosso trabalho um agente transformador no meio em que vivemos com ideias
e inovações, melhorando cada espaço projetado. E a cada passo dado venhamos a mudar
nossas vidas e nossa sociedade, respeitando e aperfeiçoando a relação homem e o mundo.
Parabéns, futuro Designer de Interiores!
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