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Ao analisarmos o histórico durante o período pós real, dos retornos obtidos pelos fundos
mútuos de investimento em renda fixa, quando comparados com as outras aplicações
disponíveis no mercado brasileiro, tais como as cadernetas de poupança e os
CDB/RDB, podemos observar que os fundos mantém a dianteira, para qualquer
horizonte de avaliação, que não seja de curtíssimo prazo.
Não resta a dúvida, portanto, que os fundos mútuos representaram uma revolução
definitiva, que veio para incrementar a maneira como aplicamos os nossos recursos, a
saber:
Entretanto, o investidor que assustado por uma eventual redução de curto prazo, no
valor de sua aplicação em um fundo de investimento, dela se desfaz, perde a
oportunidade de obtenção do benefício de seu maior ganho de longo prazo, e segue a
lógica perversa do mau investidor de "vender na baixa e comprar na alta" que é a oposta
à estratégia vencedora de "comprar na baixa e vender na alta", acumulando os ganhos..
Não é necessário ser um gênio das finanças nem gastar todo o seu tempo na pesquisa de
informações sobre a indústria de fundos, para se ter sucesso como investidor.
O que se precisa é de boa orientação, muito bom senso e muita disciplina, para
desenhar, e acompanhar a performance, de uma estratégia de aplicação que esteja de
acordo com:
Algumas regras específicas que devem ser aprendidas, para serem seguidas na
formulação de uma estratégia financeira global, em relação aos fundos mútuos de
investimento a serem escolhidos para compor uma carteira de fundos, onde serão
diversificados os recursos do investidor, são:
• Fundos Referenciados
o seu objetivo de retorno, não está vinculado a nenhum benchmark, mas está
sujeito a algumas restrições de aplicação e, assim, com maior liberdade, resulta
em retorno e volatilidade menos previsíveis e mais dependentes da capacidade
do gestor.
• Fundos Genéricos
Verifique como cada uma das categorias de fundos mútuos de investimento, acima
mencionadas, e suas variações, se adaptam aos seus objetivos financeiros, dentro
do horizonte de investimento desejado;
O exemplo mais simples e mais tradicional deste tipo de medida é o Índice de Sharpe -
IS, que indica ao investidor se os riscos assumidos pelo fundo foram adequadamente
remunerados.
O cálculo deste índice leva em conta a rentabilidade histórica ajustada, isto é, após a
subtração de um benchmark que, por exemplo, no caso dos fundos referenciados ao DI,
é a taxa do CDI.
O conceito intrínseco é que todo retorno tem o seu preço e, portanto, quanto maior o IS
melhor. Um IS negativo para um fundo, estaria indicando que este fundo teria tido, no
período medido, um retorno abaixo do seu benchmark.
IS = (Rc - Rb) / sc
Onde:
Rc = Retorno da Carteira do Fundo
Rb = Retorno do Benchmark
sc = Volatilidade da Carteira do Fundo
Um IS de 5, por exemplo, indica que a carteira oferece 5 unidades de retorno adicional
sobre o benchmark , para cada unidade de risco da carteira.
Por exemplo, supondo que o objetivo financeiro do investidor seja ter uma renda
confortável na aposentadoria, ou então, acumular recursos do momento do nascimento
de seu filho, até a idade de sua entrada na universidade de forma a cobrir os custos de
seus estudos universitários.
O investidor deve se informar previamente das taxas que são cobradas pelo fundo,
dentro do princípio de que tais taxas sempre representam um redutor de sua
rentabilidade.
Se um Fundo Referenciado ao DI, que tenha uma retorno bruto anual esperado de,
digamos, 18 % ao ano, cobra uma taxa de administração de 1,8 % ao ano, então, tal taxa
representa de cara, a perspectiva de uma redução imediata de 10 % (1,8 / 18) da
rentabilidade bruta esperada.
Assim, quanto maior a taxa de administração de um fundo, maior deverá ser o retorno
esperado para compensá-la e, por via de conseqüência, em um mercado altamente
competitivo, maior deverá ser sua exposição ao risco para alcançar seus objetivos, vis a
vis um fundo de idênticas características de aplicação, mas com uma menor taxa de
administração
Uma outra taxa que eventualmente pode ser cobrada é a taxa de saída, cuja finalidade é
estimular o investidor a permanecer por mais tempo aplicado no fundo, e desta forma,
permitir um melhor retorno dos recursos aplicados.
Continuaremos no tema.
Eduardo Fortuna
A Aplicação em Fundos de Investimento IV
30/09/2002
Uma boa estratégia de diversificação das aplicações de um fundo, nos protege contra os
chamados riscos não sistemáticos ou diversificáveis, ou seja, o risco de perda de cada
um dos ativos específicos que compõem sua carteira ou de um conjunto deles, mas não
nos protege contra o risco sistemático ou não diversificável, ou seja, o risco de uma
perda do mercado, como um todo.
