OLHO.NA.
LEI© | RELATÓRIO SOBRE EDUCAÇÃO DOMICILIAR
A CONSTITUCIONALIDADE DO HOMESCHOOLING NO BRASIL
A PRÁTICA PERMITIDA POR LEI E A INCONSTITUCIONALIDADE DA REGULAMENTAÇÃO
Por Héber Paz de Lima
O balrog alcançou a ponte. Gandalf parou no meio do arco, apoiando-se no cajado com a mão esquerda, mas na
outra mão brilhava Glamdring, fria e branca. O inimigo parou outra vez, enfrentando-o, e a sombra à sua volta se
espalhou como duas grandes asas. Levantou o chicote, e as correias zuniram e estalaram.
Saía fogo de suas narinas. Mas Gandalf ficou firme.
- Você não pode passar - disse ele.
(Tolkien, O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel. Martins Fontes, 2ª ed. P. 351)
O pensamento corrente do cidadão comum no Brasil é
que precisamos de leis para podermos fazer qualquer
coisa. Quando algo não funciona o brasileiro é o pri-
meiro a pedir por uma lei que regule ou faça a coisa em
si funcionar. Outros argumentam que o que falta é fis-
calização para aplicar a lei. Do outro lado os burocratas,
fiscais e agentes públicos imploram por mais uma lei
que lhes dê mais poder (ainda!) para dizer ao cidadão o
que ele pode ou não fazer sob as ameaças da dura e
“boa” lei.
E é óbvio que esse pensamento atinge a questão do ho-
meschooling. Quando converso com alguém que ainda
não está habituado com o mundo homeschooler e tento
falar sobre as vantagens da educação domiciliar, ouço
duas perguntas e uma afirmação, que variam em ter-
mos, mas são idênticas em sentido:
1) isso não é proibido?
2) como eu faço para conseguir o diploma?
3) isso deveria ser regulado, porque senão as pessoas
podem abusar e não ensinar os seus filhos.
A resposta para a primeira questão, de forma bem re-
sumida, é não. Não é proibido (vamos conversar um
pouco sobre isso ainda nesse artigo). Para a segunda é
só fazer as provas do ENCCEJA com 15 anos para con-
seguir a certificação do ensino fundamental e com 18
anos para o ensino médio. Para derrubar a afirmação
eu vou precisar de um pouco mais de palavras. Antes,
porém, o leitor precisa saber algumas definições que
encontrará no texto adiante:
- Constituição Federal: é a carta política que rege a na-
ção, estabelece os limites da atuação estatal, reconhece
direitos do cidadão e prevê os instrumentos políticos e
sociais para o funcionamento do país. Todas as leis e
normas do país devem obedecer as regras da Constitui-
ção Federal (CF) ou serão consideradas inconstitucio-
nais, ou seja, não terão efeitos jurídicos no mundo real.
- Emenda à constituição: são alterações na carta política
efetuadas pelo Congresso Nacional que podem criar no-
vas normas, modificar ou abolir as existentes.
- Cláusula pétrea: algumas normas da constituição não
podem ser modificadas ou abolidas, como por exemplo
aquelas relativas a forma federativa, o voto secreto, a
separação dos poderes e os direitos ou garantias indivi-
duais.
http://olhonalei.com.br/
- Direitos e garantias individuais: são normas e princí-
pios da constituição que garantem ao cidadão uma pro-
teção contra agressões de terceiros ou do estado. Elas
reconhecem a liberdade individual, a livre iniciativa,
pluralidade de ideias, liberdade religiosa, ampla defesa
e contraditório perante um julgamento, entre outros
inúmeros exemplos.
- Tratados e convenções internacionais: acordos firma-
dos entre diversas nações relativa a um ou mais temas.
Esses tratados só terão efeitos dentro do país se forem
ratificados (confirmados) pelo Congresso Nacional.
Com essas definições em mente tentarei ser o mais sim-
ples e direto possível para que esses termos enfadonhos
não prejudiquem a leitura.
