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14 de Julho de 2006
ÍNDICE
13-NEGLIGÊNCIAS………………………………………………………………………………………… ……………………………..21
BIBLIOGRAFIA………………………………………………………………………………………………………………………….. …32
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PAULO CANOVA - MAUS-TRATOS A CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Curso de Pós-Graduação em Prevenção de Maus-Tratos a Menores
1- INTRODUÇÃO
primeiro plano, concedendo-lhes inclu sivame nte direi tos própri os. Mas, o
sobre diversas formas. Estes vão dos castigos físicos, aos maus-tratos
clara e concisa.
Como para tudo parece existir uma causa, abordo aquelas que
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maus-tratos.
2- A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
tem vindo a ser encarado como um dos maiores problemas sociais dos
nossos tempos.»
de que existem à nossa volta crianças que são maltratadas. Sofrem várias
prof issi ona l que esco lhi sai ba prev enir , reconhecer e intervir perante
estas situações.
ser um tema cuja abordagem tem de ser feita de forma delicada. O mais
ínfimo pormenor pode induzir em erro e não é intenção dar uma imagem
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3- PROBLEMA
compreensão.
O prese nte trabalh o prete nde levant ar o véu acerca dos maus -
trato s, dos quais muitas das nossas crianças são vítimas diariamente.
4- OBJECTIVOS
problemática;
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5- METODOLOGIA
Assim, com isto pretendo fazer uma análise do tema, e para isso procedi à
recolha de material existente uma vez que: «Pesquisa alguma parte hoje da
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outros reais, que revelam a falta de atenção e cuidados que têm sido
dispensados à criança e dos quais ela tanto necessita como ser indefeso que
é.
De acord o com GALLA RDO CRUZ (1994, p. 17) «abusar da criança é uma
inse nsibi lidad e perant e a perda era notória, as mentalidades da época não
aceitavam que as crianças eram seres indefesos, tal como eles foram
outrora.
Até 374 A.C., nem a opini ão públi ca, nem as autor idade s
condenáve l.
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julgassem inútil enviavam -no para o monte Taigeto e ai era abandon ado
para aliment o dos animais .» Quando a crian ça não apre sent ava qual quer
mal form ação era entr egue aos pais a fim de ser educada.
pois quase nunca se criava mais que uma rapariga por família.
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dos recém-nascidos fruto de "outros rituais", filhos não desejados que são
das habitações , onde estava colocada uma roda que dava acess o à parte
inter ior das casas. As crianç as eram coloca das na roda por quem as
abandonava, que tocava uma campainha e logo a roda girava e a criança era
seja reconhecida.
para tantas crianças. A taxa de mortalidade era tão elevada que “a Roda" é
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p.21)
No que respeita aos maus-tratos por abusos sexuais, por aquilo que
Isso deve -se ao facto da sexua lidad e ter sido considerad a durante
séculos um assunto tabu. Embora considera -se que desde longa data a
países.
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7- A CRIANÇA E A FAMÍLIA
vária s concepções .
A criança era desvalor izada não lhe sendo concebi dos quaisquer
direito s, era um mero objecto e tinha de ser educada. As crianças não eram
consideradas autónomas ou com algum estatu to, uma vez que não existi am
Durante muitos séculos o papel da criança era obedecer aos pais, não
parte dos pais, a frieza e a rigidez eram os padrões de educação pois os pais
negavam esse contacto com os filhos com medo da perda, dada a elevada
destaqu e na família, notando-se agora actos carinhosos por parte dos pais.
Com o passar dos tempos o poder paternal até então absoluto passa a ter
limites, passando o papel da mãe a ser mais partici pante na educaçã o dos
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partilhada. O dese nvolv imen to físi co, psíqu ico e soci al da crian ça está
mais as cria nças víti mas de famí lias viole ntas ou negl igen tes, cap aze s
dos mai s var iad os mau s-tra tos fís ico s ou inc apa zes de pro ver os
disfunção familiar.
clas ses desf avor eci das, não é corr ecto , pois eles ocor rem em toda s as
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vez que grande parte desses casos nunca chegam ao conhecimento público.
citado por GALLARDO CRUZ (1994, p.26) refere que «o número de crianças
9- CONCEITO DE MAUS-TRATOS
risco de "exageros " que podem dar uma ideia errada daquela que se
pretende.
