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TEORIA GERAL DO ESTADO

Prof. Marjorie C. Marona

Regimes Políticos: Autocracia e Democracia

Os regimes políticos podem ser conceituados como o conjunto de elementos


que concorrem para a tomada das decisões coletivas essenciais, revelando
a maneira concreta de organização de poder.

Doutrinariamente, os regimes políticos podem ser inseridos em dois critérios


opostos: (a) regimes democráticos, com proeminência das liberdades
públicas, das autonomias públicas e privadas e do Estado representativo, e
(b) regimes autocráticos, nos quais são sonegadas as liberdade públicas e
desacreditadas as instituições democráticas, caracterizando-se pela
concentração do poder público em uma única pessoa, geralmente.

Regimes Autocráticos

O sistema político da autocracia se caracteriza pela existência de um único


detentor do poder, cuja competência engloba a função de tomar a decisão
política fundamental, assim como sua execução, que não está adstrita a
qualquer controle eficaz.

A forma mais pronunciada da autocracia encontra-se na monarquia absoluta


ou despotismo, tal como existiu na Europa, no século XVIII, cuja ordem
jurídica era criada e aplicada diretamente pelo monarca ou por órgãos
designados pelo mesmo.

A autocracia organiza o aparato estatal de cima pra baixo, resultando que o


princípio da soberania provém do dominador e sua finalidade se baseia na
ordem, emitida por um único detentor do poder, e na obediência prestada
pelos destinatários do poder e pelos órgãos subordinados, estes últimos
criados pelo autocrata em razão da divisão do trabalho e da execução de
suas ordens.

Por outro lado, o princípio autocrático, ao asfixiar a democracia, impõe o


monopartidarismo.

Geralmente, a autocracia no Estado constitucional ocidental, dotada de um


inconfundível cunho militar, decorre de uma crise de estruturas econômicas
que provocam uma ruptura do equilíbrio social, o que se agrava pela
descrença nas instituições políticas, as quais, esfaceladas e impotentes, não

A gênese dos partidos políticos modernos advém do parlamento inglês, que,


após a Revolução Gloriosa, delimitou os marcos entre as liberdades
parlamentares e as prerrogativas da coroa.
mais respondem aos reclamos democráticos, ficando à mercê de discursos
demagógicos.

O autocrata emerge com chefe da nação ameaçada, ao recorrer à solução


autoritária: a arbitrariedade silencia a lei, através do consenso ou da
imposição de um sistema centralizado e por intermédio do monopólio dos
meios de comunicação de massas e do aparelho ideológico da educação
controla-se fisicamente a população.

Diversas designações foram dadas à autocracia ao longo do processo


histórico (ditadura, despotismo, tirania, autoritarismo, regimes de exceção,
etc), contudo mostra-se mesmo essencial e útil a distinção entre os tipos
totalitários e autoritários das ordens autocráticas.

O conceito de autoritarismo caracteriza uma organização política na qual o


único detentor do poder monopoliza o poder político sem que seja possível
aos destinatários do poder uma participação real na formação da vontade
estatal, enquanto o conceito de totalitarismo faz referência a toda ordem
socioeconômica e moral da dinâmica estatal, mais no sentido de
conformação da vida do que do aparato governamental, de sorte que sua
intenção é modelar a vida privada, a alma, o espírito e os costumes dos
destinatários do poder, de acordo com a ideologia dominante.

Os regimes corporativistas, nos quais há o pluralismo social e econômico ao


enaltecer direitos de corporações e instituições sociais – Salazarismo, em
Portugal, e Franquismo, na Espanha – e as ditaduras militares, que
enfatizam políticas de segurança nacional e de concentração de renda –
Brasil e Argentina, nas décadas de 60 e 70 – são exemplos de ordens
autocráticas autoritárias, enquanto os regimes nazi-facistas e comunistas
devem ser considerados totalitários, fruto das distorções do Estado social.

Regimes Democráticos

Contudo, o Estado Constitucional é o Estado que se organizou para ser


democrático, razão pela qual a idéia moderna de um Estado Democrático
tem suas raízes no século XVIII, implicando a afirmação de certos valores
fundamentais da pessoa humana, bem como a exigência de organização e
funcionamento do Estado tendo em vista a proteção daqueles valores, de
sorte que as grandes transformações do Estado e os grandes debates sobre
ele, nos dois últimos séculos, têm sido determinados pela crença naqueles
postulados, podendo-se concluir que os sistemas políticos do século XIX e
da primeira metade do século XX não foram mais do que tentativas de
realizar as aspirações do século XVIII.