O homeschooling não é proibido
Esse aspecto precisa, inicialmente, ser enfatizado e de-
vidamente explicado. A educação domiciliar não é e
nunca foi proibida no Brasil e a explicação para isso é
muito simples.
Vigora no Brasil o princípio da legalidade que está ex-
presso na Constituição Federal, que em seu artigo 5º,
inciso II estabelece que “ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
A linguagem da norma citada é relativamente simples e
de fácil compreensão. Mesmo assim, cabe uma pequena
explicação: se não há uma lei te obrigando a fazer algo
ou uma lei que te proíba de fazer certa coisa, você pode
fazer ou deixar de fazer segundo o seu livre arbítrio.
Não existe nenhuma lei ou norma constitucional que
proíbam os pais de educarem seus filhos em casa.
Alguém pode alegar que o artigo 53, inciso I do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) obriga aos pais a ma-
trícula escolar. Contudo o que esse artigo efetivamente
reconhece é o direito ao acesso e permanência escolar,
não que tal acesso e permanência é obrigatória. Além
do mais, o ECA é uma lei ordinária, ou seja, deve res-
peitar as regras da constituição e deve ser interpretado
segundo as normas dessa mesma constituição.
A verdade é que o ECA repete as palavras do artigo 206,
inciso I, da CF, ou seja, garante o direito ao acesso e
permanência na escola, mas em nenhum momento
torna obrigatória a matrícula pela família.
Ocorre que a constituição prevê no artigo 205 que a
Página 1 de 4
OLHO.NA.LEI© | RELATÓRIO SOBRE EDUCAÇÃO DOMICILIAR
educação é dever do estado e da família, o que justifica
e ampara o direito dos pais em educar os filhos em casa.
E para fundamentar ainda mais tal direito, o artigo
1.634, inciso I, do Código Civil, reconhece que “Compete
a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conju-
gal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em,
quanto aos filhos: I - dirigir-lhes a criação e a educação;”.
Ou seja, além de não haver nenhuma lei que proíba ex-
pressamente os pais de educarem os filhos em casa, há
lei que reconhece a competência e o direito dos pais em
dirigir a educação dos filhos.
Portanto, se você tem interesse em educar seus filhos
em casa, mas teme que possa ser punido por violar al-
guma lei, saiba que essa lei não existe e, como veremos
até o final desse artigo, nem poderá existir.
O que o estado pode ou não pode fazer?
Mas afinal de contas, o Estado pode ou não proibir (ou
regular) o homeschooling?
Para responder essa pergunta, primeiro é necessário
entender como funciona a atividade estatal e o que o
poder público pode efetivamente fazer ou não.
Se a constituição nos dá a ampla liberdade de fazer (ou
não) o que quisermos, salvo se houver lei em contrário,
no caso da atividade estatal funciona de modo contrá-
rio. Enquanto o princípio da legalidade somente se
aplica para limitar ou regular o direito que todos natu-
ralmente possuem, para a administração pública a lei é
a única forma de permitir a atuação do estado.
Traduzindo, a administração pública só pode fazer o
que a lei permite, ou ainda, a administração pública
deve fazer o que a lei determina. Essa obrigação está
expressa no artigo 37 da constituição, que obriga a ad-
ministração pública a seguir 5 princípios: o L.I.M.P.E. Le-
galidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e
Eficiência.
Lembro ao leitor de que a lei somente é válida se não
contrariar com o a constituição federal. Temos então a
seguinte disposição: a Constituição Federal fixa as bases
e os limites do que pode ser objeto de lei, a lei regula ou
obriga a atividade estatal e a administração pública age
de acordo com a lei.
O pacto de San Jose da Costa Rica
A nossa constituição brasileira possui uma regra muito
interessante. As regras e normas constitucionais são
aquelas que estão expressas em seu conteúdo, admi-
tindo uma única exceção: todos os tratados e conven-
ções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados em duas votações em cada casa legislativa
(senado e câmara dos deputados) por três quintos do
total de congressistas será considerada automatica-
mente uma emenda à constituição. Os que são aprova-
dos, porém não atingem essa quantia mínima são con-
siderados normas supralegais, ou seja, estão acima da
lei e servem para regular a constituição federal.