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em erro. É necessário estabel ecer -se uma frontei ra entre o mau trato e o
bom trato, por assim dizer. Estudos antropológicos têm-nos mostrado que
Mas afinal:
trato?
distinguirei os seguintes:
Maus-tratos físicos;
Maus-tratos psicológicos;
Maus-tratos sexuais;
Negligências
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são geralmente os mais visíveis uma vez que deixam marcas bem notórias.
Fontana (1979, p. 43) citado por GALLARDO CRUZ (1994, p:38) «Os pais
chamas de gás.» Várias pesquisas têm sido feitas no campo das agressões
rachadas, etc.
As lesões traumáticas de uma criança que foi espancada são notórias e
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alterações de personalidade.
fisicamente, uma vez que os pais não o admitem, pelo contrário têm sempre
são bebés com menos de três anos são incapazes de revelar tal situação .
atraso com que a criança grave mente ferida chega ao hospit al; na rápida
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frequência, isto porque muitas das vezes os pais não têm consciência do
seu papel, pois não basta uma boa alimentação, o melhor vestuário e as
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e delinquência.
anonimato, uma vez que dificilme nte a vítima, ou mesmo terceiros, e muito
abuso sexual em duas catego rias: intra -famili ar e extra -famili ar.
adulto que represente os pais (tio, avô,...) sem esquecer os irmãos mais
velhos.
não estão ligado s à cria nça por laços famil iares , poden do ou não ser seus
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Nor mal men te o abu so, ini cia -se log o no pri mei ro ano de vid a,
Nes tas re laç õe s, as vít ima s não são ape nas as fi lha s e fi lho s
co nsi der ado s"norm ais". Muitas vezes , uma filha com defici ência menta l,
é o alvo predi lecto do pai, uma vez qu e, dad a a su a co ndi ção , par ti ci pa
act iv ame nte no act o. Nes tes cas os a possibilidade de denuncia torna-se
quase inexistente, até porque a lei pouco ou nada diz a este respe ito.
Indiv íduos com tais carac terís ticas são muita s vezes consi derad os
inca paze s para acus arem os agre ssor es, o que prop orci ona uma maio r
acomodando-se com tal situação, fingindo nada saber, «...a filha é utilizada
num conflito que o pai tem com a esposa, e a rapariga considera que a sua
com que seus filhos observem e participem nos actos sexuais incitando a
estra tégias para conse guire m realizar o seu perverso e criminoso desejo".
Recorrendo, por vezes, à violência física, rap to e mes mo hom icí dio .
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Ger alm ent e est es ped ófi los /vi ola dor es são jov ens problemáticos, que
se converter num adulto com preferência s para essas relaçõ es, mesmo
que oculte socia lmente essa inclinação.» GALLARDO CRUZ (1994, p.89).
porno grafi a é eleva do. Estas crian ças, são arras tadas pelos mais
diver sos motiv os (aban dono, rapto , inocência, etc...). Todas elas são
introduzidas neste mundo, sendo exploradas ao máximo, por hom ens sem
esc rúp ulo s que usa m e abu sam , em pro vei to pró pri o, des tes ser es
inocentes e indefesos.
toda uma exper iência traum ática, que difici lmente será esquec ida.
A intervenção neste s casos, logo na infância, seria o ideal, embora difici lmente
sejam desmis tificados nesta fase; quando o são, toda a ajuda e apoio vindo do
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inexperiente pode fazer mais mal do que bem e o tratamento das vítimas de
violência sexual contra crianças d everiam funcionar agora como uma forma de
auto-aprendizagem.