Uma proteção total só poderá ser obtida com a utilização de instrumentos derivativos
como proteção, mas a um custo significativo e, portanto, com uma perda competitiva de
rentabilidade.
Os fundos de curtíssimo prazo, também representam uma solução para este risco
sistemático, pelo fato de concentrarem suas aplicações em operações compromissadas e
títulos de renda fixa de curtíssimo prazo, cujo preço de mercado pouco flutua.
Entretanto, suas taxas de administração devem ser maiores e sua rentabilidade é,
provavelmente, pouco competitiva vis a vis as demais aplicações.
Tal fato, entretanto, na média, não tem sido um fator de redução de sua competitividade
vis a vis as alternativas acima mencionadas, mas certamente, permitiria um melhor
retorno, caso não existisse.
Essa restrição estabelece uma carência branca para os fundos, mas não é um fator de
redução de sua competitividade vis a vis as alternativas acima mencionadas, pois
enquanto todas as demais aplicações em renda fixa também estão sujeitas a este tipo de
restrição, as cadernetas de poupança só apropriam rendimentos nas datas de aniversário
das suas aplicações.
Continuaremos no tema.
Eduardo Fortuna
A Aplicação em Fundos de Investimento VI
14/10/2002
Feito isso, vamos examinar agora, alguns dos mecanismos utilizados para avaliar o(s)
fundo(s) de investimento(s) que melhor se ajusta(m) aos objetivos, então estabelecidos.
Nesta etapa queremos saber como o gestor pretende alocar os recursos aplicados pelo
fundo, a saber:
Exemplos:
Por outro lado, se o mercado de ações está em alta, a melhor performance tende a
ocorrer no fundo mais carregado com as ações das pequenas empresas.
Um fundo muito carregado em títulos de renda fixa pré-fixada tende a ter uma melhor
performance quando há uma queda nas taxas de juros do que um outro fundo que esteja
mais concentrado em títulos pós-fixados, respeitados os prazos dos títulos e as
condições de credibilidade conjuntural do mercado.
Por outro lado, no caso de alta das taxas de juros e respeitadas as mesmas condições
anteriores, o inverso tende a ocorrer.
Para se ter acesso à verdadeira política de investimentos, como definida para um fundo
de investimento específico, e que normalmente não está totalmente clara na sua
denominação e folheto de propaganda, faz-se necessário obter e examinar com atenção
e curiosidade o Regulamento do Fundo registrado na CVM, como publicado pelo seu
administrador.
Essas janelas de períodos de tempo podem incluir períodos contínuos de 3, 6, 12, 24,
36 ou 60 meses, ou então, períodos discretos nas mesmas dimensões anteriores,
aleatórios, ou específicos de períodos de crise, e que se sobreponham, quer sejam
curtos (de até 12 meses) ou longos (acima de 12 meses)
O fundo que tiver tido a melhor e mais consistente performance no maior número
desses períodos - pois será muito pouco provável que um mesmo fundo tenha sido o
melhor em todos eles -, certamente é um sério candidato a ser o escolhido.
Neste tipo de avaliação, não devemos ficar muito assustados com a volatilidade da
performance de um fundo, desde que estejamos cientes de que, apesar dela, o fundo de
investimento escolhido tem o melhor histórico de performance de retornos.
Continuaremos no tema.
Eduardo Fortuna
A Aplicação em Fundos de Investimento VII
22/10/2002
Para tanto, a partir dos dois mecanismos anteriormente citados, é necessário que o
investidor compreenda que, uma vez definida a política de investimentos de um fundo o
retorno que provavelmente por ele será obtido, será uma função direta da capacidade
do gestor do fundo de gerir as escolhas e a movimentação dos ativos em sua
carteira, ao levar em consideração todos os riscos genéricos de mercado e específicos
do tipo de fundo sob análise.
É sempre bom recordar que o risco de um investimento, qualquer que seja ele, é a
possibilidade de perda em relação a um valor de retorno esperado pelo investidor,
e que todos os investimentos estão sujeitos ao risco, com maior ou menor grau de
intensidade, sempre de acordo com as premissas da escolha prévia do investimento
desejado e do acerto da sua gestão posterior.
De certa forma, todos os fundos de investimento de renda fixa não classificados como
referenciados, estão incluídos nesta categoria de gestão.
(Para compreender melhor este mecanismo leia a série de cinco matérias sobre marcação a mercado,
publicadas entre os dias 05/08 e 02/09 deste ano).
Entretanto, mesmo nessas situações, eles podem ser surpreendidos pela magnitude
dessas perdas, ou então, podem ficar surpresos por não entenderem como se deram os
seus fatos geradores.
• o Índice de Sucesso;
• o Índice Beta;