Foi dessa segunda forma que a Convenção Americana
http://olhonalei.com.br/
sobre Direitos Humanos, o famoso Pacto de San Jose da
Costa Rica foi recepcionado no ordenamento jurídico
brasileiro.
Apenas para esclarecer, normas supralegais são nor-
mas que, apesar de não serem cláusulas constitucio-
nais, estão acima da lei, pois regulam a própria lei.
Foi com esse entendimento, por exemplo, que em 2003
o STF decidiu que não haveria mais a possibilidade de
prisão civil (o famoso depositário infiel), vez que a
norma supralegal do Pacto de San Jose regulava o que
está na constituição e se sobrepunha a lei.
Para simplificar, as normas contidas no Pacto de San
Jose da Costa Rica são consideradas normas que regu-
lam a Constituição Federal.
E nesse mesmo pacto, o artigo 12.4 dá aos pais o direito
de escolher a educação moral e religiosa que melhor
lhe convenha.
Esse artigo, portanto, sobrepõe-se a qualquer eventual
norma infraconstitucional sobre a matéria. Ou seja,
qualquer lei que obrigue os pais em matricular seus fi-
lhos não pode ser aplicada em razão dessa norma.
Mas porque ela impede o estado de forçar os pais a ma-
tricular seus filhos na escola? Porque ela não se res-
tringe à educação religiosa, mas também a educação
moral.
Ora, o estado pode até conseguir fornecer aulas que não
atinjam o posicionamento religioso contrário à vontade
dos pais (hipoteticamente falando, posto que, por exem-
plo, a ementa dos currículos estatais obriga os alunos a
aprenderem sobre evolucionismo, considerando que a
grande maioria das famílias brasileiras são cristãs e
creem que a natureza é obra da criação de Deus), porém
jamais consegue separar o conteúdo moral do conteúdo
programático. E mais, em muitas oportunidades os pais
podem optar por um currículo metodológico que inclui
princípios morais próprios, como a educação clássica,
educação clássica cristã, método Charlote Mason, uns-
chooling, ou mesmo métodos tradicionais que usam
currículos cristãos ou confessionais.
Ao não ofertar essas modalidades de ensino (que são
altamente carregadas de uma carga moral e religiosa,
além de inseparáveis no currículo) e tentar proibir ou
regular o homeschooling, o estado viola o artigo 206 da
constituição e o artigo 12.4 do Pacto de San Jose da
Costa Rica.
Portanto, o direito de educar os filhos em casa é um di-
reito do rol dos direitos humanos, que não pode ser
afastado por uma simples lei.
A prioridade educacional dos pais
Uma dúvida sempre surge sobre esse assunto: a quem
pertence a prioridade da educação das crianças e ado-
lescentes?
O artigo 205 da Constituição Federal diz que é dever do
estado e da família promover e incentivar a educação.
Em uma leitura simples e simplista, pode ser argumen-
tado de que o estado conserva a prioridade da educação
junto com a família.
Página 2 de 4
OLHO.NA.LEI© | RELATÓRIO SOBRE EDUCAÇÃO DOMICILIAR
Porém, esse entendimento não é cabível nesse caso, vez
que a constituição reconhece direitos e estabelece re-
gras (conforme já explicado no texto), mas é a lei que
regula e explica o funcionamento da norma constituci-
onal.
O artigo 205 apenas atribui o dever do estado e da famí-
lia e proporcionar a educação, contudo não se preocupa
em explicar como que funciona essa situação.
E porque é assim?
O estado tem o dever de promover e prover educação
para aqueles que não tenham condições de se auto edu-
carem, educarem seus filhos ou arcarem com tutores
ou escolas particulares.
