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Representação
por Amanda Camylla Pereira Silva*
A noção de representação é muito importante para a maneira pela qual são tratados e
vistos os documentos e as fontes, e, principalmente, define o que é e s as quais dotam o
presente de sentido. Assim, pode-se pensar numa “história cultural do social que tome
por objeto as representações do mundo social”.
Chartier também acredita que esses códigos, padrões e sentidos são compartilhados, e
apesar de poderem ser naturalizados, seus sentidos podem mudar, pois são
historicamente construídos e determinados pelas relações de poder, pelos conflitos de
interesses dos grupos sociais. Para Chartier, assim como para Pesavento, as
representações são expressas por discursos. Entretanto este autor levanta uma questão,
a saber : as formas diferenciadas com que os indivíduos apreendem os discursos que dão
a ver e a pensar o real. Para ele as leituras dos discursos feitas pelos sujeitos e a
conseqüente produção de sentido são determinadas por certas condições e processos,
como por exemplo, da relação móvel entre texto e leitor. Assim, há uma pluralidade dos
modos de emprego dos discursos e uma diversidade de leituras que devem ser
evidenciadas, revelando que as categorias aparentemente invariáveis são construídas
historicamente.
De acordo com Chartier a historia cultural estuda, por um lado, as classificações e
exclusões que constituem a configuração social de determinada época e espaço,
questionando a existência das estruturas sociais como um real em si mesmo, enquanto
as representações são apenas seus reflexos, e, por outro lado, as práticas que,
pluralmente, e contraditoriamente, atribuem sentidos ao mundo, rompendo assim com
a idéia de que os textos possuem um sentido intrínseco.
Referências Bibliográficas:
DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos. 2 ed., Rio de Janeiro: Forense-
Universitária, 1987. [ na BCE : 394(44) D223g =690 5. ed. ]