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NATAL/ RN
2013
JAIRO DE SOUZA MOURA
NATAL/ RN
2013
1. Objeto
2. Metodologia
3. Notas de campo
Por isso, decidiu-se também não revelar os nomes dos atores do Judiciário, não
porque podem ser diretamente prejudicados pelo vazamento de suas informações, mas
porque, durante a pesquisa, é praticamente impossível que o pesquisado tenha controle
sobre tudo o que acha que pode interessar ao pesquisador. Disso pode resultar que
análise ou mesmo dados construídos venham a diferir daquilo que, em sua mente, o
pesquisado concordou em participar. Portanto, o anonimato, no caso em questão, não
impede quaisquer vantagens dos atores com o trabalho realizado, e ainda tem o
benefício de preservar as imagens de pessoas públicas.
Por sua vez, o fato de eu também estudar Direito me dá a possibilidade de ter
conversas “de igual para igual” com os atores do judiciário. Apesar de deixar claro
desde o começo que a pesquisa seria aproveitada no ramo da Antropologia, é inegável
que o assunto mais comentado é a aplicação das leis naquele contexto, por mais que
surjam como amenidades e dificuldades do dia-a-dia. É mais ou menos como a situação
que Geertz (2001) descreve, na qual a assimetria entre pesquisador e pesquisado quase
desaparece.
Se, para o autor, o símbolo da “amizade” entre pesquisador e pesquisado era a
máquina de escrever, no campo em questão é a possibilidade de falar abertamente com
quem entende a técnica envolvida em um trabalho específico. Obviamente, a pretensa
simetria é quebrada quando aparecem traços do pesquisador, como nas entrevistas, em
que perguntas formuladas podem gerar desconforto, ou quando a situação acentua a
diferença entre realmente estar empregado e ter uma carreira naquele espaço de trabalho
e ter somente, para resumir, uma curiosidade genuína sobre o assunto.
4. Problema
Dito tudo isso, o que permanece como problema da atual pesquisa é saber
exatamente como a subjetividade é tratada em um ambiente estruturado ― por leis
propriamente ditas e outras estruturas, formais ou informais ― para atender pessoas em
conflito. Como parâmetro, há a Carta de Brasília, documento ratificado em 2005
durante a Conferência Internacional “Acesso à Justiça por Meios Alternativos de
Resolução de Conflitos”, além da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995, que cria os
Juizados Especiais, dentre eles o JECRIM.
Referências
FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. In: Cadernos de campo. Revista dos alunos de
Pós-graduação da USP, n. 13, ano 14, p. 155-161, 2005.
GEERTZ, Clifford. Estar lá: a antropologia e o cenário da escrita. In: Obras e vidas: o
antropólogo como autor. Rio de janeiro: Editora UFRJ. 2002. p. 11-39.
OLIVEIRA, Luis Roberto Cardoso de. Pesquisa em versus pesquisas com seres
humanos. In: VÍCTORA, Ceres et al. (org.). Antropologia e ética: o debate atual no
Brasil. Niterói: EdUFF, 2004. p. 33-44.