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ZAQUEU

– Desejos de encontrar a Cristo. Empregar os meios necessários.

– Desprendimento e generosidade de Zaqueu.

– Jesus procura-nos sempre. Esperança na nossa vida interior e no apostolado.

I. UMA VEZ MAIS os textos da Missa voltam a falar da misericórdia divina. É


lógico que se evoque tanto esta inefável realidade, porque a misericórdia de
Deus é uma fonte inesgotável de esperança e porque necessitamos muito da
clemência divina. É necessário que nos recordem muitas vezes que o Senhor
é clemente e misericordioso.

Na primeira Leitura1, o Livro da Sabedoria fala-nos dessa bondade e cuidado


amoroso de que Deus cerca toda a criação e especialmente o homem: Como
poderiam subsistir as coisas se não o tivesses querido? Ou de que modo se
conservariam se não as tivesses chamado à existência? Perdoas a todas as
criaturas porque são tuas, ó Senhor, tu que amas as almas. Oh, como é bom e
suave em tudo o teu espírito, Senhor! Por isso castigas pouco a pouco os que
se desencaminham, e advertes os que pecam das faltas que cometem, e os
exortas para que abandonem a malícia e creiam em ti, Senhor.

O Evangelho2 fala-nos do encontro misericordioso de Jesus com Zaqueu. O


Senhor passa por Jericó, a caminho de Jerusalém: à entrada da cidade, tem
lugar a cura de um mendigo cego que com a sua fé e a sua insistência
conseguiu aproximar-se de Jesus, apesar dos que queriam que se calasse.
Agora, já dentro dessa cidade importante, a multidão provavelmente apinhava-
se nas ruas por onde o Mestre passava. No meio dela encontra-se um homem
que era chefe dos publicanos e rico, bem conhecido em Jericó pelo seu cargo.

Os publicanos eram cobradores de impostos. Roma não tinha funcionários


próprios para esse ofício e confiava-o a determinadas pessoas do respectivo
país, os quais por sua vez – como Zaqueu –, podiam ter empregados
subalternos. O imposto era fixado pela autoridade romana e os publicanos
cobravam uma sobretaxa, da qual viviam. Isto prestava-se a arbitrariedades,
razão pela qual eram facilmente hostilizados pela população. No caso dos
judeus, havia ainda a nota infamante de espoliarem o Povo eleito em favor dos
gentios3.

São Lucas diz que Zaqueu procurava ver Jesus para conhecê-lo, mas não
podia por causa da multidão, pois era pequeno de estatura. Mas o seu desejo é
eficaz. Para conseguir realizar o seu propósito, começa por misturar-se com a
multidão e depois, sem pensar no insólito da sua atitude, correndo adiante,
subiu a um sicômoro para o ver; porque havia de passar por ali. Não se importa
com o que as pessoas possam pensar ao verem um homem da sua posição
começar a correr e depois subir numa árvore. É uma formidável lição para nós
que, acima de tudo, queremos ver Jesus e permanecer com Ele.

Mas devemos examinar hoje a sinceridade e o vigor desses desejos: Eu


quero realmente ver Jesus? – perguntava o Papa João Paulo II ao comentar
esta passagem do Evangelho –, faço tudo o que posso para poder vê-lo? Este
problema, depois de dois mil anos, é tão actual como naquela altura, quando
Jesus atravessava as cidades e povoados da sua terra. E é actual para cada
um de nós pessoalmente: quero verdadeiramente contemplá-lo, ou não será
que venho evitando encontrar-me com Ele? Prefiro não vê-lo ou que Ele não
me veja? E se já o vislumbro de algum modo, não será que prefiro vê-lo de
longe, sem me aproximar muito, sem me situar claramente diante dos seus
olhos..., para não ter que aceitar toda a verdade que há n’Ele, que provém
dEle?4

II. QUALQUER ESFORÇO que façamos por aproximar-nos de Cristo é


amplamente recompensado. Quando Jesus chegou àquele lugar, levantando
os olhos, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque convém que eu
me hospede hoje em tua casa. Que alegria imensa! Zaqueu, que já se dava por
satisfeito de vê-lo do alto de uma árvore, ouve Jesus chamá-lo pelo nome,
como a um velho amigo, e, com a mesma confiança, fazer-se convidar para
sua casa. “Aquele que tinha por coisa grande e inefável vê-lo passar – comenta
Santo Agostinho –, mereceu imediatamente tê-lo em casa”5. O Mestre, que
tinha lido no coração do publicano a sinceridade dos seus desejos, não quis
deixar passar a ocasião. Zaqueu “descobre que é amado pessoalmente por
Aquele que se apresenta como o Messias esperado, sente-se tocado no íntimo
do seu espírito e abre o seu coração”6. Quer estar com o Mestre quanto
antes: Desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. Experimentou a
alegria singular de todo aquele que se encontra com Jesus.

