Jan Gehl faz seu livro Cidade para pessoas uma análise do que
entendemos como planejamento urbano de algumas cidades que passaram por
transformações positivas e negativas do ponto de vista de organização urbana, desde o movimento modernista que influenciou e continua influenciando nos dias atuais no modo de construir e ordenar a cidade, visando edificações autônomas e priorizando o tráfego de veículos individuais, e seguindo nas décadas seguintes apresentando alguns temas e conceitos essenciais para um planejamento eficiente dando ênfase sempre na dimensão humana e na importância da participação das pessoas para uma cidade viva, exemplificando mudanças urbanas positivas no modo de planejar e viver a cidade.
No primeiro capítulo intitulado Dimensão humana, ele nos apresenta
algumas soluções que acredita serem a chave para o planejamento, a primeira, é obviamente o foco na escala humana, projetar a cidade através da demanda populacional e não o inverso, ou seja, planejamos a cidade para que ela modele o comportamento das pessoas. Em seguida nos mostra alguns exemplos onde a diminuição de vias para veículos, incentivo ao uso de bicicleta, ampliação do espaço urbano para os pedestres e criação e requalificação de espaços públicos de convívio social foram soluções inteligentes e eficazes para uma cidade mais convidativa ao uso pelas pessoas.
No segundo capítulo, os sentidos de escala, o que é levado em
consideração é a percepção humana na hora de projetar e conceber os espaços, os sentidos sensoriais são de grande relevância para a organização espacial urbana desde o começo da civilização, os cinco sentidos, tanto os de “ distância” (visão, audição e olfato) quanto os de “proximidade” ( tato e paladar) são responsáveis pela nossa experiência de habitar os espaços e além disso são elas que apresentam certos parâmetros para a construção desses espaços, exemplos citados pelo autor são as arenas esportivas, teatros e casas de eventos que possuem parâmetros construtivos baseados nas limitações dos sentidos humanos, entre outros.