Lembro ao leitor que vigora no Brasil o princípio da le-
galidade e que o estado somente pode fazer o que a lei
permite ou determina.
Nesse caso a constituição determina que o estado deve
proporcionar educação pública, assim como a família.
Porém em nenhum momento a constituição determina
que o estado deve prover toda e qualquer educação e
que a família é obrigada a se submeter a isso.
E no silêncio da constituição a primazia da família
quanto ao direito de optar por qual educação repassará
aos filhos é encontrada em duas normas diferentes: a
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e
o Código Civil (CC).
O artigo 26.3 da DUDH estabelece que pertence aos pais
a prioridade de escolher o gênero da educação a ser
dada aos filhos.
Agora estamos em terreno sólido e direto. Finalmente
uma norma é direta quanto a quem pode escolher qual
modalidade e gênero de educação terá a criança e ado-
lescente e essas pessoas são os pais, não um bando de
burocratas estatais.
O Brasil é signatário dessa declaração e reconhece os
direitos ali estabelecidos. Logo, não pode desprezar que
os pais são quem devem escolher como os filhos serão
educados, qual método, qual currículo, qual gênero de
educação e como isso será feito.
Já o CC estabelece no artigo 1.634, inciso I que cabe aos
pais o exercício do poder familiar quanto aos filhos e
“dirigir-lhes a criação e a educação”.
Se há alguma dúvida sobre a possibilidade dos pais edu-
carem seus filhos em casa em razão de lei, aposto que
essa dúvida não mais existe no leitor.
Regular a educação domiciliar é inconstitucional?
Se por um lado não há nenhuma proibição legal ou
constitucional para que os pais eduquem seus filhos em
casa, por outro há proibição constitucional para que o
estado regule o homeschooling além do que já está re-
gulado.
“E onde que o homeschooling já está regulado no Bra-
sil?” você pode estar se perguntando.
A junção do artigo 12.4 do Pacto de San Jose da Costa
Rica com o artigo 26.3 da DUDH e o artigo 1.634, I do
Código Civil regulamenta o direito domiciliar no Brasil
e tal regulamentação pode ser sintetizada no seguinte:
Compete aos pais dirigir a educação dos filhos, sendo
sua prioridade a escolha do gênero de educação e a es-
colha da modalidade de educação moral e religiosa de
acordo com suas convicções.
http://olhonalei.com.br/
E essa regulamentação é o máximo que se pode regular
o homeschooling no Brasil de acordo com a constitui-
ção federal. Qualquer regulamentação além dessa deve
ser considerada inconstitucional.
Lembramos ao leitor que a Constituição Federal impõe
o princípio da legalidade, que é interpretado em duas
vias:
1) ninguém pode ser forçado a fazer qualquer coisa ou
a ninguém é vedado fazer qualquer coisa, salvo se hou-
ver lei em contrário; e
2) o estado só pode fazer o que está permitido na lei,
além de estar obrigado a fazer tudo o que a lei deter-
mina.
Segundo o artigo 37 da constituição, o estado só pode
agir quando há lei permitindo tal ação.
Pois bem, o artigo 205 da constituição diz que é dever
do estado promover e incentivar a educação, contudo
tal dever também se aplica a família.
O artigo 206 informa que o acesso e permanência na
escola será garantido pela Constituição Federal, porém
não fala em obrigatoriedade de acesso ou permanência
e, principalmente, não há qualquer menção em obriga-
toriedade de matrícula
O artigo 208 atribui responsabilidade ao poder público
caso não ofereça o ensino obrigatório, contudo essa
obrigatoriedade é de que o estado forneça o sistema
educacional, não que as pessoas sejam obrigadas a fre-
quentar tal sistema.
Logo, pela constituição não há nenhuma obrigatorie-
dade das famílias em promoverem a matrícula de seus
filhos no ensino público ou privado com a regulamen-
tação estatal.
