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São Lucas diz que Zaqueu procurava ver Jesus para conhecê-lo, mas não
podia por causa da multidão, pois era pequeno de estatura. Mas o seu desejo é
eficaz. Para conseguir realizar o seu propósito, começa por misturar-se com a
multidão e depois, sem pensar no insólito da sua atitude, correndo adiante,
subiu a um sicômoro para o ver; porque havia de passar por ali. Não se importa
com o que as pessoas possam pensar ao verem um homem da sua posição
começar a correr e depois subir numa árvore. É uma formidável lição para nós
que, acima de tudo, queremos ver Jesus e permanecer com Ele.
Zaqueu está agora com o Mestre, e com Ele tem tudo. “Não se assusta de
que a acolhida de Cristo na sua própria casa possa ameaçar, por exemplo, a
sua carreira profissional ou dificultar-lhe algumas acções, ligadas à sua
actividade de chefe de publicanos”7. Pelo contrário, mostra com actos a
sinceridade da sua nova vida; converte-se em mais um discípulo do
Mestre: Eis, Senhor, que dou aos pobres metade dos meus bens; e se
defraudei alguém, devolver-lhe-ei o quádruplo. Vai muito além do que a Lei de
Moisés mandava restituir8 e além disso dá aos pobres a metade da sua fortuna!
“Meu Deus, vejo que não te aceitarei como meu Salvador se não te
reconhecer ao mesmo tempo como Modelo.
“Já que quiseste ser pobre, dá-me amor à Santa Pobreza. O meu propósito,
com a tua ajuda, é viver e morrer pobre, ainda que tenha milhões à minha
disposição”9.
Nunca devemos perder a esperança, nem mesmo quando parece que tudo
está perdido. A misericórdia de Deus é infinita e omnipotente, e supera todos
os nossos juízos. Conta-se de uma mulher muito santa um episódio
especialmente significativo que deixou uma profunda marca na sua alma e que
nos revela graficamente o alcance da misericórdia divina. Um parente dessa
pessoa pôs fim à vida atirando-se num rio do alto de uma ponte. A mulher ficou
tão desconsolada e triste que nem se atrevia a rezar por ele. Certo dia, o
Senhor perguntou-lhe por que não o tinha presente nas suas orações, como
costumava fazer com os outros. A pessoa surpreendeu-se com as palavras de
Jesus e respondeu-lhe: “Bem sabes que se lançou de uma ponte e deu cabo
da vida”... E o Senhor respondeu-lhe: “Não te esqueças de que entre a ponte e
a água estava Eu”. Conta-se um episódio parecido da vida do Cura d’Ars12.
Ambos põem de relevo uma mesma realidade: sempre que pensamos na
bondade e na compaixão de Deus para com os seus filhos, ficamos aquém.
(1) Sab 11, 25-26; 12, 1-2; (2) Lc 19, 1-10; (3) cfr. Sagrada Bíblia, Santos Evangelhos, nota a
Mt 5, 46; (4) cfr. João Paulo II, Homilia, 2.11.80; (5) Santo Agostinho, Sermão 174, 6; (6) João
Paulo II,Homilia, 5.11.89; (7) João Paulo II, Homilia, 2.11.80; (8) Ex 21, 37 e segs.; (9) São
Josemaría Escrivá, Forja, n. 46; (10) Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas;
(11) cfr. Lc 19, 7-10; (12) Francis Trochu, O Cura d’Ars, Palabra, Madrid, 1984, pág. 619.