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FACULDADE LA SALLE
CURSO DE DIREITO
PENA DE MORTE
Manaus
2019
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PENA DE MORTE
Manaus
2019
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INTRODUÇÃO
Nos dias de hoje, a população fica indignada com crimes com grande repercussão e os
sentimentos naturais afloram, primitivos, dos seres humanos: a vingança, o desejo de que o
autor sofra em retribuição ao mal causado. Esse último aspecto, em especial, nada tem a ver
com posicionamento dogmático de acadêmicos e gestores de política criminal relacionando-se
com “correntes da finalidade da pena”. É mais interno, individual a cada membro da
sociedade, cujos entraves psicológicos e sociais fazem com que sejam abafados, mitigados
frente ao convívio e evolução pacífica da sociedade.
Diante desse cenário, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar as
teorias contra a pena de morte que foi extinta de alguns países há décadas, mas que em alguns
países ainda se utiliza como punição máxima para crimes bárbaros.
Apesar desse contexto, correntes políticas populistas em união com a setores inescrupulosos
da mídia, geram porcentagens enormes em favor da pena de morte.
Em países como o Brasil, onde a corrupção e mazelas legislativas são comuns, opta-se
pela resposta populista cujo retorno político é mais rápido, entre elas o aumento
desproporcional de penas, regimes diferenciados, etc, e principalmente movimentos a favor da
pena de morte. Tais opções são mais baratas do que uma reestruturação da política de
segurança pública nacional aliada a assistência médico-social, psicológica, educação,
desenvolvimento econômico sustentado, pleno-emprego, etc.
O descompasso entre o aumento desmedido de pena para crimes “hediondos” – ou a
polêmica instituição da pena de morte para tais infrações – e a diminuição da criminalidade é
tão patente que a simples observação dos índices criminais, sobretudo da reincidência, prova
que esses métodos não surtem nenhum efeito.
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Marques e Lima (2009) enfatizam que, com essa ampliação os direitos humanos
configuram questões de relevância internacional, isso porque a nova concepção significa que
quando estes são desrespeitados, toda a humanidade o é.
Apesar de toda a “evolução” acerca da extinção da pena de morte dos Estados, os
tratados internacionais de direitos humanos ainda não estabeleceram tal regra, sendo
verificado tão somente uma tendência da sua eliminação de forma progressiva, e.g.
Convenção Americana de Direitos Humanos – que veda a ampliação dos delitos atualmente
apenados com pena de morte.
Mas apesar de toda a mobilização mundial contra a pena de morte, esta ainda persiste
em vários países, desde os economicamente desenvolvidos até os mais atrasados, e tal
intervalo dilatado verifica-se também se analisado o desenvolvimento sociocultural.
De acordo com Bierrenbach (2010), o caráter intimidatório das penas não está no seu
rigor ou intensidade, mas no sentimento da certeza de sua aplicação, desde Beccaria tal
análise tem sido forjada na doutrina, seguida por autores contemporâneos, como Silva
Sanchez, Zaffaroni, Nilo Batista, entre dezenas de outros. Ocorre que a distancia entre a visão
acadêmica e a prática do sistema penal têm se distanciado cada vez mais, se não em um
retrocesso ao menos numa estagnação da evolução dos direitos humanos. A efetividade das
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Dessa forma, como a prisão, a pena de morte é a típica punição dos já discriminados
socioeconomicamente, pois a estatística mundial, tanto em uma como em outra das citadas
espécies de pena, aponta para quase a totalidade de seus condenados como sendo pobres, de
baixo nível social e cultural. Outros fatores como pigmentação da pele, origem étnica, etc,
também são fatores relevantes.
Quer pelo preconceito, falta de condição de acesso a defesa de qualidade, recursos
adequados, ou outro motivo qualquer, o apenado a pena de prisão ou de morte[xi] em regra
são multiplamente discriminado, quer durante a vida, quer na condenação.
2.3 Irreversibilidade
Nos diversos sistemas penais, que por sua natureza dirigida por humanos já admite-se
falhas, e sobretudo em sistemas onde a corrupção, descaso, acumulo de inquérito e processos,
falta de estrutura pericial investigativa, aliado ao sistema prisional provisório e definitivo em
condições desumanas, a irreversibilidade da pena de morte é fator que não pode ser
desconsiderado.
O que genericamente denomina-se de “erro judicial” nada mais é que, lato sensu,
qualquer erro durante todo o processo de investigação, processo judicial e
julgamento/condenação. Apesar dos graves prejuízos causados ao condenado por erro – os
efeitos indeléveis da prisão, sua integração social, desgaste familiar, traumas psicológicos,
etc. – não são totalmente irreversíveis. A liberdade pode ser restaurada, o convívio social pode
ser restabelecido, o desgaste advindo da estigmatização pode tratado com acompanhamento
psicológico, os danos materiais podem ser indenizáveis, etc.. Porém, a pena capital
obviamente não admite retroação, ou qualquer ação para reverter a pena.
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3. CONCLUSÃO
Diversos são os argumentos que poderiam ser numerados contra a legalidade da pena
de morte, como a desumanidade trazida pela tortura psicológica durante o “corredor da
morte” os efeitos familiares, fatores religiosos, etc. entretanto, chega-se a conclusão que:
A pena de morte é ineficiente enquanto alternativa intimidatória, ou de prevenção
geral, enquanto que impunidade sim é fator decisivo na alteração dos índices criminais.
Parecida com a prisão, a pena capital é discriminatória na medida em que afeta muito
mais os economicamente despossuídos, os de pouca escolaridade, socialmente excluídos, etc.
As ocorrências de erros judiciais, a execução desta pena é irreversível e irreparável.
A crueldade da pena de morte, desumano e degradante, incompatível com qualquer
sociedade que defenda a dignidade da pessoa humana.
A população fica indignada contra autores de crimes violentos, acirrada pela mídia,
somada ao produto da eleitoreira inflação legislativa, não justifica a crueldade da aplicação da
pena de morte nos termos apresentados.
A Constituição Federal do Brasil de 1988, não admite em hipótese nenhuma a pena de
morte, visto que está discriminada sua contrariedade nos direitos humanos, onde a vida é
acima de tudo o bem jurídico maior e é tutelada pelo Estado
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BIBLIOGRAFIA
BIERRENBACH, Maria Ingês Rocha de Souza. A Favor da vida contra a pena de morte.
Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/penamorte/mariaignez.html>. Acesso em:
18 mar. 2019.
SANTOS, Juarez Cirino dos. A Morte da Pena. Folha de São Paulo, de 15.12.1991, apud
ALVARENGA, Maria Zelia; DUEK MARQUES, Oswaldo Henrique. O direito de morrer a
própria morte. Revista Jurídica da ESMP, n.1, p. 53.