Zaqueu está agora com o Mestre, e com Ele tem tudo. “Não se assusta de
que a acolhida de Cristo na sua própria casa possa ameaçar, por exemplo, a
sua carreira profissional ou dificultar-lhe algumas acções, ligadas à sua
actividade de chefe de publicanos”7. Pelo contrário, mostra com actos a
sinceridade da sua nova vida; converte-se em mais um discípulo do
Mestre: Eis, Senhor, que dou aos pobres metade dos meus bens; e se
defraudei alguém, devolver-lhe-ei o quádruplo. Vai muito além do que a Lei de
Moisés mandava restituir8 e além disso dá aos pobres a metade da sua fortuna!

O encontro com Cristo leva-nos a ser generosos com os outros, a


compartilhar imediatamente com quem está mais necessitado o muito ou pouco
que temos. Zaqueu compreendeu que, para seguir o Mestre, tinha que
desfazer-se dos seus bens.

“Meu Deus, vejo que não te aceitarei como meu Salvador se não te
reconhecer ao mesmo tempo como Modelo.

“Já que quiseste ser pobre, dá-me amor à Santa Pobreza. O meu propósito,
com a tua ajuda, é viver e morrer pobre, ainda que tenha milhões à minha
disposição”9.

III. QUANDO JESUS ENTROU na casa de Zaqueu, muitos começaram a


murmurar de que se houvesse hospedado em casa de um pecador. Então o
Senhor pronunciou estas consoladoras palavras, das mais belas de todo o
Evangelho: Hoje entrou a salvação nesta casa, pois este também é filho de
Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que tinha perecido. É
um convite à esperança: se alguma vez o Senhor permite que passemos por
dificuldades, se nos sentimos às escuras e perdidos, temos de saber que
Jesus, o Bom Pastor, sairá imediatamente em nossa busca. “O Senhor escolhe
um chefe de publicanos: quem poderá desesperar se ele alcançou a graça?”,
comenta Santo Ambrósio10. O Senhor nunca se esquece dos seus.

A figura de Zaqueu também deve ajudar-nos a nunca dar ninguém por


perdido ou irrecuperável. Para os habitantes de Jericó, esse chefe dos
publicanos estava muito longe de Deus; o Evangelista deixa entrevê-lo 11. No
entanto, desde que entrara na cidade, Jesus tinha os olhos postos nele. Por
cima das aparências, Zaqueu possuía um coração generoso, que ardia em
desejos de ver o Mestre. E, como São Lucas mostra a seguir, tinha uma alma
preparada para o arrependimento, para a reparação, e uma reparação
sobreabundante. Do mesmo modo, há muitas pessoas à nossa volta desejosas
de ver Jesus e à espera de que alguém se detenha diante delas, olhe para elas
com compreensão e as convide a uma vida nova.

Nunca devemos perder a esperança, nem mesmo quando parece que tudo
está perdido. A misericórdia de Deus é infinita e omnipotente, e supera todos
os nossos juízos. Conta-se de uma mulher muito santa um episódio
especialmente significativo que deixou uma profunda marca na sua alma e que
nos revela graficamente o alcance da misericórdia divina. Um parente dessa
pessoa pôs fim à vida atirando-se num rio do alto de uma ponte. A mulher ficou
tão desconsolada e triste que nem se atrevia a rezar por ele. Certo dia, o
Senhor perguntou-lhe por que não o tinha presente nas suas orações, como
costumava fazer com os outros. A pessoa surpreendeu-se com as palavras de
Jesus e respondeu-lhe: “Bem sabes que se lançou de uma ponte e deu cabo
da vida”... E o Senhor respondeu-lhe: “Não te esqueças de que entre a ponte e
a água estava Eu”. Conta-se um episódio parecido da vida do Cura d’Ars12.
Ambos põem de relevo uma mesma realidade: sempre que pensamos na
bondade e na compaixão de Deus para com os seus filhos, ficamos aquém.

Não duvidemos nunca do Senhor, da sua bondade e do seu amor pelos


homens, por muito extremas ou difíceis que sejam as situações em que nos
encontremos ou em que se encontrem as pessoas que queremos levar até
Jesus. A sua misericórdia é sempre maior do que os nossos pobres raciocínios.

(1) Sab 11, 25-26; 12, 1-2; (2) Lc 19, 1-10; (3) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, nota a
Mt 5, 46; (4) cfr. João Paulo II, Homilia, 2.11.80; (5) Santo Agostinho, Sermão 174, 6; (6) João
Paulo II,Homilia, 5.11.89; (7) João Paulo II, Homilia, 2.11.80; (8) Ex 21, 37 e segs.; (9) São
Josemaría Escrivá, Forja, n. 46; (10) Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas;
(11) cfr. Lc 19, 7-10; (12) Francis Trochu, O Cura d’Ars, Palabra, Madrid, 1984, pág. 619.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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