13- Negligências
responsáveis quando:
das suas neces sid ades mais básicas , quer para a sua saúde quer para o seu
normal desenvolvimen to. A negligência pode inc idir em vários campos, tais com o:
com a finalidade de por fim à gravidez. Nem sempre se regista uma interrupção
Relativamente à alimentação, GA LL AR DO CR UZ (1 99 4, p. 34 ) ve ri fi c ou
ou bebés que vêm a morrer precocemente.». O autor , consid era ainda que
mães bem alimen tadas podem amamen tar os seu s filho s duran te mais
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refere ao hábito de fumar, este é deve ras prej udic ial ao feto , caus ando
nest e um baix o peso à nasc ença e outr os prob lema s a níve l card íaco e
resp irat ório . Os filho s de mães fumad oras reve lam, na idade escolar,
b) ABANDONO
vários factores entre eles: melhores condições de vida, maior apoio dado às
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para a adopção.
c) ALIMENTAR
alimentadas desde a nascen ça, com subst ituto s do leite mater no mal
sele ccion ados. A falta de informação sobre o assunto por parte da mãe e a
No que se refer e à desnut rição não nos refer imos apenas àquela s
lugar ao " Síndroma de Munchausen " Caracteriza-se por ser uma variante
vão medicando.
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médico.
d) SEGURANÇA
por parte dos pais. Esta é muitas vezes deixad a sozinha em casa, em
consequ ência disso ocorrem acidentes que chegam a ser fatais em alguns
casos. GALLARDO CRUZ (1994) refere que a infância é uma fase que as
crianças pela sua curiosidade inata estão propícias a acidentes. Mas estes
conseguirem explicar as causas dos maus -tratos. Porque razão os pais que dizem
o molestam? Será que o amor por uma criança é sinónimo de violência? Neste
tratos de que milhões e milhões de crianças são vítimas? A maioria dos autores
fundamentais como explicação dos maus tratos à criança, sendo eles: o ambiente
O ambiente sócio-económico
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que o mun do da cri anç a mal tra tad a se res uma ao mun do das barracas, do
bêbedo, da prostituta, dos " monstros " marginalizados pela sociedade é uma ideia
CRUZ nas classes sociais, o que acontece é que as famílias mais carenciadas
são as mais denunciadas, uma vez que as outras classes têm a possibilidade
secundário, e não como a grande causa dos maus -tratos. Não podemos cair
no erro de associa r a famíli a pobre com família mal tratante. A prova disso
mas sim da comunidade, de uma sociedade corrupta que tem que ser curada
As conseq uência s dos maus -trato s, encont ram-se não só num corpo
dorido e magoado pelas sevícias, lesado pelas carências, mas também nas
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tratos difíceis de avaliar. O que se sabe é que quanto mais grave é o acto
à mãe.
16 PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO
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A com ple xid ade do fen óme no e a singularidade de cada caso exige uma
fenómeno, mas também nas acções para o prevenir ou no das respostas aos
casos que não foram possíveis evitar! É um fenómeno que apela à perspectiva
tratos exercidos contr a a cria nça. Refe rire i três níve is prev enti vos,
prec oniz ados pela Orga niza ção Mundial de Saúde, que alguns autores
sintetizar am.
adoles cent es, quer durant e a gravi dez, quer na própri a matern idade
ajudan do a estab elecer desde logo laços afecti vos entre a mãe e o bebé.
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dos mesmos, como por exemplo, num irmão mais velho. O jardim-de-
desta realidade.
e actuação de equi pas inte rdis cipl inar es nos dive rsos serv iços de
aten dime nto à cria nça nomeadamente nos serviços de pediatria dos
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cidadania;
Est imu lar o des env olv ime nto glo bal da cri anç a, no res pei to pel as sua s
Por tudo isto, e pelo facto de que grande parte das crianças vítimas de
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CONCLUSÃO
Não há muito para concluir, uma vez que tudo o que referi, não é,
para tal?
determinação e sabe hoje, mais que nunca, que existem crianças, muitas
crianças, esses seres tão maravilhosos aos quais irei dedicar a minha vida,
que são mal tratadas, que não usufruem da sua condição, que sofrem e
sofrem.
evoluído, cada vez mais tecnológico, onde para tudo há uma resposta
através das mais diversas técnicas científicas, não há, ainda, uma resposta
para tamanho infortúnio das nossas crianças. Pior que isso, é saber que
estamos ainda muito longe de encontrar a " cura " desta doença da
quem apanhou baterá, quem sofreu fará sofrer, quem foi violado violará.
Mas algo tem que ser feito, é urgente! Mesmo sendo difícil mudar
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diabólico".
Criança que, como já a nossa avó dizia: «Elas são o melhor do mundo! ».
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BIBLIOGRAFIA
Metod ologi a do Trabalho Cientifico. (4a Edição). São Paulo: Editora Alias.
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