Há, sim, regulamentação para o sistema educacional
público, vez que, por se tratar de ação estatal, deve o
poder público ser limitado em sua ação e ser impulsio-
nado a agir, já que – insistentemente citamos nesse ar-
tigo – o estado está obrigado pelo princípio da legali-
dade a fazer o que a lei determina ou só pode fazer o
que a lei permite.
Considerando que a educação domiciliar não é uma ati-
vidade estatal, mas pura e tão somente a vontade dos
pais em educarem os filhos de acordo com suas con-
cepções de mundo, suas crenças religiosas e suas bases
morais, o estado não pode intervir, pois estaria infrin-
gindo o direito constitucional da liberdade de consciên-
cia e liberdade religiosa.
Somo esse argumento já seria o suficiente para de-
monstrar como qualquer regulamentação legal é ve-
dada pela constituição federal.
Contudo, há ainda um argumento mais técnico e que
deve ser levado em consideração.
Como já escrito em tópicos anteriores, o Pacto de San
Jose da Costa Rica foi ratificado pelo congresso nacional
e é considerada norma supralegal, ou seja, norma
acima da lei e que visa regular direito constitucional.
Logo, qualquer outra lei que tente regulamentar o ho-
meschooling será uma lei em posição inferior na hie-
rarquia normativa brasileira.
O direito das famílias em educar seus filhos em casa
está regulado por essa norma e não pode ser revogada
por norma inferior. Somente uma emenda à constitui-
ção federal poderia fazer tal coisa, mas para isso o con-
Página 3 de 4
OLHO.NA.LEI© | RELATÓRIO SOBRE EDUCAÇÃO DOMICILIAR
gresso teria que criar uma norma que contraria a De-
claração Universal dos Direitos Humanos da ONU, tra-
tado da qual o país é signatário e forte defensor como
estado-membro fundador.
Portanto, qualquer ideia regulamentadora para o ho-
meschooling deve levar em consideração todos esses
elementos apontados.
Estamos amparados por uma constituição que não pro-
íbe a educação domiciliar, temos tratados internacio-
nais que dão aos pais a primazia da educação e o direito
em proporcionar a educação que melhor nos convenha
dar a nossos filhos e temos lei que nos dão o direito de
criar e educar nossos filhos da melhor forma que en-
tendermos.
Do outro lado, temos a garantia da constituição federal
de que o estado só pode agir quando a lei lhe permite
ou lhe obriga, temos uma constituição que não obriga
os pais a matricularem os seus filhos na escola e não
há nenhuma norma na constituição que obrigue o es-
tado a tomar as crianças dos pais e força-los a aprender
de acordo com o currículo público.
A sociedade dos pais educadores
Os pais que se encorajam na luta pelo direito de educar
os filhos em casa sabem que a luta é grande e que a
realidade não é tão bonita e organizada quanto a teoria.
Estamos como Gandalf, Frodo e seus companheiros
http://olhonalei.com.br/
atravessando o labirinto escuro e perigoso das cavernas
de Moria.
Enfrentamos altos e baixos, percalços, buracos, escuri-
dão, lutas, temores, além de sempre estar no nosso en-
calço um exército de goblins de problemas e temores e
um balrog tenebroso chamado estado.
Mesmo não tendo uma espada mágica ou conjurações
sortílegas, temos que ter coragem como Gandalf e ficar
entre nossa família e todos esses problemas e armados
com esses direitos inalienáveis do homem e dos princí-
pios constitucionais, pronunciar em alto e bom som a
todo e qualquer proibição ou regulamentação que ten-
tem nos impor:
- Você não pode passar!
***
Se mesmo assim a injustiça vier, talvez não precisemos
cair precipício abaixo, pois ainda nos restam várias ar-
mas. Duas muito importantes são a objeção de consci-
ência e a desobediência civil, porém isso é assunto para
outro artigo.
***
Héber Paz de Lima é cristão, esposo, pai, projeto de escritor e
nas horas vagas é advogado. Gosta tanto da atividade legisla-
tiva que torce por mais recessos parlamentares.
Página 4 de 4