Para a compreensão da idéia de Estado Democrático, contudo, fundamental


se faz fixar os princípios que estão implícitos no conceito, considerando que
sua base é sem dúvida a noção de governo do povo, revelada pela própria
etimologia do termo democracia.

A gênese dos partidos políticos modernos advém do parlamento inglês, que,


após a Revolução Gloriosa, delimitou os marcos entre as liberdades
parlamentares e as prerrogativas da coroa.
A noção de governo do povo remete à experiência democrática na Grécia
Antiga, contudo a noção de povo, muito mais restrita na Antiguidade, não
poderia estar presente na concepção democrática do século XVIII, quando a
burguesia, economicamente poderosa, estava às vésperas de suplantar a
monarquia e a nobreza no domínio do poder político, limitando-se a
influência grega na afirmação democrático, equivalendo ao governo de todo
o povo, neste se incluindo, porém, uma parcela muito mais ampla dos
habitantes do Estado.

A opção por tal preferência também não pode ser tributada à inspiração
grega, mas, ao contrário, deve ser entendida como conseqüência de
circunstâncias históricas, num momento em que a afirmação dos princípios
democráticos era o caminho para o enfraquecimento do absolutismo dos
monarcas e para a ascensão política da burguesia.

A democracia moderna se propõe a proteger a liberdade do indivíduo,


enquanto pessoa, estabelecendo os mecanismos da representação política e
os direitos individuais.

O Estado democrático moderno nasceu, portanto, das lutas contra o


absolutismo, sobretudo pela afirmação dos direitos naturais da pessoa
humana, que se concretizaram em três grandes movimentos: (1) a
Revolução Inglesa, que teve sua expressão mais significativa no Bill of
Rights, de 1689 e claramente buscou estabelecer limites ao poder do
monarca, sob forte influência do protestantismo, o que contribuiu para
afirmação dos direitos naturais do indivíduos, nascidos livres e iguais,
justificando-se, portanto, o governo da maioria, que deveria exercer o poder
legislativo assegurando a liberdade dos cidadãos; (2) a Revolução
Americana, cujos princípios foram expressos na Declaração de
Independência das treze colônias americanas, de 1776 influiu para
afirmação mais vigorosa de governo pelo próprio povo, dadas as
circunstâncias históricas, afirmando-se, como dogma, a supremacia da
vontade da maioria e associando-se as idéias de democracia e não-
intervenção do Estado; e (3) a Revolução Francesa, que teve sobre as
demais a virtude de dar universalidade a seus princípios, os quais foram
expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789,
dada a cisão entre Igreja e Estado que na França possibilitou um cunho mais
universalista, sem as limitações impostas pelas lutas religiosas locais.
Declarou-se, então, que todos os homens nascem e permanecem livres e
iguais em direitos e apontou-se como fim da sociedade política a
conservação dos direitos naturais imprescritíveis do homem, que são a
liberdade, a propriedade, a segurança, a resistência à opressão, de sorte
que nenhuma limitação poderia ser imposta ao indivíduo, senão em virtude
de lei, que expressava a vontade geral, para a formação da qual todos os
cidadãos têm direito de concorrer, diretamente ou por meios de seus
representantes. A base da organização do Estado deve ser, portanto, a
preservação dessa possibilidade de participação popular no governo, a fim
de que sejam garantidos os direitos naturais.
A gênese dos partidos políticos modernos advém do parlamento inglês, que,
após a Revolução Gloriosa, delimitou os marcos entre as liberdades
parlamentares e as prerrogativas da coroa.
A partir desses movimentos e idéias consolidou-se, a partir do século XVII, o
ideal supremo do Estado Democrático, norteado pela preocupação
primordial da participação do povo em sua organização, na formação e
atuação do governo, por se considerar que o povo, expressando livremente
sua vontade soberana, saberia resguardar a liberdade e a igualdade.

As três formas de democracia – e correspondentes matizes ideológicos –


que marcaram o século XX foram: (1) a democracia governada, que
corresponde ao princípio democrático liberal burguês, (2) a democracia
governante, do tipo ocidental, que reflete a transição do Estado liberal de
direito para o constitucionalismo social e (3) a democracia governante de
tipo marxista, fundamentada na vontade real do povo, especificamente da
massa trabalhadora, que adora como ideal democrático a ditadura do
proletariado, produto da ruptura das instituições capitalistas.

Nesse contexto, os Estados Constitucionais concretizam diferentemente os


direitos fundamentais: (1) o Estado liberal concretiza direitos fundamentais
necessários à afirmação do regime liberal, peculiar ao liberalismo
econômico, mediante a constitucionalização de suas declarações e
garantias de direitos, a proclamação das liberdades públicas e separação
dos poderes, (2) o Estado Social, na expressão do Welfare State,
constitucionaliza e materializa os direitos culturais e socioeconômicos por
intermédio de intervenções estatais, e (3) o Estado Democrático de Direito
tem o desafio de domesticar o sistema econômico capitalista,
reestruturando-o em sua essência, devendo, para tanto, refrear o uso do
poder administrativo, sob o ponto de vista da eficácia e da legitimidade.

Sendo o Estado democrático aquele em que o próprio povo governa é


evidente que se coloca o problema do estabelecimento dos meios para que
o povo possa externar sua vontade.

Considerando-se que em dias atuais a regra são colégios eleitorais


numerosos e de decisões coletivas muito freqüentes, exigindo-se uma
intensa prática legislativa, ainda que a prática de pronunciamento direto do
povo não tenha desaparecido de todo, existindo alguns institutos que são
classificados como expressão da democracia direta, sua amplitude reduziu-
se bastante.

Em contrapartida, vários outros institutos possibilitam a deliberação direta


por parte do povo, mas não dão a ele a possibilidade ampla de discussão,
sendo considerados, pela maioria dos autores, como representativos da
democracia semidireta. São eles: (a) referendum, consiste na consulta à
opinião pública para introdução de uma emenda constitucional ou mesmo
de uma lei ordinária, quando esta afeta um interesse público relevante,
sobre uma decisão já tomada, para que esta seja ou não confirmada; (b)
plebicito, consiste numa consulta prévia à opinião popular; (c) iniciativa
popular, que confere a um certo número de eleitores o direito de propor
uma emenda constitucional ou um projeto de lei; (d) veto popular, que dá
aos eleitores, após a aprovação de um projeto pelo Legislativo, um prazo,
A gênese dos partidos políticos modernos advém do parlamento inglês, que,
após a Revolução Gloriosa, delimitou os marcos entre as liberdades
parlamentares e as prerrogativas da coroa.
geralmente de sessenta a noventa dias, para que requeiram a aprovação
popular, sendo que a lei não entra em vigor até que, nas eleições seguintes,
se decida se ela deve ser posta em vigor ou não; (e) recall, que se aplica
para revogar a eleição de um legislador ou funcionário eletivo ou para
reformar decisão judicial sobre constitucionalidade da lei.

A impossibilidade prática de utilização de processos da democracia direta,


bem como as limitações inerentes aos institutos da democracia semi-direta,
tornaram inevitável o recurso à democracia representativa, apesar de todas
as dificuldades para sua efetivação.

Na democracia representativa o povo concede um mandato a alguns


cidadãos, para, na condição de representantes, externarem a vontade
popular e tomarem decisões em seu nome, com se o próprio povo estivesse
governando.

O mandato representativo apresenta as seguintes características: (a)


generalidade, ou seja, embora eleito por uma parte do povo, expressa a
vontade de todo o povo, não estando vinculado a determinados eleitores,
(b) a liberdade de atuação do mandatário, que deve exercer o mandato com
inteira autonomia da vontade, não podendo ser coagido ou ficar sujeito a
qualquer pressão externa, (c) irrevogabilidade do mandato, que determina
que seus eleitores não possam destituir seus representantes, em regra, (d)
independência, que desobriga o mandatário de explicar os motivos pelos
quais tomou suas decisões, as quais, aliás, em regra, se encontram a salvo
de ratificações.

A gênese dos partidos políticos modernos advém do parlamento inglês, que,


após a Revolução Gloriosa, delimitou os marcos entre as liberdades
parlamentares e as prerrogativas da